Buscar

gestao democratica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3
Cadernos PDE
I
A CONTRIBUIÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA 
PARA O SUCESSO DO ENSINO E APRENDIZAGEM NO PROCESSO 
PEDAGÓGICO 
 
Lisângela Bueno Samistraro1 
Kelen dos Santos Junges2 
 
RESUMO: A escolha e abordagem do tema “A Contribuição da Gestão Democrática e Participativa no 
Processo Pedagógico” deve-se às dificuldades de aprendizagem que foram observadas pelos 
Professores e Equipe Pedagógica e aos resultados negativos alcançados tanto nas avaliações internas 
como nas externas realizadas pelos estudantes no Colégio Estadual Profª Orlanda Distéfani Santos, 
em São Mateus do Sul – PR, mesmo com todo envolvimento dos profissionais. Para tanto, sozinha, a 
Equipe Diretiva não consegue alcançar efetivamente o que se propõe quando se trata de qualidade. 
Cada sujeito do processo educativo tem suas funções específicas, porém, o planejamento e a 
efetivação das ações devem partir do coletivo. Pensando nisso, verificou-se a necessidade de propiciar 
momentos de reflexões e discussões em prol de uma busca por uma educação promovedora de 
melhores índices de aprendizagem, sendo estes, resultantes de práticas pedagógicas inovadoras, 
interdisciplinares e eficientes para a superação do fracasso escolar. O presente Projeto buscou 
responder ao problema inicial que preocupava a Equipe Diretiva e Professores deste Colégio: Como 
garantir a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem por meio de ações pedagógicas 
fundamentadas por uma proposta de gestão escolar democrática e participativa? Para tanto foram 
realizadas oito oficinas, através de grupos de estudos com os Professores e a Equipe Diretiva deste 
Colégio, leitura e debate de textos, dinâmicas, apresentações de metodologias diferenciadas nas 
diferentes disciplinas, sempre tendo a gestão democrática como base para o avanço naquilo que estava 
em defasagem – o ensino. O Projeto e suas diversas etapas contribuiu significativamente para a 
melhoria das práticas pedagógicas e participativas na organização do trabalho escolar, bem como o 
repensar sobre a gestão democrática e sua função em cada sujeito da escola para que a aprendizagem 
realmente avance de forma significativa e todos façam parte deste processo. 
 
Palavras-chave: Gestão Democrática e Participativa; Ensino e Aprendizagem; Decisões Coletivas. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente texto é fruto do trabalho realizado durante a participação no 
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, promovido pelo Governo do 
Estado do Paraná. Sendo que o referido Programa tem como objetivo proporcionar 
 
1 Professora da Rede Pública do Estado do Paraná. Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e 
Segunda Formação em Serviço Social. E-mail para contato lisacd@seed.pr.gov.br 
2 Professora Orientadora do PDE. Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do 
Paraná – PUCPR. Professora do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Paraná – 
Unespar/Campus de União da Vitória/PR. Coordenadora de Área do Projeto Mão Amiga – Capes/Pibid. 
Membro do grupo de Estudo e Pesquisa em Educação: Teoria e Prática (GEPE), Linha de Pesquisa 
Núcleo de Estudos em Formação Inicial e Permanente de Professores e membro do grupo de pesquisa 
Paradigmas Educacionais na Formação de Professores (PEFOP) da PUCPR, ambos vinculados ao 
CNPQ. E-mail: kjunges@brturbo.com.br. 
. 
 
aos professores da Rede Pública Estadual subsídios teórico-metodológicos para o 
desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, resultando no 
redimensionamento de sua prática, na produção de conhecimento e mudanças 
qualitativas na prática escolar da Escola Pública Paranaense, conforme as instruções 
do Departamento de Políticas e Programas Educacionais da Secretaria de Estado da 
Educação do Paraná. 
Este Artigo vem descrever as diversas atividades propostas nas etapas 
exigidas no PDE, como o Projeto, o Caderno Pedagógico e o Grupo de Trabalho em 
Rede (GTR) os quais professores selecionados do Paraná inteiro, têm a oportunidade 
de realizar as atividades, interagir com outros professores e com isso ampliar os 
conhecimentos em diversos assuntos relacionados à aprendizagem da Educação 
Básica. Este em especial, teve como tema a “Gestão Democrática e Participativa” e 
de como elas poderiam contribuir na melhoria da aprendizagem. Pois, este estudo 
iniciou-se num Colégio em São Mateus do Sul, no Colégio Estadual Professora 
Orlanda Distéfani Santos, que mesmo com todo esforço dos seus profissionais 
apresentava baixos índices nas avaliações internas e externas e muita defasagem na 
aprendizagem. 
Pensando nisso, verificou-se a necessidade de propiciar momentos de 
reflexões e discussões em prol de uma busca por uma educação promovedora de 
melhores índices de aprendizagem, sendo estes, resultantes de práticas pedagógicas 
inovadoras, interdisciplinares e eficientes para a superação do fracasso escolar. 
Então, durante o desenvolvimento do Projeto aqui citado buscou-se a todo momento 
responder ao problema inicial que preocupava a Equipe Diretiva e Professores deste 
Colégio: como garantir a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem por meio 
de ações pedagógicas fundamentadas por uma proposta de gestão escolar 
democrática e participativa? 
Partindo deste problema que, ao mesmo tempo, tornou-se o objetivo do projeto 
de intervenção pedagógica, todo o Grupo demonstrou interesse e se envolveu nas 
atividades propostas nos Oito Encontros realizados no Colégio Estadual Professora 
Orlanda Distéfani Santos – São Mateus do Sul, com o Grupo de Professores e com a 
Equipe Diretiva, que demonstrou grande interesse pelas oficinas apresentadas, as 
quais se tornaram sempre dinâmicas, com discussões riquíssimas e ideias 
inovadoras, motivando a Equipe Diretiva a rever algumas atitudes para os próximos 
anos juntamente com o Grupo e expondo para o coletivo a necessidade desta 
mudança, sempre buscando o avanço no mais importante do Colégio – o processo de 
ensino e aprendizagem. 
Sendo assim, este artigo busca apresentar os resultados deste trabalho, 
expondo como a relação entre a teoria com a prática conseguiu atingir a grande 
maioria dos objetivos propostos no Projeto, Caderno Pedagógico e também no Grupo 
de Trabalho em Rede (GTR) visando o avanço na aprendizagem através de novas 
práticas pedagógicas baseadas na Gestão Democrática e Participativa. 
 
2. GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E PARTICIPATIVA: PRINCÍPIOS 
TEÓRICOS 
 
Segundo Coutinho (2000), Gestão Democrática da educação compreende a 
noção de cidadania como a capacidade conquistada por todos os indivíduos, de se 
apropriarem dos bens socialmente criados, de atualizarem todas as potencialidades 
de realização humana abertas pela vida social em cada contexto histórico 
determinado. Gestão democrática e participativa significa tomar decisões, organizar, 
participar e dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na escola 
comprometidas com a formação da cidadania, é um compromisso de quem toma 
decisões, de quem tem consciência do coletivo. Ela passa a ser vista sob o ponto da 
organização coletiva da escola em função dos seus sujeitos. 
Para organizar-se coletivamente é necessário um rigor teórico-prático de 
quem organiza, dirige debate e discute a organização escolar. O trabalho de gestão 
escolar exige o exercício de múltiplas competências específicas. Essa diversidade de 
competências é um desafio para os gestores, cabendo aos sistemas, organizar 
experiências capazes de orientá-los nesse processo. Para tanto é preciso traçar bem 
os objetivos que se pretende alcançar e preparartodas as pessoas envolvidas no 
trabalho para a busca do alcance de tais objetivos. 
A gestão escolar é legalmente fundamentada e a legislação pertinente 
determina que tal gestão seja democrática, conforme estabelecido no artigo 18 da 
LDB 9394/96 (BRASIL, 1996), no qual a democratização da gestão se reduz a um 
ideal de orientação de atividades de escolas e universidades e ao incentivo à 
participação da comunidade. Os principais incisos do artigo são: 
 
1º - o cumprimento do disposto neste artigo dar-se-á com observância dos 
seguintes preceitos: 
I - existência de órgãos colegiados e conselhos escolares, com competência 
sobre o conjunto de todas as atividades desenvolvidas pela instituição; 
II - avaliação permanente da qualidade de serviços prestados e dos 
resultados das atividades educacionais oferecidas à sociedade; 
III - utilização de métodos participativos para a escolha de dirigentes, 
ressalvado o provimento de cargos por concurso público; 
V - incentivo para a criação de associações de profissionais do ensino, 
alunos, ex-alunos e pais, além das de caráter acadêmico, assegurada sua 
participação nos processos decisórios internos das instituições. (BRASIL, 
1996) 
 
A LDB 9394/96 regulamenta a gestão democrática do ensino público em geral, 
contribuindo de forma transparente para que as leis sejam aplicadas na educação 
básica oferecendo autonomia às unidades federativas para um planejamento 
adequado as pretensões de cada instituição de ensino. 
Sendo assim, existe a necessidade da elaboração do Projeto Político 
Pedagógico sob a coordenação dos gestores escolares, bem como a participação da 
comunidade escolar e local em conselhos escolares, que se dão no Conselho Escolar, 
Conselho de Classe, Associação de Pais e Mestres e Funcionários (APMF) e Grêmio 
Estudantil. Outro fator importante, que devemos destacar é autonomia da escola 
prevista na LDB 9394/96 no artigo 15. “Aqui, o entendimento orienta-se no sentido de 
que a autonomia de uma escola não é algo espontâneo, mas construído a partir de 
sua identidade e história” (VIEIRA, 2007, p. 62). 
Quando nos referimos à educação, podemos atribuir diversas funções, desde 
o desenvolvimento humano dos indivíduos, mediante as relações sociais, até 
formação, ética e moral dos mesmos, para a aquisição de conhecimentos e saberes 
essenciais para a vida em sociedade. Para tanto, o trabalho educativo deve estar 
orientado para a formação do indivíduo de maneira integral, que vise o 
desenvolvimento dos aspectos cognitivos, afetivos, físicos e sociais. 
Segundo Vasconcellos (2007) a aprendizagem deve ser, portanto, mediada por 
práticas pedagógicas construtivas que leve o sujeito à prática reflexiva, sendo capaz 
de exercer sua autonomia, criatividade, sensibilidade e humanidade. A escola é uma 
instituição social que tem como finalidade a formação de sujeitos aptos a exercerem 
a cidadania, seu papel democrático e o exercício profissional. Todavia, ela não deve 
ser vista como um ambiente isolado, mas como instituição que, para atingir seus 
objetivos, necessita do apoio da família, da comunidade e da própria interação e 
trabalho dos sujeitos que compõem internamente a escola, neste caso: diretores, 
pedagogo, professores, auxiliares administrativos, merendeiras, etc. 
Novos tempos revelam desafios na tarefa de educar e exigem que os 
profissionais da educação reconheçam e reflitam sobre as inovações pedagógicas. 
Um desses desafios é trabalhar a favor da gestão democrática para a obtenção dos 
objetivos educacionais inerentes à eficácia no processo de ensino e a aprendizagem. 
Por isso, que os profissionais que compõem a escola devem efetivar a ação 
democrática. Os sujeitos que constituem a equipe diretiva da escola são: diretor, 
pedagogo e auxiliares de administração. Cada um assume um papel relevante para 
que os objetivos da escola possam ser alcançados. A equipe diretiva orienta os 
processos decisórios, organizacionais e pedagógicos, que devem ser feitos de 
maneira participativa e não autoritária. 
A partir deste contexto, levantou-se a seguinte problemática: Como garantir a 
melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem por meio de ações pedagógicas 
fundamentadas por uma proposta de gestão escolar democrática e participativa? 
Desta forma, o estudo em questão tem como principal objetivo analisar e 
propor ações pedagógicas fundamentadas em uma proposta de gestão escolar 
democrática e participativa de forma a contribuir na melhoria do processo de ensino e 
aprendizagem da escola envolvida no presente Projeto, reconhecendo as possíveis 
causas do fracasso escolar e dos resultados negativos no processo pedagógico, 
estimulando o grupo ao desenvolvimento de práticas de gestão democrática e de 
organização do trabalho pedagógico que contribuam para uma aprendizagem efetiva 
dos alunos, de modo a incidir, progressivamente, na melhoria do desempenho escolar. 
Assim, num primeiro momento, serão observados dados quantitativos e 
qualitativos, e a observação nas relações entre professores, pedagogos, funcionários, 
diretor e em alguns momentos entre alunos e comunidade escolar a fim de propor 
atividades que melhorem as relações entre estes no espaço escolar, objetivando 
assim uma busca na qualidade de ensino. Afinal, a educação consiste num processo 
dinâmico que, naturalmente, apresenta novas necessidades de acordo com o tempo. 
Atualmente, após inúmeros movimentos, tem se observado mudanças significativas 
na educação e no comportamento dos seus profissionais. 
De certa forma, dentro de uma escola todos podem ser vistos como gestores, 
no sentido de estarem conscientes do comprometimento que devem ter com a função 
que exercem. A figura do diretor é aquela que coordena, organiza e gerencia todas as 
atividades da escola. O pedagogo, que também faz parte da equipe diretiva, assume 
papel de promover ações educativas e sociais que viabilizem o ensino-aprendizagem 
dos alunos. Quando o pedagogo assume a função de coordenador pedagógico, cabe 
a ele acompanhar os professores em suas atividades. De acordo com Libâneo (2001, 
p.104), “sua atribuição prioritária é prestar assistência pedagógico-didática aos 
professores e suas respectivas disciplinas, no trabalho interativo com o aluno. ” 
Uma gestão democrática pressupõe a participação efetiva não somente da 
equipe diretiva, mas professores, funcionários, pais, e todos aqueles que de certa 
forma fazem uso da escola (PARO, 2006). Para tanto, é importante que todos os 
participantes desse processo estejam conscientes da importância da união em seus 
objetivos, que deve priorizar a qualidade da educação. A escola passa a ter a 
responsabilidade de gerenciar o processo de organização e gestão pedagógica, o qual 
inclui a implementação do projeto pedagógico, exigindo que os educadores se 
comprometam com o processo de uma gestão democrática, atuando criticamente a 
partir de uma atividade reflexiva. 
Para Marques (2006), todo educador é um dirigente e, por isso, responsável 
pela direção geral dos processos da educação como tarefa colegiada das políticas 
educacionais, necessitadas de se enraizarem, desde sua concepção até a execução 
atenta, nas práticas efetivas dos que fazem a educação participativa. Na perspectiva 
de Dourado (1998), sobre a gestão democrática da escola pública, parece reforçar o 
elo entre esta e a participação, enquanto prática social de exercício da cidadania, 
considerando-se os direitos dos cidadãos o substrato da democracia. 
Podemos verificar a importância de entender a gestão democrática como 
processo de construção de práticas educativas mais construtivas, o que implicaria em 
mudanças culturais e educacionais. Pois, atualmente a gestão democrática, queinclusive é princípio constitucional, está, na prática, cada vez menos sendo construída. 
Os educadores lutam para garantir a gestão democrática como princípio 
constitucional, mas implantá-la é um processo que requer diálogo e participação 
coletiva dos sujeitos envolvidos no processo educativo. A autonomia da escola, a 
eleição de diretores, o conselho escolar, são alguns pilares que materializam a gestão 
democrática, mas não são suficientes para mudar nossa histórica cultura autoritária. 
Necessitamos de políticas que ampliem as possibilidades de democratização da 
educação. 
Alarcão (2001), lembra que os educadores têm uma responsabilidade 
acrescida na compreensão do presente e na preparação para o futuro em que grande 
parte do tempo das crianças e dos jovens é passada na escola. Há o desejo de uma 
escola reflexiva, que continuadamente, pense em seu papel social e acredite que 
formar é organizar contextos em aprendizagem; em possibilitar ambientes formativos 
e que, para isso, utilize ambientes formativos e democráticos. 
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação do Estado do Paraná, a 
partir de 2004/2005 há um direcionamento das atividades do pedagogo através das 
propostas de ações coordenadas no setor de gestão escolar, denominada CGE, e que 
estão disponibilizadas pelo Portal da Educação. Essas ações compreendem grupos 
de estudo, encontros entre o núcleo regional e a Secretaria de Educação, jornadas 
pedagógicas, cadernos pedagógicos, projetos diversos como a TV Educativa de Paulo 
Freire, e estudos sobre regimento escolar e demais setores da escola como conselho 
escolar, entre outros. A partir dessas ações, a escola organiza o seu Projeto Político 
Pedagógico, a Proposta Pedagógica Curricular, o Plano de Ação da Escola e o Plano 
de Ação Docente, com vistas à efetivação de uma gestão democrática (PARANÁ, 
2004). 
Para tanto, o gestor escolar necessita ser um líder pedagógico que apoia o 
estabelecimento das prioridades educacionais, avaliando sua equipe e os alunos 
constantemente. Deve estar inserido participando da elaboração de programas de 
ensino e de programas de desenvolvimento, preocupando-se em incentivar a 
participação do corpo docente, estimulando-os a debaterem em grupo, para refletirem 
suas práticas pedagógicas e levá-los a experimentarem novas possibilidades, bem 
como enfatizar os resultados alcançados pelos alunos nos diagnósticos realizados, 
para planejar em suas ações, visando sempre um ensino de qualidade para os alunos 
inseridos na escola. 
Gadotti (1994) explica que a gestão democrática é importante, principalmente, 
para promover melhorias gerais no ensino e aprendizagem. Segundo ele, como a 
escola deve formar para a cidadania, ela deve dar o exemplo. A gestão democrática 
é um passo importante no aprendizado da democracia. A escola não tem um fim em 
si mesmo. Ela está a serviço da comunidade. Nisso, a gestão democrática da escola 
está prestando um serviço também à comunidade que a mantém. 
Entende-se que a gestão democrática pode melhorar o que é específico da 
escola, “o seu ensino”. Isso se explica pelo fato de que o envolvimento dos diferentes 
atores, equipe escolar, pais, alunos e comunidade em geral, no processo educacional 
propiciarão um contato maior e permanente entre si, o que pressupõe um 
conhecimento mútuo e significativo. 
Para realizar o planejamento de ações, o presente Projeto será desenvolvido 
neste Colégio, entendendo-se que a gestão democrática e participativa pode melhorar 
o que é específico da escola – o processo ensino e aprendizagem, buscando envolver 
os diferentes profissionais no processo educacional, propiciando abordagem teórica, 
discussões, reflexões a partir de dados coletados e textos diversos, grupos de 
estudos, dinâmicas e outras atividades programadas no cronograma, o que pressupõe 
um conhecimento mútuo e significativo para a melhora de todo o processo nesta 
Instituição de Ensino. 
 
3. O DESENROLAR DO TRABALHO DESENVOLVIDO: O GRUPO DE ESTUDOS, 
O GTR E OS RESULTADOS ALCANÇADOS 
 
3.1. AS ATIVIDADES NO GRUPO DE ESTUDOS ORGANIZADO NO COLÉGIO 
ESTADUAL PROFª ORLANDA DISTÉFANI SANTOS 
 
Abaixo serão brevemente relatadas as atividades e os resultados alcançados 
através do trabalho realizado durante as Oficinas de Formação oportunizadas por uma 
das etapas do PDE em Gestão Escolar, nas quais o público alvo eram os Professores 
(26) e a Equipe Diretiva do Colégio Professora Orlanda Distéfani Santos de São 
Mateus do Sul. Nos quais foram oportunizadas discussões baseadas em 
embasamento teórico relacionadas a importância de novas práticas pedagógicas a 
serem desenvolvidas no Colégio, tendo a Gestão Democrática e Participativa como 
fundamental para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem no processo 
pedagógico. Os temas das oficinas foram escolhidos de acordo com o problema inicial 
do Projeto, ou seja, o baixo rendimento escolar dos alunos do Colégio, mesmo com 
todo o envolvimento dos profissionais deste Colégio. Os oito Encontros foram 
realizados na escola, nos períodos matutino e vespertino, sendo que, apenas o 
Encerramento no período noturno. 
A opção metodológica utilizada no primeiro momento foi o estudo para o 
embasamento teórico, objetivando subsidiar Professores e Equipe Diretiva para as 
próximas atividades propostas nas Oficinas e Grupos de Estudos que tinham como 
tema “A Contribuição da Gestão Escolar Democrática e Participativa para o Sucesso 
do Ensino e Aprendizagem no Processo Pedagógico”, um grupo composto por vinte e 
seis Professores e pela Equipe Diretiva. Foram nestes Encontros que o Projeto e o 
Caderno Pedagógico, ambos produzidos durante o PDE, foram aplicados como 
atividades obrigatórias do Programa, como um referencial para a avaliação do 
Professor PDE, contribuindo posteriormente para a qualidade de ensino nas 
Instituições de Ensino, pois ao retornarem às suas escolas enriquecem suas práticas 
pedagógicas. 
Como se optou pela pesquisa-ação todos os encontros foram realizados em 
grupos, com um processo de estudo e ação coletiva. 
Concretizando num total de oito Encontros durante o ano de 2015, a 
metodologia utilizada nas Oficinas buscou seguir uma concepção dinâmica, na qual 
os participantes realizaram a maioria das atividades. Foram realizadas atividades 
diversificadas e muito significativas para o problema detectado no início, as quais 
serão descritas de forma sucinta em seguida: 
O Primeiro Encontro teve como tema “Apresentação do Projeto à 
Comunidade Escolar”, sendo utilizados slides para facilitar o entendimento pela 
maioria dos professores que ainda não o conheciam. Após realizou-se a Dinâmica da 
Cooperação para entenderem a importância de viver em grupo e em seguida cada 
grupo expôs o que compreendeu do Projeto e da Dinâmica. 
O Segundo Encontro teve como tema “Conceituando Gestão Democrática e 
Participativa” com base em Coutinho (2000) e Paro (2006), o qual primeiramente os 
cursistas elaboraram um conceito próprio de gestão democrática e só depois fizeram 
a leitura do texto para comparar os conceitos elaborados por eles com o do texto 
estudado. Para a maioria dos participantes, a gestão democrática deve partir do gestor 
(diretor), para depois os professores poderem realizarem o seu papel. Conceito 
debatido e miudado após a comparação feita entre o elaborado e o estudado no texto. 
Foi um momento que oportunizou discussões riquíssimas sobre o que vem mesmo a 
ser a Gestão Democrática. Neste mesmo Encontro foi dramatizada a poesia “Gente 
que Incomoda” (RIBEIRO, 2010) e após a leitura foi entregue para cada grupo que (já 
estavam divididos por cores, ao entrarem na sala cada um recebia uma ficha de uma 
cor e sentavamcom as cores semelhantes) um desafio: Qual seria o posicionamento 
de cada um se se deparassem com uma daquelas pessoas citadas no texto (Santa 
Sabedoria, Senhores da Verdade, Inclusão de Qualquer Jeito...)? Após, cada grupo 
apresentou os resultados e para a troca de sugestões entre os colegas. 
O Terceiro Encontro com o tema “Análise de Dados das Avaliações Internas 
e externas do Colégio” foi um momento oportuno para analisar os dados do Colégio, 
dos anos 2005, 2007, 2009, 2011, 2012, 2013 de Aprovação, Reprovação, Evasão, 
Prova Brasil e Saep3 e em conjunto propor novas ações para mudar a realidade. Foi 
riquíssimo este trabalho, pois foram vistos pontos que ainda não tinham sido 
percebidos anteriormente e num momento como este, sem pressão alguma e com 
professores de todas as áreas, todos puderam expor ideias e relatar experiências 
vivenciadas também em outros colégios. Após a elaboração do novo Plano de Ação, 
cada Grupo expôs as alterações para o restante da sala. 
O Quarto Encontro teve o tema “Práticas Metodológicas da Gestão 
Democrática e Participativa”, no qual foram discutidos o currículo e a sua importância 
para que a aprendizagem ocorra. Os Professores sentaram por Áreas de 
Conhecimento e analisaram se ao preparar o seu Plano de Trabalho Docente, 
planejam aulas baseadas na gestão democrática ou não. Após esta discussão, 
elaboraram aulas com metodologias diferenciadas, nas quais os alunos iriam 
participar democraticamente dos conteúdos apresentados. Em seguida, cada grupo 
apresentou os resultados para troca de sugestões. Este momento propiciou um 
debate importante em torno da facilidade e planejar aulas, cujas quais os alunos esteja 
realmente sendo atuantes. 
O Quinto Encontro teve como tema “Análise do Projeto Político Pedagógico 
do Colégio (PPP), sendo que primeiramente foram entregues fotocópias dos “marcos” 
Marco Doutrinal e o Marco Operativo que priorizam a gestão democrática como 
primordial para o trabalho escolar. Após foi feita a leitura, análise e o debate entre os 
grupos se o que está escrito no PPP da escola condiz com a realidade do cotidiano 
do Colégio ou se apenas é construído como um documento formal e obrigatório. 
Sempre analisando os pontos abaixo: 
Marco Doutrinal - Qual o tipo de sociedade que queremos? No que se 
fundamenta uma sociedade justa, democrática e participativa? Que valores devem 
estar presentes nessa sociedade? Que atitudes esperamos dos sujeitos humanos 
diante da sociedade? O que significa ser o homem sujeito da história? O que motiva 
 
3 Dados retirados dos Relatórios Finais e do Portal da Educação do Estado do Paraná. 
o ser humano a tornar-se agente de transformação? Como podemos contribuir para a 
construção de uma nova sociedade mais justa? 
Marco Operativo - Que ideal temos para nossa escola? Que significa ser o 
educando sujeito do seu próprio desenvolvimento? Em que consiste o educar-se; em 
consequência, qual é o ideal para nossa prática educativa? O que significa a 
educação voltada para a realidade? Como tornar a escola um espaço de mudança, 
de transformação social? O que caracteriza a escola democrática, aberta e 
participativa? O que é qualidade de ensino? Que princípios devem orientar nossa 
prática pedagógica? 
 
Neste momento, muitos pontos foram destacados, principalmente os negativos, 
que devido à correria diária e ao atropelo de atividades, a maioria dos profissionais 
agem de forma individualista, as decisões não são tomadas de forma coletiva e muitas 
vezes a gestão democrática fica apenas no papel. Desta forma, todos ali presentes se 
comprometeram em se reunir novamente no início do ano letivo de 2016 e apontar 
possíveis falhas ocorridas no ano anterior e assumir o compromisso com as mudanças 
com o novo grupo de trabalho. 
O Sexto Encontro teve como tema “A Ação Coletiva como Referencial para a 
Organização do Trabalho Pedagógico” que resultou em muitas discussões, sugestões 
e interações entre os cursistas. Foi iniciado este Encontro com o Esquema “Gestor 
Democrático Articulador” e todos os outros sujeitos que precisam trabalhar junto com 
ele para que realmente a gestão democrática ocorra. Na hora da discussão sobre as 
funções dos sujeitos, houve muita discordância, sendo necessário o repensar sobre o 
papel do gestor articulador em conseguir manter o equilíbrio da equipe para que ela 
produza de forma significativa. Também foi realizada uma Dinâmica – liderança e 
envolvimento para a verificação da importância da decisão coletiva e a discussão das 
características que não combinam com um a boa liderança. 
O Sétimo Encontro com o tema “Gestão e Avaliação” foi iniciado com uma 
frase de Nunes (2005), para reflexão. Após teve a leitura do texto Avaliação como 
Instrumento para a Gestão Democrática na Educação e o debate através de oito 
perguntas sobre a avaliação como gestão. Concluindo através do debate, que a 
avaliação faz parte da gestão democrática e que todos devem fazer parte deste 
processo. Este Encontro foi encerrado com um vídeo “Quantidade Sim, mas com 
Qualidade” - (Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=XvW9b_2vN-0). 
O Oitavo Encontro e Encerramento com o tema “Avaliação para Diagnóstico 
e Gestão Democrática” iniciou com um debate sobre a seguinte citação: 
 
A importância da participação para atingir os fins democráticos, mas sobre a 
resistência que ainda existe por parte de muitas pessoas em participar das 
decisões que vão interferir diretamente em suas vidas. Concluindo que a 
(não) participação está associada à cultura individual, bem como pela cultura 
imposta pela sociedade, que nos estimula à competividade, a viver e agir 
isoladamente. Existindo ainda muitos condicionantes que inviabilizam a 
participação nos bens sociais. (BORDENAVE, 2007.p.39). 
 
Em seguida, o convidado Eleandro Soares (Administrador realizou um Colóquio 
com o Tema – Liderança em Gestão), abordando os pontos principais dos sete 
encontros já realizados e dando uma maior ênfase nos Condicionantes da Prática 
Participativa, ou seja, o que é necessário para que o grupo realmente se envolva? O 
que precisa ser feito para que cada sujeito não realize apenas aquilo que é de sua 
função, sem olhar para um todo? Como deve ser o gestor na escola, ele deve estar 
ao lado ou no centro? Foi muito significativo cada um dos materiais e a metodologia 
utilizada pelo palestrante: as imagens, os slides, os trechos de textos, as dinâmicas, 
a mesa redonda, enfim todos se sentiram bem em interagir com os outros cursistas e 
dar a sua contribuição neste Colóquio. 
Durante os oito encontros observou-se uma mudança de postura entre os 
Professores e a Equipe Diretiva, as atividades contribuíram e muito para a 
fundamentação teórica da produção das atividades relacionadas às novas 
metodologias tendo a gestão democrática como fundamental. Este grupo de 
discussão promoveu reflexão sobre os encaminhamentos metodológicos positivos e 
sobre aqueles que precisavam ser mudados, proporcionou análises e as dinâmicas 
constituíram um valioso instrumento educacional que também pode ser utilizado com 
os alunos, pois, quando se opta por uma concepção de educação que valoriza tanto 
a teoria como a prática e considera todos os envolvidos neste processo como sujeitos. 
Neste Projeto o trabalho coletivo foi colocado como um caminho para se 
interferir na realidade encontrada inicialmente, onde promoveu o encontro de pessoas 
e o saber foi construído junto, analisando criticamente o grupo e a si mesmo e 
elaborando coletivamente um saber, tentando aplicar os seus resultados. Foi 
importante ressaltar que faz parte desse processo a garantia da participaçãoconstante de todos os participantes. Só assim todos se sentiram donos do saber 
alcançado. 
 
3.2 OS ENCAMINHAMENTOS NO GUPO DE TRABALHO EM REDE (GTR) 
 
No decorrer da aplicabilidade do Projeto e do Grupo de Trabalho em Rede 
(GTR), do qual vinte professores se inscreveram, 18 iniciaram e 16 finalizaram todas 
as etapas do Curso, percebeu-se que foram muitas as contribuições dadas por eles. 
Os cursistas em geral, com relação à Gestão Democrática e Participativa acreditam 
esta ser utopia. Porém, “acreditam que possa vir a existir, mas que necessita ser 
trabalhado de forma detalhada e ampla, com o envolvimento de todos os setores da 
escola, que tenha uma efetiva participação de pais, educadores, alunos e comunidade 
em geral” (Cursista 1)4. Também, como o autor Coutinho (2000) que considera a 
Gestão Democrática como a noção da cidadania, a capacidade conquistada por todos 
os indivíduos, de se apropriarem dos bens socialmente criados, de atualizarem todas 
potencialidades de realização humana abertas pela vida social em cada contexto 
histórico determinado. 
Nos Fóruns do GTR, as contribuições foram bastante significativas para o 
debate realizado entre os cursistas, pois analisando o Projeto que foi implementado 
eles relatam que “a abordagem a esta questão que sempre tem sido objeto de estudo 
sobre o sistema educacional, que é a democracia e participação na gestão da escola 
pública e a administração escolar, têm sido alvo de debates numa época de 
globalização, portanto, neste Projeto estudado, aborda-se a relação existente entre 
uma gestão escolar democrática e participativa com o resultado positivo que esta 
administração pode causar no cotidiano escolar” (Cursista 2). Também destacam que 
“por acreditarem na Gestão Democrática e no que ela pode ser incisiva na construção 
coletiva da qualidade, devemos caminhar juntos para ser construirmos, unindo teoria 
e prática, além de possibilitar um alicerce de uma nova cultura organizacional, unindo 
teoria e prática, além de possibilitar o vislumbre de uma escola pública democrática, 
participativa e de qualidade, pensando nisso a participação das instâncias colegiadas 
é determinante, mas a família na escola é fundamental para concretizar essa tão 
sonhada democracia educacional” (Cursista 5). A maioria dos professores cursistas 
consideram que “a direção deve orientar as decisões mais importantes, organizar a 
 
4 Nesta seção do texto serão acrescentados relatos dos professores cursistas do GTR em itálico para 
diferenciá-las do referencial teórico consultado. 
equipe para a tomada de decisões administrativas e pedagógicas e que tudo isso deve 
ser feito de maneira coletiva e não autoritária”. (Cursistas 7). 
O papel do professor é fundamental para que a gestão democrática realmente 
ocorra no espaço escolar. Assim, percebe-se a necessidade de que todos na 
instituição precisam estar envolvidos nos encaminhamentos metodológicos que se 
fizerem necessários e explicitados no Projeto Político-Pedagógico da escola. Ao 
serem indagados no que consideravam como fundamental para que o professor 
fizesse parte da construção deste processo, muitos responderem que “a vontade de 
expandir o desejo de concretizar é inerente do ser humano, mas as pessoas devem 
estar no lugar e na hora certa. Se a gestão participativa vai além de uma escolha 
democrática de gestores, os professores necessitam da garantia e meios que o 
possibilite a desenvolver seu papel na construção desse processo como uma peça 
fundamental, pois ele é um profissional da educação que pode estar de forma incisiva 
colaborando junto com a equipe pedagógica para motivar inicialmente o aluno, pois o 
chão da escola começa com os educandos”. (Cursista 10). 
 Também deram uma grande ênfase em esclarecer sobre a importância dos 
saberes e do embasamento teórico sempre em consonância com o PPP, como citam 
a seguir: “No tocante ao processo de Gestão Democrática e Participativa, o professor 
deve engajar-se auxiliando no coletivo da escola a construção dos saberes, 
contribuindo de forma eficaz em todos os encaminhamentos metodológicos, sempre 
em consonância com o Projeto Político Pedagógico da Escola, pois este embasa todo 
o trabalho do professor no sentido de trilhar caminhos para que a aprendizagem se 
efetive em todo contexto escolar. Neste sentido é de fundamental importância que o 
professor faça a sua história e participe efetivamente para que a Gestão seja mesmo 
democrática e participativa”. (Cursistas 7). 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O Projeto desenvolvido neste período de participação no PDE procurou, por 
meio dos encontros, contribuir para o enriquecimento teórico e metodológico dos 
professores e da Equipe Diretiva do Colégio Professora Orlanda Distéfani Santos no 
tema “gestão escolar democrática e participativa”. 
Segundo os professores cursistas, durante e após os encontros, as discussões 
não pararam. Pois, consideram que é muito relevante aplicar a gestão democrática na 
escola e que significa dar liberdade e autonomia, para que, de forma coletiva, cada 
integrante possa opinar bem como expor suas ideias, faz-se necessário que 
educadores se sintam responsáveis pela transformação das estruturas curriculares e 
se empenhem cada vez mais na construção de uma sociedade justa onde o foco 
principal seja a qualidade de ensino que tanto almejamos. 
Neste contexto, consideram este Projeto aplicado de suma importância, pois 
não se pode continuar alimentando a nossa prática com concepções e paradigmas 
criados para uma sociedade e indivíduos do passado, mas através da prática do 
diálogo, da democracia e da descentralização, da instalação de um processo coletivo 
de avaliação de cunho emancipatório, conseguiremos sim mudar o quadro da nossa 
educação. Consideram que “a participação do professor para que a gestão 
democrática se concretize no interior das escolas envolve uma grande quantidade de 
atribuições que vão muito além da regência de aulas, devendo o mesmo ser provido 
de capacitações que o levem ao entendimento mínimo da maneira complexa como 
uma escola pública deve ser dirigida, das leis, instruções, orientações que 
obrigatoriamente devem ser seguidas, da burocracia que envolve o processo 
educacional. Muito se fala em gestão democrática onde a voz da comunidade escolar 
deveria ser ouvida e após discussões, análises, o que houvesse de melhor para o 
ensino e aprendizagem, considerando as suas especificidades, poderia ser 
implantado, entretanto não é a nossa realidade. Também comentaram muitas vezes 
que, “o tempo dos profissionais é reduzido, muitas vezes trabalham em mais de uma 
escola, são colocadas muitas atribuições aos professores e a participação na gestão 
democrática exige dedicação, tempo para participar de reuniões, discussões, 
atividades extras, ou seja, além de todas as limitações citadas ainda nos deparamos 
com o agravante que a autonomia citada na LDB não é uma realidade, o que muitas 
vezes desmotiva e dificulta um trabalho coletivo onde todos possam participar. O 
processo de gestão democrática só será possível com o envolvimento, dedicação e 
eficiência dos professores quando for possibilitado tempo para que possam se reunir 
e deliberar sobre o que é melhor para a sua realidade, com maior autonomia e 
liberdade”. (Cursistas 7). 
Através dos relatos e discussões dos cursistas e das produções realizadas nas 
Oficinas e no GTR, percebeu-se que o principal objetivo do trabalho foi atingido de 
forma plena, pois as três etapas do trabalho: o Projeto – o Caderno Pedagógico 
(Oficinas) – o Grupo de Trabalho em Rede (GTR) conseguiram analisar e propor 
ações pedagógicas fundamentadasem uma proposta de gestão escolar democrática 
e participativa de forma a contribuir na melhoria do processo de ensino e 
aprendizagem do Colégio envolvido, reconhecendo as possíveis causas do fracasso 
escolar e dos resultados negativos no processo pedagógico, estimulando o grupo ao 
desenvolvimento de práticas de gestão democrática e de organização do trabalho 
pedagógico que contribuíssem para uma aprendizagem efetiva dos alunos, de modo 
a incidir, progressivamente, na melhoria do desempenho escolar. 
Portanto, considera-se que o papel do docente dentro do contexto da gestão 
democrática e participativa é fundamental para que a organização pedagógica se 
torne eficaz. Uma escola onde todos possam estar envolvidos nos encaminhamentos 
metodológicos é capaz de proporcionar aos seus alunos uma aprendizagem 
envolvente que cria meios para a construção de conceitos e para a aprendizagem de 
forma efetiva. O professor comprometido com a gestão participativa desperta em seus 
alunos a capacidade de pesquisar e formular novas hipóteses, fazendo assim com 
que a aprendizagem pela interação aconteça de forma espontânea e mediativa, ou 
seja, o exercício da cidadania também se inicia por meio da participação e interação 
nas atividades propostas na escola. 
Para isso, a escola de hoje exige novas posturas e novas responsabilidades de 
todos os que nela intervêm e contribuem para uma melhoria do ensino, sendo estas 
pessoas, os professores, pais e outros da comunidade. Sendo fundamental o espaço 
escolar como espaço para a Gestão Democrática e Participativa acontecer, por meio 
de ações oportunizadas pelo gestor, professores e funcionários da escola, com o 
envolvimento de todos na tomada das decisões e na realização das ações. 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artemed, 
2001. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil – 1988. Brasília: Cegraf, 
1988. 
 
BRASIL. MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Brasília: 
MEC, 1996. 
 
COUTINHO, Carlos Nelson. Contra a corrente: ensaios sobre a democracia e o 
socialismo. São Paulo: Cortez, 2000. 
 
DOURADO, Luiz Fernandes. A Gestão democrática da educação: atuais 
tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 1998. 
 
GADOTTI, Moacir. Gestão Democrática e Qualidade de Ensino. 1º Fórum 
Nacional Desafio da Qualidade Total no Ensino Público. Belo Horizonte, julho 
1994. 
 
JUNGES, Kelen dos Santos. Desenvolvimento profissional de professores 
universitários: caminhos de uma formação pedagógica inovadora. 2013. 221f. Tese 
(Doutorado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR, 
Curitiba, 2013. 
 
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 21.ed. São Paulo: Cortez, 1994. 
 
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. Goiânia: 
Editora Alternativa, 2001. 
 
MARQUES, Mário Osório. A formação do profissional da educação. 5.ed. Ijuí: 
Unijuí, 2006. 
 
PARANÁ. Currículo Básico do Estado do Paraná. Paraná: 1990. 
 
PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Grupo de Trabalho em Rede – GTR 
2015, Gestão Escolar. A Contribuição da Gestão Escolar Democrática e 
Participativa para o Sucesso do Ensino e Aprendizagem no Processo 
Pedagógico. Paraná, 2015. 
 
PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. São Paulo: Editora 
Ática, 2006. 
 
QUANTIDADE Sim, mas com Qualidade! Disponível em: 
<//www.youtube.com/watch?v=XvW9b_2vN-0>. Acesso em: 13/11/2014 às 0h 20min. 
 
SAMISTRARO, Lisângela Bueno. Caderno Pedagógico – PDE- A Contribuição da 
Gestão Escolar Democrática e Participativa para o Sucesso do Ensino e 
Aprendizagem no Processo Pedagógico. Orientadora Profª. Drª. Kelen dos Santos 
Junges. Paraná, 2015. 
 
SANTOS, Boaventura de Souza. A crítica da razão indolente: contra o desperdício 
da experiência. São Paulo: Cortez, 2000. 
 
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho Pedagógico. São 
Paulo: Libertad, 2007. 
 
VIEIRA, Sofia Lerche. Política(s) e gestão da educação básica: revisitando conceito 
simples. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação. v. 23, n1, p.53 – 
69, jan/abr., 2007.

Continue navegando