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VALDEZ, RESUMO

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VALDEZ, DIANE. HISTÓRIA DA INFÂNCIA EM GOIÁS. SÉCULOS XVIII E XIX. GOIÂNIA: ALTERNATIVA, 2003.
RESUMO
Alguns estudos e historiadores mostram a ausência da infância na história. Isso se deve ao desconhecimento dessa fase como um período diferente da vida adulta.
Diane Valdez expõe essa insignificância em Goiás afirmando, porém, que no século XVIII ocorre a separação entre criança e adulto. 
Narra-se que a maioria das crianças de Goiás, são oriundas dos concubinatos (união de um homem e uma mulher não casados) e das relações ilícitas (filhos de adúlteros, padres, prostitutas etc.), práticas condenadas principalmente pela Igreja Católica. E é pela tal condenação que ela às designava como filhos do pecado.
Além dos filhos do pecado, os ilegítimos, e os legítimos, nascidos de casamento conforme as leis da Igreja, havia também os moleques ou negrinhos, filhos das escravas, e os filhos dos indígenas, os curumins. 
Transcorre na história duas grandes preocupações, tanto para a Igreja, quanto para a sociedade. Primeiro o abandono de crianças e segundo o infanticídio. A causa desses altos índices era devido a pobreza, porém, em Goiás, diante de tamanha pobreza, se obtinha índice baixo de crianças abandonadas. Entretanto, possuía outras maneiras de separar pais e filhos. Como a entrega da criança para um conhecido cuidar, onde o “bobo”, era serviçal em casa, ou quando negra, ainda que realizasse a tarefa doméstica, sofria maus tratos. Também havia a retirada dos curumins sem a permissão de seus pais, vítimas de aprisionamentos, para famílias adotivas.
Com o incômodo de crianças órfãos e pobres, promoveu-se asilos, institutos etc., com objetivo de ensiná-las a pedagogia rígida, o trabalho e a moral.
Em Goiás, as crenças das heranças culturais prevaleciam quando se tratava do nascimento de um bebê. Isso foi essencial. Era a resposta para aquela sobrevivência, referindo a uma época de pobreza e enfermidades, na qual a proporção de natalidade era a mesma de mortalidade.
Uma das superstições que praticavam era de deixar a luz acesa e colocar nome de santo na criança, ainda não batizada, impedindo-a de algum feitiço.
Os nomes de santos eram influenciados tanto pela parteira, que tornava madrinha do bebê em que se fez o parto, quanto da Igreja. Um exemplo é o grande número de Annas naquela região devida a sua padroeira Sant’Anna. Contudo, os indígenas tendo religiosidade animista, davam nomes de plantas e animais aos filhos, sendo estes mudados com o batismo imposto pelos portugueses.
A Igreja também influenciou a convivência entre os povos, onde variadas classes, cores, sexos e idades se misturavam nas festividades cristãs. As crianças ganhavam destaques nessas procissões, vestidas de anjos ou santos, por serem identificadas pela inocência e pureza.
As crenças, rituais e empirismo foram remédios usados contra as diversas enfermidades trazidas pelos brancos e manifestadas em todos os povos nos séculos XVIII e XIX. Com grande número de crianças afetadas morrendo, criaram a ideologia de que até 7 anos, eram chamadas de anjinhos e iam para o céu. Elas protegiam as pessoas que ficaram e acolheriam seus pais quando morressem. Desse modo, não havia sofrimento.
Valdez, também relata as brincadeiras de infância, afirma o uso da natureza como brinquedo e destaca as brincadeiras típicas em Goiás, deixando explícito a diferença de jogos entre meninos e meninas. Sendo a das meninas, alusões a maternidade e ao casamento.
Conta-se a presença de parlendas, modinhas, cantigas e histórias como forma de lazer, que exerciam o papel de ordem, assombramento, preconceito (no caso, com os filhos de escravos) e outros.
O uso da natureza como brinquedo era prática principalmente dos indígenas, na qual o propósito era além de divertir, medir a capacidade dos guerreiros.
É reconhecido que há muito tempo, existe a relação entre a brincadeira com a criança e com o adulto. Também se fala das brincadeiras e dos jogos que são adaptados em diferentes âmbitos, o exemplo que se dá é o pião.
Segundo a autora, no passado a criança era considerada como adulto em miniatura. A evidência se dava principalmente através das vestimentas, pois os modelos de trajes do adulto era o mesmo para criança.
O Brasil imitou a moda europeia, porém, esta não foi aconselhada pelos médicos, na razão de que são climas divergentes. Revela-se que o conselho foi inútil, reproduzindo a forma que as meninas e os meninos vestiam. A partir disso, demonstra a exigência que se fazia à criança para um comportamento adulto.
A diferença nas roupas fazia-se por causa do valor, de criança era mais barato, e das classes, na qual as crianças pobres usavam roupas pertencidas aos parentes, os filhos dos escravos trajavam panos improvisados e os curumins eram livres de vestimentas.
Em relação a educação, existia um regulamento de 1854 das escolas públicas que proibia o ingresso dos escravos e aceitava apenas a população livre e vacinada. Em 1822 surge os colégios particulares de disciplina severa, reservados para a classe mais alta, os filhos de funcionários públicos, magistrados e senhores de engenho.
Em Goiás, os curumins eram catequisados pela Igreja, entretanto havia pessoas que pagavam professores para seus filhos. Todavia existia queixas pelos educadores, devido a precária valorização, a pouca renda e a grande jornada de trabalho.
Em 1827, os rigorosos castigos foram proibidos, como a palmatória. Com a ausência dessa lei em Goiás, a situação piorou. A grandeza de indisciplinados foi tanta que precisou retomar a prática dos abusos.
A educação era uma preocupação contínua para as famílias goianas. Estas mandavam seus filhos para São Paulo e Rio de Janeiro fazerem ensino superior. Desse modo, na cidade maravilhosa construiu o “Centro Goiano”, lugar onde habitavam esses estudantes.
A Igreja por meio da escola de catequese, implantada pelo governo, civiliza os índios, tornando-os mão-de-obra. Mas, muitos fugiam em consequências dos maus tratos.
Com essa experiência fracassada, o Estado passa a direção para a Igreja. Assim desenvolveram presídios e a catequese do Araguaia, em que Couto Magalhães presidia. Havia uma relação entre a catequese a navegação, em que os indígenas praticava o manuseio das máquinas a vapor e o navegamento.
 Também não dando certo, é percorrido outro caminho. O de ensinar além d catequese, a indústria pastoril. Esta até conseguira alguns curumins na escola. Várias outras maneiras foram testadas, contudo, apenas derrotas.
Essa educação deficiente, prosseguiu em Goiás mesmo com o Estado intervindo no século XIX.
A autora concluiu que Goiás era só mais uma região do Brasil no século XIX, na qual a infância era irrelevante. Que a maneira de tratar uma criança diferenciava-se pelas classes sociais. Contudo, isso não atrapalhou-as de vivenciar a utopia da infância. E para que possam obter seu devidos direitos, foram e serão muitos caminhos para trilhar.

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