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* Cristalografia e Gemologia 11a Aula * Cristalografia Goniometria Simetria e Singonia Isotropia e Anisotropia Hábito Grau de perfeição * Cristalografia Goniometria É a parte da Cristalografia que se ocupa da medição dos ângulos entre faces e arestas que os cristais apresentam. Constitui o ponto de partida para operaçòes cristalográficas como projeções, cálculo de constantes e pesquisa morfológica dos cristais. Goniômetro chama-se qualquer aparelho construído para medir ângulos - sejam cristalográficos, astronômicos, topográficos ou outros. Para atingir este fim foram construídos vários modelos de goniômetros, visando atingir melhores precisões e situações específicas (tamanho diminuto dos cristais; temperaturas extremametne baixas, ou altas; etc.) * Cristalografia Goniometria a) Goniômetros de Contato - de um círculo Destina-se a medir ângulos em cristais de tamanho maior. Embora não tenha precisão muito elevada, forneceu resultados muito satisfatórios. Um exemplo é o Goniômetro de Penfield. Consiste de um semicírculo com um limbo impresso (de 0 a 180º), em cujo centro pode-se girar um braço de celulóide transparente. Inventado por Caracgeot por 1783, serviu para trabalhos clássicos da Cristalografia. Podem ser metálicos, com braços deslocáveis para cristais muito grandes, e pontas afiadas para permitir o trabalho com faces situadas em concavidades. É mais usado para finalidades didáticas * Cristalografia Goniometria a) Goniômetros de Contato - de um círculo * Cristalografia Goniometria a) Goniômetros de Contato - de dois círculos Usado a partir de 1892, por Victor Goldschmidt, tem substituído os de um círculo. Sua vantagem é a maior rapidez. Consiste de um círculo horizontal, um círculo vertical, um aparelho de ajuste e um pé. Uma vez colocado o cristal, obtém-se a distância polar phi e a latitude rô. * Cristalografia Goniometria b) Goniômetros de Reflexão - de um círculo Inventado por W. Wollaston em 1809, baseia-se no princípio da percepção sucessiva dos raios de luz refletidos nas faces de um cristal. Consiste de uma fonte de luz, uma ocular, uma platina horizontal com limbo (nônio) e um dispositivo de ajuste e centragem do cristal. O sinal de luz refletido chama-se sinal de Websky, homenagem a um cristalógrafo que aperfeiçoou o aparelho. Mas o uso deste tipo de Goniômetro é complicado e trabalhoso quando o cristal é pequeno (3 a 4 mm) ou quando possui um número elevado de faces (25 a 30). Aí então é necessário mudar várias vezes a posição do cristal, de tal maneira que as novas zonas a serem medidas interceptem uma ou duas zonas de faces já medidas. * Cristalografia Goniometria b) Goniômetros de Reflexão - - de dois círculos Para evitar a contínua mudança de posição, W. Miller, em 1874, criou um segundo modelo. Aperfeiçoado depois por E. Fiódorov e por E. Flint. Consiste de um círculo vertical, um círculo horizontal, uma ocular, uma fonte de luz e um dispositivo para ajuste e centragem do cristal. São fáceis de instalar e conservam esta posição com exatidão. É que a instalação de um goniômetro de reflexão, seja de um ou de dois círculos, é bastante trabalhosa. Devendo-se evitar repeti-lo o quanto menos. Este tipo de goniômetro difundiu-se rapidamente a partir de 1893. * Cristalografia Goniometria c) Goniômetro de Raio X (ou de Weissenberg) Consiste de um dispositivo de fixação rotatório. O cristal gira tendo como envoltório um filme fotográfico, no qual são registrados os espectros. Seu uso é limitado porque requer um longo tempo de exposição, porque a interpretação das fotografias demora mais e porque um movimento mais preciso controlando seu filme requer aparelhos mais caros e sofisticados. * Cristalografia Goniometria d) Outros Goniômetros para medir cristais grandes para medir cristais pequenos para medir cristais a altas temperaturas para medir cristais a baixas temperaturas para preparar cristais lapidados e orientados para medir cristais na solução durante o crescimento. Uma coleção de magníficos goniômetros antigos pode ser visualizada em www.mineralogy.be * ISOMORFISMO E POLIMORFISMO Isomorfismo é o fenômeno pelo qual duas ou mais substâncias, pertencendo à mesma função química, apresentando o mesmo tipo de retículo cristalino e elementos ou volumes atômicos aproximados, formam cristais de mistura de diferentes proporções. A tolerância máxima de mistura num mineral é de 15% ou seja, um mineral pode apresentar no máximo 15% de elementos estranhos à sua composição química "oficial". Acima de 15%, já é considerado isomorfismo. Cristalografia * O isomorfismo mais importante é o da albita / anortita. Este isomorfismo forma a série isomórfica dos plagioclásios (ou feldspatos calcosódicos ou feldspatos triclínicos). A importância deste isomorfismo parte do fato de que os plagioclásios serem minerais essenciais para muitas rochas. Vejamos: albita : Na2O . Al2O3 . 6SiO2 - símbolo Ab anortita: CaO . Al2O3 . 2SiO2 - símbolo An A partir destas duas substâncias forma-se a série variando-se sistematicamente as proporções de mistura dos dois: An 0 - 10% : albita An 10 - 30% : oligoclásio An 30 - 50% : andesina An 50 - 70% : labradorita An 70 - 90% : bitownita An 90 - 100% : anortita O plagioclásio de nome oligoclásio é característico de granitos, enquanto que o plagioclásio de nome andesina é típico para dioritos e a labradorita ocorre em gabros. Cristalografia Isomorfismo e polimorfismo * Plagioclásio em Luz Natural (imagem pequena) e em Luz Polarizada (imagem grande) Cristalografia Isomorfismo e polimorfismo * As olivinas formam uma SÉRIE ISOMÓRFICA entre os membros extremos: Forsterita Mg2 (SiO4) e Fayalita Fe2 (SiO4) As olivinas mais comuns tem mais magnésio que ferro. As olivinas ocorrem em rochas magmáticas máficas (escuras), mais raramente em meteoritos, mármores e em areias. DUNITO : rocha formada quase que exclusivamente por olivinas. PERIDOTO : variedade transparente da olivina, usada como gema. Cristalografia Isomorfismo e polimorfismo * Peridotos (olivinas) em matriz de argila branca e olivina maciça. A peça possui um peso de 160 gramas e um tamanho de 7,4 x 6,0 x 2,8 cm. Preço: US$ 237,00 Procedência: Mina de Datso, Kohestan, Paquistão. Descoberta em 1997.. Cristalografia Isomorfismo e polimorfismo * Peridotos biterminados Peso: 18 gramas Tamanho: 3,8 x 2,5 x 1,1 cm Preço: US$ 281,50 Procedência: Mina Datso, Kohestan, Paquistão. Olivina em rocha vulcânica Cristalografia Isomorfismo e polimorfismo * Polimorfismo é o fenômeno pelo qual uma determinada substância se apresenta em natureza sob aspectos estruturais diversos, variando as suas propriedades físicas. O exemplo mais famoso é o do diamante e do grafite: diamante : transparente, incolor, dureza 10, denso grafite : opaco, preto, dureza 1,5, menos denso Os dois tem por composição química o carbono, mas no diamante há uma rede cúbica e no grafite uma rede hexagonal: logo, as variações nas propriedades devem-se à característica do retículo cristalino. Temos, assim, os minerais DIMORFOS (com duas formas diferentes), e os TRIMORFOS (com três formas diferentes): Exemplos: FeS2 : pirita (cúbica, dureza 6, densidade 5) marcassita (ortorrômbica, dureza 6, dens. 4,85) Cristalografia Isomorfismo e polimorfismo * SIMETRIA E SINGONIA No estudo dos cristais, temos que distinguir dois tipos de simetria: (1) a simetria externa (a geométrica) e (2) a simetria interna (a física). Singonia é a simetria encarada do ponto de vista exclusivamente geométrico. Simetria ou simetria física é aquela que, além do aspecto geométrico, leva em conta as particularidades físicas de cada face. Muitos autores costumam substituir a palavra sistema por singonia. Ao invés de usar "sistema cúbico" ou "sistema tetragonal", se referem a "singonia cúbica" ou "singonia tetragonal". Cristalografia * Singonia e Simetria em um cristal de pirita O cubo estriado possui singonia cúbica holoédrica, mas simetria cúbica hemiédrica. Cristalografia Simetria e singonia * Cristalografia Simetria e singonia Simetria e singonia em um cristal de quartzo A simetria do cristal é hexagonal porque as faces dos dois romboedros possuem o mesmo desenvolvimento. Mas a singonia, se um romboedro tiver faces foscas e o outro romboedro faces lisas, será trigonal. * ISOTROPIA E ANISOTROPIA Senarmon fez uma experiência em que recobriu com cera um cristal de gipsita (CaSO4 nH2O). Depois, aqueceu uma agulha e tocou uma face recoberta com cera em vários pontos com a ponta da agulha. A cera derreteu formando uma série de elipses isoorientadas. Fazendo a mesma experiência com vidro, constata-se que a cera fundida devido ao calor da ponta aquecida da agulha forma círculos. Cristalografia * Cristalografia ISOTROPIA E ANISOTROPIA No primeiro caso, o calor propagou-se com a mesma velocidade em todas as direções ou seja, houve "constância de reações nas diferentes direções". A isto denominamos de isotropia e os cristais com esta característica são os cristais isótropos. . No segundo caso, houve variação de reações nas diferentes direções do cristal ou seja, o calor propagou-se com maior velocidade em uma direção e mais lentamente na outra direção. A esta característica dá-se o nome de anisotropia a estes cristais denominamos anisótropos * O Gipso, formado em rochas sedimentares, é um mineral comum, usado na fabricação de plaster de Paris (CaSO4.1/2H2O). Este material, misturado com água, a absorve e depois endurece (gesso). Cristalografia ISOTROPIA E ANISOTROPIA * O hábito de um cristal é o aspecto geral que apresenta o mesmo pelo desenvolvimento relativo das diferentes formas cristalinas. É a descrição habitual da aparência da morfologia de um cristal, o "habitus". O conceito inclui: - a forma cristalográfica - a forma geral (tabular, prismático, colunar, acicular, etc..) - tipo de agrupamento cristalino - imperfeições Mas estas características devem ser constantes nos exemplares de uma determinada espécie mineral, ou seja, o mineral deve apresentar-se comumente desta maneira. Veja: galena - isométrica (cúbica) magnetita - octaédrica psilomelano - colomorfo, etc. Cristalografia * Em cristais de algumas substâncias o hábito é quase sempre o mesmo, mas nos cristais de outras substâncias é muito variável. As causas e leis de variação relacionam-se com as condições de formação dos cristais. Neste caso, há variações no desenvolvimento relativo das formas individuais presentes, pelas condições de cristalização (temperatura, pressão, impurezas, tempo, etc.). Cristalografia Hábito * GRAU DE PERFEIÇÃO a) Euédrico: bem formado Esfeno (= sphene, Sphen) euédrico Cristalografia * b) Subédrico: mais ou menos bem formado Plagioclásio subédrico em rocha vulcânica Cristalografia Grau de perfeição * c) Anédrico: mal formado Quartzo em granito Cristalografia Grau de perfeição * FIM * * * * * * * * * * *
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