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peixoto 19

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Pero de Góes da Silveira, parente do escritor Damião de
Góes, companheiro de Pero Lopes na exploração do Rio da
Prata, sob Martinho Afonso, teve S. Tomé ou Paraíba do Sul, de
Macahé às divisas do Espírito Santo. Veio à sua capitania,
plantou cana que trouxera de S. Vicente, montou engenhocas,
mas sofreu vicissitudes com os índios, matanças de colonos,
abandonando, por fim, suas terras, recolhido ao Reino.
Vasco Fernandes Coitinho teve o Espírito Santo, do
Itapemerim ao Mucuri. Desfrutava seu ócio de fidalgo rico, que
estivera na Índia, quando, à doação, vendeu tudo e saiu da
pátria, sem idéia de retorno; fundou Vitória, plantou cana, fez
engenho, mas demandou-se em maus hábitos e declinou
perdendo tudo, chegando a esmolar.
Pedro de Campos Tourinho teve Porto Seguro, que ia do
Mucuri até o Jequitinhonha. A princípio pacífica e ordeira, a
colônia progrediu com a pesca e o açúcar; sob os herdeiros
decaiu, vendida ao Duque de Aveiro.
Jorge de Figueiredo Corrêa teve os Ilhéus, do
Jequitinhonha ao Jaguaripe. Não veio o donatário ao Brasil: seu
nome foi dado, como invocação, à vila de S. Jorge dos Ilhéus.
Foi das prósperas capitanias até que, rebeldia e revoltas,
invasões de índios, a fizeram declinar.
Francisco Pereira Coitinho, do Jaguaripe, no extremo sul
da baía de Todos os Santos, ao rio de S. Francisco. Pereira
fundou ao lado da Graça, onde morava Diogo Álvares, a Barra,
muito tempo chamada “Arraial do Pereira” e, depois da cidade
nova de Tomé de Sousa, a “Vila Velha”. Os colonos
espalharam-se pelo recôncavo e desmandaram-se. Os índios
levantaram-se e o donatário teve de fugir em navios, que
naufragaram na costa de Itaparica, onde os selvagens comeram
o velho donatário... A família, refugiada em Ilhéus, sofreu
penúria.
Duarte Coelho, filho de Gonçalo Coelho, dos primeiros
exploradores, teve Pernambuco, do S. Francisco a Itamaracá.
Fundou Olinda e, aliado aos índios, a “Nova Lusitânia”, nome
da colônia, que prosperou com a cana de açúcar. Seu filho Jorge
de Albuquerque Coelho, continuou o prestígio e a riqueza.
Foram ambos inspiradores do poema “Prosopopéa”, e da
“Narração” de um naufrágio, o pai e o filho, aquele morto em
África, com D. Sebastião, este escapado do mar, numa travessia
do Atlântico, que conta e canta Bento Teixeira, português
originário do Porto, que assim inaugurou a literatura brasileira.
A João de Barros, o historiador, e Aires da Cunha, foram
dadas cem léguas, da baía da Traição à barra do Mossoró, Rio
Grande do Norte, ou do Jaguaribe, no Ceará. A Fernão Álvares
de Andrade coube a terra que ia do rio da Cruz, no Ceará, ate a
Ponta dos Mangues Verdes, no Maranhão. Da Ponta dos
Mangues à divisa entre Maranhão e Pará, era inda de Barros e
de Cunha. Como João de Barros e Álvares de Andrade não
pudessem vir, associaram-se a Aires da Cunha. A expedição
naufraga e dispersa-se no mar; os colonos sofrem fome e, em
embarcações improvisadas, alguns vão ter ao Haiti, donde não
puderam sequer tornar à pátria. Apenas João de Barros logroí
reaver dois filhos. Partidos em festa e fausto de Lisboa, vieram
encontrar a ruína e a catástrofe.
Antônio Cardoso de Barros, finalmente, teve terras entre
o Jaguaribe e Mundaú, além de Fortaleza, que veio a ser a
capital do Ceará: deste nem se sabe se tentou colonizar sua
capitania.
O “drama e a tragédia” das capitanias, pôde dizer um
historiador (João Ribeiro)... Apenas duas prosperam,
Pernambuco e S. Vicente. As outras tiveram contra si o
naufrágio, no mar, e, em terra, a rebeldia dos índios e a
desordem dos colonos. A penúria do donatário do Espírito
Santo dá tristeza, e o destino inclemente do da Bahia, horror.
Felizes os que não se meteram na aventura. Mas, ainda assim,
sistematicamente, a costa do Brasil ficou conhecida e as suas
possibilidades manifestas. O inimigo externo que as promovera,
os Franceses, ainda não estavam longe. Em 12 de Maio de 48,
de S. Vicente, Luiz de Góes(15) fazia a Dom João III exortação
patética: “Se com tempo e brevidade V. A. não socorre estas
capitanias e costa do Brasil... ainda que nós percamos as vidas e
fazendas, V. A. perderá a terra”. “E que nisto perca pouco,
aventura-se a perder muito... queira Deus não se vão (os
Franceses) a dobrar o Cabo de Boa Esperança...” (Hist. de
Colonização Port., t. III, p. 334).
Sem abolir o sistema das capitanias, o remédio seria o
governo geral, provendo ao Brasil, abandonado, com elas, aos
interesses regionais. Alguns donatários se agravariam, mas,
providencialmente, fora um deles, Pero de Góes, presente à
Corte, dos mais persuasivos: viria com o governador geral, por
capitão-mor da costa.
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