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DA 1 SA RA IV A AP RO VA É UM P RO DU TO ED ITO RA S AR AI VA . T OD OS O S DI RE ITO S RE SE RV AD OS . 03 2- V1 DI RE ITO A DM IN IS TR AT IV O DIREITO ADMINISTRATIVO Bens públicos * De OLHO na PROVA Bens públicos são o conjunto de bens pertencentes à Administração pública, seu patrimônio. O examinador, nas questões objetivas, verifi cará se o/a candidato/a conhece o conceito, as características e a classifi cação dos bens públicos. § REVISA CONCEITO São bens pertencentes a pessoas jurí dicas de direito pú blico (Uniã o, Distrito Federal, Estados-Membros, Municí pios, autar- quias e fundaç õ es); assim, sã o os que estejam destinados à prestaç ã o de serviç os pú blicos, equiparando-se a estes o con- junto de bens formadores do patrimô nio das pessoas jurí dicas de direito privado – empresas pú blicas e sociedades de econo- mia mista, criadas pelas entidades estatais, quando prestado- ras de serviç os pú blicos. CLASSIFICAÇ Ã O Quanto à titularidade: Federais; Estaduais; Distritais; Municipais. Quanto à destinaç ã o: • Bens de uso comum do poder ou do domí nio pú blico: sã o os de uso de todos, indistintamente. • Bens de uso especial ou do patrimô nio administrativo: sã o os que se destinam especialmente à execuç ã o dos serviç os pú blicos e, por isso mesmo, sã o considerados ins- trumentos desses serviç os; nã o integram a Administraç ã o, mas constituem o aparelhamento administrativo, tais como edifí cios das repartiç õ es pú blicas, os terrenos apli- cados aos serviç os pú blicos, os veí culos da Administraç ã o. Tais bens são considerados indisponíveis enquanto con- servarem suas qualifi cações. • Bens dominiais ou do patrimô nio disponí vel: sã o aque- les que, embora integrando o domí nio pú blico como os demais, deles diferem por nã o se encontrarem diretamente afetados, ou seja, nã o estã o destinados a uma determinada fi nalidade pú blica ou administrativa. Compõ em o cha- mado patrimô nio disponí vel. Esses bens podem ser- vir a uma fi nalidade social, como é o caso da concessã o de direito real de uso de terrenos pú blicos, para fi ns de habitaç ã o ou, mesmo quando nã o utilizados, com o fi to de preservaç ã o ambiental. CARACTERÍ STICAS • Inalienabilidade: é relativa, já que se admite a transferência de domínio dos bens dominiais, ou das demais espécies de bens, sendo que, no último caso, eles devem ter perdido suas qualidades essenciais ou restarem desafetados (necessária lei autorizativa, avaliação prévia e licitação em todos os casos). • Imprescritibilidade: é absoluta, isto é , refere-se à proibiç ã o absoluta de prescriç ã o aquisitiva em relaç ã o aos bens pú blicos, e, em consequê ncia, que eles possam ser objeto de aquisiç ã o pelo decurso de tempo, como ocorre no usucapiã o. • Impenhorabilidade: també m se estende aos bens domi- nicais, garantindo imunidade aos bens pú blicos em face da penhora. • Impossibilidade de oneraç ã o: nã o estã o sujeitos també m a anticrese e a hipoteca. AQUISIÇ Ã O DE BENS PÚ BLICOS • Bens mó veis: as aquisiç õ es de bens mó veis dependerã o de licitaç ã o, cuja modalidade será determinada de acor- do com o valor. Entretanto, em alguns casos, pode ocorrer contrataç ã o direta (seja por dispensa ou inexigibilidade), devendo observar o princí pio da economicidade. As com- pras dependem de: 1o, processo administrativo constan- do a caracterizaç ã o do objeto; 2o, indicaç ã o dos recursos orç amentá rios para o seu pagamento; DA 2 SA RA IV A AP RO VA É UM P RO DU TO ED ITO RA S AR AI VA . T OD OS O S DI RE ITO S RE SE RV AD OS . 03 2- V1 • Aquisiç ã o de bens imó veis c��°틢㏱龜 Compra e venda e permuta: Consiste em transferir o domí nio de certo imó vel que integra o seu patrimô nio ao outro contratante, chamado comprador, mediante rece- bimento em dinheiro, de determinado preç o. Requisitos: 1o, procedimento administrativo; 2o, autorizaç ã o legis- lativa; 3o, avaliaç ã o pré via; 4o, licitaç ã o, podendo ser dis- pensada se o imó vel destinar-se ao atendimento de fi na- lidades precí puas da Administraç ã o e suas necessidades condicionarem a sua escolha. Lei n. 8.666/93, art. 24, X. c��°틢㏱龜 No caso da permuta de bens imó veis, aplicam-se as mes- mas regras, observando-se a possibilidade de dispensa se praticada entre ó rgã os ou entidades da Administraç ã o. c��°틢㏱龜 Daç ã o em pagamento: é um modo excepcional de paga- mento. A daç ã o de bem imó vel de dí vida mantida com o Poder Pú blico constitui forma de aquisiç ã o da proprie- dade, mas deve preencher os seguintes requisitos: 1o, lei autorizativa; 2o, avaliaç ã o pré via. c��°틢㏱龜 Doaç ã o: art. 538, CC: “contrato segundo o qual uma pessoa, chamada de doador, por liberalidade, transfere um bem do seu patrimô nio para patrimô nio de outra, designada donatá ria, que o aceita”. Nos casos de doaç ã o com encar- gos, devem sujeitar-se à pré via aprovaç ã o legislativa. c��°틢㏱龜 Usucapiã o: aplicam-se os mesmos requisitos no caso dos particulares, nã o havendo necessidade de lei autorizativa. c��°틢㏱龜 Sucessã o: a entidade estatal tanto poderá fi gurar como herdeira ou legatá ria, em testamento, como será benefi - ciada nas hipó teses de heranç a jacente (herdeiros ainda nã o conhecidos). c��°틢㏱龜 Registro de parcelamento do solo: independentemente de qualquer pagamento ou ato de vontade, bens imó veis identifi cados como destinados a vias de circulaç ã o, praç as, espaç os livre e a equipamentos urbanos passam a integrar o patrimô nio pú blico quando do registro do par- celamento do solo. USO DE BENS PÚ BLICOS • Uso comum do povo: é todo aquele que se reconhece à cole- tividade em geral sobre os bens pú blicos, sem discriminaç ã o de usuá rios ou ordem especial para sua fruiç ã o.. • Uso especial: é todo aquele que, por um tí tulo individual, a Administraç ã o atribui a determinada pessoa para fruir de um bem pú blico com exclusividade, mas em condiç õ es convencionadas. c��°틢㏱龜 Autorizaç ã o de uso: é um ato administrativo precarí ssimo, atravé s do qual, por um perí odo extrema- mente curto, se transfere o uso de bens pú blicos para particulares, no seu interesse. Exemplo: Pedido de fe- chamento de uma rua por um fi nal de semana, para a realizaç ã o de uma festa junina. c��°틢㏱龜 Permissã o de uso: é um ato administrativo precá rio atravé s do qual se transfere sem prazo determinado o uso de bens pú blicos para particulares, observando o interesse pú blico. A precariedade ainda existe, mas em cará ter menos inten- so, porque a transferê ncia do uso vem por um perí odo um pouco maior. Exemplo: Instalaç ã o de uma banca de jornal em um espaç o pú blico; de boxe em Mercado Municipal Atenç ã o: Se houver mais de um interessado em ter o uso desse bem pú blico, terá de ser aberta licitaç ã o. c��°틢㏱龜 Concessã o de uso: é um contrato administrativo atravé s do qual, por prazo determinado, se transfere o uso de bens pú blicos para particulares. Atenç ã o: Nessa modalidade nã o há que se falar em pre- cariedade, pois nã o é um ato unilateral e sim um contrato por prazo determinado. c��°틢㏱龜 Concessã o de direito real de uso (variante da concessã o de uso): incide sobre bens pú blicos nã o edifi cados, para urbanizaç ã o, edifi caç ã o, industrializaç ã o. c��°틢㏱龜 Cessã o de uso: é um contrato administrativo, em que o uso de um bem pú blico é transferido de um ó rgã o para outro, dentro da pró pria Administraç ã o. É ato nã o precá rio por- que possui prazo certoe determinado. Para que a cessã o de uso seja efetuada exige-se autorizaç ã o legislativa. Afetaç ã o e desafetaç ã o: Afetar um bem signifi ca con- ferir a ele uma destinaç ã o especí fi ca. Desafetar é o processo in- verso, é retirar do bem a destinaç ã o que antes possuí a. Os bens pú blicos que estã o afetados a uma determinada fi nalidade sã o apenas os de uso comum e os de uso especial. Principais espé cies de bens pú blicos: • Terras devolutas (terras pú blicas sem utilizaç ã o): sã o carac- terizadas e recebem esse nome por terem sido devolvidas. No sentido jurí dico, correspondem a á rea de terra cuja pro- priedade nã o é detida pelo particular nem utilizada pelo Poder Pú blico. Por nã o possuir qualquer destinaç ã o, fazem parte da categoria de bens dominicais. Exemplo : • Plataforma Continental: pertencem à Uniã o e, de acordo com o art. 11 da Lei n. 8.617/93, “A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das á reas submari- nas que se estendem alé m do seu mar territorial, em toda a extensã o do prolongamento natural de seu territó rio ter- restre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distâ ncia de duzentas milhas marí timas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental nã o atinja essa distâ ncia”. DA SA RA IV A AP RO VA É UM P RO DU TO ED ITO RA S AR AI VA . T OD OS O S DI RE ITO S RE SE RV AD OS . 3 03 2- V1 • Terras ocupadas pelos í ndios: sã o as áreas necessá rias à sobrevivê ncia dessas populaç õ es, que as habitam. Perten- cem à Uniã o e sã o inaliená veis, indisponí veis e demarcadas administrativamente. Ainda lhes é assegurado o instituto do usufruto exclusivo. • Terrenos de marinha: pertencem à Uniã o, e buscam asse- gurar a defesa nacional; em alguns casos pode ser admitida a incidê ncia de leis municipais quando localizados na á rea urbana ou urbanizá vel. De acordo com o art. 13 do Có digo de Á guas (Dec. 24. 643/34), sã o terrenos banhados pelas á guas do mar ou dos rios navegá veis. Vã o até 33 metros para a parte da terra, contados desde o ponto a que chega a preamar mé dia. • Ilhas: de acordo com o art. 20, IV, da CF, pertencem à Uniã o as ilhas �luviais e lacustres nas zonas limí trofes com outros paí ses, bem como as ilhas oceâ nicas e as costeiras que nã o estiverem no domí nio dos Estados (art. 26, II). • Pertencem aos Estados as á reas, nas ilhas oceâ nicas e cos- teiras, que estiverem no seu domí nio, excluí das aquelas sob domí nio da Uniã o, dos Municí pios ou terceiros, e també m as �luviais e lacustres nã o pertencentes à Uniã o. Bens da Uniã o (art. 20 da Constituiç ã o Federal) Segundo o art. 20 da Constituiç ã o Federal, sã o os seguin- tes os bens da Uniã o: Mar territorial: é a faixa de 12 milhas con- tadas do litoral onde o Estado exerce poderes de soberania (inc. VI); Zona contí gua: é a faixa entre 12 e 24 milhas onde o Estado exerce fi scalizaç ã o; Zona exclusiva: é a faixa de 200 mi- lhas onde o Estado exerce direito exclusivo de exploraç ã o dos recursos naturais; Plataforma continental: é o prolongamento natural das terras continentais por debaixo da á gua; Riquezas do subsolo: compõ em o patrimô nio da Uniã o (incs. IX e X); Ter- ras ocupadas pelos i ndios (inc. XI; o art. 231, § 2o, permite o direito de usufruto exclusivo). Bens do patrimô nio nacional (art. 225, §4o, Constituiç ã o Federal): Serra do Mar Zona Costeira Mata Atlâ ntica Floresta Amazô nica /Referências BIBLIOGRÁFICAS LENZA, Pedro [et al.].OAB Esquematizado: primeira fase. 3.ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. (coleção Esquematizado ®). Vol. único. GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2016.
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