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DIREITO DO CONSUMIDOR PROFESSORA: Priscilla Paula de Oliveira Prado TIPOS DE PRODUTOS DURÁVEIS Que não se acabam com a utilização Que possuem vida útil longa Ex: roupas, eletrodomésticos, carros NÃO DURÁVEIS Que se acabam com a utilização Que não possuem vida útil longa Ex: alimentos, remédios, maquiagem SISTEMA DE GARANTIA NO CDC GARANTIA LEGAL (ART 24 CDC) Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor. GARANTIA CONTRATUAL (ART 50 CDC) Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. SISTEMA DE GARANTIA NO CDC GARANTIA ESTENDIDA Não é prevista no CDC São modalidades de seguros que é regido pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) mediante pagamento do prêmio. Garante o conserto de produtos que venham a apresentar defeitos de fabricação (elétricos ou mecânicos) e que, comprometam o seu funcionamento. O seguro começa a valer a partir do momento em que acaba a garantia do fabricante, o que faz com que o produto tenha a sua garantia estendida por mais tempo, de acordo com o plano contratado. RESOLUÇÃO N° 296, DE 2013 do Conselho Nacional de Seguros Privados. SISTEMA DE GARANTIA NO CDC GARANTIA CONTRATUAL – é facultativo, o fornecedor oferece se quiser GARANTIA ESTENDIDA – é facultativa ao consumidor. Ele adquire se quiser. DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA O DIREITO CADUCA, A PRETENSÃO PRESCREVE. DECADÊNCIA: atinge o direito de reclamar PRESCRIÇÃO: afeta a pretensão à reparação pelos danos causados pelo fato do produto ou do serviço. Segundo Serpa Lopes “o que se perde com a prescrição é o direito subjetivo de deduzir em juízo, uma vez que a prescrição atinge a ação e não o direito.” DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA VÍCIO OCULTO – de difícil constatação/percepção artigo 26, paragrafo 3 VÍCIO DE FÁCIL CONSTATAÇÃO e/ou APARENTE – ele se identifica com o mero manusear ou olhar – Artigo 26 caput CRITÉRIO DE VIDA ÚTIL DO PRODUTO – não estão os fornecedores obrigados a reparar vícios decorrentes do envelhecimento natural das peças. Como o CDC não fixou um prazo máximo para aparecimento do vício oculto, o critério deve basear-se na experiência comum e durabilidade natural do bem. DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis. § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA § 2° Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca; II - (Vetado). III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. A reclamação efetuada quanto a um dos fornecedores é plenamente válida para os demais responsáveis. (Efeito do princípio da solidariedade) DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. EXPLICAÇÃO: Caso o vício não cause dano, correrá para o consumidor o prazo decadencial, para que proceda a reclamação, vindo a causar dano (hipótese do art. 12), deve-se ter em mente o prazo quinquenal, sempre que se quiser pleitear indenização. DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA Haverá casos em que, apesar de ocorrer uma relação de consumo, deverá ser aplicado o prazo comum de três anos, previsto no § 3°, V, do artigo 206, do Código Civil. Isso porque pode haver danos oriundos de relação de consumo sem que resultem de fato do produto ou do serviço. Exemplo: atraso ou cancelamento de voo; o descumprimento de um contrato de seguro de assistência à saúde (plano de saúde); a empresa organizadora de baile de formatura que não cumpre o prometido etc. CASO PRÁTICO João comprou uma batedeira, sem garantia de fábrica, para dar de presente de casamento. Ela permaneceu encaixotada, sem ser usada, por 7 meses e, após ligada, apresentou um problema, pois as pás não giravam. HOUVE DECADÊNCIA???? CASO PRÁTICO João adquiriu um veículo zero-quilômetro com garantia de um ano. Três anos depois, quando trafegava numa estrada, os freios não funcionaram e ele sofreu grave acidente, ferindo-se seriamente, além de danos em outros veículos. O exame no auto determinou que o sistema de freios apresentava um defeito de fábrica, daí o desgaste e a inoperatividade causadora do fato. HÁ AMPARO NO CDC PARA ACIONAR O FABRICANTE? OU A CONCESSIONÁRIA??? HOUVE DECADÊNCIA OU PRESCRIÇÃO???? DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA A desconsideração da personalidade jurídica consiste no afastamento temporário da autonomia patrimonial da pessoa jurídica, com o intuito de, mediante a constrição do patrimônio de seus sócios ou administradores, possibilitar o adimplemento de dívidas assumidas pela sociedade. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. § 1° (Vetado). § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA CÓDIGO CIVIL – ART. 50 As hipóteses são restritas Aplicação da teoria maior Exige confusão patrimonial ou desvio de finalidade Não pode ser aplicada de ofício. Exige requerimento da parte ou MP. CDC – ART. 28 As hipóteses são bem amplas Aplicação da teoria menor Basta haver a insolvência do fornecedor Pode ser aplicado de ofício, pois o CDC prescreve normas de ordem pública e interesse social DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA É cabível em todas as fases do processo e também no juizado especial. Desconsideração inversa – novo CPC Incidente de desconsideração – há quem defenda que não se aplica ao CDC e as relações trabalhistas pois suspende os autos principais.
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