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Direito Público e Privado

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Direito Público e Privado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
 
Fernanda Maria Afonso Carneiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Público e Privado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2017
 
4 
 
 
5 
 
 
Sumário 
 
Palavra do Professor autor 
Sobre o autor 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
Unidade de Estudo I: Noções de Direito Público e Privado 
 
Conceito de Direito 
Ramos do Direito 
Fontes do Direito 
Aplicação das Normas do Direito 
Princípios Gerais do Direito 
 
Unidade de Estudo II: Teoria do Estado 
Introdução 
Conceito 
Elementos, Fundamentos e Fins do Estado 
Formas de Estado e de Governo 
Sistemas de Governo 
Regimes Políticos 
 
Unidade de Estudo III: Direito Nacional Público 
Introdução 
Conceito 
Ramos do Direito Público 
 
Unidade de Estudo IV: Direito Internacional Público 
Introdução 
 
6 
 
Fontes 
Tratados e Convenções Internacionais 
Organismos Internacionais 
Sanções 
Domínio 
 
Unidade de Estudo V: Direito Nacional Privado 
Introdução 
Conceito 
Ramos do Direito Nacional Privado 
 
Unidade de Estudo VI: Direito Internacional Privado 
Introdução 
Fundamentos 
Normas 
Elementos de Conexão 
Condição Jurídica do Estrangeiro 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Saiba mais 
Pesquisando na Internet 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
7 
 
Palavra do professor 
 
 
Prezados alunos, o estudo do Direito é dentro da Administração peça 
fundamental para a gestão de empresas e comunidade, pois é através desta 
fonte que se tem a base das informações e conceitos, normas e regras, que 
norteiam a administração das empresas em geral, tanto privadas, quanto 
públicas. 
Sua divisão clássica entre Direito Público e Privado, não é consenso 
entre doutrinadores, porém é parte do processo didático de aprendizagem 
sobre o estudo dos conceitos clássicos do direito e suas subdivisões que todo 
administrador deve conhecer. 
 
A autora! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Sobre o autor 
 
Fernanda Maria Afonso Carneiro. Pós Doutoranda 
em Direito pela Universidade Federal do Ceará, 
desde o semestre 2015.2. Advogada/Ordem dos 
Advogados do Brasil – OAB (nº 21.627), desde 2008 
e Ordem dos Advogados de Portugal OAP (nº 
48.506-E), desde 2010. Doutora em Teoria Jurídico-
Político e Relações Internacionais pela Universidade 
de Évora (Portugal), com titulação reconhecida pela 
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 2013. Pós-graduada em 
Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Faculdade de Direito 
Professor Damásio de Jesus, em 2015, Graduada em Direito pela Universidade 
Estadual Vale do Acaraú- UVA, em 2006. Professora e Assessora Jurídica do 
Instituto de Estudos e Pesquisa do Vale do Acaraú - IVA no período de 2009 a 
2012. Professora colaboradora e voluntária na Universidade Estadual Vale do 
Acaraú/UVA, no período de 2010 a 2012. Atualmente é Coordenadora do 
Curso de Direito do Centro Universitário – INTA em (Regime Integral), desde 
2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Ambientação à disciplina 
 
Caro estudante, 
 
 É com prazer que lhes apresento a disciplina de Direito público e 
privado, nossos estudos irão nortear aos estudantes sobre as leis que a regem 
mostrando suas ramificações, fontes, enfim, faremos aqui um estudo de 
aprofundamento teológico que nos motivará ao entendimento do que as leis 
determinam em nossas vidas para convivência humana e social. 
 
Espero que a leitura deste material e as demais sugestões aqui 
inseridas possam contribuir para uma melhor compreensão acerca dos 
assuntos tratados nesta disciplina. Levando em consideração também a 
importância do amadurecimento de sua criticidade enquanto estudante e futuro 
administrador. 
 
 
 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Agora é o momento de trocar ideias com os autores. 
 
 
Sugerimos a leitura da obra Instituições de Direito 
Público e Privado. O Autor faz a exposição didática 
do conceito de Direito, sua divisão, suas fontes, seus 
princípios, a interpretação, integração e eficácia das 
normas jurídicas. Na parte sobre o Direito Público, 
versa sobre teoria do Estado, Direito Constitucional, 
Administrativo, Tributário, Penal, Processual e 
Internacional Público. A terceira parte do livro trata do 
Direito Privado, dividido em Direito Civil, Comercial e 
do Trabalho. No capítulo sobre o Direito Civil, são feitas referências à parte 
geral, direito das coisas, das sucessões, de família, das obrigações e contratos. 
No capítulo relativo ao Direito Comercial são analisados o empresário, a 
empresa, sociedades mercantis, contratos mercantis, títulos de crédito, falência 
e concordata e direito do consumidor. No último capítulo são dadas noções de 
ética profissional. Livro-texto para as disciplinas Noções de Direito e 
Instituições de Direito Público e Privado dos cursos de graduação em 
Contabilidade, Economia, Administração de Empresas, Engenharia, 
Computação ou outros cursos que tenham as referidas matérias. O objetivo do 
livro é estabelecer, num único volume, todas as noções de Direito a serem 
estudadas nos referidos cursos. Livro de referência e consulta para candidatos 
de concursos públicos, mesmo não sendo da área jurídica, e para pessoas que 
estejam iniciando o estudo da matéria. 
 
MARTINS, SERGIO PINTO. Instituições de direito público e privado. 14. ed. 
São Paulo: Atlas, 2014. 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Propomos também a obra Instituições de Direito 
Público e Privado. Esta obra é de grande utilidade, 
visto que oferece noções práticas e básicas do Direito 
essencial para a compreensão do ordenamento jurídico. 
A obra inicia com o conceito de Direito e suas fontes. 
Num segundo momento, encontramos a identificação 
dos ramos do Direito Público, uma síntese da Teoria 
Geral do Estado e aspectos gerais de Direito 
Constitucional e Administrativo. Por fim, há um resumo 
de Direito Privado, do qual constam temas importantes 
como direito das obrigações, contratos, direito das coisas, direito de família, 
direito das sucessões e direito comercial. 
 
BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de Direito Público e de Direito 
Privado. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
 
 
 
 
Guia de Estudo 
Analise os dois livros e realize uma síntese fazendo um paralelo entre as 
duas obras relacionando com o assunto abordado nessa disciplina. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Problematizando 
 
O Problema: 
 
O Município de Macaé, RJ, tendo em vista a realização de obras para a 
construção de uma estrada para viabilizar o escoamento da produção de 
petróleo, editou um decreto expropriatório visando a desapropriação do imóvel 
onde se localiza a Fazenda São Pedro, de propriedade de Antônio Ferreira. 
Descontentecom o ocorrido, Antônio ingressa com ação na justiça 
estadual na tentativa de preservar seu direito de propriedade. Na petição inicial, 
Antônio alega que a Fazenda São Pedro está em poder de sua família há 
quase 100 anos e, além disso, que possui considerável número de cabeças de 
gado leiteiro e de corte, não se tratando, portanto, de terra improdutiva. Não 
obstante a ação intentada, Antônio teve suas terras desapropriadas. 
 
A Solução: 
 
As regras do direito público se objetivam em reger as relações entre 
particulares e o Estado, já as regras do direito privado rege as regras entre 
particulares. O Estado do Rio de Janeiro, nesta relação locatícia, está atuando 
na qualidade de um particular. Pois ao locar um imóvel, perde-se a autonomia 
de Estado e incorre em ser locatário, o qual deverá cumprir seus pagamentos 
em dia. Esta relação jurídica está no campo do direito privado, pois trata de 
relações de contrato, direito civil. Sendo assim, a justiça deu ganho de causa a 
Antônio Ferreira que teve direito a ser indenização através do aluguel das 
terras por 10 anos com opção de indenização na desapropriação de parte de 
suas terras. 
 
13 
 
 
 
NOÇÕES DE DIREITO PÚBLICO 
E PRIVADO 
 
 
1 
 
 
 
Conhecimentos 
 
 
Compreender o significado do estudo de Direito Público e Direito Privado, bem 
como suas características, ramos, fontes e princípios. 
 
 
 
 
Habilidades 
 
 
Aplicar as leis dentro das normas estabelecidas. 
 
 
 
 
 
Atitudes 
 
 
Desenvolver critérios conforme os padrões da lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Conceito de Direito 
 
São encontrados vários significados para a palavra Direito, no entanto, 
juristas e doutrinadores apresentam algumas conceituações que ajudam a 
compreender o seu real significado. De uma maneira geral, pode-se dizer que 
Direito é o conjunto de princípios, regras e instituições destinados a regular a 
vida humana em sociedade. 
 
Dessa forma, podemos concluir que o objetivo do Direito é regular a 
vida humana em sociedade, estabelecendo, para esse fim, normas de conduta 
que devem ser observadas pelas pessoas. 
 
Ramos do Direito 
 
 
O Direito possui dois ramos: o Direito Natural e o Direito Positivo. 
 
 
 
 Direito Natural 
 
O Direito Natural surgiu a partir do instante em que nasceu o ser 
humano, servindo, portanto, para regular a vida humana em sociedade, 
segundo as próprias regras da natureza. O Direito Natural são princípios gerais 
e universais, resultante de uma norma criada pela própria natureza e não pelo 
homem. 
 
 Direito Positivo 
 
O Direito Positivo é uma norma legal, emanada pelo Estado, cujo 
conhecimento ocorre através de uma promulgação. Ele se classifica em: 
 
 
16 
 
a) Direito Nacional; 
b) Direito Internacional. 
 
 
a) DIREITO NACIONAL 
 
 
 O Direito Nacional é dividido em Direito Público e Direito Privado. 
 
 
 
 Direito Público 
 
Na visão de Celso Ribeiro Bastos (2001), Direito Público é: 
“conjunto de normas e princípios que regem a atividade do Estado, a relação 
deste com os particulares, assim como o atuar recíproco dos cidadãos.” 
 
O Direito Público envolve a organização do Estado, em que são 
estabelecidas normas de ordem pública que não podem ser mudadas pela 
vontade das partes, ele divide-se em: 
 
a) Direito Constitucional; 
b) Direito Administrativo; 
c) Direito Econômico; 
d) Direito Penal; 
e) Direito Financeiro; 
f) Direito Tributário; 
g) Direito Processual; 
h)Direito da Seguridade 
Social. 
 
 
 Direito Privado 
 
O Direito Privado regula o interesse das pessoas às normas contratuais 
que são estabelecidas por esses, decorrentes da manifestação de vontade dos 
interessados. Ele divide-se em: 
 
17 
 
 
a) Direito Civil; 
b) Direito Comercial; 
c) Direito do Trabalho. 
 
 
b) DIREITO INTERNACIONAL 
 
 
O Direito Internacional é dividido em Direito Internacional Público e 
Direito Internacional Privado. 
 
 
 
Direito Internacional Público 
 
Regula as questões internacionais de ordem pública e que devem ser 
respeitadas em relação a cada país, ou seja, regula as questões entre Estados. 
São exemplos do Direito Internacional Público os tratados internacionais, as 
declarações de direitos, como a Declaração Universal dos Direitos do Homem, 
as convenções internacionais, como a da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT). 
 
Direito Internacional Privado 
 
Disciplina as relações das pessoas no espaço em que existe mais de 
uma norma tratando do mesmo assunto. É o caso, por exemplo, de uma 
pessoa que se casou no Uruguai e veio morar no país. Essa pessoa está 
submetida a duas regras, a que regula o casamento civil no Uruguai e a que 
regula no Brasil. 
 
 
 
 
18 
 
 
Fontes do Direito 
 
As fontes do Direito têm por objetivo estabelecer como o Direito se 
expressa. Elas se classificam em: Heterônomas e Autônomas. 
 
 
 Fontes Heterônomas 
 
São as fontes impostas por agente externo, normalmente o Estado ou 
quem o representa, e estão contidas na Constituição, nas Leis, nos Decretos, 
nas Sentenças Normativas etc. 
 
 Fontes Autônomas 
 
São as fontes elaboradas pelos próprios interessados, como por 
exemplo, o costume (no caso das filas), as convenções e os acordos coletivos 
de trabalho. 
 
Aplicação das normas do Direito 
 
Ao proceder à aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que 
ela se dirige e às exigências do bem comum. 
 
Se há duas ou mais normas sobre a mesma matéria, na sua aplicação, o 
juiz poderá adotar os seguintes critérios: 
 
a) interpretação; 
b) integração; 
c) eficácia. 
 
 
 
 
19 
 
 
 Interpretação 
 
Interpretar a norma é compreender o que o legislador quer dizer, ou 
seja, é a análise da norma jurídica que vai ser aplicada aos casos concretos. 
Várias são as formas de interpretação da norma jurídica, dessa forma, a 
interpretação literal do preceito legal, ou a interpretação sistemática (ao se 
analisar o sistema na qual está inserida a lei, em seu conjunto), é que dará a 
melhor solução ao caso que se pretende resolver. 
 
A ciência que estuda a interpretação da norma é chamada de 
Hermenêutica. A palavra hermenêutica provém de Hermes, o deus da arte de 
compreender, expressar, explicar, descobrir o sentido. 
 
Em síntese, a interpretação é um processo e quem estuda esse processo é a 
hermenêutica. 
 
Existem várias escolas de hermenêutica, sendo que as mais 
importantes delas são: 
 
a) a escola da exegese; 
b) a escola histórica; 
c) a escola do direito livre; 
d) a escola da livre investigação científica; 
e) a escola dos pandectistas; 
f) a escola da jurisprudência de interesses; 
g) a escola da jurisprudência de valores. 
 
Escola da Exegese 
 
A escola da exegese entende que os casos concretos devem ser 
resolvidos pela aplicação da lei imposta pelo Estado e que esta lei está dentro 
de um sistema e que devem ser usados os conceitos desse sistema. 
 
20 
 
 
Escola Histórica 
 
A escola histórica entende que a lei deve ser interpretada de acordo 
com a vontade do legislador, ou seja, deve se adaptar os textos aos fatos. 
 
Escola do Direito Livre 
 
A Escola do Direito livre preconiza que a lei não deva ser aplicada 
imediatamente, cabendo ao juizescolher a solução mais justa para o litígio, 
devendo o magistrado julgar conforme a ciência e a sua consciência. 
 
 
Escola da Livre Investigação Científica 
 
A Escola da livre investigação científica entende que se deve observar 
a vontade do legislador, complementando-a pelo costume. Havendo omissão 
na legislação, pode ser empregada a livre pesquisa científica, não estando esta 
vinculada a nenhuma autoridade. De acordo com essa escola, é facultado ao 
juiz estabelecer livremente uma solução própria, com fundamento sociológico, 
quando o texto legal não permitir interferir uma solução que corresponda ao 
fato em apreço, de maneira adequada e justa. 
 
Escola dos Pandectistas 
 
A Escola dos pandectistas entende que a interpretação deve ser feita 
de acordo com a intenção possível do legislador, mas, não na época da 
elaboração da lei e, sim, na época em que ela vai ser aplicada. 
 
Escola da Jurisprudência de Interesses 
 
 
21 
 
A escola da jurisprudência de interesses parte do pressuposto que na 
aplicação da norma devem ser observados os interesses que o legislador 
deseja satisfazer. Devem ser compreendidos tais interesses, de forma a não se 
aplicar a letra fria da lei. 
 
 
Escola da Jurisprudência de valores 
 
A Escola da jurisprudência de valores defende a compreensão 
finalística da lei, ou seja, devem ser observados os valores contidos na norma, 
verificando os fins a que se destina. 
 
 
Integração 
 
O julgador pode suprir as lacunas existentes na norma jurídica por 
meio da utilização de duas técnicas jurídicas, a analogia e a equidade, além 
dos princípios gerais do Direito. 
 
 Analogia 
 
A analogia não é um meio de interpretação da norma jurídica, mas de 
preencher as lacunas deixadas pelo legislador, ou seja, consiste na utilização 
de uma regra semelhante para o caso em exame. 
 
A analogia legis ocorre quando se toma por base uma regra existente, 
que não regula exatamente aquela hipótese, mas uma situação semelhante. 
Na analogia iuris é usado um conjunto de normas que disciplinam o instituto. 
Dessa forma, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
 
22 
 
Por exemplo, de acordo com o art. 8º da CLT, inexistindo texto que determine a 
solução para determinado caso pode o juiz utilizar por analogia outra lei que 
verse sobre questão semelhante. 
 
 Equidade 
 
A função da equidade não é só suprir o silêncio do legislador, mas, 
também, a de corrigir a lei, na medida em que, em razão do seu caráter 
genérico, ela se mostre insuficiente para fazer justiça. A equidade tem também 
um significado de igualdade, de proporção, de equilíbrio. 
 
A decisão por equidade só poderá ser feita nas hipóteses autorizadas 
em lei, conforme dispõe o art. 127 do Código de Processo Civil (CPC). A 
equidade, portanto, não pode ser aplicada para julgar contra expressa 
disposição de lei. 
 
Eficácia 
 
A eficácia significa a aplicação ou a execução da norma jurídica, ou 
seja, é a produção de efeitos jurídicos concretos ao regular as relações. Tal 
conceito não se confunde com validade, que é a força que a norma tem, isto é, 
a possibilidade de ser observada. A eficácia da norma jurídica pode ser dividida 
em relação ao tempo e ao espaço 
 
Eficácia no tempo 
 
A eficácia no tempo refere-se à entrada da lei em vigor. Geralmente, a 
lei entra em vigor na data de sua publicação. Se inexiste disposição expressa 
da lei, esta começa a vigorar 45 dias depois de oficialmente publicada (art. 1º 
do DL nº 4.657/42). Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação 
de seu texto, destinada a correção, o prazo de vigência começará a correr da 
nova publicação. 
 
 
23 
 
 
Uma lei posterior revoga uma lei anterior quando: 
 
a) Expressamente o declare como ocorre no final de muitas leis que rezam 
revogam-se as disposições em contrário, ou quando revoga especificamente 
outra lei ou artigo de lei; 
 
b) Seja com ela incompatível, como, por exemplo, prescrever conduta 
totalmente contrária à especificada na lei anterior; 
 
c) Regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
 
A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Salvo disposição em 
contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdida a 
vigência. 
 
 
Eficácia no espaço 
 
A eficácia da lei no espaço diz respeito ao território em que vai ser 
aplicada a norma. No caso do Brasil, a lei é aplicada tanto para os nacionais 
como para os estrangeiros que aqui residam. Em certos casos, a lei pode ter 
eficácia no exterior, quando a própria norma assim disponha. 
 
Por exemplo, o art. 32 da Lei nº 7.064/1982 prevê que o empregado 
brasileiro contratado para trabalhar no exterior tem direito às verbas 
trabalhistas (inciso lI) e à previdência social previstas na legislação brasileira 
(parágrafo único). 
 
 
 
 
24 
 
 
 Princípios Gerais do Direito 
 
Os princípios gerais do direito cumprem uma função primordial que é a 
de assegurar a unidade do sistema, como um conjunto de valores e partes 
coordenadas entre si. 
 
Os princípios gerais do direito têm, ainda, a função social de regular a 
vida humana na sociedade, estabelecendo regras de conduta que devem ser 
respeitadas por todos. Nesse sentido, ninguém pode alegar a ignorância do 
Direito. 
 
 Princípio do Respeito à Dignidade Humana: 
 
De acordo com esse princípio há de se respeitar a personalidade 
humana, como um direito fundamental. O inciso X, do art. 59, da Constituição 
Federal Brasileira assegura a inviolabilidade à intimidade, à vida privada, à 
honra e à imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação. 
 
 
 Princípio da Proibição do Abuso de Direito 
 
O princípio da proibição do abuso de direito ou do lícito exercício 
regular do próprio direito é fundamental no Direito. O inciso I do art. 188 do 
Código Civil mostra que não constituem atos ilícitos os praticados no exercício 
regular de um direito reconhecido. Logo, se o ato é praticado mediante seu 
exercício irregular, estaremos diante de um ato ilícito. 
 
Esse princípio, também, veda o enriquecimento sem causa, ou seja, 
uma pessoa não poderá locupletar-se de outra, enriquecendo a custa dela, 
sem que haja causa para tanto. 
 
 
25 
 
 
 Princípio da Razoabilidade 
 
De acordo com Humberto Ávila (2006), "a razoabilidade estrutura a aplicação 
de outras normas, princípios e regras, notadamente das regras. A razoabilidade 
é usada com vários sentidos. Fala-se em razoabilidade de uma alegação, 
razoabilidade de uma interpretação, razoabilidade de uma restrição, 
razoabilidade do fim legal, razoabilidade da função legislativa". 
 
O princípio da razoabilidade é uma diretriz de senso comum, ou mais 
precisamente, de bom-senso, aplicada ao Direito. Esse bom-senso jurídico se 
faz necessário à medida que as exigências formais que decorrem do princípio 
da legalidade tendem a reforçar mais o texto das normas, a palavra da lei, que 
o seu espírito. O princípio da razoabilidade deve ser usado em dois momentos 
distintos: na estática do Direito, para a compreensão do sistema jurídico a ser 
objeto de análise, hipótese na qual se constitui em um critério de intelecção do 
Direito; e na dinâmica do Direito, isto é, quando de sua aplicação, para 
assegurar que o perfil constitucional do Estado Social e Democráticode Direito 
esteja devidamente concretizado. 
As pessoas devem agir com razoabilidade de acordo com o seu 
princípio e na aplicação da norma devemos também aplicar com o 
conhecimento do principio da razoabilidade. 
 
 
 Princípio da Proporcionalidade 
 
A origem e desenvolvimento do princípio da proporcionalidade 
encontram-se propriamente ligado à evolução dos direitos e garantias 
individuais da pessoa humana. O princípio da proporcionalidade deve ser 
entendido no sentido de que não se pode impor condutas a não ser para o 
 
26 
 
estrito cumprimento do interesse público. Não se pode agir com excessos, nem 
de modo insuficiente. 
 
 Princípio da Segurança Jurídica 
 
O princípio da segurança jurídica é um dos princípios básicos do 
Estado Democrático de Direito, possuindo ligação direta com os direitos 
fundamentais. 
O surgimento da Segurança Jurídica foi para garantir aos cidadãos os seus 
direitos naturais – direito à liberdade, à vida, à propriedade, entre outro. 
 
 Princípio da Boa-Fé 
 
Esse princípio tem a função de estabelecer um padrão ético de conduta 
para as partes nas relações obrigacionais. No entanto, a boa-fé não se esgota 
nesse campo do direito, ecoando por todo o ordenamento jurídico. Consiste na 
obrigação ética e legal de agir em acordo com a boa-fé nas relações privadas. 
 
É aplicável o princípio da boa-fé, inclusive nos contratos (art. 422 do 
Código Civil), seja no Direito Civil ou no Comercial, mas também no Direito do 
Trabalho. É observado inclusive no processo civil (art. 14,11, do CPC). 
Presume-se a boa-fé. A má-fé deve ser provada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Avance com foco no seu aprendizado 
 
Estamos disponibilizando neste espaço de aprendizagem as 
videoaulas, um recurso tecnológico, com a intenção de contribuir 
com sua aprendizagem sobre os temas referente às unidades de 
estudo da disciplina. 
 
 
Guiando o estudo com as videoaulas 
 
Leia o cada unidade de estudo e ao final assista as videoaulas para 
ampliar seu estudo e ou dirimir as dúvidas sobre o tema. 
 
 Noções de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
TEORIA DO ESTADO 
 
 
2 
Conhecimentos 
 
Compreender o conceito e a estrutura do Estado. 
 
 
Habilidades 
 
Identificar as estruturas específicas do estado e suas formas de governo. 
 
 
 
Atitudes 
 
Desenvolver métodos para ampliar os conhecimentos específicos das leis que 
regem o Estado. 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Introdução 
 
O Estado moderno está amparado na lei. A divisão dos poderes 
(Executivo, Legislativo e Judiciário) é importante porque o poder único, 
centralizado em um único órgão, implicaria em poder absoluto de uma única 
pessoa, no caso, um soberano. 
 
O Estado existe em função da pessoa e não o contrário. 
 
 
Conceito 
 
Estado é a reunião de pessoas numa sociedade política e 
juridicamente organizada, dotada de soberania, dentro de um território, sob um 
governo, constituído para a realização do bem comum do povo. Bem comum é 
o conjunto de todas as condições de vida social que consistam e favoreçam o 
desenvolvimento integral da personalidade humana (Papa João 
XXIII,Pacem in terris, Encíclica, 11,58). 
 
O Estado é um fato social e histórico. 
 
 
Elementos, Fundamentos e Fins do Estado 
 
 Elementos do Estado 
 
São elementos do Estado: o povo, o território e o governo. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 POVO 
 
O povo é o componente humano ou pessoal. Ou seja, povo é o 
conjunto de pessoas que está ligada, pela ordem jurídica estatal, à sua 
jurisdição. O conjunto das pessoas compreende tanto aquelas que residem no 
território do próprio Estado, como aquelas que estão fora dele. O povo tem o 
aspecto subjetivo, por ser um elemento componente do Estado. O aspecto 
objetivo diz respeito à atividade do Estado. 
 
População é o número total de habitantes que vivem num país, 
incluindo nacionais e estrangeiros. É a expressão numérica das pessoas que 
vivem no país. 
 
 O povo é composto de pessoas que pertençam ao país, mesmo residindo no 
exterior, como ocorre com um embaixador em outro país. 
 
Nação vem do latim natio, palavra derivada de natus, que significa 
nascer. Num sentido ético, é o fato de a pessoa ser nascida no território 
(indígena), em oposição aos alienígenas. 
 
Nação é uma comunidade de base histórico-cultural, pertencendo a 
ela, em regra, os que nascem em certo ambiente cultural feito de tradições e 
costumes, geralmente expresso numa língua comum, tendo um conceito 
idêntico de vida e dinamizado pelas mesmas aspirações de futuro e os 
mesmos ideais coletivos. Nação não tem sentido de povo. Nação é a 
sociedade natural de homens, dentro de um território, com mesma origem, 
costumes, língua e comunhão de vida. A nação seria, em princípio, a semente 
da qual surgiu o Estado. 
 
Sociedade é a união durável de indivíduos que têm um objetivo comum. 
Alessandro Groppalli afirma que raça é o complexo de caracteres somáticos 
que identificam um determinado grupo humano e são transmitidos 
hereditariamente. 
 
33 
 
 TERRITÓRIO 
 
Território é o elemento material, espacial ou físico do Estado. 
 
É o limite espacial no qual o Estado exerce seu poder sobre pessoas e 
bens. O território compreende a superfície do solo que o Estado ocupa, seu 
subsolo, seu mar territorial e o seu espaço aéreo. 
 
O Estado exerce uma relação de domínio sobre o território. É um poder 
que o Estado exerce sobre pessoas e coisas. Não existe Estado sem território. 
O território é a delimitação da soberania. O Estado tem o monopólio de 
ocupação em determinado espaço. Por exemplo, o mar territorial brasileiro 
estende-se a 200 milhas da costa. 
 
 GOVERNO 
 
Governo é a organização necessária para o exercício do poder político. 
Soberania é o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de 
seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de 
convivência. 
 
A soberania do Estado não reconhece poder igual, superior ou 
concorrente na ordem interna, nem poder superior na ordem internacional. 
Consiste a soberania num poder incondicionado, absoluto, sem qualquer limite, 
já que seus limites são traçados pelo próprio Estado. O governo é originário, 
pois não é derivado de qualquer outro, nascendo com o próprio Estado. 
 
 
O governo é exclusivo, visto que só o Estado o possui e pode exercê-lo. 
 
A soberania é uma, porque não se admite que um mesmo Estado 
tenha duas soberanias, sendo um poder superior aos demais, não admitindo a 
convivência de dois poderes iguais no mesmo âmbito. 
 
34 
 
 
A soberania é indivisível, porque não admite a separação das partes 
autônomas da mesma soberania. A soberania é imprescritível, pois não tem 
prazo certo de duração. 
 
O Estado soberano pode autodeterminar-se ou autogovernar-se e 
autolimitar-se, ou seja, o Estado estabelece seu ordenamento jurídico, sendo, 
contudo, autônomo para decidir sobre tal ordenamento jurídico. O Estado tem 
um poder superior aos demais. 
 
A soberania é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil 
(art. 1º, I, da Constituição). A soberania popular é exercida por meio do sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, conformedispõe o art. 14 da Constituição Federal. O poder é a expressão da soberania. 
 
 
 Fundamentos do Estado 
 
O Estado tem vários fundamentos, como: religiosos, jurídicos, éticos, 
psicológicos etc. Ensina a teoria religiosa que o Estado tem fundamento em 
Deus ou na providência divina. Envolve a teoria jurídica a proteção do Estado 
em relação à família, ao patrimônio da pessoa. 
 
Para a teoria da força, o Estado é o domínio dos fortes sobre os fracos. 
Indica a teoria ética que a vida fora do Estado não pode ser considerada válida. 
A teoria psicológica menciona que o fundamento do Estado está no impulso 
que leva os homens a se reunirem e viverem sob o império do Estado. 
 
 
 Fins do Estado 
 
O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade, pelo fato de 
que o homem não vive isoladamente e necessita de normas que disciplinem 
comportamentos. 
 
35 
 
 
O fim do Estado visa o bem comum do povo. 
 
 
O Estado deve garantir a ordem interna, assegurar a soberania na 
ordem internacional, fazer as regras de conduta e distribuir justiça. São 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é um Estado 
Democrático de Direito: 
 
a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
b) garantir o desenvolvimento nacional; 
c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; 
 d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º da Constituição). 
 
Os fins sociais ou não essenciais ao Estado são a assistência à família, 
à educação, à criança, ao adolescente, ao idoso e à previdência social. 
 
 
Formas de Estado e de Governo 
 
Formas de Estado: o Estado pode ser unitário ou simples, composto e 
federado. 
 
 ESTADO UNITÁRIO OU SIMPLES 
 
O Estado unitário ou simples é aquele onde só existe uma única fonte 
de Direito, que é de âmbito nacional, estendendo-se uniformemente sobre todo 
o seu território. França, Bélgica, Itália, Portugal, Inglaterra, Uruguai e Paraguai 
são exemplos de Estados unitários. 
 
 
 
36 
 
 ESTADO COMPOSTO 
 
O Estado composto é a reunião de dois ou mais Estados, sob o mesmo 
governo, formando uma união. Era o que ocorria, por exemplo, na antiga União 
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que congregava, além da 
Rússia, outros países. 
 
 
 ESTADO FEDERADO 
 
O Estado federado é aquele onde há a reunião de vários Estados que 
formam a federação. A União faz nascer um novo Estado, sob o império de 
uma Constituição e não de um tratado. Os Estados que aderem à federação 
não podem mais dela se desligar, perdendo, portanto sua soberania. 
 
Na Federação há distribuição de competências na Constituição. No 
Estado Federado existem várias fontes de Direito, que são a federal, a estadual 
e a municipal. Os Estados que fazem parte da Federação podem impor tributos 
para fazer face aos seus encargos. O Brasil e os Estados Unidos são exemplos 
de Estados Federados. No Estado Federado, o Senado é o órgão de 
representação dos Estados, enquanto a Câmara dos Deputados representa o 
povo. 
 
Formas de Governo: As principais formas de governo são a Monarquia e a 
República. 
 
 
 MONARQUIA 
 
Monarquia é o governo do soberano, que é o supremo legislador, ou 
seja, é o governo do rei. O monarca exerce o poder vitaliciamente e a sua 
sucessão é hereditária. A monarquia pode ser absoluta ou constitucional. 
 
 
37 
 
Monarquia Absoluta é aquela em que o governo cabe a um único 
indivíduo, que possui poderes ilimitados, fazendo e aplicando as leis. 
 
A Arábia Saudita é um exemplo de Monarquia Absoluta. 
 
Monarquia Constitucional é aquela em que o rei continua governando, 
mas, está sujeito a limitações previstas na Constituição. 
 
A Grã-Bretanha é um exemplo de Monarquia Constitucional. 
 
A Monarquia Constitucional pode ser pura ou parlamentar. 
 
A Monarquia Constitucional Pura é aquela que adota o princípio da 
separação e independência dos poderes, onde o monarca exerce a função 
executiva, exercendo, nesse caso, as funções de chefe de Estado e de 
Governo. 
 
Monarquia Constitucional Parlamentar ocorre quando o monarca é 
apenas o chefe de Estado. A chefia do governo é exercida pelo Gabinete ou 
Conselho de Ministros. Na Monarquia Constitucional Parlamentar há uma 
interdependência entre os Poderes Legislativo e Executivo. 
 
 
 REPÚBLICA 
 
A palavra República vem do latim res publicae que quer dizer coisa 
pública. A República é a forma de governo democrática, exercitada pelo povo, 
em seu benefício, através de seus representantes, e por meio do voto. Na 
República, os mandatos políticos são temporários e não há sucessão 
hereditária. 
 
O caso brasileiro: 
a) O nome do país é Brasil; 
 
38 
 
b) O nome do Estado é República Federativa do Brasil. 
 
 
Sistemas de Governo 
 
Os sistemas de governo são o parlamentar e o presidencial. 
 
 
 PARLAMENTARISMO 
 
No regime parlamentar, o Parlamento representa o Estado. O primeiro-
ministro exerce uma função de confiança, podendo ser destituído do cargo. No 
regime parlamentar o governo é estabelecido por um colegiado, com a direção 
do primeiro ministro. O chefe do governo é o primeiro-ministro e o chefe de 
Estado é o rei ou o presidente. O chefe de Estado não tem qualquer 
responsabilidade política. 
 
O regime parlamentarista é empregado tanto nas monarquias (como 
nos casos da Grã-Bretanha e Espanha) e como nas repúblicas (como no caso 
da Alemanha e da Itália). No parlamentarismo, os poderes não são autônomos 
nem independentes. 
 
O Legislativo pode ser dissolvido pelo chefe de Estado, com 
convocação de novas eleições. O caso brasileiro: O Brasil experimentou alguns 
períodos parlamentaristas. 
 
Durante a monarquia, o regime era parlamentarista, no entanto, o 
Imperador tinha nas mãos o Poder Moderador, que lhe permitia nomear 
primeiros ministros, mesmo que não tivessem apoio da maioria parlamentar. 
 
Durante o período republicano, com a renúncia do presidente Jânio 
Quadros, a Emenda Constitucional nº 4/1.961 instituiu o sistema parlamentar 
 
39 
 
de governo, que terminou pela manifestação do povo no referendo de 6 de 
janeiro de 1963, quando foi restabelecido o sistema presidencialista. 
 
 PRESIDENCIALISMO 
 
A Constituição dos Estados Unidos de 1787 criou o primeiro regime 
presidencialista. 
 
No sistema presidencialista, o presidente é eleito direta ou 
indiretamente pelo povo e só governa durante a vigência do seu mandato. 
 
O presidente não pode dissolver o Congresso Nacional e nem ser por 
ele destituído, a não ser nos casos expressos na Constituição. O sistema 
presidencialista ocorre apenas nos Estados republicanos, como no caso do 
Brasil, dos Estados Unidos, e da França. 
 
O Presidente da República é o chefe de governo e de Estado. Como 
chefe de governo, o presidente administra os interesses internos do país. 
Como chefe de Estado, o presidente representa o país, defendendo seus 
interesses no exterior, e o governa. 
 
Os ministros de Estado não são escolhidos pelo Congresso Nacional, 
nem precisam da autorização dessa casa para serem dispensados. No sistema 
presidencialista há um sistema de freios e contrapesos, pelo qual um poder 
controla o outro e um poder pode depender do outro. 
 
Por exemplo: 
O Poder Legislativo aprova as leis, inclusive o orçamento, que fixa as 
despesas. Ao controlar as despesas, o legislativo controla os gastos dos 
Poderes:Legislativo e Judiciário. 
 
O Presidente da República, no exercício do Poder Executivo, pode 
vetar um projeto de lei, controlando, nesse caso, o Poder Legislativo. Mas, o 
Poder Legislativo pode rejeitar o veto, controlando o Poder Executivo. 
 
40 
 
 
O presidente da República indica os nomes dos membros do STF e 
escolhe os membros de tribunais superiores e dos tribunais regionais federais e 
do trabalho, exercendo certo controle sobre o Poder Judiciário. 
 
O Poder Legislativo aprova os nomes dos ministros para os tribunais 
superiores, controlando as indicações do presidente da República. 
 
O Poder Judiciário pode julgar inconstitucional uma lei ou determinar 
como será aplicada, controlando a atividade do Poder Legislativo. 
 
Regimes Políticos 
 
O regime político pode ser democrático, autocrático ou ditatorial. 
 
 DEMOCRACIA 
 
A palavra democracia vem do grego dêmos, que significa povo e 
Kratia, que tem o sentido de força, poder. Democracia é o governo do povo, 
pelo povo e para o povo, onde grupos opostos lutam entre si para a conquista 
do poder. 
 
O parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal do Brasil 
determina que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente. 
 
A democracia, portanto, é o governo do povo, porque provém do povo; 
pelo povo, porque é exercido pelo povo, diretamente, ou por meio de seus 
representantes eleitos; e para o povo, porque a democracia, encarada do ponto 
de vista substancial ou de conteúdo, tem essa necessária vertente popular. 
 
A Democracia costuma ser dividida em: Democracia Direta e 
Democracia Indireta. 
 
41 
 
A Democracia Direta ocorria em Atenas, no período clássico, em que 
o povo deliberava em assembleia sobre os destinos do Estado ou o exercício 
da administração pública. 
 
Nos dias atuais, essa forma de democracia não é mais possível 
acontecer, pois seria impossível que todo o povo de um país se reunisse em 
assembleia. 
 
Democracia Indireta é o sistema representativo onde o povo participa 
indiretamente do poder, através dos seus representantes (Deputados e 
Vereadores) escolhidos através do voto. 
 
Assim, há eleição de representantes populares, que irão discutir e 
exercer o governo. Rousseau criticava a democracia indireta ou representativa, 
pois seria o governo de alguns e não do povo. 
 
Na democracia, o povo tem a seu favor a possibilidade de se 
manifestar diretamente através do referendum, do plebiscito, ou do veto 
popular. 
 
 Referendum 
 
No referendum, o povo é chamando para referendar, ou seja, 
confirmar, aprovar ou rejeitar uma proposta apresentada. É um procedimento a 
posteriori pelo qual os eleitores irão se pronunciar sobre decisão legislativa já 
tomada. 
 
Por exemplo, no ano de 2005 o povo brasileiro foi convocado a se 
pronunciar, através do referendum, sobre uma decisão do Congresso Nacional 
que proibia o comércio de armas. A maioria votou pela proibição e a decisão foi 
revogada. 
 
 
 
 
42 
 
 Plebiscito 
 
A palavra plebiscito vem do latim plebis (que quer dizer relativo à 
plebe) e scitum (decreto). Plebiscito é a consulta ao povo sobre assunto de 
interesse relevante, para que ele manifeste livremente sua opinião sobre o 
tema. No plebiscito, ao contrário do referendum, o povo opina sobre uma 
matéria antes de ser adotada qualquer medida. 
 
No Brasil, no ano de 1993, o eleitorado, mediante plebiscito, definiu a 
forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo 
(parlamentarismo ou presidencialismo). O povo decidiu que a forma de governo 
seria a república e o sistema de governo o presidencialismo. 
 
 Veto Popular 
 
O veto popular é a aprovação dentro de certo prazo de um projeto de 
lei. Na democracia representativa, o povo concede mandato a certas pessoas 
para representarem a vontade popular e tomarem as decisões. 
 
 AUTOCRACIA 
 
Autocracia é o governo absoluto exercido por uma só pessoa, cuja 
vontade é a própria lei. 
 
 DITADURA 
 
Ditadura é o governo do ditador, que estabelece tudo e reúne em si 
todos os poderes públicos, inclusive legislando. 
 
É o que ocorreu, por exemplo, no Brasil, durante o Estado Novo, 
governado pelo presidente Getúlio Vargas, e no regime militar, quando o país 
foi governado por generais. 
 
 
43 
 
O totalitarismo é uma forma de ditadura que usa a força para impor sua 
vontade visando realizar os objetivos do Estado. São exemplos de totalitarismo 
o fascismo e o nazismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
DIREITO NACIONAL PÚBLICO 
 
3 
 
Conhecimentos 
 
 
Compreender as leis Constitucionais existentes no Poder Público 
 
 
Habilidades 
 
Reconhecer os tipos de leis constitucionais existentes 
 
 
Atitudes 
 
 
Desenvolver técnicas para melhor compreensão das leis existentes 
na constituição brasileira. 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
Introdução 
 
A diferença entre o que é chamado de Direito Público e de Direito 
Privado é proveniente do Direito Romano que apresentava uma definição que 
dizia ser o primeiro relativo ao estado da coisa romana e o segundo que é 
colocado à utilidade dos particulares. 
 
Os romanos também distinguiam as esferas pública e privada, como 
lugar de ação dos homens livres, no primeiro caso, e o lugar das atividades 
voltadas para a sobrevivência, no segundo caso. 
 
O Estado Moderno seguiu a linha de divisão entre Estado e sociedade 
para definir a esfera privada como o ambiente de livre atuação dos indivíduos e 
a esfera pública como o ambiente em que os cidadãos decidem coletivamente 
sobre os assuntos de interesse geral. 
 
De modo simplificado, o Direito Público só permite o que está escrito na lei, 
enquanto o Direito Privado permite a liberdade de fazer tudo que não é proibido 
na lei. 
 
O Direito Público possui seus próprios princípios ordenadores, como o 
princípio da autoridade pública, o princípio da submissão do Estado à ordem 
jurídica, o princípio da função, o poder de agir, o princípio da sucessão de atos 
e fatos, o princípio da publicidade, o princípio da responsabilidade objetiva e da 
igualdade das pessoas políticas. 
 
Conceito 
 
O Direito Público pode ser explicado como um grande ramo de normas 
que possuem natureza pública, na qual o Estado atua com seu poder, por ser 
um tema de relevante caráter social e organizacional da sociedade. É o 
conjunto de normas que regula as atividades e as funções entre Estado, 
particulares e servidores. 
 
48 
 
Ramos do Direito Público 
 
São ramos do Direito Público: o Direito Constitucional; o Direito 
Administrativo; o Direito Econômico; o Direito Penal; o Direito Financeiro; 
o Direito Tributário; o Direito Processual; o Direito da Seguridade Social. 
 
Direito Constitucional 
 
As normas do Direito Constitucional são normas internas e estruturais 
de cada Estado Nacional. Essas normas disciplinam as instituições políticas, a 
estrutura de governo, a organização dos poderes do Estado, os limites de 
funcionamento, a sociedade, e as garantias fundamentais de cada indivíduo. 
São normas que fornecem um modelo para asdemais leis que surgirem, 
montam toda a estrutura da sociedade e ditam os parâmetros econômicos, 
políticos e sociais. 
 
O Direito Constitucional, também, pode ser compreendido como sendo 
o ramo do Direito Público que estuda os princípios, as regras estruturadas do 
Estado e garantidoras dos direitos e liberdades individuais, contidos na 
Constituição. 
 
Constituição: É o conjunto de princípios e regras relativos à estrutura e ao 
funcionamento do Estado. 
 
A Constituição Federal do Brasil destaca, em seu art. 1º, que a 
República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, 
Municípios e do Distrito Federal. 
 
Poder Constituinte: É a manifestação da vontade política de um povo 
em estabelecer regras que irão regular condutas e a própria organização do 
Estado. O titular do Poder Constituinte é o povo, sendo exercido por meio da 
escolha dos representantes no Congresso Nacional. 
 
 
49 
 
Soberania Popular: É exercida através do sufrágio universal e pelo 
voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos termos da lei, mediante 
plebiscito, referendo e iniciativa popular. 
 
Partidos Políticos: Um dos fundamentos da República Federativa do 
Brasil é o pluralismo político, sendo livre a criação, fusão, incorporação e 
extinção dos partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime 
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. 
 
Direito Administrativo 
 
O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que regulamenta a 
atividade estatal, com todos os serviços públicos postos à disposição da 
sociedade, em busca do bem comum. 
 
O Direito Administrativo preocupa-se com a prestação do serviço 
público, a forma e limites de atuação e ainda disciplina o relacionamento entre 
públicos e privados, e a relação dos indivíduos com a Administração Pública. 
 
Administração Pública: Compreende todos os órgãos pertencentes 
ao Poder Executivo e é dividida em Administração Pública Direta e 
Administração Pública Indireta. 
 
 Administração Pública Direta: Compreende todos os serviços 
prestados pelos órgãos que compõem a estrutura do Poder Executivo. 
 
 Administração Pública Indireta é composta pelas empresas estatais 
(sociedades de economia mista e empresas públicas); fundações e 
autarquias, conforme disposto no art. 4º do Decreto-Lei nº 200/1967. 
 
A atividade estatal opera através de: 
 
a) atos administrativos; 
 
50 
 
b) contratos administrativos; 
 c) processo licitatório; 
d) execução de serviços públicos. 
 
Ato Administrativo: É toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato 
adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigação aos administradores ou a si própria. 
 
Direito Econômico 
 
Direito Econômico é o conjunto de princípios, de regras e de 
instituições que visa a intervenção do Estado no domínio econômico. São 
princípios da ordem econômica: 
 
a) Soberania; 
b) Propriedade privada; 
c) Função social da propriedade; 
d) Livre concorrência; 
e) Defesa do consumidor; 
f) Defesa do meio ambiente; 
g) Redução das desigualdades regionais e sociais; 
h) Busca do pleno emprego; 
i) Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas 
sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país. 
 
a) Soberania: Diz respeito à autogestão pelo Estado, sendo exercida 
dentro do território nacional. 
 
b) Propriedade Privada: O direito de propriedade é garantido no inciso 
XXII do art. 5º da Constituição Federal. 
 
 
51 
 
c) Função Social da Propriedade: O inciso XXIII, do art. 5º da 
Constituição Federal dispõe que a propriedade atenderá a sua função 
social que é a de servir para a pessoa morar e viver com a sua família. 
 
d) Livre Concorrência: É inerente ao sistema capitalista e visa regular o 
mercado. 
 
e) Defesa do Consumidor: Por ser o polo mais fraco da relação de 
consumo, o consumidor necessita de proteção jurídica. A Lei nº 
8.079/1990 instituiu o Código de Defesa do Consumidor (CDC). 
 
f) Defesa do Meio Ambiente: O meio ambiente deve ser preservado para 
que as pessoas possam obter uma qualidade de vida saudável. 
 
g) Redução das Desigualdades Regionais e Sociais: Um dos princípios 
constitucionais da República Federativa do Brasil é a erradicação da 
pobreza da marginalização, reduzindo as desigualdades regionais e 
sociais. 
 
h) Busca do Pleno Emprego: O inciso VIII do art. 170 da Constituição 
Federal estabelece o princípio de que a ordem econômica busca o pleno 
emprego, quando a demanda de trabalho é igual ou inferior à oferta. A 
conquista e a manutenção de um nível de pleno emprego são um 
importante fator de crescimento econômico acompanhadas da elevação 
do padrão de vida da população. 
 
i) Tratamento Favorecido para as Empresas de Pequeno Porte: A Lei 
Complementar nº 123/2006 garante o favorecimento às empresas de 
pequeno porte, como forma de garantir a sua sustentabilidade. 
 
Atividade Econômica: A atividade econômica é explorada pelo 
particular. O Estado, em princípio, não pode explorar atividade econômica. A 
exploração da atividade econômica pelo Estado só será permitida quando 
 
52 
 
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme definido pelo art. 173 da Constituição Federal. 
 
Intervenção do Estado no Domínio Econômico: A intervenção do 
Estado no domínio econômico visa a regulação do mercado, podendo essa 
intervenção ser direta ou indireta. 
 
Intervenção Direta: Ocorre quando o Estado se utiliza da empresa 
pública ou de uma sociedade de economia mista. 
 
Intervenção Indireta: Ocorre quando o Estado estimula e apoia a 
atividade econômica dos particulares. 
 
Sistema Financeiro Nacional: O Sistema Financeiro Nacional tem 
como objetivo promover o desenvolvimento equilibrado do país e servir aos 
interesses da coletividade em todas as partes que o compõem. A Lei nº 
4.595/1964 dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e 
creditícias. 
 
Direito Penal 
 
Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder 
punitivo do Estado, tendo em vista os fatos de natureza criminal e as medidas 
aplicáveis a quem os pratica. 
 
O Direito Penal regula essas condutas com base na proteção dos 
princípios relacionados à vida, intimidade, propriedade, liberdade, enfim, são 
princípios que devem ser respeitados no convívio social. E descrito as 
condutas consideradas crimes (condutas mais graves) e contravenções 
(condutas menos grave) e as respectivas penas cominadas. 
 
O Estado é o responsável pelo direito de punir e o faz mediante 
critérios pré-estabelecidos, com o intuito de desestimular os indivíduos a 
 
53 
 
transgredirem as normas, e, também, de readaptar o indivíduo ao convívio 
social. 
 
A principal fonte do Direito Penal é a Constituição, uma vez que muitas 
regras estão inseridas no texto constitucional, como a que dispõe que não há 
crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal (CF, 
art. 5º, inciso XXXIX). 
 
Um dos princípios basilares do Direito Penal estabelece que ninguém 
será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória, sendo garantida, sempre, a ampla defesa. 
 
A lei penal só pode retroagir para beneficiar o réu (CF, at. 5º, inciso XL). 
A lei penal, salvo as exceções decorrentes da imunidade parlamentar, atinge a 
todosos indivíduos, excetos aqueles que são penalmente inimputáveis, por 
não serem responsáveis pelos seus atos, e os menores de 18 anos que estão 
sujeitos às normas da legislação especial. É inimputável o indivíduo que por 
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao 
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato. Esses indivíduos estão sujeitos, porém, a medidas de segurança 
que são: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à 
falta, em outro estabelecimento adequado; tratamento ambulatorial. 
 
Perante a lei penal, os indivíduos são sujeitos ativos, quando este 
pratica o fato considerado como crime, e sujeito passivo, quando sofre o crime. 
As infrações penais são divididas em crimes ou delitos e contravenções. Crime 
é o fato típico e antijurídico. 
 
Contravenção é uma ofensa menos grave que o crime, sendo punida 
com pena de prisão simples ou multa. A pena de privativa de liberdade, não 
superior a dois anos, pode ser suspensa por dois a quatro anos desde que o 
condenado atenda a alguns requisitos. A suspensão condicional da pena é 
chamada de sursis. 
 
 
54 
 
A pena, também, pode ser extinta nos seguintes casos: pela morte do 
indivíduo que cometeu o crime; pela anistia, graça ou indulto; pela 
retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; pela 
prescrição, decadência ou perempção (morte da ação); pela renúncia do direito 
de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; pela retratação 
do indivíduo, nos casos em que a lei a admite; pelo casamento do indivíduo 
com a vítima, nos crimes contra os costumes; pelo perdão judicial, nos casos 
previstos em lei. 
 
Direito Financeiro 
 
O Direito Financeiro objetiva que o Estado empregue seus recursos da 
maneira mais eficiente possível em benefício da sociedade Para prestar os 
serviços públicos em favor dos cidadãos, o Estado necessita de recursos que 
advém dos tributos (impostos, taxas e contribuições). 
 
A preocupação central do Direito Financeiro concentra-se no estudo 
dos princípios e diretrizes que norteiam a forma de aplicação, administração e 
gerenciamento desses recursos públicos para a execução de serviços públicos, 
e, ainda, o planejamento necessário de forma que a receita e despesa pública 
se equilibrem no grande orçamento público. O Direito Financeiro, portanto, 
estuda as receitas públicas, as despesas públicas, o orçamento público e 
o crédito público. 
 
Receitas Públicas: As entradas de recursos nos cofres do Estado 
compreendem as receitas e os ingressos. 
 
 Ingressos: São entradas provisórias no caixa do Estado. Exemplo: os 
empréstimos públicos e os empréstimos compulsórios, que, 
posteriormente serão devolvidos, os depósitos para participar de 
licitações. 
 
 
55 
 
 Receitas: É toda entrada definitiva de recursos nos cofres do Estado, 
destinados à satisfação das necessidades públicas. 
 
A Lei nº 4.320/1964 classifica as receitas públicas em: receitas 
correntes e receitas de capital. 
 
 Receitas Correntes: São as receitas tributárias, de contribuições, 
patrimoniais, agropecuária, industrial de serviços e as provenientes de 
recursos financeiros recebidos de outras pessoas de Direito Público ou 
Privado, quando destinadas a atender às despesas classificáveis em 
despesas correntes. Exemplos: receitas provenientes de impostos, 
taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais, transferências 
correntes. 
 
 Receitas de Capital: São as receitas provenientes da realização de 
recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, 
em espécie, de bens e direitos; dos recursos recebidos de outras 
pessoas de Direito Público ou Privado, destinado a atender às despesas 
classificáveis em despesas de capital; o superávit do orçamento 
corrente. Exemplos: operações de crédito, alienação de bens, 
amortização de empréstimos, transferências de capital. 
 
Despesas Públicas: As despesas púbicas visam fazer frente aos 
serviços públicos prestados pelo Estado, ou seja, representam o dispêndio em 
dinheiro para fazer face às necessidades do Estado. A Lei nº 4.320/1964 
classifica as despesas públicas em despesas correntes e despesas de 
custeio. 
 
Despesas Correntes: São as despesas necessárias à execução de 
serviços públicos e aos fins do Estado, mas, que não têm um caráter 
econômico produtivo. As despesas correntes são dividias em despesas de 
custeio e transferências correntes. 
 
 
56 
 
 Despesas de Custeio: São as despesas necessárias para assegurar o 
funcionamento dos serviços públicos e as dotações para manutenção de 
serviços anteriormente criados. Exemplos: despesas com pessoal, 
aquisição de material de consumo, pagamento de serviços de terceiros. 
 
 Transferências Correntes: São as dotações para as despesas às quais 
não corresponda a contraprestação direta em bens e serviços. 
Exemplos: subvenções sociais, pagamento de inativos, pagamento de 
abono familiar, pagamento de juros da dívida pública. 
 
Despesas de Custeio: São investimentos, inversões financeiras e 
transferências de capital. Exemplo: execução de obras públicas, participação 
em constituição ou aumento de capital de empresas, amortização da dívida 
pública. 
 
Orçamento Público: É o programa de governo que prevê as 
receitas e a autorização de despesas dentro de um período anual. O 
orçamento trata-se de um ato administrativo, mas, formalmente, também, é 
uma lei, a Lei Orçamentária Anual, aprovada pelo Poder Legislativo. 
 
A Lei Orçamentária Anual (LOA) compreende: a) o orçamento fiscal 
referente aos três poderes da União, seus fundos, órgão se entidades da 
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público; b) o orçamento de investimento das empresas em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
c) o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos 
a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e 
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
 
Crédito Público: Cabe ao Congresso Nacional dispor sobre 
operações de crédito e dívida pública (CF, art. 48 inciso III). A dívida pode ser 
interna, quando é imitida e paga dentro do país, e externa, que representa a 
 
57 
 
transferência de dividas para o exterior dos créditos assumidos pelo país. A 
dívida pode ser flutuante ou fundada. 
 
 Dívida Flutuante: É a dívida adquirida em razão de déficit de caixa e 
que é resgatada em curto prazo. 
 
 Dívida Fundada: Compreende á divida com compromisso de 
exigibilidade superior a 12 meses, contraída para atender a desequilíbrio 
orçamentário ou financeiro de obras e serviços públicos. 
 
Direito Tributário 
 
Direito Tributário é o conjunto de princípios, de regras e de instituições 
que regem o poder fiscal do Estado e suas relações. O Direito Tributário estuda 
os tributos. 
 
Tributo: É toda prestação pecuniária, compulsória, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada. São espécies de tributo: o imposto; a 
taxa; a contribuição de melhoria; as contribuições sociais; o empréstimo 
compulsório. 
 
 Imposto: É o tributo que tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte e que se destina a atender aos interesses gerais da 
coletividade. 
 
 Taxa: É o tributo que tem por fato gerador o exercício regular do poderde polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço púbico 
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua 
disposição. As taxas são classificadas em taxa de polícia e taxa de 
serviço. 
 
 
58 
 
Taxa de Polícia: É a taxa decorrente do poder de polícia da 
Administração Pública. Exemplos: taxa de vistoria, taxa de licença e 
funcionamento. 
 
Taxa de Serviço: É a taxa dependente de serviço prestado ou posto à 
disposição do contribuinte. Exemplo: Taxa de limpeza pública. 
 
 Contribuição de Melhoria: É o tributo que visa custear obra pública, 
decorrente de valorização imobiliária. A contribuição de melhoria tem 
como limite total a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
 Contribuição Social: É o tributo destinado a custear atividades estatais 
específicas que não são inerentes ao Estado. A contribuição social pode 
ser resultante: a) da intervenção no domínio econômico (Ex: Salário 
educação, FGTS); b) de interesses de categorias econômicas ou 
profissionais (Ex: contribuição sindical; contribuição destinada aos 
órgãos de fiscalização profissional); c) da contribuição para o custeio do 
sistema da seguridade social. 
 
 Empréstimo Compulsório: É o tributo estabelecido por lei 
complementar e que se destina, exclusivamente: a) para atender a 
despesas extraordinárias, decorrentes de calamidades públicas, de 
guerra externa ou sua iminência; b) no caso de investimento público de 
caráter urgente e de relevante interesse nacional, não podendo ser 
cobrado no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a 
lei que o instituiu. 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Direito Processual 
 
O Direito Processual tem como função organizar a forma de como o 
Estado vai prestar o poder-dever de julgar e como as partes devem agir no 
embate judicial. O Estado é que detém o poder de aplicar o Direito, 
estabelecendo a ordem, aplicando as penalidades, e solucionando os conflitos 
entre as partes, por meio de um processo judicial. 
 
O Direito Processual visa disciplinar de que forma essa relação pode 
ocorrer, estabelecendo princípios e regras a serem previamente obedecidas, 
tanto pelo Estado, quanto pelas partes na disputa judicial. O Direito Processual 
é dividido em: Direito Processual Civil; Direito Processual Penal; Direito 
Processual do Trabalho; Direito Processual Penal Militar. 
 
 Direito Processual Civil 
 
É um ramo do direito público que reúne o conjunto de normas jurídicas 
destinado ao regulamento da jurisdição, da ação e do processo, criando o 
repertório fundamental para que os conflitos de ordem civil e não especial 
possam ser devidamente encaminhados. É através do processo civil que se 
tem a composição da lide, ou seja, o suporte que organiza os procedimentos a 
serem seguidos no objetivo de se atribuir o direito. O processo civil divide-se 
em três partes principais: processo de conhecimento; processo de 
execução; processo cautelar. 
 
Na primeira parte, de conhecimento, é instaurado o processo para que 
seja reconhecido o direito. Na segunda, o direito já é reconhecido, buscando-se 
a aquisição física do mesmo, tendo como instrumento uma sentença 
previamente constituída ou então o chamado título executivo extrajudicial. Na 
terceira parte, o objetivo é assegurar que determinado direito não perca sua 
integridade. Os princípios que norteiam as diretrizes do direito processual civil 
são: 
 
 
60 
 
1) Princípio da imparcialidade do juiz: Para garantir a validade e a justiça 
no processo é necessário um juiz atuando de forma imparcial, evitando 
ações tendenciosas que acabem por favorecer uma das partes. A 
posição do juiz no processo é de colocar-se acima das partes para 
poder julgar de modo eficaz. Sua imparcialidade é essencial para o 
andamento sadio do processo. 
 
2) Princípio da igualdade: Ambas as partes devem ter um tratamento 
igual por parte do juiz. Seu fundamento encontra respaldo no artigo 5º 
da Constituição Federal. 
 
3) Princípio do contraditório e ampla defesa: É garantida as partes 
envolvidas no processo o pleno direito de se manifestar sobre assuntos 
ligados ao processo, bem como de defender-se de toda questão 
levantada no mesmo. 
 
4) Princípio da ação: Também denominado princípio da demanda, garante 
à parte a iniciativa de provocação do exercício da função jurisdicional 
(em outras palavras, direito garantido ao acesso dos serviços oferecidos 
pelo poder judiciário). 
 
5) Princípio da disponibilidade e da indisponibilidade: Este princípio faz 
referência ao poder dispositivo, que é a liberdade garantida a todo 
cidadão de exercício de seus direitos. No direito processual este 
princípio se traduz pela possibilidade ou não de apresentar em juízo a 
sua pretensão, do modo como bem entenda. 
 
6) Princípio da livre investigação das provas: Neste princípio é 
estabelecido que o juiz depende das provas produzidas pelas partes 
para que possa fundamentar sua decisão. 
 
7) Princípio da economia e instrumentalidade das formas: O processo, 
como instrumento de aferição de direito, não deve ter um dispêndio 
exagerado em relação aos bens em disputa. 
 
61 
 
8) Princípio do duplo grau de jurisdição: É garantida, por meio deste 
princípio, a revisão da decisão processual. Assim, pode o cidadão ter 
direito a novo julgamento além daquele proferido pelo juiz de primeira 
instância (ou primeiro grau). 
 
9) Princípio da publicidade: O princípio da publicidade garante que o 
cidadão tenha acesso às informações do processo, vedado o sigilo, 
garantindo um instrumento importante de fiscalização popular. 
 
10) Princípio da motivação das decisões judiciais: Deve o juiz formular 
coerentemente sua decisão, demonstrando de modo inequívoco como 
determinada sentença foi composta. 
 
 Direito Processual Penal 
 
 É o ramo do direito público dedicado ao estudo da aplicação 
jurisdicional do direito penal, sistematizando os órgãos relacionados e seus 
respectivos auxiliares. A matéria processual tem como objetivo trazer a matéria 
penal da mera abstração à realidade, dando as ferramentas necessárias para 
que este possa ser aplicado. 
 
Sua finalidade é a definição da relação jurídica nascida do ilícito penal, 
assim que este ocorre, surgindo, a partir da "provocação", o poder/dever do 
Estado de revogar determinados direitos do indivíduo autor do ilícito. Com o 
ilícito penal, surge a relação processual penal que é composta pelo autor do 
processo (o Ministério Público), o réu e o juiz. 
 
Considera-se como vítima imediata do crime a sociedade, que é 
representada pelo Ministério Público. O ofendido possui interesse individual na 
ação, mas ele não faz parte da relação por esta tratar-se justamente de matéria 
processual. A matéria processual penal admite, como provas possíveis, a 
documental e a testemunhal. 
 
 
62 
 
Na prova documental admite sempre o exercício contraditório pela 
parte contrária. Ou seja, é sempre aberto um canal para que a parte contrária 
negue ou prove inefetiva a prova documental apresentada. 
 
Na prova testemunhal, estabelece-se que as testemunhas devem ser 
arroladas desde a chamada petição inicial, (em outras palavras, o documento 
que inaugura o litígio). Os princípios que norteiam a matéria são: 
 
1. Princípio da verdade real/material: Estabelece que toda sentença 
deve estar de acordo com os fatos provados verdadeiros. 
 
2. Princípio da legalidade/obrigatoriedade: Todo o ilícito em que é 
atribuída a tomada de providências pelo Poder Público,este deve 
necessariamente atuar. 
 
3. Princípio da indisponibilidade da ação penal: Por este princípio, 
derivado natural do princípio da legalidade/obrigatoriedade, o Ministério 
Público, representante da sociedade, não pode escolher entre propor ou 
não ação de sua competência, bem como escolher ou não continuar 
com determinada lide. 
 
4. Princípio da oficialidade: Este princípio estabelece que o Estado tem o 
dever soberano de agir e de determinar as normas de conduta delituosa 
bem como a sanção penal correspondente. 
 
5. Princípio da publicidade: O princípio da publicidade estabelece que os 
atos processuais são públicos, portanto, acessíveis ao cidadão comum, 
vedado o sigilo das informações contidas no mesmo. 
 
6. Princípio do contraditório: No princípio do contraditório está 
assegurada igualdade de direitos e obrigações e relação à matéria 
processual. 
 
 
63 
 
7. Princípio da iniciativa das partes: Tal princípio estabelece que as 
partes devem impulsionar a ação jurisdicional, sendo inadmissível a 
atuação de ofício (entenda-se "por conta própria") do juiz. 
 
 Direito Processual do Trabalho 
 
É denominado direito processual do trabalho o ramo do direito que 
reúne um conjunto de regras e princípios a serem aplicados pelos órgãos 
jurisdicionais no julgamento de temas relacionados à relação de trabalho. 
Alguns autores, uma minoria, se referem à matéria como direito judiciário do 
trabalho. 
 
Diferentemente de matérias como o processo civil ou processo penal, a 
matéria processual trabalhista não se encontra até hoje amparada por um 
código próprio. Assim, boa parte de seu conteúdo é derivado das orientações 
extraídas da Constituição Federal, do Código de Processo Civil (CPC) e da 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Outro ponto fundamental no 
desenvolvimento da matéria processual trabalhista é a classificação dos 
conflitos. São eles: autodefesa; autocomposição; heterocomposição. 
 
Autodefesa: Na autodefesa, as próprias partes agem 
independentemente para defender seus interesses, até que um lado aceita as 
imposições da outra. Um exemplo de autodefesa na área trabalhista são as 
greves. 
 
Autocomposição: Na autocomposição, a solução dos conflitos 
trabalhistas é realizada pelas próprias partes, sem a intervenção de um 
terceiro. Um exemplo de autocomposição são os acordos e convenções 
coletivas. Há dois tipos de autocomposição a uni e a bilateral. 
 
A unilateral se dá quando uma das partes renuncia à sua pretensão. 
Na bilateral ocorrem concessões recíprocas, ou seja, ambos abrem mão de 
algum ganho para que haja uma transação. 
 
 
64 
 
A autocomposição é extraprocessual, ou seja, dá-se à margem do 
processo. Nesta forma de resolução de conflito pode ocorrer a conciliação, com 
ou sem a interferência de um terceiro. Dentro de um processo, a conciliação é 
proposta obrigatoriamente na contestação (art.846, CLT) e nas razões finais 
(art.850, CLT). Reza o art.764, caput, da CLT que “Os dissídios individuais ou 
coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre 
sujeitos à conciliação”. 
 
Heterocomposição: A heterocomposição é uma forma de dissolução 
de conflitos diferente das outras por ter força obrigatória, ou seja, as partes 
devem submeter-se à decisão imposta. A diferença é que nesta modalidade, a 
decisão é supra partes, enquanto na autodefesa e na autocomposição há um 
resultado obtido pelas próprias partes, por imposição ou composição. Um 
grande exemplo da heterocomposição é a arbitragem, consagrada pela lei nº 
9.307/96. 
 
 Direito Processual Penal Militar 
 
É um ramo especializado do direito que tem por objetivo permitir a 
aplicação da legislação penal militar por meio de regras processuais que de 
forma semelhante cuidam do processo penal. No Brasil, o direito processual 
penal militar está materializado pelo Código de Processo Penal Militar, que é o 
Decreto-lei nº 1002/1969, que cuida dos procedimentos ordinário e especial, a 
serem observados no curso dos processos perante a Justiça Militar da União e 
a Justiça Militar do Estado. 
 
O direito penal militar e o direito processual penal militar têm um 
público alvo em torno de um milhão de pessoas, entre os militares da ativa e da 
reserva das Forças Armadas e das Forças Auxiliares, Polícias Militares e 
Corpos de Bombeiros Militares. O Processo Penal Militar detém regramentos 
específicos e diferenciados em face do Processo Penal Comum, tanto em 
razão dos procedimentos de Polícia Judiciária quanto nos tipos de processos 
ordinários e de procedimentos especiais. 
 
 
65 
 
Direito da Seguridade Social 
 
O Direito da Seguridade Social é o conjunto de princípios, de regras e 
de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos 
indivíduos contra contingências que os impeçam de prover suas necessidades 
pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à 
saúde, à previdência social e à assistência social. 
 
São princípios da seguridade social: a) a universalidade da cobertura e 
do atendimento; b) a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; c) a seletividade e distributividade na prestação 
dos benefícios e serviços; d) a irredutibilidade do valor dos benefícios; e) a 
equidade na forma de participação do custeio; f) a diversidade da base de 
financiamento; g) o caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados. 
 
A Seguridade Social é custeada por toda a sociedade, de forma direta, 
através das contribuições, e indireta, através dos impostos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
contribuições dos empregadores. 
 
A Previdência Social é o segmento da Seguridade Social destinado a 
estabelecer um sistema de proteção social, mediante contribuição, que tem por 
objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e à 
sua família, quando ocorrer certa contingência prevista em lei. 
 
A Previdência Social atende: a) a cobertura dos eventos de doença, 
invalidez, morte e idade avançada; b) a proteção à maternidade, especialmente 
à gestante; c) a proteção do trabalhador em situação de desemprego 
involuntário; d) a concessão do salário-família e auxílio-reclusão para os 
 
66 
 
dependentes dos segurados de baixa renda; e) a pensão por morte do 
segurado ao cônjuge ou companheiro e dependentes. 
 
O segurado da Previdência Social tem direito aos seguintes benefícios: 
a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade aos 65 anos para o 
homem e aos 60 para a mulher; c) aposentadoria por tempo de contribuição 
(35 anos para homem e 30 para mulher); d) auxílio doença; e) salário-
maternidade; f) auxílio-acidente; g) salário-família; h) seguro-desemprego. 
 
A Assistência Social é destinada a estabelecer uma política social aos 
hipossuficientes, por meio de atividades particulares e estatais, visando à 
concessão de pequenos benefícios e serviços, independentemente de 
contribuição por parte do próprio interessado. 
 
A Assistência Social envolve: a) a proteção à família, à maternidade, à 
infância, à adolescência e à velhice; b) o amparo às crianças e adolescentes 
carentes; c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; d) a habilitação 
e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e ao idoso que 
comprovem

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