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ESTUDO DE MORA

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FACULDADES UNIFICADAS DOCTUM DE GUARAPARI 
CURSO BACHAREL EM DIREITO 
3° PERÍODO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARAPARI/ES - 2014 
 
 
 
 
 
FACULDADES UNIFICADAS DOCTUM DE GUARAPARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORA 
 
 
 
 
 
 
 
ANDRÉ LUIZ TEIXEIRA VICTOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARAPARI/ES - 2014 
 
 
 
FACULDADES UNIFICADAS DOCTUM DE GUARAPARI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORA 
 
 
―Considera-se em mora o devedor que não 
efetuar o pagamento e o credor que não quiser 
recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou 
a convenção estabelecer‖. Art. 394, CC. 
 
 
Prof(a). (Dr.) VANESSA FORTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARAPARI/ES - 2014 
 
1 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A mora é uma taxa percentual incidente sobre o atraso do pagamento de um título 
de crédito numa unidade de tempo. Os juros de mora incidem sobre a importância 
da condenação já corrigida monetariamente. Os juros de mora e a correção 
monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial ou a 
condenação. Os juros de mora, nas reclamações trabalhistas, são contados desde a 
notificação inicial. Valor a pagar ao qual fica sujeito o contribuinte que efetua o 
recolhimento do tributo em data posterior ao vencimento da obrigação tributária. 
 
CONCEITO DE MORA 
 
2.1 - Mora é o retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação. Preceitua, 
com efeito, o art. 394 do Código Civil: “Considera-se em mora o devedor que não 
efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma 
que a lei ou a convenção estabelecer”. Configura-se a mora, portanto, não só 
quando há retardamento, atraso no cumprimento da obrigação, mas também 
quando este se dá na data estipulada, mas de modo imperfeito, ou seja, em lugar 
ou forma diversa da convencionada ou estabelecida na lei. Para sua existência, 
basta que um dos requisitos mencionados no aludido art. 394 esteja presente, não 
se exigindo a concorrência dos três. O sistema brasileiro, desde o Código de 1916, 
inovou o tradicional conceito de mora, que consistia apenas no retardamento 
culposo ao paga - lo que se deve, ou ao receber o que é devido. O Código Civil 
português, por exemplo, proclama que o ―devedor considera-se constituído em 
mora quando, porquanto lhe seja imputável, a prestação, ainda possível, não foi 
efetuada no tempo devido‖ (art. 804º, n. 2). Para o Código Civil brasileiro, todavia, 
a mora é mais que o simples retardamento, como assinala Silvio Rodrigues, ―pois o 
legislador acrescentou, ao conceito tradicional, a ideia de cumprimento fora do 
lugar e de forma diferente da ajustada‖. Na maioria das vezes, no entanto, a mora 
se revela pelo retardamento. 
 
 
 
2 
 
 
 
MORA E INADIMPLEMENTO ABSOLUTO: 
 Diz-se que há mora quando a obrigação não foi cumprida no tempo, lugar e forma 
convencionados ou estabelecidos pela lei, mas ainda poderá sê-lo, com proveito 
para o credor. Ainda interessa a este receber a prestação, acrescida dos juros, 
atualização dos valores monetários, cláusula penal etc.. Arts. 394 e 395, cc. 
Se, no entanto, a prestação, por causa do retardamento, ou do imperfeito 
cumprimento, tornar-se ―inútil ao credor‖, a hipótese será de inadimplemento 
absoluto, e este poderá ―enjeitá-la‖, bem como ―exigir a satisfação das perdas e 
danos‖. Art. 395, parágrafo único, cc. 
Embora os dois institutos sejam espécies do gênero inadimplemento, ou 
inexecução, das obrigações, diferem no ponto referente à existência ou não, ainda, 
de utilidade ou proveito ao credor. Havendo, a hipótese será de mora; não 
havendo, será de inadimplemento absoluto. 
Como exemplo desta última pode ser mencionado o atraso no fornecimento de 
salgados e doces encomendados para festa de casamento. De nada adiantará a 
promessa da devedora de entregá-los no dia seguinte, porque a prestação será 
inútil ao credor, que poderá enjeitá-la e pleitear perdas e danos. Quando, no 
entanto, alguém atrasa o pagamento de uma parcela do preço, na venda a prazo, 
ainda interessa ao credor seu recebimento, como acréscimo das perdas e danos. 
―Pode acontecer que, não realizando o devedor a prestação no momento devido, 
ela ainda continue materialmente possível, mas perca interesse para o credor. A 
prestação conquanto fisicamente realizável, deixou de ter oportunidade. 
Juridicamente não existe então simples atraso, mas verdadeira inexecução 
definitiva. Prestação que já não interessa ao credor em consequência do atraso 
vale para o direito como prestação tornada impossível‖. Inocêncio Galvão Telles. 
“Não basta que o credor diga, mesmo convictamente, que a prestação já não 
lhe interessa; há que ver, em face das circunstâncias, se a perda de interesse 
corresponde à realidade das coisas”. 
 ―A inutilidade da prestação que autoriza a recusa da prestação por parte do credor 
deverá ser aferida objetivamente, consoante o princípio da boa-fé e a manutenção 
do sinalagma, e não de acordo com o mero interesse subjetivo do credor‖. Em 
ambos os casos, a consequência será a mesma: o devedor que não efetuar o 
pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma 
convencionados ou devidos responderá pelo ressarcimento dos prejuízos a que a 
sua mora der causa (CC, art. 395), isto é, por perdas e danos. Também responde 
por estas o devedor absolutamente inadimplente. Arts. 395 parágrafo único, e 389 
,cc. 
Esta é a primeira semelhança entre os dois institutos. A segunda reside no fato de 
que, nos dois casos, a obrigação de reparar o prejuízo depende de existência de 
culpa do devedor moroso ou inadimplente. Dispõe, com efeito, o art. 396 do Código 
Civil: 
3 
 
 
 
―Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora‖. 
Não basta, destarte, segundo enfatiza Antunes Varela, ―o fato do não 
cumprimento no momento próprio para que haja mora‖. 
Essencial à mora é que haja culpa do devedor no atraso do cumprimento. Mora est 
dilatio, culpa non carens, debiti solvendi... ―Não há mora, por falta de culpa do 
devedor, quer quando o retardamento é devido a fato fortuito ou de força maior, 
quer quando seja imputável a fato de terceiro ou do credor, quer mesmo quando 
proceda de fato do devedor, não culposo (ignorância desculpável da dívida ou da 
data do vencimento etc.).‖ 
Por essa razão, tem decidido o Superior Tribunal de Justiça: ―A cobrança de 
encargos indevidos pelo credor afasta a mora do devedor, nos termos do 
entendimento pacificado na Segunda Seção desta Corte (EREsp163.884/RS)‖ Nesse 
sentido o Enunciado 354 da IV Jornada de Direito Civil (STJ-CJF): 
 “A cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusivas sim pede a 
caracterização da mora do devedor”. 
 Mas, por outro lado, a Súmula 380 do Superior Tribunal de Justiça proclama: 
“A simples propositura da ação de revisão do contrato não inibe a 
caracterização da mora do autor”. 
É certo que todo inadimplemento se presume culposo. Mas o devedor poderá 
afastar tal presunção, demonstrando que a inexecução da obrigação teve por causa 
o fortuito ou força maior e não eventual culpa de sua parte. Se a prestação se 
tornar impossível, sem culpa do devedor, a relação jurídica se extingue sem 
qualquer ônus ou responsabilidade para este. Se o elemento culpa (fato ou omissão 
imputável ao devedor) é necessário para a caracterização da mora deste, conforme 
dispõe o retro transcrito art. 396 do Código Civil, tal não ocorre com a do credor. 
MORA E INADIMPLEMENTO ABSOLUTO: 
 Diz-se que há mora quando a obrigação não foi cumprida no tempo, lugar e formaconvencionados ou estabelecidos pela lei, mas ainda poderá sê-lo, com proveito 
para o credor. Ainda interessa a este receber a prestação, acrescida dos juros, 
atualização dos valores monetários, cláusula penal etc. Arts. 394 e 395,cc. 
Se, no entanto, a prestação, por causa do retardamento, ou do imperfeito 
cumprimento, tornar-se ―inútil ao credor‖, a hipótese será de inadimplemento 
absoluto, e este poderá ―enjeitá-la‖, bem como ―exigir a satisfação das perdas e 
danos‖ (CC, art. 395, parágrafo único). Embora os dois institutos sejam espécies do 
gênero inadimplemento, ou inexecução, das obrigações, diferem no ponto 
referente à existência ou não, ainda, de utilidade ou proveito ao credor. Havendo, 
a hipótese será de mora; não havendo, será de inadimplemento absoluto. 
 
4 
 
 
 
Como exemplo desta última pode ser mencionado o atraso no fornecimento de 
salgados e doces encomendados para festa de casamento. De nada adiantará a 
promessa da devedora de entregá-los no dia seguinte, porque a prestação será 
inútil ao credor, que poderá enjeitá-la e pleitear perdas e danos. Quando, no 
entanto, alguém atrasa o pagamento de uma parcela do preço, na venda a prazo, 
ainda interessa ao credor seu recebimento, como acréscimo das perdas e danos. 
Trata-se de simples mora. 
―Pode acontecer que, não realizando o devedor a prestação no momento devido, 
ela ainda continue materialmente possível, mas perca interesse para o credor. A 
prestação conquanto fisicamente realizável, deixou de ter oportunidade. 
Juridicamente não existe então simples atraso, mas verdadeira inexecução 
definitiva. Prestação que já não interessa ao credor em consequência do atraso 
vale para o direito como prestação tornada impossível‖. Inocêncio Galvão Telles 
―Não basta que o credor diga, mesmo convictamente, que a prestação já não lhe 
interessa; há que ver, em face das circunstâncias, se a perda de interesse 
corresponde à realidade das coisas‖. 
 ―A inutilidade da prestação que autoriza a recusa da prestação por parte do credor 
deverá ser aferida objetivamente, consoante o princípio da boa-fé e a manutenção 
do sinalagma, e não de acordo com o mero interesse subjetivo do credor‖. Em 
ambos os casos, a consequência será a mesma: o devedor que não efetuar o 
pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma 
convencionados ou devidos responderá pelo ressarcimento dos prejuízos a que a 
sua mora der causa (CC, art. 395), isto é, por perdas e danos. Também responde 
por estas o devedor absolutamente inadimplente. Arts. 395, parágrafo único, e 
389, cc. 
 Esta é a primeira semelhança entre os dois institutos. A segunda reside no fato de 
que, nos dois casos, a obrigação de reparar o prejuízo depende de existência de 
culpa do devedor moroso ou inadimplente. Dispõe, com efeito, o art. 396 do Código 
Civil: 
―Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora‖. 
Não basta, destarte, segundo enfatiza Antunes Varela, ―o fato do não 
cumprimento no momento próprio para que haja mora‖. 
Essencial à mora é que haja culpa do devedor no atraso do cumprimento. Mora est 
dilatio, culpa non carens, debiti solvendi... ―Não há mora, por falta de culpa do 
devedor, quer quando o retardamento é devido a fato fortuito ou de força maior, 
quer quando seja imputável a fato de terceiro ou do credor, quer mesmo quando 
proceda de fato do devedor, não culposo (ignorância desculpável da dívida ou da 
data do vencimento etc.)‖. 
 
 
5 
 
 
 
Por essa razão, tem decidido o Superior Tribunal de Justiça: ―A cobrança de 
encargos indevidos pelo credor afasta a mora do devedor, nos termos do 
entendimento pacificado na Segunda Seção desta Corte (EREsp163.884/RS)‖ Nesse 
sentido o Enunciado 354 da IV Jornada de Direito Civil (STJ-CJF): 
 “A cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusiva sim pede a 
caracterização da mora do devedor”. 
 Mas, por outro lado, a Súmula 380 do Superior Tribunal de Justiça proclama: 
“A simples propositura da ação de revisão do contrato não inibe a 
caracterização da mora do autor”. 
É certo que todo inadimplemento se presume culposo. Mas o devedor poderá 
afastar tal presunção, demonstrando que a inexecução da obrigação teve por causa 
o fortuito ou força maior e não eventual culpa de sua parte. Se a prestação se 
tornar impossível, sem culpa do devedor, a relação jurídica se extingue sem 
qualquer ônus ou responsabilidade para este. Se o elemento culpa (fato ou omissão 
imputável ao devedor) é necessário para a caracterização da mora deste, conforme 
dispõe o retro transcrito art. 396 do Código Civil, tal não ocorre com a do credor. 
Se aquele oferece a prestação oportunamente, configura-se a mora deste, se não a 
recebe, independentemente de culpa. O primeiro deixa de responder pelos riscos a 
coisa (ainda que o último não a tenha recebido por motivo alheio à sua vontade), 
por ter oferecido o pagamento quando se tornou exigível. Nessa linha, assinala 
Silvio Rodrigues, escorado na lição de Agostinho Alvim, que, se o devedor está 
em mora, o credor tem justa causa para se recusar a receber a prestação. 
Mas, ―se outro motivo o impediu de receber, tal como doença que o manteve preso 
ao leito, então, embora não tenha agido com culpa, está em mora accipiendi, 
porque a mora do credor não requer o aditamento da noção de culpa para se 
caracterizar‖. 
ESPÉCIES DE MORA 
Há duas espécies de mora: a do devedor e a do credor. A primeira é 
denominada mora solvendi (mora de pagar) ou debitoris (mora do devedor); a 
segunda, mora accipiendi (mora de receber) ou creditoris (mora do credor). 
MORA DO DEVEDOR 
Configura-se mora do devedor quando se dá o descumprimento ou cumprimento 
imperfeito da obrigação por parte deste, por causa a ele imputável. 
 Pode ser de duas espécies: mora ex re (em razão de fato previsto na lei) e ex 
persona. 
 
6 
 
 
 
Configura-se a mora ex re quando o devedor nela incorre sem necessidade de 
qualquer ação por parte do credor, o que sucede: 
a. Quando a prestação deve realizar-se em um termo prefixa do e se trata de 
dívida portável. O devedor incorrerá em mora ipso iure desde o momento 
mesmo do vencimento: dies interpellat pro homine; 
 
b. Nos débitos derivados de um ato ilícito extracontratual, a mora começa no 
mesmo momento da prática do ato, porque nesse mesmo instante nasce para 
o responsável o dever de restituir ou de reparar: fur semper moram facere 
videtur; 
 
 
c. Quando o devedor houver declarado por escrito não pretender cumprir a 
prestação. Neste caso não será necessário nenhum requerimento, porque 
resultaria inútil interpelar quem, antecipadamente, declarou 
peremptoriamente não desejar cumprir a obrigação. Dá-se a mora ex 
persona em todos os demais casos. 
Será então necessária uma interpelação ou notificação por escrito para a 
constituição em mora. Os acontecimentos que acarretam a mora ex re 
encontram - se nos arts.397, caput, e 398 do Código Civil. 
Obrigações Negativas 
„‟Nas obrigações negativas, o devedor fica constituído em mora, desde o dia em 
que executar o ato de que se devia abster. ‘‘ Art. 961 
Todavia, nas obrigações negativas a mora se confunde com o próprio 
inadimplemento da obrigação. Com efeito, nessa modalidade não existe 
propriamente mora, porquanto qualquer ato realizado em violação da obrigação 
acarreta o seu descumprimento. 
 “nas obrigações negativas, non faciendi, a mora confunde-se com a 
inexecução...”. Clóvis Beviláqua 
Obrigação é Positiva 
“O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui 
de pleno direito em mora o devedor”. Art. 397 
 
7 
 
 
 
(dar ou fazer) e líquida (de valor certo), com data fixada para o pagamento, seu 
descumprimento acarreta, automaticamente (ipso iure), sem necessidade dequalquer providenciado credor, a mora do devedor (ex re), segundo a máxima 
romana dies interpellat pro homine (o dia do vencimento interpela pelo homem, 
isto é, interpela o devedor, pelo credor). 
 “a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial” Art. 
397, parágrafo único. 
Trata-se da mora ex persona, que depende de providência do credor. Se o 
comodato, por exemplo, foi celebrado por dois anos, vencido esse prazo o 
comodatário incorrerá em mora de pleno direito (ex re), ficando sujeito à ação de 
reintegração de posse, como esbulhador. Se, no entanto, não foi fixado prazo de 
duração do comodato, a mora do comodatário se configurará depois de interpelado 
ou notificado, pelo comodante, com o prazo de Alberto Trabucchi, Instituciones. 
Requisitos: 
“A mora do devedor depende dos seguintes pressupostos ’’. 
 
Enfatiza Inocêncio Galvão Telles que: 
 
a) Inexecução da obrigação no vencimento, com possibilidade, todavia de 
execução futura; 
 
b) Imputabilidade dessa inexecução ao devedor. 
 
 Significa isto, por outras palavras, que são requisitos da referida mora o acto 
ilícito e a culpa. O acto ilícito consiste em o devedor deixar de efectuar 
oportunamente a prestação; a culpa, em tal lhe ser atribuível. ―O acto ilícito é a 
inexecução da obrigação em si, portanto algo de objectivo; a culpa, a imputação 
dessa inexecução ao devedor, portanto algo de subjectivo‖. 
 
Segundo Alberto Trabucchi, o primeiro requisito para que o devedor incorra em 
mora é o vencimento da dívida, que a torna exigível; a prestação devida deverá ser 
líquida e certa (an debeatur). O segundo requisito fundamental da mora solvendi, 
diz, é a culpa do devedor: mora est injusta dilatio. 
 
Finalmente, a mora deve poder ser constatada com certeza. Na lição de Orlando 
Gomes, a mora pressupõe: 
 
a) Vencimento da dívida; 
b) Culpa do devedor; 
c) Viabilidade do cumprimento tardio. 
 
 
8 
 
 
 
 
Sistematizando o assunto, podemos dizer que são pressupostos da mora solvendi: 
 
I. Exigibilidade da prestação, ou seja, o vencimento de dívida líquida e certa. 
É necessário que a prestação não tenha sido realizada no tempo e modo 
devidos, mas ainda possa ser efetuada com proveito para o credor. 
Considera-se líquida a dívida cujo montante tenha sido apurado; e certa, 
quando indiscutível a sua existência e determinada a sua prestação. Se a 
obrigação estiver sujeita a condição que ainda não se verificou, ou se a 
fixação da prestação estiver dependendo de escolha que ainda não se 
efetuou. A mora não se verifica, por não se saber se o devedor efetivamente 
deve ou o que deve. 
 
II. b) Inexecução culposa (por fato imputável ao devedor), relembrando-seque 
o inadimplemento, por si, faz presumir a culpa do devedor, salvo prova, por 
ele produzida, de caso fortuito ou força maior. Não basta, portanto, ofato 
do não cumprimento ou cumprimento imperfeito da obrigação. Essen-cial à 
mora é que haja culpa do devedor no atraso do cumprimento. Como visto 
anteriormente (item 2 deste capítulo, retro), ―não havendo fato ou omissão 
imputável ao devedor, não incorre este em mora‖ (CC, art. 396). 
 
III. Constituição em mora. Este requisito somente se apresenta quando se trata 
de mora ex persona, sendo dispensável e desnecessário se for ex re, pois o 
dia do vencimento já interpela o devedor — ‗‘dies interpellat pro homine‘‘. 
 
 
Efeitos: 
 
Os principais efeitos da mora do devedor consistem: 
 
1. Na responsabilização por todos os prejuízos causados ao credor, nos 
termos do art. 395 do Código Civil. O credor pode exigir, além da prestação, 
juros moratórios, correção monetária, cláusula penal e reparação de 
qualquer outro prejuízo, que houver sofrido se não optar por enjeitá-la, no 
caso de ter-se-lhe tornado inútil, reclamando perdas e danos (art. 395, 
parágrafo único). Preleciona, com efeito, AGOSTINHO ALVIM que a mora 
―pode, também, operar a rescisão do contrato, não sendo esta uma 
consequência fatal. Há o direito de rescisão, quando a prestação se tenha 
tornado inútil ao credor...‖. Os prejuízos mencionados no aludido dispositivo 
são os decorrentes exclusivamente da mora, não se confundindo com os 
decorrentes do inadimplemento absoluto previsto no art. 389 do mesmo 
diploma. O devedor em mora tem não só que realizar a prestação em dívida, 
mas também indenizar o chamado dano moratório. 
 
2. Na perpetuação da obrigação (CC, art. 399), pela qual responde o devedor 
moroso pela impossibilidade da prestação, ainda que decorrente de caso 
fortuito ou de força maior (o que não aconteceria, segundo a regra Antunes 
Varela, Direito das obrigações, geral, se a impossibilidade provocada pelo 
fortuito surgisse antes da mora, quando a obrigação do devedor se resolveria 
9 
 
 
 
sem lhe acarretar qualquer ônus). A mora do devedor produz, assim, a 
inversão do risco. Se o devedor está em mora quando sobrevém a 
impossibilidade casual da prestação, é seu o risco, ainda que este coubesse 
em princípio ao credor (este suporta, em princípio, o risco proveniente de a 
prestação se impossibilitar por caso fortuito ou de força maior). 
 
 “O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora 
essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes 
ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano 
sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada”. 
Art. 399 do Código Civil. 
 
 A expressão “salvo se provar isenção de culpa” é defeituosa, pois se o devedor 
provar tal isenção não haverá mora, e, portanto, estará livre das consequências 
desta. 
Ademais, se a impossibilidade da prestação resulta de caso fortuito ou de força 
maior, é porque não houve culpa do devedor. Na realidade, a única escusa 
admissível é a de que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse 
desempenhada em tempo. Costuma-se mencionar o clássico exemplo em que 
ambas as casas, a do devedor, obrigado a restituir coisa emprestada, e a do credor, 
foram destruídas por um raio, com todos os objetos existentes em seu interior, na 
pendência da mora. Neste caso, teria sobrevindo dano à coisa, de qualquer forma, 
ou seja, mesmo que a obrigação de restituir tivesse sido cumprida a tempo. 
Quando, nos casos em geral, o objeto da prestação perece em decorrência do 
fortuito e da força maior, o devedor fica, em princípio, exonera doou liberado da 
obrigação. Se, no entanto, o perecimento se dá estando o devedor em mora incorre 
a desoneração. A obrigação que normalmente se extingue, em virtude do caso 
fortuito que impossibilita a prestação, com o que se perpetua por causa da mora: 
mora debito ris obligatio perpetua fit. 
 
MORA DO CREDOR 
 
Configura-se a mora do credor quando ele se recusa a receber o pagamento no 
tempo e lugar indicados no título constitutivo da obrigação, exigindo-o por forma 
diferente ou pretendendo que a obrigação se cumpra de modo diverso. Decorre 
ela, pois, de sua falta de cooperação com o devedor, para que o adimplemento 
possa ser feito do modo como a lei ou a convenção estabelecer (CC art. 394). Se o 
credor injustificadamente. 
 
“Omite a cooperação ou colaboração necessária de sua parte, se, por 
exemplo, não vai nem manda receber a prestação ou se recusa a recebê-la ou 
a passar recibo, a obrigação fica por satisfazer; verifica-se, pois um atraso no 
cumprimento, mas tal atraso não é atribuível ao devedor e sim ao credor. É 
este que incorre em mora”. 
 
 
10 
 
 
 
Como a mora do credor não exonera o devedor, que continua obrigado, tem este 
legítimo interesse em solver a obrigação e em evitar que a coisa se danifique, para 
que não se lhe impute dolo. 
 
Requisitos: 
 
A mora do credor decorre do retardamento em receber a prestação. São seus 
pressupostos: 
 
a) Vencimento da obrigação,pois antes disso a prestação não é exigível, e, em 
consequência, o devedor não pode ser liberado. Se não há prazo, o 
pagamento pode realizar-se a qualquer tempo, e mesmo antes do 
vencimento, salvo se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os 
contratantes (CC, art. 133) e o contrato não é regido pelo Código de Defesa 
do Consumidor. Este diploma permite, sem distinção, a liquidação 
antecipada do débito, com redução proporcional dos juros (art. 52, § 2º). 
 
b) Oferta da prestação, reveladora do efetivo propósito de satisfaz era 
obrigação. Para que se configure a mora do credor é necessário que o 
retardamento da prestação provenha de um fato que lhe é imputável, ou 
seja, que a prestação lhe tenha sido oferecida e ele a tenha recusado ou 
não tenha prestado a necessária colaboração para a sua efetivação. A mora 
accipiendi supõe que o devedor fez o que lhe competia: na data do 
vencimento e no lugar determinado para o pagamento ofereceu a 
prestação. Supõe, também, que o credor se absteve de colaborar, 
recusando a prestação ofertada. 
 
c) Recusa injustificada em receber. Não basta somente a recusa. Para que o 
credor incorra em mora é necessário que ela seja objetivamente 
injustificada. Observe-se que o art. 335, I, do Código Civil refere-se a esse 
requisito essencial da mora, subordinando a consignação em pagamento ao 
fato de o credor, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar 
quitação na devida forma. Por conseguinte, não há mora accipiendi se a 
abstenção do credor tem fundamento legítimo e é, portanto, justificada, 
como sucede, por exemplo, quando o devedor oferece menos do que aquele 
tem direito, ou a oferta não é feita no momento ou lugar devido ou lhe é 
oferecido objeto defeituoso. 
 
d) Constituição em mora, mediante a consignação em pagamento. Dispõe o 
art. 337 do Código Civil que cessam, para o consignante, os juros da dívida e 
os riscos, tanto que o depósito se efetue. Se o devedor não consignar, 
continuará pagando os juros da dívida que foram convencionados. Em regra, 
os riscos pela guarda da coisa cessam com a mora do credor. Art. 400,cc. 
 
Efeitos 
 
 ―A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela 
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em 
conservá-la, e o sujeita a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o 
11 
 
 
 
seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação‖. 
Art. 400, cc. 
 
Conseguintemente, se o devedor não agir com dolo ante a mora do credor, isentar-
se-á da responsabilidade pela conservação da coisa objeto do pagamento, ficando 
liberado dos juros e da pena convencional. O credor arcará com o ressarcimento 
das despesas decorrentes de sua conservação. Procede com dolo o devedor que, em 
face da mora do credor, deixa a coisa em abandono. Exige a lei que tenha um 
mínimo de cuidados com a sua conservação, pois lhe assegura o direito ao 
reembolso das despesas que efetuar. 
 
“abandono por parte do devedor, capaz de conduzir à destruição da coisa, 
ainda que representasse o exercício de um direito, colidiria com o interesse da 
comunidade, que não pode aplaudir qualquer solução que leve a uma perda da 
riqueza social ou que ponha ênfase no desperdício” Silvio Rodrigues 
 
Como, enquanto não houver a tradição, a responsabilidade do devedor pela 
conservação do objeto da prestação permanece, cabe ao credor recebera 
prestação quando ela se tornar exigível. Se, em vez disso, ele incidir em mora, a 
lei o obriga a ressarcir as despesas efetuadas pelo devedor na pendência da 
abstenção. Estas são as necessárias, previstas no art. 96, § 3º, do Código Civil, 
destinadas à conservação do bem (CC art. 400). Enquanto não for ressarcido, o 
devedor tem direito de retenção sobre a coisa. Faculta a lei, também, ao devedor 
o direito de consignar o pagamento. Indaga-se se o Código Civil só condena o 
devedor em caso de dolo ouse também na hipótese de culpa grave, que a ele se 
equipara, segundo secular princípio de direito (culpa lata dolus a equipar atur). 
 
“entendemos que fica excluída a culpa grave, omitida pela lei. No direito 
alemão, a responsabilidade do devedor persiste no caso de dolo ou culpa 
grave. Mas a lei é expressa e a ambos o Código se refere no § 300”. 
 
Parece ser esta, efetivamente, a posição mais justa, considerando-se que a mora é 
do credor. O credor em mora responde ainda por eventual oscilação do preço. Terá 
de receber o objeto pela estimação mais favorável ao devedor. Se, por exemplo, 
aumentar o preço da arroba do gado no mercado, arcará com a diferença. 
Evidentemente, não poderá ser beneficiado por sua culpa se houver desvalorização 
da coisa no período da mora. O novo Código aprimorou a redação do dispositivo, 
não mais prescrevendo que o credor fica sujeito a receber a coisa pela sua mais 
alta estimação, como o fazia o art. 958 do Código de 1916, mas sim pela estimação 
que for mais favorável ao devedor. 
 
MORA DE AMBOS OS CONTRATANTES 
 
Quando as moras são simultâneas. 
 
 Nenhum dos contratantes comparece ao local escolhido de comum acordo 
para pagamento, uma elimina a outra, pela compensação. As situações 
permanecem como se nenhuma das duas partes houvesse incorrido em mora. 
Se ambas nela incidem, nenhuma pode exigir da outras perdas e danos. 
12 
 
 
 
 
Quando as moras são sucessivas, permanecem os efeitos pretéritos de cada uma. 
Assim, por exemplo, se, num primeiro momento, o credor não quer receber o que o 
devedor se dispõe a pagar, e, mais tarde, este não quiser mais pagar, quando 
aquele se dispõe a receber, a situação será a seguinte: 
 
 Quando afinal o pagamento for realizado e também forem apurados os 
prejuízos, cada um responderá pelos ocorridos nos períodos em que a mora 
foi sua, operando-se a compensação. 
 
Os danos que a mora de cada uma das partes haja causado à outra, em 
determinado período, não se cancelam pela mora superveniente da outra parte, 
pois cada um conserva os seus direitos. 
 
 
PURGAÇÃO E CESSAÇÃO DA MORA 
 
Purgar ou emendar a mora é neutralizar seus efeitos. Aquele que nela incidiu 
corrige sana a sua falta, cumprindo a obrigação já descumprida e ressarcindo os 
prejuízos causados à outra parte. Mas a purgação só poderá ser feita se a prestação 
ainda for proveitosa ao credor. Se, em razão do retardamento, tornou-se inútil ao 
outro contraente (caso de inadimplemento absoluto), ou a consequência legal ou 
convencional for à resolução, não será possível mais pretender-se a emenda da 
mora. 
 
O art. 401 do Código Civil estabelece, em dois incisos, os modos pelos quais se dá a 
purgação da mora pelo devedor e pelo credor. 
 
A do devedor concretiza-se mediante a oferta da prestação atrasada ―mais os 
prejuízos decorrentes até o dia da oferta‖ (inciso I), como os juros moratórios, a 
cláusula penal e outros eventualmente ocorridos. Por parte do credor, purga se a 
mora. 
 
―oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora 
até a mesma data‖ (inciso II). 
 
Deve o retardatário dispor-se a receber o pagamento, que antes recusara, e a 
ressarcir as despesas empregadas pelo devedor na conservação da coisa, bem como 
a responder por eventual oscilação do preço art. 400,cc 
 
O Código de 1916 dizia, no art. 959, III, que se purga a mora de ambos, 
―renunciando aquele que se julgar por ela prejudicado os direitos que da ―Leasing. 
Inadimplemento do arrendatário. Purgação da mora. Impossibilidade, em tese, de 
requerê-la e simultaneamente contestar o feito. Circunstância, no entanto, que 
enseja maior atenção ao desejo de purgar a mora, já que, ao efetuar depósito 
correspondente às parcelas atrasadas, com a inclusão das verbas acessórias, 
confessou sua condição de inadimplente querendo prosseguir no cumprimento do 
pactuado‖.13 
 
 
 
“A purgação demora depende do pagamento do aluguel com sua expressão 
monetária corrigida ainda que assim não disponha o contrato de locação” 
 
 
 “Admite-se a recusa do credor ao 
recebimento das prestações e dos juros 
respectivos após 20 anos, visto ser necessária à 
atualização monetária do débito”. 
 
 
A fórmula utilizada pelo legislador era criticada e acoimada de inócua, por ser 
evidente que cada um dos contratantes pode renunciar aos direitos que a mora do 
outro lhe defere. Desse modo, pode o credor, por exemplo, concordar em receber, 
sem qualquer acréscimo (juros, cláusula penal), a prestação paga com atraso. 
Por outro lado, se os dois primeiros incisos já estabeleciam o modo de o devedor e 
o credor purgarema sua mora, não havia razão para a existência de um terceiro 
inciso, referente à purgação da mora por parte de ambos. O Código de 2002, no 
dispositivo correspondente àquele (art. 401), suprimiu o terceiro inciso, mesmo 
porque a renúncia não significa propriamente purgação da mora. Terceiro pode 
purgar a mora, ―nas mesmas condições em que pode adimplir, suportando os 
mesmos encargos que incidem sobre o devedor‖. No tocante ao momento em que a 
mora deve ser purgada, tem sido afastado o rigor de se exigir a imediata 
consignação do pagamento, sem se admitir qualquer prorrogação. Predomina hoje 
o entendimento de que apurgação pode ocorrer a qualquer tempo, contanto que 
não cause dano à outra parte. Nem mesmo a mora do devedor, já operada, afasta a 
possibilidade da consignação, se ainda não produziu consequências irreversíveis, ou 
seja, se o credor dela não extraiu os efeitos jurídicos que em tese comporta. 
Assim, se apesar do protesto de cambial representativa de prestação, a credora 
não rescindiu o pacto nem executou o débito, nada obsta que a alegada recusa das 
prestações seguintes permita a utilização da consignatória. Tem-se entendido, 
portanto, que a ação consignatória tanto pode destinar-se à prevenção da mora 
como à sua emenda. Não se confunde purgação com cessação da mora. Esta não 
depende de um comportamento ativo do contratante moroso, destinado a sanar a 
sua falta ou omissão. Decorre, na realidade, da extinção da obrigação. Assim, por 
exemplo, se o devedor em mora tem as suas dívidas fiscais anistiadas, deixa de 
estar em mora, sem que tenha cumprido a prestação e indenizado os prejuízos 
causados à outra parte. Não houve purgação, mas cessação da mora. Esta produz 
efeitos pretéritos, ou seja, afasta os já produzidos: o devedor nada terá de pagar. 
A purgação da mora só produz efeitos futuros, não apagando os pretéritos, já 
produzidos. 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Trata-se a respeito do conceito de mora no direito brasileiro. Parte-se da nova 
concepção da relação jurídica obrigacional, inspirada pelo principio da boa-fé 
objetiva e da nova redação dada ao artigo definidor da mora no direito brasileiro 
pelo código civil brasileiro de 2002. Analisam-se os elementos essências do estado 
de mora faz-se uma abordagem acerca das espécies de mora ocorrentes na pratica, 
traçando seus pressupostos, consequências e características. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
GOLÇALVES, Carlos Roberto, volume 2: teoria geral das obrigações/ Carlos Roberto 
Gonçalves. – 9. Ed – São Paulo: Saraiva, 2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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apêndices devem conter todo o material elaborado pelo 
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(questionário, formulário, entrevista, história de vida e 
semelhantes); organogramas, fluxogramas ou cronogramas. 
Deve-se apresentar inicialmente uma folha distinta, intitulada 
como Apêndice(s), com as seguintes características: a 
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página, com letras maiúsculas, alinhamento centralizado, 
recurso tipográfico negrito, devendo fazer parte do sumário. 
Na página seguinte aparecem, com alinhamento à 
esquerda e na seqüência, o apêndice ou os apêndices: Ex: 
Apêndice A: título do apêndice; Apêndice B: o nome desse 
apêndice, e assim por diante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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