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HOMEOPATIA – AULA 5 3. FORMAS FARMACÊUTICAS Forma farmacêutica pode ser definida como o estado final de apresentação dos princípios ativos farmacêuticos após manufaturamento e/ou manipulação, com ou sem adição de excipientes. Na farmacotécnica homeopática utilizam-se Formas farmacêuticas de uso interno e formas farmacêuticas de uso externo. Formas farmacêuticas homeopáticas de uso interno As formas farmacêuticas de uso interno podem ser: Líquidas;; Sólidas. As formas farmacêuticas líquidas de uso interno podem ser: Dose única líquida;; Preparação líquida administrada sob a forma de gotas. Dose única líquida De acordo com Amaral (2012) e a Farmacopeia Homeopática Brasileira pode-se entender dose única líquida como uma forma de administração que permite uma quantidade limitada de medicamento líquido a ser ingerida de uma única vez. Preparação líquida administrada sob a forma de gotas A Farmacopeia Homeopática Brasileira define preparação líquida administrada sob a forma de gotas, tendo como insumo inerte preparações hidroalcoólicas a 30% (v/v), contendo medicamento dinamizado a ser administrado sob a forma de gotas. Para preparações nas potências até 3CH ou 6DH deve-se “utilizar no preparo e para a dispensação o mesmo teor alcoólico do ponto de partida”. As formas farmacêuticas sólidas de uso interno podem ser: Comprimidos;; Dose única sólida;; Glóbulos;; Pós;; Tabletes. Comprimidos Segundo a Farmacopeia Brasileira e o Vocabulário controlado de formas farmacêuticas, vias de administração e embalagens de medicamentos o comprimido é a forma farmacêutica sólida que pode apresentar um ou mais princípios ativos, com ou sem excipientes, podendo apresentar diversos tamanhos e formatos. De acordo com a Farmacopeia Homeopática Brasileira os comprimidos devem apresentar peso variando entre 100 e 300 mg. A Farmacopeia Homeopática Brasileira esclarece que será permitida a adição em comprimidos inertes de adjuvantes, desde que os mesmos sejam inócuos em quantidades que prejudiquem a eficácia terapêutica do medicamento. Quando o insumo ativo for líquido, o modo de preparação é feito por impregnação do insumo ativo em lactose, com ou sem adição de adjuvantes;; compressão direta com ou sem granulação prévia (para granular, quando necessário, umedecer com quantidade suficiente de solução alcoólica. Tamisar e secar em temperatura não superior a 50 °C). Dose única sólida Dose única sólida é uma forma farmacêutica sólida definida como a quantidade limitada de medicamento sólido a ser administrada ingerida apenas uma só vez. A Farmacopeia Homeopática Brasileira informa que para o preparo da dose única sólida deve-se impregnar com 2 gotas de insumo ativo o veículo a ser dispensado. Conforme a Farmacopeia Homeopática Brasileira para a dose única sólida a dispensação pode ser realizada através de: - comprimidos: um (1) comprimido;; - glóbulos: cinco (5) glóbulos;; - pó: 300 a 500mg de lactose [um (1) papel];; - tablete: um (1) tablete. Pós Os pós são uma forma farmacêutica sólida de dispensação de peso unitário de 300 a 500mg de lactose, os quais são impregnados pelo insumo ativo já na dinamização desejada. Tabletes Os tabletes são formas farmacêuticos apresentam peso compreendido entre 75 e 150 mg, sendo preparados por moldagem da lactose em tableteiro, sem a adição de adjuvantes. Glóbulos Os glóbulos são uma forma farmacêutica sólida de sacarose ou de mistura de sacarose e lactose, que possuem a forma esférica com pesos de 30 mg (n° 3), 50 mg (n° 5) e 70 mg (n°7) como explica a Farmacopeia Homeopática Brasileira e o Vocabulário controlado de formas farmacêuticas, vias de administração e embalagens de medicamentos. O preparo do medicamento homeopático sob a forma de glóbulos ocorre por meio de tríplice impregnação. Previamente à impregnação deve-se preparar o insumo ativo líquido, na dinamização desejada, em solução hidroalcoólica com graduação igual ou superior a 77% (v/v) (equivalente a 70% (p/p). Formas farmacêuticas homeopáticas de uso externo As formas farmacêuticas de uso externo podem ser: § Líquidas: linimentos, preparações nasais, preparações oftálmicas e otológicas;; § Sólidas: apósitos medicinais, pós medicinais, supositórios e óvulo;; § Semissólidas: cremes, géis, géis-cremes e pomadas. Formas farmacêuticas sólidas líquidas Linimentos são formas líquidas ou semilíquidas, que apresentam os insumos ativos dissolvidos em óleos, soluções hidroalcoólicas ou emulsões. As preparações nasais destinam-se como explica a Farmacopeia Homeopática Brasileira “[...] à aplicação na mucosa nasal sendo apresentadas sob formas líquidas ou [semissólidas]”. As preparações oftálmicas são indicadas para aplicação em mucosa ocular, abrangendo soluções, pomadas e dispositivos intraoculares. As preparações otológicas são aplicadas na cavidade auricular e apresentam-se nas formas líquidas ou semissólidas, mas principalmente na forma líquida. Formas farmacêuticas sólidas Apósitos medicinais são substratos adequados impregnados com solução medicamentosa na potência desejada e usados externamente (algodão ou gaze);; Os pós medicinais também conhecidos como talcos medicinais e são preparados pela incorporação de insumo ativo na potência desejada ao insumo inerte, adequadamente pulverizado. Os apósitos medicinais e pós medicinais podem ser preparados com um ou mais insumos ativos;; Supositórios apresentam formato cônico ou ogival podendo conter um ou mais princípios ativos e são utilizados para administração retal. Óvulos também conhecidos como supositórios vaginais, apresentam forma ovoide e destinam-se a aplicação vaginal. Formas farmacêuticas semissólidas Os cremes são emulsões do tipo água/óleo ou óleo/água, com um ou mais princípios ativos ou aditivos dissolvidos ou dispersos na base adequada como define o Formulário Nacional. Apresentam consistência macia e mais aquosa, com penetração na pele. Géis são “suspensões de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido” e apresentam pouca penetração na pele. Géis-cremes “são preparações de aspecto homogêneo que apresentam características comuns aos géis e cremes” Pomadas são formas farmacêuticas que apresentam “consistência macia e oleosa, de pouca penetração na pele”. O Formulário Nacional explica que possuem base monofásica que podem estar dispersas substâncias sólidas ou líquidas. Veículos e excipientes São também chamados insumos inertes. São substâncias utilizadas em Homeopatia para realizar diluições, incorporar dinamizações e extrair os princípios ativos de drogas e na elaboração das tinturas homeopáticas. São eles: água, álcool etílico, glicerina, lactose e sacarose, bem como os glóbulos, microglóbulos, comprimidose tabletes inertes. AGUA A água utilizada em Homeopatia é a água pura, obtida por meio de destilação, bidestilação, deionização com filtração esterilizante e osmose reversa. Ela deve apresentar-se límpida, incolor, inodora e insenta de impurezas, como amônia, cálcio, metais pesados, sulfatos e cloretos. Seu acondicionamento é feito em recipientes bem fechados, em geral barriletes de vidro ou PVC, devendo ser renovada todos os dias, pela manhã. ÁLCOOL O álcool utilizado em Homeopatia é o álcool etílico bidestilado obtido em alambiques de vidro. Ele deve apresentar-se límpido, incolor, com odor característico, sabor ardente e isento de impurezas, principalmente aldeídos e álcoois superiores. Seu acondicionamento deve ser feito em recipientes heméticos, como bombonas de polietileno que não tenham sido usadas para outros fins, longe do fogo ou do calor. Álcool 20%- usado na passagem da forma sólida (trituração) para a forma líquida;; Álcool 30% - usado na dispensação de medicamentos homeopáticos administrados sob forma de gotas (líquidos de uso interno-gotas) Álcool 70% - usado nas dinamizações intermediárias Álcool igual ou superior a 70% - usado na preparação de dinamizações que irão impregnar a lactose, os glóbulos, os comprimidos e os tabletes, bem como na moldagem de tabletes. Álcool 96% - empregado na dinamização de medicamentos preparados na escala cinquenta milesimal – LM (proporção 1/50.000) Diferentes diluições alcoólicas são utilizadas na elaboração das tinturas homeopáticas e na diluição de drogas solúveis, nas três primeiras dinamizações centesimais (1/100) ou nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10). GLICERINA A glicerina utilizada em Homeopatia é a glicerina bidestilada obtida em alambiques de vidro para evitar a presença de metais. Seus principais contaminantes são a acroleína, compostos amoniacais, glicose, sulfatos, cloretos, metais pesados, ácidos graxos e ésteres. Ela deve apresentar-se clara, incolor, na consistência de xarope, com odor característico e sabor doce, seguido de sensação de calor. Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados (vidro ou plástico) pois é higroscópíca. Empregamos a glicerina nas tinturas homeopáticas preparadas a partir de órgãos e glândulas de animais superiores, nas três primeiras dinamizações centesimais (1/100) e nas seis primeiras dinamizações decimais (1/10), a partir de tinturas-mãe, e na preparação de certos bioterápicos. Ela é utilizada misturada com água na proporção 1:1, com água e álcool na proporção 1:1:1 ou em outras proporções de acordo com as monografias citadas nas farmacopeias homeopáticas. GLÓBULOS INERTES: São pequenas esferas compostas de sacarose ou mistura de sacarose e pequena quantidade de lactose. São obtidos industrialmente a partir de grânulos de açúcar mediante drageamentos múltiplos. Apresentam-se com pesos medianos de 30mg, 50mg e 70 mg na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes hermeticamente fechados. Os glóbulos inertes são impregnados com dinamizações líquidas, para obtenção da forma farmacêutica sólida chamada “Glóbulos” MICROGLÓBULOS INERTES: São pequeníssimas esferas compostas de sacarose e amido obtidos industrialmente pelo processo de fabricação semelhante aos glóbulos. Eles são comercializados na padronização de 63mg para cada cem microglóbulos. Apresentam-se na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados (frascos de vidro âmbar, por exemplo). São utilizados na preparação de medicamentos na escala cinquenta milesimal. COMPRIMIDOS INERTES Os comprimidos inertes utilizados em Homeopatia são pequenos discos, obtidos pela compressão de lactose ou mistura de lactose e sacarose, com ou sem granulação prévia. Eles apresentam-se na forma discoide, homogêneos e regulares, com peso compreendido entre 100 e 300 mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados. Os comprimidos inertes são impregnados com dinamizações líquidas, para a obtenção da forma farmacêutica sólida chamada “comprimidos”. TABLETES INERTES: São pequenos discos obtidos por moldagem da lactose em tableteiro. Eles apresentam-se na forma discoide, não tão homogêneos e regulares como os comprimidos, com peso compreendido entre 100 e 300 mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados. O QUE SÃO FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS? Representam o resultado do processo de dinamização, que consiste, basicamente, na concentração decrescente de insumos ativos por meio de diluições seguidas de sucussões ou de triturações sucessivas. Para prepará-las empregamos as escalas decimal, centesimal e cinquenta milesimal, e os métodos homeopáticos.
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