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ELAINE CRISTINA SOUZA DA SILVA LIDIANE KÁTIA DA SILVA CONTARINI TADEU SOUZA PEREIRA COMPLEXO BARREIRO ARAXÁ -MG 1 - RESUMO A porção oeste de Minas Gerais, em particular as rochas alcalinas que ali ocorrem, têm sido desde longo tempo motivo de interesse da comunidade geológica brasileira e internacional. A região de Araxá, por exemplo, foi objeto de prospecção de recursos minerais desde o século XVIII. Durante a década de 1950 ficou estabelecida a importância econômica de intrusões alcalinas contendo significativos depósitos de fosfato e nióbio.O minério é o próprio carbonatito. Geralmente os teores de rocha são baixos e é lavrado somente o manto de concentração residual e/ou supegênica formado pelo intemperismo sobre a parte carbonatitica dos complexos 2 – INTRODUÇÃO Dividindo as bacias do Paraná e Sanfranciscana, nesta região, ocorre uma importante estrutura alongada segundo NW-SE, denominada Arco do Alto Paranaíba, cujo soerguimento iniciou no Eocretáceo, mas foi particularmente intenso durante o Neocretáceo, influenciando decisivamente a evolução tectono-estratigráfica independente das duas bacias. O intemperismo tropical predominante na região e os padrões de drenagem centrípeta desenvolvidos a partir de encaixantes mais resistentes resultaram no desenvolvimento de uma cobertura de solo muito espessa na maioria dos complexos, favorecendo a concentração econômica do fosfato e nióbio tradicionalmente explorados na região, além de concentrações de titânio ainda não aproveitadas comercialmente. Principais Complexos Alcalino-Carbonatíticos do Brasil 3- LOCALIZAÇÃO DO COMPLEXO DE ARAXÁ Situado cerca de 6km ao sul da cidade homônima, o complexo de Araxá, também conhecido como Barreiro, é um dos mais importantes complexos alcalino-carbonatíticos do mundo, contendo expressivos recursos minerais. Hospeda a maior reserva mundial de nióbio (bariopirocloro) e é minerado para fosfato e nióbio. 4 – CONTEXTO GEOLÓGICO O Complexo Alcalino-Carbonatítico do Barreiro está centrado nas coordenadas 46°23’88”W e 19°39’66”S, situado em meio a xistos e quartzitos do Grupo Ibiá, uma escama tectônica encimada pelo Grupo Araxá e sobreposta ao Grupo Canastra, compondo a Sinforma de Araxá, que se apresenta como uma dobra regional localizada na porção Sul da Faixa Brasília. Esta área é coberta por uma série de levantamentos magnéticos e gamaespectrométricos denominada Área 7, realizados por um convênio entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG) no ano de 2006, conforme representado na Figura 2. Figura 2. Localização e contexto geológico do levantamento aerogeofísico sobre a região de Araxá (MG). Modificado de CPRM/CODEMIG (2006) e Seer (1999). 4.1 – ESTUDO DA GEOLOGIA DO COMPLEXO O Complexo Carbonatítito do Barreiro (CCB), encontra-se intrudido em quartzitos e xistos do Grupo Araxá, possui forma estrutura dômica, aproximadamente circular, com cerca de 4,5 km de diâmetro (Figura 4). O CCB é formado por uma seqüência de eventos intrusivos divididos em dois ciclos principais. A primeira fase culminou com o posicionamento de rochas ultramáficas (piroxenitos e peridotitos) nos metassedimentos proterozóicos. A segunda fase ocorreu ao longo de um ciclo intrusivo acompanhado de alteração metassomática, causada por fluídos ricos em álcalis gerados a partir de um magma carbonatítico originalmente alcalino na área da lavra da mina de Araxá Figura 3. Mapa Geológico do Complexo Carbonatítico do Barreiro (Adaptado de Silva et al. 1979) 4.2- A ESTRUTURA DOS MINERAIS PRESENTE NO COMPLEXO Os carbonatitos geralmente ocorrem como parte de intrusões alcalino-ultrabásico com composições ijolíticas diferenciadas, São estruturas vulcânicas ou plutônicas complexas com varias fases diferenciadas, mas com dimensões relativamente pequenas. Araxá, um dos maiores e o mais importante complexo alcalino-carbonatítico conhecido, tem diâmetro médio de cerca de 4 Km. Figura 4. Diagrama AFM 5 - DEPÓSITOS ENCONTRADOS NO COMPLEXO DE ARAXÁ Verificam-se diferentes litologias, associadas ao seu processo evolutivo, representado na Figura 5A, iniciado pela intrusão de rochas ultrabásicas seguidas pela intrusão de carbonatitos responsáveis pela transformação das rochas ultrabásicas em glimeritos, que representam o material predominante no complexo. Dentre as litologias atualmente predominantes no complexo, podemos citar, além dos glimeritos (carbonatitos com Fe, Mg e Al associados), beforsitos (dolomita-carbonatito), presentes em todo o complexo, e sovitos (carbonato-carbonatitos), restritos à porção NW do Complexo, todos dispostos em uma configuração aproximadamente circular com cerca de 4,5 km de diâmetro, conforme representado na Figura 5B. Figura 5. Geologia do Complexo Alcalino do Barreiro: (A) processo evolutivo; (B) configuração geológica atual. Modificado de Biondi (2003). 5.1- VARIEDADES, DIMENSÕES E TEORES DOS DEPÓSITOS No Complexo do Barreiro as rochas mostram-se intensamente meteorizadas, apresentando um perfil laterítico de até 230m de profundidade. O intemperismo provocou a formação da maior jazida de nióbio do mundo com reservas estimadas em 460.000.000t de pirocloro, a 2,5% de Nb2O5. Ao lado desta jazida de nióbio, no mesmo complexo, ocorre uma importante jazida de fosfato, com reservas estipuladas em 123.000.000t de minério apatítico a 6% de P2O5. A zona portadora de apatita pode ser dividida em três tipos de minérios (Tabela 2). (i) Minério Oxidado - corresponde à tipologia atualmente em lavra, contendo elevado teor de apatita e óxidos de ferro, e baixo teor de carbonatos, pode ainda ser classificado em dois subtipos, argiloso e cimentado, o minério mais argiloso é friável e possui teores de P2O5 apatítico em torno de 10% o minério cimentado é mais coeso, possui teores de P2O5 apatítico acima de 15% e é freqüentemente recortado por veios de barita; (ii) Minério Micáceo e Carbonático – contém elevada porcentagem de minerais do grupo da mica (vermiculita, hidrobiotita e clorita) (iii) Minério Carbonático – contém tanto calcita quanto dolomita. Tabela 2 – Composições mineralógicas médias (%) dos diferentes tipos de minério da mina de Araxá, MG, da Fertilizantes Serrana S/ª 6 – UTILIZAÇÃO DO RECURSOS EXTRAÍDOS DO COMPLEXO Entre os usos mais importantes, estão os produtos de alta tecnologia que utilizamos no dia a dia, como equipamentos de telecomunicações, fibra ótica, veículos elétricos e híbridos, turbinas para produção de energia eólica, lasers, monitores de LCD e plasma, componentes eletrônicos (chips, CDS, HDs), lâmpadas luorescentes de alta performance, equipamentos de medicina e odontologia. Catalisadores para refino de petróleo e agentes de polimento de lentes e espelhos de alta qualidade são também outras aplicações; 1 - Fibra Ótica 2 - Monitores de LCD e plasma 3 - Chips 4 – Lâmpadas Fluorescentes 7 - Equipamentos de Medicina 5 - Turbinas para produção de energia eólica 6 - HDs 8- Equipamentos de Odontologia 7 - CONCLUSÃO Neste trabalho foi possível identificar a região, constatar a presença de vários depósitos, caracterizar os diferentes minerais presentes no complexo carbonático de Araxá e suas apliações.Neste depósito do complexo de Araxá existem muitas espécies minerais, contudo poucas são aquelas que apresentam concentrações suficientes de modo a constituir depósitos minerais com interesse econômico. FIM Plan1 Complexos Alcalino - Carbonatíticos do Brasil 1 - Anitápolis /SC 13 - Serra Negra/ MG 2 -LageS/SC 14 - São Gotardo/ MG 3 - Mato Preto/PR 15 - Catalão I/ GO 4 - Jacupiranga/ SP 16 - Catalão II/ GO 5 - Juquiá/ SP 17 - Santo Antônio da Barra/ GO 6 - Ipanema/ SP 18 - Caiapó/ GO 7 - Itanhaém/ SP 19 - Morro do Engenho/ GO 8 - Barra do Itapirapuã/ SP 20 - Angico dos Dias/ BA 9 - Barreiro Araxá/ MG 21 - Mutum/ PA 10 - Maicuru/ PA 22 - Seis Lagos/ AM 11 - Tapira /MG 23 - Três Estradas/ RS 12 - Salitre /MG 24 - Joca Tavares/ RS
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