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QUESTÕES RESOLVIDAS DE FERTILIDADE DO SOLO

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1 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO 
DISCIPLINA: FERTILIDADE DO SOLO 
PROFESSOR: DR. EMÍDIO OLIVEIRA CANTÍDIO 
 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DA DISCIPLINA DE FERTILIDADE DO SOLO. 
 
Mestrandos: 
Augusto César de Arruda Santana 
Bruno Campos Mantovaneli 
Jefrejan Souza Rezende 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE/PE 
Dezembro de 2015. 
2 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO 
DISCIPLINA: FERTILIDADE DO SOLO 
PROFESSOR: DR. EMÍDIO OLIVEIRA CANTÍDIO 
 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DA DISCIPLINA DE FERTILIDADE DO SOLO. 
 
 
Trabalho de resolução de 
questões entregue ao professor 
Dr. Emídio Cantídio de 
Almeida Oliveira pelos alunos 
Augusto César de Arruda 
Santana, Bruno Campos 
Mantovaneli e Jefrejan Souza 
Rezende, como parte 
avaliativa para obtenção de 
créditos na disciplina de 
Fertilidade do solo. 
 
 
 
RECIFE/PE 
Dezembro de 2015. 
3 
 
SUMÁRIO 
Introdução......................................................................................................................05 
 
Pergunta sobre a diferença da disponibilidade de H
+
 entre os grupos ativos da 
Matéria orgânica............................................................................................................06 
 
Pergunta sobre a afirmação de que cmol / dm
3
 é equivalente a Ton / 
ha.....................................................................................................................................07 
 
Pergunta sobre a maior disponibilidade dos micronutrientes aniônicos em pH 
elevado ...........................................................................................................................08 
 
Perguntado sobre a partir de que pH começa a ocorrer a hidrólise, porque e como 
ocorre? Quais fatores interferem? E o que significa Al(OH)4
-
.................................09 
 
Pergunta quanto à liberação de H
+
 pelos argilominerais silicatados e os oxi-
hidróxidos......................................................................................................................11 
Pergunta sobre os polifosfatos.....................................................................................12 
 
Pergunta da aplicação conjunta do calcário e gesso..................................................13 
 
Pergunta sobre a fórmula da necessidade de gesso pra correção de solos 
sódicos............................................................................................................................13 
 
Pergunta sobre de como ocorre o equilíbrio entre solo e solução e quais fatores que 
interferem na troca dos elementos..............................................................................14. 
Pergunta sobre como ocorrem as ligações covalentes e de eletrovalência...............15 
Pergunta sobre por que um elemento ligado covalentemente não é reversível como 
o trocável........................................................................................................................15 
Pergunta sobre como as plantas absorvem os nutrientes e por que eles apresentam 
sintomatologia diferente...............................................................................................15 
Pergunta sobre qual a relação entre o tipo de transporte do nutriente até a planta 
com sua forma de adubação........................................................................................16 
4 
 
Pergunta sobre como determinar e calcular a CTC efetiva e potencial do solo......17 
Pergunta sobre num solo em que a CTC potencial (CTC a pH 7) é de 
5,75cmolc/dm
-3
 e desejo obter 5% de K na CTC. Quanto de K preciso colocar no 
solo? Sendo que o solo já possui 20mg/dm
-3
 de K.......................................................17 
 Pergunta sobre num solo que possui 20g/kg
-1
 de M.O.S e desejo obter 30g/kg
-1
 de 
M.O.S. Quanto de M.O.S devo adicionar em 1 hectare e quanto de insumo 
orgânico devo adicionar, sendo que o insumo possui 35% de M.O.S e a densidade 
do solo é igual ha 1 t/m
-3
 ou 1kg/dm
-3
...........................................................................18 
Pergunta sobre quanto de Ca e Mg é adicionado com a calagem ao solo, sendo que 
o calcário é dolomítico: 19% de MgO e 27% de CaO................................................19 
Pergunta sobre a fórmula da lâmina de lixiviação para correção de solos 
salinos..............................................................................................................................19 
Referências bibliográficas.............................................................................................21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 O solo, o meio principal para o crescimento das plantas, é uma camada de 
material biologicamente ativo, resultante de transformações complexas que envolvem o 
intemperismo de rochas e minerais, a ciclagem de nutrientes e a produção e 
decomposição de biomassa. Uma boa condição de funcionamento do solo é 
fundamental para garantir a capacidade produtiva dos agroecossistemas. Uma boa 
qualidade do solo é importante também para a preservação de outros serviços 
ambientais essenciais, incluindo o fluxo e a qualidade da água, a biodiversidade e o 
equilíbrio de gases atmosféricos (CATE. & VETTORI, 1968). 
 A presença de nutrientes é um dos aspectos fundamentais que garantem a boa 
qualidade dos solos e o seu bom uso e manejo, principalmente no caso de 
agroecossistemas. Em ecossistemas nativos, a ciclagem natural de nutrientes é a grande 
responsável pela manutenção do bom funcionamento do solo e do ecossistema como um 
todo. Essa ciclagem é fundamental para manter o estoque de nutrientes nos ecossistemas 
naturais, evitando a perda da fertilidade natural do solo (LOPES e ABREU, 2000). 
 A baixa fertilidade dos solos pode ter tanto causas naturais quanto antrópicas. 
Como causas naturais, destaca-se que a gênese do solo e o intemperismo como 
principais fatores causadores da baixa fertilidade, particularmente em grande parte das 
regiões tropicais e subtropicais, onde a remoção de nutrientes do solo é mais acelerada, 
em razão das condições de altas temperaturas e precipitações pluviais (ANDA, 2005). 
 O fato de o Brasil possuir grandes extensões de terra com problemas de 
fertilidade relacionados com a alta acidez e toxidez por Al, além de alta capacidade de 
fixação de P, é, em grande parte, consequência de sua localização na região tropical. 
Além das causas naturais, também aquelas antrópicas – provocadas pelo manejo 
inadequado do solo – podem ser causadoras da baixa fertilidade dos solos (LOPES et 
al., 2003). 
 Levantamento do International Soil Reference and Information Centre (ISRIC), 
atualmente World Soil Information, estimou que cerca de 240 milhões de hectares de 
solos no mundo (área equivalente à região dos Cerrados brasileiros) estão 
comprometidos no que diz respeito à sua integridade química, o que está ligado, dentre 
outros fatores, à deficiência de nutrientes, a qual representa a maior causa de 
degradação química dos solos no mundo, atingindo cerca de 136 milhões de hectares 
(dos quais 68 milhões de hectares localizamse na América do Sul) (Oldeman et al., 
1991). 
 Diante de todos os problemas de fertilidade que encontramos na maioria dos 
solos brasileiros, faz-se necessário, para os profissionais da agronomia, conhecer sobre 
o assunto para que possam encontraras melhores soluções para os problemas. No 
entanto a maioria dos profissionais tem conhecimento superficial sobre o tema 
fertilidade do solo, entendendo sobre o funcionamento, mas, no entanto não 
compreendem o porquê de determinados conceitos, fórmulas e relações, como por 
exemplo: muitos sabem que o fósforo fica mais disponível com o aumento do pH e que 
em pH acima de 7, a sua disponibilidade diminui e depois volta a aumentar, no entanto 
não conhecem sobre o porquê desse comportamento. 
 Diante disso, o objetivo do trabalho foi buscar respostas que fundamentam o 
conhecimento, até então superficial, de algumas questões da Fertilidade. 
 
 
 
 
6 
 
O 
OH 
 Em relação à pergunta sobre a diferença da disponibilidade de H
+
 entre os 
grupos ativos da Matéria orgânica (M.O), os principais grupos são: carboxílico, 
fenólico e alcoólicos. 
 
 A tendência de disponibilizar H
+ 
pelos grupos funcionais da M.O, é dada pelo 
caráter ácido de cada espécie, sendo esse caráter ácido, explicado de acordo com 
Bronsted-Lowry que fala da tendência de doar prótons. Quanto mais forte for o ácido, 
maior é a sua capacidade de ionização em solução aquosa, ou seja, mais facilmente 
libera H
+
. 
 O ácido carboxílico tem capacidade de ionização a pH entre 4 e 5 ou até menos, 
visto que seu PCZ < 3. Os fenóis e alcoóis se ionizam a pH a partir de 8. Diante disso, o 
grupo carboxílico libera H
+
 a menores pH, onde na maioria dos nossos solos naturais 
isso já ocorre. Para que os outros grupos venham liberar H
+
 é necessário elevar muito 
esse pH, tornando o solo alcalino que pra a agricultura é inviável. 
 O que pode explicar esse caráter ácido e consequentemente á capacidade de 
liberar H
+
 são dois efeitos eletrônicos: Efeito de ressonância e indutivo. Os dois efeitos 
provocam a distribuição desigual dos elétrons na molécula. 
 Em relação ao efeito de ressonância, ocorre uma movimentação de elétrons 
resultando em duas ou três estruturas equivalentes, mas com arranjo eletrônico 
diferente. Isso dá estabilidade. 
 No caso do fenol os elétrons são empurrados para o anel deixando a hidroxila 
com déficit. Isso enfraquece a ligação OH dando um caráter ligeiramente ácido. Com 
isso pode-se formar três estruturas equivalentes (Figura 1). 
 
Figura 1: Fenol 
 
 Em relação ao ácido carboxílico ocorre uma transferência deixando a hidroxila 
mais fraca,mas nesse caso forma-se duas estruturas equivalentes (Figura 2). E quanto 
maior é o número de estruturas mais forte é o ácido, no entanto o ácido carboxílico é 
mais forte porque ele forma estruturas canônicas são equivalentes, enquanto que no 
fenol as estruturas são diferentes e isso confere uma maior estabilidade ao grupo 
carboxílico e consequentemente ele libera H
+
 mais rapidamente. (No álcool não ocorre 
ressonância). 
Figura 2: Ácido carboxílico 
 
H3C C 
 
7 
 
 Outro efeito importante é o efeito indutivo, onde ocorre o deslocamento de 
elétrons da ligação carbônica. No caso dos elementos eletronegativos (Cl, Br, F, I) há 
um efeito de atração, ou seja, o elemento eletronegativo puxa para si elétrons e o 
carbono fica deficiente, com isso, o carbono tenta compensar puxando para si e assim 
vai gerando polarização. No caso dos elementos com H3C como ocorre com o álcool 
somente há repelência, tornando-o menos ácido e com menor capacidade de liberar H
+
, 
já nos grupos carboxílicos e fenóicos ocorre atração dando maior estabilidade e 
consequentemente, maior capacidade de liberar H
+
`. 
 Em relação à pergunta sobre a afirmação de que cmol / dm
3
 é equivalente a 
Ton / ha é explicada da seguinte forma: 
 Inicialmente considera-se que o calcário vai ser aplicado numa profundidade de 
20cm. Então o volume de um hectare de solo na profundidade de 20cm é representado 
da seguinte forma: 
V = 100 x 100 x 0,2, V = 2000m
3
 ou 2 x10
6
 dm
3
. 
O calcário é equivalente a CaCo3, ou seja, corretivo com PRNT de 100%. 
CaCo3 possui 20molc / kg. Então: 
20 molc ---------------------- 1kg 
X molc ----------------------- 1000kg (1 ton) 
 
X = 20000 molc / 1ton ou 2 x 10
4
 molc / 1ton = 2 x 10
6
 cmolc / ton , Se: 
Em 1 ton tem-se 2 x 10
6
 cmolc e em 1ha tem-se 2 x 10
6
 dm
3
. 
Então: 
𝑡𝑜𝑛
ℎ𝑎
=
 2 x 106 col c
2 x 106 dm3
 , 
𝑡𝑜𝑛
ℎ𝑎
=
 2 x 106 col c
2 x 106 dm3
, 
𝑡𝑜𝑛
ℎ𝑎
=
 1 col c
1 dm3
. ESTÁ PROVADO 
 
OBS: O 0,2m da fórmula foi resultado da transformação de 20cm de profundidade. 
OBS: Foi dito que CaCo3 possui 20 molc/kg devido, 
1mol de CaCo3 = 40 + 12 + (16x3) = 100g, 
Como 1mol de CaCo3 = 2molc (devido a carga do Ca
2+
), 
Então: tem-se 50g/ mol de CaCo3. 
Se, 
1mol ------------ 50g 
Xmol ------------1000g ( 1kg), x = 20 mol c /kg 
 
 
8 
 
Al 
 A explicação sobre a maior disponibilidade dos micronutrientes aniônicos 
em pH elevado é a seguinte: 
 Inicialmente a disponibilidade de molibdênio (Mo) é dependente de pH, pois são 
adsorvidos na superfície dos minerais primários, secundários e queatados com a matéria 
orgânica do solo. 
 O Mo tem um comportamento semelhante ao do fósforo (P), ou seja, em pH 
ácido o Mo precipita com íons de ferro (Fe) e alumínio (Al) na solução (Esquema 1) e é 
adsorvido pelos óxidos de Fe e Al na fase sólida do solo ( Figura 3), entretanto em pH 
elevado ( pH >7) o Mo forma composto solúvel com Ca ( diferentemente do P que 
forma composto insolúvel). 
 Diante disso, com o aumento do pH essa precipitação e adsorção diminui, 
aumentando a disponibilidade de Mo. Co o aumento do pH o ácido molibdico 
(H2MoO4) se dissocia em HMoO4
-
 que posteriormente se dissocia a MoO4
2
-. NO 
entanto existe afirmação que HMoO4- ocorre em pH ácido e se precipita com Fe e Al na 
solução. 
 
Esquema 1 
HMoO4
-
 (solúvel) + Al(OH)2
+
 (solúvel) Al(OH)2 HMoO4 (sólido) 
 
HMoO4
-
 (solúvel) + Fe(OH)2
+
 (solúvel) Fe(OH)2 HMoO4 (sólido) 
 
Figura 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Com a adição de OH
-
 ocorre a desorção dos íons molibidato,ou seja, troca do 
molibidato pela OH
-
 ( essa troca ocorre porque a ligação ocorre, principalmente, nas 
arestas quebradas, ficando exposto). 
O 
Al 
OH 
OH 
OH + HMoO4- 
Al 
OH 
OH 
 HMoO4- + OH- 
9 
 
 Com o cloro (Cl) acontece de forma semelhante: solos ácidos o Cl
-
 é adsorvido 
nos óxidos de Fe e caulinita. A adsorção é de maneira similar ao MoO4
2
, Po4
3-
 E So4
2-
, 
no entanto é o micronutriente com menor poder de adsorção. 
 Em relação ao boro (B) acontece o processo inverso. Por isso que esse aumento 
é até pH 7 e depois diminui, pois com pH acima de 7 aumenta a adsorção desse 
elemento com os óxidos, ácidos carboxílicos e fenólicos da MO, diminuindo sua 
solubilidade ( Figura 4 e 5). 
Outra explicação é: Elevando-se o pH, o valor da relação H2BO3 /H3cresce, isto 
é, a % de ionização do ácido bórico aumenta, favorecendo uma adsorção maior pelo 
solo. Por outro lado, aumentando o pH do solo, há uma tendência em diminuir as cargas 
positivas dos componentes coloidais do solo, e com isso poderia haver um decréscimo 
na retenção do boro na forma de anion H2BO3
-
. 
 
Figura 4: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: 
R 
 
R 
A lixiviação não é intensa devido a características de concentração e 
solubilidade desses elementos. 
 
 No que diz respeito a hidrólise do alumínio (Al), foi perguntado sobre a 
partir de que pH começa a ocorrer a hidrólise, porque e como ocorre? Quais 
fatores interferem? E o que significa Al(OH)4
-
?O Al presente nos coloides do solo são deslocados dos sítios de troca e vão para 
a solução do solo. A presença de Al e H na solução é devido a remoção dos cátions 
básicos, e com esse aumento do Al aliado a presença de água ocorre o processo de 
C 
 Si 
 O 
 Al 
+ B OH 
HO 
HO 
OH 
OH 
 Si 
 O 
 Al 
O 
O 
B OH + 2H2O 
+ 
O 
OH 
OH 
B OH 
HO 
HO 
C 
O 
O 
O 
B OH + 2H2O 
10 
 
hidrólise que começa a ocorrer apartir do pH 3 ( isso é explicado pela concentração de 
Al, ou seja, pela sua atividade). 
 O Al na solução do solo encontra-se ligado por 6 moléculas de água em 
configuração octaedral ( 𝐴𝑙(𝐻2𝑂)6 3+ ( o 𝐴𝑙(𝐻2𝑂)6 3+ é considerado o único 
alumínio trocável e está presente em quantidades apreciáveis em solos com pH < 5,5), 
onde a pH inicia o processo de hidrólise sendo que a água funciona como base 
(𝐻3𝑂+) e Al sede prótons, onde cada molécula de Al produz 3 mols de 𝐻3𝑂 +
 (Figuras 6 e 7). A medida que se eleva o pH da solução,as moléculas de água perdem 
𝐻 +, ou seja, ocorre polimerização do OH e com isso ocorre a perda de 𝐻 +. no pH 5,5 
todo Al solúvel será totalmente hidrolizado, não havendo mais atividade, no entanto 
ocorre formação de outras espécies de Al como [𝐴𝑙(𝑂𝐻)(𝐻2𝑂)5]2+, 
[𝐴𝑙(𝐻2𝑂)4(𝑂𝐻)2]+ e [𝐴𝑙(𝐻2𝑂)3(𝑂𝐻)3]0 que permanece estável até pH 9,0, sendo 
que a última espécie citada precipita entre pH 5 e 7 sendo considerada uma espécie 
anfótera ( se comporta como ácido ou base) que reage com outros ácidos ou bases, se 
dissolvendo e formando, principalmente, o íon Aluminato ([𝐴𝑙(𝑂𝐻)4]−. 
Os fatores que interferem na hidrólise do alumínio são: Ph da solução, Presença 
de ânions orgânicos, tipo do mineral, formação de complexos, Atividade do ácido 
(H2SiO4) e A inibição da cristalização. Quanto maior o pH mais rápida é a hidrólise. A 
presença de ânions orgânicos aumenta a porcentagem de Al adsorvido eliminando ou 
reduzindo a hidrólise. Solos ácidos com predomínio de argila 1:1 e oxi-hidróxidos pode 
aumentar muito o teor de Al na solução, aumentando significativamente a hidrólise. A 
formação de complexos inibe a hidrólise. O acúmulo de óxidos de alumínio depende 
principalmente da atividade do Si em solução. Assim a precipitação da gibbsita por 
dissolução de caulinita só é possível se a atividade do H4SiO4 em solução for inferior a 
0,5 mg.L
-1
. A inibição da cristalização aumenta com a concentração de íons estranhos, 
de ânions orgânicos (mineralização da matéria orgância), e, com o decréscimo do pH 
(condições muito ácidas) 
 
Figura 6: 
 
Figura 7: 
 
11 
 
 Quanto à liberação de H
+
 pelos argilominerais silicatados e os oxi-
hidróxidos, foi verificado como cada um libera e qual dos dois libera mais H
+
. 
Essa liberação ocorre a partir da dissociação da hidroxila nas arestas quebradas 
dos argilaminerais, oxihidróxido de ferro e de alumínio e da matéria orgânica liberando 
(H
+
) para a solução acidificando o solo. Isso acontece devido ao aumento do pH. As 
arestas dos minerais de argila como, por exemplo, montmorilonita e caulinita possuem 
sítios ativos originados por O periféricos nas bordas do mineral, que não tem sua 
valência completamente satisfeita (apresentam uma coordenação incompleta por 
estarem ligadas a apenas um átomo Al ou Si, sendo diferenciados, respectivamente, em 
grupo aluminol (-Al-OH) e silanol (-Si-OH)) Destaca-se que o grupo silanol são em sua 
maioria, são neutros, pouco ativos, na faixa de pH 2 a 8. 
Os sítios ativos formados por OH ligados aos cátions terminais possuem nas 
bordas comportamento anfótero, isto é, podem se comportar como ácidos ou com bases, 
ou de outra forma, podem apresentar cargas elétricas de superfície positivas ou 
negativas. Para formação da carga positiva deve-se a adsorção de próton (o íon de 
hidrogênio H
+
), enquanto que para formação de uma carga negativa é necessário a 
dissociação de uma hidroxila (OH
–
) da superfície. 
Quando o pH se eleva, o hidrogênio do radical hidroxila dissocia-se, ficando o 
mineral de argila com o oxigênio da hidroxila tendo uma valência ligada ao alumínio ou 
ao silício da rede cristalina e a sua outra valência prendendo fracamente o hidrogênio, o 
qual se torna facilmente trocável. A presença de milhares destes radicais, nessa situação, 
dão às partículas dos colóides um caráter eletronegativo. As partículas ficam envolvidas 
por hidrogênio e outros cátions que são adsorvidos por troca, com os hidrogênios 
ligados fracamente (eletrovalência). Este fenômeno é a principal fonte de cargas 
negativas dos minerais de argila (tipo 1:1). Os hidrogênios assim ligados por covalência 
aos minerais de argila originam as chamadas cargas dependentes do pH. 
A reatividade dos grupos OH terminais depende, portanto, de condições externas 
aos minerais, isto é, do pH da solução do solo (concentração de H
+
). Desta maneira, os 
grupos OH terminais formam sítios de carga variável, presente nas caulinitas e nos 
óxidos pelo qual essas superfícies são mais reativas nas arestas que na superfície basais. 
Nos minerais 2:1, a dissociação de H
+
 nas arestas é pouco significativa em comparação 
aos hidróxidos de ferro e de alumínio, e minerais do grupo 1:1 (caulinitas). Dentre os 
argilominerais silicatados, existe diferença quanto às cargas. Ao comparar as argilas 2:1 
com as 1:1, nota-se que a primeira é tem maior número de cargas permanentes, tendo 
apenas de 5 a 10% de cargas dependentes de pH. 
O oxigênio (O
-
) acoplado ao H
+
 da solução do solo forma os grupos OH. Os 
grupos OH
-
 são sítios ativos nos argilominerias silicatados tanto nos 2:1 quanto nos 1:1. 
Quando o pH se eleva (tendendo a basicidade), o hidrogênio do radical hidroxila 
dissocia-se, ficando o mineral de argila com o oxigênio da hidroxila tendo uma valência 
ligada ao alumínio ou ao silício da rede cristalina, e a sua outra valência prendendo 
fracamente o hidrogênio, o qual se torna facilmente trocável. E serão esses hidrogênios 
que irão para a solução do solo acidificando-a. 
12 
 
No entanto, o ponto chave para interpretar essa dissociação é o Ponto de Carga 
Zero (PCZ) que é o valor de pH em que o número de cargas negativas é igual ao número 
de cargas positivas. É valor em que ocorre a protonação ou desprotonação, ou seja, 
adsorção ou difusão de hidrogênio. Nos argilominerais 2:1 (esmectita e vermiculita) 
ocorre predomínio de cargas negativas, mesmo para valores de pH baixo devido à 
ausência de PCZ, nas caulinitas minerais 1:1 o PCZ apresenta valor de 3,5, ou seja, 
conferindo-lhe predomínio de cargas negativas na maioria das condições de solos, pois 
a partir do pH de 3,5 o hidrogênio do radical hidroxila dissocia-se, liberando H
+
 para a 
solução. Enquanto que nos oxihidroxidos de ferro e de alumínio, goetita (α FeOOH), 
lepidocrocita (γ FeOOH), gibsita (α Al(OH)3), boemita (γ Al(OH)3) e óxidos amorfos de 
ferro (Fe(OH)3.nH2O) e de alumínio (Al(OH)3.nH2O), a formação de carga superfical 
negativa variável é atribuída à dissociação do hidrogênio do grupo hidroxila. Como os 
óxidos de ferro possuem PCZ de 8,5 o hidrogênio não se dissocia, a não ser que a 
solução do solo alcancasse este pH (Surreal). Sendo assim, esses óxidos, em condições 
normais de pH de solos, apresentam cargas superficiais positivas, conferindo-lhe 
Capacidade de Troca Aniônica (CTA). 
Diante disso, nota-se que os argilominerais silicatos liberam maior quantidade de 
H
+
 para a solução, quando comparado aos óxidos de ferro e de alumínio. 
 
Em relação ao polifosfato, foi verificada a sua utilidade e suas diferenças 
para os ortofosfatos. 
 
Os polifosfatos (Figura 8) são cadeias fosfatoscondensados, bem concentrados 
em fósforo, contendo mais de um átomo de fósforo na molécula sendo bastante solúvel 
em água, com isso diminui os custos de manipulação transporte, armazenagem além de 
ser rico em nitrogênio, devido a características de preparo, diferentemente dos 
ortofosfatos. 
Nos últimos anos tem-se verificado uma tendência de adoção de fertilizantes 
fosfatados mais concentrados para minimizar os custos com frete deste insumo. A opção 
por fertilizantes fosfatados mais concentrados com baixo teor de enxofre tem implicado 
no aparecimento de deficiência deste elemento. 
Figura 8: 
 
Polifosfatos sequestram os micronutrientes metálicos de modo que eles podem 
manter maiores concentrações desses cátions em solução do que os ortofosfatos. Os 
13 
 
polifosfatos, entretanto, são instáveis no solo e se hidrolisam para ortofosfatos, e. 
Consequentemente, perdem suas propriedades de sequestro. 
 
Sobre a pergunta da aplicação conjunta do calcário e gesso, há muita 
controvérsia sendo que alguns defendem que a aplicação de calcário junto com o 
gesso agrícola reduz a ação do calcário como neutralizante da acidez do solo. Por ser 
mais solúvel, o gesso satura com cálcio a solução do solo e diminui a velocidade de 
reação de hidrólise do calcário. 
Outros pregam a aplicação do calcário antes do gesso agrícola em 60 a 90 dias e 
com boas condições de umidade no solo. O calcário precisa de umidade no solo para 
uma boa reação de suas partículas. Assim sendo, o Ca²+ e o Mg²+ ocupam o maior 
número de cargas negativas dos coloides do solo. Consequentemente, o valor do pH irá 
aumentar, pois o (CO3)² corrigirá a acidez do solo. Com a aplicação do gesso agrícola 
haverá um aumento dos íons Ca²+ e SO4- na solução do solo. O aumento do pH 
proporcionará uma menor adsorção do sulfato. O sulfato descerá com a água de 
percolação para a camada mais profunda do solo, levando junto cálcio e magnésio 
dissolvidos na solução do solo. O cátion K
+
 da solução do solo passa ocupar as posições 
dos íons H+, não percolando com facilidade. 
Há, ainda, os que pregoam a aplicação de gesso antes do calcário. Neste caso, a 
dissociação do gesso promoverá a ocupação do cálcio nos pontos de troca dos coloides 
do solo e, também, na solução do solo. Por sua vez, como não houve neutralização da 
acidez, o íon SO4² ficará adsorvido aos minerais do solo. Dessa maneira, a percolação 
do sulfato carregando Ca e Mg é bem menor. 
Há ainda quem defenda a aplicação conjunta do gesso com um calcário de ata 
reatividade e que seja dolomítico, onde resultados mostram vários benefícios. 
Disso tudo, chega-se à conclusão que a aplicação de calcário com antecedência 
ao gesso agrícola trará maiores benefícios, no entanto não descarta a aplicação conjunta 
como descrito anteriormente, tudo vai depender das condições adjacentes. 
 
Em Relação à fórmula da necessidade de gesso para correção de solos 
sódicos (Equação 1). Ela parte do princípio da remoção do sódio (Na) dos sítios de 
troca através da entrada de Ca, pois o gesso satura a solução com Ca que desloca Na 
para a solução ficando passível de ser lixiviado. Por isso que a correção de gesso tem 
que ser aliada a uma lamina de lixiviação e uma boa drenagem do solo para 
complementação do resultado. 
 
Equação 1: 
 
 𝑁𝐺 = [(𝑃𝑆𝑇𝑖 − 𝑃𝑆𝑇𝑓) 𝑥 𝐶𝑇𝐶 𝑋 86 𝑋 ℎ 𝑋 𝑑]/100 
 
 Essa fórmula mostra que o objetivo da gessagem é eliminar ou diminuir a 
porcentagem de saturação de sódio (PSTi) que representa o valor encontrado no 
cálculo, em relação ao teor de sódio na análise do solo, ou seja, o quanto de sódio 
trocável representa da CTC potencial do solo. A redução leva aos valores desejados 
(PSTf). A CTC a pH 7 é usada porque estamos diminuindo o teor de sódio da CTC. O 
número 86 representa o peso equivalente do gesso agrícola CaSO4.2H2O = 
40+32+(16x4) + 2 x (1x2 + 16) = 172 que dividido pela valência 2 = 172/2 = 86. O h é 
14 
 
a profundidade que se quer corrigir e d é a densidade do solo. Dividido por 100 para 
eliminar a porcentagem, já que os valores de sódio estão calculados em forma de 
porcentagem. Sobre o porquê que o resultado é dado em ton / ha isso já foi explicado na 
questão da calagem. 
Quanto o equilíbrio entre solo e solução? E quais fatores que interferem na 
troca dos elementos: 
A disponibilidade dos nutrientes às plantas dependerá da dinâmica dos 
elementos na fase sólida e na solução e isso é controlado pela busca do equilíbrio pelo 
solo. A fase sólida do solo é uma mistura heterogênea de compostos orgânicos e 
minerais, cujas superfícies apresentam cargas permanentes ou dependentes de pH, que 
estão em equilíbrio com os íons de carga oposta presentes na solução do solo, formando 
um sistema denominado complexo de troca do solo. É a fase sólida do solo, portanto, 
que irá determinar o ambiente químico às raízes das plantas, afetando a composição e a 
atividade dos íons na solução do solo por meio do princípio de produto de solubilidade e 
de reações de sorção. Os cátions tendem a ser trocado no solo através de vários fatores 
que serão citados abaixo. Na medida que um cátion ou ânion é deslocado do complexo 
de troca por outro elemento, o solo tende a manter o equilíbrio. EX: quando se aumenta 
o pH do solo através da reação da hidroxila com os íos H
+
 da solução do solo formando 
água, os colóides do solo tendem a repor a solução do solo na mesma concentração os 
íos H
+
. Isso é chamado de poder tampão do solo 
Os fatores que interferem na troca de elementos são: Valência do cátion, 
hidratação do íon, concentração da solução do solo, tamanho do cátion, seletividade do 
colóide e cátion complementar. 
Em relação a valencia do cátion, quanto maior a valência, mais fortemente 
adsorvido será o cátion. O H
+
 é fortemente adsorvido, comportando-se como se fosse 
polivalente. 
A respeito da hidratação, quanto maior o grau de hidratação, menos fortemente o 
cátion será adsorvido. Ex: sequencia de cátions monovalentes Li
+
 > Na
+
 > K
+
 > NH4
+
 
Sequencia de cátions divalentes Mg
2+
 > Ca
2+
 > Sr
2+
 > Ba
2+
. 
Sobre a concentração da solução do solo, provocará uma maior adsorção do 
mesmo, deslocando os demais cátions adsorvidos que estão em menor concentração. 
A respeito do tamanho do cátion, quanto maior o cátion mais fortemente o 
mesmo será adsorvido. 
Sobre a seletividade do colóide, certas argilas evidenciam maior preferência para 
adsorção de certos cátions. Ex: 
Ilita: Al > K > Ca > Mg > Na 
Caulinita: Ca > Mg > K > Al > Na 
Montmorilonita: Ca > Mg > H > K > Na 
Matéria Orgânica: Mn > Ba > Ca > Mg > NH4 > K > Na 
Em relação ao cátion complementar, a substituição de um determinado cátion 
adsorvido por outro depende da quantidade de outros que estejam adsorvidos ou em 
solução. 
 
Em relação a questão sobre como ocorrem as ligações covalentes e de 
eletrovalência, A adsorção como resultados de forças eletrostáticas ou ligação por 
eletrovalência (também chamado de ligação não específica ou de esfera externa) ocorre 
entre cátions presentes na solução do solo e a superfície carregada com cargas negativas 
dos coloides. Estas interações eletrostáticas ocorrem quando um íon carregado entra no 
15 
 
campo de influência de uma superfície sólida com carga líquida superficial de sinal 
contrário. Esse tipo de adsorção é de baixa energia, ou seja, os metais encontram-se em 
equilíbrio dinâmico com a solução do solo. Nesse caso ocorre hidratação, onde as 
moléculas de água formam ligações entre o íon adsorvido e a superfície coloidal 
eletricamente carregada. As vezes várias moléculas de água são incluídas. Dessa 
maneira, o íon por si só, não conseguese aproximar o suficiente da superfície coloidal, 
por isso que o íon é fracamente adsorvido. 
Também ocorre a ligação por covalência, também chamada de ligação de esfera 
interna ou adsorção específica, se deve a elevada afinidade existente entre a superfície 
adsorvente e os cátions livres em solução. Neste tipo de adsorção os íons penetram na 
estrutura do átomo e ligam-se por meio de ligações covalentes ou iônicas com os grupos 
O e OH da superfície do solo. Este mecanismo de adsorção explica a razão pelo qual o 
solo adsorve determinados íons em concentrações superiores à capacidade de troca 
catiônica. Enfim, é uma ligação que não requer a participação da molécula de água. 
 
A respeito da pergunta sobre por que um elemento ligado covalentemente 
não é reversível como o trocável, na verdade, na ligação covalente, que é uma 
ligação química caracterizada pela organização de um ou mais pares de elétrons 
entre átomos, causando uma atração mútua entre eles, que mantêm a molécula resultante 
unida., ocorre da seguinte forma: 
Átomos tendem a compartilhar elétrons de modo que suas camadas 
eletrônicas externas sejam preenchidas e eles adquiram uma distribuição eletrónica mais 
estável. A força dessas ligações é maior que a das interações intermoleculares e 
comparável à da ligação iônica. Ligações covalentes normalmente ocorrem entre 
átomos com eletronegatividades similares e altas (geralmente entre dois não-metais), 
dos quais remover completamente um elétron requer muita energia. 
Esse tipo de ligação tende a ser mais forte que outros tipos de ligações, como a 
iônica. Ao contrário das ligações iônicas, nas quais os íons são mantidos unidos por 
atração coulômbica não direcional, ligações covalentes são altamente direcionais. Como 
resultado, Moléculas covalentemente ligadas tendem a formar-se em um número 
relativamente pequeno de formas características, exibindo ângulos de ligação 
específicos. 
 
Em relação à questão a absorção de nutrientes pelas plantas e da 
sintomatologia diferenciada, As plantas absorvem nutrientes, principalmente, por duas 
vias: simplasto e apoplasto, ou seja, ativo e passivo. 
O mecanismo de absorção ativo trata da ocupação do simplasto radicular, com 
isso os nutrientes atravessam a barreira lipídica da plasmalema, atingindo o citoplasma 
onde o elemento pode chegar ao vacúolo depois de vencer uma barreira representada 
por tonoplasto. Para isso, a célula tem que gastar energia (ATP) fornecida pela 
respiração, uma vez que os nutrientes caminham de uma região de menor para maior 
concentração. O mecanismo ativo é lento e irreversível, ou seja, os nutrientes só deixam 
o citoplasma e o vacúolo forem danificadas. 
Por tanto, as membranas plasmáticas são as responsáveis pela seletividade na 
absorção de cátions e ânions e constituem-se numa eficaz barreira para difusão de íons 
16 
 
para o citoplasma ou no sentido contrário, do citoplasma para a região de menor 
concentração. 
Em relação ao mecanismo de absorção ativo corresponde a ocupação do 
apoplasto radicular, onde o elemento entra sem que a célula gaste energia, deslocando-
se de uma região de maior concentração para uma de menor concentração, a qual 
corresponde á parede celular, espaços intracelulares e superfície externa do plasmalema. 
Os mecanismos passíveis são reversíveis e rápidos. 
A região de menor concentração compreende o espaço livre de água no qual os 
íons são livremente acessíveis e o espaço livre de Donnan onde, devido à presença de 
cargas negativas originadas de radicais carboxílicos dos componentes da parede celular, 
os cátions podem acumular por troca iônica e os ânios são repelidos. A distribuição no 
espaço livre de Donnan é a mesma que ocorre na superfície carregada negativamente de 
partículas de argila no solo. Os cátions divalentes apresentam uma troca preferencial 
nesses sítios. As plantas diferem consideravelmente na capacidade de troca de cátions 
(CTC) nas suas raízes. Embora a CTC não seja um passo essencial na passagem dos 
íons através da membrana plasmática para o citoplasma, a mesma apresenta um efeito 
indireto que é o aumento da concentração de cátions no apoplasto. 
Os sintomas de deficiência de nutrientes das plantas correspondem à expressão 
da desordem metabólica resultante do suprimento insuficiente de um elemento 
essencial. Estas desordens estão relacionadas com a função e mobilidade dos 
nutrientes na planta. 
Um exemplo é a deficiência de nitrogênio(N) que produz inicialmente clorose 
nas folhas que se deve ao fato de que o N faz parte da molécula de clorofila e de todas 
as proteínas (inclusive enzimas). Esse sintoma inicia-se nas folhas velhas e 
posteriormente progridem para as folhas mais novas devido ao N ser altamente móvel 
na planta. 
 
Sobre a questão que trata da relação entre o tipo de transporte do nutriente 
até a planta e sua forma de adubação, O elemento como o nitrogênio (N) que se 
movimente quase que totalmente por fluxo de massa, pode ser adubado á lanço e em 
cobertura, pois parte tem que ser aplicado quando a planta já possui raízes, pois com 
isso há geração de fluxo através da evapotranspiração. Não esquecendo que esse 
nutriente pode ser perdido. 
No caso do fósforo(P) tem que ser aplicado próximo as raízes, pois o seu 
movimento, em grande parte, é por difusão, ou seja, é um elemento praticamente 
imóvel. Além disso, não necessita da geração de fluxo das raízes e com isso é aplicado 
todo no início. 
 O potássio (K
+
) tem que ser aplicado próximo às raízes devido se movimentar, 
quase totalmente, por difusão ( devido a sua baixa concentração no solo) e tem que ser 
aplicado em cobertura(parcelado) por ser muito perdido no solo devido ao processo de 
lixiviação. 
Em relação a cácio (Ca
2+
) e Magnésio (Mg
2+
) são aplicados a lanço, devido ao se 
movimentarem por fluxo de massa. 
Sobre os micronutrientes catiônicos (Fe
2+
, Cu
2+
, Mn
2+
, Zn
2+
), eles podem se 
aplicados próximo as raízes devido a serem transportados principalmente difusão e por 
ter muita influencia da interceptação radicular. 
Molibdênio (Mo), Boro (B) e Enxofre (S) devem ser aplicados distante do 
sistema redicular e parcelados, pois se movimentam por fluxo de massa e se perdem 
facilmente no solo, ou são influenciados por adsorção etc. 
 
17 
 
A respeito da questão sobre como determinar e calcular a CTC efetiva e 
potencial do solo, a CTC efetiva do solo que corresponde a capacidade efetiva de um 
solo em reter cátions próximos do seu pH natural, sendo calculada pelo somatório da 
soma de bases com o teor de Al trocável (t = S + Al³). Os valores são expressos em 
cmoc/dm³ ou mmolc/dm³. 
A CTC potencial ou CTC a pH 7 corresponde a capacidade de um solo reter 
cátions a pH 7 ou O máximo de cargas negativas que seriam liberadas a pH 7,0 para 
serem ocupadas por cátions". A CTC a pH 7,0 (T) diferencia-se da CTC efetiva a pH 
natural (t), pois ela inclui o H. O íon H encontra-se em ligação covalente, muito forte, 
com os óxidos de ferro e alumínio, e o oxigênio (O) dos radicais orgânicos. A CTC 
potencial é calculada pelo somatório da soma de bases com o hidrogênio e Al (T = S + 
(H + Al³). 
Se desejamos liberar cargas negativas que estão ocupadas pelo H na CTC a pH 
7,0 devemos elevar o pH do solo acima de 5,5. Nesta faixa não existe mais o Al³ 
trocável. Em certas culturas, quando se aplicam doses elevadas de calcário ele irá 
neutralizar parte destes íons H ou acidez não trocável. 
A CTC pode ser determinada diretamente, onde o processo direto baseia-se na 
saturação do complexo de troca com um cátion-índice, seguida por sua extração e 
determinação, ou seja, satura-se o solo com um determinadocátion, a seguir lava-se o 
excesso destes cátions com um líquido de baixa polaridade (álcool isopropílico ou 
etílico), desloca-se o cátion adsorvido com outro e determina-se o cátion deslocado, 
obtendo assim a CTC do solo. Ou através de cálculos matemáticos já expostos acima. 
 
Em relação a questão sobre num solo em que a CTC potencial (CTC a pH 
7) é de 5,75cmolc/dm
-3
 e desejo obter 5% de K na CTC. Quanto de K preciso 
colocar no solo? Sendo que o solo já possui 20mg/dm
-3
 de K. A resposta é dada a 
baixo. 
 
5,75 cmolc/dm
-3
 ----------------------------- 100% 
 X -------------------------------5% 
100x = 28,75 x = 28,75/100, x = 0,2875 cmolc/dm
-3
 de K 
1cmolc/dm
-3
 de K --------------------------------391,02 mg de K 
 x -----------------------------------20 mg de K 
x = 20 x 1 /391,02, x = 0,051 cmolc/dm
-3
 de K que há no solo, como desejo 0,2875, 
então preciso adicionar ao solo. 0,2875 – 0,051 = 0,2365 cmolc/dm-3 de K ou, 
1 cmolc/dm
-3
 de K ----------------------------- 391,02 mg/dm
-3
 de K 
 0,2365 cmolc/dm
-3
 de K -------------------------------x 
 
X = 0,2365 x 391,02 = 92,47mg = 0,092 g/dm
-3
 de K 
18 
 
No que diz respeito a pergunta que trata de um solo que possui 20g/kg
-1
 de 
M.O.S e desejo obter 30g/kg
-1
 de M.O.S. Quanto de M.O.S devo adicionar em 1 
hectare e quanto de insumo orgânico devo adicionar, sendo que o insumo possui 
35% de M.O.S e a densidade do solo é igual ha 1 t/m
-3
 ou 1kg/dm
-3
. Diante disso, a 
resposta é a seguinte. 
Se há no solo 20g/kg
-1
 de M.O.S e desejo obter 30g/kg
-1
 de M.O.S, então preciso de 
10g/kg
-1
 de M.O.S 
Se em, 
1kg -----------------------------10g de M.O.S 
1t ( 1000kg) ------------------ x, 
 
X = 10000g/ 1t 
 
Em 1ha há 2 000 m
-3
 x 1t/m
-3
 = 2000t, 
Se em 1t ----------------------10000g 
 2000t-------------------x, 
 
X = 20000000g 0u 20000kg ou 20t de M.O.S 
 
Quantos de insumo? 
Se, 
100 t de insumo ------------------ 35 t de M.O.S 
 X ------------------- 20t de M.O.S 
 
X = 2000/35 = 57,14 t de insumo orgânico 
Quanto a Pergunta sobre quanto de Ca e Mg é adicionado com a calagem 
ao solo, sendo que o calcário é dolomítico: 19% de MgO e 27% de CaO. A resposta 
é dada abaixo. 
1t (1000kg) calcário -------------------190 kg de MgO ou, 
 
19 
 
MgO ------------190kg 
Mg ---------------x, x = 190 x 24,312 / 40,312, x = 114,58kg de Mg 
 
Porém, é 114,58 kg de Mg/2000000dm
3
 e é 57,29mg /dm
3
 de Mg 
Para cmolc/dm
3
, faz-se: 
1 cmolc/dm
3
 de Mg -----------------------121,56 mg/ dm
3
 de Mg 
 X ------------------------- 57,29 mg/ dm
3
 de Mg, 
 
X = 0,47 cmolc/dm
3
 de Mg é adicionado na calagem 
 
1t (1000kg) calcário -------------------270 kg de CaO ou, 
 
CaO ------------270kg 
Ca ---------------x, x = 270 x 40 / 56, x = 192, 85 kg de Ca 
 
Porém, é 192, 85 kg de Ca/2000000dm
3
 e é 96,42mg /dm
3
 de Ca 
Para cmolc/dm
3
, faz-se: 
1 cmolc/dm
3
 de Ca -----------------------200 mg/ dm
3
 de Ca 
 X ------------------------- 96,42 mg/ dm
3
 de Ca, 
 
X = 0,48 cmolc/dm
3
 de Ca é adicionado na calagem 
 
No que diz respeito ao cálculo da lamina de lixiviação, com relação ao último 
procedimento das práticas culturais para atenuar os problemas de salinidade, 
normalmente, na irrigação por superfície, no qual se emprega grandes quantidades de 
água e, face à baixa eficiência desse método de irrigação, quase sempre é desnecessária 
a aplicação de quantidade adicional de água para satisfazer as necessidades de lixiviação 
de sais, devido as perdas de água por percolação, inerentes à estes sistemas. Mesmo 
assim, as necessidades de lixiviação de sais devem ser calculadas. Inicialmente, calcula-
se o fator de lixiviação, de acordo com a Equação a seguir, 
20 
 
LL = CEAi/5 x CEEs – CEAi 
Onde LL representa lamina de lixiviação; 
 CEAi = condutividade elétrica da água de irrigação, obtida a partir da análise de 
água [mmhos cm -1 ]; 
CEEs = condutividade elétrica do extrato de saturação do solo, obtida a partir da 
Tabela 6, em função do grau de diminuição do rendimento igual a 10%, [mmhos cm -1], 
Em relação co número 5 da fórmula, na verdade, o 5 x CEEs – CEAi surgiu 
como uma variação da formula anterior, onde é possível calcular a condutividade da 
água lixiviada ao longo da zona das raízes (CE dw) de uma forma mais precisa, 
eliminando a superestimação. 
Esta ultima variação da equação é a mais apropriada, pois há evidencias 
experimentais que as plantas não respondem de forma constante a uma zona medias de 
alongamento da raiz ao longo do perfil do solo. De acordo com Gardner (1983) a água 
do solo é inicialmente é extraída com maior intensidade na zona radicular mais 
superficial onde as raízes são mais abundantes, e que a extração de água do solo reduz 
gradativamente com a elevação da profundidade, dessa forma, a salinidade torna-se 
mais limitante nas zonas radiculares superiores. Além disso, há evidências 
experimentais de que as plantas vão extrair mais água do solo a partir das porções 
menos estressada da zona de alongamento das raízes para compensar a reduzida 
absorção de água da região da zona raiz mais estressada. 
O número 5 surgiu como parte dessa variação, pois busca-se aumentar em 5x a 
condutividade elétrica do extrato de saturação aumentando a diluição da lâmina de água 
limpa a ser aplicada. Essa condutividade elétrica está relacionada diretamente com a 
área de solução próxima ao sistema radicular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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estatístico do setor de fertilizantes - 2004. São Paulo, 2005. 162p. 
 
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LOPES, A.S.; GUILHERME, L.R.G. & SILVA, C.A.P. Vocação da terra. 2.ed. São 
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status of humaninduced soil degradation: An explanatory note. 2.ed. Nairobi, 
International Soil Reference and Information Centre, United Nations Environment 
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