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APOSTILA DE ÉTICA PROFISSIONAL (DEONTOLOGIA) PARA A OAB PROF. FELIPE FORMIGA CURSO PROBUS Da Advocacia As atividades privativas da advocacia são feitas de forma pessoal e não podem ser delegadas, exigem a participação ativa e principal do profissional advogado e é PROIBIDO o seu exercício por pessoas que não são advogados, ou seja, que não estão inscritos na OAB. A advocacia pública também se submete às regras da OAB pois seu exercício é restrito aos seus inscritos que forem aprovados em Concurso Público respectivo (Advocacia Geral da União, Procuradoria da Fazenda Nacional, Defensoria Pública, Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, DF, Municípios e respectivas entidades de administração direta e indireta). Estão descritas no Art.1º do EAOAB, no Art. 5º do Regulamento Geral e no provimento 66/1988 do Conselho Federal, que descrevem as seguintes atividades: 1 – A postulação e a representação perante os órgãos do Poder Judiciário e Juizados Especiais; Como resultado da ADI 1127-8, essa função importa em exceções: Justiça do Trabalho, as partes tem o Jus Postulandi na 1ª Instância. Nos Juizados Especiais Cíveis também há esta exceção, com a ressalva no Juizado Especial Civel Estadual em que esta exceção vai apenas até o teto de 20 salários mínimos. No Juizado Especial Federal Civel não há limite de teto, pois sua competência vai até 60 salários mínimos e passando disso não cabe no Juizado. Nos casos de RECURSOS não há exceção, devendo as partes apresentar advogado. 2 - As atividades de Consultoria, Assessoria e Direção Jurídicas; Inclui-se nessa atividade o assessoramento às atividades e transações imobiliárias, redação de contratos, estatutos de sociedades civis e comerciais, bem como a defesa, escrita ou oral, perante qualquer tribunal ou repartição pública (excluindo-se as exceções do item acima) 3 – Vistar os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas. O advogado deve assinar (vistar) os atos constitutivos sob pena deles não serem aceitos como válidos. Cabe ressaltar que se o advogado trabalhar em algum órgão ou empresa ligado ao órgão de Registro (cartório ou Junta Comercial) ele ficará impedido de realizar este ato privativo, por uma questão de coerência e lógica! Afinal, pode se beneficiar com isso de forma imoral. Ressalte-se que são NULOS (efeito Ex Tunc) os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, suspenso, licenciado, impedido (no âmbito do impedimento) ou que passe a exercer atividade incompatível com a advocacia, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. A Constituição Federal, no seu artigo 133, e o EAOAB no seu art. 2º estabelecem que o advogado é indispensável à administração da justiça. No seu Ministério privado (trabalho de forma particular, com independência e autonomia), presta serviço público (de relevância pública, como a administração da justiça) e exerce função social (papel importante para a sociedade como um todo). Estabelece também a sua inviolabilidade por atos e manifestações dentro dos limites da Lei. (Confirmado pelo STF na ADI 1127-8). Ao postular em juízo os seus atos se constituem “múnus” (obrigação imposta por lei) público. ATENÇÃO: De acordo com o Conselho Federal, na Súmula 02/2011/COP, a atividade da advocacia não é enquadrada como relação de consumo, não incidindo o CDC na interpretação e julgamento desta relação. INSCRIÇÃO NOS QUADROS DA OAB (Art. 8º EAOAB e Art. 20 a 26 do Reg. Geral) Para se inscrever nos quadros da OAB é preciso que a pessoa tenha os seguintes requisitos: 1 – Capacidade civil (plena e presumida, basta ter mais de 18 anos. A falta de capacidade civil é que deve ser arguida e provada, sendo este o caso pertinente); 2 – Diploma ou certidão de graduação em direito acompanhada de cópia autenticada do histórico escolar, obtido em instituição de ensino oficialmente e autorizada e credenciada pelo MEC (Ministério da Educação); (O diploma expedido por outro país precisa ser revalidado no Brasil para poder servir como prova de graduação em direito, seja ele de estrangeiro ou brasileiro) 3 – Título de eleitor (dispensado para os estrangeiros) e quitação do serviço militar (dispensado para mulheres e para estrangeiros); 4 – aprovação em Exame de Ordem (Serve para averiguar o conhecimento sobre o direito brasileiro e sobre a língua portuguesa); 5 – não exercer atividade incompatível com a advocacia; 6 – idoneidade moral (atualmente comprovada através de certidões negativas dos cartórios cíveis e criminais, podendo ser exigido provas distintas a depender de cada Seccional. A inidoneidade pode ser suscitada por qualquer pessoa, mas só pode ser declarada por 2/3 dos votos de todos os membros do Conselho competente, em processo disciplinar) 7 – Prestar compromisso perante o Conselho (Ato indelegável e imprescindível) DOS TIPOS DE INSCRIÇÃO 1 – Principal: Inscrição onde o advogado pretende estabelecer o seu domicílio profissional, realizando os atos privativos de forma ilimitada e independente de comunicação à OAB. 2 – Suplementar: quando o advogado passa a exercer a profissão de forma habitual em outra Seccional que não a de sua inscrição principal, cabe a ele informar a esta Seccional e solicitar uma inscrição suplementar. O exercício habitual é formalizado quando o advogado realizar intervenção judicial em mais de cinco causas por ano. A advocacia extrajudicial, a impetração de Habeas Corpus, Recursos e a atuação nos Tribunais Federais com jurisdição Nacional ou em mais de um Estado não estão incluídas neste limite de cinco causas. 3 – Transferência: quando o advogado resolve mudar seu local de trabalho profissional de forma efetiva, solicita-se a transferência da inscrição principal. Neste caso o número de inscrição principal passa a ser o do novo domicílio, cancelando-se o número anterior. ESTAGIÁRIO: (Art. 3º §2º do EAOAB, Art. 27 e seguintes do Regulamento Geral) O Estagiário, para se inscrever nos quadros da OAB, precisa de todos os requisitos acima (Art.8º EAOAB), excetuando-se apenas o II (Diploma) e o IV (Aprovação em Exame de Ordem), além de ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. O estágio profissional da advocacia é essencial para o estudante ou graduado que deseje ser inscrito no quadro de estagiários da OAB. Não é condição essencial para poder vir a se tornar advogado futuramente. Pode ser oferecido pela Instituição de Ensino Superior através de convênio com a OAB, e deve constar de atividades práticas típicas de advogado e de estudo do Estatuto e do Código de Ética e Disciplina, tendo carga horária mínima de 300 horas, distribuídas em dois ou mais anos. O estagiário pode realizar sua atividade prática em algum escritório de advocacia, defensoria pública, no núcleo de prática jurídica da Instituição Superior de Ensino ou em setores jurídicos públicos ou privados, credenciados e fiscalizados pela OAB. O estagiário pode subscrever os atos privativos de advogado, em conjunto com o advogado ou defensor público que seja seu responsável. Sem a necessidade de assinatura conjunta, o estagiário pode realizar sozinho os seguintes atos (que continuam sendo de responsabilidade do advogado): 1 – Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; 2 – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos em curso ou findos; 3 – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos. Para realizar atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer sozinho, desde que seja substabelecido ou autorizado pelo advogado. O estágio realizado integralmente fora da Instituição de Ensino deverá seguir os termos de convênio entre o escritório de advocacia ou entidade que receba o estagiário e a OAB. Portanto, para um escritório receber estagiários deverá ter um convênio com a OAB. DA PROCURAÇÃO Paraque o advogado possa realizar sua atividade em nome de seu cliente ele deve fazer prova de mandato (Art.5º EAOAB), salvo em caso de urgência em que pode agir sem a Procuração mas recebe a obrigação de apresenta-la em até 15 dias, prorrogáveis por mais 15. A procuração para o foro em geral (Ad Judicia) permite o advogado praticar os atos judiciais em sua plenitude, salvo aqueles que envolve o direito material do Cliente, como renúncia, transação, quitação, etc, que são considerados poderes especiais. Para renunciar ao mandato o advogado deve valer-se de comunicação escrita, preferencialmente por carta com aviso de recebimento (AR), e após isso deve notificar o juízo onde atuava para seu cliente (Art. 6º Regulamento Geral). Após a comunicação de renúncia, o advogado deverá permanecer representando o seu cliente pelos próximos 10 dias seguintes, liberando-se dessa obrigação caso o cliente estabeleça outro procurador antes do fim do prazo. Não é permitido nomear como advogado uma pessoa jurídica, portanto para as sociedades de Advogados a procuração deve ser outorgada de forma individual, nomeando todos os advogados da sociedade e indicando a sociedade da qual fazem parte(Art.15º §3º EAOAB). É obrigatório o nome e o número de inscrição na OAB em todos os documentos assinados pelo advogado em razão de sua atividade profissional. DO CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO O Cancelamento de inscrição é de caráter mais definitivo e importa numa impossibilidade geral para o exercício da profissão. Qualquer inscrito na OAB pode solicitar seu cancelamento, uma vez que ninguém é obrigado a permanecer associado. Uma vez cancelado, o número da inscrição deixa de existir, e mesmo que o profissional peça reabilitação ou reinscrição, seu número jamais voltará a ser o mesmo, recebendo nova numeração de inscrição. Cancela-se a inscrição quando: 1 – O inscrito o requerer. Neste caso, não é necessário sequer uma justificativa. Basta a comunicação do requerimento. 2 – Sofrer penalidade de exclusão; A pena é a de exclusão, a execução da pena importa no cancelamento da inscrição. Pode ser feito de ofício. 3 – Falecer; O comunicado de óbito é suficiente para cancelar a inscrição, cessar a cobrança de anuidades e preservar a documentação e a imagem do profissional falecido. Pode ser feito de ofício. 4 – Passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia; O significado de definitivo é bem amplo, podendo ser a POSSE em cargo público incompatível ou a assinatura da CTPS (CLT) em atividade incompatível, como funcionário de cartório, por exemplo. Até a formalização e efetivação da atividade incompatível definitiva, não há necessidade de cancelamento ou licença. Pode ser feito de ofício. 5 – Perder qualquer um dos requisitos necessários para a inscrição; Qualquer um dos requisitos previstos no art. 8º do EAOAB deve ser permanente, sendo que a perda de qualquer um deles enseja o cancelamento da inscrição. Pode pedir nova habilitação fazendo prova apenas da capacidade civil, idoneidade moral, não estar exercendo atividade incompatível e do compromisso solene perante o Conselho (Art.11 §2º EAOAB). Caso o motivo do cancelamento é o de PENA de exclusão, deve apresentar provas também da reabilitação que motivou a exclusão. Em qualquer dos casos, NÃO PRECISA FAZER NOVO EXAME DE ORDEM. DA LICENÇA A licença é uma suspensão total temporária ao exercício da profissão. Como é temporária, após o seu término o número de inscrição permanece o mesmo, não sendo alterado. Também não há necessidade de autorização para retorno às atividades, bastando apenas cumprir o tempo determinado da licença. Pode ocorrer nos seguintes casos: 1 – Requerimento justificado; Como suspende-se não só o exercício da advocacia para o requisitante mas também a cobrança de anualidades e taxas, é fundamental que a OAB concorde com os motivos. Ato discricionário do Conselho Seccional. 2 – Passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia. Quando é notório que a função incompatível é apenas temporária, cabe o pedido de licença. É o que acontece, por exemplo, com um advogado eleito para ser Governador de um Estado. O mandato termina em 4 anos e portanto é temporário, mesmo que depois ele seja reeleito, ainda permanece a temporariedade da situação. Também é ato discricionário, mas não é pacífico este entendimento. 3 – Sofrer doença mental curável; Se a doença mental é curável, existe o entendimento de que é temporária, e basta um tratamento de saúde para que o advogado volte às suas atividades. OBS: Esta mesma situação é prevista no caso de cancelamento, pois a doença mental que não tem cura (incurável) é fator que elimina a capacidade civil, um dos requisitos do Art. 8º do EAOAB, e portanto ensejaria o cancelamento conforme o item 5 do tema CANCELAMENTO. DOS HONORÁRIOS (Art. 22 EAOAB, Art.35 a 43 do Código de Ética) Ao prestar serviços advocatícios, o profissional inscrito nos quadros da OAB faz jus ao recebimento de honorários. Sejam eles os convencionados (contratuais), fixados por arbitramento judicial e/ou os de sucumbência. 1 – CONVENCIONADOS/CONTRATUAIS: Os honorários advocatícios podem ser objeto de obrigação formal prevista em contrato. Como todo contrato deve incluir um objeto lícito (a prestação dos serviços advocatícios) e uma característica econômica (o valor estabelecido como pagamento). Os honorários contratuais são, em geral, estabelecidos em contrato formal (escrito) e pode estabelecer todas as condições de pagamento e os serviços prestados. Se o contrato/convenção não estabelecer forma diferente, os honorários convencionados devem ser pagos em 03 parcelas: 1/3 no início dos serviços, 1/3 até a decisão de 1ª Instância e 1/3 ao final da prestação dos serviços. Os valores devem ser compatíveis com o trabalho e o valor econômico da questão, tendo como mínimo os valores expressos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB. 2 – ARBITRADOS: Quando não há contrato de honorários e cliente e advogado não chegam num consenso para estipulação de valores pela prestação de serviços, ou mesmo quando o advogado atua por indicação para patrocinar causa de juridicamente necessitado por impossibilidade da Defensoria Pública ocorrem este tipo de honorário. Na primeira hipótese o juiz arbitra os honorários para que o cliente pague, na segunda hipótese (impossibilidade de Defensoria Pública) quem paga os honorários é o Estado. Nestes casos o juiz deve levar em consideração a complexidade do trabalho, o valor econômico da questão e a tabela da OAB, que estabelece os valores mínimos e é publicado por cada Seccional da Ordem. 3 – SUCUMBÊNCIA: Ao vencer uma lide, o advogado faz jus aos honorários de sucumbência, que são os valores pagos pela PARTE vencida diretamente ao ADVOGADO da parte vencedora. Assim como os demais, para serem arbitrados devem levar em conta o trabalho do advogado e o valor econômico em disputa. Tanto o contrato de honorários, a decisão judicial que estabelece os honorários arbitrados e/ou de sucumbência, servem como título executivo extrajudicial(contrato) ou judicial (sentença/acórdão) e pode ser cobrado judicialmente, bastando que o profissional o apresente nos mesmos autos da ação em que atuou, e constitui direito autônomo do advogado, sendo pago diretamente ao mesmo até mesmo por dedução da quantia a ser recebida pelo cliente, salvo se o mesmo comprovar que já pagou ao advogado os valores exigidos. Mesmo no caso de Precatórios, pode o advogado solicitar que seus honorários sejam pagos diretamente a ele, devendo portanto serem retirados do Precatório do cliente e pagos na via cabível (Precatório ou Requisição de Pequeno Valor) diretamente ao causídico. ATENÇÃO: A ADI 1194 julgou possível que, no caso de advogado empregado, é permitido que os valores relativos aos honorários de sucumbência sejam objetode acordo em contrato de trabalho, por ser considerado direito disponível. A mesma ADI também estabelece que o §3º do Art. 24 do EAOAB é inconstitucional e portanto pode haver cláusula contratual entre cliente e advogado que negocie entre os mesmos esse direito disponível do advogado. PRESCRIÇÃO DE HONORÁRIOS: De acordo com o artigo 25 do EAOAB, prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado contando-se o prazo na seguinte sequencia: 1 – do vencimento do contrato, se houver (No caso dos CONTRATUAIS); 2 – do trânsito em julgado da decisão que os fixar (ARBITRADOS e/ou SUCUMBENCIAIS); 3 – da ultimação do serviço extrajudicial (Assessoria, Consultoria, Direção Jurídica); 4 – da desistência ou transação (Parte abre mão de direito disponível); 5 – da renúncia ou revogação do mandato (Deixar de ser o patrono/advogado da causa). CLÁUSULA QUOTA LITIS (Art. 38 do Código de Ética) Constitui-se numa cláusula em que o advogado receberá como honorários uma parte do valor e/ou dos bens em disputa, no caso de sucesso total ou parcial da demanda. Devem ser representados por valores em pecúnia (dinheiro). Quando acumulados com os honorários de sucumbência não podem ultrapassar as vantagens destinadas ao cliente. O advogado só poderá receber como honorários bens do cliente quando o mesmo é comprovadamente sem condições pecuniárias, em caráter excepcional, e desde que contratado por escrito. A fixação de honorários abaixo dos valores estabelecidos em tabela da OAB constitui-se em aviltamento da profissão, punível administrativamente, salvo motivo justificado. INCOMPATIBILIDADE (Arts. 27 e 28 do EAOAB) A incompatibilidade é uma proibição TOTAL para o exercício da advocacia. Lembrando que todos os atos praticados por advogado em situação de incompatibilidade são NULOS e o efeito dessa nulidade é “ex tunc”. Tem relação direta com a profissão da pessoa, onde sua atividade profissional, de alguma forma, é considerada incompatível com a advocacia, seja por sua natureza econômica, seja por sugerir algum tipo vantagem perante outros advogados ou perante a sociedade em si. Os casos estão elencados no artigo 28 do EAOAB: a) Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito) e seus substitutos legais (Vice-Presidente, Vice-Governador e Vice-Prefeito), membros das Mesas Diretoras do Poder Legislativo (Do Presidente ao último cargo, pois é possível que qualquer desses cargos exerça, mesmo que temporariamente, a presidência da Casa Legislativa). Todos estes são ordenadores de despesas, contratantes de pessoas e suas atividades podem sugerir vantagens para a advocacia, portanto são incompatíveis, apesar da característica de serem temporários; b) Membros de Órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas (A incompatibilidade neste caso é extensiva a todos os funcionários dos órgãos mencionados), bem como de todos que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta (Tribunais administrativos); c) Ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público (Prezar pela verdade REAL, o cargo ou função tem que ter liberdade de ordenação de despesas e contratação de pessoal); d) Ocupantes de cargos ou funções de vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro (estende a incompatibilidade a todos os funcionários de cartórios e de outros serviços ligados ao Poder Judiciário); e) Ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente à atividade policial de qualquer natureza (De acordo com o Provimento 62/88 estende-se a incompatibilidade a todos os cargos, celetistas ou estatutários, ligados à atividade policial, tais como Peritos, Agentes Penitenciários, Guardas municipais, etc.); f) Militares de qualquer natureza, na ativa (engloba todas as forças armadas e todos os cargos, sem exceção, enquanto na ativa.); g) Ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais (atividade de importância para a construção de receitas do Poder Público, o que pode trazer vantagens para a prática da advocacia, portanto, incompatível com a mesma); h) Ocupantes de função de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas (incluem bancos públicos e privados, financeiras em geral. Por interferirem diretamente no cenário econômico, podem se beneficiar para a advocacia, portanto, incompatíveis com a mesma) Mesmo que o ocupante do cargo/função deixe de exercê-la temporariamente (férias, licença, etc) a incompatibilidade permanece. Não está no rol de incompatibilidades a administração acadêmica diretamente ligada ao magistério jurídico (Coordenação de curso jurídico, por exemplo). Atenção para o Art. 29 EAOAB, que afirma que os Diretores/Chefes dos órgãos Jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional, além dos Procuradores Gerais, Advogados Gerais e Defensores Gerais, são legitimados para a advocacia apenas nas funções que exercem, durante o período em que forem investidos do cargo. Ou seja, só poderão advogar nos casos e da forma prevista em lei para a sua função, não se confundindo com incompatibilidade. Isso acontece pela importância dada em lei para estes agentes, que só irão a juízo e realizarão atos privativos de advogado nos casos previstos em lei, a fim de proteger a função judicial e a importância do cargo público que ocupam. IMPEDIMENTOS (Art. 30 EAOAB) Os impedimentos são proibições parciais ao exercício da advocacia. Neste caso os advogados que encontram-se impedidos podem advogar mas com restrições a algumas causas ou clientes específicos. a) Os servidores da administração direta, indireta ou fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual esteja vinculada a entidade empregadora. (Os servidores públicos em geral são impedidos de advogar contra a Unidade Federativa que o remunera, seja União, Estado ou Município conforme o caso. Se a entidade empregadora é vinculada a um determinado Ente Federativo, o impedimento recai sobre o mesmo. A única exceção é o professor de cursos jurídicos, que podem advogar livremente, até contra a Fazenda que os remunera.); b) Os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. (Se o membro do Poder Legislativo, seja Vereador, Deputado Estadual/Distrital, Deputado Federal ou Senador, não fizer parte da Mesa Diretora, ele pode advogar com o impedimento descrito neste item. Ou seja, não poderá advogar contra ou a favor de qualquer ente público, empresa pública ou que tenha qualquer ligação com verbas públicas.) DA IDENTIDADE PROFISSIONAL Os documentos de identidade profissional do advogado são DOIS: 1 - A carteira, relativa à inscrição originária, de capa vermelha, contendo as armas da República e as expressões Ordem dos Advogados do Brasil e Carteira de Identidade de Advogado, onde constam os dados de identificação, uma foto, assinatura, espaço para reconhecimento de firmas e anotações feitas pela OAB, e com a transcrição do art. 7º do EAOAB; 2 – O cartão, que substitui a carteira, feito em material resistente e com dispositivo de CHIP para certificado digital, tendo as informações de identidade do advogado, seu registro na OAB, atualmente na cor vermelha ao fundo, e no verso uma foto, observações e assinatura. O cartão do estagiário é de mesmo modelo do advogado, alterando-se a cor (atualmente azul)e com a indicação de Identidade de Estagiário. SOCIEDADE DE ADVOGADOS (Art 15 a 17 do EAOAB e Art. 37 e seguintes do Regulamento Geral) Aos advogados é permitida a reunião em Sociedades Simples de prestação de serviços de advocacia, conforme nomenclatura do Código Civil de 2002. A sociedade de advogados é simples, por normas civis, e portanto os sócios são imbuídos de responsabilidade civil subsidiária e ilimitada por ação ou omissão no exercício da advocacia. Podem adotar qualquer forma de administração social, bem como a figura de sócios gerentes, com indicação dos poderes atribuídos a cada um. O registro das sociedades de advogados é feito diretamente no Conselho Seccional da OAB ao qual esteja a sede territorial. Também devem respeitar as normas do Código de Ética e Disciplina. No caso de abertura de filial em outra seccional, a sociedade fica obrigada a também fazer seu registro na respectiva seccional da filial, bem como todos os sócios ficam obrigados a ter inscrições suplementares. Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados por Seccional, incluindo-se a sede e filiais. É vedado às sociedades de advogados a representação em juízo simultânea de clientes com interesses opostos. Também é vedado utilizar-se de nome fantasia ou formas e características mercantis, realizar atividades estranhas à advocacia e incluir como sócio pessoa não inscrita como advogado ou proibida de advogar. Deve possuir obrigatoriamente o nome completo ou abreviado de pelo menos um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer nome de sócio falecido caso esteja previsto no ato constitutivo. No caso da licença de sócio para exercício de atividade incompatível, a mesma deverá ser averbada no registro da sociedade, sem alterar sua constituição. As atividades privativas são exercidas individualmente, ainda que os honorários sejam revertidos para a sociedade. É possível que as sociedades de advogado se associem-se com advogados, sem vínculo de emprego e sem participação societária, com vistas à participação nos resultados. É a figura do Advogado Associado, que deve ser averbado no registro da sociedade de advogados para não configurar infração disciplinar. ADVOGADO EMPREGADO (Art. 18 do EAOAB e Art 11 do Regulamento Geral) O Advogado empregado é aquele que exerce sua profissão através de uma relação de emprego. Essa relação não retira a independência e autonomia técnica e profissional do advogado, nem o obriga a prestar seus serviços para causas de interesse pessoal dos empregadores, que não esteja prevista na relação de emprego. São representados nas convenções ou acordos coletivos de trabalho pelos SINDICATOS de advogados, ou por suas federações e confederações respectivas. O salário mínimo profissional destes advogados é fixado por sentença normativa se não houver acordo ou convenção coletiva de trabalho que já o tenha determinado. A jornada de trabalho padrão é de, no máximo, 20 horas semanais, sendo até 4 horas diárias. Acordo ou convenção coletiva de trabalho podem alterar esta jornada para mais ou para menos, sendo que o limite é de 8horas diárias, sendo considerado extraordinárias as horas que passarem deste limite. A dedicação exclusiva também pode aumentar a carga horária, nos mesmos limites de 8h diárias. Considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado fica à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação. A hora extraordinária do advogado é paga com adicional de 100% (cem por cento), no mínimo, sobre o valor da hora normal. O horário noturno (adicional de 25%) é contado das 20 horas de um dia até às cinco horas do dia seguinte. Os honorários de sucumbência são repartidos entre o advogado empregado e a sociedade de advogados quando estes são os empregadores. O STF já definiu, na ADI 1194, que os honorários de sucumbência são direitos disponíveis e, portanto, os contratos de trabalho podem dispor deles livremente. DOS DIREITOS DOS ADVOGADOS (Art 6 e 7 do EAOAB e Art. 15 e seguintes do Regulamento) Os direitos dos advogados são definidos em Lei Federal e se constituem nas prerrogativas funcionais, sendo derivados da atividade de advocacia. Fora dessa atividade esses direitos não valem, ou seja, na vida comum o advogado é um cidadão comum, mas no exercício da advocacia ele se reveste de todas as suas prerrogativas que visam proteger a sua função, não a sua pessoa. Dentre os direitos dos advogados, o previsto no art; 6º do EAOAB é o mais perseguido e, em contrapartida, o mais negligenciado em alguns lugares do Brasil. Neste artigo se estabelece que não há hierarquia nem subordinação entre os principais operadores do Direito, entre Advogados, Juízes (Magistrados em geral) e Promotores (Membros do Ministério Público), devendo todos tratarem-se com consideração e respeito mútuos. No parágrafo único deste artigo há um dever expresso a todos os servidores públicos e autoridades, bem como aos serventuários da Justiça, em proporcionar condições adequadas ao desempenho das funções do advogado, bem como dispensar-lhe tratamento compatível com a dignidade da advocacia. Os direitos dos advogados englobam: 1 - O livre exercício da profissão em todo o território nacional. (Daí pode-se entender que a concessão de inscrição suplementar é ato vinculado ao pedido formal de advogado regular); 2 - A inviolabilidade do escritório ou local de trabalho, além de seus instrumentos de trabalho, correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. (Tal direito não é absoluto, de acordo com o §6º do art. 7º, se houverem indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão PORMENORIZADO e ESPECÍFICO, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo vedado a utilização de qualquer documento de clientes do advogado, salvo se forem formalmente investigados como partícipes ou co-autores do mesmo crime que deu causa à quebra de sigilo.); 3 – Comunicar-se com seu cliente, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em qualquer estabelecimento civil ou militar, mesmo que considerados incomunicáveis; 4 – No exercício da profissão, o advogado só pode ser preso em flagrante de crime inafiançável (§3º), e deve ter a presença de um representante da OAB para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade da prisão; 5 – Em caso de ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado (prisão provisória ou cautelar), deve permanecer em Sala de Estado-Maior, com instalações e comodidades condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar; 6 – Pode ingressar livremente em qualquer recinto público (nas salas de sessões dos tribunais, salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, delegacias e prisões) em que deva praticar ato ou colher prova/informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado. Pode participar de qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar seu cliente, ou perante a qual este deve comparecer, desde que munido de poderes especiais; 7 – Permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no quesito acima, bem como em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo, independentemente de licença; 8 – Pode dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário marcado ou outra condição, observando a ordem de chegada. Deve-se ter em conta também o dever de urbanidade e o bom senso; 9 - Pode usar da palavra, pelaordem, em qualquer juízo ou tribunal, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação aos fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como replicar acusação ou censura que lhe forem feitas. A intervenção do advogado deve ser SUMÁRIA, rápida e direta; 10 – Reclamar perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; 11 – Examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral (mesmo Delegacias ou repartições policiais), autos de processos findos ou em andamento, mesmo que conclusos à autoridade, autos de flagrante e de inquérito, mesmo sem procuração, quando não estejam sob sigilo, assegurada a obtenção de cópias e a tomada de apontamentos (anotações próprias); 12 – Ter vista dos processos judiciais e administrativos de qualquer natureza, inclusive os findos, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais; 13 – Ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela; 14 – Usar os símbolos privativos da profissão de advogado (Que não se confundem com os símbolos da OAB, privativos da INSTITUIÇÃO OAB!); 15 – Recursar-se a depor como testemunha em processo no qual tenha atuado ou venha a atuar como advogado, ou saiba de fato relacionado a pessoa da qual já foi advogado (ou mesmo assessor, consultor ou diretor jurídico), mesmo quando autorizado pela parte (cliente) bem como sobre fato que constitua sigilo profissional; 16 – Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação protocolizada em juízo; 17 – Imunidade criminal envolvendo a atividade profissional para suas manifestações quanto aos crimes de injúria e difamação, em juízo ou fora dele, sem prejuízo de sanções disciplinares (administrativas) perante a OAB APENAS pelos excessos que cometer. (Cabe lembrar que a lei adotava também o desacato, mas foi declarado inconstitucional pela ADI 1127-8. Na prática, mesmo em flagrante o advogado não poderá ser preso por desacato, por não tratar-se de crime inafiançável); Quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer fato relevante que justifique a permanência dos autos no local de sua guarda e tramitação, a autoridade pode determinar a sua permanência por despacho motivado, mediante representação ou requerimento da parte interessada. Os Poderes Judiciário e Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso assegurado à OAB. Cabe lembrar que pela ADI 1127 a OAB não detém o controle destes espaços. DA ÉTICA DOS ADVOGADOS E DOS DEVERES (Art. 31 Do EAOAB e Código de Ética) A advocacia não é profissão de covardes, como já disse o Dr. Sobral Pinto. Exige conduta moral, social e profissional distintas, condignas com a importância da profissão para a sociedade. Para tanto, o advogado tem os seguintes deveres, elencados de forma expressa: 1 – Preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade; 2 – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; 3 – velar por sua reputação pessoal e profissional; 4 – empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional; 5 – contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; 6 – estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; 7 – aconselhar o cliente a não entrar em aventura judicial. (O advogado é o primeiro “juiz” da causa. Cabe a ele conhecer das normas e saber se o direito realmente assiste à pretensão do cliente, aconselhando-o no que fazer neste sentido); 8 – Deve abster-se de utilizar de influência indevida (tráfico de influência), a seu benefício ou do seu cliente; não deve patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, em que também atue; não deve vincular o seu nome a empreendimento de cunho manifestamente duvidoso; não deve contribuir (prestar concurso) com aqueles que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; não deve entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste. 9 – Pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e difusos, no âmbito da comunidade. O advogado deve sempre zelar pela sua liberdade e independência, mesmo que vinculado por contrato de trabalho ou prestação de serviços. O advogado pode recusar-se a patrocinar causa que seja concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie expressa orientação sua, manifestada anteriormente. A advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização. Ao advogado é proibido expor os fatos em juízo falseando deliberadamente a verdade ou estribando-se na má-fé. Também não pode oferecer serviços profissionais que impliquem, direta ou indiretamente, na captação de clientela. Tem o dever de urbanidade para com o público, os colegas, as autoridades e os funcionários do juízo, devendo agir com respeito, discrição e independência, exigindo igual tratamento e zelando pelas prerrogativas a que tem direito. Ao advogado cabe a obrigação de empregar a linguagem escorreita e polida (sem gírias) e executar seus serviços com esmero e disciplina. DA RELAÇÃO COM O CLIENTE O Advogado deve informar o cliente de forma clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das consequências que poderão advir da demanda. O cliente pode solicitar prestação de contas ou de informações a qualquer momento e ao final da causa, o advogado deve apresentar essa prestação, devolvendo todos os bens, valores e documentos recebidos no exercício do mandato. O advogado não pode aceitar procuração (mandato) de cliente que já tenha advogado constituído, para a causa em que foi constituído, sem que o advogado anterior tenha conhecimento do fato. A exceção à regra é quando já motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis. Também é proibido ao advogado deixar a causa abandonada, sem motivo justo e comprovada ciência do cliente constituinte. Se o advogado quiser renunciar, deverá fazê-lo formalmente, omitindo o motivo e se responsabilizando pelos feitos no prazo legal de 10 dias. Mesmo renunciando, o advogado não está livre da responsabilidade pelos danos causados aos clientes e/ou terceiros quando de sua atuação. Quando o cliente revoga o mandato do advogado permanecerá ainda obrigado ao pagamento das verbas honorárias contratadas, bem como também permanece o direito do advogado receber os honorários de sucumbência na proporção de seu trabalho. É vedado a advogados representar em juízo clientes com interesses opostos. O mesmo vale para as sociedades, mesmo que com vários advogados, não podem representar em juízo clientes diferentes com interesses conflitantes entre si. Caso venha esse tipo de conflito surgir entre dois clientes já estabelecidos do advogado ou da sociedade, o causídico deverá optar por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardando o sigilo profissional. Ao postular em nome de terceiros contra ex-cliente ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o segrego profissional e as informações reservadas ou privilegiadas que lhe tenham sido confiadas. É dever do advogado assumir a defesa criminal sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. Da mesma forma o advogado não é obrigado a aceitar a imposição de cliente para trabalhar com outros advogados. O advogado também não pode atuar simultaneamentecomo preposto e advogado do empregador ou cliente, no mesmo processo. O substabelecimento com reserva de poderes não precisa da ciência do cliente, já o substabelecimento SEM RESERVAS de poderes (ou seja, o advogado substabelecido poderá agir como se fosse o advogado principal, com os mesmos poderes) é preciso o prévio conhecimento do cliente. DO SIGILO PROFISSIONAL (Art. 25 do Código de Ética) Inerente à profissão, tratado em diversos outros tópicos, pode ser quebrado pelo profissional, incialmente, em três situações: por grave ameaça à vida, por grave ameaça à honra, ou quando o advogado seja afrontado pelo próprio cliente, e para se defender tenha que revelar segredo. Em qualquer situação a quebra do sigilo deve ater-se ao interesse da causa, sem excessos. As confidências feitas pelo cliente ao advogado podem ser usadas em sua defesa (a do cliente), desde que autorizado pelo constituinte. DA PUBLICIDADE (Art. 28 a 34 do Código de Ética) Os anúncios da atividade profissional devem ser feitos de forma a não serem confundidos com a atividade mercantil. Portanto funcionam de forma diferente das empresas comuns, sendo tutelado especificamente pelo Código de Ética da OAB. Devem ser feitos com discrição e moderação, de forma meramente informativa, vedada a divulgação em conjunto com outra atividade. Os anúncios devem contar sempre com o nome completo do advogado e o número da inscrição na OAB (ou do Registro da Sociedade), podendo fazer referência a títulos ou qualificações profissionais (acadêmicos/universitários), especialização técnico-científica (Ramos do Direito em que se especializou) e associações culturais e científicas, endereços, horário do expediente e meios de comunicação, sendo proibido a veiculação no rádio ou televisão, bem como o uso de nome de fantasia. Qualquer correspondência, comunicado e publicação, bem como boletins informativos e comentários sobre legislação, inclusive em formato eletrônico (E-mail), só podem ser fornecidos para colegas advogados, clientes constituídos e pessoas que solicitem ou os autorizem expressamente. É proibido, portanto, qualquer tipo de panfletagem relacionada às atividades de advocacia. A mala direta (ou SPAM) não solicitada é permitida apenas para comunicar a instalação ou mudança de endereço de escritório profissional. Os anúncios, no Brasil, devem ser sempre em Português e, quando em idioma estrangeiro, devem estar acompanhados da devida tradução. Também é proibido mencionar, direta ou indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de captar clientela. Por exemplo: ex-Ministro de Tribunal Superior que coloca no anúncio o cargo exercido, provoca vantagem desleal para captação de clientes. O Código de Ética visa impedir a mercantilização da atividade. No caso de anúncios em placa, permitido na sede profissional ou na residência do advogado, deve observar discrição quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sendo proibido o uso de Outdoor. O anúncio também não pode conter qualquer fotografia, símbolo, figura ou desenho incompatíveis com a sobriedade e seriedade da advocacia, sendo proibido o uso de símbolos oficiais e dos que sejam utilizados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Não é permitida a referência a valores dos serviços ou tabelas (Mercantilização da advocacia), nem o uso de expressões que possam iludir o público ou informações que possam suscitar, direta ou indiretamente, a captação de clientes. A menção ao tamanho, qualidade e estrutura da sede profissional também é vedada, bem como a utilização de adesivos em carros. A participação eventual (se for habitual é proibida) em programas de rádio ou televisão ou qualquer outro meio, para manifestação profissional, deverá visar objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem promoção pessoal ou pronunciamento sobre métodos de trabalho de outros advogados, bem como o caráter sensacionalista. É vedado, nos meios de comunicação, o debate sobre causas patrocinadas pelo advogado ou demais colegas, bem como a divulgação de lista de clientes e demandas ou a insinuação para reportagens e declarações públicas. DO DESAGRAVO PÚBLICO (Art. 18 do Regulamento Geral) O inscrito na OAB (advogado, estagiário ou sociedade de advogados) quando ofendido comprovadamente no seu exercício profissional ou no desempenho de cargo ou função da OAB, tem direito ao desagravo público promovido pelo Conselho competente, de ofício ou a seu pedido ou de qualquer outra pessoa. O desagravo consiste-se numa Sessão especial do Conselho competente para o caso onde o mesmo emitirá uma nota oficial a ser divulgada na imprensa, encaminhada ao ofensor e às autoridades além do registro no assentamento funcional do ofendido. A vítima da ofensa não poderá recusar o desagravo, uma vez que existe para defesa da profissão e não para a defesa da pessoa. O critério da realização ou não pertence ao Conselho responsável, definidos pela territorialidade do vínculo profissional do advogado. Ao Conselho Federal compete o desagravo nos casos de ofensa a Conselheiro Federal ou Presidente de Conselho Seccional ou quando a ofensa a advogado for grave e com repercussão nacional. DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES (Art. 34 e seguintes do EAOAB e Código de Ética) Dos Atenuantes; Ao aplicar uma sanção são consideradas, para fins de atenuação da pena, as seguintes circunstâncias, dentre outras (Rol exemplificativo): 1 – Falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; 2 – Ausência de punição disciplinar anterior; 3 – exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB. Para se verificar a conveniência da pena acessória de MULTA e definir o tempo de suspensão levam-se em consideração também os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpabilidade, as circunstâncias e as consequências da infração. A prescrição da pretensão punitiva acontece com o prazo de 5 (cinco) anos da data da constatação oficial do fato. A prescrição intercorrente acontece no prazo de 3 (três) anos da última movimentação processual, podendo ser requerido pela parte ou feito de ofício. São 04 as penas aplicáveis aos inscritos na OAB (estagiários e advogados); 1 – Censura (anotação oficial nos assentamentos profissionais, não é pública); 2 – Suspensão (Proibição total do exercício profissional em todo o território nacional, pena pública e divulgada); 3 – Exclusão (desligamento compulsório dos Quadros da OAB, pena pública e divulgada). 4 – Multa (pena acessória, de caráter pecuniário). Aplica-se a Exclusão nos seguintes casos: 1 – Acumular 03 penas de suspensão; 2 – Fazer falsa prova dos requisitos para inscrição na OAB; 3 – Ser considerado inidôneo moralmente (para isso é necessária a manifestação de 2/3 do Conselho responsável); 4 – Condenação por crime infamante. Aplica-se a Suspensão nos seguintes casos: 1 – Reincidência de Censura; 2 – Prestar concurso a clientes ou terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la; 3 – Solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta; 4 – Receber valores, da parte contrária ou de terceiros relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte; 5 – Locupletar-se (enriquecer de forma ilegal) por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa; 6 – Recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao seu(s) cliente(s); 7 – Reter abusivamente autos ou extravia-los recebidos com vista ou confiança; 8 – Deixar de pagar as contribuições, multas ou serviços da OAB; 9 – Incidir em erros reiterados que caracterizem inépcia profissional; 10 – Manter conduta incompatível com a advocacia (Prática reiterada de jogos de azar não permitidos em lei, embriaguez ou toxicomania habituais, incontinênciapública e escandalosa) Por questões didáticas, sugerimos aprender as infrações que causam Exclusão e Suspensão, e todas as demais serão relativas a censura. A censura é aplicada nos seguintes casos: 1 - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos; 2 - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos no EAOAB; 3 – valer-se de agenciador de causas, mediante participação dos honorários a receber (lembrar que o advogado associado poderia incorrer nesse artigo, mas deve é instituto permitido após o registro e averbação na OAB); 4 – angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros; 5 – assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado; 6 – advogar contra literal disposição da lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou pronunciamento judicial anterior; 7 – violar, sem justa causa, sigilo profissional; 8 – estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário; 9 – prejudicar, por culpa grave, interesse confiado a seu patrocínio; 10 – acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione; 11 – abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia; 12 – recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública; 13 – fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes; 14 – deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária e de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa; 15 – fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime (OBS: só configura calúnia se esta imputação for FALSA); 16 – deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado. 17 – Praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação. REABILITAÇÃO (Art. 41 do EAOAB) Para aquele que sofreu a sanção disciplinar é permitido, após o decurso de um ano do cumprimento da pena, o requerimento de reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento. O prazo poderá ser superior a um ano nos casos em que perdurar a situação que deu causa à pena, como nos casos de atraso de pagamento de valores e taxas devidas à OAB, nos de falta de prestação de contas ao cliente (ambos só podem ser reabilitados após a quitação de valores devidos). Cabe ressaltar que no caso de sanção derivada da prática de crime, o pedido de reabilitação dependerá da reabilitação criminal. PROCESSO NA OAB A competência para processar e julgar as infrações cometidas por inscritos na OAB é do Conselho Seccional cujo território tenha sido o local da infração, independente se o infrator possui inscrição principal ou suplementar neste Conselho. Nos casos de infrações perante o Conselho Federal, caberá ao mesmo processar e julgar o feito. A decisão condenatória irrecorrível deve ser comunicada ao Conselho Seccional onde estiver a inscrição principal do infrator. Em caso de repercussão prejudicial à advocacia, o Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional onde fica a inscrição principal do infrator pode suspendê-lo preventivamente, após ouvir o infrator em sessão especial. Quando isto acontecer o processo disciplinar deverá ser concluído no prazo de noventa dias. Subsidiariamente, utiliza-se o Código de Processo Penal quando a legislação da OAB for omissa. O processo disciplinar pode ser iniciado de ofício ou por requerimento de qualquer pessoa. Corre em sigilo até seu término, onde apenas as partes e seus procuradores terão acesso aos autos. Ao receber a representação o Presidente do Conselho competente deve designar um relator, que fará a instrução processual e deverá emitir um parecer preliminar ao Tribunal de Ética. Caso o relator não encontre indícios suficientes para seguir com o processo, deverá relatar ao Presidente do Conselho que poderá designar outro relator ou arquivar a representação. Ao acusado deve ser assegurada a ampla defesa em todas as etapas do processo. Havendo testemunhas, o rol é de no máximo 5 (cinco). A pena de exclusão só pode ser aplicada caso aja manifestação favorável do Pleno, por decisão de no mínimo 2/3 dos membros do Conselho. No caso de decisão não unânime, cabe recurso para o Conselho Federal. Nas decisões unânimes o recurso só é cabível caso a decisão contrarie dispositivo legal ou decisão diferente de outro Conselho Seccional ou do Conselho Federal em caso semelhante. Cabe recurso também ao Conselho Pleno em decisões do seu Presidente, Diretoria, órgão ou Tribunal de Ética. DOS ÓRGÃOS DA OAB (Art. 44 e seguintes do EAOAB e Art. 44 e seguintes do Regulamento) A OAB é a exclusiva representante da Advocacia brasileira, sena a responsável pela defesa da profissão, sua seleção e disciplina em todo o Brasil. Compõe-se de 4 órgãos: o Conselho Federal, Conselhos Seccionais, Subseções e Caixas de Assistência aos Advogados. O Conselho Federal tem sede em Brasília e é o órgão supremo da OAB. Seu Presidente é considerado, nos assuntos externos, o Presidente Nacional da OAB. Tem imunidade tributária sobre seus bens, rendas e serviços por ser um Serviço Público. Os cargos de Conselheiros e de Diretorias são exercidos de forma gratuita e obrigatória, contando como serviço público relevante inclusive para fins de aposentadoria e promoção. 1 – CONSELHO FEDERAL O Conselho Federal é composto pelos Conselheiros Federais, integrantes das delegações dos Conselhos Seccionais e pelos ex-Presidentes do Conselho Federal. Cada delegação é composta de 03 Conselheiros. Os ex-presidentes tem apenas direito a voz (salvo os que estiveram no cargo antes de 1994, quando da promulgação do EAOAB). O voto das delegações é tomada por maioria, ou seja, cada delegação possui apenas um voto, que é computado por maioria dos componentes da delegação. As delegações não votam nas questões de interesse direto de suas seccionais. O presidente do Conselho Federal só vota em caso de empate (voto de qualidade) e na escolha da Diretoria do Conselho Federal cada Conselheiro tem direito a um voto (única exceção ao voto por delegação). Nas Sessões do Conselho e quaisquer de seus órgãos, é assegurado aos Presidentes das Seccionais a participação sem direito a voto, junto a delegação respectiva. O Artigo 54 do EAOAB define algumas das competências do Conselho Federal, mas em geral podemos resumir na função recursal, na representação EXCLUSIVA dos advogados (ressalvada a competência dos Sindicatos de Advogados para efeitos de acordo/convenção coletiva), a edição e/ou alteração do Código de Ética, Regulamento Geral, Provimentos e Resoluções, intervenção nas Seccionais quando for o caso, elaboração de seu orçamento, a participação em Concursos Públicos Federais, ajuizamento de ações de controle de constitucionalidade, etc. A Diretoria é composta por 05 cargos: Presidente, Vice-Presidente, Secretário Geral, Secretário Geral Adjunto e Tesoureiro. Caso ocorra a vacância definitiva de algum cargo, o substituto assumirá temporariamente e o Conselho elegerá o substituto para o cargo que ficar vago. Os cargos e funções dos Conselhos Seccionais são idênticos aos do Conselho Federal, correspondente à sua esfera de ação. Com relação ao Patrimônio, a aquisição de qualquer bem (imóvel ou móvel) e a alienação e/ou oneração de bens móveis é encargo e decisão exclusiva da Diretoria do Conselho (Seccional ou Federal). No caso da alienação e/ou oneraçãode bens IMÓVEIS, é necessária a autorização da maioria das delegações no Conselho Federal, ou da maioria dos membros efetivos no Conselho Seccional. O Conselho Federal se subdivide em cinco órgãos: O Conselho Pleno, o Órgão Especial do Conselho Pleno, Câmaras (Primeira, Segunda e Terceira), Diretoria e Presidente. Para desenvolver suas atividades, o Conselho também conta com comissões permanentes e temporárias, designadas pelo Presidente, composta ou não por Conselheiros Federais, com regimento interno próprio aprovado pela Diretoria do Conselho Federal. CONSELHO PLENO Composto pelos Conselheiros Federais de cada delegação e pelos ex-presidentes. Delibera em caráter nacional sobre propostas e indicações relacionadas às finalidades institucionais da OAB (Art. 44, I EAOAB) e sobre as demais atribuições do Art. 54 do EAOAB. Elege o sucessor dos membros da Diretoria do Conselho Federal em caso de vacância, institui comissões permanentes e regula matérias de sua competência. Pode decidir sobre praticamente qualquer tema desde que o Presidente considere o tema urgente e de grande relevância. Pode alterar o Regulamento Geral, Código de Ética e Provimentos, além de intervir nos Conselhos Seccionais. ÓRGÃO ESPECIAL DO CONSELHO PLENO Composto por UM Conselheiro Federal DE CADA DELEGAÇÃO, sem prejuízo de sua participação no Conselho Pleno, além dos ex-presidentes. Presidido pelo Vice-Presidente do Conselho Federal e secretariado pelo Secretário-Geral Adjunto. Competência recursal dos demais órgãos da OAB hierarquicamente inferiores, bem como de decisões do Presidente e da Diretoria do Conselho Federal e do Presidente do Órgão Especial, resolve os conflitos ou divergências entre os órgãos da OAB. Pode determinar a Conselho Seccional a instauração de processo disciplinar quando encontrar fato qualificado como infração disciplinar. 1ª CÂMARA Presidida pelo Secretário-Geral. Decide sobre recursos relativos à atividade da advocacia, prerrogativas, inscrição nos quadros da OAB, incompatibilidades e impedimentos. É quem expede resoluções regulamentando o Exame de Ordem, ouvida a Comissão Nacional do Exame de Ordem. Julga representações de matérias de sua competência além dos recursos contra decisões de seu Presidente. 2ª CÂMARA Presidida pelo Secretário-Geral Adjunto. Decide recursos sobre ética e deveres do advogado, infrações e sanções disciplinares. Promove em âmbito Nacional a ética do advogado, juntamente com os Tribunais de Ética e Disciplina, editando resoluções regulamentadores ao Código de Ética e Disciplina. Elege, dentre seus integrantes, os membros da Corregedoria do Processo Disciplinar, em número máximo de três, que fiscaliza e orienta a tramitação dos processos disciplinares da OAB. É subdividida em três turmas, com representatividade regional para que estejam presentes todas as Regiões do País em cada uma delas. São presididas pelo Conselheiro presente de maior antiguidade no Conselho Federal, admitindo-se o revezamento. Cabe recurso ao Pleno da 2ª Câmara das decisões não-unânimes das Turmas. 3ª CÂMARA: Presidida pelo Tesoureiro do Conselho Federal. Decide os recursos relativos à estrutura, aos órgãos e ao processo eleitoral da OAB, relativos à sociedade de advogados, advogados associados e advogados empregados. Aprecia os relatórios anuais e delibera sobre o balanço e as contas da Diretoria do Conselho Federal e dos Conselhos Seccionais, supre as omissões e regulamenta normas para as Caixas de Assistência dos Advogados, inclusive mediante resoluções. Modifica ou cancela dispositivos do Regimento Interno do Conselho Seccional que contrarie o EAOAB ou o Regulamento Geral. DIRETORIA DO CONSELHO FEDERAL Composto pelos seus cinco cargos, tem competência para dar execução às deliberações dos órgãos deliberativos do Conselho, elaboram e submetem à Terceira Câmara o orçamento anual, relatório anual e balanço de contas, elabora as estatísticas anuais dos trabalhos e julgados do Conselho, distribui e redistribui atribuições e competências entre seus membros, elaboram e aprovam o plano de cargos e salários e a política de administração pessoal do Conselho (proposto pelo Secretário-Geral), promovem assistência financeira aos órgãos da OAB em caso de necessidade comprovada e com previsão orçamentária. Define critérios para despesas dos Conselheiros, das comissões e convidados., resolve casos omissos no Estatuto e no Regulamento Geral ad referendum do Conselho Pleno. Importante ressaltar que cabe à Diretoria do Conselho a alienação e/ou oneração de bens MÓVEIS! Para bens IMÓVEIS é necessária a autorização do PLENO do Conselho. Uma vez que tenha a autorização da Diretoria (para bens móveis) ou do Pleno (para bens imóveis) o Presidente poderá adquirir, alienar ou onerar esses bens. DO CONSELHO SECCIONAL São criados através de RESOLUÇÃO do Conselho Federal. Têm praticamente a mesma formação e competência do Conselho Federal, guardadas as devidas proporções, já que sua esfera de atuação restringe-se ao território do Estado, Distrito Federal ou Território a que pertença. O Conselho tem o número de Conselheiros proporcional ao quadro de advogados inscritos. Abaixo de 3.000 (três mil) inscritos, terá 30 membros. Após esse quantitativo, a cada mais 3.000 (três mil) advogados acrescenta-se mais 01 (um) Conselheiro, até o máximo de 80 (oitenta). Compete ao Conselho Seccional a organização da advocacia em seu território. Estabelecimento da tabela mínima de honorários, definição de comissões temporárias, elaboração de seu regimento interno, a gestão da Caixa de Assistência dos Advogados, sua composição, funcionamento dos Tribunais de Ética e Disciplina e a manutenção do cadastro dos Advogados. DA SUBSEÇÃO Criadas por resolução do Conselho Seccional, devem observar para tanto os requisitos estabelecidos no Regimento Interno da Seccional, bem como estudo preliminar de viabilidade realizado por comissão especial designada pelo Presidente da Seccional. Pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive de Capital do Estado. No seu território deve haver pelo menos 15 (quinze) advogados domiciliados profissionalmente. Possui Diretoria equivalente à da Seccional, e caso tenha mais de 100 (cem) advogados profissionalmente estabelecidos lá, poderá formar um Conselho da Subseção, com número de membros fixados pelo Conselho Seccional. Serve como extensão da Seccional para aquela localidade, podendo inclusive instaurar e instruir processos disciplinares para posterior julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional. DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS Com personalidade jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. Criada por aprovação e registro de seu Estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB. Pode realizar convênios e outros serviços de auxílio ao advogado, inclusive implementar seguridade complementar. DAS ELEIÇÕES As eleições na OAB acontecem a cada 03 anos, sendo o voto obrigatório para todos os advogados inscritos, sob pena de multa equivalente a 20% (vinte porcento) do valor da anuidade, salvo motivo justificado a ser apreciado pela Diretoria do Conselho Seccional. Sempre acontece na segunda quinzena de novembro do ano eleitoral. Os votos são computados para Chapas completas, que devem ser composta por candidatos ao Conselho e sua Diretoria, delegação ao Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta. O mandato é de 03 anos e para concorrer os candidatos devem exercer a atividade advocatícia naquela seccional e/ou subseção há pelo menos 05 anos completos até a data da posse. Para o Conselho Seccional a posse acontece no dia 01 de janeiro do ano seguinte à eleição. No Conselho Federal acontece no dia 01 de fevereiro do ano seguinte ao da eleição. A eleição nos Conselhos Seccionais é direta, ou seja,os advogados votam diretamente na chapa que comporá os cargos. Já no Conselho Federal, a eleição é indireta. Apenas os membros das delegações podem votar e compor a sua Diretoria (com exceção do Presidente, que pode ser eleito entre não membro do Conselho Federal, desde que apoiado por pelo menos seis Conselhos Seccionais). O mandato pode extinguir-se antes do término nos casos de cancelamento de inscrição ou licenciamento do profissional, condenação disciplinar do titular, falta sem motivo justificado por três reuniões ordinárias consecutivas DAS CONFERÊNCIAS E DOS COLÉGIOS DE PRESIDENTES A Conferência Nacional dos Advogados é órgão consultivo máximo do Conselho Federal, reunindo-se a cada 03 anos (trienalmente), no segundo ano do mandato, tendo por objeto o estudo e o debate das questões e problemas que digam respeito às finalidades da OAB e ao congraçamento dos advogados. De forma equivalente, existem as Conferências dos Advogados dos Estados e do Distrito Federal, funcionando da mesma forma, respeitadas suas competências territoriais. No primeiro ano do mandato se define a data, local e o tema centra da Conferência. Suas decisões tem mero caráter sugestivo. São membros efetivos os Conselheiros e Presidentes dos órgãos da OAB presentes, os advogados e estagiários inscritos na Conferência e todos terão direito a voto. São convidados as pessoas a quem a Comissão Organizadora conceder tal qualidade, sem direito a voto caso não seja advogado. O Colégio de Presidentes de Seccionais é regulado pelo Provimento 61/1987 e se reúne ordinariamente duas vezes por ano com a Diretoria do Conselho Federal para promover o intercâmbio de experiências entre as diversas Seccionais e a formulação de propostas e sugestões ao Conselho Federal, bem como servir de instância consultiva do Conselho Federal, sempre que necessário. Na reunião seguinte do Colégio de Presidentes, o Presidente do Conselho Federal deverá dar conhecimento da decisão do Conselho Federal a respeito das recomendações feitas pelo Colégio, que sempre deliberará por maioria simples.
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