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Noções introdutórias de direito penal DIREITO PENAL EDIVALDO WALDEMAR GENOVA INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO N1 Prova: 6,0 pontos 4,0 pontos: Questões objetivas 2,0 pontos: questões subjetivas Prova: 2,0 pontos 1,0 ponto: Questões objetivas 1,0 ponto: questões subjetivas Trabalho: 2,0 pontos N2 Prova: 5,0 pontos 3,0 pontos: Questões objetivas 2,0 pontos: questões subjetivas Trabalhos: 3,0 pontos final das aulas questões objetivas/subjetivas Avaliação integrada: 2 pontos "O Direito Penal é o primeiro amor dos grandes estudantes, fascinados pelo conteúdo humano, pela palpitação social, pela intensidade dos dramas, pela glória das legendas. O Direito Penal fornece a emulsão vivificante ao berçário das vocações jurídicas” Roberto Lyra Você já se questionou por qual razão da existência do Direito Penal? Qual a sua verdadeira aplicabilidade ou, até mesmo, qual é ou será o seu destino? PARA QUE SERVE O DIREITO PENAL ? DIREITO PENAL Instrumento para convivência pacífica e harmônica dos homens na sociedade? Noções introdutórios do Direito Penal 1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL 2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL 2. CONCEITO DE DIREITO PENAL 3. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 4. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL 5. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL 6. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO 6. DIVISÕES DO DIREITO PENAL 8. FONTES DO DIREITO PENAL “A História do Direito Penal é a história de um largo processo de humanização da repressão” (Miguel Reale Júnior) 1. História do Direito Penal 1. História do Direito Penal Origem Direito Penal → organização do homem em sociedade Tempos primitivo existiam normas? História da pena / do Direito Penal História da própria humanidade Homem aparece Terra (início violação regras de conduta e convivência) Lesão aos semelhantes/próprio grupo onde vivia Aplicação de uma punição é resposta natural Vingança Divina Vingança Privada Vingança Pública 1. História do Direito Penal 1º) VINGANÇA DIVINA - Tempo Primitivo - sociedades primitivas - misticismos e crenças em seres sobrenaturais - fenômenos da natureza - provocados por divindades que os premiavam ou castigavam comportamentos humanos - divindades tem poderes infinitos e capazes e influenciar diretamente na vida das pessoas – TOTENS – Sociedades Totêmicas 1. História do Direito Penal 1º) VINGANÇA DIVINA - Tempo Primitivo Totêmicas - Penas cruéis, desumanas, finalidade de intimidação do infrator - Antigas civilizações: pena mais comum -> pena de morte - Pena podia atingir a família do infrator - Prova de Deus ou Juízo de Deus ou Ordálias: prova do fatos -> se a pessoa andasse sobre a brasa/fogo e não se ferisse, estava absolvida e se ferisse seria culpada 1. História do Direito Penal 1º) VINGANÇA DIVINA - Tempo Primitivo - membro do grupo social descumpria regras, ofendia os ‘Totens", era punido pelo próprio grupo, que temia ser retaliado pela divindade - Punição: pena dupla finalidade - Expulsar o indivíduo da comunidade, evitando que sua desgraça contaminasse os demais membros e (IDEIA RETRIBUIÇÃO?) - aplacar a ira dos Deuses, evitando a vingança divina sobrenatural 1. História do Direito Penal 2º) VINGANÇA PRIVADA - cometido o crime, a reação punitiva partia da própria vítima ou de pessoas ligadas ao seu grupo social – vingança - Sem relação com às divindades. Indivíduo ou seu grupo social – sangrentas batalhas - Penas continuam cruéis, desumanas - DUELO: forma primitiva do Direito Penal 1. História do Direito Penal Fonte: http://prof-adjr.blogspot.com/2016/02/codigo-de-hamurabi.html - Lei do Talião – Código de Hamurábi (rei babilônico do século XVIII) – “olho por olho, dente por dente” – traços de proporcionalidade – Estado direito-dever punir 1. História do Direito Penal Art. 3º - Se alguém em um processo se apresenta como testemunha de acusação e, não prova o que disse, se o processo importa perda de vida, ele deverá ser morto. Art.6º. Se alguém furta bens do Deus ou da Corte deverá ser morto; e mais quem recebeu dele a coisa furtada também deverá ser morto. Art. 22º - Se alguém comete roubo e é preso, ele é morto. 1. História do Direito Penal 3º) Período de vingança pública - Evolução das organizações sociais e o avanço e reforço da vida política – poder centralizado - intervenção estatal nos conflitos sociais com aplicação da pena pública. - PENA: meio de reação da coletividade - autopreservação - Período marcado pelas penas cruéis (morte na fogueira, roda, esquartejamento, sepultamento em vida) para se alcançar o objetivo maior que era a segurança do monarca. 1. História do Direito Penal 1. Idade Antiga (ou Antiguidade) 3º) Período de vingança pública - Os processos eram sigilosos, o réu não sabia o teor da acusação - Se o acusado era inocente, não precisava de defesa; se fosse culpado, a ela não teria direito. - Favorecia o arbítrio dos governantes - A pena pública tinha por função principal proteger a própria existência do Estado e do Soberano - delitos principais os de lesa-majestade e, sucessivamente, os que atacassem a ordem pública e os bens religiosos ou públicos (homicídio, as lesões corporais, os crimes contra a honra, compra a propriedade etc) 3º) Período de vingança pública - Com o poder do Estado cada vez mais fortalecido, o caráter religioso foi sendo dissipado e as penas passaram a ter o intuito de intimidar para que os crimes fossem prevenidos e reprimidos. - Começa a noção da pena com finalidade de prevenção - a preservação antecede qualquer forma de agressão ao bem jurídico tutelado pena norma 1. História do Direito Penal Direito Penal na Grécia antiga não existem escritos a propiciar análise aprofundada da legislação penal então existente, senão algumas passagens em obras filosóficas Separação entre Direito e Religião Filósofos gregos: razão e o fundamento do direito de punir e qual seria a razão da pena - Platão e Aristóteles 1. História do Direito Penal 1. História do Direito Penal Platão enxerga o direito penal como um instrumento de controle social necessário em consequência dos defeitos e insuficiências do processo de socialização. O direito penal, dotado de uma dimensão ética, destina- se a complementar o processo pedagógico desenvolvido no âmbito da polis. Roma viveu também as fases da vingança (privada, divina até chegar na vingança pública), separando, a exemplo dos gregos, o Direito da Religião fomentava penas cruéis e desumanas, como a morte, trabalhos forçados, mutilação e flagelação, abusando do exílio e da deportação DIREITO PENAL ROMANO Divisão dos delitos: - públicos (crimina publica), violadores dos interesses coletivos (ex: crimes funcionais, homicídio), punidos pelo jus publicum com penas públicas - Privados (delicta privata): lesão interesses particulares (ex: patrimônio), punidos pelo jus civile com penas privadas DIREITO PENAL ROMANO Grandes retrocessos marcaram o desenvolvimento do Direito Penal na Idade Média Privilegiavam-se penas cruéis, com caráter iminentemente intimidador aspectos positivos no período: a utilização da pena privativa de liberdade com um caráter reformador do criminoso (embora não fosse a sua finalidade primeira) e a análise do elemento subjetivo do delito DIREITO PENAL NA IDADE MEDIA - Direito Canônico - grande influência - Igreja adquiria cada vez mais poder e suas decisões eclesiásticas eram executadas por tribunais civis - Prisão eclesiástica (ou canônica) - * origem da pena privativa de liberdade “dando ao internamentoum sentido de penitência e meditação” - Pena - um caráter precipuamente sacral, de base retribucionista (preocupações de correção do infrator) - Consolidação da punição pública como a única justa e correta. DIREITO PENAL NA IDADE MEDIA DIREITO PENAL NA IDADE MEDIA - Lei penal: CÓDIGO DE CRUELDADE => Visa causar o temor geral - Sanções ao arbítrio dos governantes - Sistema punitivo desumano e ineficaz - Espécies de penas: a) Pena de morte (da maneira mais cruel possível); b) Penas corporais (como amputação de membros, olhos, línguas, mutilações, queima da carne a fogo). O Direito Germânico contribuiu imensamente para a evolução do Direito Penal, considerado pela doutrina fonte do Direito Penal da Transição pena mais grave a Frieldlosigkeit - quando a infração ofendia os interesses da comunidade, o delinquente perdia seu direito fundamental a vida, podendo qualquer cidadão matá-lo infração atingia apenas uma pessoa ou família, o direito penal germânico fomentava o restabelecimento da paz social por via da reparação, admitindo, também a vingança privada (faida) DIREITO PENAL GERMÂNICO Assim, depois das invasões dos povos bárbaros, o Direito Penal Germânico caracteriza-se por um crescente poder do Estado Autoridade pública afirma-se e substitui a vingança privada (faida), de modo que se nos tempos primitivos conceder a paz era uma faculdade do ofendido, nesse momento passa a ser obrigatório e as condições são fixadas pelo Juiz- Soberano. DIREITO PENAL GERMÂNICO Período histórico - Século XV ao XVIII, é genericamente percebido com um “período de transição” - interessa ao Direito Penal Século XVI e XVII: Um quarto da população estava na miséria sobrevivendo de mendicância, roubos e assassinato Época de “revolução social”: - modo de produção: feudal -> capitalista - comércio cresceu extraordinariamente - aumento da população - crescimento das cidades e desenvolvimento das manufaturas Idade Moderna ou Modernidade - QUADRO SOCIAL: Guerras religiosas, pobreza generalizada, aumento da pobreza e, consequentemente, número delinquentes - Direito Penal -> Remédio: instrumento de segregação social e uso do trabalho forçado do condenado - Evitar desperdício de mão de obra e viabilizar o seu controle - Castigo: vergonha a ser escondida - Economia: falta de emprego – criminalização da ociosidade - Prisão => meio eficaz de controle policial da sociedade Idade Moderna ou Modernidade Modernização do Direito Penal – marca do Iluminismo Contribuições grandes pensadores iluministas e humanitários: Bentham (Inglaterra), Montesquieu e Voltaire (França), Hommel e Fenenbach (Alemanha), Beccaria, Filangieri e Pagano (Itália) Idade Moderna ou Modernidade - inicio Revolução Francesa (1789 d.C.) - marcado pela corrente filosófica iluminista, que elevava a importância da razão. - as ciências - novas soluções para os problemas humanos - civilização humana progredia com os novos conhecimentos adquiridos. - Século das Luzes: XVIII Idade Contemporânea ou Pós-Modernidade Modernização do Direito Penal – marca do Iluminismo Durante o Iluminismo, no século XVIII, que se passou a buscar a verdadeira evolução das normas de caráter sancionador, pregando-se o afastamento da incidência do Direito Penal então vigente Sociedade baseada na razão: soberania da lei, defesa dos direitos subjetivos e garantias necessárias no processo penal e racionalização das penas: gravidade do delito e o dano infligido à sociedade - INICIO DO PERÍODO HUMANITÁRIO DA PENA/ESCOLAS PENAIS Idade Contemporânea ou Pós-Modernidade Escolas penais representam as ideias de diversos doutrinadores ou conjunto de doutrinadores que, em dado momento histórico-político, investigaram institutos penais como o crime, o delinquente e a pena, construindo os pilares do sistema penal de sua época O estudo das escolas penais permite acompanhar a evolução do Direito Penal e os reflexos histórico-sociais na doutrina, na mudança do método empregado e idealização de conceitos. ESCOLAS PENAIS A Escola Clássica - final do século XVIII e a metade do século XIX Reação ao totalitarismo do Estado Absolutista, filiando-se ao movimento revolucionário e libertário do Iluminismo - “Século das luz” ESCOLA CLASSICA ESCOLA CLASSICA Giovanni Carmignani (Elementa juris criminalis – 1847) Francesco Carrara (Programa del corso di diritto criminale - 1859) Pellegrino Rossi (Trattato di diritto penale - 1859) CESARE BECCARA (Dei delitti e delle pene (Dos Delitos e das Penas - 1764) método racionalista e dedutivo (lógico) e jusnaturalistas - normas absolutas e naturais prevalecessem sobre as normas do direito posto ESCOLA CLASSICA Influência ideal iluminista - prevaleceu a tendência de eliminar as penas corporais e os suplícios passagem do caráter de vingança real ou religioso da pena. Pena é uma resposta da própria sociedade - fim de manter sua própria segurança ESCOLA CLASSICA IDEIAS: 1. crime como um conceito meramente jurídico – base direito natural 2. concepção do livre-arbítrio - homem age segundo a sua própria vontade, tem a liberdade de escolha independentemente de motivos alheios (autodeterminação) 3. Infrator da norma penal de receber uma pena como forma de retribuição pelo crime cometido - castigo necessário para o restabelecimento do Direito e da justiça MARQUÊS DE BECCARIA escreve a clássica obra Dei delitti e delle pene (Dos Delitos e das Penas - 1764) ESCOLA CLASSICA "para que cada pena não seja uma violência de um ou de muitos contra um cidadão privado, deve ser essencialmente pública, rápida, necessária, a mínima possível nas circunstâncias dadas, proporcional aos delitos e ditadas pelas leis" MARQUÊS DE BECCARIA: - Nova nova forma de pensar o sistema punitivo - Abordagem claramente filosófica (e não essencialmente jurídica) - ataca punitivimos exacerbado da época - marca dos regimes absolutistas, visando humanizar a resposta estatal à infração penal. ESCOLA CLASSICA ESCOLA CLASSICA meados do século XIX - grande preocupação com a luta eficiente contra a crescente criminalidade Necessidade de defesa da sociedade e os estudos biológicos e sociológicos assumiam relevante importância, principalmente com as doutrinas evolucionistas de Darwin e Lamarck e sociológicas de Comte e Spencer Nasce, então, a Escola Positiva, também denominada Positivismo Criminológico, despontando os estudos dos “três mosqueteiros”: Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafael Garofalo. ESCOLA POSITIVA Cesare Lombroso, médico, filósofo, representou a fase antropológica da Escola Positivista: Em meados do ano de 1876, publicou-se o Tratado Antropológico Experimental do Homem Delinquente construção do "criminoso nato“ - indivíduo essencialmente voltado à delinquência e passível de identificação anatômica a partir de certas características físicas encontradas em alguns indivíduos, sobretudo mestiços, atestaria sua pré- disposição à vida criminosa ESCOLA POSITIVA Cesare Lombroso criminoso era um ser atávico (deformado) Preso a sua deformação patológica, às vezes nascia criminoso homem não é livre em sua vontade. Ao contrário, sua conduta é determinada por forças inatas Crime como consequência de causas múltiplas (paixão, loucura, ocasião, ataque epilético Fundador da Escola Positivista biológica ESCOLA POSITIVA Lombroso constatou que entre homens e cadáveres (analisou 6.000 reclusos e fez 400 autópsias) existiam características em comum, físicas e psicológicas, que o fizeram crer que eram os estigmas da criminalidade.os criminosos seriam mais altos que a média (e isso significava 1,69m na Veneza e 1,70 na Inglaterra), teriam crânios menores que os dos homens “normais” e maiores do que os crânios dos “loucos”, além de uma aparência desagradável, mas não deformada, sendo que estupradores e sodomitas teriam feições feminizadas. Orelhas de abano, nariz adunco, queixo protuberante, maxilar largo, maçãs do rosto proeminentes, barba rala, cabelos revoltos, caninos bem desenvolvidos (olha só uma prerrogativa para vampiros aí), cabelos e olhos escuros Ladrões teriam olhar esquivo, assassinos um olhar firme e vidrado. Seriam ainda especialmente insensíveis à dor (preferência por tatuagens). Mulheres: potencial criminoso tem uma certa masculinidade nos traços e na voz, causados por um excesso de pelos corporais, verrugas, cordas vocais grossas com relação à laringe, mamilos pequenos ou muito grandes e mesmo sua forma de escrever. As mulheres criminosas seriam em geral mais cruéis que os homens, e possuiriam vitalidade, reflexos e força incomuns. ENRICO FERRI - fase sociológica no Positivismo Criminológico, destacando-se suas obras “Sociologia criminal” (1892) e “Princípios de direito criminal” (1926) - reafirmação e defesa da tese negativa do livre-arbítrio, prevalecendo o determinismo biológico-social, fundamentando a responsabilidade penal na responsabilidade social - Concepção da pena como mecanismo de defesa social - nascimento da criminologia, preocupação com o delinquente e a vítima, melhor individualização das penas, surgimento do conceito de periculosidade. ESCOLA POSITIVA RAFAEL GAROFALO - Expoente da fase jurídica da Escola Positiva - Empregou e imortalizou a expressão “Criminologia” - título de sua principal obra, publicada em 1885, conferindo aspectos estritamente jurídicos ao movimento - Atribui-se a ele o conceito de delito natural, compreendido como “ação prejudicial e que fere ao mesmo tempo alguns desses sentimentos que se convencionou chamar o senso moral de uma agregação humana ESCOLA POSITIVA Negação do livre-arbítrio responsabilidade penal fundamenta-se na responsabilidade social - papel ser humano desempenha na coletividade. Fundamento: personalidade do réu, capacidade de adaptação e risco de perigo Escola Positiva Método experimental ESCOLA POSITIVA Fase Jurídica: Rafael Gaforalo Fase Sociológica: Enrico Ferri Fase Antropológica: Cesare Lombroso ESCOLA POSITIVA ESCOLA CLASSÍCA (Séc. XVIII) ESCOLA POSITIVA (Séc. XIX) Conceito de crime Ente jurídico – violação da lei Fenômeno social e natural Finalidade da pena Retributiva – não mais cometer crime Ressocializadora – punição + ressocialização Criminoso - influência externa Livre-arbítrio Influência externa/interna Fundamento responsabilidade penal Moral e livre-arbítrio Determinismo – negam o Livre- arbítrio Criminoso Normal – escolher entre bem/mal Psicologicamente anormal - sempre Defensores BECCARIA, CARRARA e ROSSI LOMBROSO, FERRI e GAFORALO ESCOLAS ECLÉTICAS 1. Delito: ente jurídico 2. Resp. penal: moral e livre-arbítrio 3. Pena retributiva meio e tutela jurídica 4. Método dedutivo ou lógico-abstrato 5. Delinquente normal – escolher bem/mal 6) Beccaria, Rossi e Carrara Movimento de Defesa Social Escola Clássica Escola Positiva 1. Delito: ente jurídico 2. Resp. penal: moral e livre-arbítrio 3. Pena retributiva meio e tutela jurídica 4. Método dedutivo ou lógico-abstrato 5. Delinquente normal – escolher bem/mal 6) Beccaria, Rossi e Carrara 1. Estado não deve Punir - função é melhorar o indivíduo 2. Estado aturar na prevenção e não somente pela repressão 3. O violador da lei não perigoso pode ser perdoado, não necessitando sanção 4. Reforma penitenciária: Humanismo 5. Adolpho Prins 1. Resp. penal: coletiva, solidária e difusa 2. Pena corrigir injusta e perversa conduta do criminoso - correção 3. Pena privativa liberdade tempo indeterminado 4. Pena : Não é castigar, punir, infligir o mal, mas regenerar o criminoso 5. Delinquente ser incapaz direito 6) Karl Roeder - Alemanha - 1839 Escola Correcionalista Tecnicismo Jurídico-Penal 1. Método técnico-jurídico: estudo norma em vigor 2. Exclui do Direito Penal toda carga de investigação sociológica, filosófica, antropológica 3. Pena meio defesa do Estado 4. Resp. Penal: moral, vontade livre 5. Arturo Rocco – Itália - 1910 ESCOLAS ECLÉTICAS Movimento de Defesa Social Escola Clássica Escola Positiva 1. Estado não deve Punir - função é melhorar o indivíduo 2. Estado aturar na prevenção e não somente pela repressão 3. O violador da lei não perigoso pode ser perdoado, não necessitando sanção 4. Reforma penitenciária: Humanismo 5. Adolpho Prins 1. Resp. penal: coletiva, solidária e difusa 2. Pena corrigir injusta e perversa conduta do criminoso - correção 3. Pena privativa liberdade tempo indeterminado 4. Pena : Não é castigar, punir, infligir o mal, mas regenerar o criminoso 5. Delinquente ser incapaz direito 6) Karl Roeder - Alemanha - 1839 Escola Correcionalista Tecnicismo Jurídico-Penal 1. Método técnico-jurídico: estudo norma em vigor 2. Exclui do Direito Penal toda carga de investigação sociológica, filosófica, antropológica 3. Pena meio defesa do Estado 4. Resp. Penal: moral, vontade livre 5. Arturo Rocco – Itália - 1910 Noções introdutórios do Direito Penal 1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL 2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL 2. CONCEITO DE DIREITO PENAL 3. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 4. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL 5. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL 6. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO 6. DIVISÕES DO DIREITO PENAL 8. FONTES DO DIREITO PENAL - Fatos sociais (comportamentos) não se repetem necessariamente em toda a sociedade - próprios de algumas comunidades específica; países, congregações religiosas ou mesmo grupos de afinidade FATO SOCIAL casamento, idioma, sistema monetário, religião, lei, casamento, divórcio, constituição de uma empresa, nascimento, união homoafetiva, morte, opção sexual FATO SOCIAL é “toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior” - ÉMILE DURKEIM 1. O FATO SOCIAL é sempre o ponto de partida na formação da noção do Direito 2. O fato social que se mostra contrário à norma de Direito forja o ILÍCITO JURÍDICO 3. Ilícito jurídico mais grave é o ILÍCITO PENAL - atenta contra os bens mais importantes da vida social 4. Contra a prática desses fatos o Estado normas jurídicas com a finalidade de combater o crime 5. A esse conjunto de normas jurídicas dá-se o nome de DIREITO PENAL 6. O meio de ação/coerção de que se vale o DIREITO PENAL é a pena, a fim de satisfazer uma exigência social de justiça, constrangendo o autor da conduta punível a submeter-se a um mal que corresponda em gravidade ao dano por ele causado DIREITO PENAL MEIO DE AÇÃO/COERÇÃO PENA INFRATOR ILÍCITO JURÍDICO ILÍCITO PENAL ILÍCITO NÃO PENAL Fato social contrário à norma ILÍCITO JURÍDICO Ilícito civil, administrativo, PUNIR ILÍCITOS DIREITO PENAL NORMAS NÃO PENAIS NORMAS PENAIS - Do crime Estudo do - Da pena - Do delinquente DIREITO PENAL Fato social contrário à norma ilícito jurídico não PENAL Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 – Lei Antifumo Art. 2o É proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo fechado, privado ou público. Art. 9o Aplicam-se ao infrator desta Lei, ... as seguintes sanções:I - advertência; IV - apreensão do produto; V – multa, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), aplicada conforme a capacidade econômica do infrator CONCLUSÃO NEM TODO ÍLICITO JURÍDICO É ILÍTICTO PENAL Fato social contrário à norma ilícito jurídico e ILÍCITO PENAL Código Penal - DL 2.848/1940 Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. CONCLUSÃO: TODO ILÍCITO PENAL É ILÍCITO JURÍDICO CONCLUSÃO NEM TODO ÍLICITO JURÍDICO É ILÍCITO PENAL, MAS TODO ILÍCITO PENAL É ILÍCITO JURÍDICO QUESTÕES: Justo tornar crime o uso de cigarros e similares em recinto público ou fechada? (CRIMINALIZAÇÃO DA CONDUTA – sanção penal) Princípio da Intervenção Mínima, Subsidiariedade e fragmentação Noções introdutórios do Direito Penal 1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL 2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL 4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL 6. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL 7. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO 8. DIVISÕES DO DIREITO PENAL 9. FONTES DO DIREITO PENAL Aspecto formal (estático) Aspecto material Aspecto sociológico (dinâmico) 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL Aspecto formal (estático): conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais e fixa sanções a serem aplicadas (pena ou medida de segurança) - FATOS PUNÍVEIS - DEFINIÇÃO DAS PENAS E SUA APLICAÇÃO 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL Aspecto material: o direito penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade (LESÃO) - PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL Aspecto sociológico (dinâmico) - controle social - o direito penal é mais um instrumento de controle social, visando assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade. - CONTROLE SOCIAL - Quem viola regras - > pratica infrações - controle social existe em diversos ramos (penal, civil etc.). 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL Aspecto sociológico (dinâmico) - controle social DIREITO PENAL DE INTERVENÇÃO MÍNIMA - modo de controle social deve ser subsidiário - atuação Direito Penal → legítima → fracasso de outras formas de controle: - jurídicos (Direito Civil e Direito Administrativo...) - extrajurídicos (família, igreja, escola, sindicato...) 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL Aspecto sociológico (dinâmico) - CONTROLE SOCIAL O que diferencia uma norma penal das demais impostas coativamente pelo Estado é a espécie de consequência jurídica (cominação de penas e medidas de segurança) 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL Cominação da Sanção Penal Medida de Segurança Pena Violação norma penal Consequência Jurídica CONCEITO DE DIREITO PENAL Conjunto de normas de natureza penalaspecto formal ou estático aspecto material aspecto sociológico ou dinâmico Instrumento de controle social Lesão a bens jurídicos penalmente protegidos Noções introdutórios do Direito Penal 1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL 2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL 4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL 6. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL 7. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO 8. DIVISÕES DO DIREITO PENAL 9. FONTES DO DIREITO PENAL Jus puniendi x Direito de Liberdade Ramo do Direito Público composto de regras indisponíveis e obrigatoriamente impostas a todas as pessoas – regula as relações do indivíduo com a sociedade 4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL Conjunto de normas e regras sistematizadas por um emaranhado de princípios, que compõem a dogmática jurídico-penal Ciência DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL “é a disciplina que se ocupa da sistematização do conjunto de valorações e princípios que orientam a própria aplicação e interpretação das normas penais” (BITENCOURT) OBJETO: estudo da teoria geral do delito 4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL Pertence a classe das ciências do “DEVER SER” e não do “ser” (ciências naturais) Ciência Cultural São circunstâncias de cunho histórico e geográfico que conduzem à definição abstrata por meio do Direito Penal de uma série de comportamentos que devem ser obedecidos e/ou evitados pelos cidadãos. Formado por um conjunto de normas jurídicas (princípios e regras) que definem as infrações de natureza penal e suas consequências jurídicas correspondentes (penas ou medidas de segurança Normativo Finalidade de estudar a norma 4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL Valorativo estabelece sua própria escala de valores, dispondo-a em escala hierárquica – tutela bens jurídicos mais valiosos e preciosos com maior rigor a proibição legislativa de uma determinada conduta, através da norma penal, importa em uma valoração negativa que conduz à criminalização da mesma 4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL atua em defesa da sociedade na proteção bens jurídicos fundamentais (vida humana, integridade corporal dos cidadãos, patrimônio, etc.) FINALISTA / INSTRUMENTAL Ciência prática, não simplesmente teórica ou acadêmica 4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL Sancionador DP não cria bens jurídicos - acrescenta uma proteção penal aos bens jurídicos disciplinados por outras áreas do Direito Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes SUBSIDIÁRIO intervenção jurídico-penal somente é justificado quando o Direito Civil ou outros ramos do Direito Público se mostram insuficientes à tutela eficaz do bem em questão Noções introdutórios do Direito Penal 1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL 2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL 3. CONCEITO DE DIREITO PENAL 4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL 6. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL 7. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO 8. DIVISÕES DO DIREITO PENAL 9. FONTES DO DIREITO PENAL O Direito Penal (O crime, o criminoso e a sanção penal) é objeto de estudo de diversas ciências (enciclopédia de ciências criminais) As três ciências criminais (inseparáveis e interdependentes) são: 1) Criminologia 2) Política Criminal 3) Dogmática Penal 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL Criminologia "ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo (...) Luiz Flávio Gomes e Antônio Molina Criminologia, p. 28)” - ciência empírica (baseada na realidade) - Interdisciplinar: sociologia, psicologia, filosofia, medicina e direito 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL Pai da criminologia moderna: Cesare Lombroso Política Criminal estratégias (penais e extrapenais) - controle social na busca da proteção do bem jurídico - fundamentos: criminologia, a filosofia e a sociologia - Objetivo: análise crítica da legislação penal e à propositura de alterações 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL Politica Criminal Estratégias penais Estratégias não penais Estabelecer condutas proibidas, sanções penais, crimes menor potencial ofensivo, composição civil Urbanização da favela, iluminação pública; Restrição horário: bares, boates, melhor distribuição de renda, restringir porte de arma Dogmática penal Missão: conhecero sentido das normas e princípios jurídico- penais positivos e desenvolver de modo sistemático o conteúdo do Direito Penal Dogmática penal parte de preceitos legais (considerados como dogmas) e procura racionalizar a interpretação e aplicação do Direito Penal Dogmática penal é a interpretação, sistematização e aplicação lógico-racional do Direito Penal. - Presunção de inocência - Dignidade da pessoa humana 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL 5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL Dogmática penal (Ciência normativa do Direito Penal) Política Criminal (Ciência política do Direito Penal) Criminologia (Ciência empírica do Direito Penal) Dogmática Penal, Ciência Criminal e a Política Criminal não são ciências isoladas e estanques, elas se interligam e se completam, indispensáveis para compreender o Direito Penal => Fato, Valor e Norma Crime -> FATO Muito obrigado
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