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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI CAMPUS PROFESSOR ANTÔNIO G. ALVES DE SOUSA – PIRIPIRI BACHARELADO EM DIREITO ADAILSON PINHO DE ARAÚJO TEORIA DA RENDA DA TERRA E TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS SEGUNDO DAVID RICARDO PIRIPIRI 2018 1. TEORIA DA RENDA DA TERRA A teoria da renda da terra, segundo David Ricardo, refere-se a um princípio em que o pagamento feito aos donos das terras produtivas é realizado por um capitalista ao usar tal terra para produzir os mais diversos produtos agrícolas, entre eles o grão e cereais. Pode ser entendida mais amplamente por “parcela do produto da terra que é paga ao proprietário pelo uso das forças originais e indestrutíveis do solo” (RICARDO, 1982, p. 65). Para explicitar o seu pensamento, o autor apresenta que todas as terras são diferentes umas das outras, seja em produtividade, seja em fertilidade. Por conta de haver disparidades entre as terras dos países, também é comum que haja desigualdade competitiva no mercado interno ou externo quando se procura vender a mercadoria advinda de uma terra específica. Um exemplo que pode ser aplicável à assertiva é que frutas produzidas em terras tropicais, como cajú (típico de solo arenoso) e o açaí na Amazônia terão valores superiores quando vendidos em locais que não há o clima, solo e relevo para produzi-lo. Em síntese: “Havendo terras de diferentes qualidades a renda econômica diferencial cresceria e o fenômeno explicativo disso é a escassez” (REIS; SANTIN, 2007). David Ricardo, assim, afirma que a renda da terra era determinada, além do já supracitado, por diferenças de fertilidade entre os solos em que se produz e a localização das terras que se pretende cultivar (relevo do local, hidrografia, método de plantação e colheita). No século XVIII, o cultivo de terras mais férteis e próximas aos centros de comercialização alcançava lucros extraordinários na época com relação àquelas terras distantes e de menor fertilidade. Com isso, a renda da terra paga aos proprietários (donos das terras arrendadas) era mais elevada, pois era cobrada tendo por base a terra cultivável mais fértil. Conclui-se, que, na teoria da renda da terra, David Ricardo analisou a produtividade agrícola de terras de alta e baixa fertilidade, reconhecendo que na última, por serem menores e os produtores pagarem rendas elevadas aos proprietários, os produtores tinham, assim, como ganhar elevando o preço do que vendiam para poderem tentar competir igualmente. A contribuição dessa teoria ao período é que se conseguiu entender e interligar-se o preço dos cereais à repartição da renda, aumento da população, preço da renda da terra, vantagens recíprocas no comércio internacional e salário de subsistência aos trabalhadores. Ao se entender que a renda da terra é um pagamento feito a um determinado fator de produção, entende-se também a generalização desse raciocínio para outros agentes naturais, modernamente cita-se a água, o próprio vento e a radiação solar. 2. TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS É outra teoria desenvolvida pelo economista David Ricardo em 1817 pensada com base no estudo de Adam Smith. Nessa explanação, Ricardo relaciona o comércio internacional, entre países diferentes, estabelecendo a explicação para princípios comerciais e econômicos sobre o comércio internacional moderno. A teoria das vantagens comparativas tratará, assim, dos custos absolutos de produção, as trocas entre países, a fabricação de determinados bens e serviços, mostrando e demonstrando as vantagens e desvantagens que podem ocorrer nesse processo tão comum nos dias atuais. Apesar de escrever sua teoria com base em Smith, ele se desvia momentaneamente do seu conterrâneo que desenvolveu a Teoria das vantagens absolutas, na qual quantos menos matérias de produção forem usados para produzir determinado bem, maior será a vantagem absoluta daquela produção. Ricardo acredita que o crescimento dependerá da acumulação de capital e da taxa de crescimento, resultando naquilo que se mais busca numa economia capitalista: o lucro. Ao aprimorar o seu pensamento, David percebeu que cada país deve se especializar na produção de determinados produtos, no que fosse melhor, isso remete à Divisão Internacional do Trabalho, algo que Smith exemplificou em na fábrica de alfinetes. De posse e criação dessa teoria, Ricardo percebe que é possível que um país com vantagens absolutas pode sim exportar para países que não possuam tais vantagens, até porque isso iria além da demanda nacional. A exportação para esses países pode ser possível quando se reduzir os seus próprios custos. Depreende-se, pois, que as vantagens comparativas são benéficas para ambos os países que se envolvem em exportação mútua pois leva cada nação a se especializar na produção de determinado bem. Ora, almeja-se aqui que as nações possam ter eficácia absoluta na execução da tarefa. De certo modo, a teoria de David Ricardo é mais completa que a de Smith na Economia Clássica, pois ele entende que enquanto a taxa de lucro estiver consolidada em crescente expansão, poder-se-á garantir crescimento econômico para as nações envolvidas na exportação. 3. REFERÊNCIAS RICARDO, D. 1982. Princípios de economia política e tributação. São Paulo: Abril Cultural, 1982. 286 p. (Série Os Economistas). REIS, Alexandre; SANTIN, Maria Fernanda Cavalieri de Lima. A teoria da renda da terra ricardiana: um marco unificador entre as economias da poluição e dos recursos naturais. Perspectiva Econômica, [S. L.], v. 3, n. 2, p.65-81, set. 2007. Disponível em: <revistas.unisinos.br/index.php/perspectiva_economica/article/view/4342/1599>Aces so em: 16 set. 2018. VALE, Ricardo (Ed.). Teoria das Vantagens Comparativas. 2012. Disponível em: <https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/teoria-das-vantagens-comparativas- 4/>. Acesso em: 16 set. 2018. PORTAL EDUCAÇÃO (Ed.). Comércio Exterior e a Teoria das Vantagens Comparativas. 2014. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/comercio- exterior-e-a-teoria-das-vantagens-comparativas/36999>. Acesso em: 16 set. 2018. 4. ANEXOS Anexo I. Teoria da renda da terra: à medida que terras menos férteis forem sendo cultivadas, começa a surgir a renda da terra nas mais férteis, isso ocorre porque a concorrência capitalista tende a igualar a taxa de lucros. Anexo II. Teoria das vantagens comparativas: O comércio internacional foi vantajoso para ambos os países porque os respectivos pontos de consumo, CA e CE, são exteriores às suas FPC iniciais.
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