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DIREITO ADMINISTRATIVO - Bens Públicos

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DIREITO ADMINISTRATIVO
BENS PÚBLICOS 
Conceito de Domínio Público
Domínio Público em Sentido Amplo – Todos aqueles bens públicos ou privados que estão sob o domínio (regulação/fiscalização/normatização) do Estado. 
Domínio Público em Sentido Stricto – são aqueles bens que estão à disposição do povo, ou seja, são aqueles bens que estão para o uso público.
Bem Público
Conceito 
É aquele pertencente a pessoa jurídica de direito público, então o seu bem serão bens públicos. Pertencentes as pessoas jurídicas de direito público como: a administração direta (U, E, DF e M) e as administrações indiretas como: as autarquias e as fundações de direito público. Em outras palavras, bem público é aquele bem pertencente a PJ de Direito Público, mas também segue o regime de bem público aqueles bens pertencentes das PJs de Direito Privado desde que estejam diretamente ligados à prestação do serviço público. 
OBS: As Pessoas Jurídicas de Direito Privado (EP e SEM) se, eles estiverem diretamente ligado à prestação do serviço público, então os bens, seguirão o regime de bem público. (Princípio da continuidade do serviço público). 
OBS: EP e SEM – exploradoras de atividades econômicas – os bens serão privados e penhoráveis 
 EP e SEM – prestação do serviço público – os bens serão públicos e serão impenhoráveis 
OBS: ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) tem um tratamento diferenciado de Fazenda Pública, portanto os bens são impenhoráveis. 
Classificação 
Titularidade – Os Bens Públicos:
 Federais – art. 20 CF (rol exemplificativo)
 Estaduais – art. 26 CF (rol exemplificativo)
 Distritais (DF) – do E + M
 Municipais – Norma infraconstitucional (fora da repartição da CF)
Quanto à destinação 
Bens de uso comum do Povo – também chamado de bem de domínio público, pois são aqueles bens que estão à disposição da coletividade, que para o seu uso normal independentemente de autorização, portanto se trata de um uso sem distinção, sem discriminação. São bens afetados a destinação de uma utilidade pública. Ex: ruas, praças, as praias, as estradas, os logradouros públicos, mas o Estado pode regulamentar a sua utilização. Ex: Praças com grades para diminuir a criminalidade em Maceió-AL. 
Bens de uso Especial – ou também chamado de bem do patrimônio administrativo. É aquele bem que o Estado conserva para a prestação de serviços públicos, ou seja, para atividades de interesse público, para a prestação de atividades públicas. São considerados como instrumentos do Estado, também chamado de Aparelho Estatal. São bens afetados destinados de uma utilidade pública. Ex: Bens das Repartições Públicas, dos hospitais, das escolas, terras dos silvícolas, dos cemitérios, dos teatros públicos, museus, aeroportos, navios militares etc. Os bens de uso especial podem ser utilizados individualmente, mas cabe ao Estado que regular as suas condições de uso, ou seja, o Estado conserva a prestação do serviço público, mas ele pode ser utilizado individualmente. 
OBS: Os bens de uso Comum do Povo ou Bens de Uso Especial são bens que tem a destinação pública, pois são bens afetados (ligados) que estão destinados há uma finalidade pública 
Bens Dominicais (doutrina majoritária também chamados de bens dominiais) – são aqueles bens que não tem finalidade pública, ou seja, não estão afetados (destinados/presos) há uma finalidade pública. O bem dominical, o Estado conserva como se fosse um particular porque não tem finalidade pública, ou seja, não tem destinação pública. Ex: as terras devolutas, os bens móveis inservíveis, repartições públicas desativadas, dívida ativa. Doutrina majoritária que bens dominicais são sinônimos de bens dominiais
Regime Jurídico Administrativo de Bens Públicos 
- Inalienáveis (inaenabilidade relativa) – Os bens públicos são inalienáveis, mas não é de forma absoluta, mas isso quer dizer que em algumas condições que os bens públicos podem ser alienáveis. Os doutrinadores modernos preferem chamar como alienabilidade condicionada, ou seja, preenchidas alguns requisitos podem ser alienáveis. Em regra o bem de uso comum do povo e o bem de uso especial são inalienáveis. E os bens dominicais são em regra alienáveis.
Afetação e Desafetação (chamados também de consagração e desconsagração)
Afetação – tem-se um bem dominical, portanto esse bem dominical vai se torna um bem de uso comum do povo ou um bem de uso especial. A afetação protege mais um bem e ser pode ser de qualquer maneira porque está protegendo mais o bem, tanto que a afetação pode ser realizado mediante lei, ato administrativo ou com o simples uso do bem. 
Desafetação – tem se um bem de uso comum do povo, e esse bem vai se tornar um bem dominical, no caso desprotege o bem, e não pode ser realizado de qualquer maneira, pois só pode ser por lei ou um ato administrativo previamente autorizado por lei (situação mais drástica). Já a desafetação dos bens especiais para o dominical poder ser mediante lei, ato administrativo ou por um evento da natureza.
OBS: Para haver alienação do bem, primeiramente, o bem precisa estar desafetado. No caso, se o bem é de uso comum do povo ou especial, então no caso está afetado. 
Requisitos (art. 17, **24 e 25 da Lei 8.666/93)
Alienação do Bem Público 
Bens imóveis 
- PJ de Direito Público: - precisa de autorização legislativa, 
 - declaração do interesse público para a alienação
 
 - avaliação prévia 
 - licitação: modalidade - concorrência 
Bens móveis (art. 17, 22 da Lei 8.666/93)
PJ de Direito Público: - declaração do interesse público para a alienação
 - avaliação prévia
 - licitação: modalidade leilão 
Impenhorabilidade (impenhoráveis) art. 100 da CF – os bens públicos são impenhoráveis. A impenhorabilidade decorre da inaenabilidade relativa. 
Bem público não podem ser objeto:
- de penhora (restrição da ação de execução – a garantia do bem em juízo) – não pode ser alienado de forma livre;
- de arresto (cautelares típicas) – para proteger bens indeterminados;
- e de sequestro (cautelares típicas) – para proteger bens determinados; 
Impossibilidade de Oneração – direito real de garantia.
O bem público não pode ser objeto real de garantia como:
- o penhor – são garantias de bens móveis que acontecem fora do juízo;
- a hipoteca –são garantias sobre bens imóveis que acontecem fora do juízo;
- e a anticrese - é a possibilidade do credor de utilizar o patrimônio com o objetivo de pagar a obrigação. 
Imprescritibilidade (imprescritíveis) – prescrição aquisitiva pelo decurso do tempo. Bens públicos não podem ser objeto de prescrição aquisitiva (usucapião). Doutrina majoritária compreende que não cabe nenhuma hipótese de usucapião. 
Aquisição de bens públicos 
- Compra e venda 
- Doação 
- Permuta 
- desapropriação 
- Usucapião (prescrição aquisitiva da propriedade)
- direito hereditário
- herança jacente e vacante
- ação de execução – adjudicação, arrematação 
- perdimento de bens (art. 91 do CP) 
- improbidade administrativa (lei 8.429/92)
- parcelamento de solo urbano (particular um loteamento – divide em vários lotes, mas tem que ser revestido ao Poder Público como: rua, praças, etc.)
- acessão natural:
Álveo abandonado - rio seco abandonado, então a área do leito abandonado é adquirida pelos imóveis lindeiros (das margens).
 Aluvião – aquisição de área através das terras que descem pelas aguas e vão se deslocando nos imóveis inferiores. São pequenas quantidades de terras imperceptíveis que se deslocam dos imóveis superiores que descem através das águas e se fixam nos imóveis inferiores.
 Avulsão - aquisiçãode área através das terras que descem pelas aguas e vão se fixando nos imóveis inferiores. É um bloco de terra que se deslocam de um imóvel superior que descem pelas águas e que se fixa num imóvel inferior. 
- abandono de bens – (art. 1.275 do CC) – animus abandonidis: hipótese que o particular não quer mais o bem. 
OBS: Concessão, autorização e permissão de bem público ≠ Concessão, autorização e permissão de prestação de serviços públicos.
Gestão de bens públicos ou utilização especial de bens públicos
Conceito 
De que maneira que esse bem público pode ser utilizado, e os institutos da concessão, autorização e permissão de bem público, que são formas de utilização de utilização desse bem, e essas formas de uso que são: fins naturais do bem, e a forma do uso anormal que necessita de consentimento. 
Formas de uso: 
- Fins naturais do bem que pode ser dividido:
 - Uso normal - e em regra: não preciso de consentimento.
- Uso Anormal - necessita de consentimento.
Generalidade 
- utilização comum: - generalidade (coletiva)
 - sem distinção 
 - gratuita 
- utilização especial - uso especial remunerado 
 - uso especial privativo 
- utilização compartilhada 
OBS: Utilização especial de uso especial privativo - concessão, permissão e a autorização de bem público.
Autorização de bem público - interesse particular 
 - eventos ocasionais e temporários 
 - ato unilateral - (Adm. Pública faz só)
 - discricionário (conveniência e 
 oportunidade).
 - precário (sem prazo e sem 
 Indenização).
OBS: Na utilização privativa do uso de bens públicos (solene), utiliza-se institutos próprios do Direito Privado. Os mais utilizados são a concessão, permissão e a autorização do uso de bem público. Autorização de uso é concedida no interesse do particular, e é utilizada em eventos ocasionais e temporários, como exemplo: Réveillon, Carnaval fora de época. A autorização de uso é feito através de um ato unilateral (administração decide sozinha o ato), discricionário (conveniência e oportunidade) e precário (pode retomar a qualquer tempo e sem indenização)
Permissão de uso - interesse público/interesse privado. 
 - ato unilateral - discricionário (conveniência e oportunidade)
 - precário (sem prazo e sem indenização)
 
OBS: Permissão de uso (menos solene) - é concedida ao mesmo tempo nos dois interesses (tanto o público quanto o privado), pois é concedida por ato unilateral (discricionário e precário). Ex: barraquinha de frutas, chaveiro. 
Concessão de uso de bem público - concedido no interesse público 
 (mais solene/rigorosa) - contrato administrativo - licitação prévia
OBS: Construiu é solene, e é difícil de desfazer - concessão de uso de bem público. Ex: restaurantes e lanchonetes em Universidades Públicas, restaurantes e lanchonete em hospitais públicos, restaurantes em praças públicas. 
- utilização compartilhada - quando o bem estar à disposição da coletividade, mas ao mesmo tempo é utilizado por uma empresa privada. Ex: telefone público (orelhão). Ex: Out Doors (placas de propagandas)
OBS: Comentário do art. 20 da CF. São bens da União: II - terras devolutas (surgiu no fim das Capitanias Hereditárias, as terras não apropriadas, ou terras sem dono. As terras devolutas não é demarcada e também não é descriminada, em regra pertence ao Estado e excepcionalmente da União). Ex: A USP (Universidade de São Paulo); III - lagos, rios se banhar mais de um Estado pertencerá à União, os terrenos marginais com 15 mts e as praias fluviais (praias de rios) também pertence à União; V - Mar territorial (12 milhas exerce soberania, pertence à União. De 12 a 24 milhas são as zonas contíguas exerce o Poder de Polícia. De 12 a 200 milhas são as zonas econômicas exclusivas, os recursos naturais pertence à União.

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