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Web Aula 1 Unidade 1: Princípios de biossegurança na área de saúde e métodos de controle de microrganismos Para realizar o controle dos microrganismos, nós devemos considerar alguns aspectos de fundamental importância que são de: a) realizar a prevenção na transmissão de doenças; b) monitorizar e prevenir a contaminação ou crescimento de microrganismos no ambiente de saúde; c) realizar métodos seguros que não ofereçam danos aos materiais submetidos aos processos de esterilização. O conceito já foi estudado anteriormente, sobre esterilização, onde significa a total destruição ou eliminação de todas as formas de vida de um objeto ou de um dado material. Já a desinfecção trata-se da destruição parcial dos [...] microrganismos patogênicos, empregado para objetos inanimados. Sepsia significa presença de microrganismos nos tecidos produzindo infecção. O termo anti-sepsia deriva da prevenção de infecção após atos cirúrgicos. Atualmente significa a inibição da proliferação ou a destruição de microrganismos por agentes químicos. Esse termo refere-se geralmente ao uso de substâncias químicas em pele e mucosas, portanto in vivo (JORGE, 2004, grifo do autor). O Ministério da Saúde em Manual de Controle de Infecção Hospitalar (BRASIL, 1994), recomendou a classificação de Spaulding para objetos inanimados, conforme o risco potencial de transmissão de infecção que apresentam. Podemos então realizar uma classificação os materiais ou artigos como artigos críticos, semi-críticos e não críticos. Os artigos críticos são os que penetram nos tecidos subepiteliais, no sistema vascular. Instrumentos que tocam em pele e mucosa não íntegras, devendo estes artigos obrigatoriamente ser esterilizados após sua utilizados. São classificados como artigos semi-críticos todos aqueles que entram em contato apenas com mucosa íntegra, devendo estes artigos ser submetidos ao processo de esterilização, entretanto a desinfecção apenas para àqueles itens que não podem ser esterilizados por procedimentos físicos. Todos aqueles que entram em contato com pele íntegra e ainda os que não entram em contato direto com o paciente são classificados como Artigos não-críticos e devem ser submetidos ao procedimento de desinfecção. As medidas de precauções universais ou medidas padrão Representam conjunto de medidas de controle de infecção, para serem adotadas universalmente, com o objetivo de promover a redução do risco ocupacional e da transmissão de microrganismos nos serviços de saúde. Estas medidas incluem: a) obrigatoriedade do uso de equipamentos de proteção individuais, com a finalidade de impedir que microrganismos provenientes de pacientes através de sangue, fluidos orgânicos, secreções e excreções de pacientes contaminem o profissional de saúde e sua equipe; fazem parte dos EPIs luvas para procedimento, avental impermeável, gorro, máscara e óculos de proteção; b) controle e a prevenção da exposição a sangue e fluidos corpóreos; como também acidentes com instrumentos perfurocortantes; em acidente ocupacional; c) a avaliação dos acidentes de trabalho que envolvam a exposição a sangue e fluidos orgânicos; d) o gerenciamento dos resíduos gerados, e dos procedimentos de descontaminação dos ambientes de saúde. Equipamentos de Proteção Individuais: Gorros descartáveis deverão ser usados durante todo tempo de realização dos procedimentos nos pacientes, pois os cabelos representam importante fonte de infecção. O uso de máscara é indicado na proteção contra a inalação ou ingestão dos aerossóis, protegendo as regiões da boca e nariz, devendo ser descartáveis. Devem ser utilizados por todos os membros da equipe e pelo paciente os óculos, com proteções laterais, sendo que após o termino do atendimento, os óculos contaminados deverão ser lavados com sabonetes líquidos germicidas ou soluções anti-sépticas, enxaguados e devidamente secos com uso toalhas de papel. Os profissionais deverão usar luvas para sua proteção e de seus pacientes, a todo o momento do manuseio deste. Os membros da equipe de atendimento deverão utilizar usar luvas previamente ao manipular artigos críticos na presença de sangue (mesmo coagulado ou seco), em saliva e em superfícies contaminadas por esses fluidos corporais. De maneira alguma a lavagem das mãos antes de calçar as luvas a lavagem criteriosa preliminar das mãos deverá ser descartada, pois promove redução da quantidade de bactérias da pele, prevenindo irritações pelo crescimento de microrganismos. As seguintes normas deverão ser seguidas quanto ao uso das luvas: a) não desinfetar as luvas quando estiverem sujas de sangue ou outros fluidos orgânicos; deveremos desprezá-las em recipientes contendo resíduos contaminados; b) sempre utilizá-las no durante o atendimento de pacientes; c) não realizar desinfecção de luvas por imersão em meios químicos; d) não manusear telefone, abrir portas, gavetas, fumar, etc., usar uma sobreluva; e) remover as luvas imediatamente após o término do tratamento; f) não tocar na face externa das luvas ao removê-las; j) deveremos lavar as mãos assim que remover as luvas; e) o uso das luvas não protege contra perfurocortantes, mas elas podem diminuir a penetração de sangue em até 50% de seu volume; h) para conferir proteção adicional contra a contaminação uso de dois pares de luvas é formalmente indicado em procedimentos cirúrgicos de longa duração ou com sangramento profuso. O uso de sabões líquidos com anti-sépticos é mais eficiente para lavagem de mãos. O uso de toalhas de papel como rotina, em todo o estabelecimento também é recomendado, devendo utilizar toalhas de papel branco, pois as de papel pardo ou coloridas geralmente são produzidas com papel de qualidade inferior e que podem acusar contaminação. Fim! Web Aula 1 Unidade 2: Métodos de controle de microrganismos Os métodos de controle de microrganismos realizados são: A) Esterilização por métodos físicos - esterilização em autoclave – calor úmido. Trata-se da esterilização realizada através do vapor de água, empregamos neste método um aparelho conhecido por autoclave o qual se emprega vapor de água saturado sob pressão e a esterilização ocorre à temperatura de 121º C por período de 15 a 30 minutos, apresentando uma ótima penetração do vapor, distribuído por todas as superfícies do instrumento, apresenta tempo de ciclo curto duração e podendo esterilizar líquidos que contenham água. Alguns cuidados que devemos tomar para realizar a esterilizado em autoclave, diz respeito aos materiais que deverão estar completamente limpos, isto livres de sujidades e também deverão ser acondicionados em pacotes ou embalados de modo correto para que permita a total circulação do vapor; os materiais para realização destas embalagens são o papel manilha oukraf, podemos também utilizar tecido de algodão cru ou filme de poliamida (50 a 100 um de espessura), já o papel alumínio e caixas metálicas fechadas não podem ser utilizados, pois não permitem a total circulação do vapor de água impossibilitando a esterilização. Como precauções: a) jamais devemos utilizar caixas fechadas; b) itens plásticos e de borracha; poderão ser danificados. c) a corrosão de itens metálicos não-inoxidáveis poderá acontecer. Esterilização em Estufas – calor seco Os materiais que não podem ser molhados como algodão, compressas de gaze, óleos, gorduras, ceras e pós, desde que não se alterem pelo aquecimento, para materiais ou instrumentais metálicos e equipamentos de vidro, este método de esterilização deve ser indicado. Para realizar este método, devem-se observar as seguintes recomendações: a) evitar sobrecarregar a estufa, isto é, colocar o material devidamente acondicionado. b) realizar o monitoramento da temperatura que deve ser de 160ºC por 2 (duas) horas ou 170ºC por 1 (uma) hora por meio de um termômetro, respeitar a temperatura desejada. d) após o período de esterilização, não abrir a porta do aparelho subitamente, pois o calor interno é muito superior ao externo, podendodanificar os materiais, principalmente os vidros, como também, pode levar à combustão de papel ou tecidos. Para a realização do preparo prévio do material a ser esterilizado devemos seguir as observações abaixo: a) lavagem de todo o material com escovas, para remoção de sujidade. b) os materiais devem ser submetidos a secagem, que poderá ser realizada através do uso de jatos de ar e manualmente com toalhas de papel; c) papel manilha ou kraft também podem ser utilizados, porem o papel alumínio é o mais recomendado para o acondicionamento ou embalagem. Os indicadores de esterilização são úteis para controle do material que foi ou não submetido ao procedimento de esterilização, Os principais indicadores de esterilidade são químicos e biológicos. Indicadores químicos são tiras ou fitas de celulose impregnadas com substâncias químicas sensíveis a determinadas temperaturas, os esporos bacterianos mais utilizados são do Bacillus subtilis para esterilização pelo calor seco e o B. stearothermophylus para calor úmido. B) Esterilização / Desinfecção por métodos químicos. Os desinfetantes são classificados de acordo com a eficácia em 3 grupos principais: a) alto nível: fazem esterilização. Agem contra fungos, bactérias em forma vegetativa (Gram-positivas e negativas), esporos bacterianos e vírus; b) nível intermediário: capazes de destruir todas as formas de microrganismos, exceto esporos; c) baixo nível: não agem em vírus da hepatite, poliomielite, esporos e M. tuberculosis. A esterilização por métodos químicos líquidos seguem os seguintes passos: a) imergir o artigo na solução adequada: utilizar EPI e garantir ventilação do local. Preencher o interior das tubulações e reentrâncias com auxílio de seringa, se necessário, evitando a formação de bolhas de ar; b) respeitar o tempo de exposição indicado, mantendo o recipiente tampado; c) enxaguar os artigos, inclusive reentrâncias com água esterilizada e técnica asséptica. Recomendam-se múltiplos enxágues para eliminar resíduos do produto utilizado. Usar todo o conteúdo do recipiente de água esterilizada de uma só vez. Evitar recipientes de múltiplo uso; d) secar externamente os artigos, com técnica asséptica e com compressas estéreis e acondicionar o artigo processado em recipientes ou invólucros adequados e estéreis. QUADROS 1 – Principais esterilizantes e ou desinfetantes utilizados em odontologia, citando suas indicações de uso e recomendações. Obs.: O desinfetante Glutaraldeído está de uso proibido pelos órgãos competentes. Desinfetante Indicações de uso Artigos Recomendações Observações Glutaraldeído Esterilização a frio de artigos críticos termossensível Desinfecção de alto nível deartigos termosensíveis (2% por 30 min) Artigos não descartáveis metálicos Instrumentais Artigos de borracha, silicone, nylon, teflon, ou PVC Manusear sempre com EPI Não misturar artigos de metais diferentes corrosão eletrolítica) Usar a solução em recipiente de vidro ou plástico com tampa Não deixar a temperaturas acima de 25 0C Materiais muito porosos como látex podem reter o desinfetante, caso não haja bom enxague. Os alcalinos ou neutros são menos corrosivos que os ácidos Formaldeído Esterilização a frio de artigos críticos termossensível Tempo de esterilização: 18 horas Tempo de desinfecção: 30 min Instrumental Artigos de poliestireno e nylon Peças de acrílico Manusear sempre com EPI Usar a solução em recipiente de vidro ou plástico com tampa Não deixar a temperaturas acima de 25 0C Embora considerado desinfetante/ esterilizante, seu uso é limitado pelos vapores irritantes, odor desagradável e comprovado potencial carcinogênicos Álcoois Desinfecção de nível intermediário de artigos e superfícies Materiais de vidro Superfícies externas deinstrumentos metálicos Superfícies de bancadas Artigos metálicos Cadeira Manusear com EPI Imergir ou friccionar o produto na superfície do artigo; deixar secar e repetir 3 vezes o procedimento Pode ser usado na desinfecção concorrente (entre pacientes) Concentração: 770GL ou 70% Recomendam-se 3 aplicações de 10 min para superfícies Contra-indicado para acrílico, enrijece borrachas e tubos plásticos. Iodo Desinfecção de nível intermediário Álcool iodado (0,5-1% em álcool 70%) Iodóforos na concentração de 30-50 mg/L de iodo livre Materiais de vidro Superfícies externas de instrumentos metálicos Bancadas e demais superfícies Manusear com EPI Após a exposição, removê-lo com fricção com álcool, para evitar os efeitos corrosivos em metais Acondicionamento em frasco fechado, escuro e em local arejado Fenol Sintético Desinfecção de nível intermediário e baixo Descontaminação de superfícies e de artigos metálicos e de vidro Descontaminação prévia de instrumentos metálicos Desinfecção de artigos semicríticos Manusear com EPI Friccionar a superfície ou objeto imergido com escova, antes de iniciar a contagem do tempo de exposição Em superfícies, passar pano úmido com água após tempo de exposição necessário São absorvidos por materiais porosos e o efeito residual pode causar irritação Não são prontamente inativados pela matéria orgânica Clorexidina Anti-séptico bucal e da pele Desinfecção de superfície Superfícies de equipamento Anti-séptiico: 0,12 a 0,7% Superfícies: solução de 2 a 5% de clorexidine em álcool 70% Superfícies: técnica recomendada é a “spraywipe- spray” Hipoclorito de Sódio Desinfecção de nível médio de artigos e superfícies Descontaminação de superfícies: 10 minutos, em 1% de cloro ativo Materiais de vidro Superfícies e bancadas Manusear com EPI Uso limitado pela presença de matéria orgânica, capacidade corrosiva e descolorante Estocagem deve ser em lugares fechados, arejados e escuros (frascos opacos) Não utilizar em metais e mármore pela ação corrosiva A Infecção cruzada é a transmissão de agente etiológico, de um indivíduo para outro susceptível. São quatro as maneiras que poderão ocorrer infecção cruzada: a) do paciente para os membros da equipe de atendimento; b) dos os membros da equipe de atendimento para paciente; c) de paciente para paciente através; dos os membros da equipe de atendimento; d) de paciente para paciente por intermédio de instrumentos, equipamentos e pisos contaminados. Varias doenças podem ser contraídas, através de vírus: catapora, hepatite (B, C e D), conjuntivite herpética, herpes simples, herpes zoster, mononucleose infecciosa, sarampo, rubéola, caxumba e AIDS, como também por bactérias: tuberculose, sífilis, pneumonia, infecções por estafilococos, estreptococos, pseudomonas e klebsielas. Atividades: 1) Defina esterilização e desinfecção. 2) Que são e quais medidas de precauções universais ou medidas padrão? 3) Descreva os métodos físicos de Esterilização. 4) Descreva os métodos químicos de esterilização. 5) Quais as doenças que podem ser transmitidas pela infecção cruzada em ambientes de saúde? Fim! Web Aula 2 Unidade 1: Hepatite b e c: do risco de contaminação por materiais de manicure/pedicure à prevenção A grande variedade de microrganismos veiculados a secreções, os quais podem albergar agentes etiológicos de doença infecciosa, ou mesmo sem desenvolver a doença Hepatite B. Uma cadeia potencial de infecção cruzada, de um cliente para outro é estabelecida, através da contaminação de instrumentos. Nesta aula, veremos os riscos de contaminação de manicure/pedicure e a prevenção. Sem dúvida alguma, as Hepatites de tipo B e C tratam-se de um grande problema de saúde não só no Brasil, mas também em outros países; existe aproximadamente 720 milhões de pessoas infectados pelo vírus da hepatite B (VHB) e/ouvírus da hepatite C (VHC), apresentando um índice de mortalidade de aproximadamente 25%, dado mundial. No Brasil, estimamosque este índice em média de 8% de infectados por vírus da hepatite B e 2% por vírus da hepatite C. O VHB (vírus da hepatite B) concentra-se quase que totalmente nas células do fígado, após a infecção ocorrida nas pessoas, nas células hepáticas ocorrera a replicação de seu DNA e, para obtenção de novas formas de vírus. Possuindo os anticorpos produzidos quando somo vacinados contra o VHB estes reconhecem o vírus quando ele estiver presente na circulação sanguínea. Logo após que o VHB infecta as célula do fígado, os anticorpos por nos produzidos não conseguem destruí-los de modo direto. Somente os vírus localizados na membrana que recobre o hepatócito ou célula do fígado serão reconhecidos pelos anticorpos. Deste modo, uma resposta inflamatória é iniciada, onde os linfócitos T citotóxicos, que se trata de células de defesa do nosso organismo, destruirão as células infectadas. Não havendo um número expressivo na quantidade de células infectadas, poderá ocorrer uma regressão espontânea da hepatite. Contudo, se ocorrer um grande número de células infectadas, a reação de defesa pode levar aos sintomas da hepatite de forma aguda, que apresenta sintomas característicos de dores articulares, fadiga icterícia, náuseas e falta de apetite. A inflamação poderá persistir por um período de seis meses, caracterizando assim como hepatite B crônica. Este processo ocorre quando a resposta imunológica não é eficaz. O desenvolvimento de cirrose é devido à destruição crônica das células hepáticas desenvolvendo cicatrizes neste órgão. Em torno de 50% dos casos de cirrose evoluem para o hepatocarcinoma, que se trata de uma forma de câncer que acomete o fígado da pessoa infectada. Nos adultos com falta de imunidade, o risco de desenvolver a hepatite crônica fica aproximadamente de 50%. Em se tratando da hepatite C, os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento da doença ainda não estão bem esclarecidos, contudo sabemos que aproximadamente 85% dos indivíduos infectados evoluem para forma crônica. Esta infecção pelo vírus da hepatite C rotineiramente evolui de forma lenta, podendo desenvolver de forma assintomática, apresentando enzimas hepáticas normais, até o aparecimento da forma da crônica da hepatite e o hepatocarcinoma. Esta progressão da forma crônica, e ainda do câncer de fígado, pode estar relacionada diretamente com fatores hormonais e genéticos, sexo, idade, uso de álcool ou concomitância com outros vírus, em nossos pais, sabemos que a Hepatite C predomina em adultos jovens (MELO; ISOLANI, 2011) O modo ou maneira também conhecido como vias de transmissão do vírus VHB e VHC podem ser a forma vertical, representada por crianças nascidas de mães infectadas; também por meio da transmissão ou contaminação sexual com pessoas ou parceiros infectados ou dependente ou usuário de drogas injetáveis quando ocorre o compartilhamento de agulhas contaminadas; pessoas que submetem à hemodiálise; profissionais da saúde; e por meio de contatos domiciliares de pessoas cronicamente infectadas Outras formas de contaminação são os procedimentos realizados médicos, odontológicos, de acupuntura, tatuagem ou outros procedimentos relacionados com material perfuro cortante caracterizando a forma parenteral, também compartilhamento de utensílios de como lâmina de barbear, escova de dente, alicate de manicure e cortadores de unha representa um fator de risco importante para a transmissão domiciliar do VHB e/ou VHC. A infecção poderá ocorrer quando estes materiais também conhecidos como fômites contêm sangue contaminado com vírus da hepatite B e/ou C, por esta razão devemos conhecer e desenvolver ações corretivas que previnam a transmissão do VHB e VHC por instrumentos utilizados por manicure/pedicure no desenvolvimento de seus trabalhos. Vírus Da Hepatite B e C O VHB é um vírus altamente resistente, podendo resistir durante 10 horas a 60 ºC, durante 5 minutos à 100º C, quando exposto ao éter e ao álcool 90ºC; pode permanecer viável após vários anos de congelamento, mas o VHC apresenta pouca resistência. (MELO; ISOLANI, 2011) O vírus VHC faz parte do gênero Hepacivirusda, família Flaviviridae. O modo de transmissão do VHC pode ser pelo contato direto, percutâneo ou pelo sangue contaminado. FIM! Web Aula 2 Unidade 2: risco de contaminação por materiais de manicure/pedicure à prevenção Manicure/Pedicure Durante o processo de atendimento, observa-se que o compartilhamento de materiais de manicure/pedicure, de modo especial os alicates de unhas e tesouras, tem sido apontado como uma das formas de transmissão dos vírus das hepatites. Sendo assim, as manicures e pedicures representam um grupo com fortes fatores de risco, já que podem entrar em contato com material contaminado pelo sangue de seus clientes. A resistência viral no meio externo, principalmente do vírus VHB, pode ser responsável pela transmissão quando ocorre o compartilhamento de alicates, utilizados durante o atendimento realizado pelos profissionais de manicure/pedicures. Onde não houve a esterilização dos mesmos, outros materiais como cortadores de unha, tesouras e navalhas, que entram em contato com o vírus VHB e/ou VHC, são considerados como potenciais transmissores destes vírus. (MELO; ISOLANI, 2011) Em um estudo realizado a incidência oscilou entre 4,3 a 5,5% em relação à Hepatite B, entre as manicures e barbeiros da cidade de Botucatu - SP, através da pesquisa de AgHBs que é o antígeno da hepatite B. Em um outro estudo realizado, obtivemos um levantamento dos procedimentos de controle de infecção em manicures e pedicures em Nova York mostrou que, no ano de 2006, dos 72 estabelecimentos envolvidos, 60% representavam risco de transmissão de infecções e 40% dos profissionais entrevistados afirmaram ter sido imunizado contra Hepatite B. foi de modo comprovado que a reutilização dos materiais de trabalho é uma prática comum, onde estes somente eram desinfetados com álcool isopropílico, o uso de luvas também não era uma rotina e tampouco nem mesmo eram utilizadas durante a utilização de procedimentos de precaução em casos de acidentes. No município de São Paulo – SP, foi realizada uma pesquisa soroepidemiológica da Hepatite B e C em 100 manicures e/ou pedicures, onde foi levantados os seguintes dados de prevalência de 8% de positividade para o VHB e 2% para o vírus VHC. Esterilização De Materiais No processo de esterilização de materiais com uso vapor saturado sob pressão é a que oferece maior segurança e economia. Já que a esterilização realizada pelas autoclaves, pode ser realizada pela exposição do material contaminado por 30 minutos a uma temperatura de 121 °C ou 15 minutos a uma temperatura de 132 °C. Já no processo de esterilização por calor seco (estufa) a penetração e distribuição do calor não se fazem de modo uniforme, devido a esta característica o processo necessita de um tempo maior de exposição e temperaturas mais altas, recomenda-se assim deste modo: 1 hora a 170 °C ou 2 horas a 160°C, com um prazo de validade de 7 dias para os artigos esterilizados por processo físico. Neste mesmo estudo realizado em salões de beleza da cidade de São Paulo com 100 manicures, verificou-se 74% das profissionais afirmaram que realizavam a higienização das mãos antes e depois de realizar o atendimento nos clientes, mas foi comprovado que não era adotado esse procedimento durante o período que foi observado durante a permanência da pesquisadora no interior no salão realizando avaliações do atendimento. Somente 20% das entrevistadas disseram que usam luvas durante o atendimento, mas somente 5%, foram observadas utilizando o Equipamento de Proteção Individual (EPIs). Também nesta pesquisa, verificou-se que 26% das manicures/pedicures realizavam o processo de esterilização em autoclaves, mas ninguém sabia o modo de utilizar o equipamento de maneira correta, as outras 54% realizava o processo com estufa, mas a maioria não sabia o tempo e a temperatura correta para a esterilização dos materiais (MELO; ISOLANI,2011). Ações Preventivas Deste modo o fato de que as manicures/pedicures formarem um grupo com maior fator de risco, pela maior exposição à infecção pelos vírus das hepatites que a população em geral, comprova a necessidade de uma atenção especial, já que não há um processo de divulgação necessária no ambiente de trabalho. Conclusão Devemos as informações obtidas por este estudo, podemos também concluir que há um número significante de casos de infecção pelo vírus VHB e VHC que, provavelmente, ocorreram devido ao uso inadequado de materiais e pela falta de capacitação de manicure/pedicure, sendo necessário também atentar para o risco de transmissão, não somente nos salões de beleza, mas também por meio do compartilhamento domiciliar destes materiais utilizados no atendimento dos clientes Deste modo concluímos que de fundamental “[...] importância a capacitação de manicures para utilização de EPIs e a correta esterilização dos materiais utilizados, pois a falta ou a não realização deste processo pode[...]” resultar na transmissão dos “[...] vírus de cliente/manicure e manicure/cliente, e ainda de clientes para seus parceiros dentro de seus domicílios[...]”, caracterizando assim a infecção cruzada(MELO; ISOLANI, 2011, p. 76). Os conhecimentos sobre as formas de transmissão das hepatites B e C e o processo de imunização, como também a capacitação do processo de métodos de controle de microrganismos, devem ser intensificado e uma fiscalização principalmente em salões de beleza, visando à diminuição das taxas de transmissão da doença. (MELO; ISOLANI, 2011). Atividades: 1) Como pode ocorrer a transmissão dos vírus da hepatite B? 2) Quais são as medidas de controle de infecção da Hepatite B nas manicure/pedicures? 3) Faça um resumo da aula abordando os principais aspectos sobre os riscos de contaminação da Hepatite B Fim!