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Estudo da aplicação do princípio da dignidade humana no sistema penitenciário brasileiro

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APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA NO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
Application of the principle of human dignity in the Brazilian prison system
Camila de Oliveira Dourado
Graduanda do Curso de Direito das Faculdades Integradas Icesp-Promove de Brasília, orientada pelo Prof. Adriano Portella de Amorim
 
Resumo: O presente trabalho tem como foco o problema da violação ao princípio da dignidade da pessoa humana decorrente da superlotação de presídios, causa de tratamento degradante aos apenados. Analisa-se a responsabilidade do Estado para garantir condições dignas à população carcerária, bem como a reparação do dano causado em decorrência da negativa de direitos fundamentais, na linha da recente manifestação do Supremo Tribunal Federal, observada a importância do tema para a sociedade, visto que os reflexos do tratamento recebido internamente nas penitenciárias se refletem direta e indiretamente na comunidade. 
Palavras-Chave: Princípio da dignidade humana; Superlotação; Responsabilidade.
	
Abstract: The present work focuses on the violation of the principle of the dignity of the human person due to the overcrowding of prisons, a cause of degrading treatment for the prisoners. The responsibility of the State is analyzed in order to guarantee dignified conditions for the prison population, as well as the reparation of the damage caused as a result of the denial of fundamental rights, in line with the recent manifestation of the Federal Supreme Court, observing the importance of the issue for society, that the reflexes of the treatment received internally in penitentiaries are reflected directly and indirectly in the community.
Keywords: Principle of human dignity; Over crowded; Responsibility.
Sumário: Introdução. 1. Princípio da dignidade da pessoa humana. 1.1. Consequências da inobservância do princípio. 2. A Lei de Execuções Penais (LEP) e o princípio da dignidade humana. 3. A superlotação do sistema penitenciário. 3.1. Consequências da superlotação. 4. A responsabilidade civil do Estado. 4.1. A responsabilidade do Estado quanto aos presos e o entendimento dos tribunais superiores. Considerações finais. Referências.
Introdução
Atualmente, o que podemos identificar no sistema penitenciário brasileiro é a precariedade em que se encontram os presídios. Existem vários problemas que violam a dignidade humana e assolam esse sistema nos dias de hoje. O maior e mais grave deles é a superlotação. Presídios com suas capacidades ultrapassadas, comportando em celas feitas para quatro pessoas, um número bem maior de ocupantes (Machado e Guimarães, 2014).
A superlotação, além de ser por si só um grande problema, traz consigo outras graves consequências, tais como a insalubridade, infestação de doenças, brigas, mortes, rebeliões, causando assim a degradação da pessoa do apenado, que é submetido a tais condições todos os dias.
Por isso, será apresentado o presente trabalho dividido em quatro momentos. No primeiro, será feito uma breve explanação sobre a aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana no sistema penitenciário brasileiro, analisando seu conceito, bem como, as consequências sofridas quando da inobservância de tal princípio.
No segundo momento, abordará a eficácia da Lei de Execuções Penais (LEP) à luz do princípio da dignidade humana e da Constituição Federal de 1988.
No terceiro momento, será abordada a superlotação, assim como as consequências que a acompanham, com base em pesquisas e relatórios com dados numéricos feitos pelos órgãos competentes. 
Por fim, no quarto momento, será analisada, a responsabilidade do Estado quanto à população carcerária, visto que, em recente julgamento do RE 580252 MS, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ser devida a indenização por danos morais aos presos submetidos a situações degradantes. 
A Constituição Federal de 1988 traz em seu artigo 1º um rol com os princípios fundamentais, dentre os quais se encontra um dos mais importantes no inciso III do mesmo artigo, o princípio da dignidade da pessoa humana. Sabe-se que esse princípio deve ser respeitado independente de raça, credo, cor ou posição social. Porém, ao tratar da população carcerária brasileira, não é o que se observa, ao contrário, temos a completa violação deste princípio. Como exemplo disso, há a superlotação que ocasiona condições subumanas aos apenados. 
Nesse ponto, surge o questionamento: diante da ofensa constante ao princípio citado e ao que dispõe a Lei de Execução Penal, qual deve ser a responsabilidade do Estado para garantir a proteção dessa população?
Este trabalho tem como objetivo geral analisar a aplicação do princípio da dignidade humana no sistema penitenciário brasileiro no que tange à superlotação e suas consequências, bem como, a responsabilidade do Estado quanto ao preso. Analisar as consequências da inobservância do princípio da dignidade humana nos presídios; discutir a eficácia da Lei de Execuções Penais (LEP) à luz da dignidade humana; avaliar a superlotação e suas consequências; e abordar a responsabilidade civil do Estado quanto aos presos, com enfoque nos danos morais.
A escolha do tema se deu devido à importância deste para a sociedade em geral, visto que os reflexos do tratamento recebido internamente nas penitenciárias se refletem direta e indiretamente na comunidade. Uma vez que, após o cumprimento da devida pena, o apenado será posto em liberdade, voltando assim, a conviver com a comunidade. 
Partindo do ponto de vista de que o princípio da dignidade da pessoa humana é um dos mais importantes princípios fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988, e que deve ser aplicado sem qualquer tipo de distinção, faz-se mister a análise da aplicação deste no sistema prisional brasileiro.
A própria Lei de Execuções Penais (LEP), define em seu artigo 1º a função ressocializadora da pena. Ou seja, a pena tem a função social de reeducar para reinserir o preso na sociedade. Assim, constata-se que as instituições responsáveis por aplicar a pena ao condenado deveriam ser estruturalmente preparadas para receber e oferecer as condições necessárias, para que o objetivo final da pena seja cumprido. Porém, não é o que se observa na prática. Ao contrário do que se espera, a situação degradante de superlotação e falta de estrutura encontrada nos presídios não proporciona o cumprimento da finalidade da pena.
No recente julgado - já citado acima - o STF, em análise ao recurso extraordinário em que era pleiteada indenização por danos morais, ocasionada pela superlotação das celas em que os detentos se encontram, decidiu ser devida tal indenização. A decisão foi proferida com base na tese: “que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico”. 
Para o desenvolvimento deste trabalho foram coletados dados através de pesquisa bibliográfica. Primeiramente, para analisar as consequências da inobservância do princípio da dignidade humana, foram coletados dados de artigos jornalísticos, através de revistas, bem como, artigos, estudos e pesquisas feitas por órgãos competentes.
 Logo após, para a análise da eficácia da LEP à luz do princípio já citado acima, serão estudados doutrinas e artigos, a própria lei em comento, bem como a Constituição Federal.
Por fim, será analisada a responsabilidade do Estado quanto aos presos, com base em artigos, doutrinas e em decisões recentes do Supremo Tribunal Federal e dos demais órgãos do judiciário.
1. Princípio da dignidade da pessoa humana
O princípio da dignidade da pessoa humana, entre outros fundamentos da República Federativa Brasileira, está previsto no artigo 1° da Constituição Federal de 1988.[1: Art.1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. (g. n.)]
Existe ainda, o artigo 5º, no seu inciso XLIX, da CF/88, onde está previsto que, “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”, garantia que está atrelada ao princípio da dignidade humana. Porém, segundo Greco (2015, p. 61), mesmo cabendo ao Estado assegurar a aplicação de tal garantia, essa finalidade não tem sido alcançada. O autor ainda diz que, atualmente, tal princípio tem sido bastante discutido. Entretanto, hoje a discussão não está mais focada no reconhecimento do princípio da dignidade humana, mas está centrada na aplicação do princípio.
No mesmo sentido, Greco (2015, p. 64) assinala:
Embora suas origens remontem à Antiguidade, o princípio da dignidade da pessoa humana é, basicamente, fruto da evolução filosófica ocidental, fundamentada na individualidade, na singularidade existencial, na liberdade e no respeito à vida, tendo como função precípua, portanto, a valorização do homem, em si mesmo considerado.
 
Dessa forma, para Fernandes e Righetto (2013, p. 131), o ser humano já nasce com a dignidade humana, e a carrega por toda sua vida, portanto, a dignidade não é extinta, e é obrigação do Estado assegurar a eficiência desta. Na mesma linha, Moraes (2014, p. 18) se posiciona da seguinte maneira:
A dignidade da pessoa humana é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se de um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que apenas excepcionalmente possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos.
Do mesmo modo, para Ghisleni (2014, p. 179), a dignidade da pessoa humana é inerente ao ser humano, apenas pelo fato de ser, cabendo a ele todo o respeito possível independente de qualquer outra característica ou condição. Sobre isso, Barroso (2011, p. 286) fala que:
A dignidade da pessoa humana é o valor e o princípio subjacente ao grande mandamento, de origem religiosa, do respeito ao próximo. Todas as pessoas são iguais, e têm direito a tratamento igualmente digno.
Por isso, a dignidade humana é a base para os direitos fundamentais, visto que, a pessoa humana é sujeito de direitos. À medida que um direito se apresenta mais existencial que outro, eles apresentam uma espécie de hierarquia. Por outro lado, quando a sociedade toma consciência da dignidade humana, surgem novos direitos com a finalidade de proporcionar uma vida digna a todos (Ghisleni, 2014, p. 180).
Ante o exposto, nota-se que o princípio da dignidade da pessoa humana é algo que acompanha o indivíduo desde o seu nascimento. Tal princípio deve ser observado independente de qualquer característica que possa vir a diferenciá-lo. Veremos adiante as consequências advindas da sua não observância.
1.1. Consequências da inobservância do princípio
Diante do exposto acima, vê-se que a aplicação do princípio da dignidade humana é de suma importância para o ordenamento jurídico brasileiro. Contudo, o que se constata é a violação desse princípio, especialmente quando se fala em sistema penitenciário.
 Para Greco (2015, p. 67), apesar de a Constituição Federal garantir os direitos básicos para uma sobrevivência digna, como a saúde, educação e alimentação, há uma violação constante por parte do Estado, como é possível observar no Sistema Prisional. Os apenados do sistema penitenciário são constantemente feridos na sua dignidade, devido a situações como a superlotação, alimentação precária e dificuldades para alcançar a ressocialização, o que é reforçado por Mirabete (2008, p. 89):
A falência de nosso sistema carcerário tem sido apontada, acertadamente, como uma das maiores mazelas do modelo repressivo brasileiro, que, hipocritamente, envia condenados para penitenciárias, com a apregoada finalidade de reabilitá-lo ao convívio social, mas já sabendo que, ao retornar à sociedade, esse indivíduo estará mais despreparado, desambientado, insensível e, provavelmente, com maior desenvoltura para a prática de outros crimes, até mais violentos em relação ao que o conduziu ao cárcere. 
Destarte, existe uma falha do governo quanto à realização de programas que proporcionem a reintegração do egresso à sociedade, pois aparentemente o Estado busca uma vingança contra o delinquente para fazê-lo se arrepender do mal causado à sociedade. Além disso, existe o fato de que a sociedade não acolhe o condenado, mesmo após o cumprimento de sua pena (Greco, 2015, p. 68).
Desse modo, para Casella (1980, p. 424), oferecer trabalho aos presos tem diversas funções, entre elas a aceitação psicológica de sua pena, facilitando a disciplina de sua conduta, de forma a prepará-lo para sua convivência em sociedade, permitindo que tenham condições de se manter por si.
Diante de tal situação, Mirabete (2008, p. 89) afirma que, quando há harmonia no ambiente os presos e administradores se tornam mais confiantes, fazendo com que o trabalho gere resultados. De acordo com Assis (2007, p. 4):
Dentro da prisão, dentre várias outras garantias que são desrespeitadas, o preso sofre principalmente com a prática de torturas e de agressões físicas. Essas agressões geralmente partem tanto dos outros presos como dos próprios agentes da administração prisional. O despreparo e a desqualificação desses agentes fazem com que eles consigam conter os motins e rebeliões carcerárias somente por meio da violência, cometendo vários abusos e impondo aos presos uma espécie de disciplina carcerária que não está prevista em lei, sendo que na maioria das vezes esses agentes acabam não sendo responsabilizados por seus atos e permanecem impunes.
 Por essa razão, para Fernandes e Righetto (2013, p. 129) o infrator, independente do seu grau de perversidade, não tem a sua dignidade descaracterizada. No mesmo sentido, o condenado em situação de cárcere não deixa de ser um cidadão, que como tal, merece respeito.
Dessa forma, o preso possui direitos e deveres que devem ser cumpridos, incluindo o trabalho interno e externo, este como meio de preparação do apenado para sua vida quando em liberdade (Santos e Menezes, 2016, p. 266).
Segundo o mesmo autor, o trabalho dentro do cárcere possui fim produtivo, que está ligado à função que o mesmo vai desenvolver dentro ou fora da prisão, o que possibilita a continuação da sua vida de labor, ou até mesmo o início para aquele que não possuía; e educativo, que diz respeito à ética do apenado, e ainda a sua progressão, ou seja, a reabilitação do infrator; e por fim, está ligado à dignidade preso. 
Portanto, percebe-se que ao ser desrespeitado o princípio da dignidade humana, nascem consequências prejudiciais a recuperação do transgressor, dificultando a ressocialização do mesmo para que volte a conviver em sociedade.
2. A Lei de Execução Penal (LEP) e o princípio da dignidade humana
A Lei de Execução Penal é o guia do sistema penitenciário, com a função de reabilitar o indivíduo que cometeu ato delituoso, assim como, tem o foco em preservar a dignidade do mesmo. Essa reabilitação acontece dentro da penitenciária, quando o indivíduo é privado de sua liberdade, para se manter longe do ambiente de crime, a fim de que ele possa ser reintegrado ao convívio social (Santos e Menezes, 2016, p. 264).
Nesse sentido, Ghisleni (2014, p. 198) argumenta que o sistema penitenciário é o responsável pelas regras que darão rumo ao apenado no período do cumprimento de sua pena, de modo a tornar o ambiente institucional o mais adequado possível. Porém, com a ampla discricionariedade no que tange a assuntos internos da penitenciária, surge a arbitrariedade que ocasiona violações aos direitos dos detentos.
A autora ainda diz que a LEP tem por objetivo regular o processo de execução da pena, garantindo aos condenadosseus direitos e garantias mínimas, a fim de evitar violações. Ainda, conforme a lei, o apenado deve se submeter e obedecer às normas de execução.
Destarte, a referida lei ainda expressa, no seu artigo 1°, que a pena tem como finalidade a ressocialização do apenado. Em continuidade, o artigo 10 da LEP prescreve que o Estado tem a função de dar assistência ao preso, oferecendo condições melhores de vida, a fim de evitar o seu retorno ao mundo do crime. 
Diante do posicionamento teórico exposto, ainda segundo Almeida (2017, p. 105), a letra da lei é o ideal. Atualmente, os apenados sabem de forma decorada, todos os artigos da respectiva lei, inclusive todos os benefícios que os mesmos possuem, teoricamente. Entretanto, a aplicação da LEP é mínima, o que possivelmente faz com que os presos se revoltem. 
No mesmo sentido, para Nucci (2005, p. 105):
A pena como sendo a sanção do Estado, valendo-se do devido processo legal, cuja finalidade é a repressão ao crime perpetrado e a prevenção a novos delitos, objetivando reeducar o delinquente, retirá-lo do convívio social enquanto for necessário, bem como reafirmar os valores protegidos pelo Direito penal.
Desta maneira, para enfatizar a importância do artigo 1° da LEP, cita-se julgado do Supremo Tribunal Federal, que reitera a importância da reinclusão social do apenado:
A Lei de Execução Penal – LEP é de ser interpretada com os olhos postos em seu art. 1º. Artigo que institui a lógica da prevalência de mecanismos de reinclusão social (e não de exclusão do sujeito apenado) no exame dos direitos e deveres dos sentenciados. Isso para favorecer, sempre que possível, a redução de distância entre a população intramuros penitenciários e a comunidade extramuros. Essa particular forma de parametrar a interpretação da lei (no caso, a LEP) é a que mais se aproxima da CF, que faz da cidadania e da dignidade da pessoa humana dois de seus fundamentos (incisos II e III do art. 1º). A reintegração social dos apenados é, justamente, pontual densificação de ambos os fundamentos constitucionais. (HC 99.652, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 3-11-2009, Primeira Turma, DJE de 4-12-2009).
Nessa linha, ao ser preso, o indivíduo perde o seu direito à liberdade, mas não perde a sua dignidade e demais direitos, conforme artigo 3º da LEP, onde diz que “ao condenado e ao internado são assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”. 
No que tange aos direitos do preso, o artigo 11 da LEP traz um rol que contém as assistências que devem ser dispensadas aos presos, tais como a assistência material, à saúde, social, religiosa, educacional e jurídica. Todavia, estas quando prestadas são precárias. Dessa forma, para Sampaio (2012), afronta à Constituição Federal e a Lei de Execuções Penais contribuem para a não integração do preso ao convívio social. 
Nesse sentido, o caput do artigo 28 da referida lei traz o trabalho como condição de dignidade humana, com finalidade produtiva e educativa, observando as condições do mercado, conforme seu artigo 32, para que o condenado tenha uma função na sociedade e não permaneça no ócio. Mas, o que se observa é que o trabalho oferecido não leva em conta o mercado. 
 Além dos direitos, a LEP traz ainda em seu texto alguns deveres do preso, um deles está presente no artigo 39, inciso IX, onde diz que o preso tem como dever manter a cela limpa e higienizada, o que para Sampaio (2012) não é possível, devido ao grande número de presos no mesmo compartimento.
Dessa maneira, apesar do que assegura a Constituição Federal no seu artigo 5º, inciso III, onde diz que, “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”; e ainda, no inciso XLIX do mesmo artigo, que assegura aos presos o respeito à integridade física e moral; o que se verifica no dia a dia é a violação da dignidade humana, visto que na atual condição que se encontram algumas prisões é impossível a ressocialização (Rossini, 2014).
É possível, portanto, perceber que apesar de possuir uma lei que regula e serve como base para a execução da pena, o sistema encontra-se em situação precária decorrente da desobediência à LEP, bem como, do princípio basilar garantido pela CF, qual seja, o princípio da dignidade humana.
3. A superlotação do sistema penitenciário
Conforme dados contidos no último Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), divulgado em 2016 pelo Ministério da Justiça, com dados de 2014, o Brasil tinha 622.202 presos. Nos últimos 14 anos houve um aumento de encarcerados que corresponde a 267,32%, aumento que vai além do crescimento populacional. Entretanto, o número de vagas não acompanhou esse crescimento, o que levou a um déficit de 250.318 vagas no sistema carcerário. 
Os números acima demonstram um crescimento exorbitante e desordenado da população no sistema penitenciário brasileiro. O que se nota ainda, é que o número de vagas nas instituições penitenciárias não acompanhou o crescimento da população, o que causa a insuficiência do sistema e torna difícil a recuperação do preso.
Ainda segundo o estudo do Ministério da Justiça, o Brasil possui a 4º maior população carcerária do planeta em um ranking composto por 10 países, estando atrás apenas dos Estados Unidos que possui 2.217.000 presos, da China com 1.657.812 presos, e da Rússia com uma população carcerária de 644.237. Esse número também se destaca quando é feita a comparação com o volume da população, onde se tem 306 presos para cada 100 mil habitantes.
Nesse sentido, o Ministério da Justiça afirma que para os gestores públicos e o sistema de justiça brasileiro, o sistema penitenciário é um desafio, à luz dos dados do Infopen (2016, p. 6):
Nosso sistema punitivo, forjado sob o signo das matrizes do patrimonialismo, da escravidão e da exclusão, consagrou um padrão organizacional e estrutural de estabelecimentos penais que são o retrato da violação de direitos das pessoas privadas de liberdade.
De forma semelhante, Greco (2015) relata que a falência do sistema penitenciário onde os direitos mais simples como, tomar banho, comer, dormir, etc., são deixados de lado, não é algo novo. O problema da superlotação sofrido pelos presos em grande parte dos Estados brasileiros é frequentemente ilustrado através de imagens e divulgado pelos meios de comunicação.
Assim sendo, a Lei de Execução Penal traz em seu artigo 85, citado abaixo, que a instituição penitenciária deve ter sua lotação de acordo com sua estrutura e finalidade. A determinação da capacidade de cada estabelecimento é feita pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, respeitando sua natureza e particularidades (CPI Sistema Carcerário, 2009, p. 241).
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade.
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Dando continuidade, o artigo 88 da LEP determina que o preso deve ser colocado em cela individual, onde deve conter sanitário, lavatório e dormitório. O artigo ainda diz que é uma necessidade básica do ambiente ser salubre, ou seja, deve ser aerado, receber a luz solar e ter uma boa condição térmica para o convívio humano, estabelecendo por fim um limite mínimo de 6 metros quadrados por preso (CPI Sistema Carcerário, 2009, p. 241).
3.1. Consequências da superlotação
Conforme o relatório da CPI do Sistema Carcerário feito pelo Congresso Nacional (2009), a maioria dos problemas do sistema penitenciário são filhos da superlotação. O relatório descreve as celas como ambiente insalubre,superlotadas, com a presença de doenças, mortes, rebeliões e degradação humana. Durante as visitas feitas pela CPI, os presos foram encontrados como lixo, chegando a dormir em cima dos sanitários, expostos a temperaturas que chegam a 50 graus.
Nesse caminho, para Camargo (2006), as prisões superlotadas, impedem o preso de ter sua dignidade. Diante do modelo de lotação ultrapassado, os detentos acabam dormindo muito perto de esgotos, no chão ou no banheiro das celas. Há ainda instituições que não possuem mais lugar no chão, fazendo com que o preso durma apegado às grades.
Assis (2007, p. 75) caminha pelo mesmo pensamento de que, as celas insalubres, precárias e abarrotadas de presos faz com que as instituições prisionais estejam propícias à multiplicação e contágio de doenças. Esses elementos, somados a uma alimentação inadequada, o ócio, o uso de entorpecentes, a falta de higiene e a lugubridade da prisão faz com que o indivíduo que entrou ali saudável saia com sua saúde e físico enfraquecidos.
Para o mesmo autor, os detentos contraem diferentes tipos de doenças no interior das instituições prisionais, onde as mais ocorrentes são as respiratórias, tais como a pneumonia e tuberculose. O número de infectados por doenças venéreas também é muito alto. Calcula-se que 20% dos presos possuem o vírus do HIV, isso ocorre devido as relações sexuais entre eles, e casos de estupros praticados por outros presos. 
Nesse passo, Silva (2014, p. 5), afirma que devido a grande quantidade de presos nas instituições penais brasileiras, surgem vários problemas, tais como, as rebeliões que explodem em todo o tempo dentro nas prisões, esses são episódios que colocam em risco a vida dos visitantes e funcionários, que por vezes são feitos de reféns. 
Conforme artigo 3º da LEP, quando uma pessoa é submetida a uma condenação, o que se deve ser retirado dela é a liberdade, e não sua dignidade, pois o texto do artigo afirma que, todos os direitos não atingidos pela pena devem ser resguardados, “ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”. 
Motivada pela superlotação existe a dificuldade de separar os presos altamente perigosos daqueles que cometeram crimes mais brandos, o que os leva a conviver juntos. Essa realidade viola o artigo 84 da LEP, onde diz que deve haver a separação dos presos provisórios e condenados, e ainda a distinção entre os primários e reincidentes (Machado e Guimarães, 2014, p. 575). 
Para Nucci (2008, p. 481), o que se vê atualmente, é a pena de privação de liberdade ser efetuada na contramão do que a LEP determina no seu artigo 88, isso ocorre diante da inércia do poder Judiciário no que diz respeito à tomada de medidas para dar fim a situação, interditando o local, como exemplo. O Executivo não cumpre sua obrigação de fazer as celas se adequarem ao que está previsto na lei, pois está habituado com a benevolência do judiciário.
Logo, entende-se com o exposto que as consequências causadas pela superlotação podem ser inúmeras, e acarretam danos em todo o sistema, refletindo até mesmo fora das penitenciárias, à exemplo disso está o alto número de reincidentes.
4. A responsabilidade civil do Estado 
A concepção de responsabilidade civil está ligada à ideia de evitar prejuízos a terceiros. Esse instituto pode ser conceituado como a utilização de meios que leve o indivíduo a restituir a perda causada a outro por conta de sua ação ou omissão (Santos, 2017).
Consequentemente, para Gasparini (2008, p. 1025), responsabilidade é o dever imposto ao Estado de reconstituir os prejuízos causados em razão de omissão ou comissão, fundado ou infundado, material ou jurídico pelo qual possa ser imputado. No mesmo sentido, Stoco (2007, p. 114) afirma que:
A noção da responsabilidade pode ser haurida da própria origem da palavra, que vem do latim respondere, responder a alguma coisa, ou seja, a necessidade que existe de responsabilizar alguém pelos seus atos danosos. Essa imposição estabelecida pelo meio social regrado, através dos integrantes da sociedade humana, de impor a todos o dever de responder por seus atos, traduz a própria noção de justiça existente no grupo social estratificado. Revela-se, pois, como algo inarredável da natureza humana.
Dessa forma, para Queiroz (2017), a partir do momento que se entende que o ente público não pode se eximir de reparar os prejuízos, que eventualmente possa causar por conta da execução de suas tarefas, o Estado, nomeado como guardião do povo, que recolhe o pecúlio necessário dos mesmos a fim de atingir essa finalidade, tem o dever de oferecer os serviços básicos a que se encarrega de forma eficaz. Em havendo danos aos bens jurídicos nesse caminho, o Estado deve indenizar seus possuidores em razão do risco natural que envolve suas funções. 
Isso posto, a evolução da ideia da responsabilidade civil para Neves (2017, p. 99), se correlaciona com o desenvolvimento da sociedade. As atividades realizadas pelo Estado possuem uma grande proporção, fazendo com que os perigos inerentes das atividades do ser humano sejam maiores para ele. Isso faz com que esse instituto seja analisado sob o olhar subjetivo do risco, descartando o fator subjetivo da culpa. 
Tal responsabilidade é afirmada na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37 §6º, conforme transcrição abaixo:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Destarte, apesar do parágrafo 6º não explicitar a responsabilidade objetiva, a jurisprudência e a doutrina concebem desta forma, visto que, existe a exigência de dolo ou culpa para a resposta regressiva do agente. Entretanto, o mesmo não acontece para obrigar o Estado a indenizar. Assim, entende-se que o dolo ou culpa só é exigido para a ação regressiva (Ortega, 2015). Dessa maneira, Cavalieri Filho (2014, p. 287), dispõe que:
O art. 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 dispõe acerca da responsabilidade civil do Estado, adotando a Teoria do Risco Administrativo, de maneira que o Estado deve responder, objetivamente, pelo risco criado pela sua atividade administrativa.
Nesse sentido ainda, o Código Civil Brasileiro ratifica, em seu artigo 43, a obrigação da administração pública de indenizar o particular por atos ou omissões praticadas por seus agentes.
Para Pereira (2017), ao citar as pessoas jurídicas de direito público como responsáveis objetivamente, o artigo refere-se à União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios, entre outros, bem como as pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviços públicos. 
Dessa forma, a responsabilidade civil do Estado está firmada em três elementos fundamentais da Teoria do Risco, quando responsabilidade objetiva: o distanciamento da análise do fator subjetivo da culpa; a reciprocidade entre a sociedade favorecida por serviços exercidos pelo Estado e o particular que teve uma perda por conta da ação pública; enfim, o posicionamento favorecido do Estado sob os particulares, apontado como base de cunho político e jurídico (Campos, 2011, p. 43).
Para Neves (2017, p. 99), cabe ressaltar, os fatores que identificam e caracterizam a responsabilidade civil do Estado, que são: a conduta, o dano e o nexo causal entre a conduta do agente e o dano sofrido por particular.
Cavalieri Filho (2014, p. 37), afirma que o elemento conduta pode ser compreendido como atitude humana espontânea, que se exterioriza por meio de uma ação comissiva ou omissiva, e produz implicações jurídicas. Já a omissão ou a ação dizem respeito ao lado concreto da conduta, porfim, a vontade é simplesmente o elemento psicológico. 
Logo, para Stoco (2014, p. 179), no que diz respeito ao fator psicológico, pode-se dizer que este é irrelevante para a responsabilidade objetiva, visto que, é desnecessário que haja validação da conduta culposa amplamente, consolidada nos fundamentos de imprudência, imperícia ou negligência, e no sentido de dolo quando vontade voltada para finalidade ilícita. 
Portanto, conclui-se que a responsabilidade civil do Estado se dá ao fato de reparar o dano causado a um terceiro por conta da ação ou omissão do mesmo. Vejamos agora, qual a responsabilidade do Estado quanto aos presos, conforme entendimento dos tribunais superiores.
4.1. A responsabilidade do Estado quanto aos presos e o entendimento dos Tribunais Superiores
No que tange a especificação da responsabilidade civil do Estado quanto aos presos, Mello (2005, p. 943), dispõe que, a responsabilidade objetiva por danos decorrentes de alguém ou alguma coisa que traga risco, debaixo da proteção do Estado, também se aplica com relação aos que estão sob essa guarda. Dessa forma, se um preso lesiona outro na mesma situação, o Estado deve responder de forma objetiva, visto que cada um dos detentos se encontra diante de uma situação de perigo característico do ambiente de prisão, onde transgressores desinquietos por estarem presos convivem diariamente.
Ainda para o mesmo autor, não é o bastante caracterizar o dano pela simples danificação do patrimônio que alguém tenha sofrido. É insuficiente o mero abatimento de um benefício ou conveniência que alguém venha gozar, mesmo que de forma legítima. É necessário que o bem seja juridicamente protegido, sendo reconhecido como direito do indivíduo.
Vê-se que, não basta simplesmente que ocorra o dano para que nasça a responsabilidade do Estado, pois é necessária a presença dos requisitos essenciais, para que possa existir a indenização.
No julgamento do ARE 700927, que teve como relator o Ministro Gilmar Mendes, o Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou que desde o momento em que a pessoa é detida, ela está debaixo da proteção das autoridades policiais. Essas devem legalmente executar as providências que preservem a integridade física do preso, conforme o artigo 5º, no seu inciso XLIX da CF/88, seja por ação do próprio detento, seja por ação de terceiro (Silveira, 2017).
Para o Supremo, o Estado deve zelar objetivamente pela incolumidade do preso custodiado, o que acarreta na responsabilidade objetiva motivada pela sua atitude omissiva, provocando o dever de indenizar resultante do óbito do preso, mesmo que em condição de suicídio, conforme decisão abaixo:
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. MORTE DE PRESO DENTRO DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL. SUICÍDIO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANOS MORAIS. VALOR MANTIDO. I - A partir do momento em que o indivíduo é detido, este é o posto sob a guarda, proteção e vigilância das autoridades policiais, que têm por dever legal, nos termos do art. 5º, XLIX, da CF, tomar medidas que garantam a incolumidade física daquele, quer por ato do próprio preso (suicídio), quer por ato de terceiro (agressão perpetrada por outro preso). II - Restando devidamente demonstrado nos autos que o resultado danoso decorreu de conduta omissiva do Estado ao faltar com seu dever de vigilância do detento, o qual foi encarcerado alcoolizado e, posteriormente, encontrado morto no interior da cela, configurada está a responsabilidade do ente público em arcar com os danos causados (STF - ARE nº 700927 GO, Relator Min. GILMAR MENDES, publicado em 31/07/2012). 
Ainda nesse caminho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende, em alguns julgamentos, que é cabível indenização à pessoa que sofre tratamento degradante no sistema carcerário do Brasil, conforme mostra a ementa a seguir:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - VIOLAÇÃO AO ART. 535 - INOCORRÊNCIA - LUCROS CESSANTES - SÚMULA 7/STJ - RESPONSABILIDADE CIVIL - SEQÜELAS DEFINITIVAS DECORRENTES DO TRATAMENTO DEGRADANTE SOFRIDO NO INTERIOR DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL - DANO MORAL - VALOR DA INDENIZAÇÃO. 1. O valor do dano moral tem sido enfrentado no STJ com o escopo de atender a sua dupla função: reparar o dano buscando minimizar a dor da vítima e punir o ofensor, para que não volte a reincidir. 2. Posição jurisprudencial que contorna o óbice da Súmula 7/STJ, pela valoração jurídica da prova. 3. Fixação de valor que não observa regra fixa, oscilando de acordo com os contornos fáticos e circunstanciais. 4. O Estado é responsável pela preservação da integridade moral e física do preso, enquanto estiver sob sua custódia [...] (STJ - REsp: 593265 MG 2003/0166832-2, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 27/09/2005, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 17.10.2005 p. 250).
No mesmo sentido, no julgamento do Recurso Extraordinário 580252, onde a Defensoria Pública do Mato Grosso do Sul, em favor de um detento condenado a pena de reclusão de 20 anos, no presídio de Corumbá, recorrendo da decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde, apesar de reconhecer as condições degradantes do presídio, não entendeu ser devido o pagamento de indenização, o STF julgou decidindo ser devida a indenização por danos morais ao detento.
EMENTA – APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – DANO MORAL CARACTERIZADO – TEORIA DA RESERVA DO POSSÍVEL CONJUGADA COM O MÍNIMO EXISTENCIAL – PREQUESTIONAMENTO – MATÉRIA SUFICIENTEMENTE DEBATIDA E DISCUTIDA PELO ÓRGÃO COLEGIADO – RECURSO PROVIDO. O Estado será responsabilizado a indenizar quando, por ato omissivo, tenha causado dano à particular, desde que comprovada a conduta culposa ou dolosa do ente federativo. Demonstrado que os problemas de superlotação e de falta de condições mínimas de saúde e higiene do estabelecimento penal (presídio) não foram sanados, após o decurso de um lapso temporal quando da formalização do laudo de vigilância sanitária, violando, por conseguinte, as disposições da Lei de Execução Penal, bem como a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, está devidamente comprovada a conduta omissiva culposa do Estado (culpa administrativa). Não sendo assegurado o mínimo existencial, não há falar em aplicação da teoria da reserva do possível. Recurso provido (STF - RE: 580252 MS, Relator: Ministro TEORI ZAVASCKI, Data de julgamento: 16/02/2017).
Ao serem submetidos a celas lotadas e a tratamento desumano, os presos perdem sua intimidade, honra, e tem sua integridade física e moral violada. Diante destas constatações, foram apontadas pela parte recorrente no recurso extraordinário a violação aos artigos 5°, III, X, XLIX; e 37º, § 6° da CF, e ainda ao artigo 5° do Pacto de São José da Costa Rica. 
Similarmente, ao analisar o recurso, o Relator Ministro Teori Zavascki, cujo voto consta no acórdão do RE citado acima, fls. 11 a 19, que foi acompanhado pela maioria, teceu seu entendimento no sentido de que:
4. Não há dúvida de que o Estado é responsável pela guarda e segurança das pessoas submetidas a encarceramento, enquanto ali permanecerem detidas. E é dever do Estado mantê-las em condições carcerárias com mínimos padrões de humanidade estabelecidos em lei, bem como, se for o caso, ressarcir os danos que daí decorrerem. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em mais de uma oportunidade, deixou assentada a responsabilidade objetiva do Estado pela integridade física e psíquica daqueles que estão sob sua custódia.
Diante do exposto, não há que se afastar a responsabilização do Estado quanto à segurança dos detentos, visto que estes se encontram custodiados por aquele, o qual deve manter as condições mínimas para o convívio dentro das instituições penitenciárias. O ministro continua no sentido de que, a atenuação das ofensas à dignidade dos presos pende da criação de políticas públicas voltadas a essa finalidade.
5. Não se nega que a eliminação ou, pelo menos, a redução de violações à integridade e à dignidade da pessoa dos presos dependem da adoção de políticaspúblicas sérias e voltadas especificamente à obtenção de tais resultados. Disso não decorre, porém, que as violações causadoras de danos pessoais, mesmo morais, aos detentos, ainda ocorrentes, devam ser mantidas impunes ou não passíveis de indenização, ainda mais nas circunstâncias fáticas descritas na presente causa, em que o próprio acórdão recorrido admite que ”é notório que a situação do sistema penitenciário sul-mato-grossense tem lesado direitos fundamentais seus, quanto à dignidade, intimidade, higidez física e integridade psíquica” (fl. 11).
No entanto, ao passo que é reconhecida a necessidade de criação de políticas públicas destinadas a solução deste problema, não se afasta o entendimento que diante das circunstâncias apresentadas, os danos sofridos dentro das penitenciárias são suscetíveis de indenização. Nesse passo, é inadmissível se utilizar da teoria de que a indenização não tem poder de acabar com o problema dos presídios, conforme abaixo:
6. É evidente, pois, que as violações a direitos fundamentais causadoras de danos pessoais a detentos em estabelecimentos carcerários não podem ser simplesmente relevadas ao argumento de que a indenização não tem o alcance para eliminar o grave problema prisional globalmente considerado, que depende da definição e da implantação de políticas públicas específicas, providências de atribuição legislativa e administrativa, não de provimentos judiciais. Esse argumento, se admitido, acabaria por justificar a perpetuação da desumana situação que se constata em presídios como o de que trata a presente demanda.
É notório que para solucionar, ou ao menos diminuir os problemas constantes nos presídios brasileiros, são necessários novos recursos desenvolvidos pela administração pública. No entanto, o que não se pode admitir é que esse argumento seja acolhido para afastar a indenização, uma vez que isso fundamentaria a continuação da situação degradante das cadeias.
Posto isso, o voto no sentido da admissão do recurso foi acompanhado pelo plenário. Porém, existiram divergências na escolha da reparação a ser designada. O ministro Teori Zavascki foi acompanhado em seu voto pelos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Rosa Weber e a ministra presidente, Cármen Lúcia, que mantiveram a indenização no valor de R$ 2 mil.
Na defesa de um salário mínimo como indenização à cada mês que os detentos estivessem expostos à situação degradante, estiveram os ministros Edson Fachin e Marco Aurélio.
Houve ainda uma terceira linha quanto à definição da indenização que seria arbitrada no caso em tela, qual seja, a remição da pena, acompanhada da diminuição dos dias de detenção, equivalente ao período de exposição à condição desumana. A proposta foi feita pelo ministro Luís Roberto Barroso, que tinha como fórmula a dedução de um dia de pena para cada 3 a 7 dias de detenção degradante. Tal entendimento foi acompanhado pelos ministros Luíz Fux e Celso de Mello.
Para a ministra Rosa Weber, a extensão das possibilidades de remição da pena poderiam dar ensejo à formação de um salvo conduto para a continuação da situação desumana no sistema penitenciário. Ainda para ela, as políticas públicas seriam prejudicadas duas vezes, tanto no que tange as penitenciárias em situação indesejada, quanto no que se refere à segurança pública, que sofreria com os apenados postos em liberdade antecipadamente. Já para o ministro Luíz Fux, definir valores para a indenização será a resolução mais onerosa e com menos eficiência.
Nessa linha, não resta dúvidas que é da responsabilidade do Estado conservar os presos em condições mínimas de humanidade, enquanto estes permanecem nas instituições prisionais. Assim, as ofensas que ocasionam danos, sejam eles materiais ou morais, não devem passar despercebidas, sendo, portanto, passíveis de indenização. Logo, afasta-se o argumento de que o ato de indenizar os detentos não tem o condão de pôr fim ao problema carcerário, visto que tal argumento justificaria a continuação da condição desumana que se encontra nas instituições carcerárias.
Por fim, a tese proposta como repercussão geral pelo Ministro Relator foi a seguinte:
11. Em suma, a tese de repercussão geral que proponho seja afirmada é a seguinte: considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento.
A repercussão geral, para Campos (2011, p.1), trata-se de um instituto processual que estabelece uma seleção, a fim de proporcionar ao STF a distinção dos recursos que devem ser julgados, levando em consideração a relevância do caso para a sociedade. Esse instituto foi acrescentado pelo constituinte através da Emenda Constitucional nº 45/2004, que inseriu o §3º ao artigo 102 da CF/88, no momento em que houve a reforma do Judiciário.
Para a mesma autora, ao tratar do conceito da repercussão geral, o legislador usou do “conceito jurídico indeterminado", que une em uma fórmula relevância e transcendência, ao dispor na Lei nº 11.418/2006 que, “para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”.
Nesse ponto, a relevância da repercussão geral para esse e futuros casos iguais ou semelhantes se dá do ponto de vista jurídico e social, pelo fato de estabelecer um entendimento que dará direção a futuros julgamentos, para o fim de evitar o acúmulo e a demora de casos com os mesmos fundamentos do presente, visto se tratar de questão juridicamente relevante, com a possibilidade de um julgamento profundo e mais célere.
 A importância do ponto de vista social é devida ao fato de que as condições precárias dos presídios brasileiros repercutem diretamente na sociedade, posto que as prisões atualmente alimentam a criminalidade, a violência e o índice de reincidência. Logo, a celeridade nas decisões que possam significar mudanças ou melhorias nesse sistema são importantes para a sociedade.
Considerações finais
No desenvolvimento do presente artigo foi possível perceber que o ordenamento jurídico brasileiro traz as diretrizes necessárias para o desempenho e bom funcionamento do sistema penitenciário brasileiro, através da Constituição Federal de 1988 e da LEP, bem como, pela execução das devidas funções que devem ser desempenhadas pelas autoridades e órgãos competentes.
Não obstante, ao aprofundar o estudo restou bem claro que apesar de possuir os direcionamentos para reger de forma eficaz o sistema prisional no Brasil, este se encaminha para o estado de falência. Isso ocorre por causa da inobservância do que consta na CF/88 e nas leis que regulam o sistema, já, o que acontece na realidade é a violação constante de princípios e direitos que deveriam ser garantidos à todo e qualquer ser humano.
O princípio da dignidade humana é o pilar de todos os outros princípios e das leis que norteiam o país. Ele é inerente ao ser humano, aplicável à todos, independente de raça, credo, religião, opção sexual ou posição social. Mas ao analisar a situação em que se encontra a população carcerária brasileira, foi possível notar que o princípio citado sofre ofensa diária, pois as condições encontradas nas instituições prisionais refletem a completa precariedade e a violação à integridade física e moral dos presos.
A superlotação é considerada o maior de todos os problemas sofridos pelos detentos, uma vez que dela advém outros diversos fatores, tais como a proliferação de doenças contagiosas, o aumento das brigas e rebeliões com resultado morte, e o contato de transgressores de menor potencial ofensivo com aqueles de alta periculosidade, este último ainda influindo na reincidência criminal.
O Estado tem a responsabilidadede zelar por aqueles que estão sob sua custódia, conforme texto da Constituição Federal e do Código Civil. Sua responsabilidade civil quanto aos presos é objetiva, posto que se aplica a Teoria do Risco e há ainda a irrelevância de se constatar a conduta culposa. Dito isso, quando ocorre o desrespeito à integridade dos detentos, seja ela física ou psicológica, material ou moral, comprovado o dano e o nexo causal, há o dever do Estado de indenizar à vítima, fato que foi demonstrado através dos julgados citados.
Ao abordar as teses suscitadas no referido recurso extraordinário, a intenção não foi outra senão demonstrar como a matéria é complexa e permeada de possíveis soluções. Portanto, ainda que prevalecente a tese do dano moral de responsabilidade do Estado, como forma de indicar políticas públicas a serem adotadas, não significa uma dada posição adotada no presente artigo, mas sim a pertinência de trazer ao debate problema tão relevante que permeia o papel do Estado no sistema de repartição de poderes, cujo enfrentamento já se encontra tardio.
Portanto, não restam dúvidas da responsabilidade objetiva do Estado de manter as condições mínimas para a convivência dos presos nas instituições penais, bem como do dever de indenizar caso os mesmos sejam expostos a situações desumanas e degradantes.
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