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Dissertacao Rodrigo Guimaraes

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
 
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Experimental: 
Análise do Comportamento 
 
 
 
 
 
Uma análise histórica de respostas verbais de relacionar 
behaviorismo radical e determinismo 
 
 
 
 
 
Rodrigo Pinto Guimarães 
São Paulo 
2005 
 
Rodrigo Pinto Guimarães 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma análise histórica de respostas verbais de relacionar 
behaviorismo radical e determinismo 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à Banca 
Examinadora da Pontifícia 
Universidade Católica de São 
Paulo, como exigência parcial para 
obtenção do título de Mestre em 
Psicologia Experimental: Análise 
do Comportamento sob orientação 
da Profa Dra Nilza Micheletto 
 
 
Projeto de pesquisa parcialmente financiado pela CAPES. 
 
PUC-SP 
2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
 
 
_______________________________ 
 
 
_______________________________ 
 
 
_______________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução 
total ou parcial desta dissertação por processos fotocopiadores ou eletrônicos. 
 
São Paulo, 03 de junho de 2005 
 
 
 _____________________________ 
 Rodrigo P. Guimarães 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos 
 
Aos meus pais e a Lika minha eterna gratidão e amor pelo incentivo e apoio 
incondicionais. Estou aqui hoje, graças ao apoio de vocês. 
A minha querida orientadora, agradecimentos especiais pelo cuidado e presteza 
com que modelou meu comportamento; pela maneira delicada e paciente de me 
acolher nos momentos de dúvidas e incertezas (e olha que não foram poucos...) 
A Amália pela convivência prazerosa, afeto e disponibilidade total de ajudar e 
de tornar este mestrado a melhor experiência possível... 
A Téia por fazer parte do dia a dia, por compartilhar das agonias e alegrias, dos 
erros e dos acertos. Por ter me ensinado tanto! 
Ao Beto (Alberto Lima), quem primeiro me acolheu aqui em São Paulo. 
A Tati Boreli e família pelo carinho e atenção dispensados a mim... Por terem se 
tornado minha família paulistana. 
Ao Saulo, Marcelinho (agora, Dr. Benvenuti), Nico (Nicolau) e Cândido pela 
amizade, pelos bons momentos, pelas risadas e incentivo. Que bom ter 
encontrado amigos como vocês. 
A Lili, pela amizade e companheirismo (na farra e nos estudos) nestes 2 anos de 
mestrado. 
A Raquel, pela amizade e carinho. Por ter dividido comigo importantes 
momentos deste mestrado. 
A Regina, pela atenção e disponibilidade em ajudar. 
As amigas KK, Rafinha, Carolzinha, Carol Perroni, Karine, Thaís Sales, Thais 
Nogara, Verônica. 
A Dinalva, pela amizade e disponibilidade em ajudar. Di, sem suas idas e vindas 
à biblioteca do laboratório, jamais teria terminado minha coleta. 
A Paula Gióia, pelas inúmeras “visitas” à sua biblioteca. 
A Ziza, Fátima e Roberto por sempre estarem disponíveis para escutar e ajudar. 
Ao Maurício, Neuza e Conceição pela boa convivência no laboratório. 
Ao Professor Emmanuel pela gentileza de ter aceitado meu convite. 
A todos que torceram por mim e que me ajudaram nesta reta final. Sem vocês 
não teria conseguido. 
A CAPES, por ter financiado a pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Guimarães, R. P. (2005). Uma análise histórica de respostas verbais de 
relacionar behaviorismo radical e determinismo. São Paulo (p. 96). Dissertação de 
Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Experimental - Análise do 
Comportamento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 
 
Orientadora: Nilza Micheletto 
Linha de Pesquisa: História e Fundamentos Epistemológicos, Metodológicos e 
Conceituais da Análise do Comportamento 
Núcleo: O Behaviorismo Radical de B. F. Skinner 
 
 
Resumo 
 
Esta pesquisa teve por objetivo analisar historicamente, a partir de periódicos nacionais e 
estrangeiros, como diferentes autores têm abordado as relações entre behaviorismo radical e 
determinismo. Analisar como os autores relacionam behaviorismo radical e determinismo 
é, na verdade, analisar o comportamento verbal destes autores e suas variáveis de controle. 
Foram analisadas as relações estabelecidas entre behaviorismo radical e determinismo e 
algumas possíveis variáveis relacionadas a este comportamento Mais especificamente, este 
trabalho se propôs a analisar: a distribuição das publicações sobre o tema ao longo dos 
anos; fontes de publicação; autoria dos artigos; os trabalhos de Skinner referenciados e os 
tipos de referências feitas à estes trabalhos e as definições de determinismo encontradas nos 
artigos. As respostas verbais dos autores foram comparadas com respostas verbais de 
Skinner (como entendidas pelos autores) e buscou-se identificar os trabalhos que 
analisaram o tema a partir de uma perspectiva histórica. Os resultados mostram que houve 
um pico de publicações sobre o tema a partir do fim da década de 80 até o início da década 
atual. As fontes que mais publicaram sobre o tema foram os periódicos The Behavior 
Analyst e Behavior and Philosophy. 141 trabalhos diferentes de Skinner foram 
referenciados. O tipo de referência mais realizada pelos autores foi transcrição direta (tipo 
I) seguida pela referência que indica apenas a obra (tipo III). As definições mais comuns 
foram as que definiram determinismo como mecanicismo, seguidas por definições de 
determinismo como seleção por conseqüências. Foram encontrados sete tipos diferentes de 
relações estabelecidas entre behaviorismo radical e determinismo, exceto a primeira relação 
todas as outras expressam posições deterministas: 1) relações de negação do determinismo; 
2) relações de afirmação do determinismo (estas relações referem-se a respostas verbais que 
explicitamente afirmam que o behaviorismo radical é determinista, em oposição direta a 
negação de tal relação); 3) aproximação do mecanicismo; 4) afastamento do mecanicismo; 
5) afastamento de modelos causais teleológicos; 6) aproximação de modelos que buscam 
em variáveis ambientais externas ao organismo as causas do comportamento e 7) 
alinhamento do behaviorismo radical com um modelo de determinação que considera 
diferentes níveis de determinação. Relação de afastamento do behaviorismo radical de 
modelos causais mecanicistas foi a mais identificada. Poucos trabalhos realizaram análises 
históricas sobre o tema. A maioria dos autores julga ter a mesma posição que Skinner sobre 
o tema. 
 
 
Palavras – chave: behaviorismo radical; determinismo; análise histórica. 
Abstract 
 
This study attempted to analyze articles historically from national and international journals 
that discuss the relationship between radical behaviorism and determinism. Analyzing how 
authors have related determinism and radical behaviorism means to analyze the verbal 
behavior of the authors and its controlling variables. Specifically, this study analyze: the 
distribution of the articles that discuss the relations between radical behaviorism and 
determinism throughout the years; the journals that they were published; the authorship of 
the articles; the citation of Skinner’s works in these articles; the kind of citation made and 
the definitions of determinism found in the articles. The verbal responses of the authors 
were compared to Skinner’s verbal responses (as understood by the authors); historical 
analysis of the theme of this study was identified. The results show that there was a high 
rate of publication fromthe end of the 80’s to the beginning of this decade. The Behavior 
Analyst and Behaviorism and Philosophy were that journals that had more articles 
published about this theme. 141 different publications of Skinner were cited in the articles. 
The most common kind of citation was citing some part of Skinner’s work directly. The 
most common definitions of determinism found were those that defined determinism as 
mechanism causal mode. The second most common definitions of determinism were those 
that defined determinism as selection by consequences. Seven different types of relations 
between radical behaviorism and determinism were found. Except for one established 
relation, all the others were considered determinist: 1) denial of determinism; 2) assertion 
of determinism (this relation refers to specific verbal responses that explicitly asserts that 
radical behaviorism is determinist in relation to verbal responses that deny determinism); 3) 
approximation of mechanistic modes; 4) dissociation from mechanistic modes; 5) 
dissociation from teleological causal modes; 6) approximation of causal modes that search 
for the causes of behavior in external environmental variables and 7) approximation of 
causal modes that consider different levels of determination (e.g. phylogenetic, ontogenetic 
and cultural). Dissociation from mechanistic models was the most common relation 
identified in the articles. Few articles made historical analysis. Most of the authors think 
they have the same position about this theme as did Skinner. 
 
 
Key-words: radical behaviorism; determinism; historical analysis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
Introdução................................................................................................................ 1
 Análise histórica.......................................................................................... 11 
 
Método .................................................................................................................. 19 
 Seleção de fontes..........................................................................................19 
 Seleção de palavras de busca.. ....................................................................21 
 Seleção de artigos........................................................................................ 22 
 Registro de informações............................................................................... 28 
 Teste de fidedignidade.................................................................................. 35 
 
Resultados e Discussão ........................................................................................36 
 Números de artigos através dos anos..........................................................36 
 Fontes de Publicação...................................................................................38 
 Autoria..........................................................................................................41 
 Análise Histórica...........................................................................................42 
 Definições de determinismo.........................................................................44 
 Respostas verbais de estabelecer relações entre determinismo e 
 behaviorismo radical....................................................................................52 
 Obras de Skinner referenciadas...................................................................84 
 Classificação dos textos nos programas de pesquisa.................................90 
 
Conclusão.............................................................................................................. 93 
 
Referências Bibliográficas......................................................................................96 
 
Anexos .................................................................................................................. 97 
Lista de Figuras 
 
Figura 1. Número acumulado de artigos com respostas verbais de relacionar determinismo e 
behaviorismo radical por ano............................................................................................................36 
 
Figura 2. Número de artigos com resposta verbal de relacionar behaviorismo radical e 
determinismo por ano de publicação.................................................................................................37 
 
Figura 3. Número de artigos com respostas verbais de relacionar behaviorismo radical e 
determinismo por fontes de publicação.............................................................................................39 
 
Figura 4. Número de artigos que apresentam respostas verbais de relacionar determinismo e 
behaviorismo radical a partir de analises históricas e não históricas 
...........................................................................................................................................................43 
 
Figura 5. Número de artigos que apresentam respostas verbais de definir determinismo por grupo 
classificatório.....................................................................................................................................51 
 
Figura 6. Número de artigos por tipo de resposta verbal de relacionar determinismo e behaviorismo 
radical ...............................................................................................................................................53 
 
Figura 7. Número de artigos que apresentam respostas verbais de negar o behaviorismo radical 
como uma filosofia determinista através dos anos............................................................................82 
 
Figura 8. Número de artigos que apresentam respostas verbais de afirmar o behaviorismo radical 
como uma filosofia determinista através dos anos...........................................................................82 
 
Figura 9. Número de artigos que apresentam respostas verbais de aproximar o behaviorismo 
radical de modelos de determinação mecânicos através dos anos................................................. 82 
 
Figura 10. Número de artigos que apresentam respostas verbais de afastar o behaviorismo radical 
de modelos de determinação mecanicistas através dos anos..........................................................82 
 
Figura 11. Número de artigos que apresentam respostas verbais de afastar o behaviorismo radical 
dos modelos causais teleológicos através dos anos.........................................................................82 
 
Figura 12. Número de artigos que apresentam respostas verbais de afirmar que o behaviorismo 
radical busca causas externas ao organismo para explicar o comportamento através dos 
anos...................................................................................................................................................82 
 
Figura 13. Número de artigos que apresentam respostas verbais de relacionar o behaviorismo 
radical com modelos causais que consideram diferentes níveis de determinação através dos 
anos...................................................................................................................................................82 
 
Figura 14. Número de referências por tipo de referência..................................................................89 
 
Figura 15. Número de artigos de Skinner por classificação..............................................................90 
 
Figura 16. Número de textos por programa de pesquisa identificado...............................................91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de Quadros 
 
 
Quadro 1: Textoselecionado pelo mecanismo de busca e rejeitado por não apresentar 
respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical.................................23 
 
Quadro 2: Texto selecionado pelo mecanismo de busca e rejeitado por não apresentar 
respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical.................................24 
 
Quadro 3: Texto cuja relação entre determinismo e behaviorismo radical não foi 
identificada, mas que teve texto ‘em resposta’ cuja esta relação foi identificada.................25 
 
Quadro 4: Texto ‘em resposta’ no qual foi identificada a relação entre determinismo e 
behaviorismo radical.............................................................................................................25 
 
Quadro 5: Primeiro programa de pesquisa: A proposição de uma ciência do 
comportamento......................................................................................................................32 
 
Quadro 6: Segundo programa de pesquisa: A proposição da necessidade de uma teoria do 
comportamento......................................................................................................................32 
 
Quadro 7: Terceiro programa de pesquisa: Revisitando a questão da teoria........................33 
 
Quadro 8: Quarto programa de pesquisa: Revisitando seu próprio programa de pesquisa...33 
 
Quadro 9: Texto classificado no quarto programa de pesquisa de acordo com suas 
características........................................................................................................................34 
 
Quadro 10: Autores que tiveram dois ou mais artigos com resposta verbal de relacionar 
behaviorismo radical e determinismo localizados.............................................................................42 
Quadro 11: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como relação funcional...................................................................................................45 
 
Quadro 12: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como relação funcional...................................................................................................45 
 
Quadro 13: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como seleção por conseqüências....................................................................................46 
 
Quadro 14: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como seleção por conseqüências....................................................................................47 
 
Quadro 15: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como mecanicista............................................................................................................48 
 
Quadro 16: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como mecanicista............................................................................................................48 
 
Quadro 17: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como determinismo metodológico..................................................................................49 
 
Quadro 18: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como determinismo metodológico..................................................................................50 
 
Quadro 19: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como ‘outros’..................................................................................................................50 
 
Quadro 20: Exemplo de texto no qual a resposta verbal do autor de definir determinismo foi 
classificada como ‘outros’..................................................................................................................51 
 
Quadro 21: Exemplo de texto que classificado no grupo que afasta o behaviorismo radical de uma 
perspectiva determinista de compreensão do comportamento humano.............................................54 
 
Quadro 22: Exemplo de texto classificado no grupo que afasta o behaviorismo radical de uma 
perspectiva determinista de compreensão do comportamento humano.............................................55 
 
Quadro 23 : Exemplo de texto que aborda o tema ‘variação randômica/acaso’ ao emitir respostas 
verbais de afastar behaviorismo radical e determinismo....................................................................57 
 
Quadro 24: Exemplo de texto que aborda o tema ‘probabilidade’ quando do estabelecimento de 
respostas verbais de afastar behaviorismo radical e determinismo....................................................58 
 
Quadro 25: Exemplo de texto que aborda os temas ‘predição e controle’ ao emitir respostas verbais 
de afastar behaviorismo radical e determinismo................................................................................59 
 
Quadro 26: Exemplo de texto classificado no grupo que afirma o behaviorismo radical como uma 
perspectiva determinista de compreensão do comportamento humano.............................................61 
 
Quadro 27: Exemplo de texto que aborda o tema ‘probabilidade’ ao emitir respostas verbais de 
aproximar o behaviorismo radical do determinismo..........................................................................62 
 
Quadro 28: Exemplo de texto que aborda o tema ‘liberdade/autodeterminação` ao emitir respostas 
verbais de afirmar o determinismo. ...................................................................................................63 
 
Quadro 29 : Exemplo de texto que aborda o tema ‘variação randômica’ ao emitir respostas verbais 
de aproximar behaviorismo radical e determinismo..........................................................................64 
 
Quadro 30: Exemplo de texto classificado no grupo que aproxima o behaviorismo radical de uma 
perspectiva mecanicista de compreensão do comportamento humano..............................................66 
 
Quadro 31: Exemplo de texto que não considera o modelo de seleção por conseqüências um modelo 
causal ao emitir respostas verbais de aproximar o behaviorismo radical de modelos mecanicistas..68 
 
Quadro 32: Exemplo de texto classificado no grupo que afasta o behaviorismo radical de uma 
perspectiva mecanicista de compreensão do comportamento humano..............................................70 
 
Quadro 33: Exemplo de texto que aborda a ‘teleologia’ ao emitir respostas verbais de afastar 
behaviorismo radical de modelos mecanicistas de determinação do comportamento 
humano...............................................................................................................................................72 
 
Quadro 34: Exemplo de texto classificado no grupo que afasta o behaviorismo radical de modelos 
causais teleológicos ou finalistas........................................................................................................73 
 
Quadro 35: Exemplo de texto classificado no grupo que identifica o modelo de determinação do 
behaviorismo radical como um modelo que busca as causas do comportamento em variáveis 
ambientais externas ao organismo......................................................................................................75 
 
Quadro 36: Exemplo de texto que aborda o tema ‘eventos privados/subjetividade’ ao emitir 
respostas verbais de aproximar o behaviorismoradical de modelos que buscam as causas 
comportamento em variáveis ambientais externas ao organismo......................................................76 
 
Quadro 37: Exemplo de texto classificado no grupo que alinha o behaviorismo radical com um 
modelo causal que considera diferentes níveis de determinação.......................................................77 
 
Quadro 38: Exemplo de texto que apresenta resposta verbal de afastar o behaviorismo radical de 
modelos mecânicos e de negar o determinismo.................................................................................80 
 
Quadro 39: Exemplo de divergência entre resposta verbal do autor e resposta verbal de Skinner....83 
 
Quadro 40: Exemplo de oposição entre a resposta verbal do autor e resposta verbal de Skinner.....84 
 
Quadro 41: Lista das obras de Skinner referenciadas com ano de publicação original, classificadas 
em ordem decrescente pelo número total de vezes em que foram referenciadas...............................84 
 
 
 
 Skinner desenvolveu uma ciência do comportamento que encontrava no 
determinismo comportamental seu postulado fundamental. Supor que o comportamento 
não é um fenômeno determinado no sentido de que é caprichoso ou indeterminado não 
faz sentido para uma ciência que tem na previsão e no controle do fenômeno 
comportamental um dos seus objetivos (Skinner, 1998/1953). 
Para ser possível uma ciência do comportamento devemos adotar o postulado 
fundamental de que o comportamento humano é um dado ordenado [lawful] e que não 
pode ser perturbado [disturbed] pela ação caprichosa de qualquer agente livre [free 
agent] – em outras palavras, que ele é completamente determinado (Skinner, 1999/1947, 
p. 345). 
 Afirmações deste porte são bastante comuns ao longo dos trabalhos de Skinner. 
Em 1953, Skinner novamente faz afirmações sobre o determinismo, comportamento 
humano e o uso dos métodos da ciência para seu estudo. 
 Se vamos usar os métodos da ciência no campo dos assuntos humanos, devemos 
pressupor que o comportamento é ordenado e determinado. Devemos esperar descobrir 
que o que o homem faz é o resultado de condições que podem ser especificadas e que, 
uma vez determinadas, poderemos antecipar e até certo ponto determinar as ações 
(Skinner, 1998/1953, p. 7). 
 Ainda neste livro de 1953, Ciência e Comportamento Humano, segundo Neto e 
Tourinho (1999, p. 49), aparece de forma inicial e embrionária o que mais tarde, em um 
artigo de 1981 – Seleção por Conseqüências – será considerado o modelo de 
determinação do behaviorismo radical, baseado nos processos de variação e seleção. 
Skinner estende para o comportamento humano, nível ontogenético, e para a cultura, 
nível cultural, a teoria da seleção natural, evolução das espécies de Darwin. O 
comportamento é entendido como sendo produto da interação destes três níveis de 
determinação, filogenético, ontogenético e cultural. 
 1 
 
 
 Skinner (1974) aponta motivos práticos para justificar a busca das causas do 
comportamento. Para este autor, é necessário estudar as causas do comportamento para 
que seja possível prevê-lo e controlá-lo. 
Por que as pessoas se comportam da maneira como o fazem? Primeiramente, ela 
provavelmente foi uma questão prática: Como uma pessoa poderia antecipar e, portanto, 
se preparar para o que outra pessoa faria? Depois esta questão se tornou prática em um 
outro sentido: Como outra pessoa poderia ser induzida a se comportar de determinada 
maneira? (p. 10) 
 Skinner (1974), ao falar das causas do comportamento, também respondeu a 
algumas críticas comumente atribuídas ao behaviorismo radical. Entre elas a de que o 
behaviorismo radical: 
“Ignora consciência, sentimentos e estados mentais. Negligencia dons inatos e defende 
que todo o comportamento é adquirido durante o período de vida de um indivíduo. 
Formula o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, 
representando, desta forma, uma pessoa como um autômato, robô, fantoche ou 
máquina... Limita-se apenas à predição e ao controle do comportamento e desconsidera 
a natureza essencial do ser humano” (p. 4) 
Segundo Slife, Yanchar e Williams (1999), não há consenso sobre a noção de 
determinismo no behaviorismo radical. Apesar desta falta de consenso, de maneira 
geral, o pensamento de Skinner é caracterizado por vários autores como determinista. 
Tal caracterização, porém, é fonte de divergências e desentendimentos (Slife e cols. 
1999). 
Determinismo tem sido uma suposição central em várias formas de behaviorismo, 
incluindo o behaviorismo radical. No entanto, esta suposição tem sido um obstáculo 
para várias pessoas - tanto dentro como fora do campo do behaviorismo radical – 
resultando em equívocos e más interpretações. (p. 75) 
 2 
 
 
 Apesar das afirmações de Skinner, existem divergências entre autores sobre as 
relações que podem ser estabelecidas entre behaviorismo radical e determinismo. Por 
exemplo, a posição atribuída ao behaviorismo radical sobre determinismo e causalidade 
tem sido uma questão de debate (Day, 1969; Vorsteg, 1974; Belgelman, 1978; Marr, 
1982; Vaughan Jr., 1983; Moxley, 1997). 
 Ao produzir conhecimento sobre um determinado fenômeno, neste caso sobre as 
relações entre determinismo e behaviorismo radical, o cientista está, na verdade, 
emitindo comportamento verbal que permitirá futuros ouvintes (que podem ou não ser 
outros cientistas) se comportarem efetivamente em relação ao fenômeno em questão 
(Skinner, 1992/1957, p. 418). 
 Skinner (1992/1957) enfatiza a importância do controle preciso de estímulos 
sobre as respostas verbais dos cientistas. Este controle preciso pode se dar pelo objeto 
de estudo ou por alguma de suas propriedades. Esta mesma precisão do controle de 
estímulos também se faz necessária quando as respostas verbais são sobre estímulos 
verbais. 
A comunidade científica encoraja o controle preciso de estímulo sob o qual um objeto ou 
propriedade de um objeto é identificado ou caracterizado de tal modo que a ação prática 
será a mais efetiva... A comunidade lógica e científica também aguça e restringe 
comportamento verbal em resposta a estímulo verbal. Garantir a acurácia do 
comportamento ecóico e textual é um exemplo óbvio; é importante saber o que foi 
realmente dito, na forma vocal ou escrita. De maneira geral, contudo, práticas são 
planejadas para clarificar as relações entre uma resposta verbal para um estímulo 
verbal e as circunstâncias não verbais responsáveis por ela. (p. 419 e 420) 
 Neste sentido, é plausível supor que as diferentes relações assumidas entre 
behaviorismo radical e determinismo podem ser decorrentes de diferentes controles de 
estímulos verbais sobre respostas verbais. Isto pode ser exemplificado, como afirmam 
 3 
 
 
Slife e colaboradores (1999), pelo fato de “... não haver definição padrão de 
determinismo na literatura behaviorista radical.” (p. 76) 
 Afirmar que não há consenso sobre a definição do termo ‘determinismo’ na 
literatura behaviorista radical é dizer que este termo possui diferentes ‘significados’. 
Segundo Skinner, “significado não é uma propriedade do comportamento como tal, mas 
das condições sob as quais o comportamento ocorre” (Skinner, 1992/1957, p. 13 e 14). 
 A partir desta afirmação de Skinner, fica evidente que ao se analisar 
comportamento verbal dos cientistas (ou de qualquer outra pessoa), é necessário analisar 
quais as condições, quais as variáveis controladoras do comportamento verbal em 
questão. Neste sentido, para tornar possível a compreensão de respostas verbais de 
relacionar determinismo e behaviorismo radical, é necessário conhecer quais as 
variáveis que controlam tais respostas.Os dois autores comentados a seguir apresentam respostas verbais de relacionar 
behaviorismo radical e determinismo topograficamente semelhantes (ambos afirmam 
que o behaviorismo radical é determinista), mas discordam no tocante à espontaneidade 
como característica própria do comportamento. 
Marr (1982) afirma que a posição comportamentalista requer uma perspectiva 
determinista, mas para este autor, comportamento ocorre espontaneamente. Em outras 
palavras, Marr (1982) supõe que a espontaneidade seja uma característica própria do 
comportamento, porém limitada pela genética da espécie e individual. 
 ...espontaneidade pode ser uma característica típica do comportamento... 
Espontaneidade, também não implica que simplesmente qualquer coisa possa 
ocorrer... a espécie a que se pertence e a dotação genética individual 
estabelecem limites naturais para a forma e variabilidade do comportamento 
espontaneamente emitido. (p. 206) 
 4 
 
 
Vaughan Jr. (1983) também assume uma posição determinista, embora discorde 
de Marr (1982) sobre a espontaneidade do comportamento. Vaughan Jr. (1983) não 
admite a espontaneidade como característica do comportamento. Em seu artigo, 
Vaughan Jr. (1983) afirma que a espontaneidade do comportamento defendida por Marr 
(1982) é resultado de uma falta de evidências das variáveis controladoras, ou seja, é 
resultado de limitações metodológicas que impedem conhecimento e predição acurados 
sobre o comportamento. 
No seu artigo ‘Determinismo’, Jackson Marr argumenta que o comportamento apresenta 
espontaneidade. Qual é a evidência comportamental para esta posição? É, e só pode ser, 
falta de evidência: casos... nos quais o comportamento muda, mas nós somos incapazes 
de especificar as variáveis controladoras... Nos casos em que Marr identifica como 
exibindo espontaneidade, nós podemos perguntar: um conhecimento maior sobre a 
história do organismo nos diria mais? Saber mais sobre o ambiente atual nos diria 
mais? Computadores mais potentes nos diriam mais?... Dizer que espontaneidade está 
presente no comportamento é o equivalente a dizer que nenhuma dessas operações nos 
permitiria fazer melhores predições sobre o comportamento. De onde tiramos licença 
para fazer tal inferência? (Vaughan Jr., 1983, p. 111) 
 Fraley (1994), assim como Vaughan Jr. (1983), também recusa a possibilidade 
de abandonar suposições deterministas em função de limites metodológicos. Segundo 
ele, a suposição determinista é oriunda da experiência científica e argumentos de cunho 
metodológicos não a invalidam. 
Limitações na capacidade de mensuração não podem logicamente ser interpretadas 
como ocasiões para abandonar suposições deterministas sobre a natureza... O 
determinismo moderno dos comportamentalistas e de outras ciências naturais situa-se 
como uma grande indução de toda a experiência científica... (p. 82) 
Fraley (1994) argumenta ainda que quando predições precisas sobre um 
fenômeno não podem ser feitas, a ciência da probabilidade deve ser usada. No entanto, 
 5 
 
 
para Fraley (1994), o uso da probabilidade não significa que o fenômeno sob 
investigação seja desordenado ou aleatório. 
A incapacidade de descobrir todas as variáveis que participam do controle de uma 
resposta operante e a inabilidade de investigar e medir seus respectivos efeitos e 
contribuições... não foi considerado como uma ocasião para abandonar as 
pressuposições da ciência natural, mas sim como uma ocasião para buscar os princípios 
de outra ciência para ajudar. A ciência da probabilidade permite a alguém responder 
efetivamente a situações que não permitem predições precisas... (Fraley, 1994, p. 81) 
Tourinho (2003), assim como Fraley (1994), ressalta a impossibilidade de lidar 
com todas as variáveis das quais o comportamento é função. Em decorrência disso, 
Tourinho (2003) afirma que o analista do comportamento trabalha com a noção de 
determinismo probabilístico: 
O reconhecimento da multideterminação do comportamento (mesmo quando 
permanecemos apenas no nível ontogenético) levará o analista do comportamento a 
trabalhar com um determinismo probabilístico. O que significa isso? Basicamente, que é 
impossível lidar com todas as variáveis das quais um comportamento é função e que 
quando lidamos com algumas daquelas variáveis podemos apenas aumentar ou reduzir a 
probabilidade de um comportamento, mas não determiná-lo de modo absoluto. 
(Tourinho, 2003, p. 38) 
 Até este ponto, ao emitirem respostas verbais de relacionar determinismo e 
behaviorismo radical, os diferentes autores se referiram às características do objeto de 
estudo - comportamento - e das possibilidades e limites metodológicos no seu estudo. 
Nos estudos que se seguem os autores emitem respostas verbais sobre respostas verbais 
de Skinner de relacionar determinismo e behaviorismo radical. Em outras palavras, os 
autores analisaram o posicionamento que, segundo eles, Skinner assumiu sobre a 
 6 
 
 
discussão em questão. Essa maneira de abordar o tema possibilita aos autores mostrar 
concordância ou discordância em relação à posição assumida por Skinner. 
Para Scharff (1982), Skinner assume uma posição determinista em relação ao 
comportamento, e o que caracterizaria esta afirmação seria a crença em uma relação 
necessária entre eventos, ou seja, uma crença em relações invariáveis entre eventos. Ao 
falar na crença de uma correlação necessária entre eventos, Scharff (1982) diz: 
“... a única coisa que pode ter incitado essa opinião [de que correlações necessárias 
entre eventos podem ser observadas] é uma suposição ontológica subjacente e 
profundamente enraizada de que qualquer ciência... lida com um mundo de fenômenos 
necessariamente correlacionados.” (p. 48) 
Ainda segundo Scharff (1982), a suposição ontológica determinista de Skinner 
também não pode ser invalidada por limitações metodológicas. 
Skinner sustenta que a razão pela qual sua ciência só pode prover explicações prováveis 
do comportamento não é porque o mundo é indeterminado, mas sim por causa de 
limitações do cientista... Essa limitação, insiste Skinner, não prova que o mundo é 
desordenado [unlawful]. Apenas ilustra as inadequações da ciência humana. (p.53) 
Vorsteg (1974) tem uma análise semelhante à de Scharff (1982). Para ele, a 
posição de Skinner em relação ao determinismo é de uma pressuposição da relação 
necessária entre comportamento e suas variáveis de controle. 
Quando dizemos que um... comportamento é determinado, isso significa que ele é uma 
instância de uma lei causal... Por lei causal, eu entendo uma afirmação verdadeira sobre 
efeito, que quando quer que condições do tipo F ocorram, condições do tipo G 
invariavelmente ocorrerão... Essa é a noção de determinismo que Skinner parece ter em 
mente quando ele insiste na necessidade do determinismo. (Vorsteg, 1974, p. 109 e 110) 
 Diferentemente da posição defendida por Vorsteg (1974) e Scharff (1982), de 
que Skinner defende uma correlação necessária entre todas as instâncias do 
 7 
 
 
comportamento e suas variáveis controladoras, para Belgelman (1978), não é claro se 
Skinner supunha uma relação necessária estrita, ou simplesmente uma ordenação 
[lawfulness] dos fenômenos. “Entretanto, ainda é uma questão aberta se Skinner usava 
as palavras ‘ordenado’ e ‘determinado’ no sentido de uma necessidade causal estrita 
[relações de necessidade entre eventos], ou num sentido menos rigoroso, como 
explicação probabilística” (p. 14 e 15). Na verdade, Belgelman (1978) afirma não ser 
claro o que Skinner pretendia dizer quando utilizava o termo ‘determinista’. 
Existem poucas referências específicas ao ‘determinismo’ como tal nos escritos de 
Skinner. Ele falou mais sobre o quea ‘ordenação’ [lawfulness] do comportamento 
significa para conceitos como liberdade e responsabilidade moral, do que sobre que tipo 
de determinista ele realmente é. Conseqüentemente, a natureza precisa da posição 
filosófica de Skinner em relação ao ‘determinismo’ – se é que ele tem uma - é obscura. 
(p. 14) 
Esta divergência de opinião entre Belgelman (1978) e Vorsteg (1974) exposta 
acima, pode ser evidenciada pelo seguinte comentário de Belgelman (1978): “Vorsteg 
parece estar atribuindo posições ‘deterministas’ para Skinner que são duvidosas que o 
último tivesse tido” (p. 15). 
 Apesar de considerar a posição de Skinner como determinista supondo uma 
relação necessária e invariável entre comportamento e suas variáveis de controle, 
Vorsteg (1974) não concorda com a posição de Skinner. Vorsteg (1974) defende que a 
teoria do reforçamento operante não demonstra tal suposição (relação necessária entre 
eventos), pois as explicações do comportamento humano, baseadas nesta teoria, são de 
cunho probabilístico e não de cunho causal (relações necessárias e invariáveis). Para 
este autor, explicações probabilísticas não são necessariamente deterministas e, por essa 
razão, as explicações de Skinner, no tocante ao comportamento operante, não requerem 
a suposição do determinismo, nem mostram que tal suposição é verdadeira. 
 8 
 
 
No caso do condicionamento operante, deve ser admitido que essas explicações 
[explicações baseadas no condicionamento operante] se aplicam às ações humanas. Mas 
também deve ser notado que elas não são explicações deterministas. Elas são 
explicações probabilísticas e não envolvem nenhuma lei causal. (Vorsteg, 1974, p. 117). 
Moxley (1997), assim como Vorsteg (1974) nega o determinismo. Moxley 
(1997), ao falar sobre as relações do determinismo com o behaviorismo radical, afirma 
que a consideração de Skinner como determinista precisa ser modificada. Na verdade, 
segundo este autor, a suposição do determinismo pareceu ser a única solução em um 
período histórico onde era necessário escolher “entre um mundo ordenado e 
determinado e um mundo caótico do acaso... A questão que surge é se o determinismo é 
a melhor explicação hoje” (p. 4). 
Moxley (1997) opõe determinismo à visão selecionista, revelando uma 
concepção mecanicista de determinismo. Neste sentido opor o modelo de seleção por 
conseqüências ao determinismo parece ser, na verdade, uma oposição entre o modelo de 
seleção por conseqüências e o modelo mecanicista. “A receptividade original de Skinner 
[ao determinismo] é evidente a partir do seu conhecimento educacional e religioso e da 
aceitação difundida do determinismo mecanicista pela comunidade científica no começo 
da sua carreira.” (p.14) 
 Ainda neste artigo - Do determinismo à variação randômica -, Moxley (1997) 
leva em consideração a influência de diferentes autores sobre Skinner. Primeiramente, 
Moxley (1997) afirma que o modelo de causação de Skinner era originalmente 
mecanicista. Ao fazer tal afirmação, Moxley (1997) aponta a influência de deterministas 
mecanicistas, como John B. Watson, Loeb e Bertrand Russell. Em seguida, Moxley 
(1997) afirma que Skinner abandonou o determinismo em favor da variação randômica 
 9 
 
 
como base para as origens do comportamento. Moxley (1997) aponta Mach, Peirce e 
Dewey como autores que influenciaram Skinner nesta mudança. 
Embora Skinner tenha privilegiado o determinismo em graus variados enquanto 
desenvolvia explicações mecânicas do comportamento que estavam alinhadas com visões 
como as de Loeb, Watson e Russell, seu desenvolvimento do determinismo desapareceu 
depois que suas explicações se tornaram alinhadas mais de perto com visões 
selecionistas como a de Mach, Peirce e Dewey. (p. 3) 
Marr (1982), diferentemente de Moxley (1997), abandona noções mecânicas de 
causalidade sem abandonar o determinismo. 
Como analistas do comportamento nós somos imbuídos com uma perspectiva 
determinista... O abandono do determinismo mecanicista não deve ser visto com 
desespero pelos comportamentalistas, mas preferivelmente visto como libertação (assim 
como foi para a Física). (Marr, 1982, p. 205 e 207) 
Chiesa (1994) ao analisar modelos psicológicos de determinação do 
comportamento, aponta para o fato de que modelos que não consideram o 
comportamento como objeto de estudo em si mesmo, mas sim expressão de algum outro 
fenômeno (entidades mentais, processos neurológicos ou fisiológicos, entre outros), 
podem ser considerados mecanicistas, pois requerem ligações seqüenciais e lineares 
entre tais fenômenos e o comportamento. Do outro lado, segundo Chiesa (1994), o 
modelo causal de seleção pelas conseqüências do behaviorismo radical, proposto por 
Skinner em 1981, é incompatível com um modelo mecanicista de causalidade. 
O modelo causal do behaviorismo radical [seleção pelas conseqüências] o separa da 
maioria da psicologia experimental contemporânea, pois ele não requer ligações em 
uma cadeia causal para explicar as relações do seu objeto de estudo. (Chiesa, 1994, 
p.96) 
 10 
 
 
Uma variedade de respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo 
radical pode ser identificada nos trechos dos autores acima citados. Alguns destas 
respostas verbais sugerem que a teoria do reforçamento operante não corrobora a 
posição determinista, outros apóiam o determinismo como uma perspectiva válida para 
o behaviorismo radical e apontam problemas de cunho metodológico que dificultam o 
conhecimento de todas as variáveis de controle, impedindo, conseqüentemente, uma 
determinação e previsão exatas do comportamento humano. Outras respostas verbais se 
concentram no abandono de noções mecanicistas de causalidade. Dentre este último 
conjunto de respostas verbais, algumas defendem o abandono da perspectiva 
determinista como uma forma de abandonar o mecanicismo, outras sugerem que o 
abandono da perspectiva mecanicista não requer o abandono da perspectiva 
determinista. 
 
Análise histórica 
 Sabe-se que Skinner foi um pensador que escreveu desde a década de 30 até 
quando morreu, em 1990. Seu pensamento passou por transformações, e é muito 
plausível que a falta de consenso no tocante à sua posição sobre o determinismo, bem 
como o mau entendimento de suas posições, de forma geral, sejam devidos a análises 
realizadas em diferentes momentos históricos de sua obra (Moxley, 1998). Moxley 
(1998), ao explicar porque as formulações de Skinner são mal entendidas, afirma que: 
Uma razão para essa [mau entendimento do trabalho de Skinner] dificuldade é que 
mudanças na maneira que Skinner formulou suas visões ocorreram numa evolução 
gradual através do tempo e da sua carreira, e que tais mudanças e seus significados não 
foram tão conspicuamente ressaltados como poderiam ter sido... Quando não entendido 
em seu desenvolvimento histórico através do tempo, uma amostra de leitura das opiniões 
 11 
 
 
de Skinner pode prontamente resultar em interpretações inacuradas e equivocadas, 
particularmente em relação ao seu trabalho mais tardio. (p. 73). 
 Nesta mesma linha de argumentação, Micheletto (1997) afirma que muitas das 
divergências em relação ao pensamento skinneriano podem ser oriundas de análises que 
não levam em consideração os diferentes momentos históricos das obras de Skinner. 
Ao analisar o Behaviorismo Radical, a partir da obra de Skinner, é preciso distinguir os 
escritos iniciais dos produzidos no momento em que as características fundamentais do 
seu pensamento estão propostas. Talvez muitas das críticas ao pensamento de Skinner 
devam-se ao fato de elas se aterem às propostas bastante iniciais de Skinner, não 
atentando para as alterações que marcam o desenvolvimento de seu pensamento.(p. 30) 
 Neste sentido, ao analisar a resposta verbal de um autor sobre Skinner (ou sobre 
qualquer outro autor), identificar em que trabalhos o autor fundamenta sua análise pode 
dar indícios de possíveis variáveis que estão relacionadas à suas respostas verbais. Esta 
análise relaciona a posição assumida por um autor e o trabalho específico de Skinner no 
qual o autor fundamenta esta posição. Em suma, este tipo de análise pode permitir 
esclarecer as possíveis variáveis que controlam o comportamento verbal de assumir uma 
certa posição. 
Alguns autores (Belgelman, 1978; Dias, 2003) analisam respostas verbais de 
outros autores que analisam o comportamento verbal de Skinner, a partir dos textos de 
Skinner em que estes autores basearam suas análises. Outros autores (Scharff, 1982) 
analisam as próprias respostas verbais de Skinner deixando claro quais obras 
fundamentaram sua análise. 
 Ao criticar a posição de Vorsteg (1974), Belgelman (1978), por exemplo, 
comenta que é importante considerar e ter acesso a diferentes escritos de Skinner sobre 
as relações entre determinismo e behaviorismo radical, pois há o perigo de uma falta de 
elementos para a realização de uma interpretação tão complexa quanto essa. Ao se 
 12 
 
 
referir a uma passagem de Ciência e Comportamento Humano na qual Vorsteg (1974) 
se baseou para realizar sua interpretação de que Skinner é um ‘determinista rígido’1, 
Belgelman (1978) afirma: 
Vorsteg pode estar certo em supor que a passagem é de autoria de um determinista 
‘rígido’. Do outro lado, considerando outras seções dos escritos de Skinner, 
especialmente aqueles indicando que os efeitos do reforçamento se dão na probabilidade 
da emissão da resposta, é possível que a passagem tenha a intenção de ressaltar a 
importância da ‘ordenação’ [lawfulness] sem pressupor uma necessidade causal 
rigorosa2. (p. 14) 
 Scharff (1982), destacando obras de Skinner de diferentes períodos, mostra que a 
concepção de operante de Skinner mudou de 1938 até 1953, quando Skinner separou 
definitivamente o comportamento operante do reflexo. Para Scharff (1982), a separação 
entre comportamento reflexo e operante fez com que Skinner mudasse o tipo de 
afirmação determinista que sua ciência podia fazer. Ao falar de Skinner em uma 
passagem, Scharff (1982) explicita esta mudança. 
Eu quero dizer que, revisando os quase 20 anos (1935 – 1953) que transcorreram para 
ele oficialmente separar o operante do reflexo, qualquer um acha amplas provas que sua 
pesquisa descritivamente concebida foi incapaz de conviver satisfatoriamente com suas 
pressuposições deterministas subjacentes... Esse movimento, a separação dos conceitos 
de reflexo e operante, ... força-o a reduzir as reivindicações do tipo de afirmações que 
sua ciência pode fazer, de necessárias para probabilísticas. (p. 48 e 53) 
 
 
1 Determinismo rígido basicamente se refere a uma concepção em que todas as instâncias do fenômeno 
comportamental são determinadas. Esta informação pode ser encontrada em Edwards (1964) e Hospers 
(1964) (referências citadas por Belgelman ao utilizar o termo ‘determinista rígido’). 
2 Necessidade causal rigorosa refere-se à concepção de determinismo rígido, no qual todas as instâncias 
do fenômeno comportamental são totalmente determinadas (Belgelman, 1978). Necessidade causal 
rigorosa, determinismo rígido e relações necessárias e invariáveis entre eventos podem ser considerados 
sinônimos. 
 13 
 
 
 Segundo a autora, Skinner só separou operante de reflexo quando ele pôde 
explicar as variações no comportamento operante através dos esquemas de 
reforçamento. Esta separação entre comportamento reflexo e operante não eliminou a 
suposição determinista de Skinner. 
Skinner, em 1953, estava aparentemente disposto a considerar o operante como não 
reflexivo porque os resultados de sua pesquisa sugeriam que esquemas de reforçamento 
são as únicas leis comportamentais secundárias necessárias para explicar 
adequadamente a variabilidade comportamental... A questão a ser perguntada, então, é 
como isso afeta o seu determinismo?... aparentemente não desafia suas suposições 
deterministas de nenhuma maneira significativa. (p. 53) 
 Dias (2003), com objetivo de descrever os elementos constituintes das respostas 
verbais de estabelecer relações entre behaviorismo radical e a filosofia da linguagem de 
Wittgenstein, investigou se as relações estabelecidas entre behaviorismo radical e 
pragmatismo sofriam influencias de diferentes posições de Skinner em diferentes 
momentos. Os elementos constituintes considerados foram, entre outros: “(a) Tipos de 
relações estabelecidas; b) Referências a Skinner, referências a autores pragmatistas e 
referências a Wittgenstein; c) Formas de apresentação das referências; d) Temas ou 
assuntos tratados quando da ocorrência de tais referências” (p. 14). 
 Com relação às referências a Skinner, a autores pragmatistas e a Wittgenstein, 
Dias (2003) registrou todas as obras de Skinner, de autores pragmatistas e de 
Wittgenstein que foram referenciadas nos artigos selecionados em sua pesquisa. Para a 
forma de apresentação das referências, foram classificados três tipos de referências, de 
acordo como apareciam nos dados coletados: foram incluídas referências que continham 
trechos transcritos de obras de Skinner, com indicação do ano de publicação e página(s) 
(Tipo I); referências que continham o nome ou obra do autor seguido do ano de 
 14 
 
 
publicação e página (Tipo II); foram incluídas aquelas referências que faziam menção 
apenas ao nome ou obra do autor, seguido do ano de publicação, com ou sem indicação 
do capítulo (Tipo III). 
Analisar as referências apresentadas por um autor ao emitir respostas verbais de 
relacionar determinismo e behaviorismo radical e a forma como o faz pode esclarecer 
possíveis variáveis controladoras desta resposta ou, como afirma Dias, descrever 
elementos constituintes de tais respostas verbais. 
Além da forma como as referências são apresentadas, o tipo de trabalho 
referenciado (empírico ou teórico) pode ser uma condição esclarecedora a ser descrita 
ao se analisar as respostas verbais dos autores. Andery, Micheletto e Sério (2004) 
analisaram, através do tempo, todas as publicações de Skinner (entre 1930 e 2004). 
Essas publicações listadas foram divididas em livros e artigos. Os artigos foram 
classificados em empíricos, teóricos ou outros. A partir desta classificação, é possível 
analisar se os trabalhos referenciados caracterizam-se especialmente como teóricos ou 
empíricos. 
 Andery e Sério (2002) também realizaram uma análise histórica focando o 
trabalho de Skinner entre 1931 e 1957. Estas autoras, ao analisarem o trabalho de 
Skinner neste período, apontaram para transformações na obra deste autor e 
identificaram quatro programas de pesquisa propostos por Skinner que refletem as 
transformações apontadas. Cada programa de pesquisa identificado apresenta sete 
aspectos constituintes. Eles são: 
1) Especificidade da ciência do comportamento – este aspecto refere-se às 
características específicas da ciência do comportamento. São as características 
que conferem à análise do comportamento a especificidade como uma ciência 
diferente de outras delimitando seu objeto de estudo. 
 15 
 
 
2) Interfaces com outras ciências – este aspecto discute “quais seriam as ciências 
com as quais a ciência do comportamento manteria relações” e que relações 
seriam essas (Andery e Sério, 2002, p. 259). 
3) Unidade de análise – refere-se à unidade de análise da ciência do 
comportamento proposta por Skinner. 
4) Medida – este aspecto revela qual dimensão do objeto de estudo é tomada comomedida para a ciência do comportamento. 
5) Fontes de variação – discute quais as fontes de variação consideradas por 
Skinner, “com base na suposição de que o objeto de estudo de uma ciência 
precisa variar para que possa ser tomado como objeto de investigação” (Andery 
e Sério, 2002, p. 259). 
6) Contexto para estudo – são as condições adequadas para se desenvolver um 
estudo do comportamento. Neste aspecto, as autoras dão especial atenção para 
delineamentos experimentais. 
7) Objetivos da ciência do comportamento – este aspecto revela objetivos do 
empreendimento científico para Skinner. 
 O 1º programa de pesquisa identificado foi denominado por Andery e Sério 
(2002) de: A proposição de uma ciência do comportamento. Este programa foi 
identificado no trabalho de 1931 de Skinner – The Concept of Reflex in the Description 
of Behavior. 
 O 2º programa de pesquisa identificado foi chamado de: A proposição da 
necessidade de uma teoria do comportamento. Este programa foi identificado a partir de 
dois trabalhos de Skinner: 1) Current Trends in Experimental Psychology (1947) e 2) 
The flight from the laboratory (1961). 
 16 
 
 
 O 3º programa de pesquisa proposto por Skinner também foi identificado a partir 
de dois trabalhos: 1) Are theories of learning necessary?(1950), e 2) The experimental 
analysis of behavior (1957). Este 3º programa foi denominado de Revisitando a questão 
da teoria. 
 O 4º e último programa identificado foi: Revisitando seu próprio programa de 
pesquisa. Este programa foi identificado através do livro Verbal Behavior (1957) e do 
artigo Reinforcement Today (1958). 
 Essa classificação, exposta acima, permite localizar momentos históricos 
diferentes na obra de Skinner e características do desenvolvimento da ciência do 
comportamento. A partir desta classificação uma análise possível é se os autores que 
emitem respostas verbais de relacionar behaviorismo radical e determinismo apresentam 
características da ciência do comportamento identificadas nestes programas de pesquisa 
e, a partir disto, analisar se suas respostas podem estar delimitadas a programas 
elaborados em momentos específicos. 
 O presente trabalho pretende, através de uma análise histórica de textos 
publicados em periódicos, caracterizar as respostas verbais identificadas, de diferentes 
autores, de relacionar behaviorismo radical e determinismo e algumas possíveis 
condições sob as quais este comportamento ocorre. 
 Para tanto, este trabalho analisará as publicações sobre o tema através das 
seguintes variáveis: 1) dos anos, permitindo esclarecer a freqüência do comportamento 
verbal dos autores; 2) das fontes, permitindo esclarecer o tipo de comunidade que tem 
acesso a essa discussão e sua abrangência; 3) da classificação dos artigos analisados em 
um dos quatro programas de pesquisa skinnerianos identificados por Andery e Sério 
(2002), possibilitando, desta forma, um levantamento das características atribuídas ao 
behaviorismo radical pelos autores, que, por sua vez, ajudaria na compreensão das 
 17 
 
 
variáveis controladoras das respostas verbais de relacionar determinismo e 
behaviorismo radical e 4) da identificação dos artigos de Skinner referenciados bem 
como da forma como estas referências são apresentadas e do tipo de artigo – teórico ou 
empírico – referenciado, a partir da classificação proposta por Andery, Micheletto e 
Sério (2004), buscando identificar possíveis controles que estes artigos podem ter sobre 
respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO 
 18 
 
 
 
● Seleção das Fontes 
A. Artigos em língua estrangeira 
 Através do portal on-line – www.periodicos.capes.gov.br, foram consultadas 
duas bases de dados. 3
 A primeira base de dados é da psicologia – PsycINFO. Este banco de dados 
possui mais de 1300 periódicos indexados, além de livros, dissertações, capítulos de 
livros e relatórios de pesquisa também indexados. 
 A segunda base de dados é da filosofia – Philosopher’s Index. Este banco de 
dados contém referências e resumos de livros e periódicos de filosofia e áreas correlatas. 
Esta base de dados cobre áreas como ética, estética, filosofia social e política, 
epistemologia, metafísica entre outras. 
 Ambos os bancos de dados procuram as palavras de busca, utilizadas pelo 
pesquisador, nos títulos, resumos, palavras-chaves, nomes de autores e referências dos 
trabalhos indexados em seus arquivos. As palavras-chaves utilizadas na busca aparecem 
em negrito nestas partes dos registros. Estes bancos de dados foram escolhidos devido à 
relação evidente entre a psicologia e a filosofia nesta pesquisa. 
 Ao constatar que o procedimento acima não incluiu a produção nacional de 
textos sobre o tema deste trabalho, apenas quatro (4) artigos nacionais foram 
localizados, foi utilizado outro procedimento que permitisse a inclusão de textos 
nacionais. 
B. Artigos nacionais 
 
 
3 A parte do procedimento de coleta de dados referente ao portal Capes foi a mesma utilizada por Dias 
(2003). 
 
 19 
 
 
 Optou-se por escolher periódicos brasileiros utilizados por César (2002). A 
autora utilizou como critério para selecionar os periódicos a representatividade dos 
periódicos para a Análise do Comportamento no Brasil. A partir deste critério, sete (7) 
periódicos foram selecionados: 1) Psicologia: Teoria e Pesquisa; 2) Psicologia; 3) 
Temas em Psicologia; 4) Psicologia USP; 5) Ciência e Cultura; 6) Cadernos de Análise 
de Comportamento e 7) Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. 
 Além destes periódicos foi incluído o livro Sobre Comportamento e Cognição, 
por ser de domínio público que nesta fonte, juntamente com a Revista Brasileira de 
Terapia Comportamental e Cognitiva, há uma grande concentração de publicações de 
analistas do comportamento brasileiros. 
 Todos os periódicos foram consultados a partir do seu ano inicial de publicação, 
com exceção do periódico Ciência e Cultura. Este periódico foi consultado a partir do 
ano de 1961, mesma data utilizada por César (2002). Segundo a autora, 1961, data em 
que Keller veio pela primeira vez ao Brasil, é o marco de origem da abordagem da 
análise do comportamento no país, apontado por vários textos que analisam sua história 
no Brasil. Os últimos volumes e números consultados foram os últimos disponíveis 
quando da realização desta coleta (dezembro de 2004) para os periódicos ainda em 
circulação, ou o último número publicado para periódicos que já saíram de circulação. 
Abaixo os períodos de publicação das fontes utilizadas. 
1) Psicologia: Teoria e Pesquisa – Data inicial: Vol. 1 (1985). Data final: Vol. 20 
(2004), n. 2 
 2) Psicologia* – Data inicial: Vol. 1 (1975). Data final: Vol. 13 (1987), n. 3 
3) Temas em Psicologia4 – Data inicial: Vol. 1 (1983). Data final: Vol. 10 (2002), n. 3 
4) Psicologia USP – Data inicial: Vol. 1 (1990). Data final: Vol. 14 (2003), n. 2 
 
 
* Periódicos que saíram de circulação. 
 20 
 
 
5) Ciência e Cultura – Data inicial: 1961. Data final: Vol 56 (2004), n. 4 
 6) Cadernos de Análise de Comportamento* – Data inicial: Vol. 1 (1981). Data final: 
Vol. 6 (1986) 
7) Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva - Data inicial: Vol. 1 
(1999). Data final: Vol. 6 (2004), n. 2 
8) Sobre Comportamento e Cognição - Data inicial: Vol. 1 (1997). Data final: Vol. 14 
(2004) 
 
● Seleção das Palavras de Busca 
 A partir dos resumos, títulos e palavras-chaves dos textos utilizados na 
Introduçãodeste trabalho, foram selecionadas palavras relacionadas com o respectivo 
tema, totalizando uma lista com 24 palavras de busca. Destas 24 palavras listadas, seis 
foram consideradas palavras de busca básicas. Foram realizados, então, cruzamentos e 
combinações entre as palavras da lista (as combinações utilizadas são apresentadas no 
anexo I). As seis palavras chaves básicas estão presentes em todas as combinações e não 
combinam entre si. Foi obtido um total de 132 combinações. Abaixo, seguem as 24 
palavras chaves5 (em negrito as palavras chaves básicas). 
 
 
4 Este periódico não saiu de circulação, mas passa por reformulações sem publicações posteriores a 2002. 
5 As palavras chaves são na língua inglesa, pois as bases de dados só aceitam palavras em inglês. 
1. Behaviorism 
2. Radical Behaviorism 
3. Behavior Analysis 
4. B. F. Skinner 
5. Skinner 
6. Operant Reinforcement Theory 
7. Cause 
8. Causation 
9. Causality 
10. Determinism 
 21 
 
 
11. Determination 
12. Environmental-determination 
13. Probabilistic Determinism 
14. Self-determination 
15. Functional Relation 22. Random Variation 
16. Mechanicism 
17. Mechanism 
18. Mechanistic 
19. Necessitarian Causality 
 20. Probabilistic Causality 
21. Probability 
23. Selectionism 
24. Selection by Consequences 
 
 ● Seleção de Artigos 
A. Artigos em língua estrangeira 
 Fase 1: As duas bases de dados foram consultadas usando as combinações de 
palavras chaves já mencionadas. Na base de dados PsycInfo, foram obtidos 1089 
registros. Após o término de todas as consultas, foi utilizado um recurso da base de 
dados que exclui os registros repetidos de todas as consultas realizadas. Obteve-se, 
assim, um total de 591 registros não repetidos. 
 Na base de dados Philosopher’s index, foram obtidos 283 registros. Após o 
término de todas as consultas, foi utilizado o mesmo recurso que exclui os registros 
repetidos. O número total de registros diminui para 136. 
 Como o portal não possui nenhum recurso que identifique registros repetidos em 
pesquisas realizadas em diferentes bases de dados, todos os registros das duas bases de 
dados, total de 727 registros, foram lidos. Dos 727 registros, apenas 16 foram repetidos, 
obtendo, desta maneira, um total de 711 registros diferentes nas duas bases de dados. 
 Fase 2: A segunda fase consistiu na seleção dos trabalhos que discutem a 
relação entre determinismo e Behaviorismo Radical. Foram lidos os títulos e resumos de 
todos os 711 diferentes registros e excluídos aqueles nos quais não foram identificadas 
respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical. Nos Quadros 1 e 2 
abaixo, dois exemplos de artigos que foram selecionados pelo mecanismo de busca e 
 22 
 
 
rejeitados por não se identificar respostas verbais de relacionar behaviorismo radical e 
determinismo. 
 
Quadro 1: Texto selecionado pelo mecanismo de busca e rejeitado por não apresentar 
respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical. 
TÍTULO: Humanistic contributions to the field of psychotherapy: Appreciating the 
human and liberating the therapist. 
AUTOR: Barton,-Anthony 
FONTE: Humanistic-Psychologist. 2000 Spr-Fal; Vol 28(1-3): 231-250 
RESUMO: Discusses philosophical and psychological sources of humanism and 
humanistic psychology. It considers the work of C. Rogers, V. Frankl, F. Perls, V. Satir, 
and M. Erickson. These theorists give 3 major contributions to the field of 
psychotherapy. The first is that they, as humanistic psychotherapists, perennially 
celebrate, assert, and evoke the full gifted presence of human beings in opposition to 
reductive biologism, materialism, mechanism, cognitive behaviorism, psychoanalysis, 
or any other reducing prismatic vision. They all proclaim an attitude of reverent 
celebration and appreciation as the foundational place and space from which therapy 
practice ought to come. They assert this appreciative presence as creating a field of 
interaction within which human possibilities can optimally flourish. 
PALAVRAS-CHAVE: Humanistic-Psychology; Psychotherapy 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
 
Quadro 2: Texto selecionado pelo mecanismo de busca e rejeitado por não apresentar 
respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical. 
TÌTULO: Self-determination and student involvement in functional assessment: 
Innovative practices. 
AUTORES: Wehmeyer,-Michael-L; Baker,-Daniel-J; Blumberg,-Richard; Harrison,-
Richard. 
FONTE: Journal-of-Positive-Behavior-Interventions. 2004, Vol 6: 29-35. 
RESUMO: The fundamental feature that distinguishes positive behavior support (PBS) 
from previous generations of applied behavior analysis is its focus on the remediation 
of deficient contexts that are determined to be the source of the problem. Determining 
this source involves conducting a functional assessment. This innovative practices 
article presents the argument that if professionals are to successfully address issues 
pertaining to the context of problem behaviors, they must incorporate the perspectives 
and knowledge of people receiving behavioral supports into the functional assessment 
process. The authors report the results of a pilot examination of a person-guided 
functional assessment and present ideas for enhancing consumer involvement in the 
functional assessment process. 
PALAVRAS-CHAVE: deficient behavior context; source remediation; functional 
assessment process; positive behavior support; problem behaviors; support recipients; 
person guided assessment; special education students 
 
 À medida que os títulos e resumos dos 711 registros foram sendo lidos, 
identificou-se que alguns artigos nos quais foram identificadas respostas verbais de 
relacionar determinismo e behaviorismo radical apresentavam texto(s) ‘em resposta’ no 
qual não tinha sido identificada tal resposta verbal. O contrário também ocorreu: foram 
identificadas respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical em 
 24 
 
 
textos ‘em respostas’ a outros textos nos quais não tinham sido identificadas respostas 
verbais de relacionar behaviorismo radical e determinismo. Optou-se por incluir tais 
textos. Nos quadros 3 e 4 exemplo de texto no qual não foi identificada resposta verbal 
de relacionar determinismo e behaviorismo radical e texto ‘em resposta’ cuja resposta 
verbal de relacionar determinismo e behaviorismo radical foi identificada, 
respectivamente. 
 
Quadro 3: Texto cuja relação entre determinismo e behaviorismo radical não foi 
identificada, mas que teve texto ‘em resposta’ cuja esta relação foi identificada. 
TÍTULO: Can Skinner tell a lie: Notes on the epistemological nihilism of B. F. 
Skinner. 
AUTOR: Hinman, Lawrence M. 
FONTE: Southern Journal of Philosophy. 1979. Vol 17: 47-60. 
Palavras-chaves: Determinism; Epistemology; Nihilism. 
RESUMO: Não há resumo 
 
Quadro 4: Texto ‘em resposta’ no qual foi identificada a relação entre determinismo e 
behaviorismo radical. 
TÍTULO: Determinism and behaviorist epistemology: A conditioned response to a 
Hinman stimulus. 
AUTOR: Waller, Bruce N. 
FONTE: Southern Journal of Philosophy. 1982. Vol 20: 513-532. 
RESUMO: Lawrence Hinman (in "Can Skinner Tell a Lie" "southern journal of 
philosophy", xvii, 1979, pages 47-60) argues that skinner's deterministic views are 
inconsistent with knowledge claims, and that on skinner's behaviorist principles no 
truth/falsehood distinctioncan be drawn. Hinman's several arguments for this claim are 
critiqued, and skinner's epistemology is elaborated. It is concluded that although 
Skinner rejects the notion of autonomous individuals who recognize indubitable truths, 
Skinner's radical behaviorism can accommodate a workable account of truth. 
PALAVRAS-CHAVE: determinism; epistemology; nihilism 
 25 
 
 
 Após o término da leitura dos títulos e resumos dos 711 registros, levando em 
consideração os critérios acima mencionados, foram selecionados 87 trabalhos. Destes 
87 trabalhos selecionados, 2 eram dissertações, que foram eliminadas. Também foram 
eliminados 10 registros que se referiam a livros ou capítulos de livros. Desta maneira, o 
número de trabalhos selecionados caiu para 75. 
 A etapa seguinte deste trabalho consistiu na aquisição de todos estes 75 artigos. 
Estes textos foram procurados, primeiramente, nas bibliotecas da PUC-SP e USP. 
Textos que não foram localizados nestas bibliotecas passaram por outro método de 
localização. Foi utilizado o site www.ibict.br Este site fornece informação sobre 
periódicos existentes em qualquer biblioteca do país. Desta maneira, textos localizados 
neste site foram adquiridos através do sistema de COMUT nacional, sistema de envio de 
material entre bibliotecas do mesmo país. Por fim, textos que não foram localizados no 
Brasil foram procurados no site: www.periodicos.capes.gov.br que além de permitir 
acesso à diferentes bases de dados, possui 8597 periódicos com textos completos. Nove 
textos foram excluídos por não terem sido localizados através destes três recursos. 
Sendo assim, o número total de textos selecionados caiu de 75 para 66. Todos os 66 
artigos foram lidos integralmente. 
 Após a leitura integral, cinco artigos foram excluídos por não fazerem relação 
entre determinismo e behaviorismo radical. Assim sendo, o número total de textos 
analisados caiu para 61. 
 
B. Artigos nacionais 
 O critério de seleção foi similar ao utilizado para os bancos de dados. Todos os 
títulos, resumos (quando disponíveis) e palavras chaves de todos os artigos destes 
periódicos foram lidos com o intuito de identificar alguma das 132 combinações de 
palavras de busca utilizadas anteriormente. Para o periódico Ciência e Cultura foram 
 26 
 
 
utilizados os dados coletados por César (2002) para a seleção de artigos, visto que: 1) 
César (2002) coletou todos os artigos sobre análise do comportamento que foram 
publicados entre os anos de 1961 e 2002, e 2) a dificuldade operacional de realizar tal 
consulta manualmente, devido ao grande número de publicações. As edições publicadas 
depois do período coletado por César (2002), entre 2002 e 2004, foram consultadas 
manualmente. 
 Assim como os demais periódicos, os 14 volumes do livro Sobre 
Comportamento e Cognição também foram consultados. Como os seis primeiros 
volumes deste livro não possuem resumo foi lido o primeiro parágrafo de cada texto no 
lugar do resumo. 
 Após este procedimento de coleta de textos nacionais, foram encontrados 20 
textos. Após a leitura integral dos textos, 1 texto foi descartado por não se identificar 
respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical, restando assim 19 
textos. Destes 19 textos, três já haviam sido selecionados através do portal da Capes. O 
total geral de textos aumentou para 77 (61 textos coletados pelo portal da Capes mais 16 
novos textos coletados em periódicos brasileiros) 
 Por fim, foram lidas todas as referências de todos os 77 artigos coletados. 
Referências que contivessem no título alguma das combinações das palavras de busca já 
mencionadas, e que não estivessem entre os 77 artigos previamente selecionados, foram 
incluídos. Um total de quatro novas referências foi encontrado. Destas quatro 
referências, três eram de livros e apenas uma de artigo. Sendo assim, um novo artigo foi 
encontrado. Após sua leitura integral, o artigo foi descartado por não se identificar 
respostas verbais de relacionar determinismo e behaviorismo radical. Desta forma, o 
total geral de artigos (lista completa dos artigos e sua identificação no banco de dados 
pode ser vista no anexo II) selecionados permaneceu em 77. 
 27 
 
 
● Registro das Informações 
Um banco de dados foi criado, utilizando o programa Access6, para registrar as 
informações coletadas. 
 
● Dados de identificação 
 Os textos selecionados foram identificados por título, autoria, ano de publicação, 
periódico, volume, página inicial e final. 
 
● Definições de determinismo 
 O passo seguinte foi transcrever para o banco de dados os trechos em que foram 
localizadas respostas verbais dos autores de definirem determinismo (caso ocorra). As 
definições transcritas para os bancos de dados foram definições que os autores utilizam 
em seus textos. Tais definições não precisam ser originais nem formuladas pelos 
autores, podem ser definições existentes de outros autores. 43 textos apresentaram 
definição de determinismo e todas as definições encontradas foram transcritas para o 
banco de dados. Após a transcrição, as definições foram agrupadas, de acordo com suas 
características, em cinco grupos diferentes. Algumas definições apresentam 
características de mais de um grupo, por isso foram classificadas mais de uma vez. No 
anexo IV seguem todas as definições e suas respectivas classificações. 
 Os cinco grupos de definições foram: 1) Relação funcional; 2) Seleção por 
conseqüências; 3) Mecanicismo; 4) Determinismo metodológico e 5) ‘Outros’. As 
definições e exemplos de cada um destes grupos encontram-se na parte de Resultados 
deste trabalho. 
 
 
 
 
6 Ver banco de dados em CD room, anexo III. 
 28 
 
 
● Relação entre behaviorismo radical e determinismo 
 Após o agrupamento das definições de determinismo, foram transcritos para o 
banco de dados os trechos dos artigos em que foram localizadas respostas verbais de 
relacionar determinismo e behaviorismo radical e/ou trechos em que foram localizadas 
respostas verbais dos autores sobre respostas verbais de Skinner de relacionar 
determinismo e behaviorismo radical. Ao transcrever tais relações, elas foram agrupadas 
em sete tipos diferentes. Seguem abaixo os sete tipos de relações estabelecidos. Suas 
definições e exemplos encontram-se na seção de Resultados deste trabalho. 
1. Negação do determinismo; 
2. Afirmação do determinismo; 
3. Proximidade de modelos causais mecânicos; 
4. Afastamento de modelos causais mecânicos; 
5. Afastamento de modelos causais teleológicos ou finalistas; 
6. Causas externas x causas internas 
7. Proximidade de modelos causais que salientam diferentes níveis de 
determinação. 
 
● Trabalhos de Skinner referenciados 
 Todos os trabalhos de Skinner referenciados foram listados. Quando os trabalhos 
referenciados foram: 1) Contingencies of Reinforcement; 2) Cumulative Record; 3) 
Upon Further Reflection; 4) Reflections on Behaviorism and Society; 5) Canonical 
Papers e 6) Recent Issues, o pesquisador identificou as páginas que eram referenciadas. 
Depois de localizadas as páginas, o pesquisador identificou qual edição dos livros os 
autores utilizaram nas suas referências. De posse das edições referenciadas, o autor 
localizou através das páginas qual(is) artigo(s) tinha(m) sido realmente referenciado(s), 
 29 
 
 
substituindo a referência ao livro pela(s) referência(s) ao(s) artigo(s). No entanto, este 
procedimento não foi possível para referências sem indicação da página, tipo III, (ver 
tópico abaixo). Portanto, quando as referências a algum destes livros era do tipo III o 
título do livro foi mantido como referência.

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