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39 Bíblia de estudo arqueológica NVI Malaquias 10

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N O V A V E R S Ã O I N T E R N A C I O N A L
A T R A V É S D A V I D A E D O S 
T E M P O S B Í B L I C O S
I n t r o d u ç ã o a
A U T O R , L U G A R E D A T A D A R E D A Ç Ã O
0 autor deste livro é identificado como Malaquias, porém o significado do nome, “meu mensageiro”, tem suscitado questionamentos. 
Alguns acreditam que nem seja um nome próprio, mas um substantivo comum, e que Malaquias 1.1 deveria ser simplesmente traduzido por 
“Uma advertência: a palavra do Senhor contra Israel, por meio de seu mensageiro”. Isso implicaria que o livro é anônimo e que o versículo 
de abertura (escrito na forma de um pronunciamento divino) simplesmente afirma que o profeta sem nome era mensageiro de Deus. Essa 
é, na realidade, a compreensão da Septuaginta, que traduz o termo em 1.1 como “seu mensageiro”. “Meu mensageiro”, de fato, seria um 
nome peculiar para um homem, contudo pode ser a forma abreviada de Malachiyahu, que significa “mensageiro de Yahweh”. Nesse caso, 
pode ser considerado o nome do profeta.
A data do ministério desse profeta não é determinada, porém há várias pistas: os sacrifícios eram realizados no templo (1.7-10); 
os judeus estavam sob a liderança de um governador (1.8), o que sugere o período persa; os homens judeus estavam se casando com 
mulheres estrangeiras (2.11), problema que existia no tempo de Esdras e Neemias. Essas informações indicam que o livro foi escrito 
em algum momento do século V a.C.
D E S T I N A T Á R I O
Malaquias foi escrito aos judeus que haviam regressado da Babilônia. 0 templo de Jerusalém foi reconstruído nessa época (516 a.C.), mas 
o povo mergulhou num estado de apatia espiritual. Estavam desiludidos com relação ao futuro e céticos diante das promessas de Deus.
F A T O S C U L T U R A I S E D E S T A Q U E S
0 livro de Malaquias exorta os judeus pós-exílicos a adorar a Deus da maneira correta e a viver fielmente enquanto esperam o cumpri­
mento de suas promessas. Entre os problemas mencionados por Malaquias, estão a oferta de animais imperfeitos para o sacrifício (1.8), 
negligência entre os sacerdotes (2.7,8), casamentos mistos com pagãos (2.11), imoralidade generalizada (3.5), retenção dos dízimos (3.10) 
e cinismo quanto ao dever do indivíduo para com Deus (3.14). Ao mesmo tempo, o livro incentiva o povo a manter a esperança na vinda 
do Reino de Deus (3.1-4; 4.2-4). É notável que essa profecia pouco se refira aos velhos padrões de paganismo dos israelitas pré-exílicos, 
que haviam sido atraídos inúmeras vezes aos cultos de fertilidade de Baal. A geração de Malaquias não era culpada da idolatria de seus 
antepassados. Melhor dizendo, esses israelitas tinham adotado uma ortodoxia morta e tentavam sobreviver com o mínimo que sua fé exigia.
L I N H A D O T E M P O
r
1400 A.C. 1300 1200 1100 1000 900
Queda de Je rusalém (586 a.C.)
800 700 600 
1
500 400
Prim eiro re tom o de exilados a Je rusalém (538 a.C.) i
M in is té rios de A geu e Zacarias (ca. 5 20 -4 80 a.C.) i
Conclusão do tem p lo (516 a.C.) I
Segundo re tom o a Je rusa lém , sob a lide rança de Esdras (458 a.C.)
Te rce iro re torno a Je rusa lém , sob a lide rança de Neem ias (445 a.C.)
M in is té rio de M a laqu ias (ca. 4 4 0 -4 3 0 a.C.) 1
Redação do livro de M a laqu ias (ca. 4 30 a.C.) 1
E N Q U A N T O V O C Ê LÊ
Observe o uso eficaz de repetições e as vividas e memoráveis figuras de linguagem. Preste atenção às questões feitas por Deus e pelo 
povo. Note a frequência com que as declarações de Deus são seguidas de perguntas sarcásticas introduzidas pela fórmula “Mas vocês 
perguntam [...]” (e.g., 1.2,6,7; 2.14,17; 3.7,8,13; cf. 1.13).
1 5 4 6 I N T R O D U Ç Ã O A M A L A Q U I A S
V O C Ê S A B I A ?
• Os casamentos com mulheres estrangeiras (pagãs) eram estritamente proibidos pela Lei — não por razões étnicas ou culturais, mas 
por causa do perigo da apostasia (2.11).
• “0 sabão do lavandeiro", chamado “sabão do pisoeiro” em algumas versões, era um álcali (substância com características básicas ou 
alcalinas) preparado das cinzas de determinadas plantas e usado para limpar e “pisoar” (processo de compressão ou engrossamentoi 
tecidos novos de lã (3.2).
T E M A S
0 livro de Malaquias inclui os seguintes temas:
1. A infidelidade de Israel. Malaquias reprova o povo de Israel em razão do pecado da infidelidade. Os sacerdotes mostravam desprezo pelo 
nome de Deus, oferecendo animais doentes ou imperfeitos (1.6-14) e violando a aliança (2.1-9). Os homens de Israel casavam-se com 
mulheres idólatras pagãs e quebravam o pacto matrimonial, divorciando-se das esposas israelitas (2.10-16). 0 povo não estava honrando a 
Deus com o dízimo (3.8-12). Malaquias demonstra que Deus exige o melhor de seu povo (1.7,8), tanto no serviço quanto no estilo de vida.
2. Julgamento. Deus julgará os que praticam o mal (2.17— 3.5; 4.1), porém salvará e recompensará os que o honram (3.16-18; 4.2,3).
O serviço fiel a Deus será lembrado e recompensado (3.13-18).
S U M Á R I O
I. A aliança de amor entre Deus e Israel (1 .1-5)
II. A infidelidade de Israel é repreendida (1.6— 2.16)
A. A infidelidade dos sacerdotes (1.6— 2.9)
B. A infidelidade do povo (2.10-16)
III. A vinda do Senhor (2.17— 4.6)
A. Sua vinda será marcada por purificação e julgamento (2.17— 3.5)
B. 0 arrependimento é apropriado como preparação para a vinda do Senhor (3 .6-18)
C. 0 “dia do Senhor” sem dúvida chegará (4)
M A L A Q J J I A S 1 . 1 4
1.1 “Na 1.1;
b1 Pe 4.11
1.2 =Dt 4.37; 
«Rm9.13*
1 .3 ' Is 34.10; 
'Ez 35.3-9
1.4ols 9.10; 
»Ez 25.12-14
1.5 ’SI 35.27;
Mq 5.4; 
iAm 1.11,12
1.6 Ns 1.2; 
■Jó 5.17
1 .7 % . 12; Lv 21.6
1.8 «Lv 22.22; 
Dt 15.21 ;» ls 43.23
1.9 PLv 23.33-44
1.10 lOs 5.6; 
Is 1.11-14; 
J r 14.12
1.11 “ Is 60.6,7; 
A p8 .3
1.12 M. 7
1.13 uls 43.22-24
1.14 >Lv 22.18-21; 
” 1Tm 6.15
1 Uma advertência:3 a palavrab do S e n h o r contra Israel, por meio de Malaquias".
O Amor de Deus por Israel
2 “Eu sempre os amei”,c diz o S e n h o r .
“Mas vocês perguntam: ‘De que maneira nos arraste?’
“Não era Esaú irmão de Jacó?”, declara o S e n h o r . “Todavia eu amei Jacó,d 3 mas rejeitei Esaú. 
Transformei suas montanhas em terra devastadae e as terras de sua herança em morada de chacais 
do deserto.f>
4Embora Edom afirme: “Fomos esmagados, mas reconstruiremosS as ruínas”, assim diz o S e n h o r 
dos Exércitos:
“Podem construir, mas eu demolirei. Eles serão chamados Terra Perversa, povo contra quem 
o S e n h o r está irado para sempre.11 5 Vocês verão isso com os seus próprios olhos e exclamarão: 
‘Grande1 é o S e n h o r , até mesmo além das fronteiras de Israel!6’!
A Rejeição dos Sacrifícios Impuros
6 “O filho honra seu pai, e o servo, o seu senhor. Se eu sou pai, onde está a honra que me é devida? 
Se eu sou senhor, onde está o temork que me devem?”, pergunta o S e n h o r dos Exércitos1 a vocês, 
sacerdotes. “São vocês que desprezam o meu nome!
“Mas vocês perguntam: ‘De que maneira temos desprezado o teu nome?’
7 “Trazendo comida impura"1 ao meu altar!
“E mesmo assim ainda perguntam: ‘De que maneira te desonramos?’
“Ao dizerem que a mesa do S e n h o r é desprezível.
8 “Na hora de trazerem animais cegos para sacrificar, vocês não veem mal algum. Na hora de 
trazerem animais" aleijados e doentes como oferta, também não veem mal algum. Tentem oferecê- 
-los de presente ao governador! Será que ele se agradará de vocês? Será que os atenderá?”, pergunta 
o S e n h o r dos Exércitos.0
9 “E agora, sacerdotes, tentem apaziguar Deus para que tenha compaixão de nós! Será que com 
esse tipo de ofertaP ele os atenderá?”, pergunta o S e n h o r dos Exércitos.
10 “Ah, se um de vocês fechasse as portas do templo! Assim ao menos não acenderiam o fogo do 
meu altar inutilmente. Não tenho prazer*! em vocês”, diz o S e n h o r dos Exércitos, “enão aceitarei as 
suas ofertas.r 11 Pois, do oriente ao ocidente, grande é o meu nome entre as nações. Em toda parte 
incensos é queimado e ofertas puras são trazidas ao meu nome, porque grande é o meu nomec entre 
as nações”, diz o S e n h o r dos Exércitos.
12 “Mas vocês o profanam ao dizerem que a mesa do Senhor é imunda e que a sua comida* é des­
prezível. 13 E ainda dizem: ‘Que canseira!’u e riem dela com desprezo”, diz o S e n h o r dos Exércitos.
“Quando vocês trazem animais roubados, aleijados e doentes e os oferecem em sacrifício, deveria 
eu aceitá-los de suas mãos?”, pergunta o S e n h o r . 14 “Maldito seja o enganador que, tendo no rebanho 
um macho sem defeito, promete oferecê-lo e depois sacrifica para mim um animal defeituoso”,v diz o 
S e n h o r dos Exércitos; “pois eu sou um grande rei,w e o meu nome éd temido entre as nações.”
0 1 .1 M alaquias significa meu mensageiro. 
b 1.5 Ou Grande é o Senhor sobre o território d e Israel!
f 1.11 Ou grande s e rá ... incenso será queim ado e ofertas puras serão traz id as ... m eu nom e será 
d 1 .14 Ou deve ser.
1.1-7 Os nebateus, tribo árabe mencionada nos apócrifos, mas não na 
Bíblia, foram ainda assim importantes para a história bíblica. Entre os 
séculos V I e IV a.C., eles migraram para Edom e Moabe (conforme 
mencionado aqui e em Ob 1-7). Durante o período helenístico, eram 
inimigos terríveis dos sucessores gregos de Alexandre, o Grande, uma 
vez que sua capital, Petra, era inacessível e praticamente inconquistável. 
Seu rei, Aretas I, favoreceu os primeiros macabeus, porém houve con­
flito com os macabeus posteriores. Nos tempos do N T, seu território 
estendia-se do mar Mediterrâneo, ao sul de Gaza, e do mar Vermelho 
até o Eufrates, alcançando Damasco. Os nebateus perderam Damasco 
numa ocasião em que os romanos vieram em auxílio dos judeus, porém 
a recuperaram depois, de modo que o rei Aretas IV a governava quando 
Paulo passou por ali (2Co 11.32). Aretas IV lutou pelo poder contra 
os governantes herodianos e venceu Herodes Antipas, que se havia di­
vorciado da filha de Aretas para se casar com Herodias. A Nabateia foi 
absorvida pela província romana da Arábia em 106 d.C. (ver “Aretas IV 
de Nabateia e Petra”, em 2Co 11).
Os nebateus, povo nômade influenciado pelas culturas dos arameus, 
helenistas e romanos, desenvolveram a arte da cerâmica, da qual se re­
cuperaram amostras magníficas. A arquitetura de Petra, “a cidade aver­
melhada”, é extraordinária. Seus lugares altos religiosos, pilares e figuras 
esculpidas nos penhascos de arenito de um cânion são acessíveis somente
a pé ou em montaria. Por volta de 100 a.C., os nebateus desenvolveram 
sistemas de armazenamento de água e de irrigação na região montanho­
sa da Transjordânia, cujos resquícios ainda são impressionantes. Apesar 
disso, os nebateus da península do Sinai e dos distritos circunvizinhos 
continuaram a viver como nômades. Exerciam seu comércio entre o 
Egito e a Mesopotâmia, negociando também mercadorias da índia e da 
Cnina, tanto por terra, utilizando-se de caravanas, quanto por mar, com 
base no porto de Ácaba.
1.1 Sobre o termo “advertência”, ver nota em Is 13.1; ver também 
“Oráculos no mundo antigo”, em Hc 1.
1.2-4 Entre 550 e 400 a.C., aproximadamente, os árabes nebateus aos 
poucos expulsaram os edomitas (descendentes de Esaú) de sua pátria (ver 
nota em 1.1-7; ver também “Edom”, em Ob).
1.7 Os sacerdotes comiam dos sacrifícios, por isso o altar era também a 
mesa da qual recebiam sua comida (ver nota em Lv 3.11; ver também 
“Os levitas e os sacerdotes”, em 2C r 24).
1.8 O “governador” provavelmente é o governador persa.
1.11 Ver “Sacrifícios e ofertas na Bíblia e no antigo Oriente Médio”, em 
Lv 1; e “Incenso”, em Jr 11.
1.14 O animal sacrificado em cumprimento de um voto tinha de ser um 
macho sem defeito e sem mancha (ver Lv 22.18-23).
4 8 M A L A Q U I A S 2 . 1
A Repreensão aos Sacerdotes
2“E agora esta advertência é para vocês, ó sacerdotes*2 Se vocês não derem ouvidos e não se dis­puserem a honrar o meu nome”, diz o S e n h o r dos Exércitos, “lançarei maldição ^sobre vocês e 
até amaldiçoarei as suas bênçãos. Aliás, já as amaldiçoei, porque vocês não me honram de coração.
3 “Por causa de vocês eu destruirei" a sua descendência6; esfregarei na cara de vocês os excrementos2 
dos animais oferecidos em sacrifício em suas festas e lançarei vocês fora, com os excrementos.3
‘ 2 .3 Hebraico: repreenderei. 
b 2 .3 Ou o seu trigo.
2.1 *v. 7
2.2 vDt 28.20
2.3 zÊx 29.14; 
»1 Rs 14.10
2 .3 Os “excrementos” sáo o conteúdo dos intestinos do animal oferecido 
em sacrifício.
#§8".....
s
N O T A S H I S T Ó R I C A S E C U L T U R A I S
Casamento e divórcio no antigo Israel
MALAQUIAS 2 No centro do conceito hebrai­
co de casamento está a noção de aliança 
— acordo que implica compromisso legal 
com ramificações espirituais e emocionais 
(Pv 2.17). Deus é testemunha da aliança 
do casamento, abençoando sua fidelidade, 
mas odiando a traição (Ml 2.14-16). 0 en­
volvimento íntimo do Senhor transforma o 
compromisso legal numa união espiritual, 
"assim, eles já não são dois, mas sim uma só 
carne" (Mt 19.6). 0 propósito do casamento, 
conforme articulado na Bíblia, é encontrar 
verdadeiro companheirismo (Gn 2.18; Pv 
18.22), produzir uma descendência santa (Ml 
2.15; 1 Co 7.14) e cumprir o chamado de Deus 
sobre a vida de alguém (Gn 1.28).
Era comum no antigo Israel os pais 
arranjarem casamento para os filhos (Gn 
24.47-53; 38.6; 1Sm 18.17), embora casar 
por amor não fosse incomum (Jz 14.2). 
Os casamentos arranjados realçam a natu­
reza da aliança matrimonial como um com­
promisso que pretendia sobreviver à paixão 
cega da juventude. A declaração no primeiro 
casamento: "Esta, sim, é osso dos meus ossos 
e came da minha carne!” (Gn 2.23) é uma 
fórmula de parentesco (Gn 29.14; 2Sm 5.1; 
19.12,13). 0 casamento liga o marido e a 
esposa a uma realidade maior que qualquer 
um individualmente, e isso é feito assim para 
assegurar a continuidade da linhagem fa­
miliar. 0 casamento dentro de um grupo de
parentesco era encorajado de forma que não 
se alienassem as propriedades familiares (Gn 
24.4; Nm 36.6-9),1 e no caso em que o mari­
do morria deixando a mulher sem filhos, a lei 
permitia ao irmão do marido agir pela lei do 
levirato a fim providenciar uma descendência 
para o falecido (Gn 38.8; Dt 25 .5,6).2
Um período de noivado precedia a ce­
lebração do casamento e a consumação da 
união matrimonial. A promessa de noivado 
era considerada uma ligação como o pró­
prio casamento, e a mulher que assumia o 
compromisso do noivado era considerada 
legalmente casada (Dt 22.23-29). 0 compro­
misso era concluído com o pagamento de um 
dote ao pai da mulher (Gn 29.18; Jz 1.12), 
que pode ser compreendido como uma com­
pensação dada à família pela perda da filha. 
0 pai desfrutava dele temporariamente, mas o 
dinheiro retornava à filha após a morte do 
pai ou no caso de ela se tornar viúva. Além 
disso, davam-se presentes à noiva e à família 
dela quando a proposta de casamento era 
aceita (Gn 24.53). Assim, o casamento e o 
investimento econômico que o acompanha­
va uniam a família da noiva e do noivo numa 
relação legal de reciprocidade (Gn 31.50).
A lei israelita incluía uma condição para 
o divórcio, que só podia ser iniciado pelo ma­
rido. 0 casamento era dissolvido contratual­
mente com uma carta de divórcio (Dt 24.1). 
Esse documento continha provavelmente
uma fórmula de repúdio declarada oralmen­
te diante de testemunhas: "Ela não é minha 
mulher, e eu não sou seu marido" (Os 2.2). 
A declaração podia ser acompanhada de um 
sinal, como o ato de remover a capa da mu­
lher, significando a anulação da promessa, 
feita na hora do casamento, de protegê-la 
e sustentá-la (Rt 3.9; Ez 16.8,37; Os 2.3,9).^ 
Ao homem não era permitido divorciar-se dasua esposa se ele a tivesse violado antes 
de ficarem noivos (Dt 22.28,29) ou se a tives­
se acusado falsamente de não ser virgem na 
ocasião em que se casaram (Dt 22.13-19).4
'V e r "Herança no an tigo O riente M éd io", em Nm 35. 2Ver "Casamento p or le v ira to ", em Gn 38. 3Ver "Casamentos no a n tigo Israel", em Ct 3 . 4Ver tam bém 
"M aridos e esposas: v ida fam ilia r no m undo g reco-rom ano", em Ef 6.
M A L A Q U I A S 3 . 3 1 5 4 9
2.4 bNm 3.12
2 .5 cD t 33.9; 
dN m 2 5 .12
2 .6 eD t 3 3 .10 ; 
fJr 23 .22;
Tg 5 .19 ,2 0
2 .7 9jr 18 .1 8 ;
2 7 .2 1 
2 .8 U r 1 8 .1 5
4 Então vocês saberão que fui eu que fiz a vocês esta advertência para que a minha aliança com Levib 
fosse mantida”, diz o S e n h o r dos Exércitos.
5 “A minha aliança com ele foi uma aliança0 de vida e de paz,d que na verdade lhe dei para que me 
temesse. Ele me temeu e tremeu diante do meu nome.6 A verdadeira leie estava em sua boca e nenhu­
ma falsidade achou-se em seus lábios. Ele andou comigo em paz e retidão e desviou muitos do pecado.f
7 “Porque os lábios do sacerdotes devem guardar o conhecimento, e da sua boca todos esperam a 
instrução na Lei,h porque ele é o mensageiro' do S e n h o r dos Exércitos.8 Mas vocês se desviaram do 
caminho e pelo seu ensino causaram a quedai de muita gente; vocês quebraram a aliança de Levi”, 
diz o S e n h o r dos Exércitos.
9 “Por isso eu fiz que fossem desprezadosk e humilhados diante de todo o povo, porque vocês não 
seguem os meus caminhos, mas são parciais quando ensinam* a Lei.”
2 .1 0 1 Co 8.6; 
mÊx 19 .5
2.11 nNe 13 .2 3 ; 
°Ed 9 .1 ; J r 3 .7 -9
2.12 pE z 2 4 .2 1; 
flM M .1 0
2 .13 rJ r 1 4 .1 2
2.14 sPv 5.18
2 .15 »Gn 2 .2 4 ; 
M t 1 9 .4 -6 ; 
”1 Co 7 .1 4
2 .16 vDt 2 4 .1 ; 
M t 5 .3 1,3 2 ; 
19 .4 -9
A Infidelidade de Judá
10 Não tem os todos o m esm o Pai*7?1 N ão fom os todos criados pelo m esm o Deus? Por que será, 
então, que quebram os a aliançam dos nossos antepassados sendo infiéis u n s com os outros?
11 Judá tem sido infiel. U m a coisa rep u g n an te foi com etida em Israel e em Jerusalém ; Judá 
d eso n ro u o santuário que o S e n h o r ama; hom ens casaram -sen com m ulheres que ad o ram deuses 
estrangeiros.0
12 Que o S e n h o r lance foraP das tendas de Jacó o h o m em que faz isso, seja ele quem for,c m esm o 
que esteja trazendo ofertas^ ao S e n h o r dos Exércitos.
13 H á o u tra coisa que vocês fazem: Enchem de lágrim as o a ltar do S e n h o r ; choram e gem em 
porque ele já não dá atenção1" às suas ofertas n em as aceita com p r a z e r .14 E vocês ainda perguntam : 
“P or quê?” É porq u e o S e n h o r é testem unha entre você e a m ulher d a sua m ocidade,s pois você não 
cum priu a sua prom essa de fidelidade, em bora ela fosse a sua com panheira, a m ulher do seu acordo 
m atrim onial.
15 Não foi o S e n h o r que os fez um só?1 Em corpo e em espírito eles lhe pertencem . E p o r que um 
só? P orque ele desejava u m a descendência c o n sa g ra d a .^ P ortanto , ten h am cuidado: N inguém seja 
infiel à m u lh er da sua m ocidade.
16 “Eu odeio o divórcio”,v diz o S e n h o r , o D eus de Israel, “e tam bém odeio h o m em que se cobre 
de violênciae com o se cobre de roupas”, diz o S e n h o r dos Exércitos.
Por isso, ten h am b o m senso; não sejam infiéis.
3.1 *ls 4 0.3 ; 
M t 1 1 .1 0 * ; 
M c 1 .2 * ; Lc 7 .2 7 *
3 .2 V E Z 2 2 .1 4 ; 
A p 6 .1 7 ; í c 13 .9 ; 
M t 3 .1 0 -1 2 
3 .3 *D n 1 2 .1 0 ; 
bls 1 .2 5
O Dia do Julgamento
17 Vocês têm cansadow o S e n h o r com as suas palavras.
“Como o temos cansado?”, vocês ainda perguntam. Quando dizem: “Todos os que fazem o mal 
são bons aos olhos do S e n h o r , e ele se agrada deles” e também quando perguntam: “Onde está o 
Deus da justiça?”
3 “Vejam, eu enviarei o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim.x E então, de repente, o Senhor que vocês buscam virá para o seu templo; o mensageiro da aliança, aquele que 
vocês desejam, virá”, diz o S e n h o r dos Exércitos.
2 Mas quem suportaráv o dia da sua vinda? Quem ficará em pé quando ele aparecer? Porque ele 
será como o fogo do ourives2 e como o sabão do lavandeiro. 3 Ele se assentará como um refinador e 
purificador de prata;3 purificaráb os levitas e os refinará como ouro e prata. Assim trarão ao S e n h o r
0 2 .9 Ou aplicam. 
b 2 .10 Ou pai.
c 2 .1 2 Ou Que o Senhor corte das tendas de Jacó qualquer pessoa que d ê testemunho em fa v o r d o hom em que f a z isso. 
d 2 .15 Ou Mas aquele que é nosso p a i n ão f e z isso, não enquanto a vida esteve nele. E o que ele buscava? Uma descendência de 
Deus.
e 2 .1 6 Ou cobre sua m ulher de violência
2 .4 A “aliança [de Deus] com Levi” refere-se à escolha divina da tribo 
de Levi para o sacerdócio (ver D t 21.5; ver também “Os levitas e os 
sacerdotes”, em 2Cr 24).
2 .6 ,7 Os sacerdotes tinham a responsabilidade de ensinar a Lei ao povo (ver 
Lv 10.11) e de aturar como mensageiros de Deus (ver nota em Ag 1.13).
2 .11 Os casamentos com mulheres estrangeiras (pagás) eram estritamen­
te proibidos pela Lei — náo por razões étnicas ou culturais, mas por 
causa do perigo da apostasia (ver Êx 34.15,16; D t 7.2-5; Js 23.12,13).
2 .1 4 Desde os tempos mais antigos (Gn 39.9), até mesmo fora do povo 
de Deus (Gn 26 .10), o adultério era considerado um pecado grave. 
Ao lado de outras ofensas sexuais (e.g., Gn 34.7; D t 22.21; Jz 19.23; 
2Sm 13.12), o adultério era tido como “loucura” (Jr 29.23) — a palavra
hebraica é nêvãlãh (“coisa pecaminosa”), ou seja, comportamento des­
provido de princípios morais ou o não reconhecimento de obrigações 
apropriadas. O casamento é uma relação de aliança, por isso impõe obri­
gações não apenas aos cônjuges, mas também à comunidade em que in­
gressaram com seus votos solenes e mútuos (ver “Casamento e divórcio 
no antipo Israel”, em Ml 2).
3 .2 O ‘ dia da sua vinda” é o “dia do Senhor” (ver nota em J1 1.15).
“O sabão do lavandeiro”, chamado “sabão do pisoeiro” em algumas ver­
sões, era um álcali (substância com características básicas ou alcalinas) 
preparado das cinzas de determinadas plantas e usado para limpar e “pi- 
soar” (processo de compressão ou engrossamento) tecidos novos de lã. 
O termo é usado figurativamente aqui.
1 5 5 0 M A L A Q U I A S 3 . 4
VER SÍCU LO S-C H AVE NOS LIVROS PROFÉTICOS
Uvro Referência Assunto ou mensagem
Isaías 55.6,7 Busque o Senhor
Jeremias 31 .31-33 Nova aliança
Lamentação 3.22,23 A fidelidade de Deus
Ezequiel 36 .22,23 A santidade de Deus
Daniel 4 .34,35 A soberania de Deus
Oseias 10.1,2 A infidelidade de Israel
Joel 2 .28 -32 0 "dia do Senhor”
Amós 5.14,15 Chamado para retornar
Obadias v. 15 0 julgamento de Deus sobre as nações
Jonas 3.10 A misericórdia de Deus
Miqueias 3.8-12 0 papel do profeta
Naum 1.15 Libertação futura
Habacuque 3 .16 -18 Submissão ao plano e ao tempo de Deus
Sofonias 3.11 -13 A restauração do remanescente
Ageu 1.8 A reconstrução do templo
Zacarias 1.14-17 A preocupação contínua de Deus por Jerusalém
Malaquias 3.1-3 Purificação futura
Old Testament Today, p. 229
ofertas com justiça.4 Então as ofertas0 de Judá e de Jerusalém serão agradáveis ao S e n h o r , como nos 
dias passados, como nos tempos antigos.d
5 “Eu virei a vocês trazendo juízo. Sem demora testemunharei contra os feiticeiros, contra os 
adúlteros, contra os que juram falsamentee e contra aqueles que exploram os trabalhadores em seus 
salários,f que oprimem os órfãos e as viúvass e privam os estrangeiros dos seus direitos e não têm 
respeito por mim”, diz o S e n h o r dos Exércitos.
Roubando a Deus
6 “De fato, eu, o S e n h o r , não mudo.h Por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos. 
7 Desde o tempo dos seus antepassados vocês sedesviaram' dos meus decretos e não lhes obedeceram. 
Voltem para mim e eu voltarei para vocês”,i diz o S e n h o r dos Exércitos.
“Mas vocês perguntam: ‘Como voltaremos?’
8 “Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: 
‘Como é que te roubamos?’ Nos dízimosk e nas ofertas.9 Vocês estão debaixo de grande maldição por­
que estão me roubando; a nação toda está me roubando.10 Tragam o dízimo todo ao depósito1 do templo,
3 .4 c2Cr 7 .1 2 ;
SI 5 1 .1 9 ; Ml 1 .1 1 ; 
<*2Cr7.3
3 .5 eJ r 7 .9 ;
T_v 1 9 .1 3 ; Tg 5.4; 
aÊx 22.22
3.6 W m 23.19; 
Tg 1.17
3 .7 U r 7 .2 6 ;
A t 7 .5 1 ; iZc 1 .3
3 .8 kN e 1 3 .1 0 - 1 2
3 .1 0 'Ne 1 3 .1 2 ; 
m2Rs 7 .2
3.5 Os feiticeiros eram comuns no antigo Òriente Médio (ver “Adivi­
nhação na Acádia”, em D t 18).
“Perjúrio” (ou “os que juram falsamente”) raramente é uma palavra 
achada na Bíblia (ver também Jr 7.9; lT m 1.10). Está relacionada in­
timamente com vários outros termos bíblicos, como “juramento” ou
“castigo” (sobre os juramentos, ver Lv 19.12; Ez 16.59; ver também 
“O juramento na prática judaica e cristã”, em Hb 6).
3 .10 O “depósito do. templo” são as salas do tesouro do templo, usadas 
para armazenar provisões e objetos valiosos.
M A L A Q U I A S 3 . 1 1 1 5 5 1
0 período intertestamental
MALAQUIAS 3 0 período inter- 
testam ental designa 0 tempo 
entre Malaquias (ca. 400 a.C.) e 
0 nascimento de Jesus. Também 
era parte do período do segundo 
te m p lo — entre a construção do 
templo pós-exílico, em 515 a.C., 
e a destruição do templo de Hero- 
des pelos romanos, em 70 d.C.2
A experiência histórica de 
Israel mudou rapidamente du­
rante os períodos sucessivos de 
domínios persa, grego e romano.
Depois de derrotar os babilônios,
0 rei persa Ciro II emitiu um édito, 
em 538 a.C., permitindo que al­
guns judeus retornassem para Is­
rael e autorizando a reconstrução 
do templo (Ed 1,2-4).3 Israel, uma 
satrapia (província) do Império 
Persa; foi regida por governado­
res e sacerdotes. Em 332 a.C., Alexandre, 0 
Grande, atacou Judá de surpresa. Depois de 
sua morte, em 323 a.C., seus generais compe­
tiram pelo controle do vasto Império Grego. 
Israel existiu sob 0 domínio dos ptolomeus, 
do Egito, de 302 a 200 a.C. e sob 0 domínio 
selêucida (sírio), de 200 a 152 a.C.4
Antíoco III, primeiro rei selêucida, permi­
tiu a Israel viver sob a jurisdição dos sumos 
sacerdotes. Antíoco IV Epifânio, entretanto, 
tentou reorganizar Jerusalém como cidade 
grega, em 174 a.C. Em 168 a.C., emitiu um 
édito que proibia a observância judaica do 
sábado, a circuncisão, as leis alimentares e os 
sacrifícios no templo (IMacabeus 1.41-64)5 
e profanou 0 templo, erigindo um altar para 
Zeus (ver Dn 11.31).6
Esse édito incitou a Revolta dos Maca­
beus, que começou em 167 a.C., quando um 
sacerdote idoso, Matatias, se opôs aberta­
mente, matando um oficial sírio e um judeu 
que estavam se preparando para sacrificar a 
Zeus. Após a morte de Matatias, seus cinco fi­
lhos, especialmente Judas Macabeu, assumiram
Maquera: local ocupado pelos judeus no período hasmoneu, 
reconstruído como um posto avançado por Herodes, o Grande, 
contra a Nabateia e ocupado pelos judeus durante a guerra 
contra os romanos até 72 d.C.
Foto: © Todd Bolen/Bible Places.com
a liderança. 0 templo foi purificado e dedi­
cado outra vez a Deus, acontecimento ain­
da hoje comemorado no Hanuká ("festa das 
luzes"). 0 sucesso dos macabeus conduziu 
Israel à posição de Estado independente 
em 142 a.C. Os sacerdotes-reis macabeus (os 
hasmoneus) governaram Israel de 135 a 63 
a.C., até que o general romano Pompeu in­
corporou a Judeia ao Império Romano.7
Os romanos conferiram o estado de rei- 
-cliente (rei que governa em submissão a um 
governante estrangeiro e com o apoio deste) 
a Herodes, o Grande, que governou de 37 a 4 
a.C.8 Os vastos programas de construção de 
Herodes e a ampliação majestosa do templo 
de Jerusalém tornaram-no simpático para 
alguns, embora sua disposição de eliminar 
qualquer oposição ao seu governo selasse 
sua memória como tirano cruel (Mt 2.1-20). 
Seu filho Arquelau matou 3 mil judeus du­
rante a Páscoa. Depois de sua expulsão, em
6 d.C., a Judeia foi reduzida a uma província 
romana, liderada por governadores e procu­
radores de 6 a 66 d.C. (o mais famoso deles 
foi Pôncio Pilatos).9 A insensibilidade da
liderança romana e a memória do 
sucesso dos macabeus levaram 
a Judeia a se revoltar. A revolta 
de quatro anos, marcada por 
batalhas cruéis, terminou com 
a destruição do templo, em 70 
d.C.10 Uma segunda revolta eclo­
diu de 132 a 135, sob a liderança 
de Bar Kokhba e do rabino Aki- 
ba. Depois de perdas massivas 
de ambos os lados, Jerusalém 
foi transformada numa cidade 
pagã, a Aelia Capitolina, à qual 
foi negado o acesso aos judeus.
0 período intertestamental 
foi caracterizado por desdobra­
mentos religiosos significativos, 
confirmando o desenvolvimento 
diversificado no ambiente do 
judaísmo e proporcionando o 
contexto para o NT:
0 fechamento das Escrituras hebraicas 
deu aos judeus um cânon autorizado.11 
•I* A tradução do AT para o grego (a Septua- 
ginta) resultou numa Bíblia que proporcionou 
um contexto lingüístico para muitos conceitos 
do NT.12
•J* A sucessão de nações estrangeiras que 
governaram as terras judaicas lembravam as 
profecias de Daniel e aumentavam a expecta­
tiva messiânica.
*!• As tumultuadas mudanças na liderança 
em Israel contribuíram para a formação de 
diversas seitas, inclusive os fariseus, os sadu- 
ceus, os essênios, os samaritanos, os zelotes e 
os pretendentes messiânicos.13 
4 1 Os esforços literários de judeus palesti­
nos e babilônicos, aliados ao trabalho das 
comunidades judaicas helenísticas, criaram 
um imenso conjunto de escritos, entre eles 
os Rolos do mar Morto,14 os obras de Filo 
e Josefo,15 os Apócrifos,16 as obras pseu- 
depigráficas e os primeiros comentários 
rabínicos.
'Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. 2Ver "0 templo de Herodes", em Mc 11. 3Ver "Ciro, o Grande", em Eò 1.
4Ver "Os ptolomeus", em Dn 7; e "Os selêucidas", em On 12. 50 livro de 1 Macabeus é apócrifo (ver o Glossário na p. 2080). 6Ver "Antíoco IV Epifânio",
em Dn 11. 7Ver "O Império Romano", em Rm 4. “Ver "Herodes, o Grande", em Mc 3. ’ Ver "Pôncio Pilatos", em Lc 23. ,0Ver "Josefo e a queda de Jerusalém", em 
Mt 24. ” Ver "0 cânon do Antigo Testamento", em Ml 4. l2Ver 'Traduções antigas", em Mq 7. l3Ver "Os fariseus", em Mt 5; "Os saduceus", em Mt 22; "Os zelotes 
e os essênios", em Mt 10; "Os samaritanos", em Jo 8. ’4Ver, e.g„ “0 grande Rolo de M a s " , em Is 34; e "O Rolo do templo", em E2 41. 15Ver "Historiadores do mundo 
antigo",emS1132. 16Ver "Os Apócrifos", em Tt 1.
A C R E D I B I L I D A D E D A
F C T A U F M T n
B^ í BXIA
V . ■ ' " v -O C Â N O N 
D O A N T I G O T
MALAQUIAS 4 0 cânon (gr. kanon: "regra"; "padrão de medida") diz 
respeito aos escritos que têm autoridade para a fé e a prática reli­
giosas em virtude da inspiração divina. Em segundo lugar, designa a 
lista desses livros autorizados.
Os escritos canônicos eram conhecidos no antigo Oriente Médio 
em contextos extrabíblicos. Os Textos da pirâmide professam incor­
porar citações diretas dos deuses egípcios. Os videntes da Mesopo- 
tâm ia registraram revelações que alegavam ter recebido dos deu­
ses em sonhos e visões. Essas composições foram depositadas nos 
templos, a fim de serem preservadas pelos sacerdotes. Importantes 
documentos religiosos e seculares foram copiados com cuidado ex­
tremo e muitas vezes continham maldições contra quem alterasse 
seu conteúdo. Alguns tratados eram preservados em duplicata, com 
uma cópia depositada no templo de cada rei. Deveriam ser guarda­
dos cuidadosamente e relidos de tempos em tempos.
Essa prática encontraparalelo no tratamento dispensado aos 
escritos bíblicos. Como qualquer documento de aliança ou tratado1, 
as antigas leis mosaicas foram preservadas na arca da aliança (Dt 
31.9),2 primeiro dentro do tabernáculo e depois no templo. Eram 
copiadas sem alteração (Dt 4.2; 12.32) e lidas publicamente a cada 
sete anos (Dt 31.10-13).
0 autor de um escrito canônico tinha de ser um profeta israelita 
que falasse em nome do Senhor. 0 cumprimento das profecias de 
alcance limitado autenticava o profeta aos olhos de seus compatrio­
tas (e.g., Jr 28.15-17). Depois disso, suas mensagens proféticas eram 
guardadas em sinal de reverência e obediência.
A autoridade intrínseca dos livros canônicos era reconhecida des­
de a data de sua composição, e os profetas posteriores às vezes cita­
vam as obras de seus antecessores como Escritura autorizada (e.g., Jr 
26.18 cita Mq 3.12; Dn 9.2 alude a Jr 25.11,12). Os escritos rabínicos 
e o antigo historiador judaico Flávio Josefo3 dão testemunho de que 
a autoria profética era essencial para que um livro fosse incluído no 
cânon. A conclusão do cânon do AT coincidiu com a cessação da ati­
vidade profética.
As testemunhas mais antigas numeravam os livros do cânon do 
AT até 24. Esse total, na verdade, corresponde aos nossos 39 livros, 
porque os 12 profetas menores eram contados como um único livro 
e os livros de Samuel, Reis, Crônicas e Esdras/Neemias como um 
livro cada. Algumas listas juntam Lamentações a Jeremias e Rute 
a Juizes para forçar o total a corresponder às 22 letras do alfabeto 
hebraico. Considerando tudo isso, os livros eram às vezes divididos 
em três categorias diferentes: a Lei, os Profetas e os Escritos. Os 39 
livros de nosso AT já aparecem assim na Septuaginta,4 e fragmentos 
de todos eles, à exceção de Ester,5 foram encontrados entre os Rolos 
do mar Morto, cujas datas variam de 150 a.C. a 150 d.C. Jesus e os 
apóstolos reconheceram o mesmo cânon ao citar o AT e utilizar-se de 
expressões como "a Lei e os Profetas".
0 status de alguns livros foi debatido por estudiosos judeus em 
Jâmnia, em 90 d.C., sob a suposição de que já eram aceitos como 
canônicos. Levando-se em conta outros livros canônicos, as deli­
berações solucionaram algumas dificuldades de interpretação: 
contradições aparentes, como as diferenças entre Ezequiel 40— 48 
e Levítico; ceticismo aparente, em Edesiastes; erotismo, em Cântico 
dos Cânticos; falta de uma referência direta a Deus, em Ester.
Alguns estudiosos argumentam que o cânon judaico de Alexan­
dria, no Egito, incluía os Apócrifos.6 Entretanto, Filo de Alexandria 
(ca. 20 a.C.-50 d.C.) nunca fez menção de nenhum deles como Escri-
V erâo de jarros de Qumran
Preserving Bible Times; © dr. James C. Martin
turas, e muitos dos antigos pais da Igreja (e.g., Orígenes, Atanásio, 
Crisóstomo e Jerônimo) não se sentiam à vontade com a canonici- 
dade deles e raramente os citavam. Os primeiros manuscritos da 
Septuaginta (séculos IV e V d.C.) incluíam alguns dos livros apócrifos, 
provavelmente como literatura religiosa adicional, porém a lista 
não corresponde aos 14 livros apócrifos designados como tais no 
Concilio de Trento, em 1546. Muitas outras obras não canônicas foram 
citadas pelos judeus em tempos anteriores ao cristianismo, como 
evidencia a grande quantidade de literatura religiosa descoberta em 
Qumran. Contudo, os 39 livros canônicos do AT correspondem aos 
que Israel considera Escrituras desde tempos remotos.7
'Ver "Deuteronômio e a forma de estabelecer alianças", em Dt 1. 2Ver "O tabernáculo e a arca", em ê x 40. 3Ver "Historiadores do mundo antigo” , em SI 
132. *Ver 'Traduções antigas", em Mq 7. 5Ver "A canonicidade de Ester", em Et 10. ‘Ver "Os apócrifos", em Tt 2. 7Ver "0 Antigo Testamento da igreja 
primitiva” , em 2Tm 3; e "0 cânon do Novo Testamento” , em 2Pe 3.
M A L A Q U I A S 4 . 6 1 5 5 3
3.12 "Is 61.9;
«Is 62.4
3.13PMI 2.17
3.14 « 1 73.13; 
1S58.3 
3.15 sJ r 7.10
3.16SI 34.15; 
"SI 56.8
3.17 >Dt 7.6; 
«S1103.13; 
Is 26.20 
3.18 >Gn 18.25
4.1 íJI 2.31; 
"Is 5.24; 0b 18
4.2 »Lc 1.78; 
Ef 5.14; "Is 30.26; 
'Is 35.6
4 .3 aJÓ 40.12; 
■Ez 28.18
4 .4 «1147.19
4.5 íMt 11.14; 
Lc 1.17; Ml 2.31 
4.6 I c 1.17; 
Jls 11.4; Ap 19.15; 
kZ c5.3
para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova”, diz 0 S e n h o r dos Exércitos, “e vejam 
se não vou abrir as comportasm dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde 
guardá-las.11 Impedirei que pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos campos não perderão 0 
seu fruto”, diz 0 S e n h o r dos Exércitos.12 “Então todas as nações os chamarão felizes,n porque a terra 
de vocês será maravilhosa”,0 diz o S e n h o r dos Exércitos.
13 “Vocês têm dito palavras durasP contra mim”, diz 0 S e n h o r . “Ainda assim perguntam: 
‘O que temos falado contra ti?’
14 “Vocês dizem: ‘É inútil ^servir a Deus. O que ganhamos quando obedecemos aos seus preceitos 
e ficamos nos lamentandor diante do S e n h o r dos Exércitos?15 Por isso, agora consideramos felizes 
os arrogantes, pois tanto prosperam os que praticam 0 mals como escapam ilesos os que desafiam 
Deus!’ ”
16 Depois, aqueles que temiam 0 S e n h o r conversaram uns com os outros, e 0 S e n h o r os ouviu 
com atenção.* Foi escrito um livrou como memorial na sua presença acerca dos que temiam 0 S e n h o r 
e honravam 0 seu nome.
17 “No dia em que eu agir”, diz 0 S e n h o r dos Exércitos, “eles serão o meu tesouro pessoal11.v 
Eu terei compaixãow deles como um pai tem compaixão do filho que lhe obedece.18 Então vocês verão 
novamente a diferença entre 0 justox e 0 ímpio, entre os que servem a Deus e os que não o servem.
O Dia do Senhor
4“Pois certamente vem 0 dia,v ardente como uma fornalha. Todos os arrogantes e todos os mal­feitores serão como palha,2 e aquele dia, que está chegando, ateará fogo neles”, diz 0 S e n h o r 
dos Exércitos. “Não sobrará raiz ou galho algum. 2 Mas, para vocês que reverenciam 0 meu nome, 
o sol da justiça3 se levantará trazendo curab em suas asas. E vocês sairão e saltarão0 como bezerros 
soltos do curral. 3 Depois esmagarãod os ímpios, que serão como póe sob as solas dos seus pés, no 
dia em que eu agir”, diz o S e n h o r dos Exércitos.
4 “Lembrem-se da Leif do meu servo Moisés, dos decretos e das ordenanças que lhe dei em Horebe 
para todo 0 povo de Israel.
5 “Vejam, eu enviarei a vocês o profeta Eliasa antes do grande e temível dia do S e n h o r .11 6 Ele fará 
com que os corações dos pais se voltem para seus filhos,' e os corações dos filhos para seus pais; 
do contrário, eu virei e castigarei) a terra com maldição.”k
0 3 .17 Ou “No dia em que eu fizer deles o meu tesouro pessoal”, diz o Senhor dos Exércitos.
4.1 Para mais informações sobre “o dia”, ver nota em J1 1.15.
4.3 Ver “O lagar”, em Is 63.
4.4 Horebe é o monte Sinai (ver “Localização do monte Sinai”, em 
Êx 19).

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