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Teorias naturalistas e Contratualistas

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Curso de Graduação em Direto 
CIÊNCIA POLÍTICA 
ORIGEM DA SOCIEDADE 
 
Professor: Dr. Márcio Renato Bartel 
 Teorias Naturalistas 
 
 
 
Aristóteles – séc. IV a.C – obra: 
 
A Política. 
“O homem é naturalmente um animal político” (ler A Política, cap. I e 
observar sua reflexão sobre: sociedade; autoridade; mulher; escravo). 
 
Só um indivíduo de natureza vil ou superior ao homem procuraria viver 
isolado. 
 
Os irracionais, que também se associam, formam meros agrupamentos 
formados pelo instinto. 
 
O homem é o único animal que possui razão; o sentido do bem e do mal; 
do justo e do injusto. 
 
Cícero – séc. I a. C – obra: 
 
Da República 
 
 
“A primeira causa de agregação de uns homens a outros é menos a sua 
debilidade do que um certo instinto de sociabilidade em todos inato; a 
espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas 
com uma disposição que, mesmo na abundância de todos os bens, a leva 
a procurar o apoio comum” ( Da República). 
 
Assim, não seriam as necessidades materiais o motivo da vida em 
sociedade; independente dela, há uma disposição natural dos homens 
para a vida associativa. 
 
Tomás de Aquino – 1225-1274 – obra: 
 
Summa Theologica 
 
 
“O homem é, por natureza, animal social e político, vivento em multidão, ainda mais 
que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade”. 
 
Como Aristóteles dissera que só os homens de natureza vil ou superior procuram 
viver isolados. 
 
A vida solitária é exceção, enquadrada em três hipóteses: 
a) Excellentia naturae – indivíduo virtuoso; 
b) Corruptio naturae – anomalia mental; 
c) Mala fortuna – naufrágio ou perder-se numa floresta. 
 
Ranelletti – 1868-1956 – obra: 
 
Istituzioni di Diritto Pubblico. 
 
Onde quer que se observe o homem, seja qual for a época, o homem é sempre 
encontrado em estado de convivência e combinação com os outros. 
 
O homem é induzido por uma necessidade natural, porque o associar-se é 
condição essencial de vida pela qual: 
O homem pode conseguir todos os meios necessários para satisfazer as suas 
necessidades; 
Conservar e melhorar a si mesmo, beneficiando-se das energias, dos 
conhecimentos, da produção e da experiência dos outros; 
Conseguir atingir os fins de sua existência, desenvolvendo o seu potencial de 
aperfeiçoamento intelectual, moral ou técnico. 
 
Portanto, a sociedade é um fato natural, determinado pela necessidade que o 
homem tem da cooperação de seus semelhantes para a consecução dos fins 
de sua existência. 
 
Essa necessidade não é apenas de ordem material. 
 
Além disso, a existência desse impulso associativo natural não elimina a 
participação da vontade humana. 
 
Consciente de que necessita da vida social, o homem deseja e procura 
favorece-la, e disso decorre o aperfeiçoamento ( o que não ocorre com os 
irracionais). 
 
Conclusão: a sociedade é o produto da conjugação de um simples impulso 
associativo natural e da cooperação da vontade humana. 
 
Teorias contratualistas 
Sustentam que a sociedade é, tão-só, o produto de um acordo de 
vontades; contrato hipotético celebrado entre os homens. 
 
Há uma diversidade de contratualismos, encontrando-se diferentes 
explicações para a decisão do homem viver em sociedade. 
 
O ponto comum entre eles, porém, é a negativa do impulso associativo 
natural, com a afirmação de que só a vontade humana justifica a 
existência da sociedade. 
 
Isso influencia nas considerações sobre: 
a) organização social; 
b) b) sobre o poder social; 
c) c) sobre o relacionamento dos indivíduos com a sociedade. 
 
Muitos autores pretendem ver o mais remoto antecedente do 
contratualismo em A República de Platão, uma vez que lá se faz 
referencia a uma organização social construída racionalmente. 
 
O que se tem, na verdade, é a proposição de um modelo ideal, à 
semelhança do que fariam os utopistas do século XVI (Thomas Moore – 
Utopia – Tommaso Campanella – A Cidade do Sol). 
 
Sem revelar preocupação com a origem da sociedade, esses autores 
procuram descrever uma organização ideal (vida futura sem preocupação 
em explicar a origem da sociedade). 
 
Seu único ponto de contato com os contratualistas seria a total 
submissão da vida social à razão e à vontade. 
 
Thomas Hobbes – 1588-1679 – obra: 
 
Leviatã. 
 
O homem vive inicialmente em estado de natureza: estágios primitivos. 
 
 Situação de desordem que se verifica sempre que os homens não tem suas ações 
reprimidas, ou pela voz da razão ou pela presença de instituições políticas 
eficientes. 
 
Assim, o estado de natureza é uma permanente ameaça que pesa sobre a 
sociedade e que pode irromper sempre que a paixão silenciar a razão ou a 
autoridade fracassar. 
 
A gravidade do perigo está em que os homens em estado de natureza são 
egoístas, luxuriosos, inclinados a agredir, insaciáveis, condenando-se, a uma 
vida solitária, pobre, repulsiva, animalesca e breve. 
 
Isto é o que acarreta a “guerra de todos contra todos” (ler o Leviatã, Primeira 
parte – cap. XIII - Da condição natural da humanidade relativamente à sua 
felicidade e miséria). 
 
O mecanismo dessa guerra tem como ponto de partida a igualdade natural 
de todos os homens. Cada um vive constantemente temeroso de que o 
outro venha tomar-lhe os bens ou causar-lhe algum mal, pois todos são 
capazes disso. 
 
Esse temor gera um estado de desconfiança, que leva os homens a agredir 
antes de serem agredidos. 
 
É neste ponto que interfere a razão humana, levando a celebração do 
contrato social. 
 
 
Apesar de suas paixões más, o homem é um ser racional e descobre os 
princípios que deve seguir para superar o estado de natureza e estabelecer 
o estado social. 
 
 
Hobbes formula, então, duas leis fundamentais da natureza, que estão na 
base da vida social. Tornados conscientes destas leis os homens celebram o 
contrato, que é a mútua transferência de direitos (ler Leviatã, primeira parte, 
cap. XIV - Da primeira e Segunda leis naturais, e dos contratos). 
 
É por força desse ato puramente racional que se estabelece a vida em 
sociedade, cuja preservação, depende da existência de um poder visível, 
que mantenha os homens dentro dos limites consentidos e os obrigue, por 
temor ao castigo, a realizar seus compromissos e à observância das leis da 
natureza. 
 
 
 
O poder visível é o Estado, um grande homem artificial, construído pelo 
homem natural para a sua proteção e defesa. 
 
Uma vez estabelecido Estado, deve ser 
preservado a todo custo por causa da segurança 
que ele dá aos homens. 
 
 
Mesmo que o governante faça algo moralmente 
errado, sua vontade não deixa de ser lei e a 
desobediência a ela é injusta. 
 
 
O Estado constituído pela multidão através de 
pactos, tem a finalidade de empregar a força; 
julgar; assegurar a paz e a defesa. 
 
O titular dessa pessoa se denomina soberano; 
tem poder soberano e os que o rodeiam são seus 
súditos (ler cap. XVII). 
Hobbes sugere o absolutismo. 
 Luís XIV - "L'État c'est moi" 
John Locke – 1632-1704 – obra: 
Segundo Tratado sobre o Governo 
 
 
 
 
 
 
Tem por base a negativa de que a sociedade tivesse sua existência ligada à 
necessidade de conter a “guerra de todos contra todos”. 
 
Locke é antiabsolutista e exerce grande influência na Revolução Inglesa, de 1688 e 
na Revolução Americana de 1776. 
 
Locke não sustenta um contratualismo puro, isto é, fruto de uma decisão 
inteiramente livre do homem. 
 
Segundo ele: “Tendo Deus feito o homem criatura tal que, conforme 
julgava, não seria conveniente para o próprio homem ficar só, colocou 
sob fortes obrigações de necessidade, conveniência e inclinação para 
arrastá-lo à sociedade, provendo-o igualmente de entendimento e 
linguagem para que continuassea gozá-la” (ler cap. VII, 77). 
 
Montesquieu (1689-1755) – obra: 
 
“Do Espírito das Leis”. 
 
 
 
Se refere ao homem em estado natural (anterior ao estabelecimento das 
sociedades). Porém, esse homem (natural) sente-se fraco. 
 
Ninguém procura atacar; portanto, a paz seria a primeira lei natural (e não o 
desejo de subjugação mutua de Hobbes). 
 
Existem leis naturais que levam o homem a escolher a vida em sociedade: 
 
a) O desejo de paz; 
b) O sentimento das necessidades (principalmente, alimentos); 
c) A atração natural entre os sexos opostos (pelo encanto e necessidade recíproca); 
d) O desejo de viver em sociedade, resultante da consciência da condição humana; 
 
Levados por essas leis: 
 
a) Os homens se unem em sociedade; 
b) Passam a sentir-se fortes; 
c) A igualdade natural que existia entre eles desaparece; 
d) O estado de guerra começa, ou entre sociedades, ou entre indivíduos da mesma 
sociedade. 
 
Sem um governo nenhuma sociedade poderia subsistir 
 (Do Espírito das Leis – livro I, cap. III – das leis positivas – ler e responder 
as seguintes questões: 
 
a) o que é governo mais conforme a natureza? 
b) b) o que é lei, em geral, e leis políticas e civis?). 
 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778 Franco-suíço) – obra: 
 
“O Contrato Social” 
 
 
No estado de natureza há predomínio da bondade humana. 
O contratualismo de Rousseau: 
 
a) influencia a Revolução Francesa e os movimentos de afirmação e defesa dos 
direitos naturais da pessoa humana. 
b) Afirma que o povo é soberano; 
c) Reconhece a igualdade como um dos objetivos fundamentais da sociedade; 
d) Distingue interesses coletivos dos interesses de cada membro da coletividade. 
 
A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os demais, mas 
esse direito não provém da natureza e sim das convenções (ler O Contrato Social 
livro I, cap. I). 
 
 
Portanto, é a vontade, e não a natureza humana, o fundamento da sociedade. 
 
 
No estado de natureza no qual o homem era essencialmente bom e só se 
preocupava com sua própria conservação, diz Rousseau: “Suponho os homens 
terem chegado a um ponto em que os obstáculos que atentam à sua conservação 
no estado natural excedem, pela sua resistência, as forças que cada indivíduo 
pode empregar para manter-se nesse estado. Então, este estado primitivo não 
pode subsistir, e o gênero humano pereceria se não mudasse de modo de ser” 
(ler O Contrato Social, livro I, cap. VI). 
 
Na impossibilidade de ser aumentada a força de cada indivíduo, o homem 
consciente de que a liberdade e a força são os instrumentos fundamentais de 
sua conservação, pensa num modo de combiná-los: 
 
 
“Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens 
de cada associado, de qualquer força comum; e pela qual cada um, unindo-se a 
todos, não obedeça, portanto, senão a si mesmo, ficando, assim, tão livre como 
dantes” (ler O Contrato Social, livro I, cap. VI). 
 
Então, acontece a alienação total de cada associado, com todos os seus direitos a 
favor de toda a comunidade. 
 
 
Nesse instante o ato de associação produz um corpo moral e coletivo, que é o 
Estado, enquanto mero executor de decisões, sendo o soberano quando exercita 
um poder de decisão. 
 
 
O soberano é o conjunto das pessoas associadas, mesmo depois de criado o 
Estado, sendo a soberania inalienável e indivisível. 
 
Essa associação dos indivíduos, que passa a atuar soberanamente, no 
interesse do todo que engloba o interesse de cada componente, tem uma 
vontade própria, que é a vontade geral. 
 
 
Cada indivíduo, como homem, pode ter uma vontade própria, contrária até à 
vontade geral que tem como cidadão. 
 
 
Entretanto, por ser a síntese das vontades de todos, a vontade geral é sempre 
reta e tende constantemente à utilidade pública. 
 
 
“Há, às vezes, diferença entre a vontade de todos e a vontade geral: esta 
atende só ao interesse comum, enquanto que a outra olha o interesse privado 
e não é senão uma soma das vontades particulares” (ler O Contrato Social, 
livro II, cap. III e explicar a diferença, exemplificando). 
 
Rousseau partindo da afirmação da existência da liberdade natural, diz que a 
sociedade visa protegê-la, não aniquila-la. 
 
 
Refere-se, também, à igualdade natural, dizendo que o pacto procede a uma 
correção, suprindo as deficiências resultantes de desigualdade física e fazendo 
com que os homens, podendo ser desiguais em força ou engenho, se tornem 
iguais por convenção ou direito. 
 
 
A legislação tem por finalidade o maior bem de todos que é: a liberdade e a 
igualdade (ler O Contrato Social, livro II, cap. XI e responder o que o autor 
entende por igualdade). 
 
Conclusão: várias das ideias de Rousseau são fundamentos da democracia, como: 
 
a) Predominância da vontade popular; 
 
b) Reconhecimento de uma liberdade natural; 
 
c) Busca da igualdade; 
 
d) Vontade da maioria como critério para obrigar o todo. 
 
Hoje, predomina a aceitação de que a sociedade é 
resultante de uma necessidade natural do homem, 
sem excluir a participação da consciência e da 
vontade humanas.

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