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RESUMÃO - SILVICULTURA CLONAL

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SILVICULTURA CLONAL 
 CONCEITOS E PRINCÍPIOS 
 
Compreende rodo o processo de formação de uma 
floresta clonal, ou seja, seleção da árvore superior, 
multiplicação vegetativa, avaliação de árvores 
selecionadas em teste clonal, produção de mudas e 
estabelecimento da floresta clonal. 
Características: 
▪ Uniformidade dos plantios, possibilitando maior 
controle da qualidade dos produtos; 
▪ Aproveitamento de combinações genéticas raras, 
como híbridos de Eucaliptus grandis x E. urophylla; 
▪ Maximização do ganho em produtividade silvicultural 
e de qualidade tecnológica da madeira em uma única 
geração de seleção; 
▪ Possibilidade de contornar problemas de doenças 
como cancro (Cryphonectria cubensis); 
▪ Possibilidade de duas, três e quatro rotações 
economicamente viáveis; 
▪ Custo acessível e competitivo às empresas; 
▪ Experiências comprovadas na silvicultura 
convencional; 
▪ Opções de técnicas de propagação vegetativa em 
grande desenvolvimento nas diversas áreas da 
ciência. 
 
Princípios da Silvicultura Clonal 
No caso das plantas superiores, de modo geral, a 
propagação pode ocorrer de duas formas: sexual e 
assexual. A sexual caracteriza-se por ter a semente 
como elemento de propagação, enquanto a assexuada, 
também denominada propagação vegetativa, tem nos 
propágulos vegetativos o meio de multiplicação de uma 
planta. 
Sementes: elemento de reprodução das plantas 
superiores que resulta da fecundação e do 
desenvolvimento de óvulo maduro, compreendendo o 
embrião, as substâncias de reserva e o tegumento. 
Normalmente, esta propagação é resultado da 
recombinação genética entre plantas. 
Propagação vegetativa: reprodução de uma planta 
através de propágulos, não envolvendo meiose nem 
fecundação, ou seja, não ocorre recombinação genética, 
permitindo a reprodução fiel do genótipo de uma planta. 
 
A propagação vegetativa só é possível devido à 
capacidade que células, partes de órgãos ou órgãos têm 
para regenerar órgãos ou plantas, dada a totipotência 
das células, ou seja, capacidade de qualquer célula do 
organismo vegetal encerrar m seu núcleo toda a 
informação necessária à regeneração de uma planta 
completa. 
 
As variações fenotípicas observadas entre as plantas 
oriundas por propagação vegetativa de um mesmo 
antecessor comum são decorrentes das variações 
ambientais. 
 
Uma das implicações dessa forma de propagação de 
plantas está no fato de os plantios via propagação 
vegetativa, por não apresentarem variações genéticas 
nas plantas descendentes, constituindo-se populações 
com maior uniformidade em relação àquelas oriundas 
de sementes, serre mais vantajosos em muitas 
situações no campo da silvicultura de espécies 
florestais. No entanto, vale salientar que a maior 
uniformidade nas populações clonais, tornam os plantios 
mais vulneráveis às condições adversas do ambiente. 
 
O termo clone significa um grupo de plantas 
geneticamente idênticas, derivadas assexuadamente de 
um antecessor comum. 
A silvicultura clonal deve ser qualificada como aquela 
em que o clone utilizado no programa comercial seja 
bem conhecido quanto aos aspectos silviculturais e de 
uso final, visando atender a requisitos técnicos e 
econômicos. 
 
 
 
BIOLOGIA DA PROPAGAÇÃO 
CLONAL 
 
Na propagação vegetativa, a mitose é responsável pelo 
controle, desenvolvimento e crescimento das plantas, na 
qual é mantida a identidade genética da planta-matriz. 
Dessa forma, um propágulo é constituído de parte de 
determinada planta usada para produzir nova planta ou 
uma população de plantas. Dentre os vários tipos de 
propágulos, incluem-se semente, estacas, botão floral, 
segmentos vegetativos, explantes e diversos tipos de 
estruturas especializadas como gemas e calos. O uso 
de um propágulo em detrimento de outro vai depender 
dos objetivos desejados, da espécie e disponibilidade de 
se fazer tal propagação. 
 
Ação hormonal no crescimento e desenvolvimento das 
plantas 
a) Auxinas: ativação das células cambiais; formação de 
raízes adventícias; inibição de brotações laterais em prol 
da dominância apical e abscisão de folhas e frutos. 
Sintetizadas em regiões de crescimento ativo, como 
meristema apical, gemas axilares e folhas jovens, sendo 
translocada para diferentes órgãos. A aplicação em 
órgãos isolados promove aumento da resposta, paralelo 
ao aumento da concentração até certo nível, após o 
qual ocorre efeito inibitório. As principais vantagens de 
aplicação na propagação vegetativa: indução de raízes 
adventícias em estacas e o controle da morfogênese na 
micropropagação. 
b) Citocininas: efeitos na divisão celular e diferenciação 
de gemas. Alta relação auxina/citocinina favorece o 
enraizamento, grande relação citocinina/auxina favorece 
a formação de brotações, e alto nível de ambas 
favorece o desenvolvimento do calo. 
c) Giberelinas: ocorre em ↑ concentrações nas 
sementes (papel na germinação e controle da 
dormência) e em ápices caulinares, sendo transportada 
pelo xilema e floema. Alongamento de brotações. 
d) Ácido abscísico: inibidor do crescimento, envolvido 
na germinação e dormência, na embriogênese e 
produção de sementes. 
e) Etileno: é um regulador do crescimento gasoso. Na 
propagação pode induzir o enraizamento adventício, 
estimular a germinação em algumas sementes e 
superar dormência. 
 
Idade: a) cronológica: tempo decorrido desde a 
germinação da semente; b) ontogenética: passagem da 
planta por sucessivas fases de desenvolvimento 
(embriogênese, germinação, crescimento vegetativo e 
reprodutivo); c) fisiológica: aspectos negativos da idade 
como perda de vigor, aumento da susceptibilidade às 
condições adversas ou à deterioração em geral. O 
termo maturação refere-se, na maioria das vezes, à 
idade ontogenética. 
 
A maior juvenilidade da região basal das plantas deve-
se ao fato de os meristemas situados mais perto da 
base serem formados em épocas próximas à 
germinação do que o das regiões terminais. Os 
propágulos vegetativos removidos de diferentes 
posições da planta retêm os níveis de juvenilidade (ou 
maturidade) quando estes são retirados da planta e 
propagados vegetativamente. 
 
TÉCNICAS DE PROPAGAÇÃO 
CLONAL 
 
Enxertia: arte de unir partes de uma planta em outra 
que lhe sirva de suporte e de estabelecimento de 
comunicação com o sistema radicular, de tal forma que 
as duas partes de plantas diferentes passam a constituir 
uma só, embora geneticamente cada uma delas 
mantenha sua individualidade. 
 
TÉCNICAS DE PROPAGAÇÃO 
CLONAL 
 
Em seguida, após a realização da enxertia, a união 
entre as duas partes inicia-se pela divisão das células, 
formando um calo e com posterior diferenciação 
vascular. Para o sucesso da enxertia, é essencial que 
os câmbios do porta-enxerto e do enxerto estejam em 
contato direto, permitindo a comunicação vascular entre 
as partes enxertadas. 
 
Fatores que influenciam o sucesso da enxertia: 
Afinidade entre as plantas (parentesco); analogia entre 
as plantas (aspectos anatômicos, fisiológicos, porte e 
vigor); formação da união do enxerto; condições 
ambientais durante e após a enxertia; espécie de planta 
e tipo de enxertia; tipo de propágulo utilizado; objetivos; 
contaminações por vírus, insetos e doenças; 
tutoramento do enxerto e habilidade do enxertador. 
Razões do uso da enxertia na área florestal: 
Perpetuar clones que não podem ser propagados 
economicamente ou mantidos por estacas, divisões ou 
outros métodos assexuados; obter benefícios de certos 
porta-enxertos; assegurar as características genéticas 
da planta que se quer multiplicar; propiciar, em certas 
condições, floração e frutificação precoces; permitir a 
utilização de porta-enxertos resistentes a certas 
doenças e pragas; obter forma especial no crescimento 
da planta; restaurar plantas, substituindo a copa; tornarpossível a fixação de híbridos; transformar plantas 
estéreis em produtivas, inoculando-lhes ramos ou 
gemas frutíferas; técnica de rejuvenescimento de clones 
de difícil propagação clonal. 
 
Estaquia: processo de propagação vegetativa que 
consiste em destacar de uma planta-matriz um órgão, 
ramo, uma folha ou raiz e colocá-los em meio adequado 
para enraizamento e desenvolvimento da parte aérea. 
Tipos de estaca: foliar (aplicação rara na silvicultura, 
maior expressão na floricultura), caulinar e radicular, são 
as mais utilizadas na propagação de plantas por 
estaquia. Em espécies florestais, o enraizamento de 
estaca foliar é difícil, limitando sua aplicação na 
produção de mudas. 
A estaca caulinar é o tipo mais difundido e usado. São 
segmentos de ramos contendo gemas terminais e, ou, 
laterais, sendo herbáceas, semilenhosas ou lenhosas. 
As estacas herbáceas possuem maior capacidade para 
regeneração de uma nova planta, mas apresentam o 
inconveniente de ter baixa resistência à desidratação, 
com posterior deterioração em condições ambientais 
adversas. Já as estacas lenhosas têm dificuldade em 
enraizar em espécies de difícil enraizamento. 
Biologia do enraizamento 
Fatores que afetam propagação por enraiz. de estacas: 
genótipo; planta-matriz (juvenilidade, capacidade de 
enraizamento, estacas com máximo vigor vegetativo e 
turgidez p/ suportar déficit hídrico); nutrição mineral; 
tratamento das estacas (controle fúngico com fungicida); 
armazenamento das estacas (menor tempo possível 
entre coleta, preparo da estaca e plantio em meio de 
enraizamento; mínimo estresse hídrico, prevenção de 
doenças fúngicas, manutenção das reservas de 
carboidratos, grau de lignificação da estaca; práticas p/ 
aumentar o tempo de armazenamento: < temperatura, > 
umidade, < luz e aplicação de antitranspirante); 
aplicação de reguladores de crescimento. 
Manipulação dos fatores ambientais: luminosidade 
(irradiância, fotoperíodo e qualidade da luz têm 
necessidades variadas entre as espécies; o excesso 
provoca fechamento estomático, < fotossíntese líquida, 
< produção de carboidratos e < enraizamento). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA CLONAL 
 TÉCNICAS DE PROPAGAÇÃO 
CLONAL 
 
Manipulação dos fatores ambientais: temperatura (do 
ambiente e do substrato que suporta a estaca, 
condicionam e regulam a produção de raízes 
adventícias, bem como a manutenção e sobrevivência 
das folhas, gemas e dos ramos, sendo as oscilações 
prejudiciais; temperaturas do ar excessivamente ↑ 
promovem a brotação da parte aérea antes do 
enraizamento, levando ao consumo excessivo de 
reservas, devido à elevação da transpiração; as baixas 
temperaturas diminuem o metabolismo das estacas, 
levando a um maior tempo para o enraizamento ou, até 
mesmo, não proporcionar condições adequadas para 
que haja indução, desenvolvimento e crescimento 
radicular); umidade (o sucesso do enraizamento 
depende, em parte, da habilidade do sistema de 
propagação em dar condições de turgidez ao propágulo 
até que este forme suas próprias raízes e absorva água; 
o excesso é prejudicial por dificultar as trocas gasosas, 
propiciar o desenvolvimento de doenças, impedir o 
enraizamento e provocar a morte dos tecidos; a 
presença de folhas nas estacas é um forte estímulo para 
a formação de raízes, no entanto, a perda de água pela 
transpiração pode levar a morte antes da formação de 
raízes, para contornar o problema, a umidade do ar 
deve ser mantida acima de 80%, conservando-se assim 
a turgescência dos tecidos); substrato (sustentar as 
estacas durante o período de enraizamento, permitir a 
aeração adequada ao desenvolvimento das raízes e 
proporcionar condições de umidade e nutrição para o 
crescimento do sistema radicular; os tipos mais comuns 
são vermiculita, turfa, serragem, areia, casca de arroz 
carbonizada, moinha de carvão, composto orgânico). 
Estrutura de propagação 
Para condicionar os principais fatores ambientais de 
enraizamento, a adoção de estruturas de casa de 
vegetação em algumas condições ambientais torna-se 
necessário p/ o êxito da propagação por enraizamento 
de estacas. O uso de timer interligado com o umidostato 
permite manter um sistema de nebulização intermitente 
e, ao mesmo tempo, não permite umidade excessiva. 
No controle da temperatura, a tela de polietileno 
(sombrite) tem sido utilizada na tentativa de minimizar a 
quantidade de energia no interior. A própria estrutura da 
casa de vegetação pode possuir sistemas de janelas 
zenitais e, ou, sistemas de circulação de ar forçado, os 
quais, por controle de termostatos, permitem manter 
padrões preestabelecidos para o enraizamento de 
estacas. Nas situações de temperaturas baixas, se a 
casa de vegetação não permitir um efeito estufa 
satisfatório, um sistema de aquecimento deve ser 
incorporado à estrutura, sendo acionado por termostato. 
 
Aplicação da estaquia na silvicultura clonal 
A estaquia é a mais utilizada na silvicultura clonal 
intensiva. Entre as principais aplicações da estaquia em 
espécies florestais tem-se: a formação de plantios 
clonais de alta produtividade e uniformidade, a melhoria 
das qualidades da madeira e de seus produtos, a 
multiplicação de indivíduos resistentes a pragas e 
doenças e adaptados a sítios específicos e a 
transferência de geração para geração, dos 
componentes genéticos aditivos e não-aditivos, 
resultando em maiores ganhos dentro de uma mesma 
geração de seleção. As principais desvantagens e, ou 
limitações da estaquia de espécies florestais podem-se 
citar o risco excessivo de estreitamento da base 
genética dos plantios clonais, a não-ocorrência de 
ganhos genéticos adicionais a partir da primeira geração 
de seleção, a dificuldade de obtenção de enraizamento 
em algumas espécies ou clones e a dificuldade de 
ocorrência de enraizamento em plantas não-juvenis. 
 
 
 
 
 
 
 
ESTAQUIA EM EUCALYPTUS 
 
A propagação clonal em Eucalyptus por estaquia 
constitui-se no enraizamento de estacas caulinares 
(segmentos de 6-10 cm) confeccionadas a partir de 
brotações provenientes de cepas de árvore selecionada, 
banco clonal ou jardim clonal. 
O processo de clonagem por estaquia visando ao 
plantio para fins comerciais: 
Fase 1: seleção da árvore superior com base em 
características que atendam aos objetivos a serem 
alcançados com a clonagem; 
Fase 2: avaliação das árvores selecionadas em teste 
clonal, visando a confirmação da seleção realizada e 
definição das técnicas silviculturais a serem adotadas; 
Fase 3: estabelecimento de áreas de multiplicação 
vegetativa (jardim clonal), objetivando obter brotações 
suficientes para confecção de estacas necessárias ao 
processo de produção de mudas por estaquia em viveiro 
florestal, de acordo com a demanda de plantio; 
Fase 4: plantio clonal comercial. 
 
Uma vez selecionada a árvore-matriz, dentre as várias 
formas de clonagem, o uso de brotações provenientes 
de cepa tem sido a metodologia mais empregada, 
considerando-se a facilidade e sua operacionalidade 
técnica. Assim, depois de abatida a árvore selecionada, 
obtêm-se, entre 40- 60 dias, as brotações desenvolvidas 
na cepa, as quais servirão para confeccionar as 
estacas, atendendo, assim, às fases 1 e 2. 
No estabelecimento de áreas de multiplicação 
vegetativa, o uso de jardim clonal tem sido a forma 
mais aplicada, permitindo um manejo intensivo e 
ajustado para obtenção de brotações, destinando ao 
êxito do enraizamento das estacas. A freqüência de 
coletas no jardim clonal varia, em média, de 15 a 45 
dias, dependendo da espécie, do clone, ambiente e da 
metodologia de coleta (poda drástica ou seletiva).Quanto ao enraizamento, as estacas recebem em sua 
base tratamento com o regulador de crescimento AIB, 
dosagem em torno de 6.000 a 8.000 ppm. Em seguida, 
são estaqueadas em recipiente contendo o substrato, 
para o desenvolvimento radicular. Esse material, uma 
vez estaqueado, permanece na casa de vegetação por 
um período de 20-45 dias, o qual é variável de acordo 
com a região, época do ano, espécie e clone. Após este 
período, as estacas enraizadas são transferidas para 
aclimatação em casa de sombra, onde permanecem 
por 8-15 dias, sendo então removidas para um local de 
pleno sol, onde completam seu desenvolvimento e 
recebem os tratamentos finais, antes de serem levadas 
para o plantio no campo. Normalmente, as plantas 
produzidas estão aptas a serem plantadas quando 
atingem 90-120 dias de idade. 
 
MINIESTAQUIA EM EUCALYPTUS 
 
Consiste na utilização de brotações de plantas 
propagadas pelo método de estaquia convencional, 
como fonte de propágulos vegetativos. De forma 
generalizada, faz-se poda do ápice da brotação da 
estaca enraizada com aproximadamente 50-60 dias de 
idade da muda, que em intervalos de 10-24 dias, de 
acordo com a época do ano, clone/espécie, das 
condições nutricionais, entre outras, emite novas 
brotações, que são coletadas para enraizamento. 
A parte basal da brotação da estaca podada constitui 
uma minicepa, que fornecerá os propágulos vegetativos 
(miniestacas) para a formação das futuras mudas. O 
conjunto das minicepas em intervalos regulares de 
coletas forma um jardim miniclonal. 
Após coletadas, as miniestacas devem ser 
acondicionadas em recipiente fechado (caixa de isopor), 
contendo água para que possam chegar ao local de 
enraizamento em perfeitas condições de vigor e turgidez 
o período entre a confecção das miniestacas e o 
estaqueamento no substrato, inferior a 15 minutos. 
 
MINIESTAQUIA EM EUCALYPTUS 
 
As miniestacas possuem dimensões entre 3-6 cm de 
comprimento, contendo um a três pares de folhas, 
variando de acordo com o clone/espécie. Um a dois 
pares de folhas são recortados ao meio, para evitar o 
excesso de transpiração, o recurvamento das 
miniestacas e facilitar a chegada da água de irrigação 
ao substrato (o chamado efeito guarda-chuva). 
No processo do enraizamento e formação das mudas de 
miniestacas, são seguidos os mesmos procedimentos 
da técnica de estaquia. 
O jardim miniclonal deve ser coberto com plástico 
transparente, visando minimizar a lixiviação dos 
nutrientes pela chuva, proporcionar maior controle 
nutricional e fitossanitário, além da proteção que este 
tipo de cobertura oferece contra danos adversos. 
O manejo do jardim miniclonal no sistema de tubetes 
sob mesas no viveiro consiste no acondicionamento das 
minicepas nestes recipientes, onde recebem os tratos 
culturais (adubação, irrigação, controle fitossanitário, 
etc.) e as podas nos períodos recomendados. 
A subirrigação, onde a água, juntamente com os 
nutrientes, é fornecida na base do tubete, em tempos 
programados. 
O jardim miniclonal em canaletão é um sistema 
hidropônico, composto por uma calha de cimento 
amianto, com comprimento e larguras variáveis, que 
contém no seu interior material inerte (geralmente areia) 
para a sustentação das minicepas, normalmente em 
torno de 100 minicepas por metro quadrado. 
Os nutrientes necessários para a manutenção das 
minicepas são fornecidos por meio de irrigações 
(aspersão ou gotejamento) com solução nutritiva, sendo 
alguns sistemas completamente automatizados. 
 
MICROESTAQUIA EM EUCALYPTUS 
 
O laboratório de micropropagação funciona como local 
de rejuvenescimento e conservação de clones 
selecionados e para a produção de plantas que visam à 
formação do jardim microclonal, localizado no viveiro 
florestal. O jardim microclonal é constituído por 
microcepas, as quais fornecem microestacas para a 
produção de mudas, que depende das estruturas de 
casa de vegetação, casa de sombra e área de pleno sol, 
onde ocorrem as fases de enraizamento, aclimatação e 
rustificação, respectivamente das mudas. 
A microestaquia diferencia-se da miniestaquia pela 
origem do material que compõem o jardim microclonal, 
ou seja, na microestaquia a origem das microcepas são 
mudas micropropagadas. 
 
Vantagens da miniestaquia/microestaquia em relação à 
estaquia convencional: eliminação do jardim clonal de 
campo, disponibilizando a área para plantios comerciais; 
> facilidade no controle de patógenos, das condições 
nutricionais e hídricas no jardim; > produtividade (+ fácil 
e + rápido); > produção de propágulos por unidade de 
área em < unidade de tempo; coleta de miniestacas/ 
microestacas em qualquer hora do dia; melhor 
qualidade do sistema radicular, em termos de vigor, 
uniformidade, volume e arquitetura; < dosagem ou 
ausência de reguladores de crescimento; formação da 
muda num período menor, reduzindo investimentos. 
Desvantagens da miniestaquia/microestaquia em 
relação à estaquia convencional: > sensibilidade das 
miniestacas/ microestacas às condições ambientais; > 
rapidez entre coleta dos propágulos e estaquia; > 
qualificação da mão-de-obra; > controle das atividades 
de manejo, principalmente quanto aos aspectos 
nutricionais e hídricos das mudas (> sensibilidade). 
A microestaquia pode apresentar melhores resultados 
que a miniestaquia, mas tem limitações quanto à 
obtenção do material rejuvenescido em laboratório, > 
tempo para obtenção das mudas para formar o jardim 
microclonal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLHEITA FLORESTAL 
 CONCEITOS 
 
Colheita floresta: conjunto de operações efetuadas no 
maciço florestal, que visa preparar e extrair a madeira 
até o local de transporte, fazendo-se uso de técnicas e 
padrões estabelecidos, com a finalidade de transformá-
la em produto final. Etapas: corte (derrubada, 
desgalhamento e processamento ou traçamento), 
descascamento, quando executado no campo; e 
extração e carregamento. 
Desafios para a colheita da madeira: qualificação da 
mão-de-obra para operação de máquinas de última 
geração; o mercado de máquinas com garantia de 
assistência técnica e peças de reposição; o processo de 
certificação que requer procedimentos ambientalmente 
corretos; e o povoamento remanescente saudável. 
 
PRINCIPAIS MÁQUINAS UTILIZADAS 
 
Harvester: pode executar simultaneamente derrubada, 
desgalhamento, traçamento, descascamento e 
empilhamento da madeira. É composta por uma 
máquina-base de pneus ou esteira, uma lança hidráulica 
e um cabeçote. 
 
Feller-buncher: trator de pneus ou esteira c/ cabeçote 
que realiza o corte das árvores, numa única linha, 
acumulando algumas nas garras, através de um “abraço 
hidráulico”, antes do tombamento (empilhamento). 
 
Slingshot: realiza o corte de cada árvore acumulando-
as em seu cabeçote até formar um feixe. As árvores são 
processadas simultaneamente (desgalhadas, traçadas e 
destopadas juntas). 
 
Forwarder: projetada para o sistema de toras curtas, 
executando a extração de madeira da área de corte 
para a margem da estrada ou para o pátio intermediário, 
de modo a evitar o tráfego de caminhões dentro da 
floresta. Possui um chassi articulado e uma grua 
hidráulica usada no carregamento e descarregamento. 
 
Skidder: sistema de toras compridas, arraste de feixes 
de toras ou árvores da área de corte até a margem da 
estrada ou pátio intermediário. Trator de esteira ou 
pneus + garra ou guincho. 
 
 
PRINCIPAIS MÁQUINAS UTILIZADAS 
 
Clambunk-skidder: arraste de feixe de toras compridas 
ou árvores inteiras da área de corte até o local de 
processamento. O carregamento é realizado por uma 
grua que coloca as torasou árvores inteiras sobre a 
grua invertida. 
 
Timber-hauler: máquina articulada com compartimento 
de carga, reboque e uma grua para carregamento e 
descarregamento, transportando toras do local de corte 
para a indústria. 
 
Carregador florestal: manuseio de toras, com grande 
capacidade de carga, > alcance da grua, giro contínuo, 
maior conforto e segurança para o operador. 
 
 
MECANIZAÇÃO 
 
A mecanização na atividade florestal pode ser dividida 
em preparo inicial do solo (remoção da vegetação 
para a introdução de uma cultura em áreas não 
utilizadas anteriormente c/ esta finalidade); preparo 
periódico do solo (durante a reforma do povoamento 
florestal com o intuito de proporcionar condições 
favoráveis para o desenvolvimento da semente ou muda 
plantada; algumas empresas estão adotando um 
sistema de preparo conservacionista = cultivo mínimo 
do solo, diminuindo gradativamente a utilização de 
máquinas nesta etapa); e colheita e transporte 
florestal. 
 
Os tratores florestais usados nas diversas etapas da 
colheita mecanizada são de grande porte, mui pesados, 
com elevada potência no motor e maior velocidade de 
deslocamento, permitindo grande mobilidade e aumento 
na capacidade operacional (+ trabalho em – tempo). O 
excesso de tráfego na área de corte pode provocar 
danos às cepas, comprometendo brotações futuras e 
contribuindo para o processo de compactação mecânica 
do solo. Por razões de custos, esses tratores tendem a 
ser mantidos durante todo o ano em operações. O 
sistema adotado por algumas empresas é de três turnos 
de trabalho 24 horas por dia. O setor de apoio deve ser 
composto de boa oficina mecânica, com ferramentas 
especiais, peças de reposição e mecânicos treinados 
para eventuais problemas. 
Fatores relevantes: 
a) Topografia do terreno: áreas com topografia muito 
acidentada podem se tornar inviável o tráfego de 
máquinas-motoras, comprometendo a estabilidade das 
máquinas e a segurança do operador. 
b) Solo: características do solo que afetam a colheita – 
profundidade da camada superficial, tipo de solo, teor de 
umidade (> U > compactação) e presença de rochas, 
que podem influir na tração, flutuação e rendimento 
operacional dos tratores. Solos com cobertura de restos 
florestais, como galhos, cascas e folhas, contribui para 
menor efeito da compactação mecânica. 
c) Clima: temperatura, umidade relativa, velocidade do 
vento e principalmente, precipitação (duração das 
estações chuvosas e secas). 
 
MECANIZAÇÃO 
 
d) Povoamento florestal: tipo de floresta a ser colhida, 
número de árvores por hectare, altura média, DAP 
médio, volumes por hectare e árvore, tamanho do talhão 
e alinhamento de plantio. Informações importantes para 
a definição do sistema de colheita e método utilizado 
(manual, semimecanizado ou mecanizado). 
e) Finalidade da madeira: com ou sem casca, uso. 
f) Operador: adequado treinamento teórico e prático 
quanto ao uso e manutenção das máquinas, bem 
quanto aos aspectos comportamentais, operacionais, de 
qualidade e segurança. 
g) Máquinas: fatores para escolha das máquinas – 
disponibilidade mecânica, reposição de peças, termo e 
garantia de revenda, assistência técnica, manual do 
operador com detalhes de funcionamento e manutenção 
preventiva e corretiva, constando dados como 
velocidade do deslocamento e do mecanismo de corte, 
vida útil prevista, conforto e segurança do operador. 
i) Malha viária: boa rede de estradas em bom estado de 
conservação com dimensões adequadas para facilitar o 
transporte e deslocamento entre os talhões. 
Efeitos do tráfego de máquinas: a movimentação de 
máquinas na área de corte pode provocar modificações 
em solos compactados como aumento da resistência à 
penetração das raízes, redução da aeração, alteração 
da disponibilidade e fluxo de água, calor e nutrientes. 
Danos às cepas por cisalhamento do dispositivo de 
corte ou passagem de rodados (compromete brotações, 
baixa produtividade). Tratores com rodados de esteiras 
ou semi-esteiras proporcionam melhor distribuição da 
carga aplicada ao solo. 
 
CORTE FLORESTAL 
 
Compreende operações de derrubada, desgalhamento, 
traçamento e empilhamento. 
Métodos: 
a) Manual: predomina a utilização de força física e de 
equipamentos não motorizados. Principais ferramentas: 
machado (derruba, desgalha e traça), traçador e serra 
de arco (derruba, desgalha e traça), foice, facão, etc. 
(desgalhamento). Vantagens: baixo custo de aquisição e 
manutenção dos equipamentos. Desvantagens: elevado 
esforço físico, mão-de-obra pouco qualificada, baixo 
rendimento individual. 
b) Semimecanizado: utiliza a motosserra c/ capacidade 
para derrubar, desgalhar e traçar. Pode ou não ter 
auxílio de ferramentas manuais no desgalhamento. As 
motosserras devem ser equipadas com dispositivos de 
segurança (freio manual e automático, sistema anti-
vibratório, etc.), desenho ergonômico e peso compatível 
com uma jornada de trabalho de oito horas diárias. 
Vantagens: baixo custo de aquisição, trabalho em 
qualquer tipo de terreno, todas as operações de corte 
em uma só máquina, elevada produção individual 
comparada com métodos manuais. Desvantagens: 
periculosidade, elevado nível de ruído, esforço físico, 
mão-de-obra pouco qualificada, baixo rendimento 
individual (x métodos mecanizados). 
 
c) Mecanizado 
Vantagens: alto rendimento individual, maior conforto e 
segurança do operador, possibilidade de trabalho em 
turnos. Desvantagens: limitação do diâmetro de corte 
(máximo), elevado investimento inicial, exigência de boa 
estrutura e manutenção, limitação de atuação em 
terrenos planos e levemente ondulados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLHEITA FLORESTAL 
 CORTE FLORESTAL 
 
Técnicas de derrubada manual e semimecanizada: 
▪ Equipamentos de segurança: capacete com protetor 
auricular e facial, luvas própria, camisa de cores 
vivas, calça com proteção antisserra, botas com 
biqueira de aço e solado antiderrapante; 
▪ Olhar para a copa p/ estudar a direção de queda 
natural e verificar a existência de obstáculos como 
cipós, galhos soltos, ninhos de pássaros e casas de 
maribondos; 
▪ Limpar o sub-bosque em torno da base do tronco; 
▪ Escolher a direção de queda desejada; 
▪ Estabelecer rotas de fuga (atrás da árvore em ângulo 
oblíquo); 
▪ Posicionar-se de forma segura ao lado do tronco; 
▪ Executar entalhe direcional (boca de corte), em 
árvore com diâmetro ≥ a 20 cm (principalmente); 
▪ Ao fazer o segundo corte, verificar se coincide com o 
primeiro formando a boca de corte. 
▪ Ao fazer o corte da queda (corte de derrubada), 
observar se está sendo realizado um pouco acima do 
entalhe, deixando-se um filete de ruptura; 
▪ Afastar-se da árvore, de forma segura, assim que ela 
iniciar o processo de queda. 
 
Descascamento: atividade opcional podendo ou não 
fazer parte do corte florestal. 
Vantagens do descascamento no campo: facilita a perda 
de umidade da madeira (secagem natural), reduz o peso 
transportado, evita a exportação de nutrientes do solo e 
favorece a secagem natural; a principal desvantagem é 
que a madeira pode rachar com mais facilidade devido à 
secagem rápida. 
 
EXTRAÇÃO FLORESTAL 
 
Extração: movimentação da madeira desde o local de 
corte até a estrada, o carreador ou o pátio intermediário. 
Sinônimos: baldeio, arraste e transporte primário. 
A madeira no baldeio é transportada apoiada sobre uma 
plataforma, como um trailer ou um trator autocarregável 
Forwarder. A operação de arraste implica em uma parte, 
ou o todo, da carga estar apoiada sobre o solo, podendo 
ser feita por guinchos ou trator arrastador Skidder.Existe também a retirada da madeira suspensa por meio 
de teleféricos. Em condições de transporte favorável, o 
caminhão que faz o transporte até a fábrica retira 
também a madeira de dentro da floresta, ocorrendo o 
transporte direto. 
Fatores influentes: 
a) Densidade do talhão: número de árvores colhidas 
por área e o volume das pilhas de madeira; 
b) Topografia: delimita o equipamento a ser utilizado, 
influenciando diretamente o rendimento da máquina; 
c) Tipo de solo 
d) Volume por árvore: < árvore > custo/ unidade de 
produção, peças muito grandes podem ter a 
movimentação dificultada e exigir maior potência dos 
equipamentos; 
e) Distância de transporte: o custo da rede viária 
decresce com o aumento da distância de extração, já 
que cada quilômetro de estrada irá acessar uma área 
maior de floresta e um volume maior de madeira. O 
custo de extração cresce c/ o aumento da distância 
percorrida, deve se ter um ponto de equilíbrio. 
Métodos de extração: 
a) manual: topografia, ausência de espaço p/ entrada de 
máquinas, esforço físico, “tombo manual”; 
b) Extração com animais: cavalo, burro, mula; 
c) Skidder, Forwarder, calhas, cabos aéreos, helicóptero 
 
CARREGAMENTO E DESCARREG. 
 
A operação de carregamento é a ligação entre extração 
e transporte florestal secundário ou principal. A 
eficiência do carregamento influencia na produtividade e 
no custo do transporte. A escolha da máquina deve 
considerar: 
a) Comprimento das toras; 
b) Peso específico da madeira; 
c) Fator de empilhamento: < FE > volume de madeira 
carregado pela grua; 
d) Capacidade da grua: > CG > rendimento (desde que 
compatível com a força disponível); 
e) Volume do feixe: deve aproximar-se com a CG ou 
múltiplo desta; 
f) Grau de eficiência operacional: nível de treinamento 
do operador, experiência na função e melhor adaptação 
da máquina ao operador; 
g) Organização da madeira; 
h) Tempo do ciclo da grua: < tempo > rendimento; 
i) Disponibilidade de veículos de transporte. 
Pode ser manual, semimecanizado ou mecanizado. A 
operação de descarregamento é o elo entre o transporte 
principal e o destino da madeira, que pode ser um 
depósito de madeira, um pátio ou ponto de utilização. 
Garra traçadora: garra que é adaptada a escavadeira 
hidráulica para efetuar o traçamento e carregamento de 
árvores inteiras. Apresenta como desvantagem a 
necessidade de um desgalhamento prévio. 
 
 
SISTEMAS 
 
As atividades de colheita de colheita da madeira e 
transporte florestal em florestas plantadas são 
importantes na definição dos custos da matéria-prima 
para as fábricas transformadoras de produtos, 
correspondendo a 60-70% dos custos totais. 
O sistema de colheita da madeira compreende um 
conjunto de elementos e processos que envolve a 
cadeia de produção e todas as atividades parciais desde 
a derrubada até a madeira posta no pátio da indústria. 
Tipos de sistema 
a) Sistema de toras curtas (Cut-to-length) 
Todos os trabalhos complementares ao corte (desgalha, 
destopo, toragem e descascamento) são realizados na 
área de corte; toras com até 6m, dependendo do índice 
de mecanização; não indicado para regiões com 
topografia acentuada; pode ser utilizado c/ menor grau 
de mecanização; baixo impacto negativo ao solo; 
b) Sistema de toras longas (tree-length): 
Desgalhamento e destopo no local de corte, toragem e 
descascamento são realizados na beira das estradas 
que circundam o talhão ou em pátios intermediários de 
processamento. Desenvolvidos comumente p/ terrenos 
acidentados, porque o transporte físico das toras exige 
equipamentos sofisticados, devido ao peso e à 
dimensão da madeira. Muito utilizado em terrenos 
planos e levemente ondulados com Feller-bunchers e 
Skidders. ↑ eficiência mecânica dos equipamentos 
quando comparado ao sistema anterior, < custo por 
tonelada de madeira posta no pátio das empresas, > 
maleabilidade na definição das atividades por máquina, 
em razão das condições de sítio. 
A árvore é semiprocessada no local de derrubada, 
sendo extraída para a margem da estrada ou pátio 
temporário, em forma de fuste (árvore somente 
desgalhada e destopada) ou toras com comprimento 
acima de seis metros. 
 
 
 
 
SISTEMAS 
 
c) Sistema de toras inteiras: remove do talhão a árvore 
sem raízes, como operação subseqüente ao corte, o 
processamento completo é feito em local previamente 
escolhido, requer elevado índice de mecanização e 
pode ser utilizado tanto em terrenos planos como nos 
acidentados. Em casos de utilização de biomassa para 
energia, o sistema é indicado devido à potencialidade de 
uso de casca, ramos e acículas ou folhas, porém com 
grandes restrições ambientais, em virtude da exportação 
de grande parte dos potenciais nutrientes para futuras 
rotações. As árvores são derrubadas com motosserras 
ou "feller-bunchers". Após desgalhamento, um "skidder" 
com garra retira as árvores inteiras para a margem da 
estrada. 
d) Sistema de árvores completas: retira a árvore com 
raízes de forma que seja possível a utilização da árvore 
completa, somente viável quando as raízes possuem 
valor comercial (alta concentração de resina ou uso 
medicinal). Retirada de biomassa que é prejudicial à 
manutenção da produtividade dos sítios. Vantagens: 
aumenta o rendimento da matéria-prima em até 20%, 
dependendo da finalidade da madeira, uma vez que 
aproveita parte do sistema radicular, diminui os gastos 
com preparo do terreno. Desvantagens: adequada para 
plantações de coníferas; exige condições topográficas, 
edáficas e climáticas favoráveis para a operação; 
eficiente para árvores de pequenas dimensões. 
e) Sistema de cavaqueamento: a árvore é derrubada e 
processada no local de derrubada, sendo extraída em 
forma de cavacos, para a margem da estrada ou pátio 
de estocagem ou diretamente para a indústria. Existem 
três subsistemas: 
Cavaqueamento integral, onde a árvore é processada 
inteira ou completa; cavaqueamento parcial com casca, 
onde a árvore é processada em fuste, portanto, sem a 
galhagem; cavaqueamento parcial sem casca, onde a 
árvore é processada em toras curtas descascadas. 
Vantagens: aumento do aproveitamento do material 
lenhoso, podendo chegar a 100%; várias sub-operações 
do corte florestal são eliminadas. 
Desvantagens: limitação com relação ao percentual de 
folhagem e, ou, casca processada; seu emprego é 
limitado, principalmente às condições topográficas, 
edáficas e climáticas; requer, muitas vezes, grandes 
investimentos em equipamentos sofisticados. 
 
Os principais aspectos determinantes da produtividade e 
dos custos de máquinas e equipamentos que compõem 
sistemas de colheita da madeira são: 
a) Aspectos legais (custos ↑, prazo de retorno longo) 
Legislação trabalhista: higiene, segurança do trabalho, 
escala e serviços e freqüência; 
Legislação ambiental: extensão das áreas de corte, 
sistemas e equipamentos, danos ao solo (compactação 
e erosão), ao povoamento remanescente (injúrias no 
fuste das árvores, esmagamento das raízes e redução 
do volume das copas), danos à rede hidrográfica 
(prejudicando a qualidade da água) e aproveitamento de 
resíduos florestais; 
Legislação fiscal e aduaneira: restrições a importações 
de máquinas e peças, incidência sobre impostos sobre 
prestadores de serviços e custos de financiamento; 
Políticas governamentais: política salarial e diretrizes 
para educação e treinamento da mão-de-obra, preços 
de insumos, combustíveis e lubrificantes. 
b) Aspectos administrativos (custos baixos, curto 
prazo de retorno) 
Planejamento operacional: zonas de aplicação, escolha 
do sistema operacional, seleção de equipamentos, 
plano operacional de colheita, areia na madeira, 
mortalidade dos tocos, conservação de solos e 
povoamento remanescente; 
Política e estratégias: recursos humanos, questões 
salariais, suprimento, fornecedores, manutenção 
estoques, desenvolvimentotecnológico e terceirização; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLHEITA FLORESTAL 
 SISTEMAS 
 
Qualificação de mão-de-obra: recrutamento e seleção, 
contratação para operação, manutenção e supervisão, 
custos de treinamento e aperfeiçoamento pessoal; 
Turnover: custos de reposição pessoal; 
Padronização: qualidade, processos críticos ao meio 
ambiente e certificação; 
 
c) Aspectos do ambiente físico (custos muito altos, 
longo prazo de retorno) 
Áreas: extensão total, dispersão, tamanho médio dos 
blocos e índice de aproveitamento; 
Topografia: declividades, macrorrelevos, extensão e 
formato das bacias de drenagem, microrrelevo, 
rugosidade e obstáculos de superfície; 
Solo: textura, granulometria, capacidade de suporte, 
drenagem no perfil, fertilidade, compactação, 
erosividade e erodibilidade; 
Clima: regime de chuvas e distribuição anual, extensão 
dos períodos secos e chuvosos, intensidade, duração 
das chuvas, amplitude térmica e umidade relativa do ar. 
 
d) Aspectos do povoamento (custo baixo, retorno a 
médio prazo) 
Espécie: diâmetro e rigidez dos galhos, % de copa, 
espessura e rugosidade da casca, acúmulo de material 
abrasivo e densidade da madeira; 
Origem do povoamento: sementes, estacas, clones e 
brotação; 
Estágio atual: idade do corte, IMA, volume por hectare, 
% e distribuição das falhas sub-bosque; 
Árvore: volume individual, diâmetro, fator de forma, 
conicidade e altura total e comercial; 
Qualidade dos plantios: homogeneidade, tortuosidade 
na base das árvores e espaçamento; 
Potencialidade para diversos sortimentos: objetivo da 
madeira (processo, serraria, laminação, etc.). 
 
e) Aspectos operacionais 
Nível de treinamento: do operador, da supervisão e dos 
instrutores; 
Consumo de energia: total ou por unidade produzida; 
Manutenção de estoques: intermediários, finais, cavacos 
e tempo de corte da madeira; 
Frota: idade, renovação, padronização, disponibilidade 
mecânica e utilização; 
Logística: de abastecimento, de manutenção e de 
suprimentos para partes e componentes; 
Rede viária: extensão, traçados e parâmetros técnicos 
(raios de curvatura, pontes, aterros, passagens 
estreitas, erosão, drenagem de superfície e subterrânea, 
sinalização e % de rampas); 
Regime de manejo: corte raso e desbaste inicial e 
intermediários; 
Utilização: múltiplo ou único uso e nível de 
aproveitamento de resíduos; 
Sortimento da madeira: rigor das especificações, 
comprimento das toras, diâmetro mínimo de 
aproveitamento, separação e classificação; 
Interfaces: pátio industrial, suprimentos, financeiro e 
planejamento corporativo. 
 
f) Aspectos econômico-financeiro 
Volume de recursos: disponibilidade de créditos, prazos 
de pagamento, fluxo de caixa, endividamento de curto e 
longo prazo e geração líquida de caixa; 
Custos financeiros e reinvestimentos: custos de 
oportunidade, custos operacionais, ponto ótimo de 
reposição, custos de manutenção e custo unitário de 
produção; 
Rentabilidade do negócio e,ou, rentabilidade florestal: 
continuidade das políticas de estratégia de longo prazo. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO 
 
O planejamento é a elaboração por etapas, com bases 
técnicas, de planos e programas com objetivos bem 
definidos. É a arte e ciência de projetar, em uma base 
racional, cursos futuros de ação para indivíduos, grupos 
ou corporações, e sua implementação efetiva requer o 
uso combinado de medidas quantitativas e qualitativas. 
É um processo de decisão com características próprias, 
pois se incube de definir o futuro desejado para a 
organização e delinear os caminhos possíveis de atingi-
lo. Exige a capacidade de lidar com situações abstratas, 
a sensibilidade para perceber mudanças e detalhes no 
presente que podem vir a ter uma importância 
fundamental no futuro, o raciocínio espacial e abstrato 
para trabalhar sob hipótese e, sobretudo, a criatividade 
para propor alternativas de ação que permitam, de um 
lado, a escolha da melhor alternativa e, de outro, uma 
mudança de decisão se a situação evoluir de forma 
diferente do previamente imaginado. 
No planejamento, a utilização de métodos científicos é 
essencial para a realização das previsões, análise e 
avaliação das alternativas criadas e a delimitação da 
validade de cada solução e identificação das variáveis 
fundamentais que devem ser controladas. 
 
Principais objetivos do planejamento florestal: 
a) fornecer subsídios técnicos ao planejamento 
estratégico da empresa para compatibilização dos 
objetivos florestais e industriais; 
b) coordenar os planos operacionais de curto prazo, de 
forma a atender às metas do plano de longo prazo; 
c) analisar economicamente os sistemas tradicionais e 
alternativos para definição de espécies, regime de 
manejo, rotação, etc.; 
d) obter, por meio de cadastro, informações relativas às 
plantações, incluindo rendimentos atuais e futuros para 
quantificar a disponibilidade de madeira; 
e) fornecer subsídios técnicos necessários a todas as 
operações florestais; 
f) proporcionar senso de direção, centralizar esforços, 
guiar os planos e decisões e avaliar o progresso. 
 
Planejamento estratégico: busca a escolha dos 
objetivos da organização e a seleção de alternativas a 
serem consideradas para cumprimento desses 
objetivos. Fases: análise ambiental; inventário de 
recursos, aptidões e limitações; estabelecimento de 
suposições e critérios; determinação de metas e 
objetivos; formulação, avaliação e seleção de 
estratégias; e desenvolvimento de programas, 
orçamentos, cronogramas, acompanhamento e 
avaliação de desempenho. 
Planejamento gerencial ou tático: estabelece a forma 
mais eficiente de alocar os recursos. 
Planejamento operacional: exercido por todos os 
setores, voltado p/ o desenvolvimento de mecanismos 
de aferição, coordenação e controle que propiciem 
condições ao sistema atual p/ alcançar os objetivos do 
plano estratégico, dentro das limitações estabelecidas 
no plano tático. 
Na colheita: 
a) Planejamento estratégico: longo prazo, demanda de 
madeira estabelecida pela indústria, são definidos os 
projetos a serem colhidos e a necessidade de aquisição 
de novas terras ou compra de madeira no mercado. 
b) Gerencial: Macro (nível de fazenda, abrange todas as 
operações, dimensionar recursos, determinar custos e 
rendimentos das máquinas, identificar condições 
topográficas, estabelecer rotas de transporte, locar 
obras necessárias, apoio logístico, programas de 
manutenção, máquinas de apoio. Mapas com: volume 
por hectare e totais por talhão, dimensionar corte, 
máquinas e equipamentos, depósitos de pilhas, local da 
base de apoio, sentido de alinhamento do plantio, 
sentido de fluxo da extração, rota dos veículos de 
transporte, produtividade das máquinas. 
 
PLANEJAMENTO 
 
Micro: planejamento em nível de talhão, 30 dias antes 
do início da colheita, visa obter a estimativa de volume 
de madeira em cada talhão, marcação e identificação 
dos eixos de corte, melhor forma de retirada da madeira 
do talhão, rotas p/ operação de extração, determinação 
da distância de extração, localização de acidentes 
naturais do terreno, delimitação das áreas proibidas de 
corte, etc. 
c) Planejamento operacional: antecipar problemas e 
estabelecer rotinas e alternativas operacionais que 
levem ao cumprimento das metas de produção 
estabelecidas. Abordar os fatores que interferem nas 
operações de colheita, buscando antecipar problemas 
que normalmente afetam a etapa, p/ estimar impactos e 
custos, corrigir o plano original antes do início das 
operações p/ cumprir as metas de produção. Fatores a 
considerar: área total do projeto e individual de cada 
unidade colhida;volume de madeira a ser colhido; 
características da floresta(espécie, diâmetro, volume/ha, 
etc.); topografia; capacidade suporte dos solos; 
distribuição, capacidade e distâncias médias da rede de 
estradas; disponibilidade de máquinas, equipamentos e 
mão-de-obra. 
 
ERGONOMIA 
 
Adaptar o trabalho às condições física e mental do ser 
humano, de modo a estabelecer condições favoráveis à 
sua satisfação, saúde, segurança, produtividade no 
trabalho e ao seu bem-estar. 
O desempenho de um sistema ser humano - máquina 
depende das características do operador, como 
medidas antropométricas, idade, treinamento e 
motivação; das condições ambientais, por exemplo, 
iluminação, clima, ruído e vibração; e das características 
da máquina, ou seja, tamanho, potência e estado de 
conservação. 
Antropometria: estudo das medidas físicas do corpo 
humano. A ergonomia utiliza dados da antropometria p/ 
adaptar as medidas de espaços de trabalho, assentos, 
roupas, máquinas, ferramentas, instrumentos, posições 
dos controles e comandos e etc. às medidas físicas do 
corpo humano. 
Biomecânica aplicada: postura corporal no trabalho e a 
aplicação de forças. A má postura pode contribui para o 
desperdício energético, a fadiga, lombalgia e outras 
dores. 
Clima do local de trabalho: o conforto do trabalhador 
depende da umidade relativa, temperatura e velocidade 
do ar. 
Ruído: som que provoca sensação de desconforto ou 
som não desejável. A redução da exposição do 
operador ao ruído pode ocorrer substituindo a máquina, 
limitando o número de horas de trabalho e usando 
protetor auricular. 
Vibração: as máquinas causadoras de vibração total do 
corpo humano são colhedoras, tratores de extração, 
processadores, carregadores, caminhões, etc. Efeitos: 
danos aos órgãos internos, sensação de desconforto, 
dores lombares e abdominais, apreensão e acuidade 
visual. As motosserras são as principais causadoras de 
vibrações das mãos e dos braços (doença dos dedos 
brancos – perda da capacidade manipulativa e do tato 
nas mãos do operador, dificultando o controle motor). 
Atualmente a maioria das motosserras possui 
dispositivos antivibratórios. 
 Iluminação: sendo inadequada pode contribuir para o 
aumento da fadiga visual, incidência de erros e taxa de 
acidentes e para uma negativa influencia psicológica 
sobre as pessoas. 
Visibilidade: deve se ter visão clara da área operacional 
sem necessidade de adotar, frequentemente, posturas 
incorretas de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
INTRODUÇÃO 
 
Terminologia: 
Silvicultura 
Árvore 
Floresta 
Povoamento 
Classificação dos povoamentos quanto à idade: 
▪ equiâneo 
▪ inequiâneo 
Classificação dos povoamentos quanto à origem: 
▪ autóctone 
▪ homogêneo 
▪ alto fuste 
▪ talhadia 
Classificação dos povoamentos quanto à composição: 
▪ puro 
▪ misto 
Idade de corte 
Ciclo de corte 
 
Vantagens dos povoamentos puros e/ou mistos: 
facilidade de manejo, controle de bacias hidrográficas, 
melhorar qualidade local, ciclagem de nutrientes, uso 
múltiplo da floresta, menor susceptibilidade a pragas, 
doenças e fogo, melhor aproveitamento do espaço de 
crescimento. 
Causas dos povoamentos puros: condições 
edafoclimáticas muito rigorosas, condições difíceis para 
a regeneração, invasão da área por espécies 
agressivas, invasão da área por espécies intolerantes, 
plantios: floresta pode conter espécies valiosas, manejo 
simples e mais barato, colheita com custos reduzidos e 
conhecimento da propagação das espécies. 
 
Fases do crescimento: quando as árvores de um 
povoamento iniciam o crescimento na mesma época é 
possível reconhecer os diversos aspectos da vegetação, 
correspondentes às diferentes fases do crescimento: 
▪ Fase de mudas (chamada de cobertura) 
▪ Fase dos arbustos (chamada capoeirinha) 
▪ Fase das árvores novas (capoeira) 
▪ Fase das árvores adultas (capoeirão) 
▪ Fase das árvores maduras (mata) 
▪ Fase das árvores passadas (mata) 
 
O mesmo não acontece com as árvores em 
povoamentos de idades diferentes, onde encontram-se 
plantas nas ≠ fases de crescimento, simultaneamente. 
 
Fases do crescimento em plantas propagadas por 
sementes: 
Juvenil: é o estágio inicial de crescimento após a 
germinação, a planta cresce, mas o meristema apical é 
incapaz de induzir florescimento; 
Transição: é o estágio em que a planta cresce, mas está 
numa transição para a fase reprodutiva; 
Adulto: é a fase reprodutiva, em que a planta floresce. 
 
Fases do crescimento em plantas propagadas 
vegetativamente, dependem da parte da planta-mãe 
onde foram colhidos os propágulos vegetativos. Por isto: 
idade fisiológica, idade cronológica. 
 
FUNDAMENTOS DA SILVICULTURA 
 
Fundamentos da silvicultura: a base científica. 
Práticas silviculturais: a aplicação da base científica. 
 
Qualidade de sítio: indica potencial produtivo de um 
local para determinada espécie ou grupo de espécies. 
Fatores do sítio: fatores climáticos, fatores fisiográficos e 
fatores bióticos. 
 
 
FUNDAMENTOS DA SILVICULTURA 
 
Fatores climáticos: 
▪ Temperatura do ar: não afeta a forma e a estrutura 
da árvore; acelera, retarda ou paralisa processos 
fisiológicos; resistência é inversamente proporcional 
ao conteúdo de água; árvores de casca fina são mais 
sensíveis ao calor = escaldadura; geadas provocam 
danos às plantas, dependendo de adaptação e 
época em que ocorrem; o ótimo ecológico não é o 
mesmo durante todas as estações de crescimento; a 
temperatura mais favorável à germinação pode não 
ser a mesma para as demais funções da planta; 
plantio de espécies de clima quente, em locais de 
clima frio, tem muita chance de insucesso, por outro 
lado as espécies de clima frio se desenvolvem 
quando levadas para locais mais quentes; árvores no 
estádio juvenil são mais sensíveis ao frio que árvores 
adultas. 
▪ Radiação solar: crescimento das árvores aumenta 
com a intensidade de luz; a relação da luz com a 
fotossíntese é caracterizada por: intensidade de luz, 
qualidade da luz e duração da luz. Intensidade é a 
quantidade de luz recebida por unidade de área, 
qualidade é medida pelos diferentes comprimentos 
de onda recebidos, duração é medida pelo período 
de exposição; fatores externos que afetam a taxa de 
fotossíntese: intensidade de luz; qualidade da luz; 
duração da luz; concentração de dióxido de carbono; 
temperatura; fatores internos que afetam a taxa de 
fotossíntese: estrutura anatômica; conteúdo de 
clorofila; dentre outros; árvores crescendo sob a 
cobertura de outras apresentam forma diferente das 
árvores crescendo em ambientes abertos; quando o 
fornecimento de luz é abaixo da exigência, as plantas 
morrem, pois o consumo de energia para a 
respiração é > q a energia gerada pela fotossíntese; 
tolerância é definida como a capacidade da árvore de 
viver em ambientes sombreados (∆ não só em 
função do clima e da altitude, mas também com a 
umidade do solo, temperatura do solo, nutrientes do 
solo, entre outros fatores). 
▪ Umidade relativa do ar. 
▪ Precipitação. 
▪ Ventos. 
▪ Impurezas do ar. 
 
Fatores fisiográficos: 
Diretos: tipo de solo, umidade do solo, temperatura do 
solo e fase gasosa do solo. 
Indiretos: topografia, altitude, declividade e exposição. 
Composição do solo: argila, silte, areia, MO, estrutura 
do solo, reação do solo. Umidade do solo: a quantidade 
de água armazenada pelo solo depende de vários 
fatores: tamanho das partículas, presença de MO, 
estrutura do solo, presença ou ausência de barreiras 
mecânicas como rochas. Perda de água pelo solo: 
promovida por condições internas (cobertura da 
superfície do solo, compactação, floculação,cor e 
tamanho das partículas do solo) e externas (umidade 
relativa do ar, velocidade do vento, inclinação e a 
exposição da superfície do solo, cobertura viva e morta 
na superfície do solo). Temperatura do solo: solos 
arenosos aquecem rapidamente, enquanto solos 
argilosos aquecem muito pouco; a quantidade de água 
no solo afeta a sua temperatura; solos secos aquecem 
rapidamente, ao passo que solos úmidos permanecem 
quentes por mais tempo; solos argilosos são mais frios 
porque eles retêm grande quantidade de água; solos 
escuros esfriam mais rapidamente que solos claros 
devido à maior perda de calor por radiação; a vegetação 
que cobre o solo afeta a sua temperatura, pois ela 
sombreia o solo, evitando a insolação direta e a 
evaporação, prevenindo a perda de calor por radiação; 
solo aquecido é mais favorável para a germinação das 
sementes, para o estabelecimento das plantas, como há 
mais rápida decomposição da MO. 
 
FUNDAMENTOS DA SILVICULTURA 
 
Fase gasosa do solo: fase gasosa do solo é muito 
importante para as plantas, pois todas as partes vivas 
requerem oxigênio para a respiração; aeração depende 
da estrutura do solo, da compactação do solo, da 
umidade do solo; plantas adaptadas a ambientes 
anóxicos desenvolveram mecanismos de adaptação, 
como raízes tabulares, sapopemas, lenticelas nos 
troncos, entre outras adaptações; plantas de mangue, 
de pântanos, de locais periodicamente alagados são 
adaptadas e conseguem sobreviver em ambientes 
anóxicos; gases tóxicos podem estar contaminando o ar 
do solo, prejudicando as plantas; a presença, por 
exemplo, de etileno em maiores concentrações pode ser 
fatal para as árvores. Altitude: a temperatura diminui 1oC 
com o aumento de 100 m de altitude; quando a altitude 
aumenta: crescimento em altura diminui regularmente, 
crescimento em área basal não diminui tão rapidamente 
quanto o crescimento em altura, incremento total diminui 
gradativamente, o período de desenvolvimento é maior, 
ou seja, as plantas demoram mais a alcançar a 
maturidade, o tronco passa a apresentar uma forma 
neilóide, o fator de forma torna-se menor, a copa 
desenvolve-se mais próximo ao solo, a proporção de 
ramos aumenta; os efeitos do aumento da altitude nos 
povoamentos florestais são: o número de árvores por 
unidade de área aumenta, a altura média diminui, a área 
basal não diminui tão acentuadamente, mas concentra-
se nas menores classes de diâmetro, a quantidade de 
madeira disponível diminui, a proporção de pequenos 
ramos aumenta, há uma tendência das árvores 
cresceram em grupos, deixando espaços desocupados. 
 
Fatores bióticos: 
Competição: água, luz, nutrientes, no entanto, árvores 
conseguem sobreviver em ambientes altamente 
competitivos, daí a diversidade de espécies que um 
dado sítio pode sustentar. 
Culturalismo: intervenção do homem para a exploração 
de madeira, para agricultura, para pecuária. 
Mutualismo: relações entre as espécies florestais e as 
plantas da comunidade (plantas parasitas, plantas 
epífitas, micorrizas e bactérias fixadoras de nitrogênio). 
Comunismo: relações entre as plantas e os animais de 
uma dada comunidade florestal. Insetos polinizando 
plantas, pássaros polinizando e distribuindo sementes, 
morcegos polinizando e distribuindo sementes, 
roedores, mamíferos e insetos danificando sementes, 
alimentando-se de flores, animais domésticos ou 
selvagens, por meio do pastoreio promovem a 
compactação do solo, reduzindo a permeabilidade à 
água, promovendo a erosão em locais que apresentam 
declives. 
Flora e fauna do solo: fungos, bactérias, minhocas, 
formigas e etc. 
 
ESCOLHA DA ESPÉCIE FLORESTAL 
 
Finalidades do plantio: proteção, estética ou produção 
de madeira ou outros produtos. 
Proteção: controlar velocidade do vento, controlar 
erosão do solo, prevenir deslizamentos de terra, 
regularizar cursos d’água, melhorar o solo, capturar 
CO2. 
Produção: custo inicial de plantio, custo de 
manutenção, retorno com desbastes, se for o caso, 
período entre plantio e colheita e valor do produto 
colhido. 
Seleção de espécies para vias públicas: ritmo de 
crescimento, exigências específicas, tipo de copa, porte 
das árvores, folhagem, flores, frutos, troncos, raízes, 
substâncias tóxicas, origem. 
Seleção de espécies quanto ao uso: lenha, carvão 
vegetal, celulose, dormentes, postes, estacas e moirões, 
serraria, óleos e essências, construções, móveis, 
produção de resina e látex, laminação, tanino, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 ESCOLHA DA ESPÉCIE FLORESTAL 
 
Seleção de espécies quanto ao clima: clima úmido, 
clima sub-úmido, clima semi-árido. 
Seleção de espécies quanto ao solo: argilosos, 
textura média, arenosos, litólicos, hidromórficos, mais 
férteis, menos férteis. 
Importante na escolha da procedência: pesquisas em 
locais próximos, altitude, temperatura média anual, 
precipitação média anual, aspectos de déficit hídrico, 
solos. 
 
IMPLANTAÇÃO FLORESTAL 
 
Operações de implantação: 
Escolha da espécie. 
Escolha do local: em pequenas propriedades rurais ou 
em fazendas florestais. 
Levantamento topográfico. 
Levantamento das condições do solo. 
Preparo de solo: objetiva melhorar as suas 
propriedades físicas e eliminar a competição entre as 
plantas indesejáveis e as mudas plantadas; facilitar o 
desenvolvimento do sistema radicular das mudas e 
propiciar melhor e mais rápido estabelecimento da 
floresta. 
Construção de estradas e aceiros, definição dos talhões. 
Funções das estradas, faixas de vegetação nativa. 
Desmatamento: método depende das características 
do solo (relevo e afloramentos rochosos) e da 
vegetação (diâmetro e número de árvores por unidade 
de área). Pode ser manual, semi-mecanizado ou 
mecanizado. (correntões ou lâminas frontais). 
Condições para bons resultados do correntão: 
vegetação do tipo cerrado e cerradão, áreas com 
árvores de pequeno diâmetro (poucas excedendo 45 
cm) e poucas ervas daninhas; a comunidade de plantas 
não deve exceder 2.500 árvores por hectare; solos bem 
drenados, de superfície nivelada ou de inclinação leve e 
suave, sem grandes escavações, montículos, 
formigueiros, cupinzeiros ou outras obstruções; área 
total que justifique o trabalho de tratores de correntão 
(rendimento do correntão oscila entre 2 e 4 
hectares/hora, não justificando seu trabalho em áreas 
inferiores a 400 hectares); área suficiente para que a 
freqüência de carga e descarga e de transporte do 
correntão seja mínima. Para vegetação mais pesada, 
usa-se lâminas frontais empurradeiras (bulldozer) ou 
lâminas frontais cortadoras (rome k/g). Desmatamento 
manual: pequenas áreas ou áreas de difícil 
mecanização, roçada da vegetação mais fina, corte com 
machado ou motosserra vegetação de maior porte. 
Destoca: preparação do toco, arrancamento, 
desenraizamento. Equipamentos utilizados: trator de 
esteira com lâmina frontal empurradora, angulável ou 
fixa (angledozer ou bulldozer), lâminas cortadoras (rome 
k/g) e destocador (destocador removível ou 
retroescavador), ancinho desenraizador. 
Limpeza química: em áreas de pastagens retira-se a 
vegetação com o uso de produtos químicos (herbicidas). 
Manual, tratorizada, avião, helicóptero. 
Desdobramento e retirada da lenha. 
Enleiramento: leira = material lenhoso derrubado e 
empilhado. Distância entre as leiras 30 a 100 m 
dependendo: da declividade do terreno, da quantidade 
de material lenhoso e do equipamento utilizado. Tipos 
de enleiramento: em conjunto c/ a derrubada, como 
operação independente. Equipamentos utilizados no 
enleiramento: lâmina frontal lisa - angledozer, bulldozer; 
lâmina frontal cortadora - (rome k/g), lâminafrontal 
enleiradora - ancinho enleirador. Porque queima leira: 
não seguram água nem terra que descem pelas 
encostas; não têm consistência suficiente para substituir 
os terraços; área perdida, que pode atingir até 20% da 
área total; são ótimos refúgios para serpentes, formigas 
e outros insetos; tornam-se locais ideais para criação e 
disseminação de pragas e ervas indesejáveis. 
 
IMPLANTAÇÃO FLORESTAL 
 
Desenleiramento: consiste em espalhar os restos 
queimados. Obs. sempre que possível queima deve ser 
evitada. 
Catação manual. 
Formigas: uma árvore de eucalipto morre depois de 
três ataques consecutivos; um formigueiro necessita, 
para sua manutenção, de uma tonelada de folhas por 
ano. Isto significa que são necessárias cerca de 80 
árvores de eucalipto por ano. Num plantio de eucalipto 
que possua, em média, 2 formigueiros/ha, esse número 
triplicou em 1 ano; numa área de eucalipto com uma 
infestação de 4 formigueiros/ha a perda de plantio foi de 
14%; numa região com incidência de 200 
formigueiros/ha de quem-quém houve perdas de 30% 
das cepas de eucalipto. 
Combate às formigas 
Fases: combate inicial, repasse e ronda. 
Produtos: pós secos, iscas granuladas, líquidos 
termonebulizáveis. 
Métodos: aplicação de pó seco, distribuição manual de 
iscas granuladas, porta-iscas, termonebulização. 
Escolha da técnica de combate. 
Problemas e dificuldades: mão-de-obra deficiente, 
formação de equipes, escolha do olheiro, parte do 
formigueiro sem tratamento, dosagem do formicida, 
limpeza da área, localização de quenquenzeiros, 
qualidade do produto. 
Combate a cupins. 
 
Fatores básicos para escolha dos métodos de preparo 
de solo: 
▪ Condições climáticas. 
▪ Condições edáficas e fisiográficas: declividade, 
profundidade efetiva, gradiente textural, camadas 
compactadas, fertilidade do solo. 
▪ Tipo de vegetação e cobertura de resíduos sobre o 
solo 
▪ Disponibilidade de recursos materiais e econômicos 
 
Revolvimento do solo 
1) Terrenos planos 
a) solos com maior teor de argila: aração a profundidade 
de 25 a 35 cm, arado de arrasto de 4 discos lisos de 28 
polegadas de diâmetro; 
b) solos arenosos: gradagem pesada a profundidade de 
20 a 25 cm, grade de 2 ou 4 seções, 12 ou 16 discos de 
28 ou 36 polegadas de diâmetro, gradagem leve a 
profundidade de 15 cm, grade de 2 ou 4 seções, 16 ou 
20 discos de 22 ou 26 polegadas de diâmetro; 
2) Terrenos com leve inclinação: preparo de faixas de 
70 a 90 cm de largura, enxada rotativa. 
3) Terrenos inclinados: preparo manual 
 
Cultivo mínimo 
Vantagens: mantem ou melhora as características 
físicas do solo, reduz as perdas de nutrientes do 
ecossistema, mantem ou eleva a atividade biológica do 
solo, mantem ou eleva a fertilidade do solo, reduz a 
infestação de plantas indesejáveis, reduz as despesas 
de reforma, aumenta a eficiência operacional das 
atividades de campo. 
Desvantagens: heterogeneidade de crescimento inicial 
dos povoamentos florestais, maiores dificuldades de 
proteção e manejo da floresta, pois apresenta: maior 
risco aos incêndios florestais, maior incidência de 
pragas e doenças nos estágios iniciais de crescimento 
das árvores, maior dificuldade para a localização e 
combate aos ninhos de formigas, maior risco de 
ocorrência de geadas, prejuízo de desenvolvimento 
radicular se houver impedimentos físicos e químicos no 
solo, dificuldade de realização de tratos culturais, em 
função da presença de resíduos. 
 
 
 
 
OPERAÇÕES DE PLANTIO 
 
Espaçamento, fertilização mineral, plantio propriamente 
dito (manual, semi-mecanizado, mecanizado), irrigação, 
replantio, tratos culturais (manual, mecânico nas 
entrelinhas e manual nas linhas, controle químico). 
Espaçamento 
▪ Fatores silviculturais 
▪ Fatores tecnológicos 
▪ Fatores econômicos 
Espaçamentos amplos: árvores com maior diâmetro, 
galhos mais grossos, maior conicidade do fuste, copas 
mais extensas. Espaçamento versus: altura, finalidade 
da madeira, sítio, espécie, máxima produção 
volumétrica, plantio e condução, qualidade da madeira, 
brotação, densidade da madeira, volume de casca, fator 
de empilhamento. Vantagens do espaçamento reduzido: 
Volume total em pouco tempo, plantio suplementar 
desnecessário, rendimento financeiro dos desbastes, 
menor conicidade/galhos menores. Vantagens do 
espaçamento amplo: Menor custo de estabelecimento, 
toras de maior diâmetro, redução nos custos de colheita, 
evita desbastes anti-econômicos, lucros financeiros 
melhores. 
 
MANEJO SILVICULTURAL 
 
Práticas silviculturais como parte do manejo: 
Escolha da espécie, capacidade de produção e 
qualidade; espaçamento de plantio, com relação ao 
objetivo e grau de mecanização; fertilização mineral em 
doses econômicas; determinação da idade de corte e 
dos usos da madeira; diversificação da produção 
florestal; utilização para outros fins, não madeireiros. 
O manejo começa na floresta já formada, prevendo sua 
condução futura, seja em rotação curtas ou longas. 
 
Técnicas de manejo: 
Cortes culturais: feitos durante o período de rotação, 
P/ melhorar o povoamento, quanto à estabilidade, 
estrutura, estado de sanidade e qualidade da madeira. 
a) Cortes de limpeza: manutenção florestal, indivíduos 
indesejáveis, coroamentos, roçadas, decepamentos ou 
envenenamento, eliminação de brotos, eliminação de 
indivíduos com crescimento excessivo. 
b) Cortes de liberação: eliminar indivíduos mais velhos, 
mesma época dos cortes de limpeza, diferença são os 
indivíduos cortados. 
c) Cortes de melhoramento: realizado após a fase de 
crescimento inicial, objetiva melhorar a composição do 
povoamento, retira espécies menos valiosas, 
desnecessário se cortes de limpeza e de liberação 
forem bem conduzidos. 
d) Cortes de recuperação: retirar árvores mortas, retirar 
árvores danificadas por agentes prejudiciais, objetiva 
evitar a propagação de insetos ou doenças, também 
chamados cortes de saneamento. 
Desbastes: cortes parciais em povoamentos imaturos. 
P/ estimular o crescimento das árvores remanescentes, 
aumentar a produção de madeira utilizável. 
Vantagens da competição devem, pelo menos em parte, 
serem preservadas. 
Considerações econômicas e silviculturais: capacidade 
de incremento, incremento em valor, eliminação de 
concorrência nociva, elimina indivíduos com capacidade 
produtiva, produção de madeira com menor custo de 
colheita, sucesso depende da capacidade das árvores 
em responder ao tratamento, sucesso depende do preço 
entre madeira de maior diâmetro e de menor diâmetro. 
Caminhos para obter sucesso nos desbastes: fomento 
de espécies mais vantajosas, produção de sortimento 
de baixo custo de colheita, aumento do percentual de 
madeira de melhor qualidade. 
O significado do desbaste: maior incremento em valor, 
maior diâmetro em menor tempo, povoamentos mais 
estáveis, mais madeira para o mercado e para o 
consumo, povoamentos mais saudáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVICULTURA 
 MANEJO SILVICULTURAL 
 
Objetivos do desbaste 
Competição – a base ecológica dos desbastes: classes 
de copas, eliminação natural de indivíduos, desbaste 
baseia no processo natural, objetiva manipular a 
competição. 
O desbaste orientado p/ o ótimo econômico: concentrar 
produção em indivíduos melhores e mais valiosos, 
reduzir custos de produção (reduzindo duração da 
rotação, produzindo material de maior dimensão), 
objetivo principal é produzir o valor máximo por unidade 
de área. 
Para cada espécie, para cada qualidade de sítio há um 
regime ótimo de desbaste para uma produção mais 
econômica. 
a) desbaste por baixo: aproveitar o material do 
povoamento antes que ele morra pelo desbaste natural, 
facilitar o acesso de máquinas, prevenir contra pragas e 
doenças. 
b) desbaste pelo alto: incide sobre co-dominantes e 
dominantes. 
c) desbaste seletivo: remove indivíduos dos andaressuperiores, oposto ao processo natural de 
desenvolvimento; pouco usado, pouca aplicação. 
d) desbaste sistemático: nas fases jovens da floresta 
densa, antes da diferenciação das classes de copas, 
forma do tronco e da copa. 
 
Efeitos do desbaste: manter até 60% da área basal total, 
incremento de produção total de 20 a 30%, duplica ou 
triplica volume individual, aumenta valor e reduz custo 
de manejo, intervir em povoamentos que respondam ao 
desbaste, tronco pode ficar mais cônico, desacelera 
desrama natural, estimulando crescimento de ramos. 
 
Desrama 
Objetivos: produção de madeira livre de nós; remoção 
de galhos mortos, para evitar nó seco, morto.. 
 
Desrama natural: supressão; morte; queda dos galhos, 
seguida da oclusão da base do ramo. 
 
Desrama artificial: nó solto x nó vivo; elimina galhos 
secos e alguns verdes, utiliza ferramentas adequadas, 
segue especificações técnicas pré-estabelecidas, 
objetiva obtenção de madeira livre de nós – qualidade. 
Custos: número de árvores desramadas por área, 
diâmetro dos galhos a serem podados, altura da 
desrama, taxa de crescimento, qualidade do sítio, 
espécie. 
Efeito sobre o crescimento da árvore: grau da desrama, 
altura – 60% da copa viva, diâmetro – 40% da copa 
viva, portanto, deixar no mínimo 40% da copa viva. 
Efeito sobre a forma da árvore: troncos tendem a ser 
mais cilíndricos. 
Efeito sobre a qualidade da madeira: acelera a transição 
da madeira primaveril para outonal na região desramada 
nessa região, a densidade tem aumentado. 
Aspectos a considerar na desrama artificial: espécie e 
espaçamento, seleção do sítio e dos povoamentos, taxa 
de crescimento, época para iniciar a desrama, diâmetro 
do cilindro central nodoso, idade da árvore nesta época 
qualidade local. 
Número de árvores a serem desramadas: densidade do 
plantio, regime de desbastes, número de árvores no 
corte final, qualidade das árvores, riscos (ventos, 
temperaturas extremas, pragas, etc.). 
Primeira desrama: antes do primeiro desbaste, desrama 
só as árvores que vão ficar, ou todas; proteção contra 
incêndios, facilitar acesso. 
Segunda desrama em diante: desrama só as árvores 
que ficarão para o corte final, margem de segurança – 
20%. Seleção das árvores a serem desramadas: 
posição fitossociológica, qualidade do tronco, qualidade 
da copa, diâmetro dos galhos, posicionamento dos 
galhos, número de galhos, sanidade da árvore. 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANEJO SILVICULTURAL 
 
Época das desramas: retirada de ramos secos – 
qualquer época do ano; retirada de ramos verdes – 
preferência por período de repouso vegetativo: menor 
risco de danos, cicatriza mais rápido com a chegada da 
estação de crescimento. 
Técnicas de execução: 
a) Ferramentas manuais para a desrama: tesouras de 
poda, serras manuais. 
b) Equipamentos motorizados: serras conduzidas pelo 
operador (motopoda), serras autônomas. 
c) Equipamentos acessórios: escadas, baumvelo – 
equipamento para subida em árvores. 
d) Equipamentos de segurança: capacete com fixação 
jugular, viseira ou óculos de proteção (contra a 
serragem), luvas de couro, camiseta ou colete de cor 
viva, calçado com solado rígido. 
 
Rendimentos: altura de desrama, ferramenta utilizada, 
número de árvores desramadas por hectare, espécie 
florestal, número de galhos e diâmetro dos galhos, 
condições do terreno e vegetação, treinamento do 
operador. 
 
REFORMA 
 
Motivos: 
▪ Plantio feito em época inadequada; 
▪ Atraso em tratos culturais; 
▪ Ineficiência no combate às formigas; 
▪ Material genético de baixa qualidade; 
▪ Colheita e baldeio feitos inadequadamente; 
▪ Espécie inadequada para o fim proposto; 
▪ Outros problemas. 
 
Aspectos operacionais da reforma: 
Serviços topográficos, limpeza do terreno, combate às 
formigas, preparo do solo (destoca, rebaixamento de 
tocos, grade bedding, arado reformador, riper, cultivo 
mínimo), plantio, manutenção, uso de herbicidas na 
reforma. 
 
BROTAÇÃO X SEMEADURA X 
PLANTIO X REGENERAÇÃO 
 
Fatores que influenciam a brotação: 
Idade de corte 
Idade de desbrota 
Número de brotos por cepa 
Diâmetro da cepa 
Altura de corte 
Época de corte 
Fatores fisiológicos e genéticos 
Condições fitossanitárias 
Fatores silviculturais: fertilização, limpeza da cepa, 
ferramenta de desbrota, baldeio, combate a formigas. 
 
Vantagens da semeadura direta, em comparação com a 
regeneração natural ou o plantio: permite introduzir 
novas espécies ou fontes de sementes; fornece melhor 
controle sobre quantidade, qualidade e distribuição de 
sementes sobre o solo; menor custo de implantação; 
pode ser empregada em locais de difícil acesso; evita 
problemas no sistema radicular. Semeadura direta não é 
adequada em locais com solos secos ou arenosos, ou 
onde os solos secam rapidamente. 
 
Desvantagens da semeadura direta: problemas com 
pássaros e mamíferos (repelentes); preparo de solo 
(pode ser necessário); muitos locais não adequados; 
menor controle sobre espaçamento; maior período de 
manutenção; dificuldade de colheita futura, 
espaçamento irregular; menor produção de madeira, 
comparada com plantio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BROTAÇÃO X SEMEADURA X 
PLANTIO X REGENERAÇÃO 
 
Regeneração natural 
Passos: selecionar as árvores porta-sementes; planejar 
para boa produção de sementes; corte; preparo do solo; 
colheita das árvores remanescentes; controle de mato-
competição. 
Vantagens da regeneração natural: custo inicial menor; 
menos trabalho e equipamentos necessários; sistema 
radicular das mudas sem injúrias; menor chance de 
danos às mudas. 
Desvantagens da regeneração natural: necessidade de 
disponibilidade e dispersão de sementes; umidade do 
solo (problema - germinação e mudas); insetos e outros 
animais; competição; pode ser necessário desbaste 
anti-econômico; material genético não melhorado; 
rotação normalmente maior; locais totalmente 
desmatados ou abandonados, sujeitos a incêndios não 
podem ser regenerados naturalmente; não há controle 
sobre espaçamento; um local regenerado naturalmente 
pode demorar mais para a colheita, em comparação 
com o plantio ou a semeadura direta. 
 
ASPECTOS GERAIS DA PRODUÇÃO 
DE SEMENTES 
 
O primeiro estádio no processo de formação das 
sementes de espécies florestais é a produção de flores. 
Esse processo apresenta diferentes fases que podem 
ser divididas em: 
a) período juvenil ou vegetativo; 
b) início das gemas reprodutivas e desenvolvimento do 
órgão reprodutor (flores ou estróbilos); 
c) polinização e fertilização e 
d) desenvolvimento e maturação. 
A formação de sementes resulta da união dos gametas 
masculino e feminino, que começa com a transferência 
do grão de pólen, por algum meio, dos estames ou 
estróbilos masculinos, para os pistilos ou cones 
ovulados - a polinização, e subseqüente crescimento do 
tubo polínico até atingir o óvulo ou o arquegônio, com 
posterior união dos gametas (fertilização). As condições 
favoráveis a ambos os processos de polinização e 
fertilização são necessárias para que haja, em seguida, 
o processo de desenvolvimento pós-zigótico. Do 
momento da polinização, até a fertilização, denominada 
de fase haplóide, decorrem algumas horas, na maioria 
das angiospermas, ou um período de vários meses 
como nas gimnospermas. Este período de fase 
haplóide, com n cromossomos, tem relação com o grau 
de evolução dos organismos vegetais. Nos inferiores há 
a predominância da fase haplóide no seu ciclo de vida, 
enquanto nos superiores, essa fase é cada vez mais 
curta. Dessa forma, fica evidente que para as 
angiospermas, as condições propícias para a 
polinização e fertilização devem ser coincidentes, o que 
não deve acontecer para as gimnospermas. 
A predação é fator que pode afetar a produção de 
sementes diretamente, por danos causados às flores, 
frutos e sementes, ou indiretamente pelo efeito da 
herbívora em partes

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