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CARTA AOS ROMANOS - EDITORA CRISTÃ EVANGÉLICA - SÉRIE CARTAS DE PAULO 3 - ADULTOS

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Copyright © 2012,
Editora Cristã Evangélica
Todos os direitos nacionais e internacionais desta edição reservados.
Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer
meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. – nem
apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa
autorização da Editora Cristã Evangélica (lei nº 9.610 de 19/02/1998), salvo em
breves citações, com indicação da fontes
As citações bíblicas foram extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada
(ARA), 2ª edição (Sociedade Bíblica do Brasil), exceto indicações de outras
versões.
Editora filiada à
Associação de Editores Cristãos
 
Rua Goiânia, 294 – Parque Industrial
12235-625 São José dos Campos-SP
comercial@editoracristaevangelica.com.br
www.editoracristaevangelica.com.br
Telefax: (12) 3202-1700
mailto:comercial@editoracristaevangelica.com.br
http://www.editoracristaevangelica.com.br/
“Quando se obtém um conhecimento dessa epístola, abre-se
porta para todos os tesouros mais escondidos da Escritura.”
(João Calvino)
Considerada a rainha das cartas paulinas, “Romanos é a maior e mais
influente de todas as cartas do apóstolo Paulo, a primeira grande obra de
teologia cristã” (Merril Frederick Unger).
1. A mensagem de Romanos. Se você perguntasse a Paulo que visão
ele tinha do evangelho de Cristo, ele iria responder: “leia a carta que escrevi
aos Romanos e você vai encontrar a resposta mais completa que posso lhe
dar num só documento”. Nos primeiros oito capítulos, ele descreve a
essência do evangelho: condenação (1–3); justificação (4–5); santificação
(6–8).
2. A influência de Romanos. Renomados teólogos e líderes evangélicos
foram convertidos a Cristo lendo Romanos (Agostinho, Lutero), e outros
foram grandemente influenciados por essa carta (John Wesley, Karl Barth,
John Stott). É um dos livros do Novo Testamento mais citados em aulas de
teologia e estudados em cursos teológicos. Excelentes comentários de
Romanos foram escritos por consagrados autores: João Calvino, Karl Barth,
Martyn-Lloyd Jones, F.F. Bruce, William Hendriksen, John Stott, John
MacArthur e outros.
3. A atualidade de Romanos. A carta foi escrita para hoje. Ela tem
mensagem para o ateu, para o religioso, para Israel, para a igreja, enfim, para
todo ser humano. Romanos nos ensina sobre o evangelho, a ira, a graça, o
plano e a vontade de Deus. É uma carta que nos mostra o caminho para a
verdadeira paz com Deus, conosco e com o próximo.
Estudando a carta aos Romanos, você vai descobrir a bênção e o poder dela.
Aceite os desafios que ela propõe, a fim de viver a nova vida em Cristo e
conhecer a graça que o próprio Senhor nos dá para andarmos em novidade
de vida (Rm 6.4).
José Humberto de Oliveira
Recomendamos os seguintes livros:
A mensagem de Romanos. John Stott, Editora ABU/Ultimato.
Carta aos Romanos. Adolf Pohl, Editora Esperança.
Comentário de Romanos. C.E.B. Cranfield, Edições Vida Nova.
Romanos, Comentário Bíblico. John Murray, Editora Fiel.
Romanos, Comentário do NT. William Hendriksen, Editora Cultura Cristã.
Romanos, Comentário Expositivo. Hernandes Dias Lopes, Editora Hagnos
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– Sumário –
Chegamos à Roma!
Paulo e o Evangelho
A ira de Deus contra a humanidade
O justo juízo de Deus
O caminho da justificação
Justificados em Cristo
O pecado, o batismo e a graça
O cristão e a lei
O Espírito de Deus nos filhos de Deus
Cinco perguntas que todo cristão precisa responder
O pasado de Israel com Deus
O presente e o futuro de Israel 
Questões práticas da vida cristã
O cristão e a cidadania
Paulo e a liberdade cristã
O ministério de Paulo
Saudações, admoestações e doxologia
1
Chegamos 
a Roma!
Pr. José Humberto de Oliveira
texto básico Romanos 1.16-17
versículo-chave Romanos 1.17
“Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está
escrito: O justo viverá por fé”
alvo da lição
Ao estudar esta lição, você compreenderá o propósito e as circunstâncias que
envolveram a escrita da carta aos Romanos, a influência dela, os principais temas
e a importância que a carta tem para a igreja de hoje.
leia a Bíblia diariamente
seg Rm 1.1-17
ter Rm 1.18-32
qua Rm 2.1-29
qui Rm 3.1-31
sex Rm 4.1-21
sáb Rm 5.1-25
dom Rm 15.1-33
Fundada em 753 a.C., Roma era a capital e a sede do império romano. Na
época do apóstolo Paulo, era a maior cidade do mundo. A maioria dos
historiadores afirma que, no século 1º a.C., Roma teria pouco mais de um
milhão de habitantes.
O império romano foi um dos maiores da história. Não é sem motivo que
Paulo escreveu em Romanos 1.8:  “Primeiramente, dou graças a meu Deus,
mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada
a vossa fé”. Tudo o que acontecia em Roma, o mundo ficava sabendo. Sendo
Deus estratégico, a igreja em Roma e a carta aos Romanos revestem-se de
importância fundamental nos eternos propósitos do Senhor.
I. A igreja em Roma
1. Roma no Novo Testamento
A cidade é mencionada oito vezes: cinco no livro de Atos (At 18.2; 19.21;
23.11; 28.14,16), duas na carta aos Romanos (Rm 1.7,15) e uma vez em
2Timóteo 1.17. Outros lugares da Itália, mencionados em Atos são: Régio
(At 28.13); Putéoli (At 28.13), hoje chamada de baía de Nápoles; Praça de
Ápio (At 28.15); e Três Vendas (At 28.15).
2. Romanos em Pentecostes
(Atos 2)
O livro de Atos nos informa que havia romanos entre os que presenciaram o
derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2.10). É provável
que alguns desses tenham sido convertidos a Cristo e, ao voltarem a Roma,
deram início a um grupo de crentes. F.F. Bruce ressaltou que esses romanos
“são o único grupo europeu a receber menção expressa entre os peregrinos”.
John MacArthur informa-nos que “a partir do século 2º a.C., Roma passou a
contar com significativa população de judeus” (Bíblia de Estudo
MacArthur,p.1437).
3. Quem fundou a igreja?
O imperador Cláudio (41-54 d.C.) ordenou a expulsão em massa dos judeus
de Roma, por volta do ano 49 d.C. Essa expulsão é mencionada no livro de
Atos (18.2), onde está escrito que Paulo, ao chegar a Corinto encontrou um
judeu chamado Áquila e sua esposa Priscila. É provável que tenhamos aqui o
relato do primeiro contato de Paulo com algum crente vindo de Roma.
Ninguém sabe ao certo como e quando a igreja em Roma começou. Paulo foi
à cidade de Roma como prisioneiro (At 28.16), três anos depois de ter
escrito essa carta. Portanto, ele não foi o fundador dessa igreja. Recomendou
a irmã Febe (Rm 16.1), da igreja em Cencreia, porto de Corinto, onde havia
uma igreja (At 18.18). Possivelmente ela tenha levado a carta aos Romanos.
4. Os membros da igreja
A igreja em Roma era formada por crentes gentios e judeus. A palavra
“gentios” aparece 23 vezes na carta aos Romanos, e as palavras “judeu” e
“judeus” ocorrem, juntas, 13 vezes. Esses números têm levado alguns
comentaristas a afirmarem que os membros da igreja de Roma, na maioria,
eram gentios (Rm 1.5-6, 13; 11.13).
Romanos para hoje
O império que dominava o mundo na época de Jesus é mencionado várias vezes no NT,
e o Senhor Jesus Cristo não poderia deixar de plantar uma igreja nessa importantíssima
e histórica cidade. Deus é estrategista. Por isso, peça a direção Dele em cada projeto,
Ele tem as melhores estratégias e maior conhecimento.
II. A data e as circunstâncias da carta
1. A data da carta
Paulo ditou a carta aos Romanos a seu amigo e secretário Tércio (Rm 16.22),
por volta do ano 57 d.C., quando residia em Corinto. “Isso se deduz da
referência a Febe, membro da igreja em Cencreia, o porto de Corinto (Rm
16.1-2); a Gaio, como sendo o seu anfitrião (1Co 1.14); e a Erasto (At
19.22; 2Tm 4.20). Foi escrita provavelmente durante os três meses que
passou na Grécia, descritos em Atos 20.2-3” (Bíblia de Estudo de Genebra,
p.1316). Provavelmente Gaio tenha colocado Tércio, amanuense (a palavra
vem do latim e significa “aquele que escreve textos à mão”), à disposição do
apóstolo.
2. As circunstâncias da carta
Paulo deixou-se gastar durante os dez anos que vãode 47 a 57 d.C. em
viagens missionárias, em lugares como Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia.
Pregou o evangelho, fundou e instruiu igrejas em Icônio, Filipos,
Tessalônica, Corinto, Éfeso e outras cidades. Então, em Romanos 15.23-24,
ele que deseja visitar Roma.
Leia Romanos 15.14-29. Resumindo, temos o seguinte projeto missionário
de Paulo.
1. Ele tinha certeza de que sua missão nos territórios que margeiam o mar
Egeu havia sido concluída (Rm 15.23).
2. O plano principal do apóstolo era ir à Espanha (Rm 15.24), e, a caminho,
faria uma visita a Roma.
3. Mas antes de ir a Roma, precisava passar em Jerusalém a fim de levar
ofertas que as igrejas da Macedônia e da Acaia levantaram para
ajudar “pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém” (Rm 15.26).
O próprio apóstolo sintetiza o roteiro da viagem: “Tendo, pois, concluído isto e
havendo-lhes consignado este fruto  [a oferta ],  passando por vós  [Roma],  irei à
Espanha” (Rm 15.28).
Jerusalém, Roma e Espanha eram o plano dessa viagem missionária de Paulo.
Será que esse plano chegou a ser concretizado?
Após os dois anos mencionados em Atos 28.30, ele foi libertado, conforme
estava certo que seria (Fp 1.25; Fm 22). Estamos no ano 61 d.C. Após essa
libertação, Paulo reassumiu suas viagens e desenvolveu mais dois anos de
ministério na Ásia Menor e na Grécia (62-64 d.C.), quando escreveu
1Timóteo e Tito.
Em 65 d.C. Paulo ficou preso novamente em Roma, onde escreveu sua
última carta (2Tm 1.16-17), foi julgado, condenado e executado. O próprio
Paulo sabia que seu fim havia chegado: “Quanto a mim, estou sendo já oferecido
por libação, e o tempo da minha partida é chegado” (2Tm 4.6).
Stott comenta o seguinte: “Se ele alcançou e evangelizou a Espanha, nós
provavelmente nunca saberemos. A evidência mais próxima que temos é a
declaração feita por Clemente de Roma (em 96-97 d.C.): ‘Ao mundo inteiro
ele ensinou a justiça, e até os limites do ocidente testificou diante de
governadores’ (1 Clemente 5.7)”. Stott continua, “pode ser, pois, como
muitos supõem, que Paulo tenha sido libertado de seu confinamento em
Roma (que é onde o deixam os Atos dos Apóstolos 28.30-32) e retomado
suas viagens missionárias, inclusive uma visita à Espanha, antes de ser
novamente capturado, aprisionado e finalmente decapitado durante a
perseguição de Nero” (A mensagem de Romanos, p. 467).
Romanos para hoje
A visão missionária de Paulo e seu zelo para com as igrejas são exemplos para todos.
Como está a sua visão missionária? Quantas pessoas têm sido influenciadas por meio
da sua visão?
III. A influência de Romanos
A maioria dos comentários de Romanos reserva algumas páginas para
testemunhar a influência que essa carta teve na vida de renomados servos de
Deus. Vamos destacar alguns, a partir do livro de F. F. Bruce (Romanos,
introdução e comentário, Série Cultura Bíblica, Edições Vida Nova), e fechamos
com o testemunho do próprio Stott.
1. Martinho Lutero
(1483-1546)
Monge agostiniano e professor de teologia sagrada na universidade alemã de
Wittenberg, Lutero expôs Romanos a seus alunos. Ele escreveu: “Ansiava
muito por compreender a epístola de Paulo aos Romanos, e nada me impedia
o caminho, senão a expressão: a justiça de Deus, porque a entendia como se
referindo àquela justiça pela qual Deus é justo quando pune os injustos.
Noite e dia eu refletia até que captei a verdade de que a justiça de Deus que
se revela no evangelho (Rm 1.16-17) é aquela justiça pela qual, mediante a
graça e a pura misericórdia, Ele nos justifica pela fé. Daí por diante, senti-me
renascer e atravessar os portais abertos do paraíso. Toda a Escritura ganhou
novo significado e, ao passo que antes a justiça de Deus me enchia de ódio,
agora se me tornava indizivelmente bela e me enchia de maior amor. Esta
passagem veio a ser para mim uma porta para o céu”. As igrejas evangélicas
do mundo inteiro recebem, até hoje, os benefícios da conversão de Lutero,
quando ele estava estudando a carta aos Romanos. (F. F. Bruce, ob. cit., p.50).
2. John Wesley
(1703-1791)
Na noite de 24 de maio de 1738, John Wesley visitou “de muita má vontade
uma sociedade anglicana reunida na rua Aldersgate, onde alguém estava
lendo o prefácio de Lutero, da epístola aos Romanos. Perto das nove horas,”
escreveu no seu diário, “enquanto ele estava descrevendo a mudança que
Deus opera no coração pela fé em Cristo, senti meu coração aquecer-se
estranhamente. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a
minha salvação. Foi-me dada a certeza de que Ele tinha levado embora os
meus pecados, sim, os meus. E me salvou da lei do pecado e da morte”. Esse
momento crítico da vida de John Wesley foi o acontecimento que, mais que
todos os outros, deu início ao Avivamento Evangélico do  século 18 (F. F.
Bruce, ob. cit., p.52).
3. John Stott
(1921-2011)
O próprio Stott resume o que o estudo da carta aos Romanos produziu na
vida dele. “Eu confesso que desde que me tornei um cristão – e isso já faz
hoje 56 anos (1994) – cultivo como que uma relação de ‘amor e ódio’ – com
a epístola aos Romanos, em virtude dos seus desafios pessoais com relação à
alegria e ao sofrimento. Isso começou logo depois que eu me converti, com o
capítulo 6 e o meu profundo desejo de experimentar essa tal ‘morte para o
pecado’ que o texto parecia prometer. Durante muitos anos, eu brinquei com
a fantasia de que o cristão tem de ser tão insensível ao pecado quanto um
cadáver a qualquer estímulo externo. Minha libertação definitiva dessa
quimera foi selada quando, em 1965, fui convidado a apresentar uma série de
exposições bíblicas baseadas em Romanos 5 a 8...” 
(A mensagem de Romanos, p.9).
Romanos para hoje
Estudando a carta aos Romanos, você mesmo vai descobrir a bênção e o poder que ela
tem, sendo desafiado a viver a nova vida em Cristo e fortalecido para fazê-lo. Após o
estudo de cada lição aproveite para registrar o que aprendeu de novo e os desafios de
Deus para você.
IV. Estrutura geral da carta
Romanos para hoje
A visão panorâmica da carta nos ajuda a compreender os detalhes do texto bíblico. Leia
Romanos em uma semana e deixe Deus falar com você. Se você estiver familiarizado
com o conteúdo, poderá participar efetivamente das aulas e aproveitar melhor as lições
nos próximos meses.
Conclusão
Romanos contém o mais rico esboço do entendimento que Paulo tinha da
mensagem cristã. Ao estudarmos essa preciosa carta, “deixemos que Paulo
fale por si mesmo, ao invés de tentarmos fazê-lo dizer aquilo que as antigas
tradições ou as novas concepções pretendem que ele diga” (A mensagem de
Romanos, John Stott, p.26).
2
Paulo e 
o evangelho
Pr. Wilson Nunes
texto básico Romanos 1.1-17
versículo-chave Romanos 1.16
“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê”
alvo da lição
Ao estudar esta lição, você terá condições de compreender que todos os que
creem em Cristo pertencem a Deus e são chamados a anunciar o evangelho aos
perdidos.
leia a Bíblia diariamente
seg Is 53.1-7
ter Is 55.1-7
qua Jo 1.11-12
qui At 1.1-8
sex Rm 10.8-15
sáb 1Co 1.17-25
dom Ap 22.16-20
Paulo inicia a carta aos cristãos de Roma com um toque bem pessoal. 
Os pronomes possessivos relacionados à primeira pessoa do singular (eu,
mim, meu) ocorrem mais de vinte vezes nos versículos de abertura. Fica
evidenciado o seu profundo desejo de estabelecer uma relação pessoal com
seus leitores.
Respeitáveis intérpretes dizem que a introdução dessa carta é a mais longa e
solene de todas as outras do apóstolo Paulo. O texto que será estudado nesta
lição rompe os padrões estabelecidos por ele nas demais cartas. O estilo é
solene, quase litúrgico. Já o início da carta está carregado de teologia. O
apóstolo praticamente inclui uma confissão de fé e encerra estabelecendo,
em forma de tese, o grande tema da epístola: “O evangelho como revelação
da justiça redentora de Deus”.
O evangelho é, portanto, um desvendar, uma revelação da justiça de Deus,
porque explica como, pelo sacrifício e ressurreição de Cristo, Deus
possibilitou o acesso do pecadora Ele, que permanece justo e santo.
Vamos examinar a parte introdutória de Romanos dividindo-a em três
partes.
I. O evangelho de Paulo
(Rm 1.1-6)
1. O remetente
(Rm 1.1)
Como remetente, Paulo se identifica atribuindo a si três predicados que
descrevem a sua função.
a. Servo  – Paulo se considerava servo de Cristo, termo que tinha
alegria em usar. Ele se fez, por amor e voluntariamente, prisioneiro
de Cristo, ligado ao serviço de Jesus.
b. Apóstolo – Paulo demonstrou que foi chamado para ser apóstolo.
Com isso, quis dizer que foi escolhido pelo Senhor Jesus Cristo e
enviado com autoridade, como representante do evangelho no
mundo.
c. Separado  – Paulo tinha consciência da sua posição. Ele foi
separado para anunciar as boas-novas do evangelho de Deus.
2. O evangelho de Deus
(Rm 1.2-4)
O apóstolo deixa claro que o evangelho não é fruto da sua imaginação, mas
mistério que foi revelado nas Escrituras Sagradas. Três características são
destacadas:
a. é o evangelho prometido no AT (Rm 1.2);
b. é o evangelho da encarnação do Filho de Deus (Rm 1.3);
c. é o evangelho da ressurreição (Rm 1.4).
Dessa forma, a pessoa de Cristo constitui o mistério e o ponto central do
evangelho de Deus.
3. O apostolado de Paulo
(Rm 1.5-6)
Apostolado diz respeito a homens que foram chamados e ensinados
pessoalmente por Cristo, para continuar o ministério terreno Dele,
proclamando o evangelho com a autoridade outorgada pelo Senhor. Paulo
destaca três aspectos do seu apostolado:
a. origem – é o Senhor Jesus Cristo;
b. objetivo – despertar a obediência pela fé;
c. alcance – todos os gentios entre os quais se incluem os cristãos de
Roma.
Romanos para hoje
Paulo afirmou, com alegria, sua posição em Cristo – servo e apóstolo. Qual tem sido o
seu sentimento em relação à salvação? O fato de ser separado para Cristo reflete
alegria intensa em seu coração?
II. Paulo e os romanos
(Rm 1.7-13)
1. Os destinatários
(Rm 1.7)
Paulo saúda todos os cristãos de Roma com graça e paz. “Graça” diz respeito
ao favor imerecido de Deus que foi concedido aos homens. “Paz” trata da
reconciliação de Deus com os homens (cf. Rm 5.1). Em seguida, Paulo
destaca três qualidades atribuídas aos cristãos de Roma, descrevendo assim
a condição deles como convertidos em Cristo Jesus:
a. chamados para ser de Jesus Cristo;
b. amados de Deus;
c. chamados para ser santos.
Paulo demonstra que os cristãos são objetos do amor de Deus e estão em
condição diferente daqueles que não aceitaram a mensagem do evangelho.
Quem não crê em Jesus Cristo é filho da ira, pois sobre tal pessoa pesa a
condenação de Deus (Jo 3.18). Os cristãos são santos e separados como
propriedade exclusiva de Deus por terem sido alcançados pelo Senhor por
meio do evangelho.
2. A ação de graças e o anúncio da visita
(Rm 1.8-13)
a. A ação de graças (Rm 1.8) - Uma das características próprias às
cartas de Paulo é o agradecimento a Deus logo após a saudação (cf. 1Co
1.1-4). Paulo estava contentíssimo, visto que sabia quanto a notícia de
que os romanos estavam se rendendo ao evangelho poderia fazer
propagar ainda mais a mensagem de salvação.
b. A intercessão (Rm 1.9-10) - O apóstolo evoca a Deus como
testemunha de quantas vezes fez menção dos cristãos romanos em oração.
Ele orava pedindo que Deus concedesse uma oportunidade para visitar os
cristãos em Roma.
c. A finalidade da visita (Rm 1.11-13) - Paulo desejava confortá-los
anunciando as dádivas recebidas de Deus e, por outro lado, também seria
confortado ao observar a obediência deles ao evangelho. Do exposto,
Paulo reitera que se propôs a ir a Roma por várias vezes, porém, foi
impedido, provavelmente, devido ao seu trabalho evangelístico na Grécia
e arredores. Seu desejo era obter algum fruto (conversão) entre os
romanos da mesma forma que havia obtido entre os demais gentios.
Romanos para hoje
O que você entende a respeito da evangelização? O que aprendeu com o exemplo do
apóstolo Paulo? O que conhece a respeito do serviço a Cristo?
III. Que é o evangelho
(Rm 1.14-17)
O apóstolo já disse que estava entusiasmado para pregar o evangelho em
Roma e fez três declarações fortes:  “sou devedor”  (Rm 1.14),  “estou
disposto” (Rm 1.15) e “não me envergonho do evangelho” (Rm 1.16).
John Stott comentou: “Essas três declarações são tão impactantes, porque
são contrárias à atitude de muita gente nas igrejas. As pessoas, hoje em dia,
tendem a encarar a evangelização como escolha. Paulo, porém, fala na
evangelização como dever. O sentimento que se vê em nossos dias é o de
relutância; Paulo mostra-se disposto e entusiasmado. Muitos de nós
teríamos de confessar, com humildade, que nos envergonhamos do
evangelho; Paulo declara não se envergonhar dele”.
Qual era a fonte de tanto entusiasmo evangelístico? O próprio Paulo
apresenta duas razões.
1. O evangelho é uma dívida para com o mundo
(Rm 1.14-15)
Ainda que não sejamos apóstolos, somos também devedores para com o
mundo. Se o evangelho chegou até nós, não temos o direito de guardá-lo
para nosso exclusivo conhecimento. Suponhamos que haja uma epidemia, as
pessoas estejam morrendo, que o governo tenha enviado um carregamento
de vacinas que pode salvar vidas e lhe mandasse distribuir gratuitamente.
Seria certo você se apropriar das vacinas e se recusar a compartilhá-las com
os outros? Certamente não!
2. O evangelho é o poder de Deus para a salvação
(Rm 1.16-17)
Aqui chegamos ao grande tema da epístola. A ideia que Paulo expõe nesses
dois versículos é concluída depois de extensa argumentação. Perceba que
Paulo conclui a exposição inicial acerca do evangelho no capítulo 3.20-21. O
leitor precisa estar atento às argumentações e à ideia principal que está
sendo desenvolvida.
Paulo antecipa duas declarações acerca do evangelho.
a. O evangelho é o seu orgulho (Rm 1.16) -Alguém poderia dar a
entender que Paulo não teria ido a Roma por ter vergonha de evangelizar
entre seus concidadãos. Paulo é enfático:“não me envergonho do
evangelho”. O próprio Jesus advertiu os Seus discípulos para que não se
envergonhassem Dele (Mc 8.38), e Paulo deu a Timóteo uma
admoestação parecida (2Tm 1.8,12). Ele sabia que a mensagem da cruz
era “loucura” para alguns e “escândalo” para outros. Portanto, sempre que
o evangelho é pregado com fidelidade gera oposição, desprezo, não raro,
expõe-nos ao ridículo.
b. O evangelho é o poder de Deus (Rm 1.16) - Como Paulo superou
a tentação de envergonhar-se do evangelho? E nós, como podemos
superar? A resposta é: lembrando-nos de que a mensagem do evangelho é
o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, porque nele se
revela a justiça de Deus. 
O pensamento de Paulo é guiado pelo tema apocalíptico da “justiça de
Deus”. Ele explica que, em Cristo, Deus demonstra Sua justiça e cumpre
Suas promessas de ser bênção para Israel, e por meio de Israel, abençoar
todas as nações.
A manifestação da justiça de Deus cumpre especialmente Habacuque 2.1-4.
Habacuque se queixa de que Deus tratou Israel de maneira injusta em
relação às demais nações. O profeta mostra que a questão é “o justo viverá
pela fé”, que, para Paulo, se manifestou na morte e ressurreição de Jesus
Cristo.
Romanos para hoje
Quando você recebeu o chamado de Cristo? Como esse chamado mudou seus
objetivos? Você sente obrigação para com os outros? Como isso se reflete em suas
orações? Como você compararia seu compromisso para com o evangelho ao de Paulo
no versículo 16?
Conclusão
O evangelho não era obra simples do intelecto do apóstolo Paulo. Para ele, a
singularidade da mensagem de Cristo significava a razão de ser do Senhor.
O evangelho de Paulo é o mesmo evangelho de Cristo. Disse F. Davidson:
“Este evangelho sublime, divino, profetizado e cristocêntrico torna-se, como
tal, a regra dos cristãos” (O Novo Comentário da Bíblia, p.1155).
3
A ira de Deus 
contra a humanidade
Pr. Wilson Nunes
texto básico Romanos 1.18-32
versículo-chave Romanos 1.18
“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens
que detêm a verdade pela injustiça”
alvo da lição
Ao estudar esta lição, vocêterá condições de compreender a horrível condição
moral e espiritual da humanidade sem Cristo, sua incredulidade e a ira justa de
Deus contra o pecado.
leia a Bíblia diariamente
seg Sl 30.5
ter Ez 7.8-9
qua Sl 106.19-23
qui Sl 51.1-7
sex Is 54.7-8
sáb At 14.14-18
dom At 17.22-31
Em Romanos 1.18-32, Paulo expõe a revelação da ira de Deus sobre a
pecaminosidade humana. Ele faz um diagnóstico radical da humanidade,
descrevendo a verdadeira dimensão da perdição e explica a tese exposta
sobre a justiça de Deus nos versículos 16 e 17.
Segundo a Bíblia, somos pecadores antes mesmo de qualquer ação concreta
de nossa parte. Em Romanos 5.12, Paulo afirma que, por meio da
desobediência de Adão, o pecado e a morte se tornaram realidade para
todos os homens “porque todos pecaram”, isto é, todos pecaram no pecado de
Adão (Rm 5.14-19; 1Co 15.22). Assim a ira de Deus se revela aos homens
segundo as suas próprias “más obras” (Mt 7.21-27; 13.41; 25.31-46; Lc 3.9;
Rm 2.5-10; Ap 20.11-14).
A expressão “homens que detêm a verdade pela injustiça” é a peça-chave da
leitura do texto. A análise do apóstolo mostra que a depravação da
humanidade não é fatalidade ou consequência de ignorância, mas evidência
clara da incredulidade voluntária dos homens.
Examinemos três tópicos principais da passagem.
I. A ira de Deus
(Rm 1.18)
1. Sua natureza - Que é ira de Deus?
Segundo John MacArthur: “Não se trata de uma explosão impulsiva de raiva
voltada, de maneira caprichosa, às pessoas das quais Deus não gosta. É a
resposta certa e determinada de um Deus justo ao pecado” (Bíblia de Estudo
MacArthur, p.1.492). 
É algo completamente distinto da raiva humana.
2. Seu objeto - Contra o que se revela a ira de Deus?
Paulo é específico ao dizer que a ira de Deus se revela contra dois grandes
males:
a. impiedade  – ação divina contra a falta de reverência e devoção a
Ele;
b. perversão – ação divina contra a falta de conformidade com a Lei
Dele.
A manifestação da ira de Deus não se dará só no juízo final, mas também
silenciosa e invisivelmente no presente.
Romanos para hoje
“Deus demonstra sua ira contra aqueles que persistem no pecado. Então, certifique-se
de que você não está adorando uma fantasia, e sim o verdadeiro Deus. Não despreze a
verdade a respeito de Deus simplesmente para proteger seu estilo de vida” (Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, p.1.552).
II. A culpabilidade dos gentios
(Rm 1.19-25)
“A justiça da raça humana é, de fato, injustiça. O ideal moral absoluto é a
justiça de Deus, que só pode vir Dele e ser revelado, ou feito conhecido
somente por meio do evangelho de Jesus Cristo. Nessa conformidade, Paulo
traça um retrato vívido da injustiça do mundo gentílico, descrevendo a
religião pagã (impiedade) e a moralidade pagã (injustiça). Sobre uma e
outra a justiça de Deus se revela” (O Novo Comentário da Bíblia, p.1.156).
De que forma provocaram a ira de Deus?
1. Na rejeição deliberada da verdade revelada na natureza
(Rm 1.20-22)
Deus, de maneira soberana, tem apresentado Seus atributos e Sua existência
por meio da natureza, embora a expressão “o que de Deus se pode conhecer” não
possa ser tomada em termos absolutos, uma vez que Paulo diz que as
pessoas que não estão em Cristo não conhecem a Deus (Gl 4.8; 1Ts 4.5;
2Ts 1.8).
A revelação divina na natureza lança luz suficiente ao homem a ponto de
torná-lo indesculpável diante de Deus. A verdade sobre a revelação na
criação é um tema comum nas Escrituras (Sl 19.1-2; Is 6.3; Jó 42.5).
A dúvida acerca da existência do Deus verdadeiro não é algo insuperável,
que não possa ser vencida. Ninguém é forçado pelas evidências a ser ateu,
pelo contrário, a observação da natureza faz surgir em nós a pergunta sobre
Deus. Ela nos faz saber sobre nossa dependência quanto à vida. Ora, à
criatura cabe gratidão e louvor ao Criador.
Os homens, em vez de aproveitarem a luz que receberam, suprimiram o que
sabiam ser verdade, a fim de seguirem seus próprios caminhos. Daí o
veredicto: Culpados!
2. Na perversão da verdade conhecida
(Rm 1.23-25)
Paulo chama a atenção para a rejeição que vinha ocorrendo, trocando o
conhecimento de Deus pela idolatria (cf. Sl 106.20). Idolatria significa
perverter e deturpar a Verdade. O Deus da Bíblia é inimigo de todos os
ídolos. Isso inclui qualquer reivindicação de possuir caráter absoluto e
divino, o que deve ser veementemente repudiado.
O homem precisa considerar radicalmente o caráter absoluto de Deus antes
de se precipitar aos pés de um ídolo qualquer. Caráter absoluto remete à
ideia de ser portador de qualidade soberana. Se quisermos fugir do perigo da
idolatria, precisamos nos voltar para Deus, pois nada neste mundo visível é
infinito, perfeito e imortal; nada aqui pode ser divinizado e adorado. A lição
crucial que a natureza e a nossa consciência nos ensinam é que não há Deus
além do Senhor.
Romanos para hoje
Pare e pense: “Quando as pessoas adoram a criatura, em vez de adorarem o Criador,
perdem de vista a própria identidade como seres criados à imagem de Deus” (Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, p.1.553). Você tem idolatrado algo que não seja Deus?
III. A punição divina dos idólatras
(Rm 1.26-32)
A idolatria leva o homem às formas mais grosseiras de superstição e
imoralidade. Vejamos alguns efeitos.
1. Efeitos na vida moral
(Rm 1.26-27)
Por causa do pecado do rompimento da ordem natural da sexualidade, Deus
os entregou à“imundícia e imoralidade”  (Rm 1.24) e às  “paixões
vergonhosas”  (Rm 1.26-27). Os versículos 26 e 27 são cruciais no debate
contemporâneo sobre a homossexualidade.
John Stott escreveu que são três os argumentos básicos dos homossexuais
para contestar o argumento bíblico do repúdio divino à homossexualidade.
a. Que a passagem é irrelevante, já que seu propósito não é ensinar
ética sexual nem denunciar o vício, mas sim retratar a maneira como
se manifesta a ira de Deus.
Resposta: Se uma conduta sexual é vista como consequência da ira
de Deus, então, é desagradável a Ele.
b. Que Paulo estaria pensando apenas na pederastia (prática sexual
entre um homem e um rapaz mais jovem) já que não havia outra
forma de manifestação homossexual masculina no mundo greco-
romano. Nesse caso, Deus estava Se opondo à pederastia por causa
da humilhação e da exploração vivenciada pelos jovens envolvidos.
Resposta: O texto não contém a mínima indicação que comprove
essa tese.
c. O que Paulo quis dizer por “contrário à natureza” não são as relações
homossexuais, já que elas são perfeitamente naturais. Ele condena
atos homossexuais provocados por heterossexuais; daí a afirmação
de que eles “abandonaram” as relações naturais e as “trocaram” por
outras contrárias à natureza.
Resposta: Não temos o direito de interpretar o substantivo “natureza”
como “minha natureza”. Pelo contrário, a palavra grega physis (natural)
significa a ordem criada por Deus. Agir contra a natureza significa violar a
ordem que Deus estabeleceu. É ir contra a intenção do Criador. Gênesis
deixa claro qual era essa intenção; e Jesus a confirma: “Não tendes lido que o
Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher”  (Mt 19.4). Uma parceria
homossexual é contrária à natureza e nunca pode ser vista como uma
alternativa legítima ao casamento.
2. Efeitos na vida mental e social
(Rm 1.28-32)
Já que achavam que não valia a pena permanecer na sabedoria de Deus,
acabaram seguindo a própria mente doentia e depravada deles. Praticaram o
que não deviam, evidenciando uma inúmera variedade de atos antissociais,
os quais juntos descrevem a derrota da sociedade humana, à medida que os
padrões desaparecem e a humanidade se desintegra.
O versículo 32 é um resumo conclusivo da perversidade humana que, apesar
de todo o conhecimento, não só continuam a praticar, mas, o que é pior,
aprovam os que assim procedem.
Romanos para hoje
Você acha que nossa sociedade mudou para melhor ou para pior desde que Paulo
escreveu essa descrição? Qual tem sido o padrão moral em seu ambiente de trabalho
ou escola?
Conclusão
“Paulo retratou claramente a inevitável decadência em direção ao pecado.
Primeiro,as pessoas rejeitam a Deus; em seguida, elaboram seu conceito de
como Ele deveria ser; depois, cedem a toda espécie de iniquidade: ganância,
ódio, inveja, crimes, lutas, engano, malícia e mexericos; finalmente, chegam
a odiar a Deus e encorajar os outros a fazerem o mesmo. Mas Ele não é o
agente dessa progressão em direção ao mal. Quando as pessoas O rejeitam,
Deus permite que elas vivam como desejam. Permitem que experimentem
as consequências naturais dos pecados que praticam. Uma vez preso nesse
movimento descendente rumo ao pecado, ninguém poderá libertar-se por
suas próprias forças. Os pecadores devem confiar somente em Cristo para
libertá-los da destruição” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, p. 1.553).
4
O justo juízo 
de Deus
Pr. Julio César Bueno de Oliveira
texto básico Romanos 2.1–3.20
versículo-chave Romanos 2.12
“Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos
os que com lei pecaram mediante lei serão julgados”
alvo da lição
Ao estudar esta lição, você terá condições de saber por que os gentios estão
condenados, assim como os judeus, e uma compreensão mais ampla do justo
juízo de Deus sobre todos os homens.
leia a Bíblia diariamente
seg 1Co 6.9-12
ter Gl 5.16-21
qua Ef 2.1-10
qui Cl 3.5-11
sex 2Tm 3.1-9
sáb Sl 139.1-12
dom Sl 139.13-24
O aluno será capaz de
saber compreender que a condenação, sem Cristo, é tanto para judeus quanto paragentios; que há um justo juízo sobre todos os homens;
sentir compadecer-se dos que vivem sob o jugo do pecado e não conhecem a liberdadeda salvação;
agir anunciar o poder transformador da graça divina.
Muitas pessoas não compreendem o que é pecado. Não são poucas as que
qualificam pecado apenas as atitudes como matar, roubar, mentir, etc. A
Bíblia ensina que pecado é a transgressão dos mandamentos de Deus. Estes
orientam o homem a viver para a glória de Deus e foram revelados pelo
Senhor nas Sagradas Escrituras (cf. 2Tm 3.16; 2Pe 1.21; 3.16).
Na queda (Gn 3), ocorreu a separação entre Deus e o homem, além da
depravação total do ser criado e seus descendentes. Desde a queda, todos
foram manchados pelo pecado original de Adão: “todos pecaram e carecem da
glória de Deus”  (Rm 3.23). Como consequência do pecado, a morte foi
instituída “porque o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
Nesse trecho da carta aos Romanos, o apóstolo Paulo expõe, de forma
sistemática, a doutrina da depravação do homem e a incapacidade do ser
humano se relacionar com o Criador.
I. Todos são culpados
A partir do segundo capítulo da carta, Paulo passa a demonstrar que a justiça
divina é necessária para punir os malfeitores e incrédulos. O amor e a justiça
de Deus caminham juntos. Deus age em concordância com a Sua própria
natureza, porque Ele é santo.
1. O juízo de Deus é inevitável
(Rm 2.1-4)
O apóstolo Paulo inicia o capítulo dois com “portanto”, para mostrar a
relação do que disse anteriormente sobre a pecaminosidade do homem com
o que vai dizer a seguir – estamos debaixo do julgamento inevitável de Deus.
Os homens são indesculpáveis por julgar outras pessoas, pois cometem os
mesmos erros pelos quais as condenam. Deus conhece nossos pensamentos,
e não podemos esconder Dele nenhum dos nossos atos (Sl 139; Pv 5.21;
15.3). Por essa razão, o Senhor tem condições de exercer justo juízo sobre
todos.
Não há como escapar do juízo do Senhor. O ser humano tem a tendência de
pensar que é melhor que os outros e que seus pecados não são tão graves. O
motivo de não ser condenado imediatamente é a bondade, a tolerância e a
paciência do Senhor. E é a mesma bondade que conduz o homem ao
arrependimento. Perceba que o homem não busca a Deus (Rm 3.10-11),
não há quem disponha o coração para cumprir a vontade do Senhor. Até
nosso arrependimento é fruto da bondade de Deus.
2. O juízo de Deus é justo
(Rm 2.5-11)
O Senhor não dá nada além do que a humanidade merece. O pecado gera a
morte física.
O prêmio que os homens receberão está relacionado às suas ações:
a. a vida eterna como prêmio para aqueles que perseveram em fazer o
bem 
(Rm 2.7). “Embora a Escritura ensine, ao longo de toda ela, que a
salvação não vem pelas obras, ela ensina, de modo consistente, que o
julgamento de Deus é sempre baseado nas ações das pessoas. Os
feitos dos redimidos não são a base da salvação deles, mas a
evidência dela” (Bíblia de Estudo MacArthur, p.1494);
b. a perdição eterna a todos os que desobedecem a verdade (Rm 2.8-
9), e, nesse caso, não há distinção entre judeus e gentios ou entre
religiosos e não religiosos (Rm 2.9), pois todos os homens são iguais
diante do Senhor (Rm 2.11).
Como não existe quem persevere em fazer o bem ou busque insistentemente
a honra e a incorruptibilidade, o destino já está determinado – perdição para
todos.
3. O juízo de Deus é imparcial
(Rm 2.12-16)
Aprendemos nas Escrituras que Deus é santo e justo. Então o juízo que virá
sobre toda a humanidade é imparcial (Rm 2.12-16). Todos os homens serão
julgados não por rejeitar a Cristo, pois alguns nunca ouviram e jamais
ouvirão, falar de Cristo mas por causa da natureza do pecado que existe
neles. Todos possuem a lei de Deus gravada no coração (Rm 2.15) e mesmo
assim continuam transgredindo a lei de Deus.
Os judeus possuíam a lei dada por Deus, a qual ensinava como viver em
conformidade com o Senhor. Os gentios não possuíam a lei, mas Deus deu a
todo ser humano um testemunho interno, que é a própria lei de Deus
gravada na nossa mente. Calvino chama esse princípio de “semente da
religião” e “senso da divindade”. Sendo assim, todos são culpados por não
viver em conformidade com esse testemunho interno.
Romanos para hoje
Você já parou para pensar como a natureza do homem é má? Isso acontece por causa
do pecado que reside na raça humana e afeta toda a criação. Avalie quanto você tem
lutado contra essa natureza má.
II. O judeu tem alguma vantagem?
(Rm 2.17-3.8)
O povo judeu desenvolveu, ao longo de muitos anos, um sentimento
particularista e exclusivista no tocante à revelação messiânica. Ele se julgava
superior pelo fato de ter sido escolhido pelo Senhor para ser Seu povo. Deus
também deu aos judeus a Sua Palavra, falando-lhes de diversas maneiras
pelos profetas (Hb 1.1-2). Tudo isso os levou a acreditar que tinham
algumas vantagens diante do Senhor.
O argumento do apóstolo destrói esse particularismo judaico. Os judeus
eram tão culpados quanto os gentios, pois, possuindo a lei, não viviam de
acordo com ela  (Rm 2.17-23). Eles conheciam claramente os preceitos da
lei, mas mesmo assim estavam escravizados pela natureza pecaminosa. Não
é suficiente conhecer a lei, é necessário viver de acordo com o que nela está
escrito.
Por causa da atitude dos judeus, Deus era blasfemado entre os não
religiosos. Faltava coerência entre o que era dito e o que era vivido. É o
dilema entre “dizer” e “viver” que afeta também a nossa vida como cristãos
no século 21.
Paulo defende que a circuncisão, como evidência externa de compromisso,
não tem valor algum se não for acompanhada de ações comprobatórias (Rm
2.25-29). A vantagem que os judeus possuíam de ser escolhidos como povo
de Deus aumentava a condenação. Eles foram eleitos para receber a
revelação divina carregando no corpo a marca do pacto de Deus
(circuncisão). Apesar da descrença deles, a fidelidade de Deus não pode ser
anulada. Novamente Paulo testifica da condenação dos judeus por não
serem fiéis ao pacto ao enfatizar que “a condenação destes é justa”(Rm 3.8).
Romanos para hoje
O povo judeu pretensiosamente achou que tinha alguma vantagem sobre os gentios. A
verdade divina revela que Deus não faz acepção de pessoas e ordena que também não
façamos. Pare e pense! Você age de maneira discriminatória? Você se sente melhor
que as outras pessoas?
III. Que se conclui?
(Rm 3.9-20)
“Todo mundo é culpado diante de Deus” (Rm 3.1-20). Nem judeus nem gentios
têm alguma razão para se justificar diante da presença do Senhor.
Nos versículos seguintes, Paulo dá um panorama do coração do homem,
mostrando a culpabilidade de todos os indivíduos.
1. Não existe ninguémjusto (Rm 3.10).
2. Ninguém busca a Deus (Rm 3.11).
3. Ninguém faz o bem (Rm 3.12).
4. Todos dizem palavras impróprias (Rm 3.13).
5. Todos fazem planos maléficos (Rm 3.15).
6. Há destruição e miséria em todos os seus caminhos (Rm 3.16).
7. São inimigos dos homens e de Deus (Rm 3.17).
8. Não há temor ou respeito a Deus (Rm 3.18).
Por meio desse retrato do homem, os planos e ações que brotam do seu
coração se tornam revelados. Todo homem é culpado diante do Senhor
(Rm 3.19). Ninguém consegue cumprir a lei e ser justificado pelas obras
(Rm 3.20); a lei é boa, pois reflete o caráter de Deus (Rm 7.7-25), mas
também revela a nossa incapacidade em cumpri-la. Por isso, a condenação
de todos é certa.
Romanos para hoje
Todo homem está condenado. Mas existe um caminho de salvação chamado Jesus
Cristo. Você já reconheceu sua condição de completa perdição? Já entregou sua vida a
Cristo?
Conclusão
O apóstolo Paulo deixa claro que não há esperança para judeus nem para
não judeus. Todos estão condenados a enfrentar o justo juízo de Deus e,
diante Dele, ninguém poderá se justificar. Os judeus acreditavam que jamais
perderiam o relacionamento com o Senhor, pois alimentavam uma visão
particularista quanto à salvação. Deus, entretanto, revelou que a condenação
deles era iminente, pois Ele não Se impressiona com religiosidade. Graças a
Deus pelo dom da fé e salvação em Cristo.
5
O caminho da 
justificação
Pr. Julio César Bueno de Oliveira
texto básico Romanos 3.21-4.25
versículo-chave Romanos 3.23-24
“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados
gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”
alvo da lição
Ao estudar esta lição, você terá condições de saber que a justiça de Deus se
revelou em Cristo, que só é possível obter a justiça pela fé na pessoa do
Redentor; e de entender o caráter étnico universal da justiça divina.
leia a Bíblia diariamente
seg Gl 1.1-9
ter Gl 1.10-24
qua Gl 2.1-21
qui Gl 3.1-29
sex Gl 4.1-31
sáb Gl 5.1-26
dom Gl 6.1-18
Deus é o justo juiz sobre toda a humanidade corrompida pelo pecado. Na
lição anterior, estudamos como Deus julga e por que não há homem
qualquer isento de responsabilidade quanto ao pecado. Todos, judeus e
gentios estão na mesma condição. Esta lição tratará sobre o caminho da
justificação e os benefícios alcançados pela 
obediência de Cristo.
I. Como a justiça de Deus se revela
Deus age de acordo com Sua natureza santa e justa. Por isso, a transgressão
humana precisa ser punida. De Romanos 3.21 a 4.25, o apóstolo Paulo
revela a maneira como a justiça de Deus foi aplicada a todos os que creem
em Jesus Cristo.
1. A justiça de Deus é fruto de Sua promessa
(Rm 3.21)
A separação do Criador e a execução da justiça divina por meio da Sua ira
trouxeram julgamento e condenação a todos os homens. Entretanto, por
causa do soberano plano divino e do Seu grande amor, desde antes da
criação (Ap 13.8), Deus estabeleceu a maneira pela qual os homens
poderiam se relacionar com Ele, revelando e comunicando Seu plano por
meio da lei e pelos profetas. A promessa apontava para a justificação dos
homens que, no tempo certo, colocariam sua confiança na obra do
Redentor.
2. A justiça de Deus é mediante a fé
(Rm 3.22-23)
A melhor definição de fé está em Hebreus 11.1: “A fé é a certeza de coisas que se
esperam, a convicção de fatos que se não veem”. A justiça que é conferida aos
homens foi alcançada pela graça divina, mediante a fé, que nesse contexto
significa firme confiança na obra de Cristo – o Justo morreu pelos injustos,
para beneficiá-los com Sua justiça.
3. A justiça de Deus é gratuita pelo mérito de Cristo
(Rm 3.24-28)
A justificação que Deus atribuiu àqueles que creem é pelo mérito de Cristo e
não do homem. Quem recebe o benefício da justificação o recebe como
presente, é gratuito, não há nada que se possa fazer para merecer tamanha
graça. Para que ocorresse a justificação, foi pago alto preço – o sangue do
Deus Filho foi derramado.
Um aspecto importante da cristologia aparece na frase “a quem Deus propôs,
no seu sangue”  (Rm 3.25) e mostra claramente a divindade de Jesus. A
natureza de Deus é espiritual, no entanto, Paulo atribuiu a Cristo um
elemento (o sangue) que pertence à natureza humana, enfatizando que
Jesus Cristo é um ser teantropo, que possui duas naturezas, a humana e a
divina, 100% homem e 100% Deus.
Jesus foi, ao mesmo tempo, o justo que nos substituiu em nossa condenação,
como também o nosso justificador. Foi Ele que nos apresentou diante do
Pai de forma justa, imputando Sua justiça em nós. Por isso, o homem não
pode se vangloriar em ter obtido tamanho favor. Todos nós estávamos
incapacitados de buscar a Deus por causa do pecado; a lei testificava contra
nossa incapacidade. A conclusão só pode ser uma: “o homem é justificado pela
fé, independente das obras da lei” (Rm 3.28).
4. A justiça de Deus é etnicamente universal
(Rm 3.29-31)
Paulo trata novamente da questão universal da salvação, porém, ele não
quer dizer que todos serão salvos. Paulo trata de uma salvação étnica
universal, isto é, para todas as etnias da terra. A salvação não está
circunscrita aos judeus somente, nem aos gentios exclusivamente. Lembre-
se de que a igreja primitiva foi formada primeiramente dentro do povo
judeu (At 2-4) e depois, gradativamente, alcançou os gentios de todas as
etnias.
O apóstolo utiliza os termos “circuncisos”, para se referir aos judeus que
traziam no corpo a marca da aliança, e “incircuncisos”, referindo-se a todas
as outras etnias. Ambos alcançam a salvação por meio da fé. A Boa-Nova da
salvação é para todas as etnias da terra.
A lei não se torna nula por causa da fé, ela aponta para o cumprimento da
promessa. Da mesma forma, a lei reflete o caráter puro, santo, justo e bom
do Senhor Deus.
Romanos para hoje
Você consegue discernir o significado de justiça de Deus? Você é capaz de transmitir a
outros o sentido de justiça divina? Passe adiante essa mensagem!
II. Abraão e a justiça de Deus
Mesmo após terem se passado 2.000 anos da abolição da lei pela morte de
Cristo, a igreja cristã ainda tem sérios problemas quanto à prática ou não da
lei como forma de justificação. Existe um forte movimento em algumas
denominações estimulando seus fiéis a voltarem à forma de culto
semelhante à que ocorria no Antigo Testamento.
O próprio Paulo enfrentou essa dificuldade com os judaizantes, homens que
queriam instituir a obediência à lei nas igrejas no Novo Testamento. Na
ocasião, o apóstolo atacou de maneira muito dura esse pensamento na carta
que escreveu às igrejas na região da Galácia (atual Turquia) e, no capítulo 4
de Romanos, usou a vida de Abraão como testemunho de alguém que foi
justificado pela fé em Deus e não nas obras da lei, pois a lei só foi dada aos
judeus por meio de Moisés, após o Êxodo.
Há lições importantes na vida de Abraão, e Paulo se utiliza delas para
ilustrar a justificação pela fé alcançada pelo patriarca.
1. A justificação pela fé glorifica a Deus
(Rm 4.1-8)
Ao contrário do que o homem espera, a justificação pela fé exalta a Deus e
ao Seu propósito em salvar o perdido. O foco está em Deus e não no
homem. Abraão acreditou nas palavras do Senhor, e foi o suficiente para
receber a justificação que proveio da fé. Não foi por meio do esforço
humano, pois se fosse assim, Abraão teria de gloriar-se em si mesmo.
O próprio Davi testemunhou acerca dessa justificação no Salmo 32.1-2
quando disse que é o Senhor Quem atribui Sua justiça, apesar da nossa
incapacidade em obedecer à Lei. É Ele quem“jamais imputará pecado”  (Rm
4.8) aos que justifica.
2. A justificação pela fé é anterior à lei
(Rm 4.9-12)
Novamente surge o tema da universalidade étnica da salvação, em parte para
mostrar aos judeus que o particularismo desse povo não estava de acordo
com o propósito soteriológico de Deus; por outro lado, torna evidente o
amor de Deus por pessoas de todas as etnias.
A salvação é chamada aqui de  “bem-aventurança”  (v.9) que foi conferida a
todas as etnias. A imputação da justiça de Deus a Abraão foi feita 400 anos
antesde a lei ser dada a Moisés. A circuncisão era apenas uma marca externa
do que Deus havia efetuado no interior de Abraão, tornando o patriarca o
pai de todos aqueles que viriam a crer em Jesus. Os judeus se gloriavam por
serem filhos de Abraão. Eles não entendiam que a filiação espiritual é muito
mais importante do que a filiação natural. A filiação espiritual é reportada à
fé e à confiança que o patriarca depositou em seu Senhor.
3. A justificação pela fé suplantou a obediência à lei
(Rm 4.13-25)
A lei sempre foi limitada, enferma e incapaz de conduzir o homem à
justificação ou trazer-lhe qualquer benefício. Abraão não foi justificado por
ela, primeiramente porque ela não existia, pelo menos na forma escrita, e
também porque ele não conseguiu cumprir a lei de Deus gravada no
coração.
A promessa dada a Abraão seria anulada se a justificação fosse alcançada
pelos méritos da lei, pois ela desperta a ira no ser humano. Deus fez
promessas a Abraão, e ele acreditou! Deus prometeu que Abraão seria o pai
de muitas nações. Mesmo impossibilitado fisicamente, tanto ele quanto sua
esposa, para ver essa promessa se cumprir, ele creu. Apesar das dificuldades,
Abraão acreditou na promessa feita pelo Senhor e estava plenamente
convicto de que Deus era poderoso para cumprir o que havia prometido.
Essa confiança se chama fé!
A demonstração maravilhosa da confiança que Abraão teve nas promessas
do Senhor ecoa até os nossos dias como testemunho de fé e justiça que lhe
foi imputada tão somente porque ele creu. Abraão se tornou modelo para
todos que, semelhantemente a ele, colocam a confiança na salvação que
Deus operou por intermédio do nosso Senhor Jesus Cristo.
O objeto da nossa fé é a pessoa de Jesus Cristo, que foi entregue em nosso
lugar como aplicação da justiça de Deus, e que ressuscitou, evidenciando a
vitória sobre a morte. Não há mais separação entre Deus e o homem; a
ruptura causada pela queda foi desfeita pela morte e ressurreição de Jesus.
Para que pudéssemos receber a imputação da justiça divina, foi necessário
que Jesus fosse o substituto em nossa morte e condenação. Por meio da Sua
ressurreição, fomos agraciados com a justificação diante de Deus.
Romanos para hoje
A fé fortaleceu a esperança de Abraão; a fé deu a Abraão lições sobre os atributos de
Deus. Você pode dizer hoje que tem a mesma fé que outrora fortaleceu Abraão?
Conclusão
O caminho da nossa justificação passa necessariamente pela morte
substitutiva de Jesus. Ao Se entregar como sacrifício pelos nossos pecados,
sendo Ele mesmo a oferta do altar e o Sumo Sacerdote, conferiu a todos os
que creem a imputação da justiça de Deus, que é alcançada somente pela fé
em Jesus, não por obras produzidas pela lei.
A fé salvadora aponta para o objeto da fé: a saber, Jesus Cristo, o Homem
Deus. A grande diferença entre o cristianismo e todas as outras religiões do
mundo é a certeza da morte e ressurreição de Jesus, testemunho que deve
encher nosso coração de esperança e alegria. Somos o povo mais feliz da
terra!
6
Justificados 
em Cristo
Pr. Olivar Alves Pereira
texto básico Romanos 5.1-21
versículo-chave Romanos 5.8
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”
alvo da lição
Ao estudar esta lição, você terá condições de compreender que a justificação é a
única forma de entender seu real valor diante de Deus, e lhe mostrará quanto o
Deus perfeito e santo pode amar pecadores como nós.
leia a Bíblia diariamente
seg At 13.16-41
ter Rm 2.12-16
qua 1Co 6.9-11
qui Gl 2.11-21
sex Gl 3.23-29
sáb Tt 3.4-7
dom Rm 8.28-30
Paulo descreveu o que é justificação (Rm 3.21-31), ilustrando-a com o
exemplo de Abraão (Rm 4.1-25). No texto básico desta lição, lemos que a
justificação operada por Deus no coração do crente, por meio do sacrifício
de Cristo Jesus, é também eficaz e, em sua eficácia produz no coração do
crente a  “paz com Deus”  (Rm 5.1). Usando outro personagem do Antigo
Testamento, Adão, Paulo mostra que as verdades concernentes à certeza e,
especialmente, ao caráter abundante da salvação recebem maior
esclarecimento do versículo 12 ao 21. O capítulo 5 de Romanos abre o
assunto sobre os benefícios decorrentes da justificação que nos foi imputada
por Deus em Cristo, por meio da fé.
I. Justificação: definição e resultados
(Rm 5.1-11)
Quando o pecado entrou na vida do homem, trouxe-lhe terrível desgraça:
separou-o de Deus, atraindo sobre ele a ira do Senhor. A condenação do
homem era certa. Só havia um meio pelo qual o homem poderia ser aceito
novamente diante de Deus - por intermédio da justificação.
1. Que é justificação?
William Hendriksen define justificação como: “declarar justo – gracioso ato
de Deus por meio do qual, sobre a base unicamente da obra de mediação
efetuada por Cristo, ele declara justo o pecador, e este aceita o benefício
com um coração crente”.
a. A execução da justificação - Deus deu a nós a justiça de Cristo e
colocou sobre os ombros de Jesus a nossa condenação (Rm 8.1). Dessa
forma, quando Deus nos vê, Ele vê primeiro a justiça do Filho e, por amor
a Ele e em respeito ao Seu precioso sangue vertido na cruz, não mais nos
condena. Em vez disso, dá-nos as bênçãos decorrentes da justificação
(Rm 4.3,5; 5.1,9; 8.30; Gl 2.15-16; 3.8,11,24; 5.4; Tt 3.7).
b. A aceitação da justificação - O crente é justificado e abençoado por
meio da fé, que também é obra de Deus no coração do pecador (Ef 2.8-
9). É por isso que dizemos que o tema principal da carta é “justificação
pela fé em Cristo Jesus”. Deus nos tornou aceitáveis por meio de Cristo;
Ele também leva o pecador a aceitar humildemente o sacrifício de Jesus
em seu lugar, pela ação do Espírito Santo.
2. Cinco resultados da justificação
Estamos livres da condenação eterna. Recebemos também outros benefícios
da maravilhosa graça de Deus revelada em Cristo Jesus como resultado da
justificação. Romanos 5.1-11 está intimamente ligado a 1João 4.18 – por
causa do amor de Deus revelado a nós, não precisamos temer a Deus, pois
Ele removeu o que trazia Sua ira sobre nós. Seu trono para o salvo não é
lugar de medo, mas sim de exultação e alegria.
a. Paz com Deus (Rm 5.1) - Pelo sangue de Cristo, a paz com Deus foi
restabelecida. É a remoção da ira divina contra nós. Temos paz porque
sabemos que os nossos pecados do passado foram perdoados
(justificação); que os pecados do presente não mais têm poder sobre nós
(santificação); e que os eventos futuros não podem separar-nos do amor
de Deus (glorificação).
b. Acesso a Deus (Rm 5.2) - Por meio do sacrifício de Jesus, obtivemos
acesso confiante à presença do Pai (Ef 2.8; 3.12) e ao Seu trono de graça
(Hb 4.16). Jesus é o “nosso Senhor”(dono, proprietário). Ele intercedeu
junto ao Pai por nós, por meio do Seu sacrifício (Is 53.5).
Resta-nos, como crentes em Cristo Jesus, confiar somente Nele e, além
disso, gloriarmo-nos “na esperança da glória de Deus”.
A seguir Paulo lança seu olhar e conduz o nosso para o futuro, para a glória
eterna. Nossa alegria e exultação estão na promessa da vida eterna feita por
Deus, que fez a mesma promessa a Abraão e cumpriu (Rm 4).
c. Esperança nas tribulações (Rm 5.3-5) - Paulo se gloriava também
nos sofrimentos decorrentes da causa do evangelho  (Rm 8.35-39; 1Co
4.9-13; 2Co 1.4-10; 11.23-30;  12.7-10; Gl 6.17; 2Tm 3.11-12).  “E não
somente isto, mas também” refere-se ao fato de que o crente Paulo não
exultava somente na esperança da vida eterna,  “mas, também ... nas
próprias tribulações”.  Nas tribulações (as que eram fruto de sua
obediência a Cristo Jesus), ele via um instrumento que Deus usava para
fortalecê-lo ainda mais em sua esperança. Note a sequência dos elementos
que ele apresenta e que resultam na esperança.
Tribulação – Instrumento de Deus para moldar o nosso coração.
Perseverança  – Embora seja verdade que a perseverança (força para
suportar, mais a persistente aplicação dessa força) é basicamente o
resultado da operação do Espírito Santo na vida dos filhos de Deus, ela
implica uma ação humana (Ap 2.10,25).
Experiência  – Antesde sermos aprovados, temos de ser provados. A
tribulação na vida do crente, quando permitida por Deus, obedece a Seu
propósito: trabalhar o caráter do crente; fazê-lo “conforme a imagem de Seu
Filho” (Rm 8.29-30; 
Zc 13.9). O caráter provado e aprovado produz esperança.
Esperança (Rm 5.2) – Significa esperança da vida eterna. Ela não nos
deixa confusos, não nos desaponta, pois,  “o amor de Deus é derramado em
nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado”  (Rm 5.5). Quando
enfrentamos provas, somos fortalecidos pelo amor de Deus que foi
derramado em nosso coração.
d. Certeza do amor de Deus (Rm 5.6-8) - Quando Deus demonstrou
Seu amor para conosco,  “ainda éramos fracos... ímpios ... ainda
pecadores”. Cristo foi motivado pelo amor do Pai pelos ímpios.
e. Reconciliação com Deus (Rm 5.9-11) - Não seremos frustrados em
nossa esperança porque, em Cristo, Deus demonstrou Seu profundo amor
por nós. Fomos justificados por meio da morte de Cristo e seremos salvos
da ira de Deus a ser derramada no futuro. O servo de Deus, enquanto
louva a Deus pelas bênçãos recebidas no presente, exulta em seu coração
pelas bênçãos do porvir.
Romanos para hoje
Deus nos reconciliou consigo. Estabeleceu a paz conosco, mesmo quando não
merecíamos. Nosso caráter deve expressar o caráter de Deus. Assim sendo, como
temos agido em relação àqueles que nos têm ofendido e pecado contra nós?
 O segundo tópico deve ser compartilhado a partir do quadro disponível no terceiro ponto
que traça o paralelo entre Adão e Cristo.
Reproduza o quadro a seguir da maneira que melhor lhe convier (data-show,
transparência, cartaz, quadro).
ADÃO JESUS CRISTO
Um só ato de transgressão
Condenação a todos
Um só ato de justiça
Justificação (que dá vida) a todos os escolhidos
Desobediência de um só
(todos se tornaram pecadores) Obediência de um só (muitos se tornaram justos)
Adão abriu portas para o pecado Cristo abriu portas para a salvação
Fracassou em sua missão Obteve êxito em Sua missão
II. Adão e Cristo
(Rm 5.12-21)
Nesses versículos temos os contrastes: Adão versus Cristo; condenação
versus justiça; pecado versus perdão. Adão e Cristo são os representantes da
humanidade. O primeiro fracassou em representar-nos e trouxe sobre todos
a condenação; o segundo representou os escolhidos de Deus, cumprindo
toda a Lei. O que o primeiro não conseguiu fazer, o segundo fez, e por isso
pode salvar os que Nele confiam.
1. Adão e Cristo são apresentados
(Rm 5.12-14)
Lutero disse que “diante de Deus só estão dois homens: Jesus e Adão. E nos
lombos desses toda a humanidade”. Adão abriu a porta para o pecado e, em
consequência, à morte. Dele herdamos o pecado e toda a miséria (Sl 51.5).
“Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo” (Rm 5.13). Paulo poderia
estar pensando em situações como o dilúvio, Sodoma e Gomorra, nas quais
a morte (o resultado do pecado) governou. Ela reinou mesmo “sobre aqueles
que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão” (Rm 5.14) Todos os que
não transgrediram o mandamento expresso de Deus, como fez Adão ao
comer do fruto proibido, sofreram a morte.
Mesmo durante o período de Adão a Moisés, o pecado foi de fato levado em
conta. Embora a lei do Sinai, com seus mandamentos expressos, ainda não
tivesse sido revelada, havia lei. Aqui o apóstolo estava pensando no que
havia escrito anteriormente nessa mesma epístola (Rm 2.14-15). Essa lei,
com a morte como castigo para os transgressores libertinos, foi
verdadeiramente aplicada (Rm 1.18-32). Que havia lei se deduz do fato de
que havia pecado. Se não houvesse lei, então, não haveria pecado.
2. Adão e Cristo são contrastados
(Rm 5.15-17)
“Todavia, não é assim”. Paulo mostra que a influência de Cristo para o bem
excede muito à eficiência de Adão para o mal: o dom gratuito é muito mais
eficaz do que a transgressão. Se a transgressão de Adão foi tão eficiente em
prejudicar toda a raça humana, o dom de Deus foi superabundante naqueles
a quem Deus justificou.
No caso de Adão, por causa de um pecado, veio sobre todos a condenação.
Cristo, porém, por Sua obra de redenção, fez provisão para perdão não só
daquele único pecado. Seu sacrifício foi suficiente e eficaz para todos os
pecados cometidos pelos que, pela graça soberana, depositaram Nele a
confiança – a condenação foi substituída pela justificação (Rm 1.17; 3.24;
5.1).
3. Adão e Cristo são comparados
(Rm 5.18-21)
Paulo prossegue:  “Pois assim como”.  Para ajudar-nos nessa comparação,
apresentamos a tabela a seguir.
ADÃO JESUS CRISTO
Um só ato de transgressão
Condenação a todos
Um só ato de justiça
Justificação (que dá vida) a todos os escolhidos
Desobediência de um só
(todos se tornaram pecadores)
Obediência de um só
(muitos se tornaram justos)
“Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa”  (Rm 5.20). Isso revela a intenção
divina em promulgar a lei e mostrar não somente a pecaminosidade latente
da humanidade, como também sua incapacidade de cumprir a lei divina.
Daí, somente um ato da graça de Deus poderia reverter a situação do
homem pecador.
Deus não é o responsável pela pecaminosidade do homem. O que a Palavra
nos mostra é que a vontade de Deus em promulgar a Sua lei era aguçar a
consciência humana quanto à própria pecaminosidade. A lei age como “lentes
de aumento”, que não aumentam o número de impurezas encontradas num
corpo, apenas as tornam mais visíveis. A lei não aumenta o pecado, mas
ressalta quão pecadores somos.
Em princípio, o ser humano não tem esperança, entretanto, a graça divina
mostra que  “onde abundou o pecado, superabundou a graça”  (Rm 5.20). Se o
pecado encheu a medida, a graça divina derramou além da medida,
transbordou, tornou-se mais excelente.
Deus agiu “a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a
graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor”  (Rm
5.21).
Romanos para hoje
Quem é o seu representante diante de Deus? Em quem você tem posto a sua
confiança? Em algum grande líder espiritual? Ele já se mostrou totalmente competente
para isso? Ou em Jesus? Então Deus já recebeu você como filho!
Conclusão
Como descendentes de Adão, permaneceríamos em estado deplorável de
perdição. Felizmente, Deus tomou a iniciativa de promover a justificação
pela fé aos eleitos. Louvado seja Seu nome por tão grande salvação!
7
O pecado, o 
batismo e a graça
Pr. Olivar Alves Pereira
texto básico Romanos 6.1-23
versículo-chave Romanos 6.12-13
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que
obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo
ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como
ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos
de justiça”
alvo da lição
Ao estudar esta lição, você terá condições de compreender que não mais
precisa ser escravo do pecado; também compreenderá que “viver na graça de
Deus” é viver em santidade.
leia a Bíblia diariamente
seg Ef 4.22-32
ter Cl 3.8-11
qua Fp 3.12-16
qui Cl 1.13-23
sex Ef 4.1-6
sáb Mt 5.43-48
dom 1Jo 5.13-19
É comum ouvirmos crentes dizerem que não gostam de estudar doutrinas
porque elas não são práticas. Uma  ortopraxia  (prática correta e saudável)
depende totalmente da ortodoxia (sã e correta doutrina). Em Romanos 6,
Paulo continua o assunto que vinha desenvolvendo no capítulo anterior,
quando trata do pecado e dá mais enfoque à questão moral-espiritual,
enquanto no capítulo 5 ele abrangeu o aspecto legal. Conceitos como
santidade, vida nova, morte para o pecado, viver para Deus, estão presentes
no capítulo em estudo.
Romanos 5 e 6 se relacionam como justificação e santificação. “O Deus que
declara justo o pecador é o mesmo que, ao mesmo tempo e em estreita
conexão com ele, derrama o Espírito santificador em seu coração,
produzindo santidade” (William Hendriksen).
I. Sete fatos cruciais
(Rm 6.1-14)
A mensagem maravilhosa do evangelho anunciada por Paulo mostra que a
salvação é somente pela graça de Deus revelada em Cristo e nada mais. Esse
anúncio foi mal compreendido pelos judeuse pagãos convertidos que
faziam parte da igreja de Roma. Levou-os a pensar da seguinte forma: se a
graça de Deus se manifestou superabundante onde o pecado se manifestou,
quanto mais pecarmos, mais da graça de Deus teremos! Para rebater o erro
Paulo argumenta.
1. Uma pergunta
(Rm 6.1)
“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais
abundante?”  (Rm 6.1). No capítulo 3 versículo 8, Paulo já combateu, em
termos breves, essa distorção da doutrina da graça. Lembremos que entre os
que distorciam a doutrina estavam os que agiam com sinceridade, e não
estavam afrontando Paulo. O raciocínio deles era sincero, porém, errado. A
cada época surgem enganadores e pessoas que são enganadas, como o
monge russo Rasputin, por exemplo. Ele pregava que, “quanto mais uma
pessoa pecar, mais graça ela receberá. Portanto peque à vontade”, ele dizia.
Tal iniquidade tinha que ser rebatida. Foi o que Paulo fez.
2. Uma resposta
(Rm 6.2)
A resposta de Paulo no versículo 2 teve tom de desespero, como o de
alguém que vê uma barragem se rompendo e logo mais abaixo vê um grupo
de pessoas pescando tranquilamente sem perceber o perigo iminente. Paulo
disse:  “De modo nenhum!” Para o cristão, viver na prática deliberada do
pecado é inadmissível, impossível, pois “Como viveremos ainda no pecado, nós os
que para ele morremos?” Paulo lembra seus leitores que algo maravilhoso havia
acontecido na vida deles. Morreram para o pecado, e, portanto não
poderiam mais continuar pecando. Continuar pecando prova que a pessoa
ama mais o pecado que a Deus.
3. Uma lembrança
(Rm 6.3-4)
“Ou, porventura, ignorais”. Esse estilo nos lembra o do próprio Senhor Jesus 
(cf. Jo 3.10; 19.10; Mt 12.3,5; 19.4; 21.16,42; 22.31; Lc 6.3). Ser batizado
com Cristo na Sua morte implica ser introduzido em relação pessoal com o
Senhor. Aqui Paulo realça que “batizar pessoas em Cristo Jesus implica
batizá-las em – ou seja, em conexão com o sacramento do batismo,
introduzindo-as em relação pessoal com – a morte de Cristo, de modo que
esta morte venha a ser significativa para elas, ensinando-as que por meio
dela a culpa de seus pecados já foi removida e que já receberam poder para
lutar e vencer a contaminação do pecado” (William Hendriksen).
Aqui o sepultamento ilustra o batismo. A pessoa que morre é sepultada.
Assim como o crente que morreu para o mundo é batizado em Cristo,
inserido no corpo de Cristo tal como um morto é inserido numa cova. Paulo
ainda nos lembra do dever que temos de “andar em novidade de vida”. O
crente em Cristo Jesus mostra a fé na pessoa do Senhor por meio do
comportamento cotidiano, em  “novidade de vida”,  surpreendendo
positivamente aos circunstantes.
4. Um princípio
(Rm 6.5-10)
A ressurreição dos crentes é uma das verdades cruciais do evangelho.
Contudo não é esse o assunto dos versos 5-10. O que Paulo ensina é que,
havendo Cristo ressuscitado, Ele desferiu o último golpe contra o pecado.
Assim, temos também condição de vencê-lo e andar em novidade de vida.
O mesmo princípio está em Efésios 4.22-32 e Colossenses 3.8-11 – o
despirmo-nos da nossa velha natureza e o revestirmo-nos da nova natureza.
O crente deve ter uma postura radical contra o pecado. Não há como
encontrar meio termo entre a velha e a nova natureza.
5. Uma exortação
(Rm 6.11)
O crente tem de considerar-se morto para o pecado. A carne (nossa
natureza) é fraca para obedecer a Deus, para orar (Mt 26.41), mas para
pecar, ela se mostra muito forte. É por isso que nós, os crentes, precisamos
nos considerar mortos para o pecado, “mas vivos para Deus, em Cristo
Jesus”. E isso quer dizer que devemos lembrar sempre o que Cristo fez por
nós.
6. Uma ordem
(Rm 6.12-13)
Não deixemos que o pecado reine em nosso coração. Cristo já nos libertou
da tirania do pecado. Nosso Rei, hoje, é outro - o Rei dos reis, o Rei de
amor. Para que o pecado não se assenhoreie do coração do crente, devemos
apresentar-nos a Deus. É o que Paulo passa a dizer. Os crentes não devem
continuar a pôr à disposição do pecado seus membros físicos como armas da
impiedade. Os crentes devem oferecer o corpo a Deus.
7. Uma promessa
(Rm 6.14)
No começo desse capítulo, Paulo rebateu a ideia distorcida dos que diziam
que “quanto mais pecarmos mais da graça de Deus teremos”. Ele mostra que
quem se entrega a Deus não mais será dominado pelo pecado. A libertação
não se dá por conta do homem, mas por causa da graça de Deus que o
libertou do senhorio do pecado e o transportou para as “trincheiras do amor de
Deus”.Contudo, se o soldado de Deus se descuidar e começar a rondar os
limites do acampamento do inimigo, será atacado por ele, que não poupará
esforços para escravizá-lo novamente. Em contrapartida, se o crente se
entregar cada vez mais a Deus, o pecado perderá o domínio sobre ele.
Romanos para hoje
Ser filho de Deus é expressar o caráter de nosso Pai Celeste. Assim como Ele abomina
o pecado, nós também devemos abominá-lo, esteja ele em que âmbito estiver:
pensamento, palavras, ações, sentimentos. Em qual grupo você se encaixa? Nos que
operam segundo a carne ou nos que operam segundo o Espírito?
II. Da escravidão à liberdade
(Rm 6.15-23)
Temos neste texto as dicotomias: pecado e santidade; condenação e
justificação; morte e vida. Fomos transportados do reino da escravidão do
pecado para a liberdade em Cristo, e, portanto agora servimos a Ele.
1. Entre o pecado e a obediência
(Rm 6.15-19)
O versículo 16 responde aos versículos 14 e 15 com a mesma ênfase que o
versículo 2 responde ao versículo 1. A Lei como meio de salvação foi
descartada anteriormente. Ela só nos mostra o que é e o que não é pecado,
mas se pecarmos ela só pode nos condenar.
O pecado tem efeito lento, porém progressivo e destruidor na alma da
pessoa. A primeira vez que um pecado é cometido causa horror ao coração.
Mas à medida que se continua pecando, a consciência é cauterizada até que
o mesmo pecado, que antes era horrendo, se torna comum e não visto mais
com a feiura que lhe é inerente.
Se a pessoa pratica o pecado para satisfazer aos próprios “desejos” (Rm 6.12),
receberá morte como pagamento. Se, porém, a pessoa se esforça para
obedecer, com certeza colherá justiça. Cada um tem um só senhor: o pecado
ou Deus.
A conversão de um pecador em servo da justiça (Rm 6.18) é obra exclusiva
da graça de Deus. Paulo registra que os romanos, antes escravos do pecado,
passaram a obedecer  “de coração”. Zelo, amor e fervor são elementos
fundamentais para uma vida verdadeiramente feliz, pois os que obedecem a
Deus estão imitando ao próprio Senhor Jesus. É importante lembrar que
quando alguém é liberto por Deus encontra oportunidade singular de servir
a Ele.
Paulo declara: “Falo como homem”, em termos humanos, usando exemplos
que os homens podem entender, no caso, a figura dos dois senhores e dos
servos. É importante observar que a santificação é algo que acontece em
nossos membros, também no nosso corpo. Uma pessoa que declara
santidade somente “da alma”, mas não a revela fisicamente, deve reavaliar a
decisão de seguir a Cristo. Ele veio para salvar as pessoas no seu todo -
corpo e alma. Que sentido teria a ressurreição final se assim não fosse?
2. Libertos do pecado
(Rm 6.20-23)
Enquanto vivíamos escravizados pelo pecado, não tínhamos qualquer
relacionamento com a justiça. Éramos injustos e estávamos totalmente
alheios à justiça. Qual o resultado da servidão ao pecado? Pergunta Paulo. A
resposta é: “a morte”.  À luz do evangelho de Cristo e do culto prestado ao
único e verdadeiro Deus, sentimos vergonha das coisas que fizemos no
passado e fazemos no presente. Hoje, Deus está conosco numa estreita
relação; no futuro, desfrutaremos de outro aspecto dessa relação – a vida
eterna, o céu de glória (Rm 6.22).
ANTES AGORA
Escravidão Liberdade
Escravos do pecado Escravos de Deus
Vício Santidade
Vergonha Paz no coração
Morte Vida eterna
O pecado faz do homem um escravo e, no final, como pagamento lhe dá a
morte física, espiritual e eterna (Rm 6.23). O “dom gratuito de Deus”, que não
custa nada para o pecador, custou um altíssimopreço para Deus. O sangue
de Seu Filho dá vida eterna ao pecador que foi justificado pelo sacrifício de
Cristo.
Romanos para hoje
“Todas as pessoas têm um mestre e se conduzem de acordo com os padrões dele. Sem
Jesus, não teríamos escolha, seríamos escravos do pecado, e teríamos a culpa, o
sofrimento e a separação de Deus. Mas graças a Deus, podemos escolher Jesus como
nosso Mestre. Quando O seguimos, podemos desfrutar uma nova vida e aprender como
trabalhar para Ele. Será que você ainda serve ao antigo mestre, ao pecado, ou já optou
por Deus?” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, p.1562).
Conclusão
Uma escolha deve ser feita. Servirmos a dois senhores é impossível (Mt
6.24). Cada senhor retribui de uma forma à sua lealdade: o pecado com a
morte, e Deus com a vida eterna.
8
O cristão 
e a lei
Pr. Dionatan Cardoso
texto básico Romanos 7.1-25
versículo-chave Romanos 7.12
“a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom”
alvo da lição
Ao estudar esta lição, você terá condições de compreender o que é lei e qual o
valor e os efeitos da lei na vida do cristão.
leia a Bíblia diariamente
seg Sl 119.1-24
ter Sl 119.25-48
qua Sl 119.49-72
qui Sl 119.73-104
sex Sl 119.105-128
sáb Sl 119.129-152
dom Sl 119.153-176
Sem dúvida, Romanos 7.1-25 é um dos textos mais complexos da epístola e,
talvez, um dos mais difíceis de interpretar em todo o NT. Por isso, há tanta
polêmica entre os estudiosos. A grande tensão está na dificuldade que os
ouvintes de Paulo, especialmente os judeus, tinham de relacionar a lei com a
fé em Jesus Cristo. O propósito desta lição é definir e explorar os principais
aspectos que dizem respeito à lei e ao seu relacionamento com o cristão.
I. Considerações gerais sobre a lei
No trecho em estudo, aparece 21 vezes a palavra “lei”. Tal frequência indica
o tema central do trecho. Façamos algumas considerações sobre a palavra
“lei” na Bíblia.
1. Que é lei?
De maneira simples, tomamos “lei” como a vontade de Deus revelada aos
homens em palavras, princípios, preceitos, julgamentos, atos (cf. Êx 16.28;
Sl 119). Na Bíblia, geralmente está relacionada ao AT, mas não significa que
o NT não apresenta normas ao crente.
a. O Pentateuco - Nominado pelos judeus de “A Lei” (Torá), Pentateuco
é o conjunto dos cinco primeiros livros do AT. De origem grega,
Pentateuco significa “cinco volumes”. Para os judeus, ouvintes de Paulo, a
Torá, designava todo o conjunto de leis da sua tradição – lei escrita e lei
oral.
b. O Antigo Testamento - O AT também era visto como um tipo de
compêndio de toda a lei de Deus.
c. Um princípio - Lei, em sentido geral, significa regra, prescrição que
emana de autoridade soberana. Assim, lei também é entendida como um
princípio de obediência a toda orientação de Deus. Nesse sentido o NT é
lei de Deus.
d. A lei de Deus - Significa todo desígnio de Deus ao homem – a Bíblia
em sua constituição total (66 livros, cf. Sl 119; 2Tm 3.16).
2. Três possíveis atitudes diante da lei
John Stott, em sua obra  A Mensagem de Romanos, menciona três tipos de
pessoas e as atitudes que elas adotam diante da lei.
a. O legalista - Observa rigorosamente a lei, mas está sob sua servidão.
Uma vez que não é capaz de cumprir integralmente a lei, acaba vivendo
de aparências. Pauta seu comportamento pela religiosidade hipócrita.
Observa excessivamente o exterior, mas não é capaz de examinar o
próprio interior. Aponta os pecados alheios, mas não enxerga os próprios
erros.
b. O antinomiano (ou libertino) - Detesta a lei e a lança fora.
Transforma a liberdade em libertinagem. Rejeita integralmente a lei e se
declara completamente livre de suas exigências. Para quem pensa assim, a
lei é causadora de todos os seus problemas. Vive sem normas ou limites.
c. O cristão equilibrado - Respeita, ama e obedece à lei. Ele se alegra
pela libertação do regime da lei e pela liberdade que Deus dá para cumpri-
la. Regozija-se pela oportunidade de observar a revelação de Deus – a
Bíblia (Rm 7.12), reconhecendo que a força para cumprir tais preceitos
vem do Senhor.
3. Os objetivos da lei
a. Ser uma revelação de Deus e de Sua vontade.
b. Proporcionar bem-estar e preservação da raça humana.
c. Pôr o pecado às claras.
d. Levar os homens ao arrependimento e à confiança na graça de Deus.
e. Prover orientação para a vida do cristão.
Romanos para hoje
Das três atitudes diante da lei, mencionadas na lição: legalista; antinomiana e cristã
equilibrada - em qual você se enquadra? Mesmo livre do regime da lei, você tem prazer
em cumprir os preceitos de Deus?
II. A severidade da lei
(Rm 7.1-6)
Paulo inicia a seção indagando se os seus ouvintes conheciam os limites da
lei. O texto deixa claro que os ouvintes do apóstolo conheciam a lei (Rm
7.1). Para ele, “a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom” (Rm 7.12). O
problema estava no conceito que se dava à lei. Segundo F. F. Bruce, os
ouvintes de Paulo entendiam que, devido à penosa conformidade com um
código de leis, era possível adquirir mérito para salvação 
diante de Deus.
1. O princípio
(Rm 7.1)
O princípio estabelecido é: a lei tem autoridade sobre o homem somente
enquanto ele vive. A morte invalida o domínio da lei sobre o indivíduo e o
desobriga dos compromissos contratuais. Com a morte, os preceitos da lei
são dados como terminados. O princípio é visto de maneira universal como
uma sentença legal para qualquer tipo de lei: grega; romana; judaica ou
bíblica.
2. A ilustração
(Rm 7.2-3)
Paulo explica o princípio da autoridade da lei usando a ilustração do
casamento. A mulher está legalmente unida ao marido enquanto ele viver (o
mesmo se aplica ao marido). O compromisso conjugal só é rompido quando
uma das partes morre. As obrigações de um para com o outro são canceladas
na morte. Matrimônio para toda a vida não significa para além da vida. Na
ilustração, o marido morre, e a esposa fica livre para contrair novas núpcias.
No tema em questão, existe uma morte que nos libera da escravidão da lei,
pois pela morte de Cristo somos libertos das exigências da lei. É evidente
que isso só ocorre por meio da fé em Jesus.
3. A aplicação
(Rm 7.4-6)
Na morte de Cristo, o homem pode ser liberto do regime da lei e contrair
novo relacionamento, agora com o próprio Senhor Jesus (Rm 7.4). A nova
união, porém, não pode ser desfeita uma vez que Cristo ressuscitou e não
mais morrerá (Rm 7.9). Então o crente pode frutificar para Deus, uma vez
que morreu com Cristo. John Stott alerta para o fato de que estar
emancipado da escravidão da lei não significa estar livre para fazer o que
quiser. Libertação da lei não significa liberdade para pecar, e sim liberdade
para servir a Deus 
(Rm 7.6). F. F. Bruce conclui dizendo que a morte e o pecado são
resultados da associação com a lei, mas a vida e a justiça são o resultado da
união com Cristo.
Romanos para hoje
Você realmente é livre do regime de escravidão da lei? Você sente alegria e liberdade
para servir a Deus verdadeiramente?
III. O ministério da lei
(Rm 7.7-13)
1. A lei é pecado?
A resposta é franca e clara: “De modo nenhum!”  (Rm 7.7). O apóstolo
precisava ter certeza de que seus ouvintes não deturpariam seus ensinos
sobre a lei. Mas se por um lado a lei não é pecado, qual a relação entre
pecado e lei?
a. A lei revela o pecado (Rm 7.7) - Paulo já havia escrito algo a
respeito: “visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei,
em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”  (Rm
3.20). Agora ele diz:  “eu não teria conhecido o pecado, senão por
intermédio da lei”  (Rm 7.7). A lei é capaz de revelar os pecados mais
ocultos e conduzir o indivíduo à luz. Paulo ainda menciona o décimo
mandamento: “pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera:
Não cobiçarás”  (Rm 7.7). Paulo dá testemunho da ação da lei em sua
vida, citando o 
pecado da cobiça.
b. A lei desperta o pecado (Rm 7.8) - Para melhor compreensão do
verso, faz-se necessário observar como algumas versões traduziram
Romanos 7.8.
Bíblia Viva  –  “O pecado, no entanto, usou essa lei contra os maus desejos
lembrando-me

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