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DIREITO PENAL: PARTE GERAL I Profª.: Henara Marques da Silva Coelho da Paz ELEMENTOS DO CRIME: FATO TÍPICO I – CONCEITO “É o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes no modelo previsto na lei penal.”(Capez) II – ELEMENTOS DO FATO TÍPICO CONDUTA RESULTADO NEXO DE CAUSALIDADE TIPICIDADE III – CONDUTA CONCEITO: “É a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade”. (Fernando Capez) TEORIAS: Teoria Naturalista ou Causal: Resultado naturalístico TEORIA NEOCLÁSSICA OU NEOKANTISTA: passa-se a análise do dolo e da culpa nas condutas, bem como os valores culturais TEORIA FINALISTA: Deve-se observar a finalidade da ação. TEORIA SOCIAL DA AÇÃO: vertente do princípio da adequação social. III.3 – TIPOS DE CONDUTA: Dolosa ou culposa; Omissiva ou comissiva # Casos da conduta omissiva: Quando houver determinação específica em lei; Quando o omitente tiver assumido o dever de agir; Quando o omitente com seu comportamento anterior criou o risco para a produção do resultado. - DIVISÃO DOS CRIMES OMISSIVOS: PRÓPRIO. -Ex.: Art. 135 (Omissão de Socorro), art. 246 (Abandono Intelectual); IMPRÓPRIO OU COMISSIVO POR OMISSÃO. - O dever dos pais de cuidar e alimentar os filhos; - O dever dos policias, em serviço, para assegurarem a segurança pública. Obs.: As condutas cometidas por pessoa jurídica e o fato típico. - Causas que afastam a conduta: Força irresistível; Movimentos reflexos; Estado de inconsciência; IV - RESULTADO CONCEITO: “É o efeito natural da ação que configura a conduta típica, ou seja, o fato tipicamente relevante produzido no mundo exterior pelo movimento corpóreo do agente e a ele ligado por relação de causalidade”. (Heleno C. Fragoso) FORMAS: Resultado Naturalístico: é a modificação natural causada pela conduta. Resultado jurídico ou normativo: é a lesão ocasionada a um bem juridicamente protegido. Crimes materiais: necessidade Crimes formais: facultatividade. Ex: extorsão mediante sequestro, injúria, ameaça etc. Crimes de mera conduta: impossibilidade. Violação de domicílio, omissão de socorro, desobediência. V - TIPICIDADE ● TIPO PENAL: “ è a descrição da conduta que o Estado deseja repugnar, cominando para esta determinada prática uma sanção”. ● TIPICIDADE PENAL - CONCEITO: Ocorre quando além da adequação do fato concreto ao tipo penal(TIPICIDADE FORMAL), mostra-se o fato contrário a norma jurídica(ANTINORMATIVIDADE) e atingindo bem de valores jurídicos relevantes(TIPICIDADE MATERIAL). TIPICIDADE = TIPICIDADE FORMAL + TIPICIDADE CONGLOBANTE (Antinormatividade + Tipicidade Material). ANTINORMATIVIDADE: contrariedade a norma. Casos de estrito cumprimento do dever legal inibem a antinormatividade. TIPICIDADE MATERIAL: o caráter fragmentário do direito penal quer atingir os bens jurídicos efetivamente relevantes, não condutas de ínfima importância. ● ADEQUAÇÃO TÍPICA Pode ocorrer de duas formas: Adequação Típica de Subordinação Direta ou Imediata: Adequação Típica de Subordinação Indireta ou Mediata: utiliza-se de norma de extensão. ● ESPÉCIES DE TIPO: Tipo Básico e Tipo Derivado Tipo Fechado e Aberto: no primeiro há descrição da conduta (homicídio doloso), no segundo não há descrição da conduta repugnada no tipo penal (ex: crimes culposos). Tipo Congruente e Incongruente: no 1º a parte subjetiva corresponde necessariamente a parte objetiva do tipo. No segundo há um plus na parte subjetiva em relação a objetiva. Ex: art. 159 CP. ● ELEMENTARES DO TIPO. - Elementares: São dados essenciais prescritos no tipo penal que inexistindo afastam a tipicidade da conduta ou ensejam a existência de outro crime. Da falta das elementares podem advir duas hipóteses de atipicidade: Atipicidade Absoluta – retirando-se a elementar não há crime. Atipicidade Relativa – retirando-se uma das elementares subsiste outro delito. ● ELEMENTOS INTEGRANTES DO TIPO: Objetivos: é a descrição da ação ou omissão, do objeto e, em sendo o caso, do resultado. • Elementos Descritivos: são aqueles que traduzem o tipo penal, evidenciam a conduta permitida ou proibida. • Elementos Normativos: são aqueles que necessitam de uma valoração ética ou jurídica. (EX: dignidade art. 140, sem justa causa art. 153) - Subjetivos: diz respeito a vontade do agente, em regra pelo dolo que pode ser específico em alguns casos. Ex. Art. 159. ● ELEMENTOS ESPECÍFICOS DO TIPO PENAL a) NÚCLEO: é o verbo ou verbos que descrevem a conduta. b) SUJEITO ATIVO: é aquele que pode praticar a conduta descrita no tipo. C) SUJEITO PASSIVO: Formal e Material. D) OBJETO MATERIAL: é a pessoa ou coisa contra a qual recai a conduta criminosa do agente. OBJETO MATERIAL X OBJETO JURÍDICO. ● FUNÇÕES DO TIPO: Função de garantia; Função fundamentadora do jus puniendi; Função selecionadora; (princípio da intervenção mínima) IV – NEXO OU RELAÇÃO DE CAUSALIDADE CONCEITO: é o elo que une a conduta ao resultado. DISPOSITIVO LEGAL: artigo 13 do CP. TEORIAS: Causalidade adequada: plano abstrato. Relevância jurídica: plano concreto. Equivalência dos antecedentes causais. ESPÉCIES DE CAUSAS: - Absolutamente independentes: Pré-existentes: Concomitantes: Supervenientes: OBS: Aqui só responde pelo fato praticado não pelo resultado. - Relativamente independentes: Pré-existentes Concomitantes Supervenientes (aqui só responde pelos atos praticados) ● Teoria da imputação objetiva. - Análise inicial da situação objetiva, somente a posteriori se analisa o subjetivismo, limitando assim no próprio plano objetivo a teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua non). - Aqui há a necessidade de: elo naturalístico de causa e efeito, criação de um risco juridicamente relevante e superior ao risco normal, que o resultado esteja na mesma linha de desdobramento causal da conduta, ou seja, dentro do seu âmbito de risco e que o agente não atue para diminuir o risco a um bem jurídico, para que considere uma determinada situação como causa do resultado. Para a teoria da imputação objetiva, não basta que o resultado tenha sido produzido pelo agente para que se possa afirmar a sua relação de causalidade. É preciso, também, que a ele possa ser imputado juridicamente. A pretensão da teoria não é, propriamente, imputar o resultado, mas delimitar o alcance do tipo objetivo. É mais uma teoria da não-imputação do que da imputação. O Superior Tribunal de Justiça, em um julgado, admitiu a sua incidência no direito penal pátrio, de modo a afastar a tipicidade do fato, pois ainda que fosse reconhecido o nexo causal entre a conduta dos acusados e a morte da vítima, "à luz da teoria da imputação objetiva, necessária é a demonstração da criação pelos agentes de uma situação de risco não permitido, não ocorrente na hipótese" (STJ, 5ª Turma, HC 46525/MT, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 21/03/2006, DJ 10/04/2006, p. 245). 1. A imputação objetiva é uma análise que antecede à imputação subjetiva; 2. A imputação objetiva pode dizer respeito ao resultado ou ao comportamento do agente; 3. O termo mais apropriado seria o de teoria da não-imputação, uma vez que a teoria visa, com as suas vertentes, evitar a imputação objetiva (do resultado ou do comportamento) do tipo penal a alguém; 4. A teoria da imputação foi criada, inicialmente, para se contrapor aos dogmas da teoria da equivalência, erigindo uma relação de causalidade jurídica ou normativa, ao lado daquela outra de natureza material; 5. Uma vez concluída pela não-imputação objetiva, afasta-se o fato típico.
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