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Fármacos Procinéticos Estão relacionados com a motilidade gastrointestinal, a qual sofre influência do SNE (responde a estímulos locais e ao SNC), do SNC e de vias humorais. HISTÓRICO FÁRMACOS PROCINÉTICOS ANTIGOS: Agonistas Colinérgicos Muscarínicos – contração desordenada, pouca ou nenhuma atividade propulsora final. FÁRMACOS PROCINÉTICOS ATUAIS: contração ordenada. Na prática clínica, atuam antes da acetilcolina, como nos locais de receptores do próprio neurônio motor ou em até dois neurônios distantes dele. Atualmente, os fármacos promovem o estímulo e a liberação de neurotransmissor excitatório (acetilcolina) na junção muscular, sem interferir muito no padrão e no ritmo normal da motilidade. O SNE é um extenso conjunto de nervos que constitui a terceira divisão do SNA e é a única parte do SNA verdadeiramente capaz de funcionar autonomamente se separado do sistema nervoso central (SNC). O SNE situa-se dentro das paredes do trato G I e é organizado em duas redes de neurônios e fibras nervosas interligados: o plexo mioentérico (plexo de Auerbach), localizado entre as camadas musculares circulares e longitudinais, e o plexo submucosa (plexo de Meissner) localizado na submucosa. O primeiro é o grande responsável pelo controle motor, enquanto o segundo regula a secreção, o transporte de líquidos e o fluxo sanguíneo. Os distúrbios típicos da motilidade são acalasia do esôfago (redução do relaxamento do esfíncter esofágico inferior associado a uma anormalidade da peristalse do esôfago, que resultam em disfagia e regurgitação), gastroparesia (demora do esvaziamento gástrico) e as formas miopática e neuropática de dismotilidade intestinal, entre outros. Esses distúrbios podem ser congênitos, idiopáticas ou secundários a doenças sistêmicas (p. ex., diabetes melito ou esclerodermia). Porque a própria acetilcolina não é utilizada clinicamente? Porque ela é extremamente lábil e rapidamente é degradada pela acetilcolinesterase AGENTES COLINÉRGICOS FARMACOS FARMACODINÃMICA FARMACOCINÉTICA EFEITOS ADVERSOS/ EFEITOS COLATERAIS USO CLÍNICO ACETILCOLINA METACOLINA CARBACOL BETANECOL (protótipo) Seletivo, mimetiza a Ach no receptor muscarínico M3: Gq fosfolipase C PIP2 DAG e IP3 aumenta Ca2+ intracelular contração e secreção Maior seletividade aos receptores e maior resistência à hidrólise enzimática. Acetilcolina é extremamente lábil. Não é primeira escolha: Ação procinética ineficaz ocorrência de efeitos colaterais significativos: Bradicardia , rubor, diarréia e cólicas, borramento visual DERIVADOS DE COLINA OU ÉSTERES DE COLINA INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE FARMACO FARMACODINÃMICA DOSE/POSOLOGIA USO CLÍNICO PROSTIGMINA METILSULFATO DE NEOSTIGMINA Formação de uma ligação covalente complexa que inativa temporariamente a enzima. Atuam indiretamente no músculo- acelerando o tempo de transito por diminuir a degradação da Ach/unidade de tempo. Adultos: 1/2 a 1 ampola de 1 ml por via s.c ou intramuscular. Crianças:1/4 a 1/2 ampola de 1 ml por via sc ou intramuscular. Atonia intestinal pós-operatória Constipação atônica e METEORISMO Pseudo-obstrução aguda de intestino grosso (síndrome de Olgivier) Íleo paralítico Monitorar administração Intravenosa (grande aumento de Ach)-ECG e pressão arterial: administrar atropina caso ocorra bradicardia grave menor 50 bpm ANTAGONISTAS DOPAMINÉRGICOS FARMACO FARMACO DINÃMICA CONTRA INDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS/ EFEITOS COLATERAIS USO CLÍNICO METACLORPRAMIDA DOMPERIDONA DOPAMINA: Promove efeitos inibitórios na motilidade GI. METOCLOPRAMIDA: PLASIL Na periferia estimula secreção de Ach no plexo mioentérico (atua como pró-cinético) Agonismo de receptores do tipo 5HT4 (serotonina) Antagonismo vagal (sensibilização dos receptores muscarínicos dos músculos lisos) Antagonismo de receptores da dopamina Na Doença de Parkinson, pseudoparkinsonismo e outras doenças extrapiramidais No SNC , se destaca sua ação na zona do gatilho e nos núcleos da base (Responde por reações adversas) As reações extrapiramidais (semelhantes as fenotiazidas) Distonias (Intravenosa) Sintomas parkinsonianos (semanas após a administração ) Pode ocorrer galactorréia Metemoglobinemia em recém nascidos prematuros Esofagite de Refluxo – Indicação Rara Pacientes sintomáticos com gastroparesia (Gastroparesia Diabética) ANTIEMÉTICO (NÃO SÃO ÚTEIS NA CINETOSE) Facilitador procedimentos radiológicos do Tubo GI e Endoscopia Contrações coordenadas- Aceleração do trânsito Aumenta o tônus do esfíncter esofágico inferior aumenta as contrações do antro gástrico e do intestino delgado (menos efeitos no intestino grosso) DOMPERIDONA: MOTILIUM, PLEIADON Antagonista de receptor D2 Atuação mais significativa dos receptores dopaminárgicos em nível periférico (gastrocinético). Atua nos centros de controle do vômito, da temperatura e da secreção de prolactina (Não atravessa imediatamente a barreira hematoencefálica) Sem relação com TGI baixo e secreção gástrica Não pode ser usado em crianças menores de um ano. GESTANTES: NÃO NÃO DEVE SER USADO COM ANTIÁCIDOS (cimetidina e NaHCO3), sua ativação depende da acidez gástrica, nem com LEVODOPA (L-Dopamina) e DIGOXINA (ICC). Hemorragia, obstrução ou perfuração mecânica gastrointestinal ↑ de prolactina : CUIDADO com tumor de hipófise secretor de prolactina (Prolactinoma) Ginecomastia Cólicas Urticária MODULADORES DOS RECEPTORES DE SEROTONINA FARMACO FARMACODINAMICA FARMACOCINETICA CONTRA INDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS USO CLÍNICO INTERAÇÕES MEDICA MENTOSAS MALEATO DE TEGASERODE: ZELMAC ® Agonista parcial de 5-HT4 – libera CGRP também Afinidade desprezível para os outros receptores Células enterocromafins produzem serotonina estimulação dos neurônios sensoriais intrínsecos do plexo mioentérico (Receptores 5-HT1p e 5-HT4 ) e sensorias vagais e espinhais extrínsecos (Receptores 5-HT3 ) reflexo peristáltico Atua na liberação de: NO (5-HT1 do fundo gástrico-reduz tônus do músculo liso) e de Ach (5-HT4). Produzida a partir do triptofano. Recaptação semelhante a como ocorre no SNC Não deve ser utilizados em pacientes com disfunção hepática ou renal grave Diarréia e cefaleia Estimula a motilidade e acelera o transito no esôfago, no estômago e no intestino delgado e no cólon ascendente. Eficácia: Mulheres com síndrome do cólon irritável com prisão de ventre associada Prisão de ventre: Melhora evidenciada no numero de evacuações com efeitos menos evidenciados em outros parâmetros (consistência das fezes, flatulência e dor) Redução de flatulências e a dor em consequência: Redução da distensão do intestino grosso por fezes ou ar Doses mais altas foram sugeridas para obter outros efeitos procinéticos (esvaziamento gástrico ) FARMACO FARMACODINAMICA FARMACOCINETICA CONTRA INDICAÇÕES EFEITOS ADVERSOS USO CLÍNICO INTERAÇÕES MEDICA MENTOSAS CISAPRID ENTEROPRIDA® PREPULSID® OUTROS MODULADORES: PRUCALOPRIDA RESOLOR ® Agonista específico 5 HT4 Facilita a neurotransmissão colinérgica MOSAPRIDA MOSAPROX® Agonista específico 5 HT4 Ambos não possuem ação nos receptores dopaminérgicos D2 Ausência de efeitos extrapiramidais. Estimula 5-HT4 Estímulodireto no músculo liso NÃO é primeira escolha pra crianças. Pacientes com o intervalo QT prolongado (taquicardias e fibrilação ventriculares), IC congestiva, IR, cardiopatia isquêmica, Distúrbios eletrolíticos não corrigidos (hipopotassemia, hipomagnesemia) USADO EM CASOS REFRATÁRIOS A OUTROS TRATAMENTOS INICIAIS. Cólicas abdominais, Diarréia Cefaléia Relatos isolados de convulsões e efeitos extrapiramidais Doença do RGE e gastroparesiaAtenção às arritmias potencialmente fatais Cuidado com associação aos inibidores do CYP3A4: Antibioticos Macrolídios, antifúngicos Azólicos, inibidores da protease do HIV – aumentam tempo do fármaco no organismo AGONISTAS DA MOTILINA FARMACO FARMACODINAMICA USO CLÍNICO MOTILÍDEOS: agonistas da motilina Motilina: agente contrátil potente; hormônio encontrado nas células M e células enterocromafins, possui receptores no m. liso e no SNE. ERITROMICINA: (mesmos efeitos observados com Azitromicina e Claritromicina) Pacientes com gastroparesia diabética Dismotilidade do intestino delgado (esclerodermia, íleo paralitico, pseudo-obstrução) Atenção à rápida tolerância e efeitos indesejáveis FÁRMACOS DIVERSOS QUE ESTIMULAM MOTILIDADE DEXALOXIGLUTAMIDA- ANTAGONISTA CCK1 OU CCK-A CCK (Colescistocinina): Retarda o esvaziamento gástrico CLONIDINA: GASTROPARESIA Gastroparesia e Síndrome do colón irritável com prisão de ventre ACETATO DE OCTREOTIDA: Análogo de somastatina – uso em pacientes com dismotilidade intestinal COMENTÁRIOS ADICIONAIS SOBRE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) O relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior que ocorre mesmo se o individuo não tiver deglutido, ocasionando o refluxo gástrico que acaba por lesionar o esôfago. Ás vezes não depende de uma abordagem neuroentérica. Tratamento mais indicado ainda é a supressão da produção ácida do estômago.
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