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Embriologia Medicina UFMG Jade Guimarães Turma 146 Sistema digestório - Embriologia Intestino primitivo se forma na quarta semana a partir das pregas cefálicas que envolvem o saco vitelinico. O endoderma do intestino primitivo origina maior parte do epitélio e das glândulas do trato digestivo enquanto o ectoderma origina o epitélio das extremidades - estomodeu e proctodeu - . Os tecidos muscular, conjuntivo e outras camadas da parede do trato digestivo são originadas a partir do mesênquima esplâncnico. Didaticamente, o intestino primitivo é dividido em anterior, médio e posterior. Intestino anterior: origina a faringe primitiva e seus derivados, o sistema respiratório inferior, o esôfago, o estômago, o duodeno na região próxima ao ducto biliar, o fígado, o aparelho biliar, e o pâncreas. Desenvolvimento do esôfago: é separado da traqueia pelo septo traqueoesofágico. Inicialmente é curto,mas alonga-se devido a proliferação celular e atinge seu comprimento normal na sétima semana de desenvolvimento. ATRESIA ESOFÁGICA: desvio do septo traqueoesofágico levando a uma separação incompleta do esôfago e tubo laringotraqueal e uma obstrução do canal esofágico. Correção é realizada cirurgicamente. ESTENOSE ESOFÁGICA: estreitamento da luz do esôfago, frequentemente no terço distal. Desenvolvimento do estômago: a porção final do intestino anterior é uma estrutura simples tubular. Na quarta semana,inicia-se um processo de dilatação dessa região e a face dorsal dilata-se mais rapidamente que a face ventral, demarcando a grande curvatura do estômago. Durante o crescimento dessa estrutura, o estômago faz uma movimentação de 90º em sentido horário, ocupando a sua posição final. O estômago está suspenso na parede dorsal da cavidade abdominal pelo mesentério dorsal e o mesentério ventral prende estômago e duodeno ao fígado e à parede abdominal ventral. Bolsa omental: Desenvolvimento do duodeno: desenvolve-se a partir da porção caudal do intestino anterior e da porção cranial do intestino médio. A junção dessas porções se dá logo após a origem do ducto biliar e cresce rapidamente em uma alça em forma de C. Com a rotação do estômago,o duodeno posiciona-se retroperitonealmente. Na quinta e sexta semana o duodeno é obliterado pela proliferação celular e sua vacuolização ocorre no final do período embrionário. ESTENOSE DUODENAL: oclusão parcial da luz do duodeno. ATRESIA DUODENAL: oclusão completa da luz do duodeno. Desenvolvimento do fígado e do aparelho biliar: forma-se um brotamento ventral, o divertículo hepático, que cresce rapidamente e divide-se em duas porções. A parte cranial,maior, é o primórdio do fígado. O fígado cresce rapidamente e a quantidade de sangue oxigenado que flui da veia umbilical para essa estrutura é que determina seu desenvolvimento e segmentação funcional. A hematopoiese inicia-se na sexta semana, dando o aspecto avermelhado e brilhante do órgão. A produção de bile inicia-se na 12ª semana. A porção caudal do divertículo forma a vesícula biliar, e o pedículo do divertículo origina o ducto cistico, que quando ligado aos ductos hepáticos e ao duodeno,torna-se ducto biliar. Desenvolvimento do pâncreas: o pâncreas origina-se dos brotos pancreáticos ventral (forma processo uncinado e cabeça do pâncreas) e dorsal (ducto pancreático - sendo que o broto ventral também contribui na formação dessa estrutura). Desenvolvimento do baço: não origina-se do intestino anterior mas é descrito no sistema digestório por se formar a partir de uma massa de células mesenquimais provenientes do mesogástrio dorsal. O baço é lobulado no feto mas ocorre a fusão durante a gestação. É o principal órgão hematopoiético na vida fetal, mantém seu potencial na vida adulta mas atua efetivamente como órgão linfóide. Intestino médio: origina o intestino delgado, o ceco, o apêndice, o colo ascendente e a metade a dois terços do colo transverso. Desenvolvimento dos intestinos: Há o alongamento do intestino médio,formando a alça intestinal média, que se projeta para o remanescente celoma extraembrionário, na porção inicial do cordão umbilical. Esse movimento do intestino é uma hérnia umbilical fisiológica que ocorre na sexta semana. A alça intestinal média comunica-se com o saco vitelínico via pedículo vitelínico até a décima semana. A hérnia umbilical ocorre pela insuficiência de espaço abdominal para o crescimento do intestino. Enquanto está dentro do cordão umbilical, a alça intestinal média roda 90º no sentido horário e durante essa rotação o intestino médio se alonga e forma as alças intestinais. Na décima semana, o intestino retorna para a cavidade abdominal devido ao maior espaço disponível após redução do tamanho do fígado e dos rins. O intestino delgado retorna primeiro e ocupa parte central do abdômen. Quando o intestino grosso retorna, ele sofre mais uma rotação (180º graus sentido anti horário) e mais tarde ocupa o lado direito do abdomên. O colo ascendente se torna reconhecível a medida que a parede abdominal posterior cresce. Quando os intestinos se dilatam, se alongam e assumem suas posições finais, seus mesentérios são pressionados contra a parede abdominal posterior. O mesentério do colo ascendente se funde com o peritônio parietal e desaparece. Outros derivados da alça intestinal média retêm seus mesentérios. Desenvolvimento ceco e apêndice: na sexta semana aparece o primórdio do ceco e do apêndice, o divertículo cecal. O apêndice cresce rapidamente em comprimento. Após o nascimento, a parede do ceco cresce de maneira desigual e de acordo com esse crescimento e com o alongamento de outras estruturas,como o colo ascendente,por exemplo, o apêndice fica sujeito a diversas variações anatômicas de posição. Na maior parte das pessoas ele apresenta-se em posição retrocecal. MUITO IMPORTANTE: ONFALOCELE CONGÊNITA: é a persistência de componentes intestinais na porção inicial do cordão umbilical. A correção é feita cirurgicamente mas geralmente é adiada pois na maior parte dos casos, bebês com onfalocele sofrem de hipoplasia pulmonar ou torácica. HÉRNIA UMBILICAL: ocorre quando os intestinos retornam para a cavidade abdominal na décima semana mas herniam devido a um fechamento imperfeito do umbigo. Distoa da onfalecele pois a massa protusa é geralmente o omento maior e pequena parte do intestino delgado,sendo eles recobertos por camada subcutânea e pele. Só é corrigida cirurgicamente se não desaparecer até entre 3-5 anos de idade. GASTROQUISE: extrusão das vísceras abdominais sem envolvimento do cordão umbilical. As vísceras saem para a vesícula amniótica e são banhadas pelo líquido amniótico. VÔLVULO DO INTESTINO MÉDIO: posicionamento errôneo do intestino médio devido a uma má rotação ou rotação incompleta, o que leva a uma deformação da estrutura. O intestino delgado fica 'pendurado' por um estreito pedúnculo que contém a veia e artéria mesentérica superior. Quando ocorre o vôlvulo, artéria pode ser obstruída, resultando em infarto e gangrena do intestino. Intestino posterior: origina terço esquerdo até a metade do colo transverso, o colo descendente e o colo sigmóide, o reto e parte superior do canal anal, o epitélio da bexiga urinária e a maior parte da uretra. Desenvolvimento do intestino: o mesentério do colo descendente se funde à parede abdominal posterior e ele se torna retroperitoneal. O mesentério do cólon sigmóide é mantido. Cloaca: é uma câmara na porção terminal do intestino posterior e é revestida por endoderma que entra em contato com o ectorderma superficial na membrana cloacal. A cloaca recebe o alantoide ventralmente,que é um divertículo digitiforme. A cloca é septada em porções dorsal e ventral pelo septo urorretal. Quando esse septo cresce em direção à membrana cloacal, desenvolve extensões bifurcadas que produzem pregas nas paredes laterais da cloaca. Essas pregas crescem uma em direção a outra e se fundem formandoum novo septo que divide a cloaca em duas partes : 1) reto e porção cranial do canal anal,dorsalmente. 2) seio urogenital,ventralmente. Na sétima semana o septo urorretal já se fundiu com a membrana cloacal, dividindo-a em membrana anal e membrana urogenital. A membrana anal geralmente se rompe na oitava semana,levando a porção final do trato digestório a se comunicar com a vesícula amniótica. Canal anal: Os dois terços superiores do canal anal são derivados do intestino posterior e o terço inferior se desenvolve do proctodeu. ÂNUS IMPERFURADO E ANOMALIAS ANORRETAIS: Maior parte das anomalias anorretais decorrem de desenvolvimento anormal do septo urorretal e consequente divisão anormal das porções urogenital e anorretal. AGENESIA ANAL: canal anal terminando em fundo cego ou pode haver um ânus ectópico, ou ainda, uma fístula anoperineal que se abre no períneo. ESTENOSE ANAL: estreitamento do canal anal.
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