Buscar

saúde mental e familia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

>71
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
> clínica do social
Roberta Carvalho Romagnoli
Trabalhando com famílias na rede de
Saúde Mental: dificuldades e desafios*
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
 >
 
p
. 
7
1
-8
0
O movimento de luta antimanicomial, em
sua proposta de reestruturação da assistên-
cia em saúde mental, foi bem-sucedido em
várias frentes. De fato, a reforma psiquiátri-
ca brasileira teve muitos méritos, susten-
tando o redirecionamento do modelo
assistencial para serviços de bases comuni-
tárias, criando serviços substitutivos que
possibilitaram a desospitalização, com reper-
cussões positivas na população. Embora o
hospital psiquiátrico ainda coexista com os
serviços extra-hospitalares de base comuni-
O presente artigo visa relatar e desenvolver algumas discussões sobre a experiência de uma
atividade de extensão em psicologia, realizada no Programa “Saúde Mental e Família”,
desenvolvido em parceria da PUC-Minas com a Prefeitura Municipal de Betim.
> Palavras-chave: Saúde mental, clínica social, família, terapia familiar
This article discusses experiences related to extension activities in the area of
psychology, in the Mental Health and Family Program, sponsored jointly by PUC-
Minas University and the municipality of Betim.
> Key words: Mental Health, social clinic, family, family therapy
*> Este trabalho é resultado do Projeto de pesquisa ”Estudo das famílias usuárias do Centro de Referên-
cia em Saúde Mental – CERSAM Teresópolis”, financiado pelo Fundo de Incentivo à Pesquisa – FIP da
PUC-Minas.
tária, esses serviços já estão consolidados e
gerando frutos. A luta pela cidadania do
portador de doença mental também está
atuante, no sentido de lhe assegurar direi-
tos humanos, políticos e sociais.
Todavia, em relação à família, essa luta ain-
da precisa avançar. Boa parte da reinserção
social dos portadores de doença mental ain-
da fica a cargo de suas próprias famílias, em
geral pobres e despreparadas para cuidar
deles. Este texto tem como objetivo discutir
as dificuldades do trabalho de intervenção
>72
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
clínica junto a essas famílias, com base na
experiência de um programa de extensão.
A experiência
O programa de extensão “Saúde Mental e
Família” foi realizado por meio de uma par-
ceria do curso de Psicologia da PUC-Minas,
com uma prefeitura da região metropolitana
de Belo Horizonte. Essa atividade é parte do
projeto implantado em fevereiro de 2001. Ele
objetivava inserir o aluno no cotidiano do
trabalho em saúde mental, com base nos
pressupostos da Reforma Psiquiátrica Brasi-
leira. Contou com vinte estagiários bolsistas,
distribuídos nos seguintes locais de atuação:
Centro de Referência em Saúde Mental –
CERSAM, Centro de Referência em Saúde
Mental Infantil – CERSAMI, Centro de Con-
vivência, Moradia Assistida, Unidades Bási-
cas de Saúde – UBS e Hospital Regional.
A possibilidade de se trabalhar também com
as famílias dos usuários desses centros sur-
giu de uma demanda da Coordenação do
Programa de Saúde Mental da referida pre-
feitura. A demanda por essas intervenções
ocorreu sobretudo depois de se constatar que
a reinserção do portador de transtorno men-
tal se dava prioritariamente no espaço fami-
liar. Esse espaço é, na maioria das vezes,
árduo e tenso, em função de conflitos cris-
talizados e de fortes sentimentos de impo-
tência dos familiares, inviabilizando
alternativas.
Foi nesse contexto que o programa geral de
trabalho com famílias teve início em agosto
de 2003, como um projeto-piloto. A experiên-
cia aqui relatada começou em fevereiro de
2004, visando estudar os valores, crenças e
modelos de vida das famílias de portadores
de transtornos mentais, a fim de compreen-
der o que é ser família em tal situação. Acre-
ditando que o conhecimento daí advindo
poderia contribuir para a melhoria das con-
dições sociais e subjetivas da comunidade
assistida, decidiu-se atender preferencial-
mente as famílias carentes, em cujo interior
havia psicóticos e neuróticos graves.
Nossa ótica de trabalho é de uma clínica so-
cial. Esse atendimento é realizado até hoje,
com objetivo e tempo limitados, pretenden-
do abranger as altas demandas existentes.
Insistindo na possibilidade de invenção do
grupo familiar, utilizamos as idéias de De-
leuze & Guattari (1980) como referencial
teórico, o que nos permitiu examinar os pro-
cessos de subjetivação tanto na interface
indivíduo-sociedade como entre seus mem-
bros. Os autores acima defendem que a sub-
jetividade não se aplica apenas ao indivíduo
e a seus núcleos familiares, mas é imanen-
te a um campo social povoado de linhas de
virtualidade, de situações, acontecimentos,
sendo detentora de um caráter de transver-
salidade. Os acontecimentos possibilitam a
atualização do virtual, do que existe em po-
tência e não em ato, e dão consistência ao
que ocorre no molecular, no invisível. Esse
aglomerado de forças que acompanha si-
tuações emerge nos encontros, nas rela-
ções, e também faz parte da subjetividade,
cuja composição é heterogênea, sem nenhu-
ma primazia hierárquica de qualquer compo-
nente ou determinante, com possibilidade
de autopoiese permanente.
Trabalhando a questão da subjetividade por
esse viés, Rolnik (1998) afirma que esta pos-
sui duas faces: uma formal, que correspon-
de àquela na qual o indivíduo se reconhece,
>73
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
e outra sensível, que corresponde à capaci-
dade de afetar e ser afetado pelos universos
cambiantes a que somos submetidos inces-
santemente, deflagrando sensações e de-
sestabilizações. Entretanto, essa constância
de afetamentos não garante a emergência
de figuras singulares que se inventam me-
diante processos de subjetivação. Na verda-
de, esses afetamentos exercem pressões
sobre a subjetividade, gerando tensões e
conduzindo a desestabilizações.
As tensões ocorrem na superfície de forças
cambiantes: por um lado, as forças intensi-
vas produzidas por fluxos que se movimen-
tam para o desconhecido, convidando a um
outro modo de existência; por outro, as for-
ças do estabelecido, tendendo a copiar o
existente. Nesse campo de forças, geral-
mente preferimos a segurança do conhecido
e raramente embarcamos no desconhecido.
Isso pode acontecer com as famílias e, como
veremos, com os terapeutas de família.
Analisando como se dá a construção de sin-
tomas, Rolnik (1995) pontua que os mesmos
funcionam por insistência na referência
identitária, como um sedativo contra o mal-
estar vivido no movimento existencial de
poder vir a ser outra composição. A recusa
do diferente, da aventura na processualida-
de inerente à vida, faz eclodir o sintoma,
que corresponde a uma paralisação, a uma
perda da expressividade das subjetividades.
O sintoma na família pode ser entendido,
nessa perspectiva, como uma perseverança
do grupo em sua identidade. Aí o estranho e
o inédito sensibilizam, perturbam e incitam
uma contra-reação, emforma de sintoma,
bloqueando as vias criadoras de existencia-
lização na família. A circulação da vida vê-
se, assim, circunscrita a ilhas de interações
reprodutivas e sintomáticas: ilhas-território
que se manifestam através de mágoas eter-
nas, dores irrefreáveis e um sofrimento pe-
rene, gerando efeitos de incapacidade e
impotência, comprometendo as relações no
cotidiano familiar.
Quando tem em seu núcleo um membro com
uma psicopatologia grave, a família vive uma
série de abalos e desestabilizações constan-
tes que exigem a criação de novos territó-
rios existenciais. No processo terapêutico,
percebemos freqüentemente que as subjeti-
vidades envolvidas nesse encontro reprodu-
zem, a todo momento, seus arranjos antigos,
perpetuando o território existencial experi-
mentado até então (Romagnoli, 2003). Pro-
curamos, em nossos atendimentos, não só
acolher a família e conhecer esse território,
mas também caminhar junto com o grupo,
na construção de uma outra composição.
O programa em questão conta com quatro
estagiários que realizam o atendimento em
duplas. Eles fazem uma entrevista inicial
com as famílias encaminhadas pelos profis-
sionais do serviço, preenchendo, em conjun-
to com os responsáveis, o cadastro familiar
elaborado pelo programa. Esse cadastro bus-
ca conhecer a realidade das famílias e sua
dinâmica de funcionamento, a fim de prepa-
rar os alunos para o primeiro encontro com
a família e colher dados para a pesquisa si-
multânea ao programa. O atendimento das
famílias se dá em seis encontros, podendo
estes ser renovados ou não, de acordo com
a avaliação da equipe. Os estagiários têm
ainda supervisão semanal dos casos atendi-
dos e preenchem um relatório de acompa-
nhamento do caso.
>74
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
O programa foi alocado, em um primeiro mo-
mento, nas Unidades Básicas de Saúde –
UBS. Tais UBS são ligadas à saúde mental in-
fantil e atendem a uma clientela prioritaria-
mente composta por casos graves de psicose
e de neurose infantis. Embora esses casos
revelem fortes componentes do grupo fami-
liar, o tratamento oferecido é na maioria das
vezes individual, abarcando o filho e não a
família como um todo. Nesse caso, a pers-
pectiva de se trabalhar com o grupo fami-
liar é que possibilita alternativas para a
maior eficácia do tratamento e maior impli-
cação do grupo.
Nas UBS, a primeira experiência do progra-
ma teve a duração de um semestre, ao final
do qual foi realizada uma reunião com a
equipe da saúde mental infantil, para ava-
liação. Nesse primeiro momento, o programa
atendeu a dez famílias, com alguns casos
bem-sucedidos. Mas, na avaliação realizada
pela equipe, não ficou “evidente” a importân-
cia do mesmo e se decidiu pela sua paralisa-
ção. O desconhecimento desse tipo de atendi-
mento e uma forte resistência do grupo de
profissionais determinaram tal decisão.
Mas o programa, em si, continuou em vigên-
cia, sendo hoje realizado em outro local, mas
atendendo somente os adultos das famílias
com portadores de transtorno mental. A
unidade atual possui uma tradição de acolhi-
mento e trabalho com as famílias, e o pro-
grama possui apoio dos técnicos e da
coordenação.
Entretanto, essas mudanças nos fazem re-
fletir sobre o que ocorreu no primeiro local
de atuação, levando-nos a perguntar: por
que um programa que atende a uma deman-
da não só dos usuários, mas da própria re-
forma psiquiátrica, não foi aceito?
Reprodução e invenção: uma
compreensão da experiência
Trabalhar com famílias não é prática usual
entre os psicólogos e tampouco entre os psi-
canalistas. Em revisão das escolas de tera-
pia de família, Féres-Carneiro (1996)
constata que, já na década de 1950, essa
modalidade clínica era excluída da prática
dos profissionais “psi”:
No início da década de 1950, ao mesmo tem-
po em que crescia, a partir da produção teóri-
ca, a consciência da importância da família no
desenvolvimento e na manutenção da patologia
mental, a prática clínica vigente era regida por
regras que ressaltavam que o contato com a
família do paciente não deveria ser feito. (p. 39)
Infelizmente, já agora em outro século, essa
postura ainda persiste, o que nos leva a in-
dagar o porquê de tal discriminação, princi-
palmente num momento em que a família é
um tema tão em evidência nos estudos aca-
dêmicos, na mídia e nas políticas públicas.
Refletindo sobre os determinantes de tal
posição, verificamos uma grande relutância,
por parte dos profissionais de saúde, sobre-
tudo psicólogos e psicanalistas, para atender
a esse grupo. Diante disso, buscamos uma
análise provisória dos obstáculos que invia-
bilizam tal prática.
Em nosso entender, um primeiro complica-
dor é exatamente a formação dominante
dos psicólogos. Historicamente, a psicologia
surgiu, no país, a partir das áreas da clínica,
da educação e das organizações do trabalho.
Os primeiros cursos universitários foram ins-
tituídos na década de 1960, com um forte
domínio da orientação positivista experi-
mental. Vale lembrar que, embora nessa
época já florescesse a psicologia social e or-
>75
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
ganizacional, bem como o trabalho com gru-
pos, a ênfase era dada à clínica privada
individual. Esta se desenvolveu junto às
classes mais favorecidas, associada ao mo-
delo médico tradicional. As práticas clínicas
eram geralmente realizadas em consultório
particular, para a elite, versando em torno
da cura. Esse modelo dominante insistia no
tratamento individual, desqualificando ou-
tras práticas, provocando um esvaziamento
do trabalho com os coletivos e com as cama-
das mais baixas da população. E mesmo que
a clínica cada vez mais, na atualidade, am-
plie seus campos de atuação, com novos dis-
positivos teóricos e técnicos, preocupando-
se cada vez mais com sua responsabilidade
social, esse traço ainda permanece. Recen-
temente, ao examinar esse panorama na
realidade brasileira, Ferreira Neto (2004)
considera que, apesar da emergência de no-
vas concepções e novas práticas, ainda há
uma onipresença, no imaginário social, de
uma clínica curativa, com ênfase no diag-
nóstico e nos modelos de classificação no-
sológica.
Essa permanência é sustentada por um con-
texto social e cultural mais amplo, que en-
fatiza o indivíduo em todos os domínios. A
modernidade funda uma sociedade comple-
xa que, paulatinamente, passa a ser regida
por uma acentuada divisão do trabalho, com
grande aumento da produção e do consumo,
a mundialização da economia de mercado e
um intenso processo de desenvolvimento
urbano. Há aí uma lógica própria na qual pro-
dução, metamorfose e inovação se mesclam
para a consolidação de um cenário que tem
no indivíduo seu eixo central. Tal lógica re-
sulta na precarização dos modos de vida e
na degradação das relações entre indiví-
duos, grupos e sociedades.
Lipovetsky (s/d) vê a sociedade pós-moder-
na como uma sociedade de consumo pós-
industrial embasada não mais nas relações
de produção, mas sim na sedução que ten-
de a regular o consumo, as organizações
e os costumes. Isso conduz, em última ins-
tância, ao alargamento da esfera da alie-nação. É necessário ressaltar que a pós-mo-
dernidade não tem uma relação de descon-
tinuidade com a modernidade, apenas exa-
cerba o processo hedonista do individualis-
mo. O espaço privado se psicologiza como
um espaço da dependência narcísica do de-
sejo. O crescimento de uma lógica indivi-
dualista hedonista, impulsionada pelo uni-
verso do consumo, coloca o narcisismo no
ápice da esfera privada, gerando o desinves-
timento na esfera pública. Daí o perfil do ho-
mem contemporâneo: informado, apático,
consumista, alienado, imediatista e, so-
bretudo egocêntrico. Lasch (1983) atribui à
intensa preocupação com o eu, incessante-
mente empenhado na busca de auto-satis-
fação, a crise que a sociedade atravessa,
num misto de angústia e de desordem nar-
císica.
Nesse panorama, as práticas psicológicas
focalizam-se cada vez mais nos indivíduos,
relegando os coletivos, se não ao esqueci-
mento, pelo menos à desvalorização. Por
outro lado, quando essas práticas lidam com
o que os agentes de saúde não conhecem,
não remetendo à sua formação, elas são
desqualificadas a priori. Mesmo que o traba-
lho com famílias tenha uma tradição histó-
rica de produção e de intervenção, esta é
uma modalidade pouco conhecida pelos pro-
>76
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
fissionais da rede de saúde mental, não sen-
do valorizada pela maioria deles. É nesse
contexto que localizamos a experiência com
a terapia familiar, em nosso primeiro local
de atuação.
A família contemporânea é agente de so-
cialização primária, locus da estruturação
psíquica, primeiro núcleo de referência gru-
pal, efetuando a mediação entre o indivíduo
e a sociedade. Ela é também foco de ten-
sões e conflitos, vivenciados tanto na sua
relação com a sociedade quanto na relação
entre seus membros (Romagnoli, 1999). Con-
tudo, apesar da grande produção teórica so-
bre sua contribuição na estruturação dos
indivíduos, a família não é objeto de inter-
venção da maioria dos profissionais “psi”. A
predominância do individualismo contempo-
râneo contamina também a formação do
psicólogo que se gradua com quase nenhu-
ma informação sobre a terapia familiar. Tal
desconhecimento, não raro o conduz a um
desprezo desse modelo de trabalho. Assim,
ele não só deixa de contribuir para a trans-
formação da família, como também passa a
responsabilizá-la pela falta de alternativas
frente à emergência da psicopatologia, em
seu seio.
No campo teórico, observamos que a maio-
ria dos profissionais que atua na área da
saúde mental, em Minas Gerais, tem uma
formação “psi” centrada no indivíduo. No li-
vro O porão da família (Meira, 2003), psica-
nalistas mineiras realizam um trabalho que
tem dupla função: denunciar a exclusão do
tratamento de famílias da prática psicanalí-
tica e propor esse tipo de trabalho, dando-
lhe sustentação teórica e técnica. As autoras
salientam que, embora as relações familia-
res estejam no cerne da criação da psicaná-
lise, sendo consideradas ponto crucial nos
conflitos psíquicos, as suas releituras tem
como eixo de sustentação a noção de sujei-
to, enfatizando o trabalho com o indivíduo.
Ainda que essa vertente contenha um vas-
to e sistematizado arsenal para a compreen-
são das tramas familiares, não possui
dispositivos de intervenção clínica com es-
ses grupos. Precisamente por destacar o su-
jeito em sua singularidade, em detrimento
do indivíduo da relação, o trabalho com as
famílias foi desvalorizado e criticado. Nesse
ponto está a inovação das autoras: insistir
não só que o sintoma da criança é também
sintoma de uma estrutura familiar, fruto da
dinâmica pulsional da família, mas também
insistir que a clínica necessita apreendê-lo
através da palavra, trabalhando inclusive
com o par parental. Nesse caso, a estrutura
desejante da família não só deve ser exami-
nada para uma compreensão do sujeito que
ocupa um lugar no desejo de cada um dos
pais, mas sobretudo deve deixar a família
entrar porta adentro do consultório. Mesmo
sendo a demanda de análise uma demanda
em torno da criança ou da “relação”, ou do
mal-estar entre os membros da família, esta
deve ser acolhida e analisada.
Além disso, certas elaborações psicanalíticas
podem gerar uma culpabilização da família,
na questão da psicose. Aliás, isso caberia a
todas as teorias “psi”. Em um estudo sobre o
trabalho com grupos de familiares, na Saúde
Mental, Melman (2001) destaca a culpabili-
zação maciça das famílias, por parte dos
profissionais de saúde, pelo adoecimento do
portador de transtorno mental. Essa culpa-
bilização é confirmada até mesmo pelas cor-
>77
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
rentes de terapia familiar e pelas análises
da antipsiquiatria. Fazendo um percurso so-
bre as escolas de terapia familiar, o autor
revela que a maioria dos estudos, nesse
campo, enfatiza os aspectos disfuncionais
ou patológicos das relações familiares,
focando-se em sintomas, conflitos, dificul-
dades de comunicação e de desempenho
adequado de papéis. Cada uma dessas ver-
tentes, guardadas as suas especificidades,
trata de responsabilizar a família e, em gran-
de parte, as mães, pelo surgimento da doen-
ça mental. Assim, o conhecimento “psi” foi
em grande parte usado para culpabilizar a
família e não para lhe propiciar a construção
de novos territórios existenciais.
 Na rede de saúde mental, os profissionais
remontam aos “erros” do passado familiar
para explicar o surgimento da doença men-
tal, em vez de acolher o sofrimento da famí-
lia. Com certeza, possuir um membro
portador de transtorno mental é, para qual-
quer família, uma realidade de dor, gerando
um grande abalo em seu cotidiano. A gravi-
dade e a longa duração dos sintomas, os fra-
cassos sociais vivenciados, além das
dificuldades de interação e comunicação,
conduzem a família a um processo de isola-
mento girando em torno da doença. Essa
realidade é muitas vezes ignorada pelos pro-
fissionais “psi”.
Melman aponta a necessidade de os profis-
sionais de saúde mental e os familiares dos
usuários saírem do registro da culpa e da vi-
timização da doença. Em vez de buscar a gê-
nese da doença mental apenas no seio da
família, eles deveriam promover encontros
inovadores com a família, tentando novas
formas de convivência, novos arranjos rela-
cionais, criando práticas terapêuticas mais
ricas e flexíveis.
Estudando o cuidado familiar ao portador de
transtorno mental, Rosa (2003) afirma que
este é um processo cotidiano de ensaio e
erro e que, na maioria das vezes, não con-
ta com a colaboração dos técnicos de saúde
mental. A autora salienta ainda que a famí-
lia “desapareceu”, no debate do movimento
de reforma psiquiátrica, em nosso país, que
privilegia a cidadania, a reabilitação psicos-
social e os serviços substitutivos, como pon-
tos fundamentais. Todavia, ela lembra que
todos esses dispositivos exigem a participa-
ção da família, retirada desse debate. O que,
de fato, acontece, na relação da família com
os profissionais, é uma dupla responsabili-
zação. De um lado, a família lhes atribui o
saber sobre o processo e a responsabilida-
de por qualquer mudança. De outro, os pro-
fissionaisdepositam na família a
responsabilidade pelo adoecer. Daí, a dificul-
dade de uma relação inovadora entre os
usuários e o serviço.
Retornamos aqui à questão do desconheci-
mento, pois a exclusão da família, na refor-
ma psiquiátrica, se deu também pela igno-
rância dessa modalidade de atendimento, o
que inclui a própria subjetividade dos técni-
cos, receosos de inovar, frente ao desconhe-
cido, de habitar novos territórios. Esse re-
ceio reflete uma tendência a validar e repro-
duzir recursos já existentes e já institucio-
nalizados, portanto aceitos e valorizados. O
mesmo ocorre com as famílias que, ao recu-
sar novas formas de existência, só am-
pliam a produção de sintomas. Acrescente-
se que, para o profissional, o trabalho com
famílias remete diretamente ao seu próprio
>78
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
grupo familiar, em suas relações complexas
e conflituais. Para evitar a análise da pró-
pria implicação ou de sua contratransferên-
cia, no atendimento à família, ele pode se
refugiar na estratégia defensiva de evitar
esse atendimento.
Por outro lado, vimos que a família também
se omite, no tratamento do portador de
transtorno mental, ficando à mercê dos pro-
fissionais, aos quais atribui um grande po-
der. Analisando esse posicionamento,
arriscamos uma análise foucaultiana da
questão. O filósofo afirma que todo discur-
so revela um desejo e uma vontade de po-
der (Foucault, 1999). Este se espalha em
nosso cotidiano, disseminando-se nos espa-
ços moleculares, não se localizando somen-
te nas instituições sociais, mas se exercendo
em postos diferentes, articulando-se de ma-
neira variada na rede social, sob relações
desiguais e móveis.
Nesse contexto, o poder está intrinseca-
mente ligado ao saber. Todo saber remete a
uma relação de poder, ao mesmo tempo em
que todo poder instaura um campo de saber.
É importante assinalar que as relações de
poder são processos que implicam uma po-
sitividade, ou seja, não apenas excluem,
censuram ou mascaram, mas induzem, inci-
tam, produzem modos de existência. Cabe
ressaltar que a noção de positividade, aqui,
não remete a um critério moral, mas opõe-
se a uma hegemonia do poder no âmbito re-
pressivo, pois, no que se refere a seu
funcionamento e a seus efeitos, o poder não
se restringe a desqualificar, limitar, negar e
reprimir. O poder é sim, positivo, no senti-
do de constitutivo, de determinante, de
construir a vida das pessoas por meio de
verdades normativas. Aliás, sendo o poder
positivo, a repressão é apenas uma de suas
estratégias possíveis e talvez, atualmente,
das menos eficazes.
Neste raciocínio, as relações de poder se
fundamentam em dois processos: o de obje-
tivação do sujeito (produzem o sujeito en-
quanto objeto dócil e útil), e o de
subjetivação (produzem o sujeito enquanto
sujeito portador de uma identidade determi-
nada). Esses dois processos não são oriun-
dos de uma prática punitiva, mas se fazem
de maneiras distintas, nas diferentes épo-
cas, produzindo modos de existência pró-
prios. Aplicando essa abordagem à família,
vemos que ela também é resultado de rela-
ções de poder, moldada por disciplinas, por
diversos discursos e práticas sociais. Nas fa-
mílias dos portadores de transtorno mental,
esses discursos e práticas contribuem para a
produção de modos de existência familiares
assujeitados, submissos e alienados.
O poder e o saber atuam sobre o corpo e o
espaço, controlando-os. Essa é a base do
poder disciplinar que produz indivíduos dó-
ceis e úteis, através de observações, norma-
lizações, medidas comparativas, dentre
outras. Podemos perguntar aqui: até que
ponto a passividade da família, seu alhea-
mento em relação à própria mudança, não
corresponde, de fato, a uma ausência de sa-
ber sobre si mesma? Expropriada de conhe-
cimentos sobre seus membros e sobre seu
funcionamento, a família acomoda-se nos
microfascismos do “nada sei”, socialmente e
historicamente construídos. É essa constru-
ção que sustenta as práticas em Saúde Men-
tal, como já nos disse Melman (2001). Nesse
sentido, podemos perguntar ainda: até que
>79
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
ponto a culpabilização da família, por parte
dos técnicos, reforça essa construção, ex-
propriando-lhe as condições de transforma-
ção, inserindo-a em determinadas normas
pretensamente científicas?
Ao examinar as normas que transitam por
todos os eixos do poder e em torno das quais
as pessoas são estimuladas a moldar e a fa-
bricar suas vidas, Donzelot (1980) lembra o
seu domínio sobre a família. Para o autor,
esse domínio é fundado na ascensão do se-
tor social, formado por trabalhadores sociais
da área da saúde, médicos, educadores, e
agentes “psi” – psicólogos, psicanalistas, psi-
quiatras. Ele emerge no entrecruzamento
das esferas pública e privada e tem como
um dos objetos de intervenção o grupo fami-
liar. O que ampara esses profissionais são as
normas que atuam como lei, por meio de me-
canismos reguladores e corretivos. Esses es-
pecialistas tomam para si a função de
vigilância constante dos membros do grupo
familiar, seja no que se refere à definição do
que é normal ou patológico, seja no que se
refere às medidas aplicadas para sanar os
problemas por eles diagnosticados. De acor-
do com o autor, esse setor torna-se respon-
sável, em última instância, pela adaptação
e pelo ajustamento de toda a sua clientela
aos discursos que sustentam algumas práti-
cas sociais.
No caso específico da nossa experiência no
citado programa de extensão, a culpabiliza-
ção e a submissão do grupo familiar apóiam-
se nos saberes psiquiátricos, psicológicos e
psicanalíticos. Estes, quando alçados a mo-
delos inquestionáveis e irrefutáveis, propi-
ciam uma composição paralisadora e
reprodutiva da vida. Muitas vezes, quando
se reúnem os técnicos e as famílias, as in-
tervenções não suscitam novidade e auto-
nomia, fogem às alternativas que não se
adequam aos padrões ideológicos das disci-
plinas.
Considerações finais
Sem dúvida, o trabalho com famílias na rede
de saúde mental é um campo de experimen-
tação incipiente, no qual perguntas e desa-
fios são uma constante, com respostas e
soluções transitórias e inacabadas. Contudo,
acreditamos que os serviços de saúde men-
tal têm potencial para estabelecer uma par-
ceria com as famílias, para ajudar a
construir um outro arranjo coletivo, uma ou-
tra relação com a doença mental.
Apostando nessa possibilidade, acreditamos
que os profissionais podem associar sua
competência teórico-técnica ao conhecimen-
to da família sobre si mesma, gerando um
campo de afetamentos que opere a criação
de novos modos de subjetivação. Em vez de
culpabilizar a família, seria mais proveitoso
suscitar nela um papel ativo na construção
de novas formas de convivência, inclusive
em sua relação com o portador de transtor-
no mental. Em vez de evitar o atendimen-
to, melhor seria que os profissionais enfren-
tassem o desconhecido, concebendo novas
práticas, outras formas de intervenção.
Ao analisar o trabalho social, Noronha
(2003) nos convida a um desprendimento
dos equívocos presentes no conhecimento
científicoestabelecido. De fato, devemos
atrelar a eficácia desses saberes à sua po-
tência de favorecer ou não a ampliação das
formas de vida, em todas as suas manifes-
tações e singularidades. Nesse sentido, a
>80
a
n
o
 X
V
II
, 
n
. 
18
0
, 
d
e
z
e
m
b
ro
/2
0
0
4
p
u
l
s
io
n
a
l
 >
 r
e
v
is
t
a
 d
e
 p
s
ic
a
n
á
l
is
e
 >
c
l
ín
ic
a
 d
o
 s
o
c
ia
l
Artigo recebido em outubro de 2004
Aprovado para publicação em outubro de 2004
autora defende que:
As práticas e relações entre vários profissio-
nais, e entre estes e os usuários, passaram a
ser pautadas por valores como a cooperação,
a amizade, o direito à informação e à constru-
ção de relações étnicas, etárias, de gênero, de
dons, de habilidades que priorizem a diversi-
dade de desejos, as diferentes maneiras de ser
do humano e seus diversos modos de consti-
tuição. (p. 126)
A autora nos convida a estarmos abertos às
diferenças, sem lhes dar uma conotação pe-
jorativa ou comparativa. Pois há diferenças
entre nossas formações, nossos conheci-
mentos, nossas práticas. Diferenças entre
nossas famílias de origem e as famílias que
atendemos. Diferenças entre as próprias fa-
mílias e seus cotidianos bizarros. Somente
sustentando essa heterogeneidade podemos
promover ações que, mesmo parciais, nos
conduzam a outras práticas clínicas e so-
ciais. Em nosso entender, o momento atual
da reforma psiquiátrica brasileira necessita
dessa postura e da atuação direta com a fa-
mília dos portadores de transtorno mental.
Referências
DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix (1980). Mil Pla-
tôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janei-
ro: Ed. 34, 1997.
DONZELOT, Jacques. A polícia das famílias. Rio de
Janeiro: Graal, 1980.
FÉRES-CARNEIRO, Terezinha. Terapia familiar: das
divergências às possibilidades de articulação de
deferentes enfoques. Psicologia: Ciência e Pro-
fissão, Brasília, v. 16, n. 1, p. 38-42, 1996.
FERREIRA NETO, João Leite. A formação do psicó-
logo: clínica, social e mercado. São Paulo/Belo
Horizonte: Escuta/Fumec, 2004.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 14. ed.
Rio de Janeiro: Graal, 1999.
LASCH, Christopher. A cultura do narcisismo.
Rio de Janeiro: Imago, 1983.
LIPOVETSKY, Gilles. A era do vazio. Lisboa: Reló-
gio d’água, s/d.
MEIRA, Yolanda Mourão (org.). O porão da famí-
lia: ensaios de psicanálise. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2003.
MELMAN, Jonas. Família e doença mental: repen-
sando a relação entre profissionais de saúde e
familiares. São Paulo: Escrituras, 2001.
NORONHA, Patrícia Ayer de. Uma perspectiva dio-
nisíaca no trabalho social: afirmação da vida.
Psicologia em Revista. Belo Horizonte, v. 10, n.
14, p. 124-135, dez./2003.
ROLNIK, Suely. O mal-estar na diferença. Psicaná-
lise, Rio de Janeiro: Relume-Dumará, nº 3, p. 97-
103, 1995.
_____ Novas figuras do caos, mutações da
subjetividade contemporânea. Universo Psi
[on line], n. 2, agosto 1998, p. 7-11. “http://
www. universopsi.inf.br/l “. Acesso em: 7 set.
1998.
ROMAGNOLI, Roberta Carvalho. (Des)Conhecendo
a família. Cadernos de Psicologia da PUC-Minas.
Belo Horizonte, v. 6, nº 8, p. 13-19, jul./1999.
_____ Clínica e vida no trabalho com famí-
lias. 2003. 210 p. Tese (doutorado em Psicolo-
gia Clínica). Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo.
 ROSA, Lúcia Cristina dos Santos. Transtorno
mental e o cuidado na família. São Paulo: Cor-
tez, 2003.

Continue navegando