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Epístola de Paulo aos , GALATAS Autor O apóstolo Paulo é o autor da carta aos Gá- l latas (1.1 ). Ele menciona um grupo de colaboradores que teve alguma participação no envio da carta ( 1.2), mas o estilo e a teologia da mesma demonstram que Paulo foi o autor imediato. Desde o século XVIII, alguns estudiosos têm considerado a carta como sendo pseudônima (isto é, que o nome "Paulo" foi usado por outro autor desconhecido), mas os seus argumentos são geralmente considerados infundados ou sem base. 1 ~- Data e Ocasião A questão da data da carta j / "... está ligada ao problema dos seus destinatários. Paulo ~..,,._._ os chama de "gálatas" (3.1; cf. 1.2), mas a que "gála- L_'~=-- tas" estava escrevendo? Pode ter escrito especifica- mente ao povo celta que vivia no Norte da Galácia e que era amplamente conhecido como "gálatas", ou pode ter se dirigido ao povo que vivia em toda a província da Galácia. Quando seguimos o curso das primeiras duas viagens missionárias do apóstolo (At 13-14; 15.36-18.22), descobrimos que esta questão traz impli- cações para a data da epístola e para o seu relacionamento com as outras cartas de Paulo. Ele visitou Antioquia da Pisídia, lcônio, Lis- tra, e Derbe (todas cidades do Sul da Galácia) no decorrer de suas duas primeiras viagens missionárias. Se Paulo escreveu ao Sul da Galácia, provavelmente tenha escrito àquelas igrejas nos primeiros anos de sua carreira, logo depois de sua primeira viagem missioná- ria, ou aproximadamente na época do Concílio de Jerusalém (At 15; cf. GI 2.11-14). A data que é geralmente apresentada por aque- les que mantêm este ponto de vista é 49 d.C. Se isso for correto, a epístola aos Gálatas pode ser a mais antiga em existência nos dias de hoje. Muitos estudiosos acreditam que a carta foi escrita para os Gálatas étnicos do Norte. Se este ponto de vista estiver correto, Paulo deve ter escrito a carta depois de passar pela "Galácia e Frí- gia" (At 18.23), na sua terceira viagem missionária. Muitos que se- guem a "teoria do Norte da Galácia" acreditam que Paulo escreveu a carta ou durante sua estadia de dois anos em Éfeso (At 19) ou quando estava viajando através da Macedônia, indo à Grécia, no fi- nal da sua terceira viagem missionária (At 20.1-6; cf. 2Co 2.13). Se essa teoria for correta, a Epístola aos Gálatas foi escrita, provavel- mente, em 54 ou 55 d.C. Teorias que datam a carta durante a parte final do ministério de Paulo têm o mérito de colocar Gálatas no mesmo período de 2Coríntios, Romanos, e talvez Filipenses - car- tas que têm alguns pontos em comum com Gálatas. Esta epístola foi escrita para responder a problemas específi- cos em determinadas igrejas. Para entender a epístola, é essencial ter algum conhecimento sobre a situação que levou Paulo a escrevê- la. Não muito depois dos gálatas terem aceito o evangelho, surgi- ram agitadores entre eles, os quais atacaram Paulo pessoalmente (4.17) e pregaram uma forma distorcida de cristianismo (1.6-7). O seu "evangelho" requeria a circuncisão para a salvação (6.12). Já que os gálatas eram gentios incircuncisos, os agitadores insistiram que os gálatas não só acreditassem em Cristo para sua salvação, mas também aceitassem a circuncisão (2.3-5; 5.2,6, 11; 6.12-13,15). O zelo desses agitadores provavelmente reflita a pressão ju- daica, assim como o seu próprio orgulho. É provável que estavam tentando converter os gálatas gentios para o judaísmo sob pres- são de grupos judeus nacionalistas da Judéia, que, conforme o historiador judeu Josefa, estavam se tornando cada vez mais in- tolerantes no contato entre judeus e gentios durante a segunda metade do século 1. Os agitadores não estavam satisfeitos somente em pregar o seu tipo de evangelho. Também tentaram desacreditar a Paulo, que havia fundado as igrejas da Galácia (4.17). Os seus ataques vinham de três frentes: Primeiro, alegavam que Paulo era um re- belde que tinha desafiado os seus superiores, os apóstolos de Je- rusalém. Paulo responde a este ataque em 1.11-2.1 O. Segundo, diziam que Paulo havia recentemente discutido com Pedro se o evangelho requeria que os gentios se tornassem judeus para que pudessem se tornar cristãos. Paulo dá a sua versão do encontro com Pedro em 2.11-14. Terceiro, os agitadores espalharam a no- ção de que Paulo havia originalmente pregado a circuncisão antes da salvação (5.11 ), mas que tinha recentemente mudado o seu evangelho para que pudesse acomodar com maior facilidade os gentios ( 1.10). Os gálatas, por sua parte, estavam demostrando interesse tanto pelos rumores sobre Paulo como pela nova forma de evange- lho dos agitadores. Na época em que Paulo escreveu, estavam no processo de abandonar o verdadeiro evangelho e, conseqüente- mente, ao próprio Deus (1.6-7). Queriam agora estar "sob a lei" (4.21; cf. 5.1) e, especificamente, ser circuncidados (5.2). Esta transição para um "outro evangelho" (1.6) não foi tranqüila. A co- munidade parece ter ficado dividida (5.15; 6.3-5). O propósito de Paulo em escrever era o de persuadir os gálatas de que nenhum gentio precisava aceitar a circuncisão para perten- cer ao povo da aliança divina. A "verdade do evangelho" (2.5, 14) é que o acesso à comunhão com o povo de Deus vem através da fé em Jesus Cristo. Qualquer um que busque violar esta esfera sagra- da de fé, adicionando novas exigências, estará adulterando o evan- gelho e deve ser resistido a todo custo (1.8-9). Para tomar o seu argumento persuasivo, Paulo tinha que demonstrar que os rumores sobre ele eram falsos, e que tanto o seu evangelho como a sua au- toridade para pregá-lo vinham do próprio Deus (1.11-2.14; cf. 5.11; 6.17). Características e Temas A carta aos Gálatas permanece como sentinela da verdade de que a salvação é uma dádiva da graça de Deus, que não é ganha nem é merecida, mas recebida somente pela fé (2.15-16). De fato, a própria fé é dom gratuito de Deus GÁLATAS 1 1388 (1.3,6, 15; 2.19,21; 6.18). Esta é, simplesmente, "a verdade do recebemos os direitos de sermos filhos de Deus como ele (4.4-5), evangelho" (2.5, 14). Paulo mostra uma ira profunda contra a nega- e o Espírito do Filho se torna nosso. capacitando-nos a viver no ção desta verdade pelos agitadores (3 1; 5 12). advertindo que Espírito, em comunhão com o nosso Senhor (2.20; 4.6-7; aqueles que a rejeitam não podem esperar a salvação (1.8; 5.4). 5.16-18,25). O dom do Espírito é a bênção completa prometida há Fé somente é a chave, porque somente Cristo é o Salvador. Ele muito tempo atrás a Abraão (3.6-9, 14). Contra a especulação or- suportou a maldição da lei no nosso lugar na cruz (3.13; 6.14). Fei- gulhosa dos pecadores que dizem poder ganhar a sua própria sal- tos um com ele. estamos revestidos com a sua justiça (3.26-27). vação cumprindo a lei de Deus, Paulo gloria-se somente na cruz, que é a nossa esperança certa (5.5). Por estarmos unidos a Cristo. recebendo pela fé a promessa de Deus (6.14). Esboço de Gálatas 1. Saudações (1.1-5) li. O problema na Galácia: outro evangelho vindo de falsos mestres (1.6-9) Ili. A defesa do apostolado de Paulo ( 1.10-2.14) A. Paulo busca a aprovação de Deus, e não do homem (1.10) B. Paulo não depende dos apóstolos de Jerusalém para ter sua autoridade (1.11-2.14) 1. Chamado por Deus (1.11-16) 2. As autoridades de Jerusalém não adicionaram nada ao seu primeiro chamado ( 1.17-2.1 O) 3. A autoridade de Paulo demonstrada pelo seu desafio ao erro de Pedro (2.11-14) IV. Paulo defende o evangelho (2.15-6.10) A. A paz com Deus vem através da fé em Jesus Cristo, tanto para o judeu como para o gentio (2.15-21) B. A justificação pela fé tomou o lugar da condenação sob a lei (3.1-5.12) 1. A presença do Espírito prova a eficácia da fé (3.1-5) Prefácio e saudação 1 Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por inter-médio de homem algum, mas ªporJesus Cristo e por Deus Pai, bque o ressuscitou dentre os mortos, 2 e todos os ir- mãos meus companheiros, às igrejas da Galácia, 3 graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do [nosso] Senhor Jesus Cristo, 4 co qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar d deste mundo perverso, segun- do a vontade de nosso Deus e Pai, s a quem seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém! •1.1 Paulo. Sabemos, através de quinze referências em At 7-~13, que Paulo também tinha o nome de "Saulo". Em suas cartas, no entanto, sempre refere-se a si próprio como "Paulo", um nome comum entre os romanos. apóstolo. A palavra significa "mensageiro". Embora Paulo, algumas vezes, em- pregasse o termo para designar um comissionado como Epafrodito IFp 2.25). aqui o emprega com referência aos primeiros apóstolos em Jerusalém 11.19; 1 Co 15.9). Paulo defende a autoridade que tem como apóstolo para estabelecer o fun- damento da Igreja l1Co 3.10; 9.1; 14.37-38; Ef 2.20; 33-5) Seu apostolado e chamado vieram da parte do próprio Deus 11.11-2 10). Ver 2Co 1.1, nota. •1.3 graça a vós outros e paz. Todas as cartas de Paulo começam mencionan- do essas duas bênçaos de Deus. "Graça" traduz o termo grego charis, que signifi- ca "um ato de bondade imerecido". Paulo usa essa palavra com mais freqüência do que qualquer outro escritor do Novo Testamento e a confere grande sentido teológico. Aplica-se a tudo o que Deus nos deu em Cristo, sem que tivéssemos 2. A fé testemunhada por Abraão prova a eficácia da fé (3.6-9) 3. A maldição da lei prova a ineficácia das obras (3.10-14) 4. A promessa a Abraão tem prioridade sobre a condenação da lei (3.15-4.7) 5. Um primeiro apelo pessoal para que não abandonem o evangelho (4.8-20) 6. Uma prova bíblica (4.21-5.1) 7. Um segundo apelo pessoal para que não abandonem o evangelho (5.2-12) C. Os efeitos práticos do evangelho (5.13-6.1 O) 1. O amor cumpre a lei (5.13-15) 2. O Espírito luta contra a carne (5.16-26) 3. A Igreja trabalha em harmonia (6.1-1 O) V. Conclusão (6.11-18) A. Um terceiro apelo pessoal para que não abandonem o evangelho (6.11-17) B. Bênção (6.18) -------- _j A inconstância dos gálatas 6 Admira-me que estejais passando tão depressa e daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 / o qual não é outro, senão que há alguns gque vos perturbam e querem hperverter 1 o evangelho de Cristo. B Mas, ainda que inós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja 2 anátema. 9 Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos pre- ga evangelho ique vá além daquele que recebestes, seja aná- tema. obtido por merecimento ou que possamos devolver. "Paz" aplica-se ao relaciona- mento inaugurado pela morte e ressurreição de Cristo 11.4) entre Deus e os que crêem no evangelho. Para um comentário do próprio Paulo sobre o significado desses dois termos, ver Rm 5.1-2. •1.6 vos chamou na graça. A graça de Deus vem até nós por iniciativa dele mesmo. através de seu chamado. e nao por causa de coisa alguma que tenha- mos feito para merecê-la 11.15; Rm 4.4-8; 8.30; 9.11-13). •1. 7 alguns que vos perturbam. Provavelmente cristãos de origem judaica provenientes de Jerusalém, os quais insistiam em exigir dos gentios não apenas que cressem em Jesus Cristo mas também que aceitassem a circuncisao e, des- se modo, se tornassem judeus (2.3-5, 12; 6.12-13). Vários indícios dessa idéia es- tavam disseminadas entre os cristãos de origem judaica na Igreja Primitiva IAt 15.1; 21.20-21; Fp 32-3) •1.8-9 Aqueles que exigem mais do que a fé em Jesus Cristo para salvação, ain- 1389 GÁLATAS 1 O eYangelho que Paulo recebeu e pregou Cristo. 13 Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no 10 Porventura, 1procuro eu, agora, o mfavor dos homens judaísmo, como sobremaneira 'perseguia eu a igreja de Deus ou o de Deus? Ou nprocuro agradar a homens? Se agradasse e a 5devastava. 14 E, na minha nação, quanto ao judaísmo, ainda a homens, não seria servo de Cristo. 11 ºFaço-vos, po- avantajava-me a muitos da minha idade, 1sendo extrema- rém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não mente zeloso udas tradições de meus pais. 15 Quando, po- é segundo o homem, 12porque Peu não o recebi, nem o rém, ao vque me separou antes de eu nascer e me chamou aprendi de homem algum, mas qmediante revelação de Jesus pela sua graça, aprouve 16 xrevelar seu Filho em mim, para • 101ns 2.4m1sm 24.7n1Ts 2.4 11°1Co15.1 12P1Co 15.1q1Ef3.3-5] 13 rAt 9.1SAt8.3; 22.4-5 14 tAt 26.9 ªJr9.14 15 Vls49.1,5 J6X[2Co4.5-7] da que suas credenciais sejam as melhores, distorcem completamente o evan- gelho. Os pregadores do falso evangelho estão debaixo da condenação de Deus. •1.9 anátema. A ação de graças que Paulo normalmente faz por seus leitores é aqui substituída por uma ameaça de maldição, repetida para fins de ênfase. A pa- lavra grega é anathema, empregada também em Rm 9.3. •1.1 O procuro agradar a homens. Os adversários de Paulo na Galácia não ata- caram somente o evangelho, mas também o seu mensageiro, o próprio Paulo. Uma das acusações era a de que Paulo pregava uma forma pouco exigente do evangelho. sequer exigindo a circuncisão ou a obediência às leis do sábado ou, tampouco, as restrições alimentares (4.1 O; 5.11 ). •1.11 não é segundo o homem. Paulo defende-se da acusação de seus adver- sários de que ele está em rebelião contra os apóstolos de Jerusalém, os quais lhe teriam dado a autoridade que tem. Paulo argumenta que a sua autoridade vem tão somente de Deus, apenas confirmada pelos apóstolos de Jerusalém. •1.12 mediante revelação. Ver At 9.3-5; 22.6-1 O; 26.13-18; 1 Co 15.8. •1.13 perseguia eu a igreja de Deus. A perseguição que Paulo promovera contra a Igreja antes do seu chamado era bem conhecida entre os primeiros cris- tãos (At 7.58; 8.3; 9.1-2). Paulo mesmo envergonhava-se profundamente dessa ... Mar Mediterrâneo parte do seu passado (1 Co 15.9), embora a considerasse evidência de que a gra- ça de Deus é capaz de conquistar até os pecadores mais rebeldes (At 22.4-5; 26.9-11; 1Co 15.10; Fp3.6; 1Tm 1.13-14) •1.14 extremamente zeloso. Paulo gostava de mostrar a oponentes como os da Galácia que ser um judeu, ainda que um judeu zeloso, não é suficiente para a salvação. Paulo via sua própria experiência como prova de que o zelo pela lei não podia salvar (Rm 9.30-10.4; 2Co 11.22; Fp 3.4-6). •1.15 antes de eu nascer. Paulo reproduz conscientemente as palavras do chamado de Jeremias (Jr 1.5) e, talvez, do chamado do Servo mencionado em Isaías (Is 49.1,5), os quais, assim como Paulo, foram chamados para ser men- sageiros de Deus aos gentios. Paulo tinha consciência de que o seu apostolado (v. 1, nota) estava em continuidade com a tradição profética do Antigo Testa- mento. me chamou pela sua graça. Ver nota no v. 3; "Vocação Eficaz e Conversão", em 2Ts 2.14. O chamado de Paulo para ser um apóstolo, assim como a fé que possui cada crente, foi o resultado da graça precedente de Deus. Antes do nosso nascimento e, conseqüentemente, antes que pudéssemos fazer qualquer coisa boa ou má, Deus escolheu criar em nós a fé (Rm 9.10-13; Et 1.4-6). Ninguém pode obter por merecimento o chamado de Deus; é um dom gratuito. Mar Negro As Igrejas da Galácia Sugerem-se duas possíveis regiões para localizar as "igrejas da Galácia." A teoria da "Galácia do Norte" sugere um território no centro da Ásia Menor, cujas fronteiras incluíam Bitínia e Ponto ao norte, Frígia ao sudoeste, e Capadócia ao leste. A teoria da "Galácia do Sul" entende que Galácia se refere à província romana da época de Paulo, que incluía Pisí- dia, Licaônia e partes da Frígia e Capadócia. GÁLATAS 1, 2 1390 que zeu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consul- tei ªcarne e sangue, 17 nem subi a Jerusalém para os que jáeram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia e voltei, outra vez, para Damasco. Paulo vai a]erusalém, Síria e Cilícia 18 Decorrtdos três anos, então, bsubi a Jerusalém para avistar· me com 3Cefas e permaneci com ele quinze dias; 19 e cnão vi outro dos apóstolos, senão dTiago, o irmão do Senhor. 20 Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 21 e Depois, fui para as regiões da Síria e da Cilícia. 22 E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que/esta- vam em Cristo. 23 gOuviam somente dizer: Aquele que, antes, hnos perseguia, agora, prega a fé que, outrora, procurava des- truir. 24 E iglorificavam a Deus a meu respeito. O apostolado aos judeus e aos gentios 2 Catorze anos depois, ªsubi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também a Tito. 2 Subi 1 em obediência a uma revelação; e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, mas bem particular aos que pareciam de maior in- fluência, para, de algum modo, cnão correr ou ter corrido em vão. 3 Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se. 4 E isto por causa dos dfalsos irmãos que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa eliberdade que temos em Cristo Jesus e !reduzir-nos à escravidão; s aos quais nem ainda por uma hora nos submete- mos, para que ga verdade do evangelho permanecesse entre vós. 6 E, quanto àqueles hque pareciam ser de maior influên- cia (quais tenham sido, outrora, não me interessa; ;Deus 2 não aceita a aparência do homem), esses, digo, que me pareciam • z At 9.15 a Mt 16.17 18 b At 9.26 3 TR Pedro 19 C1 Co 9.5 d Mt 13.55 21 e At 9.30 22 /Rm 16. 7 23 g At 9.20-21 h At 8.3 24 i At 11.18 CAPÍTUL02 lªAt15.2 2bAt151-4CFp2.161porcausade 4dAt151,24eGl3.25;5.1,13fGl4.3,9 sg[Gl1.6;2.14;3.1] 6 h GI 2.9; 6.3 i At 10.34 2 não mostra favoritismo a homem algum •1.16 gentios. Tanto "nações" como "gentios" são traduções corretas da pala- vra grega usada aqui. Escritores judeus aplicavam esse termo a qualquer um que não fosse judeu. Paulo fora chamado para pregar aos gentios 12.9; At 9.15; 22.21; 26.17; Rm 1.5; 15.16), mas não se considerava chamado para pregar exclusiva- mente aos gentios. Em At 13-28, ele prega freqüentemente aos judeus, e pas- sagens como Rm 1.14-16; 9.1-5 e 1 Co 9.20 mostram que se dispunha sempre a evangelizar os judeus. não consultei carne e sangue. Paulo encontrou-se, obviamente, com Ananias três dias depois da sua conversão IAt 9.10-19; 22 12-16) A palavra traduzida por "consultar", todavia, sugere apresentar alguma coisa perante alguém ou submetê-la para observação e aprovação. Paulo certamente não consultou Ana- nias neste sentido. O papel de Ananias foi confirmar o chamado de Paulo para pregar aos gentios e batizá-lo. •1.17 Jerusalém ... Arábia ... Damasco. A conversão e o chamado de Paulo aconteceram perto de Damasco IAt 9.3; 22.6; 2612). Ele permaneceu na cidade vários dias após sua conversão [At 9.19). Essa antiga cidade situa-se em uma planície fértil entre dois rios, de modo que o viajante que parte dali precisa literal- mente "subir" até Jerusalém através da região montanhosa da Palestina. Jerusa- lém era o centro cultural e religioso da Palestina e o lar de Tiago, Pedro e João, que, em Atos e Gálatas, destacam-se como os líderes da comunidade cristã pri- mitiva em Jerusalém 12.9). Paulo enfatiza que o seu chamado para pregar aos gentios viera de Deus e não dos líderes da igreja de Jerusalém. A Arábia era go- vernada por um rei nabateu, Aretas IV, que lutou contra Roma pelo controle de Damasco. Quando da conversão de Paulo, um governador de Aretas estava no controle da cidade e aparentemente ajudou judeus enraivecidos na tentativa de matar Paulo IAt 9.23-25; 2Co 11.32-33). •1.18 três anos. Os "muitos dias" de At 9.23. a Jerusalém. A primeira viagem de Paulo a Jerusalém após a sua conversão IAt 9.26-30). avistar-me com. Tradução da palavra grega que significa visitar alguém com o propósito de obter informação. É provável que Paulo tenha conferenciado com Pe- dro a respeito da vida e do ensino de Jesus. Cefas. Nome aramaico de Pedro [ver nota textual). Tanto "Celas" como "Pedro" significam "pedra". •1.19 Tiago, o irmão do Senhor. Ver MI 13.55 e Me 6.3. Esse Tiago não é o discípulo Tiago que aparece freqüentemente junto com Pedro e João nos Evange- lhos. Herodes assassinou aquele Tiago ainda nos primórdios da Igreja [At 12.2). Tiago, o irmão do Senhor, no começo não cria em Jesus IJo 7.5), mas converteu- se mais tarde, em conseqüência, talvez, da visão que teve do Senhor ressuscita- do l1Co 15.7) •1.21 Síria e Cilícia. Ver At 9.30. Paulo voltou para sua casa em Tarso IAt 9.11; 21.39; 22.3), a cidade mais importante na Cilícia. Esta região da Cilícia encon- trava-se sob a administração da província romana da Síria durante os primórdios do primeiro século. É, pois, acurado o uso dos dois nomes por Paulo. •1.22 Judéia. Paulo podia estar se referindo à região específica chamada Judá no Antigo Testamento ou à província romana da Judéia, que incluía a Judá antiga, além da Samaria e da Galiléia. •2.1 Catorze anos. Pode ser o tempo decorrido após a sua conversão ou após sua primeira visita a Jerusalém. outra vez a Jerusalém. Essa pode ter sido uma segunda visita depois da sua conversão ou uma terceira visita, registrada em At 15.2. O propósito da visita aqui indicado coincide com o propósito da visita em At 15, mas é dificil, aceitando essa hipótese, explicar por que Paulo omite a segunda visita em sua narrativa IAt 11 27-30) Se, como alguns estudiosos acreditam, Gálatas foi escrita após a pri- meira viagem missionária de Paulo IAt 13; 14), mas antes do Concílio de Jerusa- lém IAt 15), então a viagem mencionada aqui é a de At 11 e a viagem de At 15 ainda não havia acontecido. Barnabé. Natural de Chipre e um dos primeiros cristãos [AI 4.36). O nome Barnabé significa, em aramaico, "filho de exortação" e as vezes em que é mencionado em Atos demonstram que ele viveu o nome que tinha IAt 4.36-37; 11.22-24,30). Tito. Apesar de não ser mencionado em Atos, Tito foi um dos companheiros e mensageiros que gozava da confiança de Paulo. Ver 2Co 2.12-13; 7.6; 8.6; Tt 1.4-5. •2.2 em obediência a uma ,revelação. Se essa é a visita de At 11, a revelação pode ter sido a profecia de Agabo 111.28). Caso contrário, foi, provavelmente, uma revelação especial como outras que Paulo recebeu de Deus IAt 9.4-6; 16.9; 18.9-10; 2Co 12.1-6) em vão. Embora os líderes de Jerusalém não fossem a fonte da autoridade de Paulo, seus esforços em pregar o evangelho teriam sido grandemente prejudica- dos se esses homens influentes tivessem se colocado contra ele. •2.3 constrangido a circuncidar-se. Ver 5.12 e At 15.1. Circuncisão era a marca distintiva do judeu e o último passo na conversão de um homem gentio à religião judaica. Alguns cristãos judeus acreditavam que os gentios também ti- nham de aceitar a circuncisão e, assim, fazerem-se judeus antes de se tornarem cristãos e pertencerem ao povo escolhido de Deus. Paulo opunha-se veemente- mente a esse ensino e afirma, do começo ao fim da carta aos Gálatas, que somos justificados pela fé em Cristo apenas. •2.4 falsos irmãos. Paulo considerava de tamanha importância a doutrina da salvação somente pela graça mediante a fé que ele excluía da igreja todas as pes- soas que não se mantinham fiéis a ela 11.8-9; 5.2-4) liberdade. A liberdade do crente não é liberdade para pecar, mas liberdade da maldição que a lei profere sobre o pecado 13.10-14; 5 1, 13) escravidão. Provavelmente, escravidão ao pecado IRm 6.15-23; 7.25) e à mal- dição que a lei profere sobre aqueles que pecam 13 10) •2.5 a verdade do evangelho. Ver v. 14; 1.8-9 e notas. O ingresso na comunida- de do povo de aliança com Deus la Igreja) ocorre somente pela fé que é dada graci- osamente ao crente por Deus 11.6, 15; Ef 2.8). Qualquertentativa de condicionar o ingresso a exigências adicionais, tais como a circuncisão, nega a suficiência da fé nos méritos de Cristo para satisfação da justiça de Deus e constitui-se, por esse motivo, em uma perversão do evangelho. 1391 GÁLATAS 2 ser alguma coisa inada me acrescentaram; 7 antes, pelo con- trário, 1quando viram que o evangelho da incircuncisão mme fora confiado, como a Pedro o da circuncisão 8 (pois aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da ncir- cuncisão ºtambém Poperou eficazmente em mim para com os gentios) 9 e, quando conheceram q a graça que me foi dada, Tiago, 3 Cefas e João, que eram reputados rcolunas, me esten- deram, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, sa fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão; 10 recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, 1o que também me esforcei por fazer. Paulo repreende a Pedro. A justificação pelafé em Cristo Jesus 11 "Quando, porém, 4Cefas veio a Antioquia, 5 resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível. 12 Com efeito, an- tes de chegarem alguns da parte de Tiago, vcomia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar-se, temendo 6os da circuncisão. 13 E também os de- mais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Bar- nabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. 14 Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo xa ver- dade do evangelho, disse a Cefas, 2 na presença de todos: ªse, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como 7judeus? 15 bNós, judeus por natureza e não cpecadores dentre os gentios, 16 d saben- do, contudo, que o homem não é 8 justificado por obras da lei, e sim ernediante a fé em Cristo Jesus, também ternos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não /por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. 17 Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fornos nós mesmos também achados gpecadores, dar-se-á o caso de ser Cristo ministro do pecado? Certo que não! 1s Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim ·- i2Co 11.5; 12.11 71At9.15; 13.46; 22.21 m1Ts2.4 an1Pe 1.1 ºAt9.15P[Gl3.5] 9qRm1.5rMt16.18SAt 13.33TRPedro 1OtAt11.30 li uAt 15.35 4TRPedro 5fiz-lhe oposição 12 V[At 10.28; 11 2-3] ô Judeus cristãos 14 XGI 1.6; 2.5 znm 5.20 ª[At 10 28] 7 Alguns intérpretes terminam a citação aqui 15 b[At 15.10] cMt 9.11 16 dAt 13.38-39 eRm 1.17 /SI 143.2 8declaradojusto 17 g(1Jo 3.8] •2.6 Deus não aceita a aparência do homem. Assim como a marca externa da circuncisão não define quem é o povo de Deus, o prestígio temporal também não é importante para Deus (1 Sm 16.7; Rrn 2.25-29). •2.7 da incircuncisão. Ver nota ern 1.16. a Pedro o da circuncisão. Pedro, aparentemente, foi o principal porta-voz da primitiva igreja de Jerusalém (At 1-12). Muito relutantemente, atendeu ao rnandarnento de Deus de encontrar-se com o gentio Cornélia (At 10) Muito em- bora Pedro reconhecesse a necessidade de receber os gentios no povo de Deus (At 10.34-35; 11.17; 15.7-11). sentia, evidentemente, o chamado de Deus para pregar o evangelho especificamente aos judeus. •2.9 a graça que me foi dada. Com respeito à conversão e ao chamado de Pa- ulo. ver 1.15 e nota. Paulo refere-se freqüentemente ao seu chamado como graça de Deus concedida a ele (Rrn 1.5; 12.3; 15.15-16; 1Co3.1 O). Tiago, Cefas e João. Ver notas no v. 7; 1.18-19. Esses três homens possuíam autoridade especial na igreja primitiva de Jerusalém. Pedro e João erarn vistos juntos com freqüência (At 3.4) e Tiago teve grande destaque na igreja de Jerusa- lém (At 12.17; 15.13; 21.18). "Colunas" é uma metáfora comum no grego para pessoas em importantes posições de liderança. fôssemos para os gentios. Barnabé, assim como Paulo, era principalmente um missionário aos gentios (At 13-14; 15.36-41 ). •2.10 lembrássemos dos pobres. Alguns associam essas palavras ao propó- sito da segunda visita de Paulo a Jerusalém (At 11.27-30). Naquela visita, Paulo e Barnabé foram comissionados a levar uma oferta de Antioquia para os cristãos na Judéia, que estavam sofrendo por causa de um período de fome. Nesse caso, a pobreza de que Paulo fala seria pobreza no sentido literal do termo. Outros crêem que essas palavras referem-se à arrecadação que Paulo fez em favor dos santos de Jerusalém (At 24.17; Rm 15.26; 1 Co 16.1-3; 2Co 8.9). para a qual os gálatas contribuíram (1 Co 16.1 ). •2.11 Antioquia. Capital e maior cidade da província romana da Síria, Antioquia possuía uma grande comunidade judaica. Não surpreende, portanto, que tenha sido o primeiro lugar mencionado em Atos, onde os cristãos de origem judaica pregaram o evangelho aos gentios (At 11.19-20). A igreja em Antioquia, além de ter sido a primeira igreja, segundo nossos registros. a reunir cristãos judeus e gen- tios em culto e comunhão. também foi, ao que sabemos, a primeira igreja a enviar missionários para pregar o evangelho especificamente aos gentios (At 13.1-3) •2.12 apartar-se. Muitos cristãos judeus resistiram ao mandamento de Deus para que os gentios que haviam crido em Cristo fossem recebidos sem ter de se- guir a lei cerimonial (At 10.28; 11.2-3, 19; 15.1 ). Inclusive Pedro e Barnabé (v. 13) sucumbiram à pressão de um grupo que acreditava que se submeter à circunci- são, isto é, tornar-se um perfeito prosélito judeu, era necessário para tornar-se um cristão. •2.14 a verdade do evangelho. Ver nota no v. 5. vives como gentio. Antes da chegada do grupo da "circuncisão", Pedro havia comido tranqüilamente com os gentios (v. 12). Agora, incoerentemente, estava agindo como se os gentios tivessem de tornar-se judeus para que viessem a ser integralmente membros do povo de Deus. •2.15-16 Esses versículos são centrais em Gálatas. A idéia de Paulo é que qual- quer pessoa (tanto judeu circuncidado como gentio não circuncidado) entra em um relacionamento correto com Deus através da fé em Cristo somente. As pala- vras gregas traduzidas por "justiça", "justo", "justificar" e "justificação" são todas da mesma raiz e têm significados relacionados. •2.16 Ver "Fé e Obras", em T g 2.24. No Antigo Testamento, Deus governa e julga corn perfeita justiça (1Sm26.23) e pronuncia o seu veredito de inocente ou culpa- do. 'justificar" é declarar justo (Dt 25.1) Mas, se ninguém entre nós é justo dian- te de Deus (SI 143.2), como pode haver esperança desse veredito (Jó 9.2)7 Assim como Deus é o Juiz. cujo veredito é final e justo, também é o Salvador que pode providenciar o livramento do seu próprio julgamento (Jn 2.9) A justiça de Deus é revelada, não somente como uma exigência sua, mas também como dom de Deus (Is 45 24-25; 54.14-17). Esse dorn vem, por fim, através do Messias (Is 53.8; Jr 23.5-6; 33.14-16) Paulo proclama o cumprimento da promessa do Anti- go Testamento (Rm 3.21-26). A fé recebe o dom da justiça de Cristo e o perdão mediante a expiação feita por Jesus. obras da lei. Paulo havia se referido às "obras" que distinguem os judeus dos gentios (v. 15). tais como circuncisão, restrições alimentares e a guarda do sába- do. A expressão, no entanto. inclui todos os esforços da humanidade caída em guardar a lei de Deus a fim de merecer o seu veredito justificador. ninguém será justificado. Uma citação livre do SI 143.2. Ninguém é capaz de guardar a lei perfeitamente, de forma que observâncias legais como a circuncisão não são capazes de estabelecer um relacionamento correto com Deus. Para tan- to. é preciso algo diferente da lei, que Deus oferece no dom da justiça de Cristo e no sangue de sua expiação. Fé não merece a aceitação de Deus; fé aceita o méri- to de Cristo perante Deus (Fp 3.9). •2.17 fomos ... achados pecadores. Os agitadores da Galácia e os "alguns da parte de Tiago" (v. 12) consideraram Paulo um "pecador" (como os gentiosdo v. 15) por quebrar as leis judaicas de abstinência de alimentos. Tinham, provavel- mente. acusado o evangelho de Paulo de promover pecado (Rm 3.8). •2.18 destruí. A palavra grega traduzida aqui por "destruir" é usada no Novo Testamento com o sentido de demolir um edifício (Mt 24.2; Me 13.2; Lc 21.6; Rm 14.20). Paulo pode ter em mente a tentativa errônea de Pedro em reconstruir a parede entre judeu e gentio já derrubada pelo evangelho (v. 14; Ef 2.14) Recons- truir a parede da lei é trazer de novo a condenação da lei. O transgressor da lei não é aquele que volta-se da lei para Cristo a fim de ser justificado; mas aquele que volta-se de Cristo novamente para a lei. GÁLATAS 2, 3 1392 mesmo me constituo transgressor. 19 Porque eu, hmediante a própria lei, imorri para a lei, a fim de iviver para Deus. Estou 1 crucificado com Cristo; 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, mvivo pela fé no Filho de Deus, "que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 21 Não anulo a graça de Deus; pois, ºse a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cris- to 9em vão. Paulo apela para a experiência dos gálatas 3 ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, 1 ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucifica- do? 2 Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pe- las obras da lei ªou pela pregação da fé? 3 Sois assim insensatos que, btendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfei- çoando ena carne? 4 dTerá sido em vão que 2 tantas coisas so- frestes? Se, na verda~e, foram em vão. s Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? 9 De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão. 10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão de- baixo de maldição; porque está escrito: iMaldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. 11 E é evidente que, pela lei, ninguém é 3 justificado diante de Deus, porque I o justo viverá pela fé. 12 Ora, 1 a lei não procede de fé, mas: m Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. 13 "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: ºMaldito todo aquele que for pendurado em madeiro), 14 Ppara que a bênção de Abraão chegasse aos q gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o 'Espíri- to prometido. A lei não pode in11alidar a promessa 1s Irmãos, falo como homem. s Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou A experiência de Abraão lhe acrescenta alguma coisa. 16 Ora, as promessas foram feitas 6 É o caso de Abraão, que e creu em Deus, e isso lhe foi im- a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, putado para justiça. 7 Sabei, pois, que f os da fé é que são filhos como se falando de muitos, porém como de 1um só: uE ao teu de Abraão. 8 Ora, tendo ga Escritura previsto que Deus justifi- descendente, que é vcristo. 17 E digo isto: uma aliança já ante- caria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: riormente confirmada por Deus, 4a lei, xque veio quatrocentos hEm ti, serão abençoados todos os povos. e trinta anos depois, não a pode ab-rogar, zde forma que venha • 19 h,Rm 8.2 i[Rm 6.2, 14; 7.4] i [Rm 6.11] i[Rm 6.6] 20 m 2Co 5.15 n Ef 5.2 21 o Hb 7.11 9 por coisa alguma CAPITULO 3 1 1 TA e M acrescentam para não obedecerdes à verdade? 2 •Rm 10.16-17 3 b [GI 4.9] CHb 7.16 4 dHb 10.35 20u coisas tão grandes 6eGn15.6 7 /Jo 8.39 8 gRm 9.17 hGn 12.3; 18.18; 22.18; 26.4; 28.14 10 iDt 27.26 11iHc2.4 3declarado justo 121Rm4.4-5mLv18.5 t3n[Rm8.3]ºDt21.23 14P[Rm4.1-5,9,16JqRm3.29-30'1s32.15 15SHb9.17 161Gn 22.18 u Gn 12.3,7; 13.15; 24.7 v [1Co12.12] 17 XÊx 12.40 Z(Rm 4.13] 4TR e M acrescentam em Cristo •2.19 Paulo morreu para a lei na morte de Cristo; foi crucificado com Cristo (v. 20), pois foi unido a Cristo, que morreu em seu lugar (3.13; Rm 4.25; 5.6). Assim, também foi ressuscitado com Cristo e vivia em relação a Deus (CI 2.12; 3.1 ). Mor- te para a lei não transgride a lei, pois Cristo cumpriu as exigências da lei. É, portanto, .. mediante a própria lei'" que os crentes são libertos da escravidão e condenação da lei. Veja .. Os Três Propósitos da Lei'', em Dt 13.1 O. •2.20 União com Cristo significa que ele representou-nos em sua morte e ressur- reição. Significa mais, porém, porque é uma união viva. Jesus está presente com o crente; pelo Espírito, o Senhor vive em comunhão interior com os seus. Paulo não diz com isso que a individualidade pessoal é suprimida ou absorvida; ele vive .. na carne" pela "fé". A união é um relacionamento espiritual da mais profunda in- timidade. · •3.1 exposto. Talvez na pregação de Paulo. •3.2 Espírito. Paulo apela para a experiência que os gálatas mesmos tinham com relação ao Espírito Santo para provar que se lazer um judeu não é necessário para tornar-se um cristão (At 10.47; 11.17; 15.8). •3.3 na carne. Paulo não tem em mente, talvez, apenas a tentativa de guardar a lei sem o Espírito (Rm 7.7-8.17), rnas também a tentativa de obter o favor de Deus pelo corte tísico da circuncisão (Fp 3.2-3). Em todo caso, Paulo adverte seus leitores contra a tentativa de ganhar a salvação fazendo alguma obra. Salvação vem somente por meio da graça de Deus pela fé em Jesus Cristo (2.16). •3.6 Abraão era o pai dos judeus e a pessoa com quem Deus estabeleceu, pela primeira vez, a circuncisão corno s·1nal da aliança (Gn 17.1 O). Até mesmo esse re- verenciado patriarca foi posto em um relacionamento correto com Deus através da fé (Rm 4.11 ). Paulo reverte a acusação de que menospreza a aliança de Deus corn Abraão. Os verdadeiros filhos de Abraão compartilham sua fé, descendam fi- sicamente dele ou não. A promessa a Abraão é também a promessa de bênção aos gentios, bênção essa que deve ser recebida com fé como a de Abraão. •3.1 O O argumento de Paulo é que ninguém é capaz de guardar a lei na sua totali- dade, o que fundamenta pela citação de Dt 27.26. Na continuação da passagem de onde Paulo extrai a citação, Deuteronômio apresenta uma lista de maldições que recairão sobre Israel por desobediência. A maioria dos judeus, no tempo de Paulo, admitia que Israel havia quebrado a lei e havia recebido as maldições predi- tas (Dt 28.15-30.20) . •3.11 Veja nota teológica ':Justificação e Mérito". •3.12 a lei não procede de fé. Paulo fala aqui da lei como exigência de Deus, à parte da promessa da aliança de Deus. Levítico (18.5) apresenta a exigência e prediz o fracasso e a maldição que seguiria (26.14-38). A promessa também é re- petida (26.40-45), pois ela não é invalidada (3.15-22). •3.13 maldição em nosso lugar. Uma vez que quebramos a aliança de Deus violando a lei, merecemos receber a maldição da lei e a condenação de Deus. Mas Cristo levou a maldição da lei em nosso lugar, dando-nos paz com Deus (Rm 3.21-26; 4.25; 5.1-8; 2Co 5.21; CI 2.13-15; cf. Me 10.45; Jo 1.29; 1Pe2.24). Ver "A Expiação'', em Rm 3.25. •3.14 a bênção de Abraão. Verv. 8; Gn 12.3; "Cristo-o Mediador", em 1Tm 2.5. Os gentios que chegaram à fé, cujas vidas são marcadas pela habitação do Espírito, são o cumprimento da promessa de que através de Abraão todas as na- ções serão abençoadas. O Espírito é a bênção prometida a Abraão. •3.15-18 Deus prometeu bênção salvadora para as nações através de Abraão "e sua semente" - Cristo, que, em sua natureza humana, descende de Abraão. A promessa da aliança não foi cancelada pela lei mais tarde dada a Moisés. A lei não se opõe às promessas (v. 21). mas as pressupõe. Suas exigências mostram a impossibilidade de se obter a salvação por merecimento e remetem o povo de Deus à fé em Cristo (v. 24). •3.16 descendente. Lit. '"semente". Paulo está ciente de que o substantivo"se- mente", no singular, pode ser tanto coletivo como individual (v. 29; Rm 4.18). Ele está afirmando que Cristo é a Semente (o descendente) a qual, em última instân- cia, refere-se a promessa. Ver "A Aliança da Graça de Deus'", em Gn 12.1. •3.17 quatrocentos e trinta anos. Ern Êx 12.40, os 430 anos referem-se ao tempo que Israel permaneceu no Egito. Na versão do Êxodo no Antigo Testamento JUSTIFICAÇÃO E MÉRITO GI 3.11 1393 GÁLATAS 3 A doutrina da justificação - o núcleo tormentoso da Reforma - era, para Paulo, o âmago do evangelho (Rm 1. 17; 3.21-5.21; GI 2.15-5.1), dando forma à sua mensagem (At 13.38-39)eà sua devoção (2Co 5.13-21; Fp 3.4-14). Ainda que outros escritores do Novo Testamento afirmem a mesma doutrina em substância, os termos com que os Protestantes a têm afirmado e defendido, por quase cinco séculos, são tirados essencialmente de Paulo. Justificação é o ato de Deus pelo qual ele perdoa pecadores e os aceita como justos por causa de Cristo. Por esse ato, Deus endireita permanentemente o anterior relacionamento alienado que os pecadores tinham com ele. Essa sentença justificado- ra é a concessão por Deus de um status de aceitação de pecadores por causa de Jesus Cristo (2Co 5.21 ). O juízo justificador de Deus parece estranho, pois declarar justificados os pecadores parece ser exatamente o tipo de ação injusta praticada porum juiz, que a própria lei de Deus proíbe (Dt 25.1; Pv 17.15). Contudo, é um julgamento justo, porque sua base é a justiça de Jesus Cristo. Como o "último Adão" (1Co15.45), agindo em nosso favor, como nosso Cabeça representati- vo, Cristo cumpriu a lei que nos prendia e suportou o castigo que merecíamos pela desobediência à lei e, assim, "mereceu" a nossa justificação. Por isso, nossa justificação tem base justa (Rm 3.25-26; 1 Jo 1.9), com a justiça de Cristo creditada em nosso favor (Rm 5.18-19). A decisão justificadora de Deus é, na prática, o julgamento do Último Dia, com relação ao lugar onde devemos estar na eternidade; essa decisão já é trazida para o presente e é pronunciada aqui e agora. É um juízo sobre o nosso destino eterno; Deus nunca voltará atrás, por mais que Satanás possa apelar contra o veredito (Zc 3.1; Rm 8.33-34; Ap 12.10). Estar justifica- do é estar eternamente seguro (Rm 5.1-5; 8.30). O meio necessário para a justificação é a fé pessoal em Jesus Cristo como Salvador crucificado e como Senhor ressurreto (Rm 4.23-25; 10.8-13). A fé é necessária porque o fundamento meritório de nossa justificação está totalmente em Cristo. Ao nos entregarmos a Jesus, em fé, ele nos concede seu dom da justiça, de modo que no próprio ato de "fechar com Cristo" - como os mais antigos mestres Reformados diziam-, recebemos o perdão e a aceitação divinos, que não podemos encon- trar em nenhum outro lugar (GI 2.15-16; 3.24). A teologia católica romana histórica inclui a santificação na definição da justificação, considerada como um processo, ao invés de um único evento decisivo, e afirma que, embora a fé contribua para a nossa aceitação diante de Deus, nossas obras de satisfação e mérito devem contribuir também. Os católicos vêem o batismo como portador da graça santificadora, que nos justifica primeiramente. Depois, o sacramento da penitência permite que mérito suplementar seja alcançado através das obras, assegurando a justificação se a graça da aceitação inicial por Deus se perder por causa de um pecado mortal. Esse mé- rito suplementar não obriga Deus a ser gracioso, embora seja o contexto normal para recebê-lo. Segundo o conceito católico romano, os fiéis efetuam sua própria salvação com a ajuda da graça que procede de Cristo através do sistema sacramental da Igreja. Os Reformadores ressaltaram que esse conceito da salvação solapa o sentido de confiança que só a livre graça pode oferecer àqueles que não têm méritos. Paulo já tinha mostrado que todos os seres humanos, seja qual for o grau de sua pieda- de, estão sem méritos e necessitam da livre justificação para serem salvos. Uma justificação que precisa ser completada pelo beneficiado não oferece repouso sólido. -- --·------------- --- ------~---- ----··----- a desfazer a promessa. 18 Porque, se ªa herança provém de lei, viesse o d descendente a quem se fez a promessa, e foi epro- bjá não decorre de promessa; mas foi pela promessa que Deus a mulgada por meio de anjos, pela mão Ide um mediador. concedeu gratuitamente a Abraão. 19 Qual, pois, a razão de ser 20 Ora, o mediador não é de um, gmas Deus é um. 21 É, porven- da lei? cFoi adicionada por causa das transgressões, até que tura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! • 18 a [Rm 8 17) b Rm 4 14 . 19 e Jo 15 22 d GI 44 e At 7 53 /Êx 20 19 20 g [Rm 3 29) grego la Septuaginta), o tempo de permanência dos patriarcas em Canaã está in- cluído nos 430 anos. Mas Paulo não se refere à passagem necessariamente con- forme a Septuaginta. Para o seu objetivo. é suficiente demonstrar que decorreram séculos até que a lei fosse dada no Sinai ICf Gn 15.13; At 7 6). •3.19 por causa das transgressões. Provavelmente. para definir pecado es- pecificamente como pecado contra a explícita vontade de Deus e. assim, tornar o pecado tanto pior IRm 5.13,20). descendente. Em Gn 17.19, Deus promete a Abraão um filho, lsaque. e diz que estabelecerá uma aliança com lsaque e seus "descendentes" lum substantivo singular no hebraico que também pode ser traduzido por "semente"). Paulo vê o emprego do substantivo na forma singular como uma referência a Jesus, que res- taurou a aliança que estava rompida entre Deus e o seu povo escolhido. por meio de anjos. Ver Dt 33.2; At 7.53; Hb 2.2. •3.20 mediador. Moisés foi mediador entre Deus e Israel quando Deus esta- beleceu a sua aliança com Israel no Monte Sinai IÊx 19-34). A promessa dada a Abraão, entretanto, não precisou de mediador e. em vista disso, é su- perior à aliança no Sinai. Deus é um. Ver Dt 6.4. A aliança de Deus com Abraão, urna vez que não teve urn mediador, demonstrou a unidade e soberania de Deus mais perieitarnente do que a aliança no Sinai. O cumprimento da aliança de Deus corn Abraão pela inclusão dos gentios no povo de Deus também demonstra a unidade de Deus mais clara- mente do que a aliança do Sinai. porque ela mostra a sua soberania sobre toda a criação IRm 329-30) •3.21 A incapacidade da humanidade em guardar a lei- e não a própria lei- é a origem da ruptura no relacionamento da humanidade com Deus. contrária às promessas de Deus. Paulo resolutamente rejeita essa conclusão errônea de seu argumento. A lei poderia competir com o evangelho apenas se pu- desse conceder vida. libertando os pecadores da condenação que ela mesma im- põe. Embora a lei seja boa e aponte o que é agradável a Deus llv 18.5; Rm 7.10). não foi capaz de dar vida aos transgressores da lei l2Co 3.6) Os judeus. tendo a lei. foram por ela condenados. A Escritura registra isso muito bem. mostrando que todos são pecadores condenados e indicando a necessidade do Salvador prometido. GÁLATAS 3, 4 1394 ADOÇÃO 614.5 O dom da justificação, isto é, a presente a~o por Deus, o Juiz do mundo, é acompanhada pelo dom da adoção, isto é, o dom de a pessoa poder tomar-se filho do Pai Celestial {GI 3.26; 4.4· ·o mundo de Paulo, a adoção se fazia comumente de jovens adultos, homens, de bom caráter, que se tomavam herdeir ·· .. • .. tinham o nome da família de pessoas ÂeaSt\W,de outro modo, não teriam filhos. Paulo, contudo, proclama a adoçãogràciosa de Deus, que adota indivíduos de mau caráter, para se tornarem "herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo~· ~Rm 8.17 ). . A justificação é a bênção básica sobre a qual se fundamenta a adoção; a adoção é a bênção culminante para a qual a justifi- cação abre caminho. O status de adotado pertence a todos os que recebem Cristo {Jo 1. l 2). Em Cristo e através de Cristo, Deus ama seus filhos adotivos, corno ama seu Filho unigênito,e partilhará com eles a glória 1fU9 Cristo usufrui agora (Rm 8.17,38-39). Os crentes estão sob o cuidado e disciplina paternais de Deus (Mt6.26; Hb 12.5-11 ). Eles devem orar a Deus que é seu próprio Pai do céu (Mt 6.5-13).í devem imitar suas virtudes (Mt 5.44-48; 6.12, 14-15; 18.21-35; Ef 4.32-5.2) e devem confiar em seu amor paternal (Mt 6.25-34), expressando desse modo o instinto filial que o Espírito Santo implantou neles {Rm 8.15-17;G\ 4.6}. Adoção e regeneração constituem duas realidades que permanecem juntas, como dois aspectos da salvação assegurada por Cristo (Jo 1.12-13), porém são rea6dades que devem ser distinguidas entre si. A adoção resulta num novo relacionamen- to, enquanto que a regeneração é uma mudança de nossa natureza moral. Contudo, a conexão entre elas é clara. Deus quer que seus filhos, a quem ele ama, tenham o seu caráter e, para isso, ele toma providências. Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de lei. 22 Mas a Escritura encerrou htudo sob o pecado, ipara que, mediante a fé em Je- sus Cristo, fosse a promessa concedida aos que crêem. ver judeu nem grego; qnem escravo nem liberto; nem ho- mem nem mulher; porque todos vós sois 'um em Cristo Jesus. 29 E, 5 Se sois de Cristo, também sois 1descendentes de Abraão e "herdeiros segundo a promessa. A tutela da lei para nos conduzir a Cristo A nossa.filiação em Cristo 23 Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei 4 Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de re- menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor velar-se. 24 De maneira que ia lei nos serviu de 5 aio para nos de tudo. 2 Mas está sob tutores e curadores até ao tempo pre- conduzir a Cristo, 1a fim de que fôssemos justificados por fé. determinado pelo pai. 3 Assim, também nós, quando éramos 25 Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados menores, ªestávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do ao aio. 26 Pois todos vós msois filhos de Deus mediante a fé mundo; 4 bvindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou em Cristo Jesus; 27 porque ntodos quantos fostes batizados em seu Filho, cnascido1 dde mulher, enascido sob a lei, 5/para Cristo ºde Cristo vos revestistes. 28 Dessarte, Pnão pode ha- resgatar os que estavam sob a lei, ga fim de que recebêssemos • 22 hRm 11.32 iRm 4.11 24 iRm 10.4IAt13.39 5Em uma família, o tutor responsável pelo cuidado e disciplina das crianças 26mJo1.12 27 nJRm 6.3] 0 Rm 10.12; 13.14 28 PCI 3.11 q [1Co12.13] '[Ef 2.15-16] 29 s Gn 21.10 tRm 4.11 u Rm 8.17 CAPITULO 4 3 a CI 2.8,20 4 b [Gn 49.1 Oj e [Jo 1.14] d Gn 3.15 e Lc 2.21,27 1 Ou feito 5 /[Mt 20 28] g [Jo 1.12] •3.24 aio. Um "aio" era um escravo responsável pela educ~ção da criança, prin- cipalmente para apontar e castigar o mau comportamento. A semelhança de um aio, a lei destacou e puniu o pecado. Outra importante função dos aios era a de separar e proteger a criança da influência de estranhos. A lei exerceu função se- melhante separando Israel dos gentios. Também essa função da lei cerimonial se acabou. Ver "A Lei de Deus", em Êx 20.1. •3.26 sois filhos de Deus. Somos adotados como "filhos" porque estamos uni- dos ao verdadeiro Filho, Jesus Cristo. O batismo sela essa união com Cristo. É uma união vital: Cristo vive em nós 12.20) É também uma união representativa. Cristo morreu e vive por nós IRm 6.5-11). Ser revestido de Cristo têm duas impli- cações• a sua justiça é nossa veste e somos uma nova criação em Cristo (Rm 13.14; Ef 4.24; CI 3.10). •3.28 todos vós sois um em Cristo Jesus. A parede da separação entre judeu e gentio está removida para os que estão unidos a Cristo: todos em Cristo são a se- mente de Abraão \Ef 2.14-16; C\ 3.11 ). De fato, nenhuma das diferenças entre os seres humanos confere vantagens no que se refere à salvação. Paulo não elimina tais distinções, como a diferença entre homem e mulher. mas mostra que elas não conferem status preferencial em termos de nossa união com Cristo. Até o retorno de Cristo, a ordem estabelecida na criação permanece e a ordem na Igreja leva isso em conta (1Co 11.3; 14.34; 1Tm 2.11-14). Ver''A Igreja", em Ef 2.19. •4.1-7 Paulo já comparou a lei a um carcereiro (3.23) e a um aio 13.24, nota). Agora, ele compara o papel preparatório da lei ao dos tutores ou guardiões de um menor de idade. O pleno direito de quem cresceu é o reconhecimento legal como filho e o recebimento da herança. •4.3 sujeitos aos rudimentos. A expressão grega refere-se aos elementos bási- cos de que se compõe o mundo; no pensamento da antiguidade. esses eram terra, vento, água e fogo. Algumas vezes, esses elementos eram venerados como divin- dades que governam o universo. Paulo pode ter em mente aqui o calendário sagra- do da lei, cujas estações eram determinadas pelos corpos celestiais (cf. CI 2.8,20-22). O legalismo subjugou a vida ao controle das estruturas do mundo. •4.4 plenitude do tempo. O tempo estabelecido pelo Pai lv. 2). "os fins dos sé- culos" (1 Co 10.11 ). em que as promessas de Deus são realizadas. Deus enviou seu Filho. Seu Filho eterno. enviado para nascer de uma mulher. sob a lei. Ainda que sem pecado 12Co 5.21 ), Cristo nasceu sob a lei, não somen- te com a obrigação de cumprir a lei, mas identificando-se com pecadores, os quais estão debaixo da maldição da lei. Sua morte libertou-nos dessa maldição 13.10-14) •4.5 para resgatar. O conceito de redenção vem da instituição da escravidão. Tanto no mundo greco-romano como no judeu. um escravo podia comprar sua li- berdade (ou alguém poderia comprá-la para ele), pagando o preço da redenção aos seus proprietários. O preço da nossa redenção foi pago pelo Pai, no sangue de seu Filho (1 Pe 1.17-18), e pelo Filho, ao dar a sua vida como resgate por muitos (Mt 20.28) os que estavam sob a lei. Não somente judeus, circuncidados sob a lei de 1395 GÁLATAS 4 a adoção de filhos. 6 E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso co!ação h o Espírito de seu Filho, que clama: 2 Aba, Pai! 7 De sorte que já não és escravo, porém filho; ie, sendo filho, também herdeiro 3 por Deus.4 O valor transitório dos ritos judaicos 8iQutrora, porém, não conhecendo a Deus, 1servíeis a deuses que, por natureza, não o são; 9 mas m agora que co- nheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus, ncomo estais voltando, outra vez, 0 aos rudimentos fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos? 10 PGuar- dais dias, e meses, e tempos, e anos. 11 Receio de vós qtenha eu trabalhado em vão para convosco. que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar. 16 Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade? 17 Os que vos vobsequiam não o fazem sin- ceramente, mas querem afastar-vos de mim, para que o vos- so zelo seja em favor deles. 18 É bom ser sempre zeloso pelo bem e não apenas quando estou presente convosco, 19 xmeus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós; 20 pudera eu estar presente, agora, convosco e falar-vos em outro tom de voz; porque me vejo perplexo a vosso respeito. Sara e Agar, alegoria das duas alianças 21 Dizei-me vós, os que quereis estar sob a lei: acaso, não ouvis a lei? 22 Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, A perplexidade de Paulo zum da mulher escrava e ªoutro da livre. 23 Mas o da escra- 12 Sede qual eu sou; pois também eu sou como vós. va bnasceu segundo a carne; co da livre, mediante a pro- Irmãos, assim vos suplico. 'Em nada me ofendestes. 13 E vós messa. 24 Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres sabeis que vos preguei o evangelho a primeira vez 5 por causa são 7 duas alianças; uma, na verdade, se refere ao monte de uma enfermidade física. 14 E, posto que a minha enfermi- d Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar. 2s Ora,Agar é dade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me reve- o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, lastes desprezo nem desgosto; antes, me recebestes 1como que está em escravidão com seus filhos. 26 Mas a eJerusa- sanjo de Deus, "como o próprio Cristo Jesus. is 6Que é fei- lém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe; 27 porque está es- ta, pois, da vossa exultação? Pois vos dou testemunho de crito: • 6 h [~9~6] ~A~;~~~i ;~[Rm 8.16-17] 3TR e M de Deus 4TR e M~~resce~;~~-porme10 ~e C~~to 8 iEf 2.1; /;~ ··-~~ 1.25 9m[1Co8.3]nCl2.20ºHb7.18 lOPRm14.5 tlQ1Ts35 12'2Co2.5 13S1Co2.3 t41Ml2.7U[Lc1016]5Qu mensageiro IS ôCf. TR e M; NU Onde está, pois, 17 VRm 10.2 19 x1co 4.15 22 2 Gn 16.15 ªGn 21.2 23 bRm 9.7-8 CHb 11.11 24 dDt 33.2 7Cf. NU e M; TR as duas 26 e [Is 2 2] Moisés, mas também gentios, porque tanto um como outro estão sob a maldi- ção da lei 1313-14) a adoção de filhos. Paulo esteve falando do povo de Deus sob a lei como filhos IÊx 4.23; Is 1.2). Agora. ele descreve a única maneira pela qual os filhos podem tornar-se membros adultos da família, não mais menores de idade. Deus sela a nossa adoção dando-nos o Espírito de seu Filho IRm 8.9-17). Ver a nota teológica "Adoção" •4.6 Aba. Termo aramaico que significa "Pai" e que foi empregado por Jesus !Me 14.36) Era natural que Jesus, Filho de Deus em um sentido único do termo, usas- se essa palavra. Agora, o Espírito coloca a mesina palavra nos lábios de homens e mulheres adotados em Cristo. •4.9 conhecidos por Deus. O conhecimento que tinham de Deus não era o re- sultado de sua própria investigação, mas da obra soberana daquele que abriu o entendimento deles. Ver "O Verdadeiro Conhecimento de Deus", em Jr 9.24. voltando, outra vez. Surpreendentemente, Paulo liga a escravidão do legalismo cerimonial com a escravidão da superstição pagã. Admitir a circuncisão como ne- cessária para a salvação é voltar-se da liberdade da graça para a escravidão do mundo com os seus tempos e épocas (v. 1 O, CI 2.8,20-22), sejam tais tempos ju- daicos ou gentílicos. rudimentos fracos. Antes de sua conversão, os gálatas estavam sujeitos aos "elementos" do mundo pagão: seus falsos deuses, sua astrologia e os rituais que guardavam segundo as estações do ano lv. 3, nota). •4.1 O Paulo pode estar referindo-se à observância de festivais judaicos. Os agita- dores judeus na Galácia não exigiam somente a circuncisão para a salvação, mas, provavelmente, também a adoção de toda a lei, incluindo a lei sobre os alimentos e os festivais religiosos. •4.12 Sede qual eu sou; pois também eu sou como vós. Para levar o evan- gelho aos gálatas gentios. Paulo teve de ultrapassar as restrições legais da lei mo- saica que proibia a interação entre os judeus e gentios 11 Co 9.19-23). Paulo tornou-se "como" os gálatas quanto à liberdade em relação à lei e agora encoraja- os a serem "como" ele é quanto à liberdade da escravidão legalista. Em nada me ofendestes. O quadro positivo que Paulo faz do seu relacionamen- to anterior com os cristãos da Galácia (mais desenvolvido nos vs. 13-16) contém um apelo implícito para que as boas relações prossigam. Está evidente em toda essa seção o profundo interesse de Paulo para com os gálatas. •4.13 por causa de uma enfermidade física. Não se sabe de que enfermida- de Paulo sofria. Alguns sugerem um problema de visão (v. 15; 6.11 ), mas malária e epilepsia também já foram sugeridas. Pode haver ou não relação com o que Paulo chamou de "espinho da carne" (2Co 12.7). Ao que parece, a enfermidade de Paulo fez com que ele permanecesse mais tempo na Galácia, onde não falta- ram oportunidades de ministério. •4.17 zelo. Ver 6.12. O zelo deles pode ter surgido do desejo de evitar a perse- guição, movida talvez por nacionalistas judeus que não eram cristãos, os quais vi- ram no caráter inclusivista do movimento cristão uma ameaça à sua causa. •4.19-20 Um testemunho emocionante do profundo sentimento que Paulo nutria para com os que havia conduzido à fé em Cristo. A ira de Paulo nessa carta (1.6,9; 3 .1; 5.12) não só reflete a seriedade que atribuía à tarefa de preservar a verdade do evangelho como também o amor por seus "filhos" em Cristo. •4.22 dois filhos. Ismael, o filho mais velho, nascera de Agar iGn 16); lsaque, o filho mais novo, de Sara IGn 21.1-6). Agar era escrava de Sara. •4.23 Ismael, o filho de Abraão e Agar, nasceu depois que Abraão e Sara já havi- am perdido as esperanças de terem o filho prometido por Deus. Sara deu à luz a lsaque por um milagre, muito tempo depois de terem passado os seus anos fér- teis. Deus mostrou que nenhuma das suas promessas fica sem cumprimento iGn 18.14; Lc 1.37) •4.24 alegóricas. Foram acontecimentos históricos com um significado mais profundo. •4.25 monte Sinai. O lugar onde Deus estabeleceu sua aliança com Israel IÊx 19-34) corresponde à Jerusalém. Quer nos dias de Paulo como em nossos, a maioria dos judeus permanece, como qualquer descrente, na escravidão ao pecado e sob a maldição que a aliança do Sinai pronuncia sobre tantos quantos desobedecem suas exigências. •4.26 Jerusalém lá de cima. Jerusalém era a cidade onde Deus estabelecera o seu nome, o lugar de sua habitação no meio do seu povo (SI 78.68-69). A plenitude da habitação de Deus conosco realizou-se em Cristo, o verdadeiro templo (Jo 2.19). A Jerusalém verdadeira está nos céus, onde ele está (Hb 12.22; Ap 212). GÁLATAS 4, 5 1396 f Alegra-te, ó estéril, que não dás à luz, exulta e clama, tu que não estás de parto; porque são mais numerosos os fi- lhos da abandonada que os da que tem marido. 28 8Vós, porém, irmãos, sois hfilhos da promessa, como !saque. 29 Como, porém, outrora, io que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, /assim também agora. 30 Contudo, que diz 1a Escritura? m Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum no filho da escrava será herdeiro com o filho da livre. 31 E, assim, irmãos, somos filhos não da escrava, e sim da livre. Ou a lei ou Cristo 5 Para 1 a liberdade foi que Cristo nos libertou. ª Permane-cei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a bjugo de escravidão. 2 Eu, Paulo, vos digo que, cse vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. 3 De novo, testifico a todo ho- mem que se deixa circuncidar d que 2 está obrigado a guardar toda a lei. 4 eDe Cristo vos desligastes, VÓS que procurais justi- ficar-vos na lei; f da graça decaístes. 5 Porque nós, pelo Espíri- to, 8aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. 6 Porque, hem Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incir- cuncisão têm valor algum, mas a ; fé que atua pelo amor. 7 Vós icorrfeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade? 8 Esta persuasão não vem daquele que vos chama. 9 'Um pouco de fermento leveda toda a massa. 10 Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro senti- mento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofre- rá a condenação. 11 Eu, porém, irmãos, se ainda prego a circuncisão, mpor que continuo sendo perseguido? Logo, nestá desfeito o escândalo da cruz. 12 ºTomara até 3 se muti- lassem P os que vos incitam à rebeldia. A liberdade é limitada pelo amor 13 Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; po- rém qnão useis da liberdade para rdar ocasião à carne; 5 sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. 14 Porque 1toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: u Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 15 Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos. As obras da carne e o fruto do Espírito 16 Digo, porém: vandai no Espírito e jamais satisfareis à con- cupiscência da carne. 17 Porque xa carne milita contra o Espíri- to, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; zpara que não façais o que, porventura, seja do vosso querer . • ==~=27 /Is 54.1 28 8GI 329 h At325 29 iGn 219 iGI 5.11 30 1 [GI 3.8,22] m Gn 21.1O,12 n [Jo 8.35] CAPÍTULO 5 1 ª Fp 4.1 b At 15.1 O I TR e M Permanecei, pais, firmes na liberdade para a qual Crista nas libertou. M repete Permanecei, pais, firmes 2CAt15.1 3d[Rm225]2éumdevedor 4e[Rm931]/Hb12.15 5gRm8.24 6h[Gl6.15]i1Ts1.3 7i1Co9.24 911Co56 11 m1Co15.30n[1Co1.23] 12ºJs7.25PAt15.1-23secortassem 13Q1Cos.9r1Pe2.16s1co9.19 14tMt7.12; 22.40 Ulv 19.18 16 VRm 6.12 17 XRm 7.18,22-23; 8.5 ZRm 7.15 •4.30 da livre. Não pertencemos ao pecado como escravos, nem estamos de- baixo da maldição da lei (Rm 6.1-7 6) •5.1 jugo. A literatura judaica da época compara a lei a um jugo ao qual o obe- diente se submete. Paulo não quer que os seus leitores de origem gentílica permi- tam que a lei tome o lugar de Cristo em suas vidas (Mt 11.29; At 15.1 O). Ver nota teológica "A Liberdade Cristã". •5.2 Considerar Cristo e circuncisão como necessários para a salvação é o mes- mo que negar a suficiência da morte de Cristo para a salvação. Para aqueles que foram libertos em Cristo, submeterem-se à circuncisão para a salvação é com- prometerem-se a fazer o que está completamente fora de seu alcance 12.21) e rejeitar o que Cristo tem feito por eles. Isto seria como voltar ao domínio do peca- do e à maldição da lei. •5.4 da graça decaístes. Isto é, estariam renunciando à graça de Deus por não mais depositar sua confiança nela. Os que foram escolhidos em Cristo serão guar- dados de semelhante renúncia do evangelho, em vista do que Paulo mantém-se confiante de que atenderão à sua advertência lv. 1 O). Entretanto, pode haver, en- tre os que para nós parecem ser verdadeiros membros de Cristo, aqueles que abandonarão o evangelho (Rm 11.22; 1Jo 2.19). A Escritura nos admoesta, em vista disso, a procurarmos "com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vo- cação e eleição" 12Pe 1.10). vivendo de um modo que demonstre a realidade da presença do Espírito dentro de nós 15.16-B.10; Hb 10.26-27; 2Pe 1.5-11 ). •5.5 esperança da justiça que provém da fé. A firme esperança de justiça mediante a fé contrasta com a vã esperança de justiça por meio de obras da lei. O Espírito Santo dá ardente expectativa de justificação no último dia, porque nós já fomos justificados em Cristo IRm 5.1-5,9-10). Esse mesmo Espírito, ao confe- rir-nos os benefícios salvíficos de nosso Senhor ressurreto, é para nós uma ante- cipação da completa herança na glória l2Co 5.5; Ef 1.13) •5.6 Paulo não está contestando a circuncisão como tal (6.15; 1 Co 7.19; cf. At 16.3), mas a tentativa de fazer desse rito uma condição para a salvação. Quem c1í\ em Jesus Cristo e demonstra a autenticidade de sua fé por meio de uma vida santificada, está salvo. Ver "Fé e Obras", em Tg 2.24. •5.11 se ainda prego a circuncisão. Pode ser que Paulo esteja referindo-se à sua vida antes da conversão ou, talvez, refutando uma falsa acusação dos seus adversários de que ele pregue a necessidade de circuncisão para a salvação quando os apóstolos de Jerusalém estão presentes, mas esquece essa exigência quando está na companhia dos gentios (1.1 O). escândalo da cruz. Ver 1 Co 1.18-2.5. •5.12 até se mutilassem. Ver nota textual. A ira de Paulo vem do fato de ver no- vos crentes serem desviados. Jesus disse algumas palavras igualmente fortes para advertir aqueles que ousavam conduzir outros ao erro (Lc 17.1-2). •5.13 liberdade. Liberdade cristã é liberdade do pecado, não liberdade para o pecado !Rm 6.1-7.6). Ver "Liberdade e Escravidão da Vontade", em Jr 17.9. •5.14 toda a lei. A carta de Paulo aos Gálatas não anula a lei. Cristo cumpriu a lei; não a aboliu !Mt 5.17). Certas partes da lei, tais como as regras sobre os ali- mentos, não se aplicam mais na nova aliança, mas os mandamentos morais da lei permanecem como declarações da vontade de Deus para a conduta cristã (Rm 8.2-8; 138-10). Amarás. VerRm 13.10; 1Co 13; cf. Mt 19.19. •5.16 andai no Espírito. A habitação do Espírito Santo naquele que crê é um si- nal de que o mesmo faz parte do povo de Deus e é herdeiro das promessas da ali- ança dadas a Abraão 13.14; 4.6; 5.5). A presença do Espírito é também um sinal de que no dia derradeiro Deus declarará justo aquele que crê 15.5; 2Co 1.22; 5.5). •5.17 a carne. Ver "Santificação: O Espírito e a Carne", em 1 Co 6.11. Paulo diz em 6.13 que os agitadores da Galácia queriam circuncidar os gálatas a fim de glo- riarem-se em sua "carne" e, em 2.16, l'"aulo diz que pela observação da lei, "ne- nhuma carne" listo é, ninguém) será justificada. l'"au/o usa o termo "carne" em, pelo menos, três sentidos. Em um sentido mais geral, refere-se ao que é humano. Em um outro sentido, refere-se ao corpo físico. Em um sentido mais especffico, principalmente quando aparece em oposição a "espírito", refere-se à natureza humana pecaminosa, que envolve também mente e alma. Se os gálatas abando- nam a Cristo e põem sua confiança na lei, estarão voltando à confiança na carne e, dessa forma, para a existência debaixo da maldição da lei. Há esperança e ad- vertência nas palavras de Paulo. Embora os desejos da carne se oponham ao Espírito, os desejos dados pelo Espírito Santo livram-nos da carne e da lei. 1397 ------- - -·-------------------------~-- A LIBERDADE CRISTÃ GI 5.1 GÁLATAS 5, 6 -----·-1 A salvação em Cristo é libertação, e a vida cristã é uma vida de liberdade- pois Cristo nos libertou (GI 5.1; d. Jo 8.32,26). A ação libertadora de Cristo não é basicamente de melhoramento social. político ou econômico, como hoje, às vezes, se su- gere; é a libertação do jugo da lei como meio de salvação; é a libertação do poder do pecado e da superstição. Primeiramente, o cristão é libertado da lei como sistema de salvação. Sendo justificado pela fé em Cristo, não está mais sob a lei de Deus, mas sob a sua graça (Rm 3.19; 6.14-15; GI 3.23-25). O seu status diante de Deus (a "pai' e o "acesso" de Rm 5.1-2) é assegurado porque ele foi aceito e adotado em Cristo. Não depende e jamais dependerá daquilo que faz, e nem ja- mais estará em perigo por aquilo que deixar de fazer. Ele vive não porque é perfeito, mas porque é perdoado. Embora sejam decaídos, os seres humanos pensam poder ganhar um relacionamento correto com Deus, mediante discipli- nas de obediência, de rituais e ascetismo. Sem a justiça de Deus, eles procuram "estabelecer a sua própria" - como Paulo descreve os judeus (Rm 10.3). Paulo sabia que esse é um empreendimento sem esperança. Nenhum desempenho humano jamais será bom o suficiente, e há sempre desejos errados no coração, não importando quão corretas sejam as ações exterio- res (Rm 7.7-11; d. Fp 3.6). Deus olha primeiro para o coração. Longe de abrir o caminho para a vida, a obra da lei é despertar, desmascarar e condenar o pecado que permeia nossa vida moral, fazendo-nos cientes de sua realidade e conseqüências (Rm 3.19; 1 Co 15.56; GI 3.10). A futilidade de considerar a lei como um sistema de salvação e de procurar justiça por meio dela torna-se plenamente evidente (GI 3.10-12; 4.21-31 ). Essa futilidade é a escravidão à lei, da qual Cristo nos liberta. Em segundo lugar, os cristãos foram libertados do domínio do pecado (Jo 8.34-36; Rm 6.14-23). Foram sobrenaturalmente regenerados e vivificados para Deus, através de sua união com Cristo na sua morte e na sua vida ressurreta {Rm 6.3-11 ). O desejo de seu coração agora é servir a Deus em justiça (Rm 6.18,22). O domínio do pecado envolve não só constantes atos de desobediência, mas também constante menosprezo da lei moral de Deus, criando, às vezes, ressentimento ou, mesmo, ódio para com a lei. Agora, contudo, sendo transformados no coração, sendo motivados pelo sentimento de gratidão pelo dom da graça e energizados pelo Espírito Santo, os cristãos servem "em novidade de espírito e não na caducidade da letra" (Rm 7 .6). Em terceiro lugar, os cristãos foram libertados da superstição, inclusiveda idéia de que a matéria e o prazer físico são intrin- secamente maus. Contra essa idéia, Paulo insiste em que os cristãos são livres para desfrutar de todas as coisas criadas como dádivas boas de Deus (llm 4.1-5), na condição de não transgredirmos a lei moral, nem atrapalharmos o nosso bem-estar espiritual ou o dos outros (1Co 6.12-13; 8.7-13). 18 Mas, ªse sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. 19 Ora, bas obras da carne são conhecidas e são: 4prosti- tuição, 5 impureza, lascívia, 20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21 invejas, 25 iSe vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. 26 1Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros. bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito O auxílio mútuo e a responsabilidade pessoal das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que Ó Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, não herdarão o reino de Deus cos que tais coisas praticam. vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de 22 Mas do fruto do Espírito é: eamor, alegria, paz, longanimida- ªbrandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. de, benignidade, /bondade, gfidelidade, 23 mansidão, domínio 2 bLevai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis calei próprio. hContra estas coisas não há lei. 24 E os que são de Cris- de Cristo. 3 Porque, dse alguém julga ser alguma coisa, to Jesus ;crucificaram a carne, com as suas paixões e concupis- e não sendo nada, a si mesmo se engana. 4 Mas /prove cada cências. um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente • 18 a [Rm 614; 7.4; 814] 19-~Ef 5.3.11 4TR e M acre--::entam adult~rio S imo~a/ida-;e sex~al 21 C1Co-;9-~ 22 d IJo 152] e {CI 312-15]/Rm15.14g1Co13.7 23h1Tm1.9 241Rm6.6 25i[Rm8.4-5] 261fp2.3 CAPÍTULO 6 taEf4.2 2 bRm 15.1C[Tg 2.8] 3 dRm 123 e12Co3.5] 4/1Co 11.28 •5.20 porfias ... facções. Paulo relaciona os pecados infames que os legalistas condenariam. mas relaciona em seguida exatamente os pecados dos quais eles eram culpados (v. 15). •5.21 não herdarão o reino de Deus. Uma das quatro vezes que essa frase aparece nas cartas paulinas (1 Co 6.9-1 O; 15.50; cf. Ef 55). O que Paulo afirma é que aqueles que não demonstram as virtudes do Espírito lv 22) em suas vidas não participarão do reino eterno de Deus. •5.22 fruto do Espírito. Paulo usa a metáfora do fruto para descrever a condu- ta do crente em Rm 6.22; Ef 5.9; Fp 1.11. João Batista, da mesma forma, pro· clamou que verdadeiro arrependimento produz ações morais concretas como "fruto" (Mt 3.8; Lc 3.8). O amor produzido pelo Espírito é como o amor de Cristo. Esse vai muito além do que os feitos de uma justiça própria legalista (Lc 10 25-37) •5.24 crucificaram a carne. Ver 2.20; 6.14; Rm 6.6. Para o povo de Cristo, a cruz quebrou o domínio da lei 12.19) e também o domínio da carne. Pela fé. reconhecem a realidade da sua união com Cristo em sua morte. Assim, também, ressuscitaram para uma nova vida no Espírito de Cristo e andam. pois. no Espírito (CI 3.1.3,5). •6.1 vós ... espirituais. Aqueles que são guiados pelo Espírito (5 25) devem es- tender a mão ao crente a quem o pecado enredou. mas devem ser cautelosos para. ao fazerem isso. não serem igualmente enredados pelo pecado. •6.2 a lei de Cristo. Requer amQr não apenas ao próximo 15.14; Mt 22.39). mas também aos inimigos (Mt 5.43). tendo o amor de Deus como modelo. •6.4 prove cada um o seu labor. Paulo exorta os cristãos da Galácia a exami- narem-se a si mesmos como indivíduos perante Deus. ao invés de nutrirem falsa confiança com base em comparações com outros (cf. 2Co 13.5-6). GÁLATAS 6 1398 em si e gnão em outro. s Porque hcada um levará o seu próprio fardo. O que o homem semear, isso também ceifará ó iMas aquele que está sendo instruído na palavra faça par- ticipante de todas as coisas boas aquele que o instrui. 7 Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois !aquilo que o ho- mem semear, isso também ceifará. 8 Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá 1vida eterna. 9 E mnão nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, nse não desfalecermos. to ºPor isso, enquanto ti- vermos oportunidade, Pfaçamos o bem a todos, mas qprinci- palmente aos da família da fé. Paulo gloria-se na cruz de Cristo t t Vede com que letras grandes vos escrevi de meu próprio punho. 12 Todos os que querem ostentar-se na carne, esses vos constrangem a vos circuncidardes, 'somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. 13 Pois nem mesmo aqueles que se deixam circuncidar guardam a lei; antes, que- rem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne. 14 Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão nas cruz de nos- so Senhor Jesus Cristo, 1pela qual o mundo está crucificado para mim, e 1 eu, para o mundo. ts Pois "nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. ló E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus. t7 Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus. A bênção ta A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito. Amém! ·-glc ~1 -5 -;;r-Rm2.6] 6 i1Co9.11,14 7 /[Rm2 6] 8 i[Rm 68]. 9m1co15.58; 2Co4.1; 2Ts3.13 n[Mt24.13]; Hb 12.3,5; [Tg 5.7-8] to o Pv 3.27; [Jo 9.4; 12.35] PTt 3.8 q Rm 12.13 12 'GI 5.11; Fp 3.8 14 s [1Co 1.18] l[GI 2.20]; CI 2 20 1 Ou por quem, Jesus Cristo 15 U[Rm 2.26,28]; 1Co 7.19; [GI 56] gloriar-se unicamente em si. Como Paulo esclarece em seguida, a razão para alguém "gloriar-se" não deve estar na sua obediência à lei. Enquanto os judaizan- tes "gloriavam-se" de seu sucesso na promoção legalista (v. 13), Paulo "gloria-se" somente na cruz de Cristo (v. 14; cf. 2Co 11.16-2.1 O). •6.5 fardo. Esse termo, no grego, é diferente daquele que, no v. 2, é traduzido como "cargas", assinalando uma mudança de metáfora. Paulo encorajava os cris- tãos a ajudar aos outros com as "cargas" (v. 2), que são a luta e a vitória contra as tentações. Aqui, porém, Paulo está dizendo que não devemos nos tornar orgulho- sos, julgando-nos melhores que os outros, pois sarnente Deus é nosso juiz. •6.10 A Igreja tem a responsabilidade de ajudar a aliviar o sofrimento dos que es- tão fora de sua comunhão, mas tem especial responsabilidade de ajudar irmãos e irmãs em Cristo que estejam passando necessidade ( 1 Ts 3.12). •6.11 Paulo ditava, algumas vezes, suas cartas a um secretário (Rm 16.22), mas geralmente escrevia ele mesmo a conclusão (1 Co 16.21; CI 4.18; 2Ts 317). As "letras grandes" a que se refere talvez indiquem que a sua vista estava enfraque- cida (cf. 4 15). •6.12 circuncidardes. Ver nota em 2.3. não serem perseguidos. É possível que os advogados da circuncisão na Galá- cia estivessem agindo sob pressão de nacionalistas judeus extremadarnente ze- losos da Judéia (4.17, nota). •6.14 gloriar-me ... na cruz. Para urn desenvolvimento mais detalhado desse conceito, ver 1Co 1.18-2.5. •6.15 circuncisão. Ver nota em 5.6. nova criatura. A atividade do Espírito Santo na vida dos crentes reverte os efei- tos da queda e produz um povo regenerado (2Co 5.17). que finalmente ocupará o lugar que lhes pertence no novo céu e na nova terra (Ap 21.1}. •6.16 Israel de Deus. Essa locução pode designar o povo de Deus recentemen- te constituído, do qual a marca de identificação é o Espírito Santo e não a circunci- são. Esse povo seria constituído de gentios e judeus. Mas também pode referir-se à "plenitude" de Israel, os eleitos da nação judaica, cuja salvação deixa- va Paulo profundamente preocupado (cf. Rm 9.1-5; 11.12,26,31 ). •6.17 marcas. O termo grego designa o ferro em brasa utilizado para marcar um
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