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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG Instituto das Ciências Humanas e da Informação - ICHI Disciplina: Geomorfologia I Acadêmico: Potiguara Marques - 63367 RELATÓRIO SAIDA DE CAMPO: PAREDÃO Rio Grande 2015 2 POTIGUARA MARQUES RELATÓRIO DE SAIDA DE CAMPO PAREDÃO Relatório de saída de campo no dia 29 de março de 2015, com destino a localidade denominada de Paredão no município de Santana da Boa Vista com paradas no município de Pelotas e Morro Redondo. Prof. Drª Rossana Madruga Rio Grande 2015 3 Sumário Introdução ................................................................................................................................. 4 Objetivos ................................................................................................................................. 4 Roteiro da Saída de Campo .................................................................................................... 5 Primeira Parada - Ponte do Canal São Gonçalo ........................................................................ 6 Segunda Parada - Serra das Encantadas .................................................................................... 8 Terceira Parada - Paredão ......................................................................................................... 8 Quarta Parada - Pedreira Silveira ............................................................................................ 10 Conclusão ................................................................................................................................ 12 Referências Bibliográficas .......................................................................................................13 4 LISTA DE FIGURAS Mapa do Roteiro da Saída de Campo ............................................................................. 6 Mapa da porção brasileira da Bacia de Pelotas - Figura 1 .............................................. 7 Canal São Gonçalo - Figura 2 .......................................................................................... 8 Serra das Encantadas - Figura 3 ..................................................................................... 9 Paredão - Afloração de Quartzitos - Figura 4 ................................................................. 10 Rio Camaquã - Figura 5 .................................................................................................. 10 Rio Camaquã - Mata Siliar - Figura 6 .............................................................................. 11 Pedreira Silveira - Pelotas - Figura 7 ............................................................................... 11 5 INTRODUÇÃO No dia 29 de março de 2015, foi realizada a primeira saída de campo da disciplina de geomorfologia I, com destino a localidade denominada e Paredão no município de Santana da Boa Vista com paradas o Canal São Gonçalo no município de Pelotas , além da Pedreira Silveira, Voçoroca na Br 116 e ponto do Arroio Piratini com o objetivo de mostrar os processos de sedimentação da Planície Costeira do Rio Grande do Sul e sua geomorfologia. OBJETIVOS Um dos principais objetivos de uma saída de campo é mostrar na prática as aulas teórica e ampliar dessa forma o conhecimento, através desta pesquisa empírica. A importância da saída é relevante já que a disciplina estuda a formação e estrutura da Terra e por conseqüência processos geológicos que envolvem tais formações. As modificações ocorridas nas paisagens existem ocorrem por dois motivos; Modificações por eventos de ações naturais e por ação antrópica, onde o homem se utiliza dos recursos naturais para sua sobrevivência ou lucro, causando dessa forma a modificação de estruturas geológicas. Pesquisas de campo são necessárias para o entendimento do que ocorreu no passado, onde são estudados quais os mecanismos que levaram a atual formação das estruturas, o motivo da predominação de certa rochas e proporcionar novos conhecimentos e experiências a comunidade acadêmica envolvida com a disciplina. 6 ROTEIRO DA SAIDA DE CAMPO A primeira saída de campo seguiu o seguinte roteiro: A - Saida de Rio Grande até a Ponte que liga Rio Grande-Pelotas com trajeto em média de 50 Km em 60m, através da rodovia BR 392. B - 1ª Parada - Ponte sobre o canal São Gonçalo - Observação da vista do canal e sua área de inundação, vegetação existente e área de sedimentação, estruturas e relevo. C - Paredão - Serra das Encantadas - Formação de Quartzitos, Rochas metamórficas - Rio Camaquã, rios tributários, estrutura e relevo D - Pedreira Silveira - Observação de unidade estrutural e relevo, tipo de rochas. Atuação antrópica. E e F - Voçoroca da Br 116 e Ponte do Arroio Piratini - Observação abortada devido impossibilidade de observação por chegada a noite. Mapa da Saída de Campo ocorrida em 29/03/2015 7 1ª PARADA - PONTE CANAL SÃO GONÇALO A interligação entre os municípios de Rio Grande e Pelotas, é feita através de ponte. A ponte mais a Oeste, denominada de Ponte Alberto Pasqualini, também chamada de ponte velha foi interditada e condenada em 1974, em razão de que sua classificação era de Classe I, com capacidade de carga para veículos de 3 eixos de 12 tf , carga total de 36 tf e na época trafegavam pela mesma veículos com 60 tf, ocasionando danos e fissuras na mesma. Como solução o DNIT providenciou a construção de uma nova ponte que foi denominada Ponte Leo Guedes. Nossa primeira parada ocorreu sobre essa ponte de onde pudemos visualizar o objetivo de nossa saída, que foi a análise da unidade estrutural, unidade de relevo, tipo de feição, processos atuantes e outras características da região. Nesta região a Unidade estrutural é a Bacia Sedimentar1 Marginal de Pelotas. A bacia de Pelotas corresponde ao trecho da margem continental sul- americana localizada entre os paralelos 28°40' S e 34°S, sendo limitada ao norte pelo Alto de Florianópolis, e separada da Bacia del Este, ao sul, pelo Alto do Polônio,em águas territoriais uruguaias. (Kowsmann, apud Anjos, G.S., 2008). A bacia ocupa uma área de cerca de 210.000 Km² até a isóbata de 2.000 m, dos quais cerca de 40.000 Km² de área emersa (Dias apud Anjos.G.S.,2008), constituem a Unidade de relevo estudada que é a Planície2 Costeira do Rio Grande do Sul. A bacia repousa sobre a crosta continental e rochas basálticas extrudidas no inicio da fase rifte na sua porção proximal, e na porção mais distal, sobre o assoalho oceânico. (Fontana apud 1 Bacia sedimentar - depressão de terreno de grande tamanho, de forma geralmente circular ou oval, com bordas de declive suave, preenchida com restos de rocha ou outros detritos vindos de áreas próximas. (LIMA, J.I., Dicionário Geográfico) 2 Planície - Extensão de terreno mais ou menos plano onde os processos de agradação superam os de degradação. A planície é uma forma de relevo geralmente extensa cuja superfície plana ou suavemente ondulada lhe confere um caráter monótono. Geomorfologicamente não deve ser confundida com forma topográfica plana de um peneplano ou de uma superfície de erosão. (GUERRA, A.T. et all, Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico,2008) 8 Anjos.G.S.,2008). Em crosta continental , seu embasamento corresponde a rochas do Escudo3 Sul Rio-grandense e Uruguaio e rochas paleozóicas da Bacia do Paraná (Villwock & Tomazelli apud Anjos.G.S.,2008). O tipo de feição apresentado é de várzea4 do Canal São Gonçalo (figura 2) , delimitado a leste pela barreira dois, hoje, uma falésia5 morta, que começa na Policia Rodoviária, altura da Balança e entende-se até o município de Santa Vitoria do Palmar. De acordo com (Guerra, A.T. et all, 2008), barreiras são formações terciárias que aparecem como falésias costeiras. Estes barrancos tem por vezes, 50 a 60 metros de altura e terminam de forma abrupta. São constituídas de arenitos friáveis, intercalados com folhelhos mais ou menos decompostos. O vocábulo barreiras é usado com diversas significações regionais no Brasil. Do ponto de vista geomorfológico considera-se como uma barreira um litoral típico de falésia. No ponto de observação proposto, verificamos também a vegetação que é em sua maioria Juncácea e de coloração verde, o que significa que a área permanece com bastante umidade, devido a expansão do canal. Em algumas áreas, podemos observar já as Juncáceas com a coloração mais amarelada, o que nos diz que existe um depósito considerável de sedimentos tornando essas áreas mais altas e conseqüentemente mais secas. Nas áreas soerguidas encontramos uma vegetação pioneira. Os processos atuantes no ponto observado é de deposição de sedimentos. De acordo com Gomide apud Anjos.G.S.,2008, a Bacia de Pelotas é preenchida por depósitos sedimentares com idades que variam do Neocomiano ao Holoceno, sendo que na sua porção emersa, os depósitos mais antigos datam do eomioceno. Por fim, este recurso hídrico tem como característica de ser natural e fazer a ligação entre a laguna dos Patos e a Lagoa Mirim, bidirecional é caracterizado como canal, diferenciando-se dos rios que são unidirecionais. 3 Escudo - Primeiros núcleos de rochas emersas de afloraram desde o início da formação da crosta. Zonas atualmente estáveis quanto à tectônica. A distribuição geográfica dos principais escudos é a seguinte: 1- Fino- Escandinavo, 2 - Siberiano, 3 - Canadense, 4 - Sul Africano, 5 - Guiano, 6 - Brasileiro, 7 - Patagônico. O termo Escudo foi aplicado originalmente por E. Suess nos escudos Canadenses e Bálticos. (GUERRA, A.T. et all, Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico, 2008) 4 Várzea - terreno baixo, geralmente plano, que se encontram junto às margens de um curso d´água. (LIMA, J.I., Dicionário Geográfico) 5 Falésia - forma de relevo litorâneo que apresenta penhascos ou paredões rochosos e é resultante do trabalho realizado pelo mar contra as rochas de costas altas. Falésia morta é o tipo de falésia cuja base se encontra, atualmente afastada da linha da costa, devido ao recuo do mar. Figura 2 - Canal São Gonçalo 9 2ª PARADA - SERRA DAS ENCANTADAS Nossa segunda parada ocorreu na rodovia RS 153 na localidade denominada Serra das Encantadas onde sua Unidade Estrutural é o Escudo Sul Rio-grandense e sua Unidade de Relevo é o Planalto6 Sul Rio-grandense, localizado na região Sudeste do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, próximo ao Uruguai. A feição são zonas de intensas deformações, devido a antigos limites convergentes de movimentação tectônica. Esse planalto compreende um conjunto de ondulações suaves e moderadas e coberta por vegetação rasteira e herbácea, conhecidas como coxilhas, cujos níveis mais altos não ultrapassam muito além dos 500 m de altitude. São terrenos do período Pré-Cambriano e ocupam toda a porção sudeste do estado. (BORGES FORTES, 1959) O processo aplicado é a erosão e as características são um material deformado de um limite convergente, faixa de relevos polinosos. A vegetação predominante é herbácea, devido ao umedecimento do solo e clima. Rochas extremamente resistentes. Pertence a Bacia do Rio Camaquã, município de Piratini. 3ª PARADA - PAREDÃO - A terceira parada ocorreu no Paredão. É uma região de formação rochosa com seu meio nativo vegetal alterado por conseqüência do plantio de pinus e acácia e sua hidrografia é formada pelo principal rio denominado Rio Camaquã. A sua formação geológica começa por um derramamento de basalto na região Norte, na região de Torres e vem na direção do litoral Sul. As dobras7 estudadas são conseqüência do derramamento desse basalto que é a formação 6 Planalto - Extensão de terrenos mais ou menos planos, situados em altitudes variáveis. Em geomorfologia usa- se, às vezes, este termo como sinônimo de superfície pouco acidentada, para designar grandes massas de relevo arrasada pela erosão, constituindo-se uma superfície de erosão. (GUERRA, A.T. et all, Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico, 2008). 7 Dobras - Encurvamento de forma acentuadamente côncava ou convexa - anticlinais e sinclinais - que aparecem na crosta terrestre. Essa movimentação das camadas da crosta terrestre resulta dos movimentos das forças tectônicas. (PRESS, F. et all. Para entender a Terra. SP: Bookman ed., 2006.) Figura 3 - Serra das Encantadas 10 mais antiga pertencente ao período Cambriano8. Esta área fica localizada na unidade Planaltos residuais Caçapava Canguçu, onde as Feições de relevo foram esculpidas em seqüências de rochas metamórficas9, desde um médio grau de metamorfismo (xistos e micaxistos) até um alto grau ( quartzitos). Na zona oeste anteriormente visitada, área conhecida como o dobramento das Encantadas, chamada de cinturão tijucas, as rochas graníticas estavam ausente e neste local é que começamos avistar as rochas de quartzitos, que são resistentes e afloram no relevo onde os topos ficam pontiagudos devido ao alto grau de resistência, onde os processos erosivos atuantes nestas rochas é o mecânico gerando um relevo reniforme. O rio Camaquã que passa pelo local esta adaptado ao falhamento existente na área, é um rio encaixado em uma estrutura, no local identificamos a formação de um graben10 de falhamento onde o rio Camaquã esta encaixado na estrutura, as curvas do rio não são meandros e sim áreas de falha, a garganta de leito do rio é muito grosseira devido a estarmos próximos da área fonte, com a formação de barras de aluvião, o talvegue do rio serve como fronteira para separar os municípios de Piratini e Encruzilhada do sul. 8 Cambriano - Compreende os terrenos da base do Paleozóico inferior. O vocábulo Cambriano vem de Câmbria, nome romano do Pais de Gales.Os terrenos do Cambriano no Brasil são um pouco duvidosos por causa da falta de fósseis, devido a vida vegetal, restringia-se unicamente ao mar, sendo representadas pelas algas e a vida animal restringia-se a crustáceos, braquiopodos,etc. . (GUERRA, A.T. et all, Novo Dicionário Geológico- Geomorfológico, 2008). 9 Rochas Metamórficas - Essas rochas são produzidas quando as altas temperaturas e pressões das profundezas da terra atuam em qualquer tipo de rocha - ígnea, sedimentar ou outra rocha metamórfica, para mudar sua mineralogia, textura ou composição química, embora mantendo sua forma sólida . (PRESS, F. et all. Para entender a Terra. SP: Bookman ed., 2006). 10 Gabren - ou fossa tectônica é a designação dada em geologia estrutural a uma depressão de origem tectônica geralmente com forma de um vale alongado com fundo plano, formada quando um bloco de território fica afundado em relação ao território circundante .(PRESS, F. et all. Para entender a Terra. SP: Bookman ed., 2006.) Figura 4 - Paredão - Afloração de quartzitos Figura 5 - Rio Camaquã 11 Naárea ao observarmos a vegetação visualizamos as linhas de drenagem, pois a vegetação forma matas em linha devido a maior concentração de umidade, formando um solo mais profundo suficiente para formação arbórea comprovando que a vegetação também demonstra aspectos geomorfológicos do relevo. Percebemos também intensos depósitos aluviais nas barras de margem, material arenoso (barras de aluvião) e fragmentos grosseiros o que se deduz estarmos próximos a nascente do rio. 4° PARADA - PEDREIRA SILVEIRA Nossa última parada foi na Pedreira Silveira que tem sua Unidade Estrutural no Escudo Sul Rio- grandense e sua Unidade de Relevo sendo o Planalto. Atualmente utilizada para extração e exploração de rochas com destino a construção civil. Os processos atuantes na pedreira são de rochas metamorfizadas com características de Migmatito11, veio de Quartzo. Como os perfis são de rochas e solos rasos, é necessário que a mineradora faça a recuperação ambiental após a exploração. 11 Migmatito - São rochas que se formam através do metamorfismo regional ocorridos em maciços graníticos, originando uma rocha gnassóide mista, constituído de material magmático e sedimetar. (GUERRA, A.T. et all, Novo Dicionário Geológico-Geomorfológico, 2008). Figura 6 - Rio Camaquã - Mata Siliar Figura 7 - Pedreira Silveira Município de Pelotas - RS 12 CONCLUSÃO Em todos os pontos que passamos podemos observar as unidades estruturais e de relevo e as diferentes feições geomorfológicas causadas pelos processos naturais e também por ação antrópica, além de presenciar uma bela paisagem de nossa região. O Contato direto com a região e suas diferentes feições geomorfológicas, a vegetação existente nos deu a oportunidade de vivenciar empiricamente os conhecimentos obtidos em sala de aula fazendo com que possamos ter um olhar mais aprimorado sobre o meio em que vivemos em relação a nossa profissão. 13 Referências Bibliográficas ANJOS, G.S.S. et all. “Biocronoestratigrafia da Bacia de Pelotas:estado atual e aplicação na geologia do petróleo.” Revista Brasileira de Geociências Jun de 2008: vol 38 - p. 47-62. BORGES FORTES, A. Aspectos Fisiográficos, Demográficos e Econômicos do Rio Grande do Sul. RS: SESI, 1959. GUERRA, A. T.; GUERRA, A. J.T.;. Novo Dicionario Geológico-Geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertland Brasil Ltda, 2008. LIMA, J.I. Dicionário Geográfico. SP, 2007. MADRUGA, R.T. Anotações e Conteúdo ministrados em aula teórica. Rio Grande, 2015. PRESS, F. et all. Para entender a Terra. SP: Bookman ed., 2006. WALLY, M. K. Bacia de Pelotas - Um Diagnóstico Geoquímico. Monografia. Rio Grande: Furg, 2011. POTIGUARA MARQUES LISTA DE FIGURAS INTRODUÇÃO OBJETIVOS ROTEIRO DA SAIDA DE CAMPO 1ª PARADA - PONTE CANAL SÃO GONÇALO 2ª PARADA - SERRA DAS ENCANTADAS 3ª PARADA - PAREDÃO - 4 PARADA - PEDREIRA SILVEIRA CONCLUSÃO Referências Bibliográficas
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