Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS 
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ECISA – PATOS – PB 
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
PEDIATRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOCENTE: ARETUSA DELFINO DE MEDEIROS 
 
 
 
 
 
 
PATOS – PB 
 
SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE ASSUNTO PÁG 
01 Introdução a Enfermagem Pediátrica 3 
02 Cuidados de Enfermagem ao Recém Nascido 6 
03 Teste de PKU 12 
04 Programa Nacional de Imunização 14 
05 Assistência de Enfermagem no Crescimento e Desenvolvimento da Criança 20 
06 Atenção Integrada as Doenças Prevalentes na Infância - AIDPI 32 
07 Infecções Respiratórias Agudas 33 
08 Diarréia Aguda 38 
09 Desnutrição 41 
10 Desidratação 43 
11 Necessidades Básicas da Criança 46 
12 Hospital Pediátrico 54 
13 Humanização da Assistência a Criança Hospitalizada 59 
14 Admissão e Alta da criança 61 
15 Cuidados de Enfermagem no Pré, trans e pós – operatório da criança 64 
16 Assistência de enfermagem a Criança Terminal 67 
17 Assistência de Enfermagem nas doenças prevalentes na infância 70 
 Escabiose 70 
 Pediculose 71 
 Impetigo 71 
 Dermatites 72 
 Monilíase Oral 72 
 Glomerulonefrite Difusa Aguda 73 
 Crise Convulsiva 74 
 Septicemia 78 
 
Técnicas Pediátricas 
 
81 
18 Referências Bibliográficas 86 
19 Anexos 87 
 
 3 
UNIDADE 1 
INTRODUÇÃO À ENFERMAGEM PEDIÁTRICA 
 
 O significado social e a existência de um grande número de crianças em qualquer população são 
marcas de enfermagem pediátrica. Esta se caracteriza pela atenção a um grupo de pessoas que está em 
constante crescimento e desenvolvimento e pela abordagem de ações preventivas em seu cotidiano de 
assistência. 
 O aparecimento da Pediatria como especialidade ocorreu na Europa, quando alguns médicos 
começaram a observar e a estudar as diferenças das doenças ocorridas em adultos e em crianças. 
Antes disso, o fato não tinha o menor significado tanto para médicos quanto para enfermeiras. O 
aparecimento do primeiro departamento de Pediatria na Universidade de Havard se deu em 1888. 
 Há algum tempo, a assistência de enfermagem à criança hospitalizada seguia condutas e 
procedimentos extremamente rígidos. A ausência de medicamentos antibióticos, os altíssimos índices 
de infecção, o grande número de crianças doentes e o próprio despreparo de profissionais levavam ao 
estabelecimento de regras de isolamento e repouso muitas vezes absurdas, como o uso de camisas - de 
- força. Preocupados com o risco de infecção cruzada e despreparados para atender as necessidades 
individuais da criança e dos pais, os profissionais de saúde as mantinham isoladas, tanto uma das outras 
como da mãe e do restante da família. Com os avanços na área de saúde, houve mudanças nos métodos 
de assistência à criança.O advento da Psicologia, os estudos de Freud e de outros sobre o 
comportamento humano deram início a uma abordagem mais integral à criança, possibilitando a 
compreensão das suas necessidades emocionais,em suas diversas fases de crescimento e 
desenvolvimento. 
 
1.0 – CONCEITOS BÁSICOS NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA: 
 
1.1- Enfermagem Pediátrica: É um campo de estudo e de prática da enfermagem dirigida à 
assistência à criança até a adolescência. Ou, ainda, é um campo da enfermagem que se dedica ao 
cuidado do ser humano em crescimento e desenvolvimento, desde o nascimento até a 
adolescência. 
1.2- Pediatria: É o campo da Medicina que se dedica à assistência ao ser humano em crescimento e 
desenvolvimento, desde a fecundação até a adolescência. 
1.3- Neonatologia: é o ramo da Pediatria que atende o recém-nascido, desde a data do nascimento 
até completar 28 dias; 
1.4- Puericultura: também denominada de Pediatria Preventiva, é o ramo da Pediatria que cuida da 
manutenção da saúde da criança e do acompanhamento de seu crescimento e desenvolvimento. 
1.5- Hebiatria: é o ramo da Pediatria que atende as necessidades de saúde do adolescente. 
 
1.6- Classificação da infância em grupos etários: 
 
 Período neonatal: 0 a 28 dias; 
 Infância: de 29 dias a 10 anos 
 - Lactente: 29 dias a 2 anos 
- Pré – escolar: 2 a 7 anos 
- Escolar: 7 a 10 anos. 
 Adolescência: de 10 anos a 20 anos. 
 
2.0. DIREITOS DA CRIANÇA: 
 
2.1- DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: Em 1924, os direitos da criança foram declarados 
pela ONU, mas o reconhecimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos aconteceu em 1959. 
Profª Aretusa Delfino
 4 
Objetivando afirmar que toda criança merece uma infância feliz e que possa gozar de direitos e 
liberdades, essa declaração enunciou os seguintes princípios: 
 
“Toda criança gozará de todos os direitos enunciados na Declaração”: 
 
 A criança gozará de proteção especial e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidade, a 
fim de facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social de forma sadia e 
normal e em condições de dignidade. 
 Toda criança terá direito a nome e nacionalidade, desde o nascimento; 
 A criança gozará os benefícios da previdência social,a criança terá direito à alimentação, 
habitação, recreação e assistência médica adequadas; 
 À criança incapacitada física ou mentalmente, serão proporcionados o tratamento, a educação e 
os cuidados especiais; 
 Para o desenvolvimento completo e harmonioso da sua personalidade, a criança precisa de amor 
e de compreensão. 
 A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e obrigatória, pelo menos no grau 
primário; 
 A criança figurará, em qualquer circunstância, entre os primeiros a receber proteção e socorro; 
 A criança deve ser protegida contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração; 
 A criança gozará de proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou 
de qualquer outra natureza (ONU, 1959). 
 
3.0. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 
 
 O Estatuto da criança e do adolescente foi legalizado em 1990, pela Lei Federal nº 8.069. Ao 
prestar sua assistência, os técnicos e os auxiliares de enfermagem, assim como os demais profissionais 
de saúde, deverão considerar os direitos prescritos por esse Estatuto, sob pena de serem acionados 
judicialmente. No Brasil, com relação à saúde, as crianças e os adolescentes têm os seguintes direitos: 
 
Art.7º. A criança e o adolescente têm direito à proteção, à vida e a saúde, mediante a efetivação de 
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em 
condições dignas de existência. 
 
Art. 8º. É assegurado à gestante, através do SUS, o atendimento pré e perinatal. 
 
Art 9º. O Poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao 
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. 
 
Art 10º. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e 
particulares, são obrigados a: 
I- manter registro das atividades desenvolvidas pelo prazo de 18 anos; 
II- Identificar o recém-nascido; 
III- Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo 
do recém-nascido, bem como, a orientação aos pais; 
IV- Fornecer declaração de nascimento onde constem as intercorrências do parto e do 
desenvolvimento de neonato. 
 
Art 11º. È assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do SUS, garantindo o 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde. 
 
Profª Aretusa Delfino
 5 
 
 Anotações 
Art 12º. Os estabelecimentos de atendimentos á saúde deverão proporcionar condições paraa 
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou 
adolescente. 
 
Art 13º. Os casos de suspeita ou maus tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente 
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade. 
 
Art 14º. O SUS promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das 
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para 
pais, educadores e alunos. 
 
Parágrafo único: É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades 
sanitária. ( MS, 2001) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 6 
UNIDADE 2 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RECÉM - NASCIDO 
1. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO RN (RECÉM-NASCIDO) QUANTO: 
 
1.1. Idade Gestacional: 
 
 RN À TERMO OU NORMAL: é toda criança nascida de uma gestação entre 38 a 42 
semanas de gestação. (280 dias/ Dando margem de 15 dias antes ou após o parto). 
 RN PREMATURO: é toda criança nascida de uma gestação entre 28 a 37 semanas de 
gestação. 
 RN POSMATURO: é toda criança nascida de uma gestação com mais de 42 semanas de 
gestação. 
 
1.2. Peso Ao Nascer 
 
 A.I.G (Adequado para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso > 2,5 a 4 kg – entre 
percentis 10 e 90. 
 P.I.G (Pequeno para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso igual ou inferior a 2,5 
kg, abaixo do percentil 10. 
 G.I.G (Grande para a Idade Gestacional): é todo RN que nasce com peso igual ou superior a 4 kg 
– acima do percentil 10. 
 
RN DE ALTO RISCO: È o produto de uma gestação de alto risco, onde as intercorrências patológicas 
e/ou sociais representam fatores de agressão ao binômio mãe-filho, determinando morbi-mortalidade 
perinatal, que pode perdurar até 28 dias pós-parto. 
Cuidados após o Nascimento:A transição bem-sucedida de um feto (imerso no líquido amniótico e 
totalmente dependente da placenta para obter nutrientes e oxigênio) até o seu nascimento, respirando 
e chorando vigorosamente, é algo sempre maravilhoso. Os recém-nascidos saudáveis necessitam de um 
bom cuidado para garantir seu desenvolvimento normal e uma boa saúde. 
 Imediatamente após um nascimento normal, a equipe da sala de parto ajuda a mãe a segurar o 
seu filho. A amamentação geralmente pode ser iniciada neste momento caso a mãe assim o desejar. O 
pai é também encorajado a segurar o seu filho e a compartilhar esses momentos. Alguns especialistas 
acreditam que o contato físico imediato com a criança ajuda a estabelecer vínculos afetivos. Contudo, 
os pais podem estabelecer bons vínculos afetivos com seus filhos inclusive quando não passam as 
primeiras horas juntos. 
1.CUIDADOS IMEDIATOS AO RN: 
 São aqueles prestados ainda na sala de parto. 
1.1. Desobstrução das VASS: 
Objetivos: 
 Promover limpeza das VASS e a instalação imediata e posterior manutenção da respiração. 
 Impedir tamponamento dos espaços bronco-alveolares. 
 Impedir anóxia. 
OBS: 1º se aspira a boca, depois o nariz. 
Avaliação das condições vitais do RN, através da Escala de Apgar. 
Profª Aretusa Delfino
 7 
ESCALA DE APGAR 
SINAIS ESCORE O ESCORE 1 ESCORE 3 
Freqüência das pulsações Ausente Menos de 100 Acima de 100 
Esforço respiratório Ausente Superficial Choro forte 
Tônus muscular Atonia/Hipotonia Ligeira flexão Movimentos ativos 
Irritabilidade reflexa Ausente Careta Espirro/tosse 
Cor da pele Cianose/Palidez Cianose de 
extremidades 
Rósea 
 
1.2. Pinçamento e secção do cordão umbilical 
 
 
OBS: Realiza-se após a cessação dos batimentos 
1.3. Aspiração do suco gástrico 
1.4. Credeização /Método de Credé: Instila-se 1 gota de Nitrato de Prata a 1% nos olhos, na vagina 
e/ou pênis do RN a fim de evitar oftalmia gonocócica, transmitida verticalmente. 
1.5. Identificação do RN (Nome da gestante, data e hora do nascimento): Identificar o recém-
nascido com pulseira própria ou feita com esparadrapo e colocada no antebraço e tornozelo. 
2.CUIDADOS MEDIATOS AO RN: 
 São aqueles prestados na Unidade de Internação Pediátrica. 
2.1.Higiene: O Banho é realizado aproximadamente 6 horas ou mais após o nascimento. Tenta-se não 
retirar o material gorduroso esbranquiçado (verniz caseoso) que recobre a maior parte da pele do 
recém-nascido, pois ele ajuda a protegê-lo contra a infecção. 
2.2.Administração de Vitamina K. Como todos os conceptos nascem com concentração baixa de 
vitamina K, o enfermeiro ou o técnico de enfermagem administra 1mg por via IM desta vitamina para 
evitar a ocorrência de sangramentos (doença hemorrágica do recém-nascido) Objetivo: Catalisar a 
síntese da protrombina no fígado. 
2.3.Curativo do Coto Umbilical: Higiene do Coto Umbilical é em geral, uma solução antisséptica ( álcool 
a 70%) aplicada no cordão umbilical recém-seccionado, para ajudar a evitar a infecção e o tétano 
neonatal. O clipe plástico do cordão umbilical é removido 24 horas após o nascimento. O coto 
remanescente deve ser umedecido diariamente com uma solução alcoólica. Este processo acelera a 
Profª Aretusa Delfino
 8 
secagem e reduz a possibilidade de infecção do coto. O coto umbilical cairá por si mesmo, geralmente 
entre o 5º e o 12º dia. Um retardo maior na queda não deverá ser motivo de preocupação. 
2.4.Medidas Antropométricas: 
Peso: Balança adequada, protegida com fralda. 
Comprimento: Utilização da Mesa antropométrica. 
2.5. Aquecimento: Manter RN aquecido, no berço (conforme rotina do hospital) e manter observação 
rigorosa (cianose; vômito; tremores; respiração). É fundamental que o recém-nascido seja mantido 
aquecido. Assim que possível, ele deve ser enrolado em panos leves (cueiros) e a sua cabeça é coberta, 
para reduzir a perda do calor corpóreo. 
À Enfermagem cabe: 
– Registrar, na ficha do recém-nascido, sua impressão plantar e digital do polegar direito da mãe; 
– Em partos múltiplos a ordem de nascimento deverá ser especificada nas pulseiras através de números 
(1, 2, 3, 4 etc.) após o nome da mãe; 
– Preencher a ficha do recém-nascido com os dados referentes às condições de nascimento, hora e data 
do parto. 
 
Primeiros Dias do RN 
Durante os primeiros dias após o nascimento, os pais aprendem a alimentar, a banhar e a vestir 
a criança, familiarizando-se com suas atividades e sons. 
A primeira urina produzida por um recém-nascido é concentrada e, freqüentemente, contém 
substâncias químicas denominadas uratos, que podem dar às fraldas uma coloração rosa,que não deve 
ser confundida com sangue 
A primeira evacuação consiste no mecônio (substância negro-esverdeada e viscosa), que é 
conteúdo do intestino formado durante a gestação por secreções digestivas do fígado, pâncreas e 
intestino fetal, líquido amniótico deglutido e células intestinais Todo recém-nascido deve eliminar o 
mecônio nas primeiras 24 horas após o nascimento. Após 2 a 3 dias do nascimento surgem as chamadas 
"fezes de transição". 
Durante os primeiros dias de vida, o recém-nascido normalmente perde 5 a 10% de seu peso ao 
nascimento. Este peso é rapidamente recuperado à medida que ele começa a se alimentar. 
 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO 
 
Nome da mãe, procedência, instrução, estado civil, residência. Registro materno e do recém-
nascido quando usado a ficha de internação neonatal. 
O primeiro exame físico do recém-nascido tem como objetivo: 
– Detectar a presença de malformações congênitas 
– Avaliar a capacidade de adaptação do recém-nascido à vida extra-uterina. 
– O exame físico deve ser realizado com a criança despida, mas em condições técnicas satisfatórias. 
 
OBSERVAÇÃO GERAL 
 
Avaliar apostura, atividade espontânea, tônus muscular, tipo respiratório, fácies, estado de 
hidratação e estado de consciência. Estas características são variáveis, próprias para cada tipo de 
recém-nascido, termo, prematuro e pequeno para a idade gestacional. 
 
Profª Aretusa Delfino
 9 
POSTURA : Nas primeiras horas após o nascimento, todo o RN mantém-se encurvado, com os 
MMSS/II fletidos (+ 72h). 
 
CABEÇA : Todo RN apresenta a cabeça grande em relação ao corpo. 
 PC (Perímetro Cefálico) = +/- 35 cm (2 cm > PTorácico) 
O crânio tem 6 ossos: 1 frontal, 1 occipital, 2 parietais e 2 temporais. Sua forma mais comum é a 
ovóide, mas ao passar pelo canal vaginal pode sofrer alterações como: 
 Cavalgamento: superposição dos ossos (Acavalgamento) 
 Caput-Succedanuem: edema dos tecidos moles do couro cabeludo. 
 Cefalematoma: hemorragia com acúmulo de sangue entre periósteo e o osso. 
 
Fontanelas: São espaços cartilaginosos, quadriláteros encontrados na cabeça através da palpação. As 
principais são: 
 Bregma ou Bregmática ou Anterior (>): se fecha por volta de 18 meses. 
 Lâmbda ou Lambdóide ou Posterior (<): se fecha por volta de 4 meses. 
 
Principal função das fontanelas: facilitar a passagem do feto no canal do parto; desenvolvimento da 
caixa craniana tanto na vida fetal como no pós-natal. 
 
FACE: 
 Todo RN pode apresentar a face edemaciada, com manchas, em conseqüência do trabalho de parto, 
regredindo espontaneamente. 
 Face assimétrica: O RN pode apresentar a face desigual devido a uma posição defeituosa na 
vida fetal. 
 Millium Facial ou sebáceo: são pequenos pontos brancos provocados pela obstrução dos poros; 
localizados na região frontal e nasal (1º mês). 
 Estrabismo: devido à imaturidade do sistema nervoso (nervo óptico imaturo), o RN não 
consegue coordenar o globo ocular, podendo persistir até o 6º mês. 
 PELE: 
 Vérnix Caseoso: secreção normal da pele, rica em glicoproteínas, colesterina, ferro e albumina, 
caracterizada por uma película lipóide, a qual se atribuem propriedades imunitárias. Facilita a 
passagem do feto na hora do parto, e é reabsorvida pela pele nas 48 horas após o parto. 
 Eritroderma neonatal: variação na coloração da pele, que vai desde o rosa ao vermelho intenso. 
Causa: eritrócitos periféricos. 
 Icterícia fisiológica: surge após 48 horas e tem como causa a imaturidade das células 
hepáticas/ hemólise exagerada (eritroblastos imaturos). Terapêutica: Fototerapia. 
 Mancha Mongólica: é uma mancha de forma irregular, de coloração azulada, localizada na 
região lombo-sacra ou sacro-glútea que desaparece por volta dos 10 anos. É mais comum na raça 
negra ou descendentes. 
 Descamação fisiológica: surge nos primeiros dias – descamação em grandes retalhos, mais 
comuns no abdômen, mãos e pés. 
 Lanugem: são pêlos longos, finos e ralos, localizados na face, orelhas, dorso, MMSS, MMII, 
desaparecendo por volta do 1º mês. 
ORELHAS: 
 Observar forma, tamanho, simetria, implantação e papilomas pré-auriculares. Uma anomalia do 
pavilhão pode estar associado a malformação do trato urinário e anormalidade cromossômicas. 
 A acuidade auditiva pode ser pesquisada através da emissão de um ruído próximo ao ouvido e 
observar a resposta do reflexo cocleo-palpebral, que é o piscar dos olhos. 
NARIZ: 
 Observar forma; permeabilidade de coanas, mediante a oclusão da boca e de cada narina 
separadamente e/ou à passagem de uma sonda pelas narinas; e a presença de secreção 
serossanguinolenta. 
Profª Aretusa Delfino
 10 
BOCA: 
 Observar a conformação do palato (ogival); a presença de fenda palatina; da fissura labial (lábio 
leporino); o desvio da comissura labial que pode estar associado à paralisia facial por 
traumatismo de parto. 
 Visualizar a úvula e avaliar tamanho da língua e freio lingual. 
PESCOÇO: 
 Curto e com mobilidade. Por volta dos 3 meses, há sustentação. 
 
TÓRAX: 
 O tórax do recém-nascido é cilíndrico e o ângulo costal é de 90°. Uma assimetria pode ser 
determinada por malformações de coração, pulmões, coluna ou arcabouço costal. 
 Observar o engurgitamento das mamas e/ou presença de leite que pode ocorrer em 
ambos os sexos, bem como a presença de glândulas supranumerárias. 
PULMÕES: 
 A respiração é abdominal, quando predominantemente torácica e com retração indica 
dificuldade respiratória. A frequência respiratória média é de 40 movimentos no RN de termo e 
até 60, no prematuro. Os movimentos serão contados durante dois minutos e dividido o total 
por dois. 
CARDIOVASCULAR: 
 A freqüência cardíaca varia entre 120 a 160 batimentos por minuto. 
 Os batimentos cardíacos tem a sua intensidade máxima ao longo do bordo esquerdo do esterno. 
A presença de sopros em recém-nascidos é comum nos primeiros dias e podem desaparecer em 
alguns dias. Se o sopro persistir por algumas semanas é provável que seja manifestação de 
malformação congênita cardíaca. 
 A palpação dos pulsos femurais e radiais é obrigatória. 
 A tomada da medida da pressão arterial no recém-nascido, pode ser feita pelo método do 
"flush", que utiliza o processo de isquemia da extremidade onde se efetua a medida, por meio 
de uma faixa de Esmarch, e observa a que medida no manômetro se produz fluxo sanguíneo 
durante a diminuição da compressão pela faixa. 
ABDOME: 
 Inspeção 
 A distensão abdominal pode ser devida à presença de líquido, visceromegalia, obstrução ou 
perfuração intestinal. 
 
 
GENITÁLIA: 
 Masculina 
 A palpação da bolsa escrotal permite verificar a presença ou ausência dos testículos, que podem 
encontrar-se também nos canais inguinais. Denomina-se criptorquia a ausência de testículos na bolsa 
escrotal ou canal inguinal. A hidrocele é frequente e a menos que seja comunicante, se reabsorverá com 
o tempo. 
A fimose é fisiológica ao nascimento. Deve-se observar a localização do meato urinário: ventral 
(hipospadia) ou dorsal (epispádia). 
 Feminina 
 Os pequenos lábios e clitóris estão proeminentes. Pode aparecer nos primeiros dias uma secreção 
esbranquiçada mais ou menos abundante e às vezes hemorrágica. 
EXTREMIDADES: 
 Os dedos devem ser examinados (polidactilia, sindactilia, malformações ungueais). 
 O bom estado das articulações coxo-femurais deve ser pesquisado sistematicamente pela 
abdução das coxas, tendo as pernas fletidas, e pela pesquisa de assimetria das pregas da face 
posterior das coxas e subglúteas. 
Profª Aretusa Delfino
 11 
 
 Anotações 
EXAME NEUROLÓGICO: 
O exame neurológico compreende a observação da atitude, reatividade, choro, 
tônus,movimentos e reflexos do recém-nascidos. Deve-se pesquisar os reflexos de Moro,sucção, busca, 
preensão palmar e plantar, tônus do pescoço, extensão cruzada dos membros inferiores, 
endireitamento do tronco e marcha automática. 
 
Reflexos do Recém-nascido 
 
Reflexo Descrição 
De Moro 
Quando o recém-nascido se assusta, seus membros 
superiores e inferiores balançam para fora e para frente, 
num movimento lento, com os dedos esticados 
De Busca 
Quando qualquer um dos extremos da boca de recém-
nascido é tocado, ele vira a cabeça para esse lado. Este 
reflexo permite que o recém-nascido encontre o mamilo 
De sucção 
Quando um objeto é colocado na boca do recém-nascido, 
ele começa a sugar imediatamente 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 12 
UNIDADE 3 
 
TESTE DE PKU ( TESTE DO PEZINHO) 
 
Nome popular para a Triagem Neonatal, o teste do pezinho é gratuito e deve ser feito a partir 
de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Por ser uma parte do corpo rica em vasos 
sanguíneos, o material pode ser colhido em uma única punção, rápida e quase indolor para o bebê. No 
teste, o sangue da criança é coletado em papelfiltro especial. As amostras de sangue obtidas são secas 
e posteriormente enviadas ao laboratório para o processamento dos exames. 
 
 
 
 Em sua versão mais simples, o teste do pezinho foi introduzido no Brasil na década de 70 para 
identificar duas doenças (chamadas pelos especialistas de "anomalias congênitas", porque se 
apresentam no nascimento): a fenilcetonúria e o hipotireoidismo. Ambas, se não tratadas a tempo, 
podem levar à deficiência mental. 
 A identificação precoce de qualquer dessas doenças permite evitar o aparecimento dos 
sintomas, através do tratamento apropriado. Por isso, recomenda-se realizar o teste idealmente no 5º 
dia de vida do bebê. Antes disso, os resultados não são muito precisos ou confiáveis. A partir desse dia, 
é importante que toda mãe leve seu filho para fazer o exame. Assim o tratamento, se for o caso, será 
mais eficaz. 
 Por meio de lei federal, o teste se tornou obrigatório em todo o País, em 1992, embora ainda 
não alcance a totalidade dos recém-nascidos. A portaria de número 822, de 6 de junho de 2001, 
assinada pelo ex-ministro José Serra, criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) com o 
objetivo de atender a todos os recém-natos em território brasileiro. 
 Atualmente, já existe uma versão ampliada, que permite identificar mais de 30 doenças antes 
que seus sintomas se manifestem. Trata-se, no entanto, de um recurso sofisticado e ainda bastante 
caro, não disponível na rede pública de saúde. 
DOENÇAS DIAGNOSTICADAS 
 FENILCETONÚRIA: É uma doença genética, de caráter autossômico recessivo decorrente da 
deficiência da enzima fenilalanina-hidroxilase. Em conseqüência a fenilalanina acumula-se no 
sangue do RN, com efeitos tóxicos do sistema nervoso central, podendo causar até a deficiência 
mental severa. 
Conseqüências 
Deficiência mental irreversível. 
Convulsões, problemas de pele e cabelo. 
Problemas de urina e até invalidez permanente. 
Profª Aretusa Delfino
 13 
 
 Anotações 
Tratamento: Controle alimentar com dieta especial à base de leite e alimentos que não contenham 
fenilalanina, sob rigorosa orientação médica, para que o bebê fique bom e leve uma vida normal. 
 HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO 
É hereditário, causado pela falta de uma enzima, impossibilitando que o organismo forme o T4, 
hormônio tireoidiano, impedindo o crescimento e desenvolvimento de todo o organismo inclusive o 
cérebro, sendo a deficiência mental uma de suas manifestações mais importantes. 
Conseqüências 
Deficiência mental irreversível, convulsões, problemas de pele e cabelo, problemas de urina e até 
invalidez permanente. 
Tratamento 
Administração de hormônio tireoidiano, sob rigoroso controle médico, para que o bebê fique bom 
e tenha uma vida normal. 
Profª Aretusa Delfino
 14 
UNIDADE 4 
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA NO PRIMEIRO ANO DE 
VIDA 
As vacinas (cujo nome advém de vaccinia, o agente infeccioso da varíola bovina, que, quando é 
injetado no organismo humano, proporciona imunidade à varíola no ser humano) são substâncias tóxicas, 
que ao serem introduzidas no organismo de um animal, suscitam uma reação do sistema imunológico 
semelhante à que ocorreria no caso de uma infecção por um determinado agente patogênico, por forma 
a tornar o organismo imune a esse agente (e às doenças por ele provocadas).São, geralmente, 
produzidas a partir de agentes patogênicos (vírus ou bactérias), ou ainda de venenos, previamente 
enfraquecidos. Por inserir no organismo esse tipo de substâncias, os efeitos colaterais podem ser 
adversos, correspondendo ao esforço que nosso corpo está fazendo para controlar as substâncias. A 
descoberta da vacina se deve às pesquisas de Louis Pasteur, que em seu leito de morte, disse: "O vírus 
não é nada, o terreno é tudo", com isso ele estava explicando que os vírus só se multiplicam sem 
controle (gerando doenças) em um organismo, se encontrarem terreno favorável para isso. Mas a vacina 
já era usada anteriormente, na forma de medicina popular, pelos chineses e povos do mediterrâneo. 
Pasteur, entretanto, formalizou seu uso com o rigor científico. 
Calendário Básico de Vacinação da Criança 
IDADE VACINAS DOSES 
DOENÇAS EVITADAS 
 
Ao 
nascer 
BCG - ID 
dose 
única 
Formas graves de tuberculose 
Vacina contra hepatite B 
(1) 
1ª dose Hepatite B 
1 mês Vacina contra hepatite B 2ª dose Hepatite B 
2 meses 
 Vacina tetravalente (DTP 
+ Hib) (2) 
 1ª dose 
 
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras 
infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b 
VOP (vacina oral contra 
pólio) 
1ª dose Poliomielite (paralisia infantil) 
VORH (Vacina Oral de 
Rotavírus Humano) (3) 
1ª dose Diarréia por Rotavírus 
 
4 meses 
Vacina tetravalente (DTP 
+ Hib) 
2ª dose 
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras 
infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b 
VOP (vacina oral contra 
pólio) 
2ª dose Poliomielite (paralisia infantil) 
VORH (Vacina Oral de 
Rotavírus Humano) (4) 
2ª dose Diarréia por Rotavírus 
6 meses 
Vacina tetravalente (DTP 
+ Hib) 
3ª dose 
Difteria, tétano, coqueluche, meningite e outras 
infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b 
VOP (vacina oral contra 
pólio) 
3ª dose Poliomielite (paralisia infantil) 
Vacina contra hepatite B 3ª dose Hepatite B 
9 meses Vacina contra febre dose Febre amarela 
Profª Aretusa Delfino
 15 
amarela (5) inicial 
12 
meses 
SRC (tríplice viral) + 
Hepatite A 
dose 
única 
Sarampo, rubéola e caxumba / Hepatite A 
15 
meses 
VOP (vacina oral contra 
pólio) 
reforço Poliomielite (paralisia infantil) 
DTP (tríplice bacteriana) 1º 
reforço 
Difteria, tétano e coqueluche 
18 
meses 
Hepatite A reforço Hepatite A 
4 - 6 
anos 
DTP (tríplice bacteriana 
2º 
reforço 
Difteria, tétano e coqueluche 
SRC (tríplice viral) reforço Sarampo, rubéola e caxumba 
10 anos Vacina contra febre 
amarela 
reforço Febre amarela 
(1) A primeira dose da vacina contra a hepatite B deve ser administrada na maternidade, nas primeiras 12 horas de vida do 
recém-nascido. O esquema básico se constitui de 03 (três) doses, com intervalos de 30 dias da primeira para a segunda dose e 
180 dias da primeira para a terceira dose.(2) O esquema de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses de idade com a vacina 
Tetravalente e dois reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos.(3) 
É possível administar a primeira dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 1 mês e 15 dias a 3 meses e 7 dias de idade 
(6 a 14 semanas de vida)(4) É possível administrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus Humano a partir de 3 meses e 7 
dias a 5 meses e 15 dias de idade (14 a 24 semanas de vida). O intervalo mínimo preconizado entre a primeira e a segunda dose é 
de 4 semanas.(5) A vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos 09 meses de idade, que residam ou que 
irão viajar para área endêmica (estados: AP, TO, MA MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns 
municípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área de risco potencial (alguns municípios dos estados BA, ES e MG). Se 
viajar para áreas de risco, vacinar contra Febre Amarela 10 (dez) dias antes da viagem. 
BCG 
Composição: Bacilo Calmette-Guérin liofilizado, obtido por atenuação do M. bovis, cepa Mooron-Rio. 
Idade: a partir do nascimento e revacinação quando não houver cicatriz vacinal. 
Indicação: em especial nas crianças menores de 5 anos e preferencialmente nos menores de 1 ano. O 
mais precocemente em crianças HIV positivas assintonáticas.Dosagem e via de administração: 0,1ml ID na inserção inferior do deltóide. 
Agulha: 13x3,8 
Tempo de validade após aberto o frasco: 06 horas. 
Eventos adversos: formação de abscesso e/ou ulceração (axilar). 
Contra-indicação: imunodeficiência congênita ou adquirida; HIV sintomático; < 2000g, afecções 
dermatológicas extensas (escabiose, impetigo= adiamento). 
Conservação: +2 + 8ºC inativada quando exposta à luz artificial. 
Profª Aretusa Delfino
 16 
HEPATITE B 
Composição: Há 2 tipos : 1 partícula viral tratada com formol (2 recombinação do RNA viral através de 
engenharia genética). 
Idade: nas primeiras 12 horas de vida. 
Esquema: 0,1,6 meses – 1ª dose para 2ª dose intervalo de 30 dias e da 1ª dose para 3ª dose um 
intervalo de 6 meses. 
Dosagem e via de administração: 0,5 ml ou de acordo com o fabricante, IM profunda no Vasto Lateral 
da Coxa (VLC) em crianças até 2 anos e deltóide em crianças maiores. 
Agulha: 20x5,5 (menores de 2 anos) 25x6 ou 25x7 (maiores de 2 anos). 
Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco. 
Eventos adversos: dor no local da injeção e febre baixa. 
Contra-indicação: reação anafilática sistêmica na dose anterior. 
Conservação: + 2º+ 8º, congelamento inativa. 
POLIOMIELITE 
Composição: vírus vivo atenuado em cultura de células. 
Idade: a partir dos 2 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias. 
Esquema: 3 doses a partir dos 2 meses de idade, com intervalos de 60 dias e no mínimo 30 dias; dose de 
reforço aos 15 meses. 
Dosagem e via de administração: 2 gotas oral. 
Tempo de validade após aberto o frasco: 05 dias. 
Contra-indicação: crianças com imunodeficiência (congênita ou adquirida); pessoas submetidas a 
transplante de medula; crianças HIV+ sintomáticas (AIDS). 
Conservação:geladeira, +2+8ºC. 
Observação: Retornar ao refrigerador ou isopor imediatamente após a vacinação. 
TETRAVALENTE 
Composição: vacina que contém toxidóide diftérico, tetânico e Bordetella pertussis, além de 
polissacarídeo capsulares (Poliribosol-ribtol-fosfato- PRP) do Haemophilus influenza conjugada com uma 
proteína carreadora tetânica. 
Idade: até 11 meses e 29 dias. 
Via de administração: IM ou VLC. 
Profª Aretusa Delfino
 17 
Esquema: 3 doses de 0,5ml a partir dos 2 meses de idade, com intervalo entre as doses de 60 dias e no 
mínimo 30 dias. 
Agulha: 20x5,5. 
Tempo de validade após aberto o frasco: 05 dias. 
OBS: Não administrar em crianças maiores de 1 ano. Caso, o esquema não esteja completo, completar 
com DTP. 
Eventos adversos: dor, vermelhidão, febre, mal-estar e irritabilidade nas 24-48h. 
Contra-indicação: crinaças que desencadeiam reação anafilática não administrar dose seguinte. 
Conservação: +2 +8ºC. 
TRÍPLICE BACTERIANA – DTP 
Composição: a vacina tríplice DTP contém toxóide diftérico, toxóide tetânico e Bordetella pertussis 
inativada em suspensão, tendo como adjuvante hidóxido ou fosfato de alumínio. 
Idade: 1º primeiro reforço aos 15 meses e o 2º reforço entre 4-6 anos. Idade mínima aos 12 meses. 
Esquema: 2 doses de 0,5 mal a partir dos 15 meses de idade. 
Via de administração: IM profunda no VLC e em crianças maiores de 2 anos administrar no deltóide. 
Agulha: 20x5,5 (menores de 2 anos) 25x6 ou 27x7 (maiores de 2 anos). 
Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco. 
Evento adversos: dor, vermelhidão, febre, mal-estar geral e irritabilidade nas primeiras 24 a 48 horas. 
Contra-indicações: a aplicação da vacina tríplice DTP é contra-indicada em crianças que tenham 
apresentado após a aplicação da dose anterior – reação anafilática. 
TRÍPLICE VIRAL 
Composição: vacina combinada do vírus vivo atenuado, liofilizado contra sarampo a rubéola e caxumba. 
Idade: a partir dos 12 meses de idade, recomenda-se aos 15 meses para coincidir com o reforço da DTP 
e pólio. 
Via de administração: SC. 
Esquema: 0,5 ml dose única e reforço entre 4 – 6 anos de idade. 
Agulha: 13x4,5 . 
Tempo de validade após aberto o frasco: 8 horas. 
Profª Aretusa Delfino
 18 
Efeitos adversos: febre e erupções de curta duração, entre o 5º e o 10º dia de pós-vacina, artralgia e 
artrite, mais freqüentemente em mulheres adultas. 
Contra-indicação: reação sistêmica ao ovo de galinha (urticária, edema da glote, dificuldade 
respiratória, hipotensão ou choque), gravidez. 
Conservação: +2+8ºC. 
FEBRE AMARELA 
Composição: vacina derivada da cepa 17, vírus da febre amarela, Sacarose 8 mg e 3 mg de glutamato de 
sódio. 
Idade: a partir dos 9 meses. 
Indicação: contra a febre amarela. 
Via de administração: SC no deltóide. 
Esquema: 1ª dose aos 9 meses e reforço a cada 10 anos. 
Agulha: 13x 4,5. 
Tempo de validade após aberto o frasco: 4 horas. 
Eventos adversos: dor local, cefaléia e febre. 
Contra-indicação: crianças menores de 6 meses; portadores de imunodeficiência (congênita ou 
adquirida), neoplasias malignas e pacientes HIV+ sintomáticos; uso de corticoesteróides em doses 
elevadas; pessoas com história de reação anafilática após consumo de ovo. 
Conservação: +2+8ºC, quando congelada inativa. 
ROTAVÍRUS 
Composição: é uma vacina elaborada com vírus isolados de humanos e atenuados para manter a 
capacidade imunogênica, porém não patogênica. 
Idade: mínima 1 m e 15 dias e idade máxima 5 meses 15 dias. 
Indicação: gastroenterite provocada pelo vírus rotavírus. 
Vias de administração: Cada dose corresponde a 1 ml (exclusivamente oral). 
Tempo de validade após aberto o frasco: 24 horas após a preparação da vacina. 
Esquema: 2 doses; 2 meses e 4 meses, com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 30 dias. 
Eventos adversos: reação sistêmica grave até 2 h após a administração; presença de sangue nas fezes 
até 42 dias após vacinação; internação por abdome agudo até 42 após a dose da vacina. 
Justificativas para a sua inclusão no calendário vacinal infantil: 
Profª Aretusa Delfino
 19 
 
 Anotações 
1.Os rotavírus constituem a principal causa de gastroenterites em crianças, sendo responsável por mais 
de 400.000 óbitos por ano em países em desenvolvimento. 
2.A maior incidência das infecções por rotavírus se concentra na faixa etária de 6 a 24 meses, com o 
quadro clínico clássico caracterizado-se por diarréia precedida de febre e vômitos, evoluindo 
rapidamente para desidratação. 
VACINA DUPLA BACTERIANA – dT 
Composição: toxóide diftérico+tetânica com hidróxido de alumínio ou fosfato de alumínio como 
adjuvante. 
Idade: dT administrar em crianças maiores de 7 anos e adultos. 
Dosagem e via de administração: 0,5 ml IM profunda no deltóide. 
Esquema: 3 doses com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 30 dias. O reforço é aplicado a 
cada 10 anos. 
Agulha: 25x6 ou 25x7. 
Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco 
Profª Aretusa Delfino
 20 
UNIDADE 5 
 
A ENFERMAGEM, O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
 O Crescimento ( C ) e o desenvolvimento ( D ) , são indicadores da saúde das crianças; por essa 
razão o acompanhamento desses processos se constitui na ação –eixo da assistência à saúde da 
criança.As equipes de enfermagem e de saúde devem estar alertas para intervir no processo de CD, 
quando necessário, da maneira mais precoce possível. No Brasil, o MS (1984) preconiza que a atenção à 
infância deve se estruturar a partir do acompanhamento do CD. 
 O crescimento e desenvolvimento são o que caracteriza a criança, dessa forma , a atenção a 
criança existe para promover o C e o D. 
 
DEFINIÇÕES: 
 
►CRESCIMENTO: Constitui as alterações biológicas que implicam em aumento corporal da criança, 
manifestadas pelo aumento do tamanho das células (Hipertrofia), e pelo aumento do número de 
células (Hiperplasia). É um quantitativo.Referencia-se por: 
 
 Peso 
 Estatura 
 Perímetro cefálico 
 Perímetro torácico 
 Alteração das fontanelas 
 Dentição 
 Alterações na proporção corporal e tecidos corporais 
 
►DESENVOLVIMENTO: É o aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez 
mais complexas. A criança desenvolve controle neuro-muscular, destreza e traços de caráter, funções 
que só podem ser medidas por meio de provas funcionais. 
 
 Habilidades motoras grossas 
 Habilidades motoras finas 
 Desenvolvimento da linguagem 
 Desenvolvimento congnitivo 
 Desenvolvimento social e afetivo 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: 
O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho celular, 
expresso pelo aumento do tamanho corporal.Todo indivíduo nasce com um potencial genético de 
crescimento, que poderá ou não ser atingido, dependendo das condições de vida a que esteja submetido 
desde a concepção até a idade adulta. Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de 
fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja, 
podem ser geneticamente determinadas) e de fatores extrínsecos, dentre os quais destacam-se a 
Profª Aretusa Delfino
 21 
alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança Como conseqüência, as 
condições em que ocorre o crescimento, em cada momento da vida da criança, incluindo o período intra-
uterino, determinam as suas possibilidades de atingir ou não seu potencial máximo de crescimento, 
dotado por sua carga genética. 
 
1.0 – AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO : 
 
 O crescimento pode ser avaliado mediante o controle de peso, estatura e perímetro cefálico, 
com auxílio de parâmetros de normalidade definidos através de fórmulas e das curvas de peso. As 
medidas físicas refletem a taxa de crescimento da criança e qualquer alteração no padrão das mesmas, 
pode indicar problemas sérios.A técnica deve ser rigorosa, os dados corretos e o registro e 
interpretações exatos; mais importante que os valores deve ser a observação das tendências, 
diferenças súbitas e os graves desvios do padrão normal. 
 . 
 1.1 – PESO ( P ): 
 
 O peso é um excelente indicador das condições de saúde e da nutrição da criança,suas variações 
na infância são rápidas e importantes.As maiores informações não são obtidas, porém, com o peso de um 
momento preciso, mas na sua evolução no tempo (curva de peso), na variação entre duas pesagens 
sucessivas.O método de pesagem, por sua vez, deve ser preciso para não oferecer dados incorretos. 
 A criança dobra de peso aos 5 meses e triplica aos 12 meses. No primeiro ano, a criança cresce, 
em estatura, cerca de 50% da estatura do nascimento. 
 
 
 
 
PESANDO A CRIANÇA 
 
 
Ganho ponderal mensal nos dois primeiros 
anos de vida 
Até 3 meses 750 a 900 gramas 
por mês 
De 3 a 6 meses 600 gramas por mês 
De 5 meses a 1 
ano 
300 a 400 gramas 
por mês 
De 1 a 2 anos 200 a 300 gramas 
por mês 
Profª Aretusa Delfino
 22 
1.2. ESTATURA : 
 
 A estatura é uma medida fiel do crescimento de uma criança.Sua curva espelha a vida anterior e 
torna visível toda a história do crescimento.Com efeito, a desnutrição só se retrata tardiamente sobre 
a altura do corpo da criança;uma lentidão no crescimento da estatura indica o começo de uma 
desnutrição dois a três meses antes.Ao contrário do peso que pode variar muito e rapidamente; a 
estatura é uma medida estável e regular.porém é mais difícil de medir do que o peso.Até a idade de dois 
anos, a criança é medida deitada e são necessárias duas pessoas para tomar essa medida. A criança 
deve ser medida uma vez ao mês ou a cada consulta de puericultura. 
 
 
 
MEDINDO A CRIANÇA 
 
 
 
Parâmetros normais: 
 Nascimento: +_ 50 cm; 
 1º trimestre: 9 cm; 
 2ª trimestre: 7 cm; 
 3º trimestre: 5 cm; 
 4º trimestre: 3 cm 
 Aos 23 meses: +_ 74 cm. 
Para crianças acima de dois anos, teremos a seguinte fórmula: 
 
ESTATURA = IDADE X 5 + 80. 
 
Profª Aretusa Delfino
 23 
1.3. PERÍMETRO CEFÁLICO (PC): 
 
 É a circunferência do crânio. A circunferência da cabeça aumenta rapidamente no primeiro ano 
de vida, a fim de adaptar-se ao crescimento do cérebro. 
 Essa medida permite identificar “alterações”. 
 Essa medida deverá ser verificada a cada consulta ambulatorial, mensalmente.Se há indicações 
de anormalidades, deverá ser verificada diariamente. 
Valores normais: 
IDADE PC/ Cm 
Nascimento 35,0 
3 meses 40,4 
6 meses 43,4 
9 meses 45,5 
1 ano 46,6 
1 ano e 6 meses 47,9 
2 anos 48,9 
3 anos 49,2 
4 anos 50,4 
5 anos 50,8 
 
1.4. PERÍMETRO TORÁCICO (PT): 
 
 Medida da circunferência do tórax, importante para detectar algumas doenças. 
 A característica dessa medida consiste na mudança de sua relação com o perímetro craniano 
(PC). 
A relação entre Pc e Pt 
 
- Até 6 meses: Pc é superior a Pt 
- Cerca de 6 meses: Pc é igual a Pt 
- Cerca de 9 meses: Pc é inferior a PT 
 
1.5 – DENTIÇÃO: 
A idade média normal para o nascimento dos primeiros dentes de leite é por volta de 6 meses de 
idade. Um atraso pode ser considerado normal em torno de mais de 6 ou 8 meses. Pode acontecer de 
dentes de leite que erupcionan (nascem) antes do prazo normal, ou seja, logo após o nascimento, são 
chamados de "dente natal", ou por volta de 2 a 3 meses de idade, "dente neonatal ". Se isso ocorrer, 
procure imediatamente um odontopediatra, pois isso atrapalha a amamentação. A mãe é muito 
prejudicada durante o aleitamento materno, com ferimentos no "bico do seio", induzindo a mãe a 
intervir com mamadeira, o que não é adequado para um bom crescimento e desenvolvimento da criança. 
Durante o nascimento dos dentes do bebê, poderão ocorrer alguns sintomas, como coceira e 
abaulamento da gengiva, com aumento da salivação, estado febril, e até as fezes podem ficar 
mais líquidas. 
Para ajudar o rompimento dos dentinhos e melhorar esse desconforto, devemos oferecer ao 
bebê, alimentos mais duros e mordedores de borracha para massagear a gengiva. 
 
ERUPÇÃO(nascimento) DENTES SUPERIORES DENTES INFERIORES 
Incisivos Centrais 8 meses 6 meses 
Incisivos Laterais 10 meses 9 meses 
Caninos 20 meses 18 meses 
1º Molar 16 meses 16 meses 
2º Molar 29 meses 27 meses 
 
Profª Aretusa Delfino
 24 
 
ESFOLIAÇÃO (queda) DENTES SUPERIORES DENTES INFERIORES 
Incisivos Centrais 7 a 8 anos 6 a 7 anos 
Incisivos Laterais 8 a 9 anos 7 a 8 anos 
Caninos 11 a 12 anos 9 a 10 anos 
1º Molar 10 a 11 anos 10 a 11 anos 
2º Molar 11 a 12 anos 11 a 12 anos 
 
Importância dos da dentição: 
 
- Importante para a saúde geral, crescimento e desenvolvimento; 
 
- Atuam na mastigação, facilitando a digestão; 
 
- São elementos fundamentais para a pronúncia das palavras (fonação); 
 
- Grande influência na estética. 
 
2.0- AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO: 
 
 O desenvolvimento depende da maturação – mielinização – do sistema nervoso. A seqüência de 
desenvolvimento é igual para todas as crianças, mas a velocidade varia de criança para criança. A 
direção do desenvolvimento é céfalo- caudal e proximal distal ou seja da cabeça para os pés e dos 
ombros para as mãos. O primeiro passo para a locomoção é a aquisição do controle da cabeça, 
envolvendo a musculatura do pescoço. Mais tarde os músculos espinhais desenvolvem coordenação 
permitindo que a criança fique apta para sentar com as costas retas, engatinhar, ficar em pé e andar .O 
desenvolvimento integralda criança pode representar uma oportunidade importante para aproximação 
de uma concepção positiva da saúde, que se efetiva através do acompanhamento da criança sadia.Os 
profissionais de saúde devem conversar com as mães sobre as aquisições da criança,valorizando suas 
conquistas, potencializando sua capacidade em reconhecer o valor da relação com seus filhos. Observar 
o comportamento espontâneo da criança, escutar as dúvidas e apreensões das mães, procurar 
estabelecer uma relação de confiança com as mesmas e destas com seus filhos são caminhos para 
aprofundar as relações, conhecê-las melhor e poder apoiar,orientar e intervir, caso necessário. 
Avalia-se o desenvolvimento, testando as aquisições neuro – psicomotoras e através de testes 
ou provas, sob quatro aspectos interdependentes que se processam, normalmente, no mesmo ritmo: 
 Desenvolvimento motor: Para que um organismo se desenvolva, ele precisa funcionar 
 
 A criança brinca de repetir sem cessar os mesmos gestos e ações que lhes permitem 
as aquisições que as amadurecem progressivamente. 
 
 No nascimento, os movimentos do bebê não são coordenados. 
 
 Do nascimento aos dois anos a criança adquire duas possibilidades motoras 
importantes: caminhar e pegar objetos entre o polegar e indicador e, o controle 
neuro motor: coordenação da visão e da preensão. 
 
 Linguagem: As crianças nascem com o mecanismo e a capacidade de desenvolver a fala e as 
habilidades de linguagem. Entretanto elas falarão de forma expontânea. 
 
 A fala requer a estrutura e a função fisiológica íntegras, incluindo a respiratória, a 
auditiva e a cerebral, além da inteligência e da necessidade de estimulação. 
Profª Aretusa Delfino
 25 
 O gesto procede a fala, e dessa maneira uma pequena criança comunica-se de modo 
satisfatório. 
 Em todos os estágios do desenvolvimento da linguagem, a compreensão do 
vocabulário por parte das crianças é maior do que a expressão. 
 
 Desenvolvimento cognitivo: A criança tem necessidade de agir para aprender, como não possui 
experiência do adulto, para ela tudo está para descobrir. 
 
 É brincando que a criança elabora os esquemas mentais, isto é, as imagens mentais 
conduzirão aos conceitos. 
 As imagens de objetos percebidas, muitas vezes se fixam na memória – é a 
conceituação. 
 A inteligência da criança é a primeira prática: a criança elabora esquemas de ação, 
de espaço e de casualidade. 
 O bebê é incapaz de representar mentalmente os objetos. É preciso que ele os veja 
e os apalpe. Quando os objetos desaparecem do campo de visão, e da preensão, eles 
deixam de existir para ele. 
 O pensamento da criança se estrutura a partir de experiências que ela interioriza, 
pela repetição frequente e por suas semelhanças. A criança modifica seu 
comportamento face aos novos objetos e a novas situações 
 
 Desenvolvimento social e afetivo: 
 
 No começo da vida, a criança brinca com os MMSS e MMII, boca e com todo o 
corpo. 
 No decurso das experiências cotidianas, a criança descobre o prazer de se 
comunicar com os outros. 
 
 Para o desenvolvimento adequado, é necessário que a criança tenha oportunidade de fazer 
sozinha tudo que é capaz. E a cada idade, tem um comportamento esperado 
 
 Características das crianças em suas diferentes etapas de vida: 
 
1.0 - Recém – nascido ( 0 a 28 dias) e lactente ( 29 dias a 2 anos): 
 
 O RN não tem sua personalidade organizada e interage com o meio apenas em função de suas 
necessidades fisiológicas como fome, sede, frio, etc. 
 O id (inconsciente) refere-se às reações instintivas que podem ser percebidas por atos 
reflexos diante das sensações de prazer ou de desprazer. 
 As emoções da criança são expressas através do choro, grito ( desprazer) ou sono tranqüilo e 
fácies de bem – estar ( prazer). 
 No recém – nascido o reflexo de sucção, a sensibilidade para movimentos, para o som e o tato 
são bem desenvolvidas.A sucção é basicamente a principal forma dele relacionar-se com o meio 
que o cerca. 
 A criança que não tem atendidas essas necessidades pode vir a desenvolver a chamada Carência 
Afetiva. A criança com carência afetiva apresenta e agarra-se a quem cuida dela. 
# Inicialmente torna-se chorona, exigente e agarra-se a quem cuida dela;Mais tarde os choros 
transformam-se em gritos, ela perde peso e seu desenvolvimento motor estaciona. 
# A seguir, passa a maior parte do tempo deitada de bruços, tem insônia, continua a perda de peso, 
tem facilidade para adoecer, a atraso do desenvolvimento motor se generaliza; 
# se não for tratada, o choro transforma-se em gemidos, o retardo aumenta e se converte em 
letargia. 
Profª Aretusa Delfino
 26 
 A idade em que a criança é mais sensível a separação da mãe é entre os 6 meses e dois anos 
de vida. 
 
2.0 – Pré – Escolar ( 2 a 7 anos): 
 
 Desenvolve a linguagem, é observador e faz perguntas. Fica inseguro quando seus hábitos e 
rotinas sofrem alguma modificação; 
 Movimenta-se muito ( anda, corre, sobe, desce,pula). Seu pensamento orienta-se pela 
imaginação e pela fantasia. 
 Para o pré-escolar, a mãe é a fonte de segurança, proteção e ajuda, frente às situações que 
possam causar angústia ou qualquer tipo de sofrimento. 
3.0 – Escolar ( 7 a 10 anos) : 
 
 Nesta etapa, a criança adquire grande independência física e psicológica. Criatividade e 
aprendizagem são características marcantes. 
 Tem noção de tempo e espaço.Gosta de correr, pular, perseguir, fugir, participar das tarefas 
dos adultos. 
 Embora apresente um grau avançado de independência em todos os aspectos, ainda necessita de 
carícias físicas e afeto. Necessita de respeito à sua individualidade, privacidade e sexualidade. 
4.0- Adolescente ( de 10 a 20 anos) : 
 
 Fase de autodefinição e identificação de seu papel.imita as pessoas ou ídolos que admira; 
 Embora esteja em fase de amadurecimento emocional, apresenta, muitas vezes, grande 
instabilidade. É ansioso e deprime-se com facilidade; 
 Gosta de quebrar regras sociais e de contrariara opiniões; 
 Valoriza , de forma mais acentuada, a imagem corporal, a sexualidade, a privacidade e a 
autonomia. 
 
AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE UM MÊS A CINCO ANOS 
 
Quadro I – As etapas do desenvolvimento da criança de um mês a cinco anos: 
 
Idade Desenvolvimento Motor Desenvolvimento Cognitivo Desenvolvimento Social 
1 mês a 3 
meses 
 Dorme quase todo o 
tempo. Aprende a 
levantar a cabeça e depois 
a mantê-la direita. Afina 
e adapta seus reflexos 
primários, tais como a 
preensão; guarda dentro 
da mão, 
involuntariamente, o 
objeto que ali se colocar. 
 Reflexo de sucção; 
 Chupa seu polegar ou seus 
dedos; brinca com sua língua; 
 Reproduz sons por prazer; 
 Olha suas mãos; 
 Segue com os olhos uma 
pessoa ou um objeto que se 
desloca; 
 Leva objetos à boca (A boca 
é um meio de conhecimento 
importante para a criança 
lactente); 
 Morde um pedaço de pão. 
 Cessa de chorar à chegada 
de sua mãe ou ao escutá-lo; 
 Pequenos ruídos guturais; 
 Sorri ao ouvir a voz 
humana; 
 Se imobiliza ao ouvir uma 
voz familiar que fala; 
 Reconhece sua mãe e seu 
pai, pela vista, mas, 
sobretudo, pelo olfato, 
pelo ouvido e talvez por 
suas outras percepções 
difíceis de definir; 
 Balbucia espontaneamente 
e como resposta. 
3 a 6 
meses 
 Procura alargar o campo 
de sua visão, apoiando-se, 
por ex. sobre o antebraço 
se estiver de bruços, 
levantando a cabeça e as 
espáduas se estiver de 
costas; 
 Mantém a cabeça erguida 
e pode ficar uns instantes 
 Ver item anterior. 
 Sorri a toda pessoa que se 
aproxime dela sorrindo; 
 Comunicação com a mão 
baseada no olhar; 
 Começa a diferenciardia e 
noite; 
 Canta com a ajuda de outra 
pessoa mais fica passiva; 
 Ri às gargalhadas; 
Profª Aretusa Delfino
 27 
sentado com apoio; 
 Começa a pegar 
voluntariamente um 
objeto ao alcance da mão 
e estender a mão para um 
objeto que se lhe oferce; 
 Leva objetos à boca; 
 Segura pequenos objetos 
com a palma e os quatro 
dedos. 
 Reage ao chamado por seu 
nome, virando a cabeça. 
 Grande riqueza de 
emissões vocais (balbucios, 
vocalizações prolongadas); 
 Ri e vocaliza brincando; 
 Começa a utilizar os 
contatos físicos (apalpar) 
para se comunicar com as 
outras. 
6 a 9 
meses 
 Deitado de costas se vira 
para se colocar sobre o 
ventre; 
 Começa a ficar de pé com 
apoio; 
 Pega objetos entre o 
polegar e o indicador; 
 Mantém-se assentado só, 
durante um momento; 
 Começa a engatinhar. 
 Toca-se um espelho e sorri; 
 Age sobre objetos, bate 
sobre eles, contra a borda de 
um leito; 
 Passa um objeto de uma a 
outra mão; 
 Segura um objeto dentro de 
cada mão; 
 Descobre um objeto 
escondido, se uma parte dele 
fica visível; 
 Se diverte a lançar objetos; 
 Chama atençao sobre si, por 
exemplo: desperto só chra ou 
grita quando ouve à sua mãe 
levantar-se. 
 
 É capaz de rastejar para 
aproximar-se de um objeto 
ou de uma pessoa; 
 Começo da socialização; 
 Vocaliza várias sílabas que 
tendem a limitar-se aos 
sons que ouve na língua 
materna; 
 Reconhece os rostos 
familiares e pode ter medo 
de rostos estranhos; 
 Começa a participar de 
jogos de relação social 
(bater palmas, jogo de 
esconder); 
 Gosta de morder; 
 Reconhece quando se 
dirigem a ela; 
 Imita gestos e 
brincadeiras; 
 Faz gestos com a mão e a 
cabeça (tchau, não, bate 
palmas). 
9 a 12 
meses 
 É capaz de pôr-se a de pé 
sozinha apoiando-se em 
alguma coisa ou em 
alguém, e de caminhar 
segurando com as duas 
mãos ou apoiando-se em 
algum móvel; 
 Rasteja-se ou engatinha; 
 Começo do andar; 
 Sabe largar um objeto 
sob pedido; 
 Consegue segurar os 
objetos entre o polegar e 
o indicador. 
 Age intencionalmente: retira 
o cobertor para pegar o 
brinquedo que se enfiou por 
baixo; 
 Imita um ruído, por exemplo: 
batendo um objeto contra o 
outro; 
 Começo do jogo de embutir. 
 Repete o som que ouviu. 
Aprende a pronunciar duas 
ou três palavras; 
 Compreende uma proibição 
ou ordem simples; 
 Manifesta grande 
interesse em explorar o 
mundo, ver tudo, tocar em 
tudo e levar tudo à boca; 
 Colabora em brinquedos 
com adultos. 
12 a 18 
meses 
 Caminha sozinha e explora 
casas e arredores; 
 Ajoelha-se sozinho; 
 Sobe as escadarias 
usando as mãos. 
 Empilha-se dois a três cubos; 
 Enche um recipiente; 
 É capaz de amassar. 
 Era de sociabilização; 
 Manifesta ciúme (gestos 
de raiva e choro) reações 
de rivalidade nas 
brincadeiras com os irmãos 
maiores ou pessoas de 
convivência. 
18 meses 
a 2 anos 
 Sobe e desce uma escada 
agarrando-se num 
corrimão; 
 Aprende a comer sozinho; 
 Começa a ter controle dos 
esfíncteres durante o dia 
(fezes e depois urina); 
 Inicio do dançar ao som 
de música. 
 Empilha cubos; 
 Mostra seus olhos e nariz; 
 Imita um traço sobre o papel 
ou na areia; 
 Faz caretas de forma 
espontânea; 
 Coordenação mais complexa: 
pode agir a distância, ex: 
utilizando um pau para 
aproximar um objeto ou 
puxando o cobertor sobre o 
 Associa duas palavras e 
enriquece seu vocabulário; 
 Manifesta muito interesse 
por outras crianças e 
procura brincar com elas, 
mas de modo muito pessoal 
(pegando objetos, por 
exemplo). 
Profª Aretusa Delfino
 28 
qual está brincando; 
 Estuda os efeitos produzidos 
ao longo de sua atividade: 
varia a maneira de deixar 
cair os objetos “pra ver” 
2 a 3 
anos 
 Aprende a pular sobre 
uma perna; 
 Corre e chuta na bola sem 
perder o equilibrio; 
 Pode levar um copo cheio 
de água sem derramar; 
 Começo do controle do 
esfincter vesical noturno; 
 Participa ativamente no 
vestir-se; 
 Dança ao som da música. 
 Amontoa objetos em 
equilíbrio; 
 Pode reproduzir um círculo 
sobre o papel ou na areia; 
 Começa a brincar realmente 
com outras crianças e a 
compreender que há gente 
fora do meio familiar; 
 Se reconhece no espelho. 
 Desenvolve 
consideravelmente a 
línguagem, utiliza “eu”, 
“mim”, começa a perguntar, 
compreende a maior parte 
das palavras e frases que 
lhe são dirigidas (cerca de 
300 palavras); 
 Participa na arrumação de 
suas coisas; 
 Começo da utilização 
sistemática do não 
(maneira de afirmar-se, 
opondo-se ao meio); 
 Comunica-se com gestos, 
posturas, mímicas, 
sobretudo com outras 
crianças até cinco anos; 
 Teatraliza rituais de 
cozinha, de arrumação de 
cama e de banho 
(brinquedos como a 
boneca, com cozinha em 
miniaturas, etc.). 
3 a 4 
anos 
 É capaz de andar sobre a 
ponta dos pés; 
 Aprende a vestir-se e 
despir-se sozinho; 
 Adquire o controle do 
esfinceter vesical 
noturno; 
 É capaz de realizar 
tarefas simples; 
 Anda de bicicleta de três 
rodas; 
 Agarra uma bola a um 
metro de distância. 
 Imita uma cruz; 
 Desenha uma pessoa com 
cabeça, tronco e às vezes 
com outras partes do corpo; 
 Reconhece três cores; 
 Reconhece o alto e o baixo, 
atrás e diante; 
 Se interessa pelo nome dos 
objetos. 
 Passeia sozinha, visita 
vizinhos; 
 Fala de modo inteligível 
mas guarda um linguajar 
infantil; 
 Compreende cerca de 1000 
palavras; 
 Diz seu nome, sexo, idade; 
 Interessa-se por 
atividades de casa; 
 Pergunta muito; 
 Escuta as histórias e pede 
para repetir as que gosta; 
 Brinca com outras crianças 
e começa a partilhar; 
 Manifesta afeição por seus 
irmãos e irmãs; 
 Crise de personalidade: 
opõe-se vigorosamente a 
outrem para afirmar-se; 
 Pergunta pelo nome dos 
objetos; 
 Começo da utilização do 
pronome pessoal e do 
advérbio de lugar. 
4 a 5 
anos 
 Salta-se; 
 Balança-se; 
 Desce as escadarias, 
pondo de um pé só em 
cada degrau. 
 Desenha um homem com os 
principais membros do corpo; 
 Copia um quadrado, um 
triângulo; 
 Sabe contar nos dedos; 
 Pode reconhecer quatro 
cores; 
 Pode apreciar o tamanho e a 
forma, distinguir o grosso e o 
 Fala de modo inteligível; 
 Escuta uma história e pode 
repetir os fatos; 
 Protesta energicamente 
quando impedido de fazer 
o que quer; 
 Mostra interesse pelas 
atividades dos adultos; 
 Aparecem os medos 
Profª Aretusa Delfino
 29 
fino; 
 Sabe dizer sua idade. 
infantis; 
 Conhece uma quinzena de 
verbos de ação. 
 
 
Idade 
(anos) 
Físico e motor Mental Adaptativo Pessoal-social 
6 
Crescimento e ganho de 
peso continuam 
lentamente Peso: 16-
23,6kg; Altura: 106,6-
123,5cm; 
Irrompem os incisivos 
centrais da mandíbula, 
perde o primeiro dente; 
Aumento gradativo da 
destreza; 
Idade ativa: atividade 
constante; 
Frequentemente retorna 
a se alimentar com as 
mãos; 
Mais ciente da mão como 
instrumento; 
Gosta de desenhar, pintar 
e colorir; 
A visão alcança a 
maturidade. 
Desenvolve o conceito 
dos números; 
Conta 13 centavos; 
Sabe se é manhã ou 
tarde; 
Define objetos comuns, 
como garfo e cadeira em 
relação a seu uso; 
Obedece a comandos 
triplos em sucessão; 
Conhece as mãos direita e 
esquerda; 
Diz qual é bonito e qual é 
feio dentre uma sériede 
desenhos ou faces; 
Descreve os objetos em 
uma figura em vez de 
apenas numerá-los; 
Frequenta o primeiro 
grau. 
Na mesa, usa a faca para 
espalhar a manteiga ou 
geléia sobre o pão; 
Na brincadeira, corta, 
dobra, cola brinquedos de 
papel, costura de forma 
rudimentar quando a 
agula é enfiada, 
Toma banho sem 
supervisão; 
Realiza sozinho as 
atividades da hora de 
dormir; 
Lê a partir da memória: 
aprecia jogos de soletrar; 
Gosta de jogos de mesa, 
verificadores jogos de 
cartas simples; 
Ri bastante; 
Por vezes rouba dinheiro 
ou itens atraentes; 
Tem dificuldade em 
admitir os erros; 
Experimenta as próprias 
habilidades. 
Pode compartilhar e 
cooperar melhor; 
Precisa de crianças de 
mais idade; 
Fará trapaça para ganhar; 
Frequentemente se 
engaja em brincadeiras 
brutas; 
Frequentemente 
ciumento em relação ao 
irmão mais jovem; 
Faz o que observa os 
adultos fazendo; 
Pode ter acessos de raiva 
ocasionais; 
Faz alarde; 
É mais independente, 
provavelmente influência 
da escola; 
Tem seu próprio meio de 
fazer as coisas; 
Aumenta a socialização. 
7 
Começa a crescer pelo 
menos 5cm por ano; 
Peso 17,7-30kg; Altura: 
111,8-129,7cm; 
Irrompem os incisivos 
centrais maxilares e 
incisivos laterais 
mandibulares; 
Mais cauteloso nas 
abordagens para novas 
realizações; 
Repete as performances 
para dominá-las; 
A mandíbula começa a se 
expandir para acomodar 
os dentes permanentes. 
Observa que certas 
partes estão faltando nas 
figuras; 
Repete três números de 
trás para a frente; 
Desenvolve o conceito de 
tempo: lê o relógio comum 
ou de pulso corretamente 
até quinze minutos: 
utiliza o relógio para fins 
práticas; 
Frequentemente a 
segunda série; 
Mais mecânico na leitura; 
frequentemente não para 
ao término da sentença, 
engole palavras como se, 
ou e ele. 
Usa a faca a mesa para 
cortar a carne: pode 
necessitar de ajuda com 
os pedaços duros ou 
dificeis; 
Escova e penteia os 
cabelos de maneira 
aceitável sem ajuda; 
Pode roubar; 
Gosta de ajudar e de 
fazer uma escolha; 
É menos resistente e 
aborrecido. 
Está-se tornando membro 
real do grupo familiar; 
Participa nas brincadeiras 
de grupo; 
Os meninos preferem 
brincar com os meninos, 
as meninas preferem 
brincar com as meninas; 
Passa bastante tempo 
sozinho, não exige muita 
companhia. 
8-9 
Continua a crescer 5cm 
por ano; 
Peso: 19,6-39,6kg; 
Altura:117-141,8cm; 
Irrompem os incisivos 
laterais (maxilares) e os 
caninos mandibulares; 
Movimentação fácil; 
Frequentemente graciosa 
e equilibrada; 
Sempre em movimento: 
Fornece semelhanças e 
diferenças entre duas 
coisas a partir da 
memória; 
Conta de trás para a 
frente de 20 até 1: 
compreende o conceito de 
reversibidade; 
Repete os dias da semana 
e os meses em ordem, 
sabe a data; 
Faz uso de instrumentos 
comuns, como martelo 
serrote e chave de fenda; 
Usa utensílios domésticos 
e de costura; 
Ajuda com as tarefas 
domiciliares rotineiras, 
como varrer e tirar pó; 
Assume a 
responsabilidade por 
compartilhar os deveres 
Fica tranquilo ao ficar em 
casa; 
Gosta dos sistema de 
recompensa; 
Dramatiza; 
É mais sociável; 
É mais comportado; 
É interessado nas 
relações menino-menina, 
mas não admitirá isto; 
Anda pela casa e pela 
Profª Aretusa Delfino
 30 
salta, pula, corre; 
Suavidade e velocidade 
aumentadas no controle 
dos movimentos finos, 
utiliza a escrita cursiva; 
Veste-se completamente 
sozinho; 
Gosta de fatigar-se; 
dificil de se tranquilizar 
após agitação; 
Maior flexibilidade: os 
ossos crescem mais 
rápido que os ligamentos. 
Descreve objetos comuns 
em detalhes, e não apenas 
sua utilização; 
Frequenta terceira e 
quarta séries; 
Lê mais: pode planejar, 
acordar mais cedo apenas 
para ler; 
Lê livros clássicos, mas 
também gosta de revistas 
em quadrinhos; 
Mais ciente do tempo, 
pode confiar-se que 
chegará na escola a 
tempo; 
Pode compreender 
conceitos de partes e 
todo (frações); 
Compreende os conceitos 
de espaço, causa e efeito, 
montagem (quebra-
cabeças), conservação 
(permanência de massa e 
volume); 
Classifica objetos por 
mais de uma qualidade, 
possui coleções. 
domésticos; 
Recolhe todos os seus 
pertences sobre a mesa; 
Compra artigos para 
pratica de alguma escolha 
ou lazer,compras; 
Transmite recados 
comuns; 
Gosta de revistas em 
quadrinhos; 
Gosta da escola: quer 
responder a todas as 
perguntas; 
Teme tirar uma nota 
baixa, fica envergonhado 
pelas notas baixas; 
É mais crítico em relação 
a si mesmo; 
Aprecia lições de 
esporte. 
comunidade livremente, 
sozinho ou com amigos; 
Gosta de competir e de 
participar de jogos; 
Mostra preferência por 
amigos e grupos; 
Brinca a maior parte do 
tempo com grupos do 
próprio sexo, mas está 
começando a se misturar; 
Desenvolve a modéstia; 
Compara-se aos outros; 
Aprecia escotismo, 
esporte de grupo. 
10-12 
Menino: crescimento 
lento na altura e rápido 
no peso; pode tornar-se 
obeso neste período; 
Peso: 24,3-58kg; Altura 
127,5-162,3cm; 
A postura é mais similar a 
de um adulto, superará a 
lordose; 
Menina: as alterações 
pré-púberes podem 
começar a aparecer; as 
linhas corporais tornam-
se mais suaves e 
arredondadas; o restante 
dos dentes irromperão e 
tenderão no sentido do 
desenvolvimento pleno 
(exceto os dentes do 
siso). 
Escreve histórias curtas; 
Frequenta da quinta a 
sétima série; 
Escreve cartas ocasionais 
para amigos ou parentes 
por iniciativa própria; 
Usa telefone para fins 
práticos; 
Responde a revista, ao 
rádio ou a outras 
publicidades; 
Lê informações práticas 
ou do próprio gosto 
histórias ou livros de 
biblioteca de aventura ou 
romance, histórias de 
animais. 
Produz artigos úteis ou 
executa trabalhos de 
reparos fáceis; 
Cozinha ou costura um 
pouco; 
Cria animais de 
estimação; 
Lava e seca o próprio 
cabelo; 
É responsável pela tarefa 
completa de higiene do 
cabelo, mas pode ter de 
ser lembrado disto; 
Por vezes fica sozinho em 
casa por uma hora ou 
mas; 
É bem sucedido na 
percepção das próprias 
necessidades ou daquelas 
de outras crianças 
deixadas a seus cuidados. 
Ama os amigos, conversa 
sobre eles 
constatemente; 
Escolhe mais 
seletivamente os amigos, 
pode ter um “melhor 
amigo”; 
Gosta de conversação; 
Desenvolve o início do 
interesse no sexo oposto; 
É mais diplomático; 
Gosta da família, a familia 
possui realmente 
significado; 
Gosta da mãe e quer 
agradá-la de diversas 
maneiras; 
Demonstra afeição; 
Gosta do pai, que é 
admirado e pode ser 
idolatrado; 
Respeita os pais. 
 
Crescimento e desenvolvimento durante a adolescência 
 
INÍCIO DA ADOLESCÊNCIA 
(11-14 ANOS) 
ADOLESCÊNCIA MÉDIA 
(15-17ANOS) 
FINAL DA ADOLESCÊNCIA 
(18-20 ANOS) 
Crescimento Crescimento desacelerado nas 
meninas 
A estatura alcança 95% da 
altura do adulto 
Caracteres sexuais secundários 
bem avançados 
Fisicamente maduro 
Crescimento da estatura e 
reprodutor quase completos 
Crescimento rapidamente 
acelerado 
Alcança velocidade máxima 
Surgem os caracteres sexuais 
secundários. 
Cognição Desenvolvendo a capacidade Pensamento abstrato 
Profª AretusaDelfino
 31 
Explora a capacidade recém-
descoberta para o pensamento 
abstrato limitado 
Procura de forma desajeitada 
por novos valores e energias 
Comparação da “normalidade” 
com os colegas do mesmo sexo. 
para o pensamento abstrato 
Aprecia a força intelectual, 
frequentemente em termos 
idealistas 
Preocupa-se com problemas 
filosóficos, políticos e sociais. 
estabelecido 
Pode perceber opções de longo 
alcance e agir sobre elas 
Capaz de ver problemas de 
forma abrangente 
Identidades intelectual e 
funcional estabelecidas 
Identidade Modifica a imagem corporal 
Muito centrado em si mesmo, 
narcisismo aumentado 
Tendência no sentido da 
experiência interna e da auto 
descoberta 
Apresenta uma vida rica em 
fantasias 
Idealista 
Capaz de perceber implicações 
futuras do comportamento e das 
decisões atuais, aplicação 
variável. 
Definição da imagem corporal e 
do papel sexual quase garantida 
Identidade sexual madura 
Fase de consolidação da 
identidade 
Estabilidade da auto-estima 
Confortável com o crescimento 
físico 
Funções sociais definidas e 
articuladas 
Preocupa-se com as rápidas 
alterações corporais 
Experimenta vários papéis 
Medida da atração por aceitação 
ou rejeição por parte dos 
colegas 
Conformidade com as normas do 
grupo. 
Relacionamento c/ os pais Conflitos importantes sobre 
independência e controle 
Baixo nível na relação pai-filho 
Grande impulso para a 
emancipação, desengajamento 
Desligamento emocional final e 
irreversível dos pais, 
lamentação. 
Separação física e emocional 
dos pais completada 
Independência da família com 
menos conflito 
Emancipação quase garantida 
Definidos os limites entre 
independência 
Forte desejo de permanecer 
dependente dos pais, enquanto 
tenta desvincular-se 
Nenhum conflito importante 
sobre o controle paterno. 
Relacionamento c/ os colegas Forte necessidade de identidade 
para firmar a auto imagem 
Padrões comportamentais 
estabelecidos pelo grupo de 
colegas 
Aceitação pelo grupo de colegas 
extremamente importante – 
medo da rejeição 
Exploração da capacidade de 
atrair o sexo oposto. 
O grupo de amigos diminui de 
importância em favor da 
amizade individual 
Testando as relações homem-
mulher contra a possibilidade de 
aliança permanente 
Relações caracterizadas por da 
e compartilhar. 
Procura juntar-se aos colegas 
para contrapor à instabilidade 
gerada pela alteração rápida 
Excitação da intimidade, 
amizades idealizadas com 
membros do mesmo sexo 
A disputa pela aliança ocorre 
dentro do grupo de amigos. 
Sexualidade Relacionamento plurais múltiplos 
Virada decisiva no sentido da 
heterossexualidade (quando 
homossexual, sabe em torno 
desse período) 
Exploração do “sex-appeal” 
Sensação de “estar apaixonado” 
Tentativa de estabelecer 
relacionamentos. 
Forma relacionamento estáveis 
Capacidade crescente para 
mutualidade e reciprocidade 
Encontro como um par 
masculino-feminino 
A intimidade envolve 
compromisso em vez de 
exploração e romantismo. 
Auto-exploração e avaliação 
Encontros limitados, geralmente 
em grupos 
Intimidade limitada. 
Saúde Psicológica Tendência no sentido de 
experiências internas, mais 
introspectivo 
Tendência para retirar-se 
quando contrariado ou magoado 
Vacilação das emoções no tempo 
e na amplitude 
Sentimentos de inadequação 
comuns, dificuldades em pedir 
ajuda. 
Maior constância da emoção 
raiva mais propensa a ser 
controlada 
Amplas oscilações do humor 
Intensos devaneios 
Raiva abertamente expressa 
com mau humor, surtos de ira e 
insultos verbais. 
Profª Aretusa Delfino
 32 
 
UNIDADE 6 
 
 
 ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA 
INFÂNCIA - AIDPI 
 
Objetivos: 
 
 Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade associada às principais causas de doença na 
criança 
 Introduzir medidas de promoção e prevenção na rotina de atendimento das crianças 
 Acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança 
Principais componentes: 
 Acolhimento 
 Melhoria no manejo e tratamento de casos 
–Identificação de sinais clínicos que permitem a avaliação e classificação adequada do quadro, triando 
rapidamente a situação de risco: 
 
 
Manejo da criança doente: 
Avaliar a criança 
 Verificar sinais de perigo 
 Tosse / dificuldade para respirar 
 Diarréia 
 Febre 
 Problema de ouvido 
 Anemia e desnutrição 
 Estado de vacinação 
Aconselhar a mãe ou acompanhante 
 
 Alimentação da criança 
 Administração de líquidos 
 Cuidados gerais com a criança 
 Quando retornar imediatamente 
 Quando retornar para seguimento 
 Cuidados sobre sua própria saúde 
 
Profª Aretusa Delfino
 33 
UNIDADE 7 
 
INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS AGUDAS – IRA 
 
As infecções respiratórias agudas são as infecções do aparelho respiratório que afetam o nariz, 
a garganta, os ouvidos, a laringe, os brônquios e os pulmões, causando inflamação, sinusite, bronquite, 
asma e pneumonia. A criança com infecção respiratória aguda pode ter tosse, nariz escorrendo, dor de 
ouvido, dor de garganta, chiado no peito, 
dificuldade para respirar, febre ou temperatura muito baixa. Além disso, a criança perde o apetite, 
pode ficar muito irritada e chorosa. Algumas ficam com os olhos vermelhos e lacrimejando. As crianças 
maiores reclamam de dor de cabeça e dores no corpo. 
As infecções respiratórias agudas, principalmente a pneumonia, podem trazer risco de vida 
quando não tratadas. 
 
Toda a criança que apresenta um destes sinais, por até 7 dias sem melhorar, deve ser levada ao serviço 
de saúde 
 
Cuidados para crianças com IRA - Infecção Respiratória Aguda 
 
 
NARIZ ENTUPIDO 
• Lavar com soro fisiológico cada narina, sempre que necessário. Este soro 
pode ser preparado em casa, misturando 1 colher pequena de sal com um 
litro de água fervida e deve ser preparado todos os dias. 
 
 
 
TOSSE 
• Dar bastante líquido (chás caseiros ou água). Evitar dar xaropes contra a 
tosse. A tosse ajuda a eliminar o catarro. Quando a criança está com 
dificuldade de eliminar o catarro, fazer tapotagem: deitar a criança de 
bruços, no colo, e bater com as mãos em concha nas suas costas. 
 
 
FEBRE 
• Dar banho morno e aplicar compressas úmidas só com água na testa, nuca e 
virilha. 
• Na febre alta, usar anti-térmico e procurar atendimento médico. 
 
 Deitar a criança com a cabeça e os ombros mais altos do que o resto do corpo. 
 Fazer vaporização na criança, usando um vaporizador ou uma chaleira ou bule com água 
fervendo, apenas nos casos de tosse rouca. 
 Onde o clima é seco, colocar uma vasilha com água e panos molhados perto da criança. 
 Mantenha a alimentação normal da criança, em pequenas quantidades e intervalos menores – 
oferecendo várias vezes durante o dia, sem forçar, evitando assim que a criança engasgue ou 
vomite. 
 Lembrar que durante o período de doenças infecciosas a criança precisa de mais calorias 
através dos alimentos 
 As vacinas que protegem contra a coqueluche e a difteria (DPT), contra as formas graves 
de tuberculose (BCG) e contra o sarampo, ajudam a prevenir as doenças respiratórias. Por 
isso, todas as crianças da família precisam estar vacinadas 
 
Profª Aretusa Delfino
 34 
 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS 
 
 
1.OTITE MÉDIA: Classifica-se em Otite Média Aguda,Otite Média Supurativa,Otite Média 
Supurativa Crônica 
 
ETIOLOGIA: Streptococus pneumoniae; Haemophilus influenza. 
Nãoinfecciosa, em conseqüência do bloqueio por edema das trompas de Eustárquio. 
Rinite alérgica. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Otalgia, febre, secreção auditiva de característica purulenta. 
 
TRATAMENTO: Antibioticoterapia, analgésico, antitérmico, cirúrgico (casos graves). 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
OBJETIVO: Diminuir a dor e orientar para evitar recidivas 
 
*Aplicar calor com compressa morna no local; 
*Manter os cuidados com a higiene do ouvido; 
*Orientar sobre perdas temporárias da audição; 
*Cuidado com água no canal auditivo; 
*Observar sinais de hipertermia 
 
2.AMIGDALITE: É uma inflamação das amígdalas, que geralmente ocorre associada à faringite. 
 
ETIOLOGIA: Agentes virais;Agentes bacterinaos (Streptococus). 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Hipertermia, anorexia, halitose, respiração pela boca com sensação de 
irritação da mucosa, orofaringe hiperemiada, exsudato. 
 
TRATAMENTO: Analgésico, antitérmico, antibioticoterapia, cirurgias (amidalectomia) 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
*Cuidados visam o conforto do paciente; 
*Minimizar as manifestações clínicas; 
*Administrar NBZ; 
*Manutenção hídrica adequada; 
*Uso de analgésicos e antitérmicos 
 
3.FARINGITE:É a inflamação da faringe, e tem seu agente etiológico como um dos causadores de 
seqüelas graves. 
 
 
ETIOLOGIA: Espretococcus beta-hemolítico do grupo A e seqüelas; Febre reumática; Glomerulonefrite 
aguda 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Cefaléia, mal-estar, anorexia, rouquidão, tosse, dor abdominal, vômito, 
inflamação com exsudato. 
 
TRATAMENTO: Antibioticoterapia (penicilina), analgésico, antitérmico. 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
Profª Aretusa Delfino
 35 
 
 Aliviar sintomas 
 Aplicar compressas mornas 
 Manter ingesta hídrica adequada 
 Dieta branda e líquida 
 
4.LARINGITE: Infecção da laringe causada por agentes virais. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Odinofagia, indisposição, febre, congestão nasal, rouquidão, cefaléia, 
coriza. 
 
TRATAMENTO: Líquidos e ar umidificado 
 
 
 
5.GRIPE: Infecção causada geralmente por vírus de diferentes tipos, que sofrem 
alteraçõessignificativas no tempo. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Mucosa e faringe seca, rouquidão, febre, mialgia, calafrios, fotofobia, 
prstração. 
 
TRATAMENTO: Sintomático 
 
6. BRONQUITE: Inflamação das grandes vias aéreas, estando invariavelmente associado a uma IRA. 
 
ETIOLOGIA: Agentes virais, sendo muito comum o Mycoplasma pneumoniae. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:Tosse seca, metálica e improdutiva, respiração ruidosa, dor torácica, 
falta de ar, vômito e febre. 
 
TRATAMENTO:Diminuir temperatura, dor e umidificar secreções. 
 
 
7. BRONQUIOLITE: Infecção viral aguda dos bronquíolos, que ocorre principalmente no inverno. 
 
ETIOLOGIA: Adenovírus,Influenza 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Obstrução das VA, faringite, tosse, sibilância, febre, taquipnéia, 
cianose, agitação, dispnéia, fome de ar intensa, batimento da aleta nasal. 
 
TRATAMENTO:Tratar com ar umidificado,Aumentar a ingesta hídrica, Graves: oxigenioterapia e 
terapia venosa 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 Observar oxigenioterapia e terapia endovenosa 
 Verificar SSVV 
 Elevar decúbito 
 Observar permeabilidade das VA 
 Estimular espirometria de incentivo 
 
8.PNEUMONIA: É a inflamação do parênquima pulmonar, dificultando as trocas gasosas. 
FATORES DE RISCO: 
Profª Aretusa Delfino
 36 
 
Idade < 6 anos 
Estado imunológico 
Situação econômica precária 
Poluição ambiental 
Pais fumantes 
Baixo peso 
Desmame 
 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA: 
 
 Pneumonia viral: tosse, febre, taquipnéia, cianose, fadiga, prostração, presença de ruídos respiratórios 
e estridores. 
 
TRATAMENTO: Sintomático, oxigênio, fisioterapia respiratória e líquidos 
 
Pneumonia Bacteriana (pneumococos): tosse, indisposição, respiração rápida e superficial, dor torácica, 
batimento da aleta nasal, cianose, palidez agitação e letargia. 
 
CRIANÇAS MAIORES: antibióticos, antitérmicos, sedativos para tosse, repouso e líquidos. 
CRIANÇAS MENORES: mesmo das crianças maiores, com líquido endovenoso e oxigenioterapia. 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 Avaliar respiração 
 Administar oxigenioterapia 
 Controlar SSVV 
 Elevar decúbito 
 Estimular drenagem postural 
 Aspirar secreções quando necessária 
 Aliviar desconforto 
 
Pneumonia Aspirativa: Aspiração de líquidos ou alimentos, provocado pela dificuldade de deglutir em 
função de paralisias, debilidade, ausência do reflexo da tosse. 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
Os mesmos da pneumonia bacteriana. 
Orientação aos pais quanto a prevenção desse tipo de pneumonia 
 
 
9. ASMA :Obstrução das VA por edema e/ou muco, desencadeada por diversos estímulos. 
 
ETIOLOGIA: Duvidosa, pode ter relação com fatores bioquímicos, imunológicos, alérgicos, climático, 
psicológico, físicos. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Tosse, irritabilidade, falta de ar, sibilância audível, rubor, lábios 
avermelhados escuro, progredindo para cianose, sudorese, diafragma deprimido. 
TRATAMENTO: Uso de corticoesteróide, antiinflamatório, broncodilatores.Realização de exercícios 
através da fisioterapia respiratória. 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 Identificar e eliminar fatores irritantes e alérgicos. 
 Orientar os pais sobre a doença e no reconhecimento de sinais agudos. 
Profª Aretusa Delfino
 37 
 
 Anotações 
 Controle rigoroso da terapia endovenosa. 
 Administrar oxigenioterapia. 
 Oferecer líquidos(controle). 
 Elevar decúbito. 
 Controlar SSVV 
 Estimular participação dos pais nos cuidados. 
 
Profª Aretusa Delfino
 38 
UNIDADE 8 
 DIARRÉIA AGUDA 
 A diarréia aguda é uma doença caracterizada pela perda de água e outros componentes químicos 
fundamentais para o bom funcionamento do organismo. Resulta do aumento do volume e freqüência da 
evacuação e da diminuição da consistência das fezes, que podem se apresentar líquidas e, algumas 
vezes, conter muco e sangue, como acontece nas disenterias. 
 A maioria das diarréias agudas é provocada por um agente infeccioso - vírus ou bactéria , e 
geralmente dura menos de duas semanas. Mais de cinco evacuações diárias, líquidas ou pastosas 
caracterizam esta doença, que na maior parte das vezes é causada pela contaminação da água ou dos 
alimentos. Embora se possa ter diarréia em qualquer idade, as crianças são suas maiores vítimas. Tanto 
é assim que a diarréia aguda é a maior causa da internação de crianças de até cinco anos e a 
desidratação, sua pior conseqüência, é uma das principais responsáveis pelas altas taxas de mortalidade 
infantil em nosso país. 
 Principais causas da diarréia aguda 
1. Falta de higiene tanto pessoal como no ambiente domiciliar e sua proximidade; 
2. Ingestão de alimentos contaminados: mal lavados, mal conservados ou lavados ou cozidos em 
água contaminada; 
3. Desmame precoce: pelo risco de a mamadeira ser mal lavada ou feita com água contaminada; 
4. Falta de saneamento básico: moradias sem rede de esgoto, com córregos ou rios contaminados, 
próximas a esgotos correndo a céu aberto 
 1.0-Diagnóstico: 
 Nos serviços de saúde, os profissionais ficam atentos aos sintomas que se referem à diarréia e à 
desidratação, preocupando-se igualmente com alguma outra doença que possa estar associada. 
 Em geral, o quadro clínico de uma diarréia aguda, principalmente na infância, apresenta maior ou 
menor importância dependendo da gravidade da perda de água e de outros elementos químicos 
importantes, pelas fezes, vômito ou febre. Noutras palavras, uma diarréia aguda é tão mais grave 
quanto maior a desidratação que vier a causar.Por outro lado, nas diarréias crônicas predominam os sinais de desnutrição - cujo sintoma mais 
evidente é o emagrecimento.A partir desses conhecimentos, pode-se concluir que as diarréias podem 
vir a afetar o estado geral do paciente - principalmente se crianças - de modo mais ou menos severo, 
dependendo da intensidade do quadro. Devemos, portanto, estar atentos aos sinais e sintomas da 
desidratação: 
1 – Depressão na fontanela ou moleira dos bebês 
2 – Olhos encovados e sem brilho 
3 – Expressão lânguida no rosto 
Profª Aretusa Delfino
 39 
4 – Lábios ressequidos 
5 – Língua esbranquiçada e grossa 
6 – Pulso fraco 
7 – Pouca urina 
8 – Prostração ou torpor 
9 – Ocorrência ou não de febre 
 2.0 - Tratamento da diarréia aguda 
 O tratamento será determinado em função do quadro apresentado. Como as crianças são os 
pacientes preferenciais dessa doença, veremos a seguir as possibilidades mais freqüentes: 
I - A criança com diarréia, mas sem sinais de desidratação:Os familiares devem ser orientados 
sobre a doença, o risco de complicações e a adotar seguinte conduta: 
1. Procurar o serviço de saúde; 
2. Dar mais líquidos à criança, preparados com ingredientes disponíveis em casa, como o soro 
caseiro, chás, água de cozimento de cereais como o arroz e o milho, sopas e sucos; 
3. Dar líquidos após cada evacuação; 
4. Manter a alimentação habitual, em especial o leite materno, aumentando a freqüência das 
mamadas; 
5. Não mudar o tipo e quantidade dos alimentos que a criança come. 
II - A criança com diarréia e sinais de desidratação (mesmo grave) 
 A reidratação oral com soro é o tratamento ideal. A quantidade de solução a ser ingerida variará 
em função da perda de líquidos apresentada pela criança. Suas principais recomendações são: 
 1. Continuar a oferecer o leite materno, junto com o soro, aos bebês. Com relação às crianças maiores, 
enquanto mantiverem os sinais de desidratação deverão receber apenas o soro, com freqüência. 
 2.Se o paciente vomitar, o volume administrado de soro deve ser reduzido; e a freqüência da 
administração, aumentada (menos quantidade de soro, oferecido mais vexes durante o dia). 
 3.Na medida em que a criança se reidrata a febre causada pela desidratação geralmente cede. O uso 
de antitérmicos, nesta fase, deve ser evitado. 
 4. A família deve estar atenta aos sinais de piora e, caso ocorram, proceder a administração do soro 
de reidratação oral e levar a criança imediatamente ao serviço de saúde. 
Principais sinais de piora: sede intensa, vômitos freqüentes,piora da diarréia , irritabilidade , 
prostração , choque. 
Profª Aretusa Delfino
 40 
 
 Anotações 
 
 3.0 - Prevenção da diarréia aguda 
As seguintes e simples medidas podem ser adotadas para evitar a ocorrência das diarréias agudas: 
1. Manter uma boa higiene pessoal, tanto corporal como da moradia; 
2. Lavar as mãos com sabão após limpar uma criança que acaba de evacuar; após a própria 
evacuação; antes de preparar a comida; antes de comer e antes de alimentar as crianças. 
3. Na falta de água tratada, ferver a água e filtrar, tanto para o cozimento quanto para a ingestão; 
4. Lavar, com água fervida, os utensílios utilizados no preparo dos alimentos; 
5. Não ingerir alimentos contaminados, mal conservados ou mal acondicionados; dar preferência aos 
alimentos saudáveis e preparados na hora; 
6. Guardar, limpas, secas e em sacos plásticos, as verduras, legumes e frutas na parte de baixo da 
geladeira ou em local fresco, utilizando-as logo que possível; 
7. Verificar o prazo de fabricação e validade dos produtos adquiridos em supermercados. Caso 
estejam vencidos, pressionar para que sejam retirados das prateleiras; 
8. Manter o aleitamento materno exclusivo recomendado para bebês até 6 meses de vida; 
9. Seguir o esquema básico de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde, uma vez que as 
doenças infecciosas agridem o organismo, diminuindo a resistência da criança e, assim, tornando-a mais 
vulnerável à diarréia. A imunização contra o sarampo, por exemplo, reduz a mortalidade por diarréia e 
deverá ser feita a partir dos 9 meses; 
10. A disponibilidade de água encanada nas moradias é o fator mais eficaz para o controle das 
diarréias infecciosas. Onde não houver saneamento básico, as pessoas devem acondicionar a água - 
tanto para uso doméstico como para ingestão - em depósito limpo e tampado; 
11. Dar destinação correta ao lixo doméstico e construir fossas domiciliares, evitando, desse modo, a 
contaminação ambiental e alimentar pelo lixo e/ou fezes. 
 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 41 
UNIDADE 9 
DESNUTRIÇÃO 
 
A desnutrição pode ser classificada em LEVE, MODERADA E GRAVE. A classificação da 
intensidade está baseada no déficit de peso em relação à idade, e a altura assim como na altura em 
relação a idade – adotando-se como base uma curva do crescimento. 
 
 
 
QUADRO I: Classificação da desnutrição segundo a tabela de crescimento do NCHS: 
 
 LEVE MODERADA GRAVE 
Peso/Idade Déficit de 10 a 25% Déficit de 26 a 40% Déficit > 40% 
Peso/Altura Déficit de 10 a 20% Déficit de 21 a 30% Déficit > 30% 
Altura/Idade Déficit de 5 a 10% Déficit de 11 a 15% Déficit > 15% 
 
OBS: É importante observar que toda criança desnutrida com edema, independentemente do seu 
déficit de peso é considerada como desnutrido grave. 
 
SINAIS CLÍNICOS DOS CASOS GRAVES DE DESNUTRIÇÃO 
Trata-se de um grupo de condições patológicas, resultante da falta concomitante de calorias e 
proteínas em proporções variáveis, que acomete, com maior freqüência os lactentes e pré-escolares e, 
freqüentemente associada a carência de vitaminas e minerais. 
As formas graves de desnutrição . o marasmo, o kwashiokor e as formas mistas . se manifestam 
clinicamente de maneira típica, conforme relacionado abaixo, e devem ser reconhecidas pelos 
profissionais de saúde para referência imediata a um serviço de maior complexidade onde estejam 
disponíveis recursos e condutas adequadas para a recuperação nutricional. 
 
MARASMO 
• Magreza extrema e atrofia muscular. 
• Perda intensa de tecido subcutâneo. 
• Abdômen proeminente devido à magreza. 
• Aspecto simiesco. 
• Pele frouxa, sobretudo nas nádegas. 
• Peso para idade sempre inferior ao percentil 3. 
• Irritabilidade. 
• Apetite preservado na maioria dos casos. 
KWASHIORKOR 
• Edema geralmente generalizado. 
• Perda moderada de tecido subcutâneo. 
• Hepatomegalia. 
• Cabelo fraco, seco e descolorido. 
• Alterações cutâneas são freqüentes. 
• Peso para idade muito abaixo do percentil 3. 
• Apatia. 
• Anorexia. 
 
KWASHIORKOR MARASMÁTICO 
 
• Características de marasmo com edema ou sinais de kwashiorkor em crianças com perda intensa de 
tecido subcutâneo e peso para idade inferior ao percentil 3. 
Profª Aretusa Delfino
 42 
 
 Anotações 
• Depois de curto período de tratamento, com o desaparecimento do edema, apresentam 
características típicas de marasmo. 
 
 
 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 43 
UNIDADE 10 
DESIDRATAÇÃO 
 
1. Definição: É a deficência de água e eletrólitos corpóreos por perdas superiores à ingesta devido a 
anorexia, restrição hídrica, por perdas aumentadas gastrintestinais (vômito e diarréia), perda urinária 
(diurese osmótica, administração de diuréticos, insuficiência renal crônica), e perdas cutâneas e 
respiratórias (queimaduras e exposição ao calor). 
 
2. Causas: A mais freqüente decorre de perdas gastrintestinais. A diarréia é portanto a causa mais 
importante e responsável por óbitos em crianças menoresque 5 anos, podendo evoluir de modo mais 
prolongado e desfavorável em crianças sem aleitamento materno, desnutridas, imunodeprimidas ou em 
doenças crônicas. Além do que a incidência é maior nas populações de baixo nível socioeconômico. 
 
3. Diagnóstico: Segundo a estratégia do AIDPI, as crianças precisam ser avaliadas até os 5 anos 
obedecendo o seguinte critério: Avaliação da sua condição geral, pesadas sem roupas e verificar se 
há sinais de alerta. 
 
PERGUNTAR OBSERVAR 
1. A criança consegue beber ou mamar no 
peito? 
2. A criança vomita tudo o que ingere? 
3. A criança apresentou convulsão? 
Verifica se a criança está letárgica ou comatosa. 
 
A perda de peso aguda é o melhor indicador de desidratação. A classificação pode ser basear no quadro 
clínico dividido em três grupos: 
 
Quadro I: Classificação da desidratação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os quatro sinais (*) são fundamentais, de acordo com a estratégia da Atenção Integrada às doenças 
Prevalentes na Infância (AIDPI). 
 
Dados clínicos Classificação 
 Sem desidratação Desidratação leve Desidratação grave 
Aspecto* Alerta Irritado com sede 
Letárgico inconsciente 
(comatoso) 
Circulação ou fluxo 
periférico (rubor 
palmar/palmar 
Menor que 3 seg. 3-8 seg. Mais de 8 seg. 
Pulso Cheio Fino 
Muito fino ou 
impalpável 
Elasticidade da pele* 
(sinal de prega) 
Normal Diminuída Muito diminuída 
Olhos* Normais Fundos Muito fundos 
Fontanela Normal Funda ou deprimida Funda ou deprimida 
Mucosas Úmidas Secas Secas 
Sede* 
Bebe normalmente ou 
sem sede 
Bebe avidamente ou 
com sede 
Não consegue beber ou 
bebe muito mal 
Profª Aretusa Delfino
 44 
4. TRATAMENTO: DEPENDE DO GRAU DA DESIDRATAÇÃO 
 
4.1.CRIANÇAS SEM DESIDRATAÇÃO: 
 
 Se aleitamento materno exclusivo, aumentar a frequencia e o tempo, e oferecer soro de 
reidratação oral (SRO) com colher ou copo. 
 Se o aleitamento não for exclusivo – mantê-lo e oferecer a dieta habitual e líquido a vontade 
(SRO, liquido caseiro do tipo: caldo, água de arroz, suco, chás). 
Recomendar à mãe ou o cuidador das crianças a ofertar freqüentemente líquido com colher toda 
vez que evacuar na seguinte quantidade: 
 Até 01 ano: 50 – 100ml depois de cada evacuação aquosa. 
 Um ano ou mais: 100 – 200ml após cada evacuação aquosa. 
 Caso ocorram vômitos, aguardar 10 minutos e depois continuar, porém mais lentamente. 
 Continuar dando líquidos à vontade até a diarréia parar e não suspender a dieta habitual. 
 Esclarecer quanto aos sinais de gravidade ou risco, procurar o serviço médico, quando a criança 
não conseguir beber ou mamar no peito, quando houver piora do estado geral, aparecimento ou piora da 
febre, aparecimento de sangue nas fezes. 
 
4.2.CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO: 
 
Considerar desidratada as crianças que apresentarem dois sinais que seguem: 
Inquieta, irritada; Olhos fundos; bebe avidamente, com sede; Sinal de prega: a pele volta lentamente ao 
estado anterior. 
 Reiniciar a reidratação com SRO. 
 Pesar a criança sem roupa no início da reidratação e a cada hora. 
 Oferecer a criança o SRO toda vez que a criança deseja, no volume que aceitar de preferência 
com uma colher para manter volume constante e evitar vômito, toda vez que a criança evacuar. 
 Em caso de vômitos aguardar 10 minutos e reinicar o mesmo procedimento porém mais 
lentamente. 
 Como orientação inicial, a criança poderá receber SRO no volume de 50 – 100 ml/.kg, pelo 
período máximo de 4 a 6 horas, após esse período, iniciar terapêutica endovenosa. 
 Se a retenção de líquido for maior do que 20%, mantém-se essa terapia. Caso seja menor na 
primeira hora observa-se mais uma hora e caso mantenha baixa optar pela sonda nasogástrica, 
utilizando-se SRO, na quantidade e velocidade de 30 ml/kg/hora nos primeiros 10 a 15 minutos, 
podendo aumentar para 60 ml/kg/hora, quando bem tolerado. 
 A reidratação oral deve ser suspensa quando houver vômitos persistentes, convulsão, alteração 
do nível de consciência, íleo paralítico, ausência de ganho de peso após 2 horas da instalação da 
terapêutica. 
 
O ganho de peso é um excelente critério de sucesso da reidratação 
 
4.3. CRIANÇA COM DESIDRATAÇÃO GRAVE: 
 
Considera-se quando: comatosa, pulso fino impalpável, sinal da prega muito diminuído (mais de 2 
seg) olhos muito fundos, fontanela funda ou deprimida, mucosa seca, não consegue beber ou bebe muito 
mal. 
 
Inicia-se terapia endovenosa em três fases: expansão, manutenção e reposição. 
 Fase de expansão: 
Pesar a criança sem roupa 
Profª Aretusa Delfino
 45 
 
 Anotações 
Iniciar a infusão de: Soro a 5% e soro fisiológico a 0,9%, 1:1 com volume de 100ml/kg e velocidade de 
50ml/kg/hora. 
 
Obs. Caso a criança se mantenha desidratada deve-se prescrever outra fase igual, modificando apenas 
o volume: 50ml/kg, na velocidade de 25ml/kg/hora. 
 A fase da expansão termina quando a criança clinicamente estiver hidratada, com duas micções 
claras, densidade urinária menor que 1010, associada ao bom ganho de peso sem roupa. 
 
 Fase de manutenção: 
Visa repor perdas normais de água e eletrólitos que não proporcionais à atividade metabólica. 
Inicia-se com Soro Glicosado 5% - 80% (80%) mais Soro Fisiológico 0,9% (20%) 
Entre 10 a 20kg = 1.000ml+50ml/kg por cada quilo que passe, até (10 quilos). 
Acima de 20kg = 1.500 = 20ml/kg que passe. 
 
 Fase da reposição: 
Visa repor as perdas anormais no caso de diarréia, a reposição deve cobrir perdas fecais de água e 
eletrólitos. 
Repor: 50ml/kg em partes iguais de Soro Glicosado 5% e Soro Fisiológico a 0,9%. Pode ser aumentado 
para 100, 150 ou até 200ml/kg. Quando a criança necessitar de grandes volumes de líquidos. 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 46 
UNIDADE 11 
 
NECESSIDADES BÁSICAS DA CRIANÇA HOSPITALIZADA 
 
 Ao lidar com crianças é necessário considerar as necessidades biológicas fundamentais: sede, 
desejo de urinar, respirar, evacuar, movimentar-se ou não, de sentir um desconforto térmico, além de 
considerar também as necessidades afetivas. 
 Dentre as necessidades básicas da criança hospitalizada podemos encontrar: higiene; sono e 
repouso; eliminações; hidratação;alimentação; medidas de segurança e proteção (física, terapêutica e 
psicológica) e recreação. 
 
1.0.HIGIENE: 
 Desde pequena, a criança sente conforto ao ter seu corpo limpo. De 2 a 6 anos a criança 
desenvolve a capacidade de controlar os esfíncteres, o que deve ser ensinado com carinho e sem 
castigo, além de ser estimulada a lavar as mãos antes e após as refeições e escovar os dentes. 
 O banho é um procedimento exclusivo da enfermagem, devendo o enfermeiro prescrevê-lo, 
indicando o tipo de banho e o melhor horário de acordo com o estado geral da criança e , sempre que 
possível, respeitando os hábitos e costumes da mesma. 
 Na higienização da criança, o técnico de enfermagem deve seguir os seguintes procedimentos: 
1. Respeitar sua individualidade, procurando realizar a higiene da criança maior em ambiente 
privado. 
2. Cortar as unhas da criança sempre que necessário ( para evitar lesões de pele) 
3. Lavar os cabelos da criança em dias alternados de acordo com as condições higiênicas do couro 
cabeludo. 
4. Fechar a porta ou as janelas durante o banho, evitando-se correntes de ar. 
5. Sempre que possível deixar a mãe ou acompanhante participar dos cuidados de higiene do seu 
filho. 
 
Objetivo: promover e proteger a saúde da criança. 
 
TIPOS DE HIGIENE: 
 
Banho : È um procedimento de rotina no momento da admissão, diariamente e sempre que necessário. 
O banho diário é indispensável a saúde, proporciona bem-estar,estimula a circulação sanguínea e 
protege a pele contra diversas doenças. 
 O momento do banho deve ser aproveitado para estimular a criança com ( ou através de ) 
estímulos psico-emocionais ( acariciar), auditivos ( conversar e cantar) e psicomotores ( inclusive 
movimentos ativos com os membros) 
Tipos de Banho: 
 
 Banho de chuveiro: Normalmente é indicado para crianças na faixa etária pré-escolar, escolar 
e adolescente, que consigam deambular, sem exceder sua capacidade em situação de dor. 
- Incentivar a criança a banhar-se sob supervisão ou, em caso de adolescente, que queiram 
privacidade, permitir que tome banho sozinho. 
- Quando for possível, ao término, verificar a limpeza da região atrás do pavilhão auditivo,mãos, pés 
e genitais. 
 Banho de imersão ( banheira) : É indicado para lactentes e pré-escolares que estejam 
impossibilitados de ir ao banheiro. Sua escolha dependerá do estado geral da criança. 
 - No caso de crianças em uso de oxigênio, verificar a possibilidade de outro profissional para 
segurar a fonte de oxigênio durante o banho. 
 - Sempre que possível estimular a mãe ou acompanhante a participar do procedimento. 
Profª Aretusa Delfino
 47 
 - É necessário que durante o procedimento se converse e explique para a criança, 
independentemente da faixa etária, tudo o que está sendo feito, em tom de voz baixo e tranqüilo. 
 Banho no Leito: Refere-se ao banho da criança acamada( escolar e adolescente), sem condições 
de receber o banho de imersão, seguindo todos os procedimentos anteriores. 
 -Deve-se lavar os cabelos antes de lavar o corpo ( evita que a criança fique com corpo exposto 
durante muito tempo). 
 Banho Medicamentoso: É usado para limpeza de pele, servindo também para alívio do prurido 
que acompanha algumas dermatites ( banho com permanganato de potássio, banho de luz, banho 
de sol etc.) 
 Banho do Couro Cabeludo : Deve ser feita de preferência durante o banho, em dias alternados, 
e de acordo com as condições de higiene da criança. 
 - Lavar o couro cabeludo com as pontas dos dedos e não com as unhas, para evitar machucar a 
criança, massageando delicadamente. 
 - Além da lavagem do couro cabeludo com água e sabão, é importante pentear os cabelos, o que 
dará melhor aspecto à criança, sendo também uma oportunidade para detectar lesões ou presença de 
pediculose. 
Higiene das mãos: 
 Muitas infecções e doenças são transmitidas através das mãos, mas o ciclo pode ser facilmente 
interrompido pela higiene adequada tanto das pessoas que cuidam das crianças, quanto delas próprias, além 
de lembrar o indispensável cuidado com as unhas que devem ser mantidas curtas ( diminuem o risco de 
lesões de pele) 
Higiene Oral: 
É a limpeza adequada da boca da criança, tendo como objetivo obter uma dentição permanente, 
equilibrada e intacta. É indicada nas crianças menores e/ou nas que apresentam lesões da mucosa oral, após 
vômitos, crianças com sonda nasogástrica (SNG) ou em jejum. 
 -Nos lactentes sem dentes, deve ser realizada a limpeza da gengiva e da língua uma vez por dia, com 
água filtrada e gaze. 
 -Nos lactentes com dentes, pré-escolares, escolares e adolescentes, deverá ser realizada com auxílio 
de dentifrício ( preparado que serve para limpar os dentes) com flúor e escova com cerdas macias, 
realizando movimentos circulares em todos os dentes, individualmente, e por último a língua, em movimento 
único de dentro para fora. 
 
Higiene do Coto Umbilical: 
 Tem como objetivo prevenir infecções e hemorragias, além de acelerar o processo de 
cicatrização. 
 -Manter o coto posicionado para cima, evitando contato com fezes e urina; efetuar higiene na inserção 
e em toda extensão do coto umbilical, evitando que o excesso de álcool escorra pelo abdômen. 
 -Fazer curativo com álcool a 70% até a queda do coto umbilical ou de acordo coma rotina da unidade. 
 -Observar e registrar as condições do coto ( presença de secreção ou sangramento) e região 
periumbilical ( hiperemia e calor) 
Higiene Perineal: 
 É um procedimento importante que permite observar o aspecto e a consistência das 
eliminações da criança e as condições da pele da criança. A criança hospitalizada necessita, na maioria das 
vezes, de controle de diurese, sendo assim, a fralda descartável tem maior utilidade, pois além de oferecer 
menos riscos de assadura, é mais fidedigno, porque a urina fica armazenada, ocorrendo menos vazamento. 
 - Para trocar a criança após evacuação, é necessário lavar a região glútea ( anal) com água e sabonete 
com PH neutro. 
Obs 1: nas meninas deve-se afastar os grandes lábios e limpar com movimentos longitudinais únicos e 
sentido ântero-posterior. 
Obs2: nos meninos, quando for possível, deve-se retrair a glande delicadamente. 
Obs3: é importante que depois da limpeza a criança esteja com os glúteos, a virilha e os genitais externos 
secos para colocação da fralda limpa. 
Profª Aretusa Delfino
 48 
 - O uso de hidratante é aconselhado para manter a resistência da pele. 
 -Quando a criança pode deambular, supervisionar a higienização dos genitais e região anal após micção e 
evacuação. 
 - A criança acamada com controle esficteriano deve ser orientada quanto ao uso de papagaio e/ou 
comadre. 
Higiene Nasal : 
 É a remoção de muco acumulado nas narinas com o objetivo de facilitar a respiração da criança. 
 -Fazer higiene com cotonete embebido em SF 0,9% ou água destilada, observar e registrar o 
aspecto de secreção retirada. 
Higiene Auricular: 
 É a remoção de excesso de secreção (cerúmen) do conduto auditivo externo e a remoção da 
sujeira do pavilhão auricular. 
 - Fazer higiene com cotonete embebido em SF 0,9% ou água destilada, observar e registrar o aspecto 
da secreção retirada. 
Higiene Ocular: 
 É a retirada de secreções localizadas na face interna do globo ocular. 
 -Fazer higiene ocular com SF 0,9 % ou água destilada, observar e registrar o aspecto da secreção 
retirada. 
 -Proceder a limpeza do ângulo interno do olho ao externo, utilizando o lado do cotonete somente uma 
vez. 
Vestuário: Fazer uma seleção da roupa adequada à temperatura ambiente, evitando frio, superaquecimento 
ou sudorese excessiva. A mesma não deve provocar irritações cutâneas. 
 
2.0.SONO E REPOUSO: 
 
 O sono e repouso consiste no tempo de recuperação e de reconstrução necessários a cada 
indivíduo, para que se sinta bem. Durante a hospitalização, é comum que a criança saia da sua rotina de 
repouso devido a mudança de ambiente, agitação da unidade de internação ou constantes manipulações. 
É importante que o enfermeiro pergunte a mãe e/ou responsável todos os hábitos da criança, inclusive 
os de sono e repouso ( escrever na ficha de admissão para que todos tenham acesso). 
 Durante o sono, ocorre aumento da secreção do hormônio de crescimento e por isso a criança 
precisa dormir o necessário para ter um desenvolvimento adequado. 
 
 Ritmo e duração do sono: O sono se estrutura progressivamente de acordo com a faixa 
etária. Os sinais de apelo do sono são: bocejos, queda das pálpebras, relaxamento do pescoço, 
diminuição da vigilância e busca de posição confortável. 
 Para despertar uma criança, quando necessário, acaricia-la e/ou cantar para ela em tom suave. 
IDADE DURAÇÃO TOTAL NOTURNO DIURNO 
Nascimento 15 a 19 horas 10 horas 6 a 7 horas 
Um mês 15 a 17 horas 9 a 10 horas 3 horas 
6 meses +/- 14 horas 10 horas 2 horas 
1 ano +/- 13 horas 10 horas 1 hora 
2 anos 12 a 13 horas 10 horas 1 hora 
3 a 5 anos 12 horas 10 horas - 
6 a 9 anos 11 a 13 horas 11 horas - 
10 a 14 anos 9 a 10 horas 9 horas - 
15 anos 8 a 9 horas 8 horas - 
 
Assistência de Enfermagem; 
 
 O sono não deve ser associado a idéias negativas como castigo; 
 Promover a companhia dofamiliar, oferecendo apoio, carinho e calor humano, para facilitar o 
adormecer; 
Profª Aretusa Delfino
 49 
 Procurar fazer com que a criança encontre a sua posição de nidação (posição confortável para 
dormir) 
 Respeitar o despertar natural e calmo da criança; 
 Quando a necessidade de sono e repouso não for satisfeita, procurar investigar suas causas 
para corrigi-las. 
 Os distúrbios mais freqüentes são: dificuldade de adormecer, sono agitado ou intranqüilo, sono 
excessivo ou insuficiente, pesadelos, terror noturno, sonambulismo, bruxismo, falar durante o sono ( 
siniloquia) 
 
3.0.ALIMENTAÇÃO: 
 A alimentação consiste na ingestão de substâncias minerais e orgânicas destinadas à formação 
e reparação dos tecidos do organismo. A alimentação é a condição essencial à saúde, crescimento e 
desenvolvimento da criança. 
 A alimentação natural é de muita importância para a vida das crianças, pois além de atender as 
necessidades nutritivas e energéticas, auxiliam no desenvolvimento sadio de uma personalidade. 
 
Alimentação natural: 
 
 O leite materno é o alimento mais perfeito e ideal para o RN, tanto do ponto de vista nutritivo 
quanto afetivo e imunológico. Contém as quantidades suficientes de todos os componentes essenciais 
para sua alimentação ( água, proteínas totais, caseína, aminoácidos, lactoalbumina, gorduras, sais minerais 
e vitaminas). 
 O aleitamento materno previne o aparecimento de várias doenças na vida adulta. 
 Vantagens da Amamentação: 
 
- Mais cômodo - Menos trabalhosa; 
-Mais econômico -Temperatura adequada; 
-Fácil digestão; - Maior aproximação entre mãe e filho; 
-Maior imunidade - Mais inteligência; 
-Sem risco de infecção ou contaminação para criança; 
 
Colostro: Leite materno que contém células linfóides vivas e funcionais, com capacidade imunológica e 
de produção de anticorpos e de colonialização adequada, evitando invasão de bactérias, como a 
Escherischia coli. 
 
 Assistência de Enfermagem: 
 
- Orientar a mãe a lavar as mãos antes de amamentar e lavar as mamas somente durante o banho; 
- Orientar a mãe a fazer uma dieta balanceada ( sobre a orientação do nutricionista) para evitar que o 
bebê apresente cólicas; 
- Amamentar em local calmo e agradável; 
- A criança deve estar acordada, limpa e vestida de modo adequado, antes de iniciar a amamentação; 
- Deixar a criança mamar até sentir-se satisfeita; 
- Orientar a mãe para fazer a criança eructar durante e após as mamadas; 
Após a mamada deitar a criança em decúbito lateral direito e um pouco elevado ( facilitando o 
esvaziamento do estômago e diminuindo o risco de regurgitação) 
- Orientar a mãe a oferecer as duas mamas em cada mamada. Só passar para a seguinte quando a 
primeira estiver vazia, e que sempre deve-se começar pela última mama que foi oferecida na mamada 
anterior ( permite maior produção d leite e a criança recebe a quantidade adequada de gorduras em 
todas as mamadas) 
 
Alimentação Especial: 
Profª Aretusa Delfino
 50 
 
a) Nutrição enteral : Consiste na administração de vários tipos terapêuticos nutricional, utilizando o 
trato gastrintestinal como via de entrada introduzindo-se uma sonda pela boca ou narina da criança, 
passando pela faringe e pelo esôfago, até os estômago, duodeno ou jejuno, através da própria locação 
da sonda ou por movimentos peristálticos. 
 
Indicações: Insuficiência respiratória, prematuridade, desnutrição grave, diarréias crônicas, doenças 
inflamatórias do trato gastrintestinal e comas. 
 
Vias mais utilizadas: Oral, naso ou orogástrica, nasojejunal ou nasoduodenal e gastrostomia. 
 
 
b) Nutrição Parenteral ( NP): Consiste na infusão endovenosa de nutrientes ( aminoácidos, 
carboidratos, vitaminas, eletrólitos etc), necessários nos processos metabólicos que ocorrem 
normalmente no organismo. 
 
Indicações: Nos casos em que a via digestiva se encontra parcial ou totalmente interditada em 
decorrência de doenças locais ou generalizadas ( diarréias prolongadas, f´stulas, peritonites, 
desnutrição, neoplasias, coma e outras). 
 
4.0.HIDRATAÇÃO 
 É o estado de se ter um conteúdo líquido adequado ao corpo. A água é o principal componente do 
corpo humano, papel fundamental nos processos metabólicos por ser o substrato de todas as soluções 
orgânicas. 
 
Vias de eliminação da água: A eliminação da água no organismo humano se faz através dos rins, pele, 
intestinos, secreção lacrimal e glândulas mamárias ( lactação) 
 
Tipos de Hidratação: 
 
a) Oral: ( boca, sonda nasogátrica (SNG), sonda orogástrica(SOG).É a via preferível nos casos de 
desidratação leve. 
 
TRO – ( terapia de reidratação oral) 
 
Objetivos; 
 Reduzir a morbidade e a mortalidade pela diarréia; 
 Reduzir custos das hidratações em massa; 
 Reduzir as internações; 
 Corrigir as perdas de águas e eletrólitos. 
 
b) Parenteral : Via utilizada nas doenças severas com vômitos graves, diarréia, desidratação grave, 
perda de sangue e perda da consciência. 
 
 Assistência de Enfermagem no controle da hidratação da criança: 
 
* Certificar-se dos líquidos prescritos para serem administrados pelas vias oral e parenteral; 
* Orientar a mãe ou acompanhante para oferecer líquidos prescritos ( água ou chá) a criança nos 
intervalos da alimentação; 
*Administrar os líquidos via parenteral no tempo prescrito; 
* Controlar rigorosamente o gotejamento do soro; 
* Anotar toda a administração de líquidos pelas vias parenteral e oral; 
Profª Aretusa Delfino
 51 
* Anotar as eliminações de urina, fezes, vômitos, drenagens etc, descrevendo a quantidade e o aspecto. 
 
5.0.ELIMINAÇÕES: 
 As eliminações são feitas através da pele( suor), pulmões (ar) e principalmente através dos 
aparelhos urinários ( urina) e intestinal ( fezes). O controle das eliminações é um cuidado 
importante de enfermagem – indica o funcionamento dos sistemas excretores da criança e auxiliam no 
seu diagnóstico. 
 
Objetivos: Livrar o organismo dos restos de materiais em excesso para as necessidades orgânicas e 
eliminar os resíduos de substâncias tóxicas do corpo para manter seu funcionamento normal 
 
- Eliminação Urinária: 
 
 O sistema urinário desempenha papel importante na eliminação de resíduos e no equilíbrio 
hidroeletrolítico do organismo. Algumas doenças de baixo volume urinário ( oligúria) deixam a urina mais 
concentrada e de cor mais escura. 
 Algumas medicações e o aumento da ingesta líquida provocam o maior volume de urina tornando-
a mais líquida e clara. 
 Alguns alimentos e drogas alteram o odor e o aspecto da urina. 
- Eliminação Instestinal: 
 
 O aparelho intestinal elimina as substâncias , que não são mais aproveitadas pelo organismo 
através das fezes que são compostas, principalmente, por resíduos alimentares e água ( 60 a 80%). 
 
- Características das fezes: 
 Mecônio : Primeiras fezes ( produto da degradação do líquido aminiótico e bile); de cor verde 
escuro, quase preto, pegajosa e inodoro ( desaparece aproximadamente no 3º dia de vida) 
 Fezes lácteas: são caracterizadas pelo tipo de leite que a criança ingere. 
 
-Leite Materno : as fezes são líquido-pastosas, de cor amarelo-ouro ( eliminadas de 2 a 5 vezes por dia) 
-Leite Artificial: são caracterizadas por fezes endurecidas, mais claras excretadas com menos 
freqüência ( eliminadas entre 2 a 3 vezes ao dia) 
 A medida que a criança cresce as características das fezes são mais semelhantes as do adulto, 
tornando-se de consistência pastosa e cor marrom ou castanho. 
 São esverdeadas quando o peristaltismo é ativo. 
 São amareladas quando o alimento permanece por mais tempo no intestino 
- Vômitos: 
 
 É a eliminação do conteúdo gástricopela boca. È muito freqüente em crianças, podendo estar ou 
não associado a doenças. 
- Características dos vômitos: 
 As características dos vômitos são importantes para definir sua causa e auxiliar no diagnóstico 
da criança. Deve-se observar o volume, a freqüência e o tipo de material eliminado. 
 Vômitos com alimentos coagulados e acidificados, indicam que os alimentos permanecem no 
estômago; 
 Vômitos com alimentos quase ou totalmente inalterados indicam que o alimento não alcançou o 
estômago e permaneceu pouco tempo no esôfago. 
 Vômitos com sangue ( hematêmese) : é a eliminação de sangue vivo pela boca, que não sofreu 
ação dos ácidos do estômago 
 Vômitos de aspectos de borra de café: é a eliminação de sangue, pela boca, que já sofreu ação 
dos sucos gástricos no estômago; 
 Vômitos biliosos: é a presença de bile nos vômitos 
Profª Aretusa Delfino
 52 
 Vômitos de aspecto fecalóides: é a eliminação de fezes pela boca geralmente ocasionada por 
obstruções intestinais. 
 
 Assistência de Enfermagem: 
* A equipe de enfermagem é responsável direta pela obtenção dos dados relacionados às eliminações. A 
precisão e objetividade destas informações. Muitas vezes permitem identificar a causa do choro e da 
inquietação da criança. 
* A observação e o registro preciso do aspecto das eliminações urinárias e intestinais auxiliam a 
enfermeira a avaliar o funcionamento do aparelho intestinal, assim como ao médico a formular um 
diagnóstico. 
* Caso não haja contra-indicações, o técnico de enfermagem deve estimular, fornecer e administrar 
líquidos a criança. 
* A cada eliminação deve ser feita à anotação sobre as características seja vômito, fezes ou urina. 
Comunicando as anormalidades e observando as características. 
 
6.0.MEDIDAS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO: 
 Todos os elementos das equipes de saúde e hospitalar ( desde o porteiro, funcionários da 
limpeza, copeiros etc) são responsáveis pela segurança e bem-estar da criança hospitalizada. 
 Os pequenos acidentes podem ser considerados, até certo ponto, como um acontecimento 
normal dentro da evolução da criança. Eles auxiliam no desenvolvimento de sua auto – segurança e auto- 
confiança. São pequenas experiências traumáticas que, de alguma forma, tornam a pessoa mais capaz de 
enfrentar, evitar ou proteger-se dos riscos e dificuldades da vida. 
 Nossa preocupação deve ser, portanto, a de evitar os acidentes maiores e trágicos que colocam 
em risco a saúde e a vida da criança. No hospital, a equipe de enfermagem é a maior responsável por 
prevenir acidentes à criança hospitalizada, pois permanece as 24 horas do dia junto a ela. As 
repercussões da negligência na proteção e segurança física, terapêutica e psicológica da criança 
hospitalizada, tem dimensões morais e sociais desastrosas. 
 
- Medidas de proteção e segurança física: 
 
 As grades do berço precisam ser mantidas suspensas e seguramente presas em todas as 
ocasiões; 
 O berço deve ficar afastado de unidades de aquecimento ou de cordões pendentes; 
 Quando colocar a criança em cadeirinhas próprias para alimentação ou em assentos de bebês, 
prender a criança para evitar queda ou deslizamento; 
 Ao ser colocada em balança ou mesa para exames, deve ser constantemente protegida de 
quedas 
 Os armários de medicamentos precisam ser mantidos fechados e os remédios não devem ser 
deixados sobre a mesinha de cabeceiras; 
 As medicações ou alimentos oferecidos, não devem ser forçados quando a criança recusa ( há 
perigo de aspiração) 
 Os termostatos e interruptores devem permanecer cobertos e longe do alcance da criança; 
 Antes de iniciar o banho, testar a temperatura da água (evitar queimaduras ou resfriados). 
 
- Medidas de proteção e segurança terapêutica: 
 
- Medicação: 
 Observar e seguir rotinas de preparo, diluição e administração; 
 Verificar rigorosamente o nome e a dose correta – antes de administrar a medicação; 
 Evitar ultrapassar junto à criança enquanto ele ingere medicamentos orais; 
 Controlar rigorosamente o gotejamento do soro ( volumes excessivos em curtos períodos podem 
provocar sérios distúrbios circulatórios, hepáticos e renais) 
Profª Aretusa Delfino
 53 
 
 Anotações 
- Procedimentos terapêuticos: 
 Oxigênio com alta concentração ao recém-nascido na incubadora por longo tempo pode ocorrer 
retrofibroplasialental( cegueira) 
 Aspiração naso ou orotraqueal deve ser feita rapidamente e com intervalos ( se demoram 
provocam obstrução das VVSS) 
 Proteger os olhos da criança nas aplicações quentes e frias ( ( bolsa revestida com toalha) 
 Uma simples administração incorreta da mamadeira pode resultar em aspiração, deixando a 
criança com broncopneumonia (BCP), pneumonia e parada – cardiorespiratória. 
- Exames: 
 Exames em jejum ( choro e desespero) – dar cuidado especial como : higiene, segurança, 
conforto e carinho. 
- Cirurgias: 
 Nas cirurgias os riscos maiores, podem ocorrer secção de órgão, queimaduras e choques de 
origens diversas. 
 
Medidas de proteção e segurança psicológica: 
 Várias situações ameaçam a segurança psicológica da criança durante a hospitalização: 
 - Internações sem acompanhantes; 
 - Horários rígidos e fixos de visitas; 
 - Sensações de dor, ansiedade e medo decorrentes da doença e dos procedimentos 
terapêuticos; 
 -Indiferença dos profissionais de saúde na assistência, os quais afetam pais e filhos. 
Recreação: 
 Recrear é utilizar o tempo disponível da maneira mais agradável : brincando, lendo, jogando, 
bordando, ouvindo música, etc. 
 O brinquedo é uma necessidade inata da criança. Representa a oportunidade para o aprendizado 
e desenvolvimento de suas habilidades. A recreação funciona para criança como um apoio em suas novas 
relações humanas, além de ajudá-las a lidar com o medo e a ansiedade causados pela hospitalização. 
 
Brinquedos: 
 Os brinquedos não precisam ser caros, devem ser simples, inofensivos, atraentes e duráveis; 
 O adulto precisa encarar o brinquedo com simpatia e seriedade 
 A brincadeira não deve ser interrompida até o desinteresse final da criança; 
 Ao término, a criança deverá ser convidada a ajudar a organizar o ambiente; 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 54 
UNIDADE 12 
 
 O HOSPITAL PEDIÁTRICO 
 
1.0-Definição: é o local destinado à internação de crianças, cuja idade pode variar de 0 a 15 ano, 
equipado para atender as necessidades globais do indivíduo nas diferentes faixas etárias de 
crescimento, do nascimento até a adolescência. 
 
2.0-Objetivos do Hospital Pediátrico: 
 Assistir a criança doente, para diagnóstico e tratamento; 
 Controlar situações já diagnosticadas; 
 Fazer acompanhamento pós – alta; 
 Servir de centro de pesquisa científica na área de saúde; 
 Servir de centro de orientação sanitária; 
 Servir de campo de ensino para diversos profissionais na área de pediatria. 
 
3.0-Características do Hospital Pediátrico: 
 
3.1-Unidade de Berçário: 
 
Definição: Unidade destinada à internação de recém nascido de 0 a 28 dias de vida, durante sua 
permanência no hospital. 
Objetivo: Possibilitar a função respiratória, evitar infecções, ministrar alimentação adequada e manter 
temperatura. 
Organização: Deve ser subdividido em : sala normais , sala de prematuros, sala de infectados e sala de 
observação ( RN suspeitos de infecção). 
Estrutura física: 
 Arquitetura: todos os cantos e rodapés arredondados para facilitar a limpeza; 
 Vidros: para facilitar a supervisão do pessoal e observação do RN; 
 Pintura: deve ser a óleo e de cor suave; 
 Teto: principalmente da sala de prematuros deve ser de material que isole ruídos; 
 Piso: material lavável e as janelas providas de telas; 
 Ventilação e Unidade: ventilação adequada,temperatura e umidade controladas, desde que as correntes de 
ar não alcancem os recém-nascidos.A temperatura deve ser regulada por meio de instalação termostática, 
os outros meios ao alcance da instituição; 
 Iluminação: fosforescente para ser aumentada ou diminuída de acordo com a necessidade do recém – 
nascido. 
 Equipamentos: berços, incubadoras, armários para roupa limpa, medicamentos e materiais, fita métrica, 
balança, pias com torneiras manobradas por fotocélula, cotovelo ou pé, oxigênio, ar comprimido e aspirador 
canalizados, estetoscópio para RN, termômetro, otoscópio, etc. 
 Normas: Antes de entrar no recinto do berçário, é necessário retirar jóias, proceder à escovação das 
mãos e vestir o avental de uso exclusivo no berçário. Na sala de isolamento deverá ser usado um avental 
para cada recém-nascido.Essas normas dependem da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) 
de cada instituição. 
 
3.2 – Unidade Pediátrica: 
 
Definição: Local destinado à internação, diagnóstico e tratamento de crianças, com idade que pode 
variar de 0 a 15 anos. 
Estrutura Física: Sala de admissão; enfermarias conforme as patologias e idades; refeitório e sala de recreação; 
banheiros com banheira, chuveiro, sanitários para crianças; posto de enfermagem; isolamento; expurgo e ambiente 
para mães. 
Profª Aretusa Delfino
 55 
OBS: Em comparação com outras unidades, a unidade pediátrica possui setores especiais, indispensáveis 
e deve ser equipada adequadamente para atender as diversas faixas etárias. 
 
3.3 – Lactário: 
 
Definição: Unidade do hospital destinada ao preparo e distribuição do leite ou qualquer substituto do 
recém – nascido e/ou paciente da pediatria. 
Localização: Varia em função do tipo e tamanho do hospital; evitar proximidade de áreas infecto-
contagiosas e de circulação de pessoal, pacientes e visitantes; ter maior proteção contra a 
contaminação do ar; ser o mais próximo possível do serviço de nutrição e dietética, para facilitar a 
supervisão e abastecimento. 
Estrutura Física: 
 Ventilação: evitar que o ar contaminado de outras áreas seja levado para dentro do lactário; 
 Iluminação: deve ser essencialmente sem sombras e de intensidade adequada, para facilitar a eficiência do 
trabalho; 
 Equipamentos: devem ser de material durável, não corrosivos, inquebráveis e construídos de maneira a 
facilitar a limpeza de todas as peças. 
 Piso: cerâmica dura ou ladrilho, ou qualquer outro material impermeável e de fácil limpeza; 
 Paredes: superfície dura, de cerâmica ou azulejos, de fácil limpeza. 
 
REQUISITOS BÁSICOS PARA A ENFERMAGEM PEDIÁTRICA 
 
 Ter saúde física e mental; 
 Ter capacidade de observação e paciência; 
 Saber manter um humor agradável; 
 Ter noções de higiene para poder transmitir para as crianças; 
 Gostar de crianças; 
 Ter responsabilidade. 
 
4.0 – Características do Hospital Amigo da Criança: 
 
 O hospital amigo da criança é a instituição que segue os dez passos determinados pela UNICEF ( 
Fundo das Nações Unidas para Infância): 
1) Ter uma norma escrita sobre o aleitamento, que deverá ser rotineiramente transmitida a toda a 
equipe se cuidados de saúde. 
2) Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma; 
3) Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento; 
4) Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento; 
5) Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se forem separadas dos 
filhos; 
6) Evitar dar ao recém-nascido nenhum outro alimento o bebida além do leite materno, a não ser 
que tal procedimento seja indicado pelo médico. 
7) Praticar o alojamento conjunto – permitir que as mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por 
dia; 
8) Encorajar o aleitamento sob livre demanda; 
9) Evitar dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio; 
10) Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão ser 
encaminhadas, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório. 
 
4.1 – Vantagens para um Hospital Amigo da Criança 
 
A otimização das condutas pró – aleitamento natural resultará em: 
Profª Aretusa Delfino
 56 
- Redução dos custos com internação, medicamentos, material de consumo hospitalar e pessoal, aumento 
do espaço físico com a eliminação dos berçários, etc. 
- Redução em até 90% das infecções clínicas do bebê e, consequentemente, dos custos dela 
decorrentes. 
 
 
A HOSPITALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS SOBRE A CRIANÇA 
 
Normalmente, os problemas que a criança terá de enfrentar ao adoecer e hospitalizar-se são: 
 Perda relativa de autonomia e competência, percepção de fragilidade e de estar vulnerável; 
 Quanto maior o tempo de hospitalização, menores as oportunidades de desenvolvimento 
normal para a criança. 
 Se a hospitalização implica em separação total ou parcial do familiar significativo para a 
criança acima de 3 meses, e esta não receber assistência psico-afetiva adequada, os efeitos 
nocivos da hospitalização poderão ser severos, e acima de cinco meses irreversíveis. 
 
 RECÉM NASCIDOS E LACTENTES: 
 Estes apresentam aparência geral de infelicidade, apetite indiferente e dificuldade de ganhar 
peso, choro freqüente, apatia, respostas fracas aos estímulos, aceleração do trânsito intestinal e sono 
agitado ( hospitalismo). 
 
Assistência de enfermagem: 
- Incluir e estimular a mãe nos cuidados com a criança; 
- Evitar permitir que a criança chore por períodos prolongados sem providenciar conforto e tentar 
satisfazer suas necessidades; 
- Desenvolver relacionamento com a criança e com a mãe para evitar que a mesma não tenha a sensação 
de abandono ou solidão; 
 
OBS: a idade em que a hospitalização provoca maior sofrimento para criança é entre 18 meses e 
5 anos. 
 
 CRIANÇAS DE DOIS A CINCO ANOS: 
 Para criança separadas total ou parcialmente, do familiar significativo, é comum a reação de 
separação constituída de três fases ( vivenciadas no todo ou em parte). 
1) Angústia ou protesto: O sintoma dominante desta fase é a ansiedade aberta. A criança se 
apresenta inquieta, recusa alimentação ou aceita com avidez e vomita, chora muito, pede pela 
mãe, tem dificuldade de dormir, aponta para entradas e saídas dos enfermeiros. 
2) Resignação ou depressão: Se persistir a privação, a criança se torna mais tranqüila 
aparentemente adaptada à situação. Ela já não acredita que possa mudar a situação. Sente que 
seus esforços são inúteis. A expressão pode ser resignada, triste ou indiferente. Não expressa 
medo e carece de vitalidade e energia. Pode demonstrar desespero à presença da mãe ou 
quando é deixada por alguém com quem estabeleceu vinculação. 
3) Defesa: Não rejeita atenção; pode se apegar a alguém, mas se ocorre troca constante de 
pessoal que a assiste, apega-se a brinquedos ou a comida; o desapego é reação à perda. Aceita 
sem protesto alimentos e brinquedos. Pode sorrir e ser sociável. Aparentemente vai tudo bem. 
Quando a mãe visita reage indiferença ou pode estar apática, rancorosa e briguenta. Essa 
maneira de se desligar pode ser indicativo de psicopatias. 
 
Assistência de enfermagem: 
- Realizar procedimentos terapêuticos em forma de brincadeira ( faz-de-conta) 
- Incentivar a criança a brincar e expressar sua reação às experiências; 
- Ordens e restrições podem precipitar raiva, rebeldia e agressão. 
Profª Aretusa Delfino
 57 
 
 CRIANÇAS DE SEIS A DEZ ANOS: 
Podem apresentar reações de ansiedade da separação, sem as manifestações de pânico comuns 
a idade pré-escolar. 
 As fantasias de mutilação, ânsias de castração e preocupações exageradas com a privacidade, 
moléstia e, com a escola são frequentemente detectadas. 
 Temorde perder habilidades já adquiridas, depressão, apatia e fobia ( medo do escuro, de 
pessoas e procedimentos terapêuticos) 
Assistência de enfermagem: 
- Encorajar a criança a executar as atividades do dia-a-dia e a participar dos procedimentos 
necessários ao seu tratamento. 
- A criança deve ser adequadamente preparada para as experiências terapêuticas, de maneira clara 
e honesta; 
- De preferência, crianças do mesmo sexo devem ficar na mesma enfermaria. 
 
 ADOLESCENTES: 
 As reações apresentadas nesta faixa etária são ansiedade, insegurança, rejeição dos 
procedimentos, inclusive os já aceitos, raiva, depressão, rejeição afetiva, inclusive dos pais, 
masturbação etc. 
Assistência de enfermagem: 
- Proporcionar privacidade; 
- Tentar desviar construtivamente as manifestações de rebeldia ou agressividade. 
- Oferecer , se possível, alguma forma de terapia ocupacional. 
 
ALGUMAS SEQUELAS DA HOSPITALIZAÇÃO ( Temporárias e/ou Permanentes) 
 
o Detenção ou regressão do desenvolvimento emocional: retorno a dependência materna, 
incapacidade de relacionamento; 
o Distúrbios relativos de conduta: hostilidade, agressividade, destrutibilidade, desonestidade, 
delinqüência, evasão da responsabilidade e passividade; 
o Comportamentos regressivos: erros de linguagem, perda de controle esfincteriano, 
principalmente vesical, masturbação, terror noturno, chupar dedo e roer unha. 
 
 Comportamentos apresentados pela criança internada sem a mãe: 
 
1) Pertubações no relacionamento com a mãe: 
 Exagerado apego à mãe; 
 Agressiva com a mãe; 
 Rejeita os cuidados com a mãe; 
 Não atende ordens dos pais; 
 Apresenta-se exigente e ressentida 
2) Regressão 
 Chupa o dedo; 
 Alimenta-se com mamadeira ( quando antes já havia deixado) 
 Enurese ( urina na cama) 
 Perturbação da fala e da alimentação 
3) Dependência 
 Dorme com os pais 
 Quer colo 
 Quer ser vestida e higienizada 
 
OS PAIS DA CRIANÇA HOSPITALIZADA 
Profª Aretusa Delfino
 58 
 
 Anotações 
 
 Medo do realístico ou irrealístico da doença e do desconhecido; 
 Sentimentos de culpa e/ou de ambivalência para com a criança. 
 Insegurança e ausência de controle sobre o ambiente hospitalar, pessoas, rotinas, 
procedimentos e equipamentos; 
 Medo de perder o afeto do filho; 
 Padrões comportamentais solicitados aos pais, diferentes dos habituais. 
 Desta forma, trabalhar com crianças implica em trabalhar com seus pais, especialmente com 
sentimentos e atitudes. 
 
A EQUIPE ASSISTENCIAL HOSPITALAR: 
 
 Trabalhar com a criança e seus pais não é uma tarefa fácil. Vários são os problemas que a equipe 
tende a enfrentar; 
 
 - Ansiedade dos pais, que os torna inseguros, agressivos, exigentes, com dificuldades de compreensão 
e memorização. 
- Ansiedade da criança, que se mostra revoltada ou infeliz, tem dificuldade de cooperar com o 
tratamento, responde mal à terapêutica. 
- Atitudes dos familiares : desconfiança, agressividade direta, ameaças veladas, cobranças, resoluções 
imediatas. 
 Estes problemas e reações são previsíveis. A equipe deve estar preparada e estruturada para 
tratar com os pais e crianças, realizando um trabalho educativo, de apoio e curativo. 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 59 
UNIDADE 13 
 
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA HOSPITALIZAÇÃO DA 
CRIANÇA 
 
O QUE É HUMANIZAÇÃO? 
 
 Humanizar não é técnica, nenhuma arte e muito menos um artifício, e sim um processo vivencial 
que permeia toda a atividade do local e das pessoas que ali trabalham, procurando realizá-lo e dando ao 
paciente o tratamento que merece como pessoa humana, dentro das circunstâncias peculiares que se 
encontrarem cada momento do hospital. 
 
Assistência De Enfermagem Humanizada: 
 
- Quando separação dos pais for inevitável, procurar fazê-la de modo gradual para minimizar suas 
conseqüências; 
- Quando a criança estiver sem acompanhante, convidar e estimular as outras mães que estão na 
enfermaria a dar carinho e atenção a esta criança; 
- Dar carinho e atenção a todas as crianças, principalmente as que correm maior risco de carência 
afetiva: as desacompanhadas, as com doença grave, as inconscientes, as que estão em isolamento, etc. 
- Quando se observar que a mãe ou pessoa significativa rejeita a criança, tentar ajuda-la através de 
sugestões ou encaminhamentos.Nunca deve hospitalizar a mãe, pois geralmente ela está emocionalmente 
sobrecarregada e as críticas e acusações só vão agravar ainda mais a situação; 
- Evitar que a criança ouça mensagens ou termos que, por sua imaturidade, é incapaz de compreender o 
significado, podendo sentir medo ou angústia; 
- Evitar restrições, proibições, padronização de cuidados; 
- Evitar mentir para criança sobre a dor e o medo, nem pedir para que aceite passivamente aquilo que 
teme. Ex : Não chore porque não vai doer nada . 
- Criar oportunidades de brincadeiras e explorar a capacidade da criança. São desaconselháveis 
atividades passivas, como assistir TV e o excesso de atividades. 
 
Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados 
 
1) Direito à proteção, à vida e a saúde com absoluta prioridade e sem qualquer forma de 
descriminação; 
2) Direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de classe 
social, condição econômica, raça ou crença religiosa. 
3) Direito de não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão alheia 
ao melhor tratamento da sua enfermidade. 
4) Direito a ser acompanhado por sua mãe, pais ou responsáveis, durante todo o período de 
hospitalização, bem como receber visitar. 
5) Direito de não ser separada de sua mãe ao nascer. 
6) Direito de receber aleitamento materno sem restrições. 
7) Direito de não sentir dor, quando exitiam meios para evitá-los. 
8) Direito de ter conhecimento adequado de sua enfermidade, dos cuidados terapêuticos e 
diagnósticos, a serem utilizados, do prognóstico, respeitando sua fase cognitiva, além de 
receber amparo psicológico quando se fizer necessário.. 
9) Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, 
acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar; 
10) Direito a que seus pais ou responsáveis participem ativamente do seu diagnóstico, tratamento e 
prognóstico, recebendo informações sobre os procedimentos a que será submetido. 
Profª Aretusa Delfino
 60 
 
 Anotações 
11) Direito de receber apoio espiritual/religioso, conforme a prática de sua família. 
12) Direito de não ser objeto de ensaio clínico, provas diagnósticas e terapêuticas, sem o 
consentimento informado de seus pais ou responsáveis e o seu próprio, quando tiver 
discernimento para tal; 
13) Direito de receber todos os recursos terapêuticos disponíveis para sua cura, reabilitação e/ou 
prevenção secundária e terciária. 
14) Direito à proteção contra qualquer forma de discriminação, negligência ou maus-tratos; 
15) Direito ao respeito à sua integridade física, psíquica e moral; 
16) Direito à preservação de sua imagem, identidade, autonomia de valores, dos espaços e objetos 
pessoais; 
17) Direito de não ser utilizado pelos meios de comunicação de massa, sem expressa vontade de 
seus pais ou responsáveis ou a sua própria vontade, resguardando-se a ética. 
18) Direito à confidência dos seus dados clínicos, bem como direito de tomar conhecimentos dos 
mesmos, arquivados na instituição pelo prazo estipulado em lei. 
19) Direito de ter seus direitos constitucionais e os contidos no Estatuto da Criança e do 
Adolescente respeitados pelos hospitais integralmente. 
20) Direito de ter morte digna, junto a seus familiares, quando esgotados todos os recursos 
terapêuticos disponíveis. 
 
Profª Aretusa Delfino61 
UNIDADE 14 
 
ADMISSÃO E ALTA DA CRIANÇA 
 
ADMISSÃO: 
 
 A admissão da criança na unidade de internação pediátrica é um dos momentos mais críticos na 
hospitalização, pois, pode ser considerada como uma experiência traumática e geralmente estressante 
para as crianças e seus pais, na maioria das vezes causando ruptura nos vínculos afetivos entre crianças 
e pais, e até com o próprio meio em que vive. 
 A criança pode perceber a hospitalização como um abandono por parte dos pais ou uma punição 
pelos seus erros , e também apresenta medos e fantasias relacionados ao hospital, gerando ansiedade, e 
manifestando reações emocionais e comportamentais regressivos. 
 Considerando a admissão uma atividade complexa que requer conhecimentos científicos 
relativos às necessidades decorrentes do processo de crescimento e desenvolvimento da criança, a 
dinâmica familiar e ao próprio processo da admissão,além de capacitar para o processo do diagnóstico 
de enfermagem, a prática da admissão deve ser realizado pelo enfermeiro. 
 O técnico de enfermagem entrevista a mãe ou a pessoa responsável pela criança, procurando 
obter o maior número possível de informações que possam auxiliar na sua adaptação e tratamento. 
 A criança e a mãe bem recebidos e orientados terão mais facilidade para aceitar e colaborar 
com as condutas e procedimentos diagnósticos e terapêuticos.´É importante salientar a necessidade de 
se ter para com a criança uma atitude maternal e gentil, sem, entretanto, mima-la em excesso, assim 
como mentir para criança. 
 
PROCEDIMENTOS: 
 
1- RECEBER a criança e a mãe gentilmente, identificando-se e permitindo que elas se 
identifiquem. 
2- APRESENTAR os profissionais da equipe que estiverem presentes no momento; aos 
companheiros da unidade; toda a área física, orientando quais os locais em que poderão 
transitar e as áreas reservadas apenas para os profissionais; a unidade da criança, inclusive 
banheiros e instalações sanitárias. 
3- EXPLICAR a mãe e a criança sobre as rotinas da unidade; horários; vestuário;ordem e 
higiene da unidade;higiene da criança;higiene do acompanhante;proibição de fumar; 
alimentação;recreação;uso do telefone;visitas e reuniões educativas. 
4- ORIENTAR sobre a importância da presença da mãe ou pessoa significativa para a criança 
durante a hospitalização. 
5- ESTIMULAR a participação e colaboração da mãe na assistência à criança 
6- IDENTIFICAR com o cartão no berço, nome e todos os dados da criança. 
7- VERIFICAR e anotar no relatório de enfermagem o nome da criança, idade, sexo, 
procedência, nome da mãe e endereço, queixa principal, peso, estatura, perímetro cefálico 
(PC), perímetro torácico(PT) e perímetro abdominal( Pabd),hipótese diagnóstica, outros 
dados que achar importante ( feridas, escabiose, pediculose, sangramento, higiene, etc) e 
anotar os procedimentos realizados ( ex: coletor de urina, coleta de exames, soro oral, 
medicação administrada, aspiração, higiene, etc). 
8- ENCAMINHAR a criança ao banho acompanhado da mãe. 
9- ORIENTAR a mãe a quem deverá dirigir-se em caso de dúvidas ou outros problemas de 
ordem social 
 É chocante para criança qualquer comentário sobre sua permanência no hospital após a alta, pois 
ela passa a sentir-se abandonada pela família e isso causa insegurança e sofrimento. Porém, há casos de 
crianças que ficam hospitalizados durante meses e nunca são visitadas pelos familiares; acostumam-se 
Profª Aretusa Delfino
 62 
ao hospital e não querem voltar para casa. No entanto, esses devem ser avisadas com antecedência e 
preparadas para aceitarem alta e o retorno ao lar. 
 Na comunidade, de maneira geral, desconhece que a hospitalização devido à doença constitui um 
dos perigos mais comuns e mais graves para a acriança pequena. 
 A criança sentindo-se abandonada pela mãe, manifesta grande ansiedade e apresenta 
comportamentos estranhos, mesmo muitos anos após ter sido hospitalizada. 
 
ALTA: 
 A alta da criança, devido a implicações legais, deve ser dada por escrito pelo médico. Em geral a 
criança hospitalizada está sempre ansiosa para voltar para casa, e sua ansiedade aumenta em saber que 
se aproxima o momento da alta. Daí a necessidade de evitar que ela tome conhecimento desse fato, até 
que se tenha certeza de que a família está avisada e virá buscá-la. 
 
 Assistência de enfermagem na alta hospitalar: 
 
Procedimentos: 
 Certificar-se da alta; 
 Administrar medicamentos, se houver; 
 Orientar a mãe a sobre a continuidade do tratamento e uso de medicamentos, se houver; 
 Registrar a saída da criança no relatório de enfermagem: horário, estado da criança, tempo de 
permanência no hospital, hipóstese diagnóstica, pessoa que a acompanhou na saída. 
MODELO DA EVOLUÇÃO DE ADMISSÃO HOSPITALAR 
Realizado pelo Técnico de Enfermagem na ausência do Enfermeiro 
 
DATA HORA OBSERVAÇÃO/EVOLUÇÃO ASS 
15/02/08 17:00 Idade : 5 meses 
Lactente admitido na clínica pediátrica procedente da 
cidade de Teixeira-PB,acompanhado de sua mãe Maria 
Dioclécia dos Santos, residente a rua São Domingos,nº 
86, bairro das Malvinas, com história de fezes líquidas 
verde com muco sanguinolento e febre a mais ou menos 3 
dias. 
HD: Diarréia + desidratação 
Conduta: 
Verificado: 
Peso: 8kg 
Estatura: 56 cm 
PC: 40.7cm PT: 40.6cm Pabd: 51 cm 
SSVV- 
FC: 96bpm FR: 30irpm T: 36ºC PA: 70x50mmHg 
- Realizado higiene corporal e oral; 
Instalado coletor de urina 
Instalado venóclise periférica no couro cabeludo 
Controlado gotejamento em 20 micgts/min. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tec. Enf. 
AretusaDelfino 
 
MODELO DA EVOLUÇÃO DE ALTA HOSPITALAR 
pelo Técnico de Enfermagem na ausência do Enfermeiro 
DATA HORA OBSERVAÇÕES/EVOLUÇÃO ASS 
19/02/08 08:00 Idade: 5 meses 
Lactente em bom estado geral, recebeu alta hospitalar 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 63 
após 3 dias de internação para tratamento de diarréia + 
desidratação. Saiu acompanhado por sua mãe Maria 
Dioclécia dos Santos, a qual foi orientada quanto ao 
tratamento e uso de medicação. 
Peso de admissão: 8kg 
Peso Atual: 7.480kg 
Diferença:520g 
SSVV: FR: FC: T: PA: 
 
 
 
 
 
 
 
Tec. Enf. 
AretusaDelfino 
 
 
VALORES DE REFERÊNCIA PARA SSVV EM PEDIATRIA 
 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR) 
Idade Freqüência Respiratória (irpm) 
RN 
Lactente 
Pré-escolar 
Escolar 
Adolescente 
30-60 
24-40 
22-34 
18-30 
12-16 
 
FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC) 
Idade Freqüência Cardíaca (bpm) 
RN 
Lactente 
Pré-escolar 
Escolar 
Adolescente 
120-160 
90-140 
80-110 
75-100 
60-90 
 
PRESSÃO ARTERIAL ( PA) 
Idade Média valores – Sístole/Diástole 
0-3 meses 75/50 mmHg 
3 – 6 meses 85/65 mmHg 
6 – 9 meses 85/65 mmHg 
9 – 12 meses 90/70 mmHg 
1 a 3 anos 90/65 mmHg 
3 a 5 anos 95/60 mmHg 
5 a 7 anos 95/60 mmHg 
7 a 9 anos 95/60 mmHg 
9 a 11 anos 100/60 mmHg 
11 a 13 anos 105/65 mmHg 
13 a 14 anos 110/70 mmHg 
 
TEMPERATURA (T) 
Oral 35,8º - 37,2º C 
 
Retal 36,2º C – 38º C 
 
Axilar 35,9º C – 36.7º C 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 64 
UNIDADE 15 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA DA CRIANÇA NO PRÉ – TRANS 
E PÓS OPERATÓRIO 
 A cirurgia pediátrica é, sem dúvida alguma, um dos mais importantes campos da medicina, não 
apenas hoje em dia, mas através de toda a história dessa ciência. Crianças podem ser muito frágeis no 
que se refere a sua saúde, então a cirurgia pediátrica é um campo complicado, envolvendo questões que 
diferem drasticamente da cirurgia em adultos. Como um famoso cirurgião pediátricodeclarou uma vez, 
“uma criança com uma lesão cirúrgica não é, nem de perto, somente uma pessoa pequena.”. 
A cirurgia pediátrica lida com todos os outros campos da cirurgia relacionados com problemas 
em crianças desde o nascimento até a idade de 21 anos. Você pode encontrar cirurgiões especializados 
que lidam com os mais variados problemas de saúde que ocorrem com crianças, como cirurgia 
traumática, oncologia, neurologia e outros problemas menos específicos. Atualmente, a cirurgia 
pediátrica chegou a seu pico de avanços na área. Ela se tornou uma ciência tão avançada que é possível 
realizar uma cirurgia em uma criança mesmo antes de seu nascimento. Alguns problemas pré-natais que 
são detectáveis através de exames detalhados são possíveis de serem tratados com complicadas e 
surpreendentes cirurgias intra-uterinas. Problemas de coração são os problemas mais comuns tratados 
nessas cirurgias. A cirurgia pediátrica em neonatais é também um campo muito desenvolvido, tratando 
condições que afetam bebês depois do nascimento e graças a essa especialidade médica não 
representam problemas para a vida futura do bebê. 
 Graças aos avanços feitos nos últimos 10 anos no campo da cirurgia pediátrica, problemas que 
eram anteriormente uma verdadeira sentença de morte para a criança agora são tratáveis, algumas 
vezes com simples procedimentos cirúrgicos. É esperado que no futuro, avanços no campo da genética 
tornarão possível diagnosticar problemas até mesmo logo depois da concepção, abrindo muitas portas 
para a cirurgia pediátrica se desenvolver em uma ciência ainda mais importante e complexa. 
 Após as primeiras considerações podemos concluir que a criança internada para se submeter a 
uma cirurgia deve ser vista no seu aspecto global e a equipe de enfermagem cabe a responsabilidade de 
ampliar a assistência para além do fator cirúrgico, investigando e cuidando como um todo da criança. 
 
1.0.CUIDADOS PRÉ- OPERACIONAIS 
 O preparado adequado da criança no pré-operatório é considerado como a primeira e a mais 
importante etapa do tratamento pós-operatório. Para que esse preparo se torne efetivo e eficaz 
certos aspectos deverão ser considerados no planejamento da assistência : 
a) Idade e hábitos da criança; 
b) Condições psicológicas frente a hospitalização 
c) Condições físicas para a cirurgia: condições nutricionais, de hidratação, pulmonares,hepáticas, 
cardiovasculares e renais; 
d) Natureza da cirurgia:emergência,urgência, eletiva ou opcional. 
e) Extensão da cirurgia: dependerá do grau de espoliação do organismo através da lesão dos 
tecidos, e o tempo da anestesia; 
f) Cuidados necessários no pós-operatório 
g) Tempo de hospitalização 
h) Presença ou não de acompanhante e suas condições ficas e psicológicas; 
i) Condições socioeconômicas e culturais da família. 
 
2.0.CUIDADOS NO PRÉ OPERATÓRIO MEDIATO: 
Profª Aretusa Delfino
 65 
 Este período poderá variar de horas e dias antes da cirurgia, dependendo do preparo necessário 
e do tempo que se dispõe. 
 Como cuidados mediatos citam-se: 
 Admissão da criança na unidade; 
 Evitar contato com as pessoas portadoras de infecções; 
 Fazer preparo psicológico 
 Manter jejum; 
 Encaminhar para exames necessários e/ou colher material para exames laboratoriais; 
 Ensinar a criança a evacuar e urinar na comadre, papagaio, vidro, na posição horizontal ou 
acamada. 
 Ensinar fisioterapia respiratória; 
 Ensinar exercícios com membros, de extensão e flexão, troca de decúbito e deambulação 
precoce. 
 Orientar e supervisionar repouso relativo; 
 Implementar outros cuidados específicos. 
 
3.0.CUIDADOS NO PRÉ OPERATÓRIO IMEDIATO: 
 Considerando que o paciente é chamado para o BC uma hora antes da cirurgia, esse período 
deverá ser de uma a duas horas antes desse chamado. 
 Observar as condições da criança 
 Estimular eliminações urinária e intestinal 
 Fazer tricotomia 
 Fazer ou auxiliar na higiene corporal; 
 Fazer ou auxiliar na higiene oral; 
 Pesar a criança 
 Verificar SSVV 
 Observar constantemente se a criança recebeu pré-anestésico 
 Colocar pulseira de identificação 
 Preparar a maca para transportar o paciente para o BC 
 Aguardar o chamado do BC 
 Preparar o leito para o pós-cirúrgico 
 
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA: 
 Ao término do ato cirúrgico o paciente permanece na sala de recuperação pós – anestésica até 
que esteja em condições para retornar à unidade ou é transferido logo após para a unidade de 
tratamento intensivo, dependendo das suas condições e características da cirurgia. 
 O período de recuperação pós anestésica poderá variar em número de horas.os objetivos da 
assistência, neste período, são: prevenir e detectar precocemente os problemas pós-operatórios, bem 
como auxiliar na recuperação mais rápida da anestesia. 
 
 Lidar com a criança evitando movimentos bruscos; 
 Posicioná-la em decúbito horizontal, com a cabeça lateralizada. 
 Colocar compressas ou toalhas no leito, junto ao seu rosto 
 Aspirar secreções orais ou orotraqueais 
 Fazer higiene oral 
 Verificar SSVV 
 Observar estado de consciência 
 Fixar sondas e drenos 
 Controlar drenagens 
 Fazer medicação prescrita e observar seus efeitos colaterais; 
 Contolar fluidoterapia: quantidade, gotejamento e o local da infusão 
 Observar condições do curativo 
Profª Aretusa Delfino
 66 
 Manter o tubo orofaringiano, que impede a obstrução orofaringeana pela língua, até que o 
paciente esteja consciente 
 Fazer troca de decúbito de uma em uma hora 
 Estimular os exercícios respiratórios de uma em uma hora 
 Fazer exercícios de flexão e extensão com os membros de uma em uma hora 
 Oferecer gaze umidificada ou umedecer a mucosa oral de uma em uma hora 
 Observar, em todos os momentos, sinais de complicações pós operatórias: hemorragia e choque, 
principalmente. 
 Permitir a presença da mãe ou do acompanhante junto à criança tão logo seja possível;orientar 
acompanhante quanto a conduta que deverá manter no ambiente da sala de recuperação e 
supervisionar 
 
 O anestesista dará alta da URPA se o paciente estiver apresentando sinais vitais estáveis, 
débito urinário satisfatório, ausência de sinais de hemorragia ou outros sinais de anormalidade e 
somente após ter recuperado a consciência. 
 
1.0.CUIDADOS NO PÓS OPERATÓRIO IMEDIATO 
 Este período compreende os primeiros 30 minutos após a alta da sala de recuperação Pos 
Anestésica. 
 Transportar o paciente para a unidade de internação 
 Receber o paciente na unidade 
 Posicionar a criança no leito 
 Verificar SSVV 
 Agasalhar a criança após avaliação da temperatura corporal, conforme necessidade 
 Manter cuba rim e tolha junto ao paciente para o caso de vir apresentar vômito e necessidade 
de expelir secreções orais 
 Manter aspirador junto à cabeceira do paciente 
 Fixar sondas e drenos no leito 
 Trocar roupas da criança caso estejam sujas 
 Fazer anotações sobre o recebimento do paciente na unidade, constando: nível de consciência, 
queixas, condições do curativo, fluidoterapia,SSVV, drenagens e a conduta imediata. 
 
2.0.CUIDADOS NO PÓS OPERATÓRIO MEDIATO 
 Fazer ou auxiliar na higiene oral 
 Oferecer ou auxiliar na alimentação 
 Estimular exercícios respiratórios 
 Estimular e auxiliar na deambulação 
 Fazer ou auxiliar na troca de decúbito 
 Fazer ou auxiliar na higiene corporal no leito, até que tenha condições físicas para ir ao 
banheiro. 
 Controlar fluidoterapia e restrições físicas periodicamente]estimular recreação através de 
brinquedos no leito, levando outras crianças para conversar ou para joguinhos, leitura, até que 
possa participar da recreação em grupo. 
 Observar características do curativo 
 Prestar atenção emocionala criança em todos os momentos 
 Observar sinais de complicações pós operatórias 
 Preparar para alta hospitalar 
 Encaminhar a família para o serviço social, psicológico e outros profissionais à disposição da 
instituição, caso haja necessidade 
 Encaminhar aos serviços de saúde pública 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 67 
UNIDADE 16 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A FAMÍLIA E A CRIANÇA COM DOENÇA 
TERMINAL 
 
Definições: 
 
Tanatologia: palavra que vem do grego ( Thanatos = morte e Logos = tratado ) e significa estudo da 
morte. 
Doente Terminal : é aquele paciente portador de uma doença incurável que o levará, num prazo mais ou 
menos curto, à morte. 
Morte: é o fim da vida animal ou vegetal . Cessação da função cerebral 
Morrer: perder a vida. È o ato através do qual ocorre a morte. 
 
 Muitos são os fatores determinantes da falta de aceitação da morte, produzidos pela nossa 
cultura, em especial se ocorrida na infância. Mas a criança, que representa a esperança, o futuro, 
também sofre, adoece e morre. 
 Várias são as etapas que podem ser vivenciadas pelo indivíduo, frente à morte. São as seguintes: 
 
Negação e isolamento : Neste estágio frases como não, eu não, não pode ser verdade, deve ter havido 
algum engano, caracterizam o processo vivenciado pelo indivíduo, família e também pelos circundantes ( 
médicos, enfermeiros, teens). A negação é uma reação de defesa à percepção do estado mórbido. Porém 
é temporária, sendo substituída por uma aceitação parcial e isolamento. 
 
Raiva ( raiva, revolta, inveja, ressentimento): Nesse período as frases características são : por quê 
eu ? não poderia ser fulano ?. Nesta fase, médicos, enfermeiros e familiares são tratados com 
agressividade, questionados quanto a sua competência e solidariedade; a terapêutica empregada pode 
ser vista como incorreta e desagradável. Expressar a raiva racional ou irracional é fundamental para 
uma posterior aceitação da morte 
 
Barganha: Neste estágio o indivíduo almeja um prolongamento da vida ou dias sem dor ou sem males 
físicos. É uma tentativa de adiantamento e inclui um prêmio e uma promessa de que não se pedirá novo 
adiantamento caso o prêmio seja concedido. A maioria das barganhas é feita com Deus. 
 
Depressão: Ocorre quando o paciente percebe que não pode mais negar sua doença, devido à debilitação 
de seu organismo e a necessidade contínua do tratamento. Nessa fase a raiva e a revolta cessam, dando 
lugar a um grande sentimento de perda. 
 
Aceitação: É o período em que a família necessita de mais ajuda que o próprio paciente.A Aceitação 
não é um estágio de felicidade, mas a fuga de sentimentos.É um momento de paz em que as notícias do 
meio exterior não tem mais importância, as conversas não são mais desejáveis, o silêncio exprime os 
sentimentos de forma mais significativa. Há um momento em que a morte nada mais é do que um grande 
alívio, sendo mais fácil morrer quando se é ajudado a desapegar-se de todos os relacionamentos 
importantes da vida. 
 
INTERPRETAÇÃO DA MORTE SEGUNDO AS FASES EVOLUTIVAS DA CRIANÇA 
 
ATÉ TRÊS ANOS: 
 Neste período a criança não tem desenvolvida a definição de tempo e outros conceitos. Por isso 
não compreende a relação vida e morte. A morte para ela é um fato reversível e com significado nulo ou 
Profª Aretusa Delfino
 68 
escasso. Não é conceituada nessa etapa, já que a criança se interessa fundamentalmente pelo seu 
simbolismo verbal e não sobre as razões, causas, motivos, conexões. 
 Nas brincadeiras as crianças representam morte como um sono, a imobilidade. Se doente, a 
criança menos de três anos pode perceber a morte como separação iminente. Seu medo é gerado pelo 
temor de ser separada dos adultos que a protegem e a confortam. 
 
DE TRÊS A SEIS ANOS: 
 Nesta idade a criança possui uma compreensão limitada do significado de morte, pela escassez 
de conceitos.Pode encará-la como um estágio em que se está menos vivo, ou que é algo que acontece com 
os outros;pode ser temporária, reversível e o morto pode ter sentimentos e funcionamento biológico 
similares aos vivos. Há tendência de personalizar a morte, de que ela vem buscar alguém.Também pode 
estar ligada a velhice e ser resultado de agressão, assassinato e doença.Interpreta sua doença como um 
tipo de punição por erros reais ou imaginários;os procedimentos dolorosos reforçam essa idéia. 
 
DE SETE A 12 ANOS 
 Compreende a permanência de morte como um adulto, embora possa não compreende-la como um 
fato que ocorre com pessoas que lhe são queridas.Ela quer viver, encara a morte como sendo um 
obstáculo para realização de seus objetivos, independência, sucesso,aprimoramento físico e auto-
imagem.Ela teme morrer antes da realização.Porém, a morte é tida como distante, além do que o 
adolescente pode estar cético quanto a questões como céu,Deus, imortalidade etc. 
 Expressões de medo e ansiedade são , irritação, hostilidade, a apatia, depressão, afastamento 
de seus companheiros e dos adultos.A solidão pode provir do sentimento de não ser compreendido, da 
rejeição ou fuga percebidos nos circundantes A ansiedade geral da criança não é observada muitas 
vezes pelos circundantes, quando os mesmos estão imersos em seu pesar, receios e conflitos. 
 
OS PAIS E A CRIANÇA TERMINAL 
 
 A perda de um filhos pode ser uma das mais trágicas e aniquiladoras experiências do ser 
humano.A maneira pela qual o diagnóstico é comunicado aos pais tem importância vital na determinação 
de suas atitudes posteriores.se informados de forma abrupta ou de modo a eliminar qualquer 
esperança, poderão reagir a várias situações com extrema hostilidade.Porém a irritação deve ser 
sempre esperada, como resultado das defesas paternas. 
 Os sentimentos de culpa reais ou imaginários quase sempre estão presentes nos pais.Censuram-
se por desleixo, omissão ou impotência.a morte da criança pode ser também encarada, pelos pais, como 
forma de castigo por erros cometidos. 
 Na esfera comportamental os sentimentos de culpa podem ser deslocados para a equipe 
assistencial, sendo expressos pela irritação, rancor, revolta, etc. 
 A ansiedade e os sentimentos conflituosos dos pais seguramente têm repercussões negativas 
sobre a criança. no momento em que as relações necessitam ser saneadas os pais podem estar 
dominados por sentimentos de impotência, frustração, raiva e mágoa.Daí seu afastamento, frieza para 
com a criança, incapacidade de se comunicar ou hipersolicitude.Esta conduz à permissidade, gerando 
condutas inaceitáveis da criança e transmitindo-lhe sentimentos de desesperança. 
 
ASSSITÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PEDIÁTRICO TERMINAL 
 
 Prestar atenção a linguagem verbal e não verbal do paciente. 
 Aceitar a negação; atuar dentro de uma esfera realista;não destruir as deesas da criança(nem 
da família) 
 Aceitar a raiva e ajudar a criança a exprimi-la através de canais positivos. 
 Encorajar a família a completar todos os assuntos inacabados com a criança. 
 Ajudar a família a criar um contato humano, amoroso e significativo com a criança. 
Profª Aretusa Delfino
 69 
 
 Anotações 
 Ajudar a família a aceitar a criança que não quer falar e que rejeita ajuda, enquanto estiver 
vivenciando a desilusão, a raiva. Tranqüilizar a criança; demonstrar que suas sensações são 
compreendidas. 
 Aliviar a pressão inbuída nas observações você é corajoso, um homem não chora etc.isto impede 
que a criança tenha oportunidade de queixar-se, demonstrar o seu medo e desespero e receber 
a ajuda adequada. 
 Permitir e orientar que os familiares se revezem e descansem pois a morte não tem hora 
definida para ocorrer. 
 Impedir o excesso de visitas quando a criança demonstrar sinais de necessidade deisolamento. 
 As necessidades biológicas devem ser amplamente satisfeitas. É necessário evitar o sofrimento 
físico ( sede, frio,fome etc) 
 Deve-se permitir que os irmãos da criança terminal o visitem. 
 
 
 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 70 
UNIDADE 17 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA 
 
1. ESCABIOSE (SARNA) 
 
 A escabiose ou sarna é uma doença parasitária, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. É uma 
doença contagiosa transmitida pelo contato direto interpessoal ou através do uso de roupas 
contaminadas. O parasita escava túneis sob a pele onde a fêmea deposita seus ovos que eclodirão em 
cerca de 7 a 10 dias dando origem a novos parasitas. 
 
 
 Manifestações clínicas 
 
 A doença tem como característica principal o prurido intenso que, geralmente, piora durante a 
noite. A lesão típica da sarna é um pequeno trajeto linear pouco elevado, da cor da pele ou ligeiramente 
avermelhado e que corresponde aos túneis sob a pele. Esta lesão dificilmente é encontrada, pois a 
escoriação causada pelo ato do prurido a torna irreconhecível. O que se encontra, na maioria dos casos, 
são pequenos pontos escoriados ou recobertos por crostas em conseqüência do prurido. É possível a 
infecção secundária destas lesões com surgimento de pústulas e crostas amareladas. 
 
 As lesões atingem principalmente os seguintes locais: abdômen, flancos, baixo ventre, umbigo, 
pregas das axilas, cotovelos, punhos, espaços entre os dedos das mãos e sulco entre as nádegas. 
 
 A escabiose, raramente, atinge a pelo do pescoço e da face, exceto nas crianças, em quem estas 
regiões podem também ser afetadas. 
 
 Tratamento 
 
 O tratamento da sarna consiste na aplicação de medicamentos sob a forma de loções na pele do 
corpo todo, do pescoço para baixo, mesmo nos locais onde não aparecem lesões ou coceira. Após 
terminada a primeira série do tratamento, este deve ser repetido uma semana apóes, para atingir os 
parasitas que estarão deixando os ovos. Medicamentos para o alívio da coceira devem ser utilizados, 
porém não são responsáveis pela cura. 
 
 O tratamento também pode ser realizado via oral, sob a forma de comprimidos tomados em 
dose única. Pode ser necessária a repetição após 1 semana. Em casos resistentes ao tratamento, pode-
se associar os tratamentos oral e local. 
 
 As roupas de uso diário e as roupas de cama devem ser trocadas todos os dias, colocadas para 
lavar e passar a ferro. Todas as pessoas da casa que tiverem qualquer tipo de coceira devem se tratar 
ao mesmo tempo, para evitar a recontaminação. As unhas devem ser escovadas com sabonetes 
apropriados para a retirada de parasitas ali depositados pelo ato de coçar. Para evitar a doença não use 
roupas pessoais, roupas de cama ou toalhas emprestadas, evite aglomerações ou contato íntimo com 
pessoas de hábitos higiênicos duvidosos. 
 
 Em pessoas com bons hábitos higiênicos, a sarna pode ser confundida com outras doenças que 
causam coceira, devendo o diagnóstico correto ser realizado por um médico dermatologista que indicará 
o tratamento ideal para cada caso. 
 
Profª Aretusa Delfino
 71 
2. PEDICULOSE DA CABEÇA (PIOLHOS) 
 
 A pediculose da cabeça é uma doença parasitária, causada pelo Pediculus humanus varcapitis, 
vulgarmente chamdado de piolho. Atinge principalmente crianças em idade escolar e mulheres e é 
transmitida pelo contato direto interpessoal ou pelo uso de utensílios como bonés, escovas ou pentes de 
pessoas contaminadas. 
 
 Manifestações clínicas 
 
 A doença tem como característica principal característica o prurido intenso no couro cabeludo, 
principalmente na parte de trás da cabeça e que pode atingir também o pescoço e a região superior do 
tronco, onde se observam pontos avermelhados semelhantes a picadas de mosquitos. Com o prurido das 
lesões pode ocorrer a infecção secundária por bactérias, levando inclusive ao surgimento de glânglios no 
pescoço. 
 
 Geralmente a doença é causada por poucos parasitas, o que torna difícil encontrá-los, mas em 
alguns casos, principalmente em pessoas com maus hábitos higiênicos, a infestação ocorre em grande 
quantidade. Achado comum que fecha o diagnóstico de pediculose são as lêndeas, ovos de cor 
esbranquiçada depositados pelas fêmeas nos fios de cabelo. 
 
 Tratamento 
 
 O tratamento da pediculose da cabeça consiste na aplicação nos cabelos de medicamentos 
específicos para o extermínio dos parasitas e deve ser repetido após 7 dias. Existe também um 
tratamento através de medicação via oral, sob a forma de comprimidos tomados em dose única. Em 
casos de difícil tratamento, os melhores resultados são obtidos com a associação dos tratamentos oral 
e local. 
 
 A lavagem da cabeça e utilização de pente fino ajuda na retirada dos piolhos. As lêndeas devem 
ser retiradas uma a uma, já que os medicamentos muitas vezes não eliminam os ovos. Para facilitar a 
retirada das lêndeas, pode ser usada uma mistura de vinagre e água em partes iguais, embebendo os 
cabelos por meia hora antes de proceder a retirada. 
 
 Em crianças que freqüentemente aparecem com piolhos, recomenda-se manter os cabelos curtos 
e examinar a cabeça em busca de parasitas, usando o pente fino sempre que chegarem da escola que é, 
geralmente, o principal foco da infecção. As meninas de cabelos compridos devem ir à aula com os 
cabelos presos. A escola deve ser comunicada quando a criança apresentar a doença para que os outros 
pais verifiquem a cabeça de seus filhos, de modo que todos sejam tratados ao mesmo tempo, 
interrompendo assim o ciclo de recontaminação. 
 
3. IMPETIGO 
 
 É uma infecção de pele e que também tem os nomes de piodermite, pereba ou broto. É causada 
pela penetração de micróbios na pele aberta por machucados, feridas, coceiras ou picadas de inseto. 
 
 Essas infecções podem começar como um pontinho de pus ou uma feridinha avermelhada, que 
aumenta de tamanho, fica um pouco inchada e dolorosa e que tem a tendência a formar crostas. Às 
vezes a infecção é bem superficial, deixando a pele descamada, úmida e vermelha, parecendo que foi 
queimada com um toque de cigarro aceso ou fogo. Às vezes a infecção é mais pronfunda, dolorosa e 
quente, como nos furúnculos. 
 
Profª Aretusa Delfino
 72 
 O tratamento as infecções de pele é feita com a limpeza das feridas, remoção as cascas e 
secreções com água fervida morna, na qual pode ser dissolvido um desinfetante, como o permanganato 
de potássio (dissolve-se um pacotinho ou um comprimido em um litro de água – água fica arroxeada). 
Pode ser usado depois um creme ou pomada de antibiótico – creme . Quando as infecções são mais 
profundas, tipo furúnculo, a aplicação de compressas quentes e úmidas facilita a cura. 
 
 Quando as infecções são muitas, quando continuam a aparecer apesar do tratamento ou quando 
há ínguas, geralmente há necessidade de usar antibiótico por via oral ou injetável, que será receitado no 
centro de saúde, geralmente um tipo de penicilina. 
 
 Um tipo especial de infecção de pele é a das pálpebras, chamada terçol ou hordéolo, é 
conhecida popularmente com o nome de “bonitinha. Deve ser tratatada com um creme especial que 
possa ser usado nos olhos, com orientação do Centro de Saúde. (Leia também “terçol”). 
 
 
4. DERMATITE SEBORRÉICA 
 
Afecção crônica e recorrente não contagiosa comum nos dois ou três meses de vida, 
caracterizando-se pelo acúmulo de escamas seborréicas e crostas amareladas descamativas e oleosas 
no couro cabeludo. Pode afetar pálpebras, canal auditivo externo, pregas nasolabiais e região inguinal. 
 
 Etiologia 
 
É obscura. Acredita-se que exista uma predisposição constitucional para a doença (metabólica,nutricional e endócrinas). 
 
 Medidas terapêuticas e conduta de enfermagem 
 
 Remoção das crostas com óleo. 
 Lavar a cabeça com mais freqüência a fim de evitar o acúmulo, repetir o 
procedimento até resolver o problema. 
 
5. CANDIDÍASE (MONILÍASE ORAL OU SAPINHO) 
 
 É uma infecção causada por fungo do gênero cândida, geralmente, Cândida albicans. 
Se a pele do bebê ficar úmida por muito tempo, ela estará suscetível a assaduras causadas por 
lêvedo, o tipo de assadura mais persistente. Grandes quantidades de antibiótico podem causar diarréia, 
o que pode dar início às assaduras causadas por lêvedo. Este tipo de assadura pode ser identificado 
pelas feridas intumescidas, rosadas ou com pus branco ao redor de uma mancha vermelha na área 
coberta pela fralda. O bebê pode ter as manchas na boca também e pode ser que seus seios fiquem 
sensíveis caso esteja amamentando. Se esta condição persistir, consulte o pediatra assim que possível 
para começar um tratamento antigúngico. 
 
 Etiologia 
 
A contaminação pode ocorrer durante a passagem da criança pelo canal de parto. 
Pelo contato direto com outras crianças contaminadas ou com pessoas que cuidam da criança. 
Por má nutrição. 
Durante o uso de corticóides 
Antibióticos 
Diabetes 
Neoplasias 
Profª Aretusa Delfino
 73 
 
 Manifestações Clínicas 
 
Placas brancas, semelhante a coágulo de leite na mucosa da boca, de gengivas e da língua. 
Mucosa vermelha. 
 
 Tratamento 
 
Aplicar fungicida na cavidade oral, gerlamente Nistatina – 1 ml 4 x ao dia de 6/6 horas. 
Pincelar a área com violeta de genciana. 
Anfotericina B, clotrimazol, fluconazol ou Miconazol. 
 
 Condutas de enfermagem 
 Lavar as mãos ao manusear a criança. 
 Higienizar chupetas, bicos de mamadeiras, seio materno. 
 Realizar higiene oral (água boricada – 1 colher de sopa de bicarbonato/ 1 litro de água) 
 Remover as placas por meio da higiene oral. 
 Alimentar adequadamente a criança. 
 Administrar medicamentos conforme prescrição médica 
6. GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA (GNDA) 
Glomerulonefrites ou glomerulopatias são afecções que acometem o glomérulo, estrutura 
microscópica formada por um emaranhado de capilares semelhantes a um novelo de lã. É a principal 
estrutura renal responsável pela filtração do sangue. 
Causas 
As doenças glomerulares são conseqüência de uma ampla variedade de fatores: distúrbios 
imunológicos, doenças vasculares, doenças metabólicas e algumas entidades hereditárias. As 
glomerulopatias que aparecem isoladamente são classificadas como primárias, e quando estão 
associadas a doenças sistêmicas (Lupus, diabetes, etc.) são classificadas como secundárias. 
Classificação 
Histologicamente, classificamos em várias entidades, mas uma mesma glomerulonefrite pode ter 
diversas apresentações clínicas. Raramente essas patologias evoluem para insuficiência renal terminal 
em questão de semanas; geralmente sua evolução é mais lenta. Quando ocorre piora rápida da função 
renal, elas são classificadas como glomerulonefrites rapidamente progressivas, independentemente do 
tipo histológico 
Quadro Clínico 
As conseqüências da agressão glomerular são basicamente: proteinúria, hematúria, queda da 
filtração glomerular, retenção de sódio e hipertensão. Dependendo da intensidade e do tipo da 
agressão, pode haver predomínio de um sinal sobre outro, dando origem a diferentes apresentações 
clínicas: síndrome nefrítica, síndrome nefrótica, não-nefrítica e não-nefrótica. A síndrome nefrítica é 
definida como o aparecimento de edema, hipertensão arterial e hematúria (geralmente macroscópica). 
Síndrome nefrótica é caracterizada por proteinúria de 24 horas maior que 3,5 gramas, edema, 
hipoalbuminemia e hipercolesterolemia. 
Profª Aretusa Delfino
 74 
A glomerulonefrite pós-estreptocócica é uma glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) que se 
desenvolve após uma infecção por Streptococcus. 
Em geral, 1 a 3 semanas após uma infecção de garganta ou de pele, o indivíduo começa a 
apresentar urina escura (cor de chá), inchaço e diminuição do volume urinário. Ao ser examinado, é 
freqüente constatar-se hipertensão arterial sistêmica e os exames de laboratório nessa ocasião 
revelam hematúria. Proteinúria é variável e déficit de função renal é comum. 
Quando constatadas as primeiras manifestações renais, comumente a infecção que a antecedeu 
não mais está presente. 
O tratamento desta glomerulonefrite é eminentemente sintomático, pois seu curso de um modo 
geral é auto-limitado, e corresponde a cuidados com a retenção excessiva de líquidos pelo corpo, que 
leva a inchaço, hipertensão arterial e eventuais outras complicações. 
Esta glomerulonefrite usualmente tem boa evolução, em geral não evolui para insuficiência 
 
7. CRISE CONVULSIVA 
Convulsão: Descarga bio-energética emitida pelo cérebro que provoca contracções musculares gerais e 
generalizadas.» 
Ataque episódico, que resulta da alteração fisiológica cerebral e que clinicamente se manifesta 
por movimentos rítmicos involuntários e anormais, que são acompanhados de alterações do tônus 
muscular, esfíncteres e comportamento. 
Crise convulsiva: 
«Termo usado para designar um episódio isolado.» 
 Crise convulsiva é um quadro caracterizado pela contratura involuntária da musculatura 
com movimentos desordenados, generalizados ou localizados, acompanhada de perda dos sentidos. 
Distúrbio convulsivo: 
É um distúrbio crônico e recorrente.(epilepsia). 
 
 Fisiopatologia Das Convulsões 
Seja qual for a causa, ou o tipo de crise convulsiva, o mecanismo básico é o mesmo. 
Há descargas elétricas: 
- De origem nas áreas centrais do cérebro (afetam imediatamente a consciência); 
- De origem numa área do córtex cerebral (produzem características do foro anatômico em 
particular); 
- Com início numa área localizada do córtex cerebral e alastrando-se a outras porções do 
cérebro. 
 - Manifestações Clínicas 
Profª Aretusa Delfino
 75 
Estão relacionadas com o tipo de convulsão, e irão ser abordadas ao longo do trabalho. 
 - Avaliação De Diagnóstico 
O diagnóstico tem dois objetivos principais que são: 
- Definir o tipo de crise convulsiva; 
- Compreender a causa. 
 
O diagnóstico das convulsões faz-se através de: 
- História completa; 
- Exame físico e neurológico completo; 
-Exames laboratoriais ( hemograma completo, glicemia, cálcio, uréia, liquido cefalo-raquidiano, 
etc.); 
- E.E.G 
- Cintigrafia cerebral; 
- T.A.C.; 
- Ressonância magnética; 
 
1.0. Convulsões Neonatais 
 INCIDÊNCIA 
Existem numerosas manifestações clínicas, que podem ser equivalentes a convulsões, no entanto, 
não são reconhecidas como tal. 0,2 a 0,8% das convulsões aparecem nos dez primeiros dias de vida, 
sendo a sua maioria na primeira semana (29 e 32 dia de vida). 
 SINTOMATOLOGIA 
É de difícil observação, resumindo-se às vezes, a apenas um piscar de olhos, uma recusa alimentar, 
alterações do tônus, apnéia ou espasmos dispnéicos. Assim, as crises tônico-clônicas são raras no Recém 
Nascido, sendo mais frequentes as manifestações tônicas ou clônicas isoladas. 
Sinais de crise no Recém Nascido: 
 Movimentos de rotação da cabeça, olhar fixo e respiração irregular; 
 Espasmos tônicos das extremidades; 
 Tremores, finos e prolongados das extremidades; 
 Movimentos de pedalagem dos membros; 
 Períodos de hipotonia acentuada em fase pós critica; 
 Hiperatividade e alterações do sono; 
 Reflexo de moro expontâneo; 
 Alterações da respiração; 
 Alterações da deglutição; 
 ETIOLOGIA 
 As causas são múltiplas. 
Cerca de 90% das convulsões noRecém Nascido são devidas a: 
- Hipoglicemia - nas primeiras 48 horas de vida; 
Profª Aretusa Delfino
 76 
 
- Hipoxia - nas primeiras 48 horas de vida; 
 
- Traumatismos de parto - nas primeiras 48 horas vida; 
 
- Hipocaliemia ou hipomagnesemia - nas primeiras 72 horas de vida; 
Depois da primeira semana de vida as infecções e problemas genéticos são as principais causas de 
convulsão. 
 TRATAMENTO 
 O tratamento, baseia-se essencialmente na correção da perturbação causal, e secundariamente 
na administração de anticonvulsivantes. 
 2.0 - Crises Não Epilétpicas 
Estão relacionadas com certas situações - sindromes especiais. 
 2.1 - Convulsões febris 
São distúrbios transitórios associados à febre. 
- Afetam 3 a 5% das crianças; 
 - Afeta normalmente crianças entre os 6 meses e os 5 anos; 
 - Suposta predisposição familiar; 
 - Na maioria dos casos acontece quando há uma elevação rápida da temperatura acima dos 
38,9ºC; 
 - Apenas 25% das crianças voltam a ter uma futura convulsão febril; 
 - Normalmente não há compromisso neurológico. O tratamento faz-se através do controle da 
febre (antipiréticos), da convulsão (diazepam ou fenobarbital), e posteriormente faz-se o 
tratamento das infecções. 
2.2 - Episódios de suspensão da respiração 
 É mais frequente em crianças com idades compreendidas entre os 6 e 18 meses. Precipita-se 
por medo, frustração ou raiva, e caracteriza-se por choro violento e cessação da respiração. 
 
3.0. Convulsões Generalizadas 
Estas convulsões ocorrem em qualquer idade, em qualquer momento. O intervalo entre as crises 
varia bastante. 
3-1 - Convulsões de grande mal (motoras principais) : 
 Caracterizam-se por duas fases completamente distintas. 
Fase Clônica: 
- Reviramento ocular; 
 - Perda imediata de consciência; 
Profª Aretusa Delfino
 77 
 - Contração generalizada e simétrica de toda a musculatura corporal; 
 - Braços fletidos; 
 - Pernas, cabeça e pescoço estendidos; 
 - Poderá emitir um grito; 
 - Dura aproximadamente 10 a 20 segundos; 
 - A criança apneica pode tornar-se cianótica. 
 
Fase Tônica: 
 
- Movimentos violentos, rítmicos e involuntários; 
 - Pode espumar pela boca; 
 - Incontinência urinária. 
À medida que a crise vai cedendo, os movimentos tornam-se menos intensos e com intervalos 
maiores. Dá-se um relaxamento corporal e segue-se uma fase de sonolência. 
3.2 - Pequeno mal: 
Caracteriza-se por uma perda breve de consciência. Podem passar despercebidas, o 
comportamento sofre poucas alterações. É frequente entre os 5 e os 9 anos de idade. Pode haver 
alteração do tônus muscular, e a criança deixa cair pequenos objetos, no entanto raramente cai. Não ha 
incontinência. 
4- AÇÕES DE ENFERMAGEM : 
A enfermagem tem que ser capaz de atuar rapidamente, no entanto, tem que ser um bom 
observador. Pois esta observação poderá ser inicio de um diagnóstico correto. Há ações que devem 
serem feitas imediatamente, tais como: 
 - Proteger a criança durante a convulsão: 
 - Deitar a criança (caso ela esteja de pé ou sentada); 
 - Afrouxar roupas apertadas; 
 - Remover objetos; 
 - Sustentar com delicadeza a criança. 
 - Manter vias aéreas desobstruídas: 
 - Aspirar secreções se necessário; 
 - Administrar terapêutica anti-convulsivante e chamar médico de serviço; 
 - Observar crise convulsiva; 
 - Descrever e registrar todas as observadas, tais como: 
 - Sequência dos acontecimentos; 
 - Início da crise; 
 - Duração da crise; 
 - Eventos significativos anteriores à crise; 
 - Verificar se há incontinência urinária ou fecal; 
 - Verificar se há fase clônica ou tônica. 
- Observar após a crise, 
 - Descrever e registrar: 
 . Forma de cessação da crise; 
 - Nível de consciência; 
 - Orientação; 
 - Capacidade motora; 
 - Fala. 
Profª Aretusa Delfino
 78 
 - Promover repouso; 
 - Deixar a criança confortável; 
 - Permitir que a criança repouse após a crise; 
 - Reduzir estimulação sensorial ( luzes, barulho, etc. ); 
 - Reduzir ansiedade dos pais: 
 - Promover atmosfera calma; 
 - Explicar propósitos de enfermagem; 
 -Oferecer apoio emociona 
8.SEPTICEMIA 
Definição: 
A septicemia é a presença de bactérias no sangue (bacteremia) e é associada a doença grave. 
Causas, incidência e fatores de risco: 
A septicemia é uma infecção grave, com progressão rápida e de alto risco que pode aparecer 
secundária a infecções localizadas do trato respiratório, genitourinário e gastrointestinal ou da pele. 
Pode preceder ou coincidir com infecções do osso (osteomielite), do sistema nervoso central 
(meningite) ou outros tecidos. A septicemia pode conduzir rapidamente a um choque séptico e à morte. 
O início da septicemia é marcado por febre forte e calafrios, respiração e freqüência cardíaca 
aceleradas, aparência externa de estar seriamente doente (tóxico) e uma sensação eminente de morte. 
Estes sintomas progridem rapidamente para choque com diminuição da temperatura corporal 
(hipotermia), queda na pressão sangüínea, confusão ou outras alterações no estado mental e 
anormalidades na coagulação evidenciadas por lesões hemorrágicas na pele (petéquia e equimose). 
Sintomas: 
 febre (início repentino, normalmente com picos) 
 calafrios 
 aparência tóxica (aparência de gravemente doente) 
 alterações no estado mental 
o irritável 
o letárgico 
o ansioso 
o agitado 
o indiferente 
o comatoso 
 choque 
o frio 
o viscoso 
o pálido 
o cianótico (azul) 
o indiferente 
 sinais na pele associados a anormalidades de coagulação 
o petéquias 
o equimose (normalmente lesões grandes, planas, de coloração roxa que não clareiam 
quando pressionadas) 
o gangrena (alterações iniciais nas extremidades que sugerem a diminuição ou ausência de 
fluxo sangüíneo) 
 redução ou ausência da produção de urina 
Profª Aretusa Delfino
 79 
Sinais e exames: 
Um exame físico pode demonstrar: 
 pressão sangüínea baixa (hipotensão) 
 temperatura corporal baixa (hipotermia) 
 sinais de doença associada (meningite, epiglotite, pneumonia, celulite ou outros) 
Os exames que confirmam a infecção incluem: 
 hemocultura 
 cultura de urina 
 cultura de LCR 
 cultura de qualquer lesão cutânea suspeita 
 hemograma completo 
 contagem plaquetária 
 estudos de coagulação 
o TP 
o TTP 
o níveis de fibrinogênio 
 gases sangüíneos 
Tratamento: 
Esta doença deve ser tratada em hospital, normalmente com admissão em uma unidade de 
terapia intensiva. 
São administrados líquidos intravenosos (IV) para manter a pressão sangüínea. Medicamentos 
fortes via IV, denominados simpatomiméticos, normalmente são necessários para manter a pressão 
sangüínea. Uma terapia com oxigênio é iniciada para manter a saturação de oxigênio. 
A infecção é tratada com antibióticos de amplo espectro (aqueles que são eficientes contra uma 
grande quantidade de microorganismos) antes de o microoorganismo a ser identificado. Uma vez que as 
culturas tenham identificado o microoorganismo específico responsável pela infecção, inicia-se o 
tratamento com os antibióticos específicos para o tratamento daquele organismo. 
O plasma ou outro tratamento pode ser necessário para a correção das anormalidades de 
coagulação. 
Expectativas (prognóstico): 
O choque séptico tem uma taxa de mortalidade alta dependendo do tipo de organismo, chegando a 
ultrapassar os 50%. O organismo envolvido e a hospitalização imediata determinarão a recuperação. 
Complicações: 
 choque irreversível 
 síndrome de Waterhouse-Friderichsen 
 síndromeda angústia respiratória adulta (SARA) 
Profª Aretusa Delfino
 80 
 
 Anotações 
Solicitação de assistência médica: 
A septicemia não é comum mas é devastadora, e o diagnóstico logo no início pode prevenir a progressão 
para choque. 
 uma criança com febre, calafrios com tremores e com uma aparência gravemente doente deve 
ser imediatamente tratada como uma emergência 
 uma criança com evidência de sangramento na pele deve ser imediatamente tratada como uma 
emergência 
 uma criança que esteja doente e tenha alterações no estado mental deve ser imediatamente 
tratada como emergência 
Solicite assistência médica se a criança não estiver em dia com a vacinação ou não tiver sido 
imunizada contra a Haemophilus influenza B, normalmente chamada de vacina HIB. Se a criança tiver 
um baço danificado devido a um processo de doença ou se o baço tiver sido removido, marque uma 
consulta para imunização contra a doença pneumocócica. 
Prevenção: 
O tratamento apropriado das infecções localizadas pode prevenir a septicemia. A vacina HIB em 
crianças já reduziu a incidência de septicemia por Haemophilus (e meningite por Haemophilus, de 
epiglotite e celulite periorbital) e é uma parte da rotina do programa de vacinação infantil 
recomendado. Crianças que têm os baços removidos ou que apresentem doenças que danifiquem o baço 
(como anemia de células falciformes) devem receber a vacina pneumocócica. A vacina pneumocócica não 
é parte do programa de vacinação infantil de rotina. 
Os contatos próximos (pais, irmãos, amigos) de crianças sépticas com determinados organismos, 
como pneumococos, menigococos e Haemophilus, podem precisar de terapia preventiva com antibióticos, 
que será prescrita pelo médico; o tipo de antibiótico será determinado pelo organismo envolvido 
 
 
 
 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 81 
UNIDADE 18 
 
TÉCNICAS PEDIÁTRICAS 
 
1.0-FOTOTERAPIA 
 
A fototerapia é uma modalidade terapêutica empregada para tratamento de várias dermatoses. 
O início de sua utilização data da Antigüidade, e sua classificação é feita segundo o tipo de irradiação 
utilizada (UVA ou UVB), variável de acordo com os comprimentos de onda. 
Trata-se de opção terapêutica para várias dermatoses de evolução crônica, como a psoríase, o vitiligo, o 
linfoma cutâneo de células T, a parapsoríase, os eczemas, entre outras, trazendo resultados muito 
satisfatórios. 
Além disso, a fototerapia pode ser utilizada associada a vários outros medicamentos sistêmicos, 
como os retinóides, o metotrexate, a ciclosporina, visando à obtenção de rápido controle das 
dermatoses com doses menores de medicamentos. 
Assim como qualquer outra modalidade terapêutica a fototerapia apresenta limitações, como o 
equipamento necessário, a disponibilidade do paciente em aderir ao tratamento e considerações clínicas 
como a dose cumulativa total dos raios UV e suas conseqüências. 
A fototerapia demanda alguns cuidados e acompanhamento criterioso para que se tenha a 
resposta terapêutica efetiva e não apresente efeitos indesejados que eventualmente possam ocorrer. 
 
2.0-AEROSOLTERAPIA OU NEBULIZAÇÃO 
 
Conceito: 
É a administração de pequenas partículas de água em oxigênio ou ar comprimido, com ou sem medicação 
nas vias aéreas superiores. 
 
Finalidade: 
- Alívio de processos inflamatórios, congestivos e obstrutivos; 
- Umidificação - para tratar ou evitar desidratação excessiva da mucosa das vias aéreas; 
- Fluidificação - para facilitar a remoção das secreções viscosas e densas; 
- Administração de mucolíticos - para obter a atenuação ou resolução de espasmos brônquicos; 
- Administração de corticosteróides - ação antiinflamatória e anti-exsudativa; 
- Administração dos agentes anti-espumantes - nos casos de edema agudo de pulmão. 
 
Indicações: 
- Obstrução inflamatória aguda subglótica ou laríngea; 
- Afecções inflamatórias agudas e crônicas das vias aéreas; 
- Sinusites, bronquites, asma brônquica, pneumonias, edema agudo de pulmão e outros; 
- Pós-operatório. 
 
Cuidados na terapêutica de nebulização: 
- Preparar o material necessário de forma asséptica; 
- Anotar a freqüência cardíaca antes e após o tratamento (se uso de broncodilatador); 
- Montar o aparelho regulando o fluxo de O2 ou ar comprimido com 4 a 5 litros por minuto. 
- Colocar o paciente numa posição confortável, sentado ou semi - fowler (maior expansão 
diafragmática); 
- Orientar o paciente que inspire lenta e profundamente pela boca; 
- Checar na papeleta e anotar o procedimento, reações do paciente e as características das secreções 
eliminadas; 
- Orientar o paciente para manter os olhos fechados durante a nebulização se em uso de medicamentos; 
Profª Aretusa Delfino
 82 
- Orientar o paciente a lavar o rosto após a nebulização, SOS; 
- Providenciar a limpeza e desinfecção dos materiais usados (aparelho); 
- Usar solução nebulizadora ou umidificadora estéril. 
 
Medicação: 
1- Berotec - Antiasmático e broncodilatador - age sobre os receptadores B-2 adrenergéticos da 
musculatura brônquica promovendo efeito broncoespasmolítico rápido e de longa duração; tem como 
efeitos colaterais tremores dos dedos, inquietação, palpitação. 
2- Fluimucil - mucolítico - estimula a secreção de surfactante e transporte mucociliar; pode causar 
broncoconstricção; as ampolas quebradas só podem ser guardadas no refrigerador por um período de 
24 horas. 
3- Muscosolvan - mucolítico e expectorante - corrige a produção de secreções traqueobrônquicas, 
reduz sua viscosidade e reativa a função mucociliar; pode causar broncoconstricção e transtornos 
gastrintestinais. 
 
 
3.0-GAVAGEM 
Conceito: Consistem na introdução de alimentos líquidos no estômago através de um tubo de polivinil 
colocado pelo nariz ou boca; 
Indicações: 
 Idade gestacional < 34 semanas. 
 RN com peso < 2000 g . 
 RN com desconforto respiratório e FR entre 60 e 80 ipm com esforço respiratório discreto ou 
ausente. 
 RN pré-termo que se cansam muito com a sucção e requerem uma combinação de sucção e 
gavagem. 
 RN que não sugam devido a encefalopatia, hipotonia ou anormalidades maxilofaciais. 
 Usar sonda naso ou orogástrica longa, fixa e aberta. Esta deve ser trocada a cada 3 dias. 
 A via orogástrica é o método preferencial quando o RN apresentar desconforto respiratório e 
nos RN < 2000g. 
 A via nasogástrica pode ser utilizada em recém-nascidos sem desconforto respiratório, quando 
os mesmos estiverem em fase de treinamento para sucção via oral 
4.0-BALANÇO HIDRICO 
 
Procedimento: 
 
Todo o líquido deve ser medido antes de se oferecer ao paciente e o volume registrado no impresso de 
controle hídrico, na coluna correspondente a líquidos ingeridos, com o respectivo horário. As infusões 
parenterais recebidas pelo paciente devem ser anotadas na coluna correspondente a infusões venosas. 
Todo líquido eliminado pelo paciente deve ser medido e anotado na coluna correspondente.Os líquidos 
eliminados correspondem a diurese,vômitos, líquidos de drenagem, diarréia. 
Os fluidos que não puderem ser medidos poderão ser avaliados utilizando-se símbolos como: 
Pequena quantidade + / regular quantidade ++ / grande quantidade +++ 
 
Procedimento: 
 
O fechamento do BH pode ser parcial,ao final de cada turno de trabalho( 6/6 hs) ou total, ao final de 
24 horas. 
Profª Aretusa Delfino
 83 
Num primeiro momento deve-se somar todos os volumes administrados e ingeridos(+). 
Após somam-se todos os líquidos eliminados(-). 
Se o volume de líquidos ganhos for maior que as perdas o 
BH é positivo. 
 
5.0-OXIGENOTERAPIA 
 
Conceito: 
Consiste na administraçãode oxigênio numa concentração de pressão superior à encontrada na 
atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia. 
 
Considerações Gerais: 
- O oxigênio é um gás inodoro, insípido, transparente e ligeiramente mais pesado do que o ar; 
- O oxigênio alimenta a combustão; 
- O oxigênio necessita de um fluxômetro e um regulador de pressão para ser liberado; 
- A determinação de gases arteriais é o melhor método para averiguar a necessidade e a eficácia da 
oxigenoterapia; 
- podem ou não existir outros sinais de hipóxia como a cianose. 
 
Avaliação Clínica do Paciente: 
Sinais de hipóxia são: 
- Sinais respiratórios: Taquipnéia, respiração laboriosa (retração intercostal, batimento de asa do 
nariz), cianose progressiva; 
- Sinais cardíacos: Taquicardia (precoce), bradicardia, hipotensão e parada cardíaca (subseqüentes ao 
1°); 
- Sinais neurológicos: Inquietação, confusão, prostração, convulsão e coma; 
- Outros: Palidez. 
 
Métodos de Administração de Oxigênio: 
a) cânula nasal - é empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de O2. É 
relativamente simples e permite que o paciente converse, alimente, sem interrupção de O2. 
1- Vantagens: 
- Conforto maior que no uso do cateter; 
- Economia, n~]ao necessita ser removida; 
- Convivência - pode comer, falar, sem obstáculos; 
- Facilidade de manter em posição. 
2- Desvantagens: 
- Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais; 
- Concentração de O2 inspirada desconhecida; 
- De pouca aceitação por crianças pequenas; 
- Não permite nebulização. 
 
b) Cateter Nasal - Visa administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É de fácil aplicação, mas 
nem sempre é bem tolerada principalmente por crianças. 
1- Vantagens: 
- Método econômico e que utiliza dispositivos simples; 
- Facilidade de aplicação. 
2- Desvantagens: 
- Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido; 
- A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2; 
Profª Aretusa Delfino
 84 
- Irritabilidade tecidual da nasofaringe; 
- Facilidade no deslocamento do cateter; 
- Não permite nebulização; 
- Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas. 
 
c) Máscara de Venturi - Constitui o método mais segurei e exato para liberar a concentração necessária 
de oxigênio, sem considerar a profundidade ou freqüência da respiração. 
 
d) Máscara de Aerosol, Tendas Faciais - São utilizadas com dispositivo de aerosol, que podem ser 
ajustadas para concentrações que variam de 27% a 100%. 
 
Efeitos Tóxicos e Colaterais na Administração de O2 
- Em pacientes portadores de DPOC, a administração de altas concentrações de O2 eliminará o estímulo 
respiratório - apnéia; 
- Resseca a mucosa do sistema respiratório; 
- Altas concentrações de O2 (acima de 50%) por tempo prolongado ocasionam alterações pulmonares 
(atelec 
tasias, hemorragia e outros); 
- Altas concentrações de O2 (acima de 100%) há ação tóxica sobre os vasos da retina, determinando a 
fibroplasia retrolenticular. 
 
 
Cuidados com o O2 e com sua Administração 
- Não administrá-lo sem o redutor de pressão e o fluxômetro; 
- Colocar umidificador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado; 
- Colocar aviso de "Não Fumar" na porta do quarto do paciente; 
- Controlar a quantidade de litros por minutos; 
- Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom funcionamento; 
- Dar apoio psicológico ao paciente; 
- Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à umidade; 
- Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente observando o volume de água do umidificador e a 
quantidade de litros por minuto; 
- Explicar as condutas e as necessidades da oxigenoterapia ao paciente e acompanhantes e pedir para 
não fumar; 
- Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão; 
- Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (cateter); 
- Avaliar com freqüência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar e dar assistência 
adequada; 
- Manter vias aéreas desobstruídas; 
- Manter os torpedos de O2 na vertical, longe de aparelhos elétricos e de fontes de calor; 
- Controlar sinais vitais. 
6.0-RESTRIÇÃO DE MOVIMENTOS 
Material (restrição mecânica) 
atadura de crepe; algodão, gaze, compressas cirúrgicas; lençóis; tala; fita adesiva; braçadeiras de 
contenção. 
 
Procedimento 
proceder a restrição no leito dos segmentos corporais na seguinte ordem: ombros, pulsos e tornozelos, 
Profª Aretusa Delfino
 85 
 
 Anotações 
quadril e joelhos; 
ombros: lencol em diagonal pelas costas, axilas e ombros, cruzando-as na região cervical; 
tornozelos e pulsos: proteger com algodão ortopédico, com a atadura de crepe fazer movimento 
circular, amarrar; 
quadril: colocar um lençol dobrado sobre o quadril e outro sob a região lombar, torcer as pontas, 
amarrar; 
joelhos: com 02 lençóis. Passar a ponta D sobre o joelho D e sob o E e a ponta do lado E sobre o joelho 
E e sob o D; 
 
Observações 
 não utilizar ataduras de crepe (faixas) menor do que 10 cm; 
 evitar garroteamento dos membros; 
 afrouxar a restrição em casos de edema, lesão e palidez; 
 retirar a restrição uma vez ao dia (banho); 
 proceder limpeza e massagem de conforto no local 
7.0-ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
 
 Uma das principais dificuldades no tratamento da criança doente é administrar medicações, 
principalmente no que se refere a recusa da criança. Assim, as orientações devem também conter esse 
aspecto. Alertar que nunca se deve mentir,dizendo que a medicação é gostosa.Isso fará com que a 
criança perca a confiança, pois em geral não é verdade.Nunca chantageá-la nem ameaçá-la. O objetivo 
deve ser, construir uma situação favorável à cooperação. Para tanto, dizer a ela que precisa tomar o 
medicamento, mesmo que sja um bebê. Explicar segundo sua compreensão, como isso poderá ajudá-la, 
dizendo por exemplo: “ vai diminuir a tosse ou a dor de ouvido” e como ela irá sentir, isto é, se o 
remédio é amargo ou muito doce. Nunca comparar o medicamento a uma guloseima, mesmo que tenha um 
sabor agradável, pois isso pode estimular a ingestão acidental do mesmo pela criança. Oferecer uma 
escolha possível como “ você quer tomar sozinha ou a titia ajuda?”, “ depois do remédio, você quer 
tomar água ou um pouco de suco?” 
 Para crianças pequenas, é mais fácil utilizar uma seringa do que um copo ou colher, uma vez que 
permite uma administração lenta numa região lateral da boca, dificultando perdas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 86 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
BRANDEN, P. S. Enfermagem materno-infantil. Rio de Janeiro: Reichamn e Affonso editores, 2000 
 
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Leis Federais n.º 8069, 1990, nº 8242, 1991 
 
BRASIL. Manual de Atenção Integrada as Doenças Prevalentes na Infância – AIDPI – Ministério 
da Saúde, Brasil - 2002 
 
BRASIL .Manual de Assistência ao Recém-Nascido – Ministério da Saúde – 1994 
 
BRASIL. Manual de Saúde da Criança – Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil , 
Ministério da Saúde – 2002 
 
BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica -10ª edição – Guanabara 
Koogan. Rio de janeiro, 2006. 
 
LIMA, Idelmira Lopes de . Manual do Auxiliar e Técnico de Enfermagem – 7ª edição – Goiânia : 
Editora AB , 2006. 
 
SCHMITZ, Edilza Maria. A Enfermagem em Pediatria e Puericultura – 1ª edição – São Paulo: Editora 
Atheneu, 2005. 
 
Manual de Normas para Saúde da Criança na Atenção Básica – Secretaria do estado doPará – 2004 
 
SILVA, A . C. S. ET al. Manual de Urgências em Pediatria. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. 
 
 
WONG, D.L. Enfermagem Pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 1997. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 87 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Aretusa Delfino
 88 
Profª Aretusa Delfino
 89 
 
Profª Aretusa Delfino
	Capanull
	Sumárionull
	Unidade 01 - Introdução a Enfermagem Pediátricanull
	Unidade 02 - Cuidados de Enfermagem ao Recém Nascidonull
	Unidade 03 - Teste de PKUnull
	Unidade 04 - Programa Nacional de Imunizaçãonull
	Unidade 05 - Assistência de Enfermagem no Crescimento e Desenvolvimento da Criançanull
	Unidade 06 - Atenção Integrada as Doenças Prevalentes na Infância - AIDPInull
	Unidade 07 - Infecções Respiratórias Agudasnull
	Unidade 08 - Diarréia Agudanull
	Unidade 09 - Desnutriçãonull
	Unidade 10 - Desidrataçãonull
	Unidade 11 - Necessidades Básicas da Criança Hospitalizadanull
	Unidade 12 - O nullHospital Pediátrico
	Unidade 13 - Humanização da Assistência de Enfermagem na Hospitalização da Criança
	Unidade 14 - Admissão e Alta da criançanull
	Unidade 15 - Cuidados de Enfermagem no Pré, trans e pós – operatório da criançanull
	Unidade 16 - Assistência de enfermagem a Criança Terminalnull
	Unidade 17 - Assistência de Enfermagem nas doenças prevalentes na infâncianull
	Unidade 18 - Técnicas Pediátricasnull
	Referências Bibliográficasnull
	Anexosnull

Mais conteúdos dessa disciplina