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AULA 9 Direito do Consumidor

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DIREITO DO CONSUMIDOR
PROFESSORA:
Priscilla Paula de Oliveira Prado
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS Art. 39 CDC 
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS: – toda aquela que afeta o bem estar do consumidor. – O art. 39 traz um rol meramente exemplificativo. – As sanções serão as do art. 6º (obrigação de reparar o dano). 
a) Venda casada ou sinergética: quando o fornecedor condiciona a aquisição de um produto ou serviço à concomitante aquisição de um outro produto ou serviço, ou seja, não dá ao consumidor a opção de adquiri-lo separadamente. A Lei 8.137/90 tipificou como crime a venda casada, com pena de detenção de 2 a 5 anos ou multa. b) Recusa de atendimento à demanda do consumidor: o fornecedor não poderá recusar as demandas do consumidor na proporção dos seus estoques e conforme usos e costumes (art. 7º, VI, Lei 8137/90). c) Entrega sem solicitação do consumidor: considera amostra grátis. 
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS Art. 39 CDC 
 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS
 IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS
 VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; (artigo 40)
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS
 X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.   
 XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.              (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.            (Incluído pela Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS
  XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.    (Incluído pela Lei nº 13.425, de 2017)
PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS
TERORIA DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR
TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR
O mais recente precedente do STJ foi publicado em 25/4 em decisão monocrática do ministro Marco Aurélio Bellizze, relator do AREsp 1.260.458/SP na 3ª Turma, que reconheceu, no caso concreto, a ocorrência de danos morais com base na Teoria do Desvio Produtivo do Consumidor.
TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR
Primeira menção: Em 12/9/2017, no julgamento colegiado do REsp 1.634.851/RJ interposto pela Via Varejo, a 3ª Turma do STJ, sob a relatoria da ministra Nancy Andrighi, já havia mencionado o Desvio Produtivo do Consumidor para negar provimento ao recurso especial daquele fornecedor: "À frustração do consumidor de adquirir o bem com vício, não é razoável que se acrescente o desgaste para tentar resolver o problema ao qual ele não deu causa, o que, por certo, pode ser evitado – ou, ao menos, atenuado – se o próprio comerciante participar ativamente do processo de reparo, intermediando a relação entre consumidor e fabricante, inclusive porque, juntamente com este, tem o dever legal de garantir a adequação do produto oferecido ao consumo”, disse a ministra.
ORÇAMENTO – ART. 40 CDC
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
        § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
        § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
        § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
ORÇAMENTO - Art. 40 CDC
Vocábulo “prévio”. É um direito do consumidor e dever do fornecedor; deve ser descritivo e pormenorizado, ou seja, deve descrever o serviço e especificar as peças do serviço. 
No silêncio, o orçamento vincula o fornecedor pelo prazo de 10 dias. 
Não existe pagamento para a realização de orçamento. Com a aceitação pelo consumidor, o orçamento passa a ter poder vinculativo às partes, se transformando em contrato de consumo.
 – Itens obrigatórios do orçamento: a) valor da mão-de-obra; b) preço dos materiais e equipamentos empregados; c) condições de pagamento; d) datas de início e término do serviço; e) prazo de validade: 10 dias; f) deve ser gratuito.
Se não houver aprovação expressa aplica-se por analogia o disposto no artigo 39, parágrafo único do CDC.
COBRANÇA DE DÍVIDAS
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
        Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
        Art. 42-A.  Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.             (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009)
COBRANÇA DE DÍVIDAS Art. 42 CDC
5) COBRANÇA DE DÍVIDAS (art. 42): – não pode ser vexatória, nem causar qualquer tipo de dano ao consumidor (Abuso de Direito (Art. 187 CC) = origem lícita, e uma consequência ilícita);
– é crime utilizar na cobrança: ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, ou qualquer outro comportamento que constranja o consumidor, sob pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa (art. 71); 
– INSCRIÇÃO INDEVIDA no SERESA e SPC gera indenização. NECESSÁRIA A NOTIFICAÇÃO CONSUMIDOR. 
– se não houver a notificação e ocorrer a negativação a inscrição será indevida e o fornecedor responderá por abuso de direito (Resp. Objetiva).
COBRANÇA DE DÍVIDAS Art. 42 CDC
– REPETIÇÃO DO INDÉBITO (Parágrafo Único do art. 42): o consumidor tem direito de receber aquilo que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo engano justificável; COBRANÇA INDEVIDA (JUDICIAIS OU EXTRAJUDICIAIS) + PAGAMENTO EM EXCESSO (SALVO ENGANO JUSTIFICÁVEL)
CADASTROS DE CONSUMIDORES E FORNECEDORES - Arts. 43 e 44
a) CADASTRO DE CONSUMIDORES: – exercem função de interesse público; – regidos por instituições privadas;
 – espécies: de bons consumidores ou de maus consumidores (restrição de crédito). Ex: Serasa; 
– o consumidor tem direito a todas as informações referentes à restrição do crédito, inclusive de ser previamente notificado acerca da inclusão do seu nome no cadastro de restrição; 
– O prazo máximo de 5 anos que o nome do consumidor pode permanecer negativado inicia-se após a data de vencimento da dívida.
CADASTROS DE CONSUMIDORES E FORNECEDORES - Arts. 43 e 44
Responsabilidade dos órgãos de proteção ao crédito nos casos em que não houver prévia notificação (STJ AgRg nos Edcl no RESP 907.608/RS). Responsabilidade incumbe a quem mantém e não ao credor
que apenas informa a existência da dívida.
Se o consumidor for negativado por conta de dívida inexistente, neste caso a responsabilidade é do fornecedor e não do órgão de proteção ao crédito.
CADASTROS DE CONSUMIDORES E FORNECEDORES - Arts. 43 e 44 
Mesmo no caso que provado o débito, mas não houve notificação prévia, ainda assim permanece o dever de indenizar.
Comprovação do prejuízo ao consumidor pela negativação indevida – 2 entendimentos ( que deve ser provado o prejuízo e outro que trata-se de dano moral in re ipsa, no qual o prejuízo é presumido)
CADASTROS DE CONSUMIDORES E FORNECEDORES - Arts. 43 e 44 
Súmula 385 STJ - Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
Entendimento STJ - Cumpre ao credor providenciar o cancelamento da anotação negativa no prazo máximo de 05 dias úteis, após o integral pagamento da dívida. 
CADASTROS DE CONSUMIDORES E FORNECEDORES - Arts. 43 e 44 
EXCEÇÕES: Existem duas exceções em que não haverá indenização por danos morais mesmo não tendo havido prévia comunicação do devedor:
1 – se o devedor já possuía inscrição negativa no banco de dados e foi realizada uma nova inscrição em a sua notificação. Sumula 385
2 – Se o órgão de restrição ao crédito estiver apenas reproduzindo informação negativa que conste de registro público. Diante da presunção legal de veracidade e publicidade inerente aos registros do cartório de protesto ou do cartório de distribuição judicial, a reprodução objetiva, fiel, atualizada e clara desses dados na base de órgão de proteção ao crédito - ainda que sem a ciência do consumidor - não tem o condão de ensejar obrigação de reparação de danos.” (STJ. 2ª Seção. REsp 1.444.469-DF e REsp 1.344.352-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgados em 12/11/2014. Info 554).
CADASTROS DE CONSUMIDORES E FORNECEDORES - Arts. 43 e 44 
b) CADASTRO DE FORNECEDORES: – regido por órgãos públicos de defesa do consumidor (Procon); – as reclamações contra fornecedores devem ser fundamentadas; – deve ser publicado pelo menos 1 vez por ano; – o prazo máximo de permanência será de 5 anos, desde que não haja novas reclamações.
PROTEÇÃO CONTRATUAL Art. 46 CDC
 1) Princípio da Transparência Máxima – Boa-fé Objetiva (Art. 46); 
 2) Princípio da Interpretação mais Favorável ao Consumidor (art. 47); – Presunção de que o consumidor sempre contrata de boa-fé; – presunção absoluta; – não comporta prova em contrário.
 3) Vinculação do Cumprimento do que Fora Acordado; 
4) Cláusulas contratuais abusivas, desproporcionais ou leoninas (art. 51): – retira o equilíbrio entre direitos e deveres das partes dentro da relação obrigacional; – é notoriamente desfavorável ao consumidor. 
PROTEÇÃO CONTRATUAL Art. 49 CDC
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
        Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos
PROTEÇÃO CONTRATUAL Art. 49 CDC
5) Direito de arrependimento pelo consumidor (art. 49): 
– direito potestativo; 
– prazo de 7 dias; 
– a contratação deve ocorrer fora do estabelecimento comercial, por exemplo: internet, call centers e venda porta a porta (catálogos e revistas); 
– não precisa justificar sua desistência; – o consumidor terá direito de receber qualquer valor que fora pago monetariamente atualizado. 
- Necessário manifestação da desistência
DECRETO N. 7962/2013 – COMÉRCIO ELETRÔNICO
PROTEÇÃO CONTRATUAL Art. 49 CDC
 - Prazo maior que 7 dias???
 - Contagem do prazo: utilizaremos supletivamente a norma do artigo 132 do Código Civil. Assim, exclui-se o dia do início e inclui-se o último dia. Se o dia da contagem inicial for domingo ou feriado, posterga-se o ínicio para o primeiro dia útil sobsequente. Da mesma maneira, se o último dia cair em dia não útil, o vencimento fica prorrogado para o primeiro dia útil posterior.
 - A FORMA DE PAGAMENTO NÃO INTERFERE NO PRAZO
 - Efeito “ex tunc”
 - Despesas de devolução
CLÁUSULAS ABUSIVAS Art. 51 CDC
 Trata-se de um rol meramente exemplificativo o descrito no artigo 51 do CDC;
DICA: Uma cláusula abusiva não invalida todo o contrato; 
Súm. 130 STJ • A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento. 
Súm. 302 STJ • É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado. 
Súm. 381 STJ • Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.

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