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DPC GO constitucional aula 1 semana 1 blocos 1 2 3 e 4 renata


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CURSO – Delegado de Polícia Civil de Goiás de 2018 Nº 01 
 
DATA – 04/06/2018 
 
DISCIPLINA – Direito Constitucional 
 
PROFESSOR – Renata Abreu 
 
MONITOR – Bruna Pereira 
 
AULA 01 – Semana 01 
 
 
 
 
Sumário 
 
PODER CONSTITUINTE ................................................................................................................ 1 
 1. Poder Constituinte Originário: ......................................................................................... 1 
2. Poder Constituinte Derivado: ......................................................................................... 2 
3. Poder Constituinte Difuso: ............................................................................................. 3 
4. Aspectos práticos relacionados com o Poder Constituinte Originário: ........................... 3 
 
 
 
 
 
(Bloco 01) 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
1. Poder Constituinte Originário: 
 
 Classificações: 
 
- Fundacional: histórico, responsável pela primeira Constituição de um Estado. 
- Pós-fundacional: responsável pela elaboração das demais Constituições do Estado. 
 
- Material: conjunto de forças político-sociais que vai eleger as matérias mais importantes para 
aquele Estado, que vão integrar o conteúdo da Constituição de um determinado Estado. 
- Formal: elaboração, confecção, redação do documento constitucional. 
 
 Titularidade: 
 
É do povo, ideia de soberania popular. 
Doutrina clássica: Emmanuel Sieyès, obra - “O que é o terceiro Estado?” 
 
Titularidade X Exercício 
Exercício -> democrático indireto (Assembleia Nacional Constituinte – ANC). 
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-> outorga (não há participação popular na elaboração do documento 
constitucional. 
 
 Natureza: 
 
- Escola jus naturalista: poder de direito, pois reconhece o direito natural. 
- Escola positivista: poder de fato (funda-se em si mesmo, é meta-jurídico) e poder político 
(fruto das forças sociais que o criam). 
 
 Características: 
 
- Inicial: o surgimento de uma nova Constituição representa o rompimento com a ordem 
jurídica anterior e inauguração de uma nova ordem jurídica daquele Estado. 
 
Obs.: 
Nem mesmo o direito adquirido resiste ao Poder Constituinte Originário. Direito adquirido -> na 
situação que o indivíduo já preencheu todos os requisitos para aquisição de uma vantagem, 
mas ainda não iniciou o desfrute (art. 17, ADCT). 
 
- Ilimitado: ausência de limites jurídicos (dentro de uma perspectiva positivista). 
- Incondicionado: ausência de limites jurídicos (dentro de uma perspectiva positivista). 
- Permanente: permanece em estado de latência. 
 
(Bloco 02) 
 
2. Poder Constituinte Derivado: 
“Poderes Constituídos” 
 
- Decorrente: responsável pela capacidade de auto-organização dos estados membros para 
criarem suas Constituições Estaduais. Art. 25, CF e art. 11, ADCT. 
Pode ser: 
 Instituidor -> responsável pela criação da Constituição estadual. 
 Reformador -> responsável pelas alterações no texto da Constituição do Estado. 
 
Obs.: 
1ª) DF (Distrito Federal) – A LODF representa uma expressão do Poder Constituinte Derivado 
Decorrente? SIM (entendimento do STF). É subordinada somente à Constituição Federal. A 
LODF pode ser parâmetro para o controle de constitucionalidade de leis distrais, perante o 
Tribunal de Justiça do próprio Distrito Federal. 
2ª) LO municipal é expressão do Poder Constituinte Derivado Decorrente? NÃO! A lei orgânica 
não pode equivaler a uma “Constituição Municipal”. A lei orgânica municipal é subordinada 
tanto a Constituição do Estado, quanto a Constituição Federal (há dupla subordinação). 
 
 
- Reformador: responsável pelas alterações textuais/formais na Constituição Federal de 1988. 
A Constituição de 1988 é rígida – exige um procedimento mais solene para sua alteração. 
Reforma constitucional (alterações formais na CF): 
 Revisão constitucional -> art. 3º, ADCT. Alteração global. 
 Emenda constitucional -> forma, atualmente, de alterar a CR/88. É alteração pontual. 
Art. 60, CF. 
 
<>Há limitações (explícitas): 
> Formais (procedimentais): legitimidade, art. 60, I, II e III, CF. votação da 
PEC com duas Casas, dois turnos e quórum de 3/5, art.60, §2º, CF. Promulgação 
pelas Mesas, art. 60, §3º, CF. Princ. da irrepetibilidade, art. 60, §5º, CF. 
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> Materiais (cláusulas pétreas): art. 60, §4º, CF. 
> Circunstanciais: art. 60, §1º, CF. (Intervenção federal, estado de defesa e 
estado de sítio). 
<>Há limitações (implícitas): exemplos: impossibilidade de revogar as 
cláusulas pétreas; acabar com a titularidade do Poder Constituinte. 
 
“Teoria da dupla revisão”: possibilidade de revogar um direito fundamental, revogando-se 
anteriormente a ele uma cláusula pétrea, que impedia o surgimento de proposta de emenda a 
abolir um direito fundamental. Teoria muito criticada. 
 
 
 Características: 
 
- Secundário (deriva do Poder Constituinte Originário) 
- Limitado (limitações em relação ao procedimento) 
- Condicionado 
 
 Natureza: 
 
Poder de direito (natureza jurídica). 
 
(Bloco 03) 
 
3. Poder Constituinte Difuso: 
 
Alterações informais na Constituição (de interpretação, sem que haja alteração em seu texto). 
Mutação constitucional: 
- Interpretação constitucional: interpretações que são, normalmente, realizadas por agentes 
públicos, pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ideia de sociedade aberta de 
intérpretes – Peter Häberle. 
- Costumes constitucionais: atos/atitudes que são utilizados com recorrência pelas 
pessoas/órgãos públicos que trazem ideia de aceitação e até com caráter de obrigatoriedade. 
Exemplo: “emendas jabutis” (contrabando legislativo) – inserção de emendas nos projetos de 
leis de conversão que não possuem pertinência com a medida provisória original. Não é mais 
admitida no nosso ordenamento jurídico. 
- Limites: caráter semântico da norma. Princípios constitucionais. 
 
4. Aspectos práticos relacionados com o Poder Constituinte Originário: 
(Dinâmica constitucional) 
 
 Recepção X Não-recepção: 
 
 
Exemplo: Constituição 1 Constituição 2 revoga globalmente a Constituição 1 
 
 
Lei 
 
Deve-se verificar a compatibilidade da lei com a nova Constituição. 
 
 Compatível –> recepção 
- Com mesmo status 
- Outro status 
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Regra: incompatibilidade formal não impede a recepção. 
 
 Incompatível –> não-recepção 
Consequência: revogação (e não inconstitucionalidade superveniente). 
Revogação # Inconstitucionalidade superveniente 
Para a norma ter aplicabilidade deve-se atender a 3 requisitos: existência (vigência da 
norma), validade (é a compatibilidade da norma com a Constituição) e eficácia. 
A revogação acaba com a existência/vigência da norma. 
A declaração de inconstitucionalidade acaba com a validade da norma. 
 
Ao verificar a recepção ou não-recepção, é a análise da compatibilidade material (conteúdo). 
 
Regra: incompatibilidade formal não impede a recepção. 
Exemplo 1: 
 
 
Constituição 1 Constituição 2 (revogoua Const. 1) 
(Determinada matéria de competência da União) (atribuiu a competência para os 
Estados) 
 
 
 Lei federal 
A lei federal (regulando essa matéria) -> será recepcionada com status de lei estadual. 
Há uma incompatibilidade em sentido formal – regra: incompatibilidade formal não impede a 
recepção. 
 
Exemplo 2: 
 
 
Const. 1 Const. 2 (revogou a Const. 1) 
(Competência dos Estados) (Competência da União) 
 
 
26 leis estaduais 
1 lei do DF (exercício da 
comp. Estadual) 
 
26 leis estaduais e 1 do DF -> Não há como federalizarem-se 26 leis estaduais e 1 lei do DF. 
O vício/incompatibilidade formal impediu a recepção – exceção (o que impede a recepção é o 
vício formal de um ente federativo menor para o maior). 
 
(Bloco 04) 
 
Lei 1079/50 – foi criada na época da Constituição de 1946. A ação que admite uma norma pré-
constitucional como objeto para discutir sua compatibilidade com a CR/88 é a ADPF – juízo de 
recepção. A ADI só admite normas pós CR/88. 
 
 
Const. 1 Const. 2 (revogou a Const. 1) 
 
 
Lei que tem um vício no processo legislativo, 
mas nunca foi declarada inconstitucional. 
As leis/atos normativos possuem presunção relativa de constitucionalidade. 
Se essa lei tiver materialmente compatível com a Constituição 2, será recepcionada? NÃO. Pois 
se a lei possui um vício congênito (“ab origini”), não poderá ser “salva” pela recepção – 
entendimento majoritário. 
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Quando o Poder Judiciário vai realizar a recepção de uma norma tem que analisar: 
 
 
Ausência de vício material com relação à nova Constituição (Const. 2) 
Recepção 
 Ausência de vício “ab origini” (vício com relação à Constituição 1). 
 
 
 Desconstitucionalização: 
 
 
Const. 1 Const. 2 (revoga a Const. 1 e recepciona normas da Const. 
Com status de lei, com status de norma infraconstitucional). 
(normas constitucionais) 
 
 
 Requisitos: 
1º) Compatibilidade material com a Constituição 2. 
2º) Existência de previsão expressão na Constituição 2. 
 
Questão de prova: A CR/88 previu expressamente o fenômeno da desconstitucionalização, 
verdadeiro ou falso? FALSO! 
 
 Recepção material de normas constitucionais: 
 
Const. 1 Const. 2 (revoga a Const. 1, mas recepciona normas 
da 
(normas constitucionais) Const. 1, com status de normas constitucionais). 
 
 Requisitos: 
1º) Compatibilidade material com a Const. 2 
2º) Previsão expressa na Const. 2 
3º) Prazo certo 
 
Questão de prova: A CR/88 previu expressamente o fenômeno da recepção material de 
normas constitucionais? SIM, no art. 34, ADCT. 
 
 Repristinação: 
 
 
Const. 1 Const. 2 (revoga a Const. 1) Const. 3 (revoga a Const. 2) 
Lei X 
 
Incompatível materialmente com a Const. 2 
Não recepção (revogação) 
Const. 2 é a norma revogadora e a Lei X é a norma revogada. 
Com a revogação da norma revogadora, se a lei X tiver compatível com a Const. 3, 
volta a vigorar? Se volta a vigorar está admitindo a repristinação, porém a 
repristinação é somente mediante previsão expressa.

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