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1 História e epidemiologia das feridas (1)

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ENFERMAGEM EM FERIDAS E ESTOMAS
Lúcia Margarete dos Reis
Enfermeira e Coordenadora CAPS II
Residente em Gerência de Serviços de Enfermagem - UEL
Mestre em Enfermagem - UEM
Doutora em Enfermagem - UEM
FACULDADE SANTA MARIA DA GLÓRIA
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
HISTÓRIA DO CUIDADO DE FERIDAS
PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE – garantia da integridade física por meio dos cuidados com a pele.
RELATOS BÍBLICOS – “chagas” de Caim após luta com Abel, filhos de Adão e Eva. 
PRÉ-HISTÓRIA - utilização de plantas ou extratos botânicos, presas de formigas, água, neve, gelo, frutas e lama sobre as feridas. Ervas também eram ingeridas. Lesão era tratada aberta.
ANTIGUIDADE / MESOPOTÂMIA – feridas lavadas com água ou leite e realizavam o curativo com mel ou resina, lã de carneiro, folhas e cascas de árvore como cobertura. Fechar a lesão é melhor!
1550 a.C. – mais de 700 substâncias utilizadas (babosa, Aloe vera, alho, cebola, mel, própolis, figo, óleo de oliva, mamona e de acácia, café, açúcar, arnica, camomila e alguns minerais com o objetivo de “depurar” o organismo. Carne fresca para estancar a hemorragia.
460 a 377 a.C. – feridas contusas eram tratadas com calor e pomadas para promover a supuração e reduzir a inflamação, redução do material necrosado. 
Feridas tratadas com ervas medicinais, mel e leite, vinagre para assepsia e aplicação de emplastros, além de banhas, secreção do caramujo, cauterização das feridas com óleos ferventes ou ferro quente. 
Manutenção do local seco e desbridamento.
129 a 199 d.C. – Galeno, cirurgião dos gladiadores e médico do imperador Marco Aurélio, fundou a teoria do “pus louvável” (secreção purulenta cura a ferida), portanto deveria ser estimulado. Eficácia da tinta de escrever, teias de aranha e argila.
200 d.C. – Celsus descreveu sinais prodrômicos da inflamação (dor, calor, rubor e edema). Classificou diferentes tipos de lesões. Preconizou o fechamento primário das leões recentes e o desbridamento das lesões contaminadas.
SÉCULO 14 – surgimento da ferida por arma de fogo.
SÉCULO 16 – acreditava-se que as feridas por arma de fogo eram envenenadas – cauterização com ferro em brasa ou óleo fervente para combater a ação tóxica da pólvora. 
Devido escassez foi substituído por uma mistura de gema de ovo, óleo de rosas e terebintina (solvente originado do pinheiro). Mais eficaz do que o óleo fervente!
Terebintina,, terebentina ou trementina é um líquido obtido por destilação de resina de coníferas.
É um líquido normalmente incolor, mas pode se apresentar levemente colorido por causa de alguma impurezas, com aroma forte e penetrante de pinho (quando fabricado a partir de resina de pinheiro). É um bom solvente, sendo usado na mistura de tintas, vernizes e polidores. É constituído principalmente por terpenos.
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SÉCULOS 18 e 19 – desenvolvimento da química – descoberta do cloro e iodo para limpeza da pele.
GUERRA DA CRIMÉIA (1853 A 1856) – de um exército com 300 mil homens, aproximamente 100 mil morreram em decorrência de feridas. Vítima de erisipela, “escaras”, septicemia e gangrenas com amputação de membros.
Florence Nightingale (1820 – 1910) – precursora da Enfermagem Moderna foi a principal responsável pela redução drástica da porcentagem de mortes dos soldados da coligação com medidas simples, como a... 
LAVAGEM DAS FERIDAS E DAS MÃOS
1822 a 1895 – Louis Pasteur – Teoria Microbiológica das Doenças. 
Tratamento de feridas com antissépticos e agentes tópicos com ação antimicrobiana, bem como na proteção delas com cobertura seca, no sentido de prevenir a contaminação e a infecção. 
Os antissépticos usados eram: líquido de dakin, eusol, iodo, ácido carbólico (spray) e cloretos de mercúrio e alumínio.
SÉCULO 20 – Advento dos antibióticos por aplicação local, por pulverização ou incorporação no próprio curativo. 
1929 – Alexandre Flening usou penicilinas para tratar infecção, questionou o uso de antissépticos (antimicrobianos) devido a sua toxicidade. 
Nesta época, os curativos tornaram-se estéreis e os procedimentos passaram a seguir técnicas assépticas.
Décadas de 1930 e 1940 - o tratamento de feridas passou gradualmente para a esfera da enfermagem, e o cuidado das lesões ampliou-se com o desenvolvimento da técnica asséptica de fazer curativos geralmente sem tocar no indivíduo.
Final da década de 1950 e início da de 1960 –novos estudos e conceitos, com técnicas que indicavam a importância da higienização do leito da lesão, mantendo-o limpo e úmido, com a certeza de que isso aceleraria o processo de cicatrização.
Década de 1960 – a partir de George Winter, foi possível detectar a importância dos primeiros cofatores para o tratamento tópico das feridas e relevância da manutenção da ferida coberta, úmida, com temperatura e pH controlados.
DÉCADA 1990 – começaram a surgir no Brasil pesquisadores e estudos sobre o tratamento de feridas em meio úmido. 
As escolas de enfermagem ainda ensinavam os princípios da manutenção dos curativos secos e o uso de antissépticos, como ácido acético, líquido de dakin, mercúrio-cromo, iodo e ácido acético, entre outros. 
Surgimento de materiais para uso desde a assepsia até o desbridamento, para diminuição da população bacteriana, controle do exsudado e como estímulo à granulação.
1997 – idealização da terapia por pressão negativa, idealizada por Argenta e Morikwas, e introduzida no Brasil em 2003.
Dias atuais...
17
Panorama epidemiológico das feridas
Epidemiologia das Feridas
Expectativa de vida para 73,17 anos (IBGE, 2009).
Doenças degenerativas de maior relevância que contribuem para a cronicidade de úlceras complexas:
Diabetes mellitus - aproximadamente 6% da população geral apresenta diabetes mellitus, acometendo 12 milhões de pessoas (IBGE, 2010).
Hipertensão arterial - prevalência nas diversas cidades brasileiras está entre 22,3 e 43,9%. Na faixa etária maior de 60 anos, a incidência chega a superar 50%.
Variações no percentual de indivíduos expostos a fatores de risco para doenças crônicas no conjunto da população adulta (18 anos ou mais da cidade de São Paulo no período entre 2006 e 2011). Adaptada de Vigitel/MS, 2006 a 2011.
Uma das complicações a longo prazo mais temidas ocasionadas pelo diabetes é a neuropatia diabética, que afeta 60 a 70% das pessoas. 
Aquelas com diagnósticos de diabetes mellitus apresentam um risco 15 a 40 vezes maior de serem submetidas a uma amputação do que os não diabéticos.
Estima-se que a incidência de feridas crônicas em uma população é de 3 a 5 casos novos por 1.000 habitantes ao ano.
Distribuição de pessoas com feridas crônicas segundo faixa etária. Adaptada de SIGA-Saúde, 2012
Sistema de Gestão Integrada da Saúde Pública. Período de janeiro de 2011 a outubro de 2012.
Distribuição de pessoas com feridas crônicas segundo doenças preexistentes. DM = diabetes mellitus; HAS = hipertensão arterial sistêmica. Adaptada de SIGA-Saúde,
Distribuição de pessoas com feridas crônicas segundo etiologia das lesões. Adaptada de SIGA-Saúde, 2012.
Distribuição de pessoas com feridas crônicas segundo estado nutricional. IMC = índice de massa corporal. Adaptada de SIGA-Saúde, 2012.
As feridas fazem parte da história da humanidade.
O tratamento das feridas continua passando por uma série de processos em busca de qualidade e eficácia.
Mesmo com a grande evolução nos princípios de tratamentos tópicos de feridas, é ainda comum encontrar condutas inadequadas ou mesmo produtos ineficazes e até prejudiciais ao processo de cicatrização. 
Concluindo...
Referência 
Gamba MA, Petri V, Costa MTF. Feridas: prevenção, causas e tratamento. 1. ed. - Rio de Janeiro : Santos Ed., 2016. 352.

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