Buscar

Aula 01 - Introdução

Prévia do material em texto

Noções introdutórias de 
direito penal
DIREITO PENAL
EDIVALDO WALDEMAR GENOVA
INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO
N1
 Prova: 6,0 pontos
 4,0 pontos: Questões objetivas
 2,0 pontos: questões subjetivas
 Prova: 2,0 pontos
 1,0 ponto: Questões objetivas
 1,0 ponto: questões subjetivas
 Trabalho: 2,0 pontos
N2
 Prova: 5,0 pontos
 3,0 pontos: Questões objetivas
 2,0 pontos: questões subjetivas
 Trabalhos: 3,0 pontos
 final das aulas
 questões objetivas/subjetivas
Avaliação integrada: 2 pontos
"O Direito Penal é o primeiro amor dos grandes
estudantes, fascinados pelo conteúdo humano,
pela palpitação social, pela intensidade dos
dramas, pela glória das legendas. O Direito Penal
fornece a emulsão vivificante ao berçário das
vocações jurídicas” Roberto Lyra
Você já se questionou por qual razão da existência do
Direito Penal? Qual a sua verdadeira aplicabilidade ou,
até mesmo, qual é ou será o seu destino?
PARA QUE SERVE O DIREITO PENAL ?
DIREITO PENAL
Instrumento para convivência pacífica e 
harmônica dos homens na sociedade?
Noções introdutórios do Direito Penal
1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL
2. CONCEITO DE DIREITO PENAL
3. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
4. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
5. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL
6. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO
6. DIVISÕES DO DIREITO PENAL
8. FONTES DO DIREITO PENAL
“A História do Direito Penal é a história de um largo
processo de humanização da repressão” (Miguel Reale
Júnior)
1. História do Direito Penal
1. História do Direito Penal
Origem Direito Penal → organização do homem em sociedade
Tempos primitivo existiam normas?
História da pena / do Direito Penal
História da própria humanidade
Homem aparece Terra
(início violação regras de conduta e convivência)
Lesão aos semelhantes/próprio grupo onde vivia
Aplicação de uma punição é resposta natural
 Vingança Divina
 Vingança Privada
 Vingança Pública
1. História do Direito Penal
1º) VINGANÇA DIVINA - Tempo Primitivo
- sociedades primitivas - misticismos e crenças em seres
sobrenaturais
- fenômenos da natureza - provocados por divindades que os
premiavam ou castigavam comportamentos humanos
- divindades tem poderes infinitos e capazes e influenciar diretamente
na vida das pessoas – TOTENS – Sociedades Totêmicas
1. História do Direito Penal
1º) VINGANÇA DIVINA - Tempo Primitivo Totêmicas
- Penas cruéis, desumanas, finalidade de intimidação do infrator
- Antigas civilizações: pena mais comum -> pena de morte
- Pena podia atingir a família do infrator
- Prova de Deus ou Juízo de Deus ou Ordálias: prova do fatos -> se
a pessoa andasse sobre a brasa/fogo e não se ferisse, estava
absolvida e se ferisse seria culpada
1. História do Direito Penal
1º) VINGANÇA DIVINA - Tempo Primitivo
- membro do grupo social descumpria regras, ofendia os ‘Totens", era
punido pelo próprio grupo, que temia ser retaliado pela divindade
- Punição: pena dupla finalidade
- Expulsar o indivíduo da comunidade, evitando que sua desgraça
contaminasse os demais membros e (IDEIA RETRIBUIÇÃO?)
- aplacar a ira dos Deuses, evitando a vingança divina sobrenatural
1. História do Direito Penal
2º) VINGANÇA PRIVADA
- cometido o crime, a reação punitiva partia da própria vítima ou de
pessoas ligadas ao seu grupo social – vingança
- Sem relação com às divindades. Indivíduo ou seu grupo social –
sangrentas batalhas
- Penas continuam cruéis, desumanas
- DUELO: forma primitiva do Direito Penal
1. História do Direito Penal
Fonte: http://prof-adjr.blogspot.com/2016/02/codigo-de-hamurabi.html
- Lei do Talião – Código de Hamurábi (rei babilônico do século XVIII)
– “olho por olho, dente por dente” – traços de proporcionalidade –
Estado direito-dever punir
1. História do Direito Penal
Art. 3º - Se alguém em um processo se apresenta como testemunha de
acusação e, não prova o que disse, se o processo importa perda de vida,
ele deverá ser morto.
Art.6º. Se alguém furta bens do Deus ou da Corte deverá ser morto; e mais
quem recebeu dele a coisa furtada também deverá ser morto.
Art. 22º - Se alguém comete roubo e é preso, ele é morto.
1. História do Direito Penal
3º) Período de vingança pública
- Evolução das organizações sociais e o avanço e reforço da vida
política – poder centralizado
- intervenção estatal nos conflitos sociais com aplicação da pena
pública.
- PENA: meio de reação da coletividade - autopreservação
- Período marcado pelas penas cruéis (morte na fogueira, roda,
esquartejamento, sepultamento em vida) para se alcançar o
objetivo maior que era a segurança do monarca.
1. História do Direito Penal
1. Idade Antiga (ou Antiguidade) 
3º) Período de vingança pública
- Os processos eram sigilosos, o réu não sabia o teor da acusação
- Se o acusado era inocente, não precisava de defesa; se fosse 
culpado, a ela não teria direito. 
- Favorecia o arbítrio dos governantes 
- A pena pública tinha por função principal proteger a própria existência 
do Estado e do Soberano
- delitos principais os de lesa-majestade e, sucessivamente, os que
atacassem a ordem pública e os bens religiosos ou públicos
(homicídio, as lesões corporais, os crimes contra a honra, compra a
propriedade etc)
3º) Período de vingança pública
- Com o poder do Estado cada vez mais fortalecido, o caráter
religioso foi sendo dissipado e as penas passaram a ter o intuito
de intimidar para que os crimes fossem prevenidos e reprimidos.
- Começa a noção da pena com finalidade de prevenção - a
preservação antecede qualquer forma de agressão ao bem
jurídico tutelado pena norma
1. História do Direito Penal
Direito Penal na Grécia antiga
 não existem escritos a propiciar análise aprofundada da
legislação penal então existente, senão algumas passagens
em obras filosóficas
 Separação entre Direito e Religião
 Filósofos gregos: razão e o fundamento do direito de punir
e qual seria a razão da pena
- Platão e Aristóteles
1. História do Direito Penal
1. História do Direito Penal
Platão enxerga o direito penal como um instrumento de
controle social necessário em consequência dos defeitos
e insuficiências do processo de socialização.
O direito penal, dotado de uma dimensão ética, destina-
se a complementar o processo pedagógico desenvolvido
no âmbito da polis.
 Roma viveu também as fases da vingança (privada, divina até
chegar na vingança pública), separando, a exemplo dos gregos, o
Direito da Religião
 fomentava penas cruéis e desumanas, como a morte, trabalhos
forçados, mutilação e flagelação, abusando do exílio e da deportação
DIREITO PENAL ROMANO 
 Divisão dos delitos:
- públicos (crimina publica), violadores dos interesses
coletivos (ex: crimes funcionais, homicídio), punidos pelo jus
publicum com penas públicas
- Privados (delicta privata): lesão interesses particulares (ex:
patrimônio), punidos pelo jus civile com penas privadas
DIREITO PENAL ROMANO 
 Grandes retrocessos marcaram o desenvolvimento do
Direito Penal na Idade Média
 Privilegiavam-se penas cruéis, com caráter
iminentemente intimidador
 aspectos positivos no período: a utilização da pena
privativa de liberdade com um caráter reformador
do criminoso (embora não fosse a sua finalidade
primeira) e a análise do elemento subjetivo do delito
DIREITO PENAL NA IDADE MEDIA 
- Direito Canônico - grande influência - Igreja adquiria cada vez
mais poder e suas decisões eclesiásticas eram executadas por
tribunais civis
- Prisão eclesiástica (ou canônica)
- * origem da pena privativa de liberdade “dando ao internamentoum
sentido de penitência e meditação”
- Pena - um caráter precipuamente sacral, de base retribucionista
(preocupações de correção do infrator)
- Consolidação da punição pública como a única justa e correta.
DIREITO PENAL NA IDADE MEDIA 
DIREITO PENAL NA IDADE MEDIA 
- Lei penal: CÓDIGO DE CRUELDADE => Visa causar o temor geral
- Sanções ao arbítrio dos governantes
- Sistema punitivo desumano e ineficaz
- Espécies de penas:
a) Pena de morte (da maneira mais cruel possível);
b) Penas corporais (como amputação de membros, olhos, línguas,
mutilações, queima da carne a fogo).
O Direito Germânico contribuiu imensamente para a evolução do
Direito Penal, considerado pela doutrina fonte do Direito Penal da
Transição
 pena mais grave a Frieldlosigkeit - quando a infração ofendia
os interesses da comunidade, o delinquente perdia seu direito
fundamental a vida, podendo qualquer cidadão matá-lo
 infração atingia apenas uma pessoa ou família, o direito penal
germânico fomentava o restabelecimento da paz social por via
da reparação, admitindo, também a vingança privada (faida)
DIREITO PENAL GERMÂNICO
 Assim, depois das invasões dos povos bárbaros, o Direito
Penal Germânico caracteriza-se por um crescente poder do
Estado
 Autoridade pública afirma-se e substitui a vingança privada
(faida), de modo que se nos tempos primitivos conceder a
paz era uma faculdade do ofendido, nesse momento passa
a ser obrigatório e as condições são fixadas pelo Juiz-
Soberano.
DIREITO PENAL GERMÂNICO
 Período histórico - Século XV ao XVIII, é genericamente
percebido com um “período de transição” - interessa ao Direito
Penal
 Século XVI e XVII: Um quarto da população estava na miséria
sobrevivendo de mendicância, roubos e assassinato
 Época de “revolução social”:
- modo de produção: feudal -> capitalista
- comércio cresceu extraordinariamente
- aumento da população
- crescimento das cidades e desenvolvimento das manufaturas
Idade Moderna ou Modernidade 
- QUADRO SOCIAL: Guerras religiosas, pobreza generalizada,
aumento da pobreza e, consequentemente, número delinquentes
- Direito Penal -> Remédio: instrumento de segregação social e uso
do trabalho forçado do condenado
- Evitar desperdício de mão de obra e viabilizar o seu controle
- Castigo: vergonha a ser escondida
- Economia: falta de emprego – criminalização da ociosidade
- Prisão => meio eficaz de controle policial da sociedade
Idade Moderna ou Modernidade 
Modernização do Direito Penal – marca do Iluminismo
 Contribuições grandes pensadores iluministas e humanitários:
Bentham (Inglaterra), Montesquieu e Voltaire (França), Hommel e
Fenenbach (Alemanha), Beccaria, Filangieri e Pagano (Itália)
Idade Moderna ou Modernidade 
- inicio Revolução Francesa (1789 d.C.) - marcado pela corrente
filosófica iluminista, que elevava a importância da razão.
- as ciências - novas soluções para os problemas humanos
- civilização humana progredia com os novos conhecimentos
adquiridos.
- Século das Luzes: XVIII
Idade Contemporânea ou Pós-Modernidade
Modernização do Direito Penal – marca do Iluminismo
 Durante o Iluminismo, no século XVIII, que se passou a buscar a
verdadeira evolução das normas de caráter sancionador,
pregando-se o afastamento da incidência do Direito Penal então
vigente
 Sociedade baseada na razão: soberania da lei, defesa dos direitos
subjetivos e garantias necessárias no processo penal e
racionalização das penas: gravidade do delito e o dano infligido à
sociedade
- INICIO DO PERÍODO HUMANITÁRIO DA PENA/ESCOLAS PENAIS
Idade Contemporânea ou Pós-Modernidade
 Escolas penais representam as ideias de diversos
doutrinadores ou conjunto de doutrinadores que, em
dado momento histórico-político, investigaram institutos
penais como o crime, o delinquente e a pena,
construindo os pilares do sistema penal de sua época
 O estudo das escolas penais permite acompanhar a
evolução do Direito Penal e os reflexos histórico-sociais
na doutrina, na mudança do método empregado e
idealização de conceitos.
ESCOLAS PENAIS
 A Escola Clássica - final do século XVIII e a metade
do século XIX
 Reação ao totalitarismo do Estado Absolutista,
filiando-se ao movimento revolucionário e libertário
do Iluminismo - “Século das luz”
ESCOLA CLASSICA 
ESCOLA CLASSICA 
Giovanni Carmignani
(Elementa juris criminalis –
1847)
Francesco Carrara (Programa
del corso di diritto criminale -
1859)
Pellegrino Rossi
(Trattato di diritto
penale - 1859)
CESARE BECCARA (Dei delitti e
delle pene (Dos Delitos e das
Penas - 1764)
 método racionalista e dedutivo (lógico) e
jusnaturalistas - normas absolutas e naturais
prevalecessem sobre as normas do direito posto
ESCOLA CLASSICA 
 Influência ideal iluminista - prevaleceu a tendência de
eliminar as penas corporais e os suplícios
 passagem do caráter de vingança real ou religioso da pena.
Pena é uma resposta da própria 
sociedade - fim de manter sua 
própria segurança
ESCOLA CLASSICA 
IDEIAS: 
1. crime como um conceito meramente jurídico – base direito
natural
2. concepção do livre-arbítrio - homem age segundo a sua própria
vontade, tem a liberdade de escolha independentemente de motivos
alheios (autodeterminação)
3. Infrator da norma penal de receber uma pena como forma de
retribuição pelo crime cometido - castigo necessário para o
restabelecimento do Direito e da justiça
 MARQUÊS DE BECCARIA escreve a clássica obra Dei
delitti e delle pene (Dos Delitos e das Penas - 1764)
ESCOLA CLASSICA 
"para que cada pena não seja uma violência de um ou de muitos
contra um cidadão privado, deve ser essencialmente pública, rápida,
necessária, a mínima possível nas circunstâncias dadas, proporcional
aos delitos e ditadas pelas leis"
 MARQUÊS DE BECCARIA:
- Nova nova forma de pensar o sistema punitivo
- Abordagem claramente filosófica (e não
essencialmente jurídica)
- ataca punitivimos exacerbado da época - marca dos
regimes absolutistas, visando humanizar a resposta
estatal à infração penal.
ESCOLA CLASSICA 
ESCOLA CLASSICA 
 meados do século XIX - grande preocupação com a luta
eficiente contra a crescente criminalidade
 Necessidade de defesa da sociedade e os estudos biológicos e
sociológicos assumiam relevante importância, principalmente
com as doutrinas evolucionistas de Darwin e Lamarck e
sociológicas de Comte e Spencer
 Nasce, então, a Escola Positiva, também denominada
Positivismo Criminológico, despontando os estudos dos “três
mosqueteiros”: Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafael
Garofalo.
ESCOLA POSITIVA
Cesare Lombroso, médico, filósofo, representou a fase
antropológica da Escola Positivista:
 Em meados do ano de 1876, publicou-se o Tratado
Antropológico Experimental do Homem Delinquente
 construção do "criminoso nato“ - indivíduo essencialmente
voltado à delinquência e passível de identificação anatômica
 a partir de certas características físicas encontradas em
alguns indivíduos, sobretudo mestiços, atestaria sua pré-
disposição à vida criminosa
ESCOLA POSITIVA
Cesare Lombroso
criminoso era um ser atávico (deformado)
 Preso a sua deformação patológica, às vezes nascia criminoso
 homem não é livre em sua vontade. Ao contrário, sua conduta é
determinada por forças inatas
 Crime como consequência de causas múltiplas (paixão, loucura,
ocasião, ataque epilético
Fundador da Escola Positivista biológica
ESCOLA POSITIVA
Lombroso constatou que entre homens e cadáveres (analisou
6.000 reclusos e fez 400 autópsias) existiam características em
comum, físicas e psicológicas, que o fizeram crer que eram os
estigmas da criminalidade.os criminosos seriam mais altos que a média (e isso
significava 1,69m na Veneza e 1,70 na Inglaterra), teriam
crânios menores que os dos homens “normais” e maiores do
que os crânios dos “loucos”, além de uma aparência
desagradável, mas não deformada, sendo que estupradores e
sodomitas teriam feições feminizadas.
Orelhas de abano, nariz adunco, queixo
protuberante, maxilar largo, maçãs do rosto proeminentes,
barba rala, cabelos revoltos, caninos bem desenvolvidos
(olha só uma prerrogativa para vampiros aí), cabelos e
olhos escuros
Ladrões teriam olhar esquivo, assassinos um olhar firme e
vidrado. Seriam ainda especialmente insensíveis à dor
(preferência por tatuagens).
Mulheres: potencial criminoso tem uma certa masculinidade
nos traços e na voz, causados por um excesso de pelos
corporais, verrugas, cordas vocais grossas com relação à
laringe, mamilos pequenos ou muito grandes e mesmo sua
forma de escrever.
As mulheres criminosas seriam em geral mais cruéis que os
homens, e possuiriam vitalidade, reflexos e força incomuns.
 ENRICO FERRI
- fase sociológica no Positivismo Criminológico, destacando-se suas
obras “Sociologia criminal” (1892) e “Princípios de direito criminal”
(1926)
- reafirmação e defesa da tese negativa do livre-arbítrio, prevalecendo o
determinismo biológico-social, fundamentando a responsabilidade
penal na responsabilidade social
- Concepção da pena como mecanismo de defesa social
- nascimento da criminologia, preocupação com o delinquente e a
vítima, melhor individualização das penas, surgimento do conceito de
periculosidade.
ESCOLA POSITIVA
 RAFAEL GAROFALO
- Expoente da fase jurídica da Escola Positiva
- Empregou e imortalizou a expressão “Criminologia” - título de sua
principal obra, publicada em 1885, conferindo aspectos
estritamente jurídicos ao movimento
- Atribui-se a ele o conceito de delito natural, compreendido como
“ação prejudicial e que fere ao mesmo tempo alguns desses
sentimentos que se convencionou chamar o senso moral de uma
agregação humana
ESCOLA POSITIVA
 Negação do livre-arbítrio  responsabilidade penal fundamenta-se
na responsabilidade social - papel ser humano desempenha na
coletividade.
 Fundamento: personalidade do réu, capacidade de adaptação e
risco de perigo
Escola Positiva
Método 
experimental
ESCOLA POSITIVA
Fase Jurídica: Rafael Gaforalo
Fase Sociológica: Enrico Ferri
Fase Antropológica: Cesare Lombroso
ESCOLA POSITIVA
ESCOLA CLASSÍCA
(Séc. XVIII)
ESCOLA POSITIVA
(Séc. XIX)
Conceito de crime Ente jurídico – violação da lei Fenômeno social e natural 
Finalidade da pena Retributiva – não mais cometer 
crime
Ressocializadora – punição + 
ressocialização
Criminoso - influência 
externa
Livre-arbítrio Influência externa/interna
Fundamento
responsabilidade penal
Moral e livre-arbítrio Determinismo – negam o Livre-
arbítrio 
Criminoso Normal – escolher entre 
bem/mal
Psicologicamente anormal -
sempre
Defensores BECCARIA, CARRARA e ROSSI LOMBROSO, FERRI e GAFORALO
ESCOLAS 
ECLÉTICAS
1. Delito: ente jurídico
2. Resp. penal: moral e 
livre-arbítrio
3. Pena retributiva meio e
tutela jurídica
4. Método dedutivo ou
lógico-abstrato
5. Delinquente normal –
escolher bem/mal
6) Beccaria, Rossi e Carrara
Movimento de Defesa 
Social
Escola Clássica Escola Positiva 
1. Delito: ente jurídico
2. Resp. penal: moral e 
livre-arbítrio
3. Pena retributiva meio e
tutela jurídica
4. Método dedutivo ou
lógico-abstrato
5. Delinquente normal –
escolher bem/mal
6) Beccaria, Rossi e
Carrara
1. Estado não deve Punir -
função é melhorar o indivíduo
2. Estado aturar na prevenção
e não somente pela repressão
3. O violador da lei não
perigoso pode ser perdoado,
não necessitando sanção
4. Reforma penitenciária:
Humanismo
5. Adolpho Prins
1. Resp. penal: coletiva, 
solidária e difusa 
2. Pena corrigir injusta e
perversa conduta do criminoso
- correção
3. Pena privativa liberdade
tempo indeterminado
4. Pena : Não é castigar, punir, 
infligir o mal, mas regenerar 
o criminoso
5. Delinquente ser incapaz 
direito
6) Karl Roeder - Alemanha -
1839
Escola Correcionalista Tecnicismo Jurídico-Penal
1. Método técnico-jurídico: 
estudo norma em vigor
2. Exclui do Direito Penal 
toda carga de investigação 
sociológica, filosófica, 
antropológica
3. Pena meio defesa do 
Estado
4. Resp. Penal: moral, 
vontade livre
5. Arturo Rocco – Itália -
1910
ESCOLAS 
ECLÉTICAS
Movimento de Defesa 
Social
Escola Clássica Escola Positiva 
1. Estado não deve Punir -
função é melhorar o indivíduo
2. Estado aturar na prevenção
e não somente pela repressão
3. O violador da lei não
perigoso pode ser perdoado,
não necessitando sanção
4. Reforma penitenciária:
Humanismo
5. Adolpho Prins
1. Resp. penal: coletiva, 
solidária e difusa 
2. Pena corrigir injusta e
perversa conduta do criminoso
- correção
3. Pena privativa liberdade
tempo indeterminado
4. Pena : Não é castigar, punir, 
infligir o mal, mas regenerar 
o criminoso
5. Delinquente ser incapaz 
direito
6) Karl Roeder - Alemanha -
1839
Escola Correcionalista Tecnicismo Jurídico-Penal
1. Método técnico-jurídico: 
estudo norma em vigor
2. Exclui do Direito Penal 
toda carga de investigação 
sociológica, filosófica, 
antropológica
3. Pena meio defesa do 
Estado
4. Resp. Penal: moral, 
vontade livre
5. Arturo Rocco – Itália -
1910
Noções introdutórios do Direito Penal
1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL
2. CONCEITO DE DIREITO PENAL
3. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
4. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
5. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL
6. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO
6. DIVISÕES DO DIREITO PENAL
8. FONTES DO DIREITO PENAL
- Fatos sociais (comportamentos) não se repetem
necessariamente em toda a sociedade
- próprios de algumas comunidades específica; países,
congregações religiosas ou mesmo grupos de afinidade
FATO 
SOCIAL 
casamento, idioma, sistema monetário, religião, lei, casamento,
divórcio, constituição de uma empresa, nascimento, união
homoafetiva, morte, opção sexual
FATO SOCIAL é “toda a maneira de fazer, fixada ou não, 
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação 
exterior” - ÉMILE DURKEIM 
1. O FATO SOCIAL é sempre o ponto de partida na
formação da noção do Direito
2. O fato social que se mostra contrário à norma de
Direito forja o ILÍCITO JURÍDICO
3. Ilícito jurídico mais grave é o ILÍCITO PENAL - atenta
contra os bens mais importantes da vida social
4. Contra a prática desses fatos o Estado normas jurídicas
com a finalidade de combater o crime
5. A esse conjunto de normas jurídicas dá-se o nome de
DIREITO PENAL
6. O meio de ação/coerção de que se vale o DIREITO
PENAL é a pena, a fim de satisfazer uma exigência social
de justiça, constrangendo o autor da conduta punível a
submeter-se a um mal que corresponda em gravidade
ao dano por ele causado
DIREITO 
PENAL
MEIO DE AÇÃO/COERÇÃO
PENA
INFRATOR
ILÍCITO 
JURÍDICO
ILÍCITO 
PENAL
ILÍCITO NÃO 
PENAL 
Fato social 
contrário à 
norma
ILÍCITO 
JURÍDICO
Ilícito civil, 
administrativo, 
PUNIR 
ILÍCITOS
DIREITO 
PENAL
NORMAS 
NÃO PENAIS 
NORMAS 
PENAIS
- Do crime
Estudo do - Da pena
- Do delinquente
DIREITO 
PENAL
Fato social contrário à norma  ilícito jurídico não PENAL
Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 – Lei Antifumo
Art. 2o É proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer
outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo fechado,
privado ou público.
Art. 9o Aplicam-se ao infrator desta Lei, ... as seguintes sanções:I - advertência;
IV - apreensão do produto;
V – multa, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais),
aplicada conforme a capacidade econômica do infrator
CONCLUSÃO
NEM TODO ÍLICITO JURÍDICO É ILÍTICTO PENAL
Fato social contrário à norma  ilícito jurídico e ILÍCITO PENAL
Código Penal - DL 2.848/1940
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
CONCLUSÃO: 
TODO ILÍCITO PENAL É ILÍCITO JURÍDICO
CONCLUSÃO
NEM TODO ÍLICITO JURÍDICO É ILÍCITO PENAL, MAS
TODO ILÍCITO PENAL É ILÍCITO JURÍDICO
QUESTÕES:
Justo tornar crime o uso de cigarros e similares em 
recinto público ou fechada?
(CRIMINALIZAÇÃO DA CONDUTA – sanção penal)
Princípio da Intervenção Mínima, Subsidiariedade e 
fragmentação
Noções introdutórios do Direito Penal
1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
6. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL
7. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO
8. DIVISÕES DO DIREITO PENAL
9. FONTES DO DIREITO PENAL
Aspecto formal (estático)
Aspecto material
Aspecto sociológico (dinâmico)
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
Aspecto formal (estático): conjunto de normas que qualifica
certos comportamentos humanos como infrações penais e
fixa sanções a serem aplicadas (pena ou medida de
segurança)
- FATOS PUNÍVEIS
- DEFINIÇÃO DAS PENAS E SUA APLICAÇÃO
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
Aspecto material: o direito penal refere-se a comportamentos
considerados altamente reprováveis ou danosos ao
organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à
própria conservação e progresso da sociedade (LESÃO)
- PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
Aspecto sociológico (dinâmico) - controle social
- o direito penal é mais um instrumento de controle social,
visando assegurar a necessária disciplina para a harmônica
convivência dos membros da sociedade.
- CONTROLE SOCIAL
- Quem viola regras - > pratica infrações - controle social
existe em diversos ramos (penal, civil etc.).
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
Aspecto sociológico (dinâmico) - controle social
DIREITO PENAL DE INTERVENÇÃO MÍNIMA
- modo de controle social deve ser subsidiário
- atuação Direito Penal → legítima → fracasso de outras
formas de controle:
- jurídicos (Direito Civil e Direito Administrativo...)
- extrajurídicos (família, igreja, escola, sindicato...)
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
Aspecto sociológico (dinâmico) - CONTROLE SOCIAL
 O que diferencia uma norma penal das demais impostas
coativamente pelo Estado é a espécie de consequência
jurídica (cominação de penas e medidas de segurança)
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
Cominação 
da Sanção 
Penal 
Medida de 
Segurança
Pena
Violação norma 
penal
Consequência 
Jurídica
CONCEITO DE DIREITO PENAL
Conjunto de normas de natureza penalaspecto 
formal ou 
estático
aspecto 
material
aspecto 
sociológico ou 
dinâmico
Instrumento de controle social
Lesão a bens jurídicos penalmente
protegidos
Noções introdutórios do Direito Penal
1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
6. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL
7. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO
8. DIVISÕES DO DIREITO PENAL
9. FONTES DO DIREITO PENAL
Jus puniendi x Direito de Liberdade
Ramo do Direito 
Público
composto de regras indisponíveis e obrigatoriamente 
impostas a todas as pessoas – regula as relações do 
indivíduo com a sociedade 
4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
Conjunto de normas e regras sistematizadas por um emaranhado
de princípios, que compõem a dogmática jurídico-penal
Ciência 
DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL “é a disciplina que
se ocupa da sistematização do conjunto de
valorações e princípios que orientam a própria
aplicação e interpretação das normas penais”
(BITENCOURT)
OBJETO: estudo da teoria geral do delito
4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
Pertence a classe das ciências do “DEVER SER” e não do
“ser” (ciências naturais)
Ciência Cultural
São circunstâncias de cunho histórico e geográfico que
conduzem à definição abstrata por meio do Direito Penal
de uma série de comportamentos que devem ser
obedecidos e/ou evitados pelos cidadãos.
Formado por um conjunto de normas jurídicas (princípios e
regras) que definem as infrações de natureza penal e suas
consequências jurídicas correspondentes (penas ou medidas
de segurança
Normativo
Finalidade de estudar a norma
4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
Valorativo
estabelece sua própria escala de valores, dispondo-a em escala
hierárquica – tutela bens jurídicos mais valiosos e preciosos com
maior rigor
a proibição legislativa de uma determinada conduta, através da norma
penal, importa em uma valoração negativa que conduz à criminalização
da mesma
4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
atua em defesa da sociedade na proteção bens jurídicos
fundamentais (vida humana, integridade corporal dos
cidadãos, patrimônio, etc.)
FINALISTA /
INSTRUMENTAL
Ciência prática, não
simplesmente teórica ou
acadêmica
4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
Sancionador
DP não cria bens jurídicos - acrescenta uma proteção penal
aos bens jurídicos disciplinados por outras áreas do Direito
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes
SUBSIDIÁRIO
intervenção jurídico-penal somente é justificado quando o 
Direito Civil ou outros ramos do Direito Público se mostram 
insuficientes à tutela eficaz do bem em questão
Noções introdutórios do Direito Penal
1. HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
2. ILÍCITO JURÍDICO e ILÍCITO PENAL
3. CONCEITO DE DIREITO PENAL
4. CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
6. FUNCIONALISMO DO DIREITO PENAL
7. DIREITO PENAL E OUTROS RAMOS DO DIREITO
8. DIVISÕES DO DIREITO PENAL
9. FONTES DO DIREITO PENAL
O Direito Penal (O crime, o criminoso e a sanção penal) é
objeto de estudo de diversas ciências (enciclopédia de
ciências criminais)
As três ciências criminais (inseparáveis e
interdependentes) são:
1) Criminologia
2) Política Criminal
3) Dogmática Penal 
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
Criminologia
"ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do
crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do
comportamento delitivo (...) Luiz Flávio Gomes e Antônio Molina
Criminologia, p. 28)”
- ciência empírica (baseada na realidade)
- Interdisciplinar: sociologia, psicologia, filosofia, medicina e direito
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
Pai da criminologia moderna: 
Cesare Lombroso
Política Criminal
estratégias (penais e extrapenais) - controle social na busca
da proteção do bem jurídico
- fundamentos: criminologia, a filosofia e a sociologia
- Objetivo: análise crítica da legislação penal e à propositura
de alterações
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
Politica 
Criminal
Estratégias 
penais
Estratégias 
não penais
Estabelecer condutas 
proibidas, sanções penais, 
crimes menor potencial 
ofensivo, composição civil
Urbanização da favela, 
iluminação pública; 
Restrição horário: bares, 
boates, melhor distribuição 
de renda, restringir porte de 
arma 
Dogmática penal
 Missão: conhecero sentido das normas e princípios jurídico-
penais positivos e desenvolver de modo sistemático o conteúdo
do Direito Penal
 Dogmática penal parte de preceitos legais (considerados como
dogmas) e procura racionalizar a interpretação e aplicação do
Direito Penal
 Dogmática penal é a interpretação, sistematização e aplicação
lógico-racional do Direito Penal.
- Presunção de inocência
- Dignidade da pessoa humana
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
5. CIÊNCIA DO DIREITO PENAL
Dogmática penal
(Ciência 
normativa do 
Direito Penal)
Política Criminal 
(Ciência política 
do Direito Penal)
Criminologia
(Ciência empírica 
do Direito Penal)
Dogmática Penal, Ciência Criminal e a Política Criminal não são ciências
isoladas e estanques, elas se interligam e se completam, indispensáveis
para compreender o Direito Penal => Fato, Valor e Norma
Crime -> FATO
Muito obrigado

Continue navegando