Buscar

Apostila Silvicultura_Tropical

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 72 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

C) SILVICULTURA TROPICAL
AUTOR
JOSÉ ZILTON LOPES SANTOS
129
Sivicultura tropical
IntroduçãoIntrodução
Silvicultura é uma disciplina profissionalizante que tem por 
objetivo capacitar o estudante quanto aos domínios de métodos e de um 
conjunto de técnicas para manipular um sistema dominado por árvores e 
seus produtos, com intuito de atender às necessidades da sociedade, e de 
forma economicamente rentável.
Dessa forma, será mostrado como criar e manejar povoamentos 
florestais de máxima produtividade, para satisfazer as necessidades do 
mercado, levando em conta a harmonia que se deve ter em relação às 
condições ecológicas; portanto, faremos considerações sobre todas as fases 
da produção florestal e o uso dos recursos naturais com base nos conceitos 
de sustentabilidade econômica, social e ecológica. Como apresentaremos 
o conteúdo descrito?
Na primeira unidade, iremos estudar alguns aspectos 
relacionados ao manejo de sementes florestais, tais como: procedimentos 
de coleta de sementes; beneficiamento de sementes; tipos de análises de 
sementes; métodos de armazenamento de sementes; germinação e tipos 
de dormência de sementes; e métodos para superação da dormência de 
sementes. 
Na segunda unidade, iremos estudar aspectos relacionados à 
produção de mudas de espécies florestais: tipos e locais de instalação 
dos viveiros florestais, tipos de mudas e tipos de recipientes; produção 
de muda via assexuada; principais substratos utilizados na produção de 
mudas, adubações de substratos; tipos de irrigação utilizada em viveiros e 
aclimatação das mudas. 
Na terceira unidade, iremos estudar os processos ligados à 
implantação e condução de povoamentos florestais: planejamento para 
implantação de povoamentos florestais; tipos de plantios e replantio; 
fertilização do solo; tipos de tratos culturais e técnicas de regeneração 
florestal.
Na quarta unidade, iremos estudar aspectos relacionados aos 
tipos de povoamentos florestais: povoamentos puros e mistos; sistemas 
agroflorestais; princípios dos sistemas agroflorestais; caracterização 
dos sistemas agroflorestais; vantagens e desvantagens dos sistemas 
agroflorestais; caracterização dos sistemas agroflorestais; tipos de 
sistemas silviagrícolas; sistemas silvipastoris; sistemas agrosilvipastoris; 
uso dos sistemas agroflorestal na recuperação florestal.
Diante disso, este caderno, embora apresente um conteúdo 
resumido relacionado à Silvicultura, foi elaborado com o intuito de auxiliar 
os acadêmicos do curso de Ciências Agrárias da Universidade Federal do 
Amazonas em assuntos relacionados à instalação de viveiros e produção 
130
Sivicultura tropical
de mudas e do plantio e cultivo de diferentes espécies florestais. Com 
isto, esperamos que o aluno possa realizar explorações florestais de forma 
econômica e ambientalmente correta. 
Palavras do professor autor
Prezados estudantes,
Silvicultura é uma ciência que se ocupa com a obtenção de 
conhecimentos relativos ao estudo de métodos naturais e artificiais para 
regenerar e melhorar os povoamentos florestais. Esses métodos visam não 
só satisfazer as necessidades do mercado, mas mostrar da necessidade 
que o homem tem que ter para com as questões ecológicas e sociais, e, 
com isto, espera-se que a partir desse curso as florestas sejam encaradas 
não só pelos seus benefícios diretos, como sítio de produtos úteis ao 
homem, onde poderão ser encontrados elementos, como madeira, óleos 
essenciais, resinas, plantas medicinais, frutos e mel, mas por apresentarem 
oportunidades para a sobrevivência do homem, tais como serviços 
(proteção, lazer, bem estar). Com isto, não se esqueçam que as florestas 
são de vital importância para a conservação dos recursos naturais, e, por 
conseguinte, para a sustentabilidade do meio ambiente, pois conseguem 
fazer com que as mudanças climáticas sejam mais regulares, melhoram 
os ambientes urbanos, promovem a produtividade do terreno e protegem 
recursos marítimos e litorâneos. 
Dessa forma, aquilo que antes era visto apenas como floresta 
passará a ser encarado como um farto recurso natural. No entanto, vocês 
verão também que para fazer uso deste recurso natural é necessária a 
obtenção de conhecimentos relativos ao clima, à espécie ou material 
genético explorado, à produção de mudas, ao preparo do solo, aos tratos 
culturais e silviculturais como à colheita planejada. 
Diante disso, é necessário que se dediquem ao estudo dos 
conteúdos que serão apresentados neste caderno nos demais conteúdos 
que serão fornecidos, de forma complementar (no ambiente virtual), a 
partir dos quais será possível enxergar as florestas como objeto que pode/
poderá ser tratado como elemento importante para desenvolvimento 
ecológico, científico, econômico e social.
Portanto, sejam bem vindos.
José Zilton Lopes Santos
Palavra do 
professor autor
131
Sivicultura tropical
Orientações para estudo
Como sugestões para o estudo, colocamos o fato de que é 
necessário investir um tempo considerável para fazer uma boa leitura 
deste material impresso, uma vez que tempo + leitura = compreensão. 
No entanto, é necessário ter em mente que este material não contempla 
todo o assunto relacionado à Silvicultura, sendo necessária a leitura de 
textos complementares que serão deixados no Ambiente Virtual de Ensino 
Aprendizagem (AVEA). Além disso, busque outros materiais como livros 
e textos em sites da internet, desde que os mesmos sejam de autores 
confiáveis, como os profissionais ligados a instituições de pesquisas, por 
exemplo: Embrapa e Universidades.
Não acumulem dúvidas, procurem sempre os tutores e 
professores, para que os mesmos possam ajudá-los na compreensão dos 
conteúdos que serão apresentados.
Após o domínio dos conteúdos de cada unidade vá ao ambiente 
e procure as atividades que deverão ser realizadas.
Bom estudo!
Ementa
Método e coleta de sementes, beneficiamento, regras para ensaios de 
sementes, germinação, dormência, vigor e armazenamento, produção 
de mudas, sementeira, repicagem, embalagem, sombreamento, tratos 
culturais, substrato e época de transplante para o campo, formação de 
condução de plantios, estrutura de floresta tropical, introdução aos sistemas 
silviculturais, sistema de regeneração natural e sistemas agroflorestais. 
Objetivos de ensino-aprendizagem
1. Realizar pesquisas relacionadas à Silvicultura com o objetivo 
de obter conhecimentos pertinentes a sementes, produção de mudas, 
plantio, condução, além de conhecer aspectos relacionados a sistemas 
florestais
2. Discutir em fóruns assuntos relacionados à Silvicultura; 
3. Usar de forma sistematizada os princípios e conceitos dos 
mecanismos de regulação de controle do crescimento e de desenvolvimento 
de espécies florestais.
4. Desenvolver projetos silviculturais. 
Orientações para 
estudo
Ementa
Objetivos
de
ensino
132
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
Unidade 1 Silvicultura e sementes 
Síntese: Nesta unidade, serão enfatizados aspectos relacionados ao 
conceito e importância da Silvicultura, além de aspectos relativos à coleta 
de sementes como: análises das árvores matrizes; ponto de maturação 
fisiológica; e beneficiamento dos diferentes tipos de sementes. Além disso, 
serão enfocados, também, a avaliação da qualidade das sementes através 
da análise das mesmas e aspectos relativos à dormência das sementes.
Conceitos e Importância na silvicultura 
O termo silvicultura provém do Latim: silva (floresta) e cultura 
(cultivo de árvores) (RIBEIRO et al, 2002, p. 4), e tem sido concebido 
como:
[...] a arte ou a ciência de manipular um sistema dominado 
por árvores e seus produtos, com base no conhecimento das 
características ecológicas do sítio, com vista a alcançar o estado 
desejado, e de forma economicamente rentável (LOUMAN et al, 
2001, p.10).
 
Desde a época do Brasil Colônia, os ciclos econômicos foram 
todos baseados na destruição da cobertura florestal e na ausência de 
preocupação com o esgotamento desses recursos; pois,as densas florestas 
tropicais eram tidas aos olhos dos colonizadores e, mais tarde, dos 
proprietários de terras, como inesgotáveis. No entanto, é sabido que as 
florestas abrigam no seu seio os mais extraordinários recursos naturais como 
minérios e servem de abrigo à incontáveis espécies animais e vegetais, 
além de servirem como regulação do ciclo hidrológico e muitas vezes 
como ambiente de recreação, fato que tem contribuído para controvérsias 
sobre o melhor uso das áreas com florestas. Num extremo, existem os 
preservacionistas que defendem a intocabilidade da floresta, como um 
reservatório de biodiversidade e de pureza ambiental. Outros recomendam 
o manejo sustentável, como a melhor solução para a exploração racional 
de madeira e outras riquezas não-madeireiras da floresta. E, no outro 
extremo, estão os empreendedores que têm a floresta como elemento 
problemático para o desenvolvimento econômico. 
Diante disso, há que pensar muito nessas posições uma vez que 
a floresta se constitui em um patrimônio para nosso desenvolvimento, 
podendo o mesmo ser manejado de forma racional.
Uma ponderação quanto ao uso dos recursos naturais pode ser 
alcançada com o novo conceito de desenvolvimento sustentável. Este 
133
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
implica em se conseguir o maior benefício dos recursos físicos, biológicos 
e culturais de uma localidade, dentro de uma estratégia para aumentar 
a auto-suficiência local e nacional. Dentro desse novo conceito de uso 
da terra e dos recursos naturais, a agrossilvicultura surge como um novo 
paradigma do desenvolvimento sustentável. Ainda: a agrossilvicultura 
ou sistemas florestais surgem como alternativa concreta à degradação 
de recursos naturais e a sistemas agroflorestais (SAFs). Por meio de 
conhecimentos adquiridos em relação a eles, é possível proporcionar 
um manejo dos recursos naturais dinâmicos e ecológicos que, através da 
integração de árvores em pequenas propriedades, grandes fazendas e 
outros cenários podem diversificar e aumentar a produção, promovendo 
benefícios econômicos e sociais para os usuários dos recursos naturais. 
O principal objetivo dos sistemas agroflorestais (SAFs) é 
aperfeiçoar a produção por unidade de superfície, respeitando sempre o 
princípio de rendimento contínuo, principalmente através da conservação/
manutenção do potencial produtivo dos recursos naturais renováveis, como 
a conservação dos solos, dos recursos hídricos, da fauna e das florestas 
nativas. De um modo geral, os sistemas agroflorestais têm sido apontados 
como de grande relevância por contribuir para o desenvolvimento de 
comunidades rurais. 
No entanto, para que esse objetivo seja alcançado tanto em 
sistemas agroflorestais quanto em sistemas puros há necessidade de se 
obter conhecimentos, entre os quais aqueles sobre a produção de mudas. 
A produção de mudas florestais entre as atividades da silvicultura é uma 
das mais importantes, pois representa o início de uma cadeia de operações 
que visam o estabelecimento de florestas e povoamentos. Desta forma, 
“[...] o êxito na implantação e condução de povoamentos florestais está 
diretamente relacionados à qualidade das operações de viveiro e na 
produção de mudas” (SHORN E FORMENTO, 2003, p.4). Por outro lado, a 
busca por produção de mudas com melhor qualidade a um custo acessível 
é um desafio constante, exigindo profissionais como Engenheiros Florestais 
e outros profissionais das Ciências Agrárias, com boa capacitação. 
Diante dessa realidade, é possível praticar com os estudantes, 
professores e pesquisadores da área de Ciências Agrárias princípios 
relacionados à obtenção de sementes, produção de mudas, cultivo e 
exploração das florestas de maneira que haja equilíbrio tanto econômico 
quanto social, o que permitirá um bem estar social. 
O setor de sementes florestais nativas deve atender à crescente 
demanda que vem ocorrendo, principalmente nos últimos anos. Esta 
preocupação se dá em função do uso das sementes para a propagação 
em sistemas agroflorestais, reposição florestal, recuperação das reservas 
134
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
legais, áreas de preservação permanente, e, principalmente, para 
formação de plantios florestais com a finalidade de produção comercial de 
madeira ou outros produtos. Tudo isto constituem em fatores que reforçam 
a necessidade da busca de um manejo adequado de sementes, desde a sua 
coleta até o seu uso, uma vez que as sementes sempre desempenharam 
um papel importante para a humanidade por garantir a sobrevivência das 
espécies e pelo uso em aspectos fundamentais para a qualidade de vida 
do homem e do ambiente. 
Coleta de sementes florestais 
Em relação à coleta de frutos e sementes, os processos desses 
podem ser realizados pelos próprios produtores de mudas, mas para tanto 
[...] bons resultados na colheita de sementes florestais se obtêm 
quando são observados fatores considerados indispensáveis 
ao bom desempenho da atividade, como: conhecimento 
da época de maturação; tipo de dispersão das sementes; 
condições climáticas; condições físicas do terreno; análise das 
características das árvores matrizes (SCHUMACHER et al, 2002, 
p.7).
 Além disso, há que se observar o conhecimento dos métodos e 
equipamentos.
Árvores matrizes 
A princípio, pode-se colher sementes em qualquer árvore 
que esteja produzindo frutos; no entanto, é de grande importância o 
conhecimento da origem das sementes, uma vez que para cada população 
pode existir variações entre as árvores, com apresentação de diferentes 
características. De modo geral, “[...] as sementes devem ser coletadas 
de árvores chamadas matrizes, as quais devem apresentar características 
fenotípicas superiores às demais que estão ao seu redor” (HOPPE, 2004, 
p. 21).
A identificação da espécie deve ser rigorosamente feita por 
um identificador experiente, para que não haja erros de indicação de 
espécies para determinada finalidade. No processo de coleta, as matrizes 
das diferentes espécies devem estar marcadas e georreferenciadas, de 
maneira que a equipe de coleta possa planejar seu trabalho diário sem ter 
que caminhar ao acaso à procura das matrizes (DAVIDE; SILVA, 2008).
Entre as principais características fenotípicas que devem ser 
buscadas nas árvores matrizes estão: ter crescimento uniforme e boa 
produtividade; apresentar grande porte e pertencer à classe das maiores 
135
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
árvores da floresta; possuir um tronco reto, cilíndrico e sem bifurcação; 
estar bem distribuída e com boa exposição ao sol para favorecer a produção 
de sementes; apresentar resistência natural a pragas e doenças e também 
aos agentes naturais como vento, geadas, e alta umidade, quando ocorrer 
excesso de chuvas; apresentar boa produção de sementes e estar com boa 
sanidade, livres de doenças, como fungos, e de parasitas, como a erva-
de-passarinho (SCHUMACHER et al, 2002). Portanto, é importante que as 
matrizes agreguem o maior conjunto de propriedades desejáveis possíveis. 
As sementes provenientes de árvores defeituosas têm maior chance de 
originar mudas de pior qualidade, portanto, é bom evitar, sempre que 
possível, a coleta de sementes nessas árvores.
Ao coletar sementes é importante atentar para o seu grau de 
maturação; para tanto, observar se há o desprendimento espontâneo das 
sementes ou se isso acontece ao leve toque no cacho. Um dos dois itens 
indica o ponto ótimo de colheita. 
Métodos de coleta de sementes
A maneira de coletar as sementes depende da forma e 
altura das árvores e das características dos frutos. “[...] É importante, 
também, considerar a disponibilidade e habilidade do pessoal de coleta, 
além de conhecer as características dos frutos, o tipo de dispersão e as 
características da árvore matriz” (SCHUMACHER et al, 2002, p.9). Quanto 
ao aspecto de quando coletar, este está relacionado com a época correta 
de colheita que varia de espécie para espécie.Mas, algumas observações 
práticas proporcionam informações seguras quanto à época correta de 
executar a colheita, tais como: mudança de cor dos frutos; rigidez das 
sementes; atração pelos pássaros; peso específico dos cones.
Não se recomenda o uso de material procedente das primeiras 
safras de plantas de frutificação precoce, quando se desconhece a origem da 
matriz, devido manifestar características hereditárias indesejáveis, como: 
baixa resistência a determinado organismo agressor; pouca produtividade; 
forte tendência à dicotomia; propensão à formação de caules tortuosos; 
entre outros.
Em relação aos procedimentos de colheitas: podem-se colher os 
frutos nas árvores ou coletar no chão os frutos recém-caídos. Normalmente, 
o tipo de fruto e o tamanho das sementes são os elementos que vão 
determinar o método de colheita, mas é “[...] Importante lembrar que 
o material de diferentes tipos de coleta e frutos em diversos estágios de 
maturação deverá ser colhido separado e devidamente identificado” (LIMA 
JÚNIOR et al, 2010, p.25). Frutos que não se abrem naturalmente, como 
frutos carnosos grandes, podem ser colhidos na árvore ou coletar os que 
136
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
já caíram, colocando-os em sacos separados. No entanto, se os frutos 
carnosos são pequenos, a colheita deve ser feita nas árvores, pois os frutos 
ao caírem se misturam com a vegetação, tornando difícil sua localização 
e coleta, bem como a contaminação e predação por outros organismos.
Por outro lado, os frutos secos que se abrem naturalmente 
(deiscentes), se forem de sementes grandes, podem ser colhidos na árvore 
ou então colete as sementes dos frutos recém-caídos. Porém, no caso de 
frutos secos com sementes pequenas e/ou dispersas pelo vento, a obtenção 
das sementes só é possível através da colheita dos frutos nas árvores, 
ainda fechados, quando se observar que alguns frutos já começaram a 
abrir. De modo geral, 
[...] os frutos secos podem ser colhidos nas árvores ou coletados 
do chão, enquanto os alados são recomendáveis a colheita na 
árvore, com o auxílio de uma lona estendida no chão, sob a 
copa, em dias sem vento, já que o vento leva esses frutos para 
longe da árvore (SCHUMACHER et al, 2002, p.11; LIMA JÚNIOR 
et al, 2010, p.26). 
Sementes leves, facilmente dispersadas pelas forças da 
natureza, precisam ser colhidas na árvore com recursos de técnicas de 
escalagem e equipamentos apropriados (ganchos, cabos, cintos e podões), 
enquanto que as de características opostas podem ser apanhadas tanto na 
árvore como no solo sem demora.
Quanto à coleta de sementes, para que a eficiência seja 
alcançada, é importante que o coletor carregue consigo equipamentos 
como cordas para escalar as árvores, podões, facão, tesoura e recipientes, 
para recolher os frutos ou as sementes coletadas. Também 
[...] é indispensável dispor de material de anotações para 
identificar a árvore matriz, o local, o proprietário da área, a 
quantidade de frutos ou sementes colhida e a data da coleta. 
Deve-se ainda lembrar que, ao escalar uma árvore (subir na 
árvore), é necessário ter o máximo de cuidado para evitar 
quedas, o que é muito frequente e perigoso. Assim, recomenda-
se ao coletor que, antes de iniciar a atividade de colheita, 
amarre-se com segurança na copa (HOPPE, 2004, p. 29-30). 
 
Além disso, deve ser levada em conta a época ideal de coleta. Ela 
acontece quando as sementes atingem o ponto de maturidade fisiológica 
e apresentam o máximo acúmulo de matéria seca e máxima germinação 
onde normalmente as sementes são “desligadas” da planta mãe (DAVIDE 
E SILVA, 2008).
Pesquisar na 
internet informações 
complementares 
sobre os principais 
métodos de coleta 
de sementes, 
apresentando os pós 
e os contras de cada 
método. Ao final da 
pesquisa, elabore 
um relatório de duas 
páginas e poste-o no 
ambiente.
137
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
Beneficiamento de sementes
Qual o significado que se dá ao beneficiamento de sementes? 
Segundo Schumacher et al (2002, p. 12), “Beneficiamento é um conjunto 
de operações que se estendem desde a colheita até o armazenamento as 
quais visam retirar as impurezas das sementes, deixando-as puras para 
a semeadura e/ou comercialização”. Esse processo se torna necessário 
em função dos frutos/sementes os quais foram coletados no campo 
e por apresentarem diversos materiais indesejáveis, como restos de 
folhas, terra e fragmentos vegetais, sementes quebradas e chochas. 
Estes materiais devem ser eliminados antes que as sementes sejam 
semeadas ou comercializadas, sendo que, para a retirada desses materiais 
indesejáveis, é comum utilizar peneiras ou catação de forma manual, 
tanto das sementes quanto dos materiais estranhos. No caso específico 
das sementes de espécies florestais, o beneficiamento é essencialmente 
manual, devido ao grande número de espécies florestais e a diversidade 
das mesmas acarretar dificuldade para padronizar técnicas adequadas de 
beneficiamento para cada espécie.
 De modo geral, 
Após serem colhidos, os frutos e/ou as sementes deverão ser 
transportados em sacos ou em outros recipientes até o local de 
tratamento, onde serão submetidos a um processo de secagem 
para facilitar a abertura dos frutos e a liberação das sementes 
e também para reduzir o conteúdo de umidade até o teor 
adequado para seu armazenamento (SCHUMACHER et al, 2002, 
p.12). 
O processo mais utilizado é a secagem natural, utilizando, 
como fonte de calor, o sol, e, como ventilação, a movimentação natural 
do ar. Para isso, os frutos deverão ser colocados sobre lonas, terreiros 
cimentados, bandejas ou tablados em camadas de 5 a 20 cm, conforme 
a espécie. Durante a secagem, “[...] os frutos e as sementes devem ser 
periodicamente revolvidos para homogeneizar o calor em toda a expansão 
do lote”, de acordo com Lima Júnior et al (2010, p.34). Segundo este 
autor, “[...] quando os frutos se abrirem naturalmente e ocorrer mudança 
na coloração, eles devem ser retirados e colocados em pátio de secagem 
ou lonas para que completem a sua abertura, liberando as sementes”.
O tempo de permanência, no processo de secagem ao sol, varia 
de acordo com as condições climáticas e com o conteúdo de umidade 
dos frutos e ou sementes. Segundo Schumacher et al (2002, p. 12) 
“Normalmente, em períodos ensolarados, esse tempo varia entre 3 a 5 
dias, ou de 8 a 10 dias em períodos chuvosos”.
138
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
É importante salientar que, para espécies como canafístula, 
timbaúva, pau-ferro ornamental, açoita-cavalo e outras que são de difícil 
liberação das sementes, mesmo quando colocadas no sol, elas necessitam 
de instrumentos como a utilização de tesouras, alicates, martelos ou das 
próprias mãos, além de equipamentos mecânicos, como trilhadeiras, para 
separar as sementes dos frutos. 
Já os frutos secos, após serem colhidos, devem ser colocados à 
sombra para completar secagem por 2 a 5 dias. No caso de frutos carnosos, 
de vagens ou de bagas, a extração de sementes é necessária. De modo 
geral, o tipo de fruto influencia bastante na tomada de decisão sobre 
qual método de beneficiamento a utilizar. Dessa forma, os frutos carnosos 
podem ficar dentro d’água por um período de 12 a 24 horas. Depois, com o 
auxílio de uma peneira, os frutos são amassados, lavando-se as sementes 
que são retiradas, separadas dos restos do fruto e secadas, evitando assim 
o ataque de insetos e o desenvolvimento de fungos. Após a separação, as 
sementes deverão ser expostas ao sol ou à sombra, conforme já descrito, 
para que ocorra a perda da umidade até o ponto de armazenamento. 
Conforme Schumacher et al (2002, p.13),
[...] em épocas de sol muito quente, que pode ocasionar um 
superaquecimento, a secagem deve ser realizada à sombra, 
aumentando em alguns dias o tempo de exposição dos frutos 
até a completa liberação das sementes e a adequada perda de 
umidade. 
Na prática, uma semente é consideradaseca quando 
externamente não apresentar sinal de umidade; contudo, o teor de 
umidade para o armazenamento deverá ser determinado em laboratório. 
Eliminação de impurezas
A impureza é constituída por materiais inertes, além de 
sementes de espécies não desejadas que acompanhem as sementes que 
estão sendo tratadas. Portanto, há um processo o qual tem como principal 
finalidade separar as sementes das impurezas. Esta é uma etapa muito 
importante no beneficiamento das sementes, pois quanto menor for a 
quantidade de elementos chamados de impurezas, maior será a quantidade 
de sementes puras por quilograma. Segundo Schumacher et al (2002, 
p. 14), “Para aquelas espécies que produzem sementes aladas, como o 
cedro, é importante retirar as asas das mesmas para facilitar o trabalho 
de laboratório, e também o processo de armazenamento e semeadura”.
Faça uma pesquisa 
sobre a importância 
de se estudar 
as sementes de 
espécies florestais. 
Depois, realize um 
relatório de duas 
páginas e poste-o no 
ambiente. 
139
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
Análises de sementes florestais
As sementes, uma vez colhidas e beneficiadas, necessitam 
da avaliação de suas qualidades, o que é realizado normalmente em 
laboratórios. Assim, quando as sementes estiverem limpas, retira-se uma 
amostra de cada lote e envia-se para análise. As sementes são submetidas 
a uma série de análises com a finalidade de conhecer suas qualidades 
físicas e fisiológicas, as quais são avaliadas através de vários testes que 
vão caracterizar os diferentes atributos das sementes.
Segundo Hoppe (2004, p. 62), “A análise de sementes fornece 
dados que expressam a qualidade física e fisiológica do lote de sementes, 
para fins de semeadura e armazenamento”, tendo como principal 
finalidade oferecer aos interessados informações sobre a qualidade e as 
características dos lotes de sementes recebidas pelo laboratório, através 
da emissão de laudos que retratam a qualidade das sementes. 
Análise de pureza 
As amostras podem conter impurezas, como as sementes de 
outras espécies, partes de vegetais, pedaços de folhas e outros materiais. 
O objetivo da análise de pureza é determinar a composição por peso de 
amostra, no momento em que é analisada. Mapa (2009, p.92), quando faz 
considerações sobre a análise de pureza, coloca:
São consideradas sementes puras todas as sementes e/ou 
unidades de dispersão pertencentes à espécie em exame, 
declarada pelo requerente, ou como sendo a predominante 
na amostra e deve incluir todas as variedades botânicas e 
cultivares da espécie. Além das sementes inteiras, maduras e 
não danificadas das espécies devem ser incluídas como puras 
as sementes as seguintes estruturas (mesmo que imaturas, de 
tamanho menor, enrugadas, infectadas ou germinadas, desde 
que elas possam ser identificadas definitivamente como sendo 
da espécie em análise). Por outro lado, unidades de dispersão 
de qualquer outra espécie de planta que não aquela da semente 
pura são classificadas como outras sementes. Enquanto que 
unidades de dispersão e todos os outros materiais e estruturas 
não definidas como semente pura ou outras sementes devem 
ser classificadas como material inerte.
Pureza % = Peso das sementes puras x 100% /Peso total da 
amostra original, portanto, a análise de pureza mede a percentagem de 
cada componente (semente pura ou impurezas) em relação ao peso inicial 
da amostra.
140
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
Análise do conteúdo de umidade
Tem a finalidade de determinar o teor de água das sementes, o 
que vai auxiliar na definição de seu armazenamento. Determina ainda se 
a semente deve sofrer uma maior perda de umidade através de exposição 
ao sol ou à sombra. Conhecendo essas informações será possível manejar 
corretamente as sementes utilizando (se for o caso) processos adequados 
para sua conservação por um maior período, uma vez que sementes com 
alto teor de umidade tendem a perder a viabilidade mais rapidamente se 
não forem condicionadas corretamente (SCHUMACHER et al, 2002), sendo 
que o conhecimento do teor de umidade inicial é fundamental para a 
escolha da temperatura e tempo de secagem das sementes. 
Assim, o teor de umidade de uma semente é fator de extrema 
importância para a manutenção de sua qualidade fisiológica. De modo 
geral, o armazenamento prolongado da maioria das sementes requer 
baixas umidades, propiciando a manutenção da sua viabilidade e vigor.
Os métodos existentes para determinação da umidade podem 
ser classificados em: métodos diretos ou básicos e métodos indiretos ou 
práticos. Nos métodos diretos ou básicos, a água é retirada por aquecimento 
da amostra e medida por perda de peso, diretamente pelo volume de água 
condensada ou por processos químicos. O método mais utilizado no Brasil 
é o método da estufa a 105ºC por 24 horas; no entanto, pode-se usar 17 
horas a 103ºC, ou estufa em 70ºC até o peso das sementes estabilizarem. 
Para determinar o percentual de umidade devem-se pesar as sementes 
para obter o peso inicial (Pi); após, devem-se mantê-las em estufa de 
acordo com o método escolhido. Após o tempo de secagem, devem ser 
pesadas novamente as sementes, obtendo-se então o peso da matéria 
seca da semente (PS). 
%U = Pi – PS. 100/Pi
Onde: %U = umidade em percentual.
Pi = Peso inicial.
PS = Peso após secagem em estufa. 
Nos métodos indiretos, os resultados são obtidos com base em 
dois princípios: “[...] resistência à passagem da corrente elétrica oferecida 
pela semente em função de sua umidade e as propriedades dielétricas da 
matéria orgânica. Estes métodos são utilizados normalmente no campo, 
devido à rapidez de determinação” (HOPPE, 2004, p.81).
 
141
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
Análise de germinação
A capacidade de germinar e produzir plântulas depende da 
qualidade das sementes e ela é avaliada pelos testes de germinação, o 
que vai conferir valores para a utilização da semente tanto em semeadura 
como em armazenamento ou em comercialização. Segundo Schumacher et 
al (2002, p. 19), 
As análises de germinação são realizadas com a finalidade de 
obter informações sobre a capacidade das sementes de produzir 
plantas normais sob as condições favoráveis de campo, e os 
resultados são expressos em percentagem que representa a sua 
capacidade de germinação. 
%G = (SG). 100/TS
onde: %G = percentual de germinação.
SG = número total de sementes germinadas.
TS = número total de sementes.
Análise de vigor com base na análise de germinação
Vigor é a soma total das propriedades da semente que 
determinam o nível potencial de atividade e desempenho da semente 
ou lote de semente durante a germinação e emergência da plântula, 
favorecendo o estabelecimento rápido e uniforme de uma população 
inicial sob condições de campo desfavorável. Portanto, 
[...] o vigor é reconhecido como um parâmetro para a 
caracterização do potencial fisiológico das sementes, indicando 
os lotes com maior ou menor probabilidade de sucesso após 
a semeadura em campo ou durante o armazenamento, sob 
diferentes condições do ambiente (MARCOS FILHO, 2005, 
p.436). 
Vários procedimentos podem ser utilizados para detectar 
diferenças de vigor entre amostras de sementes em laboratório; no 
entanto, o uso desses testes sobre o desempenho das plantas em condição 
de campo (procedimentos) tem sido uma tarefa mais complexa. Os testes 
mais simples para determinação de vigor são os testes de análise de 
germinação. Segundo Vieira et al (2003) apud Marcos Filho (2009, p.103), 
os testes mais utilizados são: “[...] envelhecimento acelerado, tetrazólio, 
condutividade elétrica, crescimento de plântulas, classificação do vigor 
de plântulas, velocidade de germinação”. Estes
142
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
[...] testes baseiam-se no princípio de que sementes mais 
vigorosas germinarão mais rapidamente do que outras em 
condições inferiores. Com isso, mesmo sementes com igualgerminabilidade poderiam apresentar velocidades distintas 
de germinação em função do seu vigor (OLIVEIRA et al, 2009, 
p.479). 
Armazenamento de sementes
O semeio, quando realizado imediatamente após a coleta da 
semente, permite o máximo aproveitamento evitando qualquer alteração 
de ordem degenerativa que possa comprometer o vigor do lote; isto 
porque o material apresenta no momento de sua colheita o mais alto grau 
de vitalidade devido ao estado de maturação fisiológica. Segundo Carvalho 
(2006, p.71), “[...] Após esse período, o que se verifica é uma redução 
constante na qualidade (fenômeno esse, denominado deterioração); 
esse processo ocorre mais rapidamente nas sementes que não possuem 
dormência”. 
No entanto, na maioria das vezes, não é possível utilizar as 
sementes imediatamente após a coleta. O armazenamento assume desta 
forma papel indispensável, pois preserva a qualidade do material, dando 
suporte para usá-lo no período mais adequado. Além da perda de vigor, a 
falta de cuidados na guarda das sementes resulta em desuniformidade no 
grau de emergência das mudas e crescimento inicial abaixo do padrão.
 O sucesso para se armazenar sementes, objetivando manter a 
qualidade fisiológica, depende da longevidade das sementes das espécies 
as quais estão sendo armazenadas. Além disso, a umidade das sementes e 
a temperatura do local onde elas estão sendo armazenadas interferem no 
processo (DAVIDE E SILVA, 2008). 
De modo geral, sementes de espécies que têm os embriões 
protegidos pela sua própria morfologia, pela sua casca dura, lisa, 
impermeável, ou com endosperma mais duro, permanecerão viáveis por 
um período maior. Levando-se em conta que as diferentes condições de 
armazenamento têm a finalidade de conservar a viabilidade inicial das 
sementes pelo maior período de tempo possível, as condições fundamentais 
para o armazenamento de sementes florestais são a umidade relativa e a 
temperatura do ambiente. 
 Diante disso, o conhecimento do comportamento das sementes 
com relação aos limites tolerados de perda de água auxilia no correto 
armazenamento das diferentes espécies, mantendo a qualidade fisiológica 
das mesmas.
Existem três categorias com relação ao comportamento das 
sementes no armazenamento e a tolerância das mesmas à dessecação:
143
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
- Semente de comportamento ortodoxo: as sementes toleram 
a secagem (3-5% de umidade), armazenamento a baixas temperaturas (- 
20o C) e umidade relativa em torno de 45%, sem perder a viabilidade. 
Exemplos: baru, ipê e eucaliptos spp, entre outros. Na prática, o que se 
recomenda para o armazenamento de sementes ortodoxas é a secagem 
delas até 5 – 8% de umidade e armazenamento em câmara fria, com 
temperatura variando entre 5 a 8o C.
- Semente de comportamento intermediário: elas toleram a 
secagem até certo ponto (10 – 12% de umidade) e perdem a viabilidade 
quando armazenadas a baixas temperaturas (- 20o C). Exemplo: genipapo. 
No caso dessas espécies têm-se obtido elevada porcentagem de germinação 
quando as sementes são secas até 10 – 12% de umidade e armazenadas em 
câmara fria, à temperatura de 5 – 10o C.
- Semente de comportamento recalcitrante: são sementes 
que não toleram a secagem e armazenamento a baixas temperaturas. 
Quando submetidas a essas condições, perdem a viabilidade rapidamente. 
Exemplo: Ingá (Inga vera). Segundo Davide e Silva (2008, p.40), “Quanto 
ao armazenamento dessas espécies, o que se recomenda é coleta 
das sementes e beneficiamento imediato, seguido de semeadura em 
sementeira ou em sacos plásticos ou tubetes”. De modo geral, a grande 
maioria das sementes das espécies florestais se conserva em ambientes 
secos e a baixas temperaturas.
Em relação às embalagens destinadas ao condicionamento 
das sementes, durante o período de armazenamento, as mesmas são 
classificadas de acordo com a sua permeabilidade ao vapor de água, em 
três categorias:
1) Embalagens porosas ou permeáveis: são as que permitem 
a troca de umidade entre as sementes e o ambiente. Essas embalagens 
são utilizadas para armazenamento em câmaras secas, em função das 
sementes apresentarem baixo teor de umidade. Exemplo: sacos de pano.
2) Embalagens semiporosas: também denominadas 
semipermeáveis ou resistentes à penetração de umidade, não impedem 
completamente a passagem de umidade, mas permitem menor troca de 
umidade do que as embalagens porosas. Como exemplo, pode-se citar os 
sacos plásticos transparentes comuns.
3) Embalagens impermeáveis: são as embalagens que não 
permitem a troca de umidade entre as sementes e o meio ambiente. 
São normalmente latas, plásticos de alta densidade e espessura, vidros 
e recipientes de alumínio. Segundo Schumacher et al (2002, p. 18), 
“[...] Com essas embalagens, podem-se armazenar sementes que exigem 
ambientes secos e baixa temperatura em câmaras frigoríficas ou geladeiras 
domiciliares”.
144
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
Germinação e dormência de sementes florestais
Continuemos a fazer considerações sobre a germinação. 
Segundo Scremin-Dias et al (2006, p. 16), “A germinação ocorre quando 
o embrião, contido dentro de uma semente, começa a se desenvolver, 
rompendo a casca da mesma, dando origem a uma plântula”. Sobre o 
assunto, o mesmo autor acrescenta:
Os eventos importantes da germinação iniciam-se com a 
embebição de água, processo físico que ocorre mesmo em 
sementes mortas. A ativação enzimática acontece logo em 
seguida, em parte devido à reativação de enzimas estocadas, 
formadas durante o processo de desenvolvimento do embrião, 
e em parte devido à síntese de novas enzimas, assim que a 
germinação se inicia. A primeira evidência da germinação é a 
emergência da radícula. Quando a plântula inicia a absorção de 
água e a fotossíntese, tornando-se independente dos tecidos 
de reserva, considera-se que o processo de germinação está 
terminado.
 Normalmente, para que o processo de germinação ocorra são 
necessárias algumas condições, como por exemplo, temperatura, luz, 
oxigênio e umidade ideal.
A maioria das sementes de espécies florestais apresenta 
germinação bastante variável. No entanto, para sementes que não 
apresentam dificuldade de germinação, essas devem ser semeadas 
diretamente em sacos plásticos ou tubetes. Quando as sementes 
apresentam dormência (dificuldade de germinação, mesmo com em 
condições ambientais adequadas) de difícil superação, recomenda-se fazer 
a semeadura em sementeira, com posterior transplantio para tubetes e/
ou sacos plásticos logo que ocorra a emergência da plântula (germinação). 
Para as sementes que apresentam dormência, mas foram submetidas a 
tratamento para quebra dessa dormência (escarificação, tratamento com 
giberelinas etc), recomenda-se o plantio direto em sacos plásticos ou 
tubetes (DAVIDE E SILVA, 2008).
Em geral, a maioria das sementes germina pouco tempo depois 
de atingir o solo, mas a quantidade de sementes que germina é inferior 
a aquela que atinge o solo. De acordo com Campbell (1996) apud Ribeiro 
et al (2002, p. 47) “[...] A germinação é mais intensa quanto maior for 
a quantidade de água disponível no solo, p.ex., depois de uma chuva 
intensa”. 
145
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
Dormência de sementes
 A dormência de sementes pode ser definida como sendo um 
fenômeno pelos quais sementes de uma determinada espécie, mesmo 
estando viáveis e tendo condições ambientais favoráveis para germinarem, 
não germinam. Para Figlioli; Pinã-rodrigues (1995) apud Scremin-Dias et 
al (2006, p.16):
A dormência é uma estratégia reprodutiva importante; está 
associada às plantas que se regeneram naturalmente a partir do 
banco de sementes do solo ou àquelas que precisam conservar 
seu potencial de germinação, até que condições favoráveis 
ocorram, sendo, portanto, um mecanismo natural que impede 
a germinação. 
Do ponto de vista da planta, a dormência é benéfica, pois, diminui 
a velocidade de germinação ea distribui no tempo (DAVIDE E SILVA, 2008). 
A dormência impede a germinação da semente em condições adversas; 
isto se da quando a plântula, após a emergência, tem dificuldades de se 
estabelecer e se tornar uma planta adulta.
A dormência das sementes pode ser dividida em:
- Dormência primária: característica da espécie, fenômeno 
geneticamente controlado. É induzida durante a maturação da semente 
(portanto, ocorre antes da dispersão da semente).
- Dormência secundária: ocorre sob condições ambientais 
especiais. Normalmente é causada por altas e baixas temperaturas 
(portanto, ocorre após 
Tipos de dormência
Dormência endógena
1) Dormência endógena fisiológica: é a dormência que ocorre 
em sementes de angiosperma, sendo o mais abundante tipo de dormência 
em condições de clima temperado. Geralmente esse tipo de dormência 
desaparece durante o beneficiamento e armazenamento em condições de 
baixa umidade.
2) Dormência endógena morfológica: é o tipo de dormência 
que ocorre em sementes com embrião pequeno (em termos de tamanho). 
Nessas sementes o embrião não está fisiologicamente dormente, ele apenas 
precisa de tempo para crescer e germinar. O uso de temperaturas abaixo 
de 15ºC, temperaturas alternadas e nitrato de potássio ou giberelina 
favorecem a germinação. 
3) Dormência endógena morfofisiológica: é a combinação de 
dormência fisiológica e dormência morfológica. 
146
Sivicultura tropical
Unidade 1
Silvicultura e 
Sementes 
Dormência exógena
1) Dormência física: é causada pela impermeabilidade do 
tegumento à entrada de água. É encontrada principalmente nas espécies 
da família Fabaceae, Malvaceae, Convolvulaceae, Chenopodiaceae, 
Leguminosae, Cannaceae e Solanaceae. Esse tipo de dormência é 
potencializado por secagem em altas temperaturas as quais geralmente 
aumentam a dureza do tegumento. A quebra desta dormência pode 
ocorrer por várias maneiras, incluindo abrasão mecânico, alternância de 
temperatura, ataque por microorganismos, fogo e passagem pelo trato 
digestivo de animais. E segundo Albuquerque et al (2007, p.1716-17), 
Entre os métodos utilizados com sucesso para a superação da 
dormência de espécies florestais destacam-se a escarificação 
química, mecânica e a imersão em água quente. No entanto, 
a aplicação e a eficiência desses tratamentos dependem 
da intensidade da dormência, que é bastante variável entre 
espécies, procedências e anos de coleta.
 
2) Dormência química: deve-se à ocorrência de químicos no 
tegumento e/ou endosperma que podem inibir o crescimento do embrião 
ou o enfraquecimento das paredes celulares do endosperma. Nesse caso, 
dependendo da natureza do inibidor, a dormência pode ser superada pela 
lavagem das sementes em água corrente por períodos prolongados ou 
trocas repetidas da água durante a embebição das sementes.
3) Dormência mecânica: ocorre por causa de uma barreira à 
expansão do embrião e protusão da radícula provocada pelo endosperma 
da semente, mas este tipo de dormência pode ser superado utilizando-se 
dos processos indicados para a dormência física (DAVIDE E SILVA, 2008).
Métodos de superação de dormência
Existem vários métodos de superação ou quebra de dormência, 
cujos objetivos são: acelerar o processo; aumentar e uniformizar a 
germinação. Dentre os métodos mais utilizados para quebra de dormência 
estão:
• escarificação mecânica;
• método químico (tratamento por ácidos);
• choque térmico.
Escarificação mecânica: Para Scremin-Dias et al (2006, p.17), o 
[...] método é utilizado para amolecer ou romper parte do 
tegumento da semente. Pode ser feito por meio da raspagem 
147
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
manual, utilizando lixas de várias texturas, ou com auxílio de 
um escarificador especializado. Também as sementes podem 
ser colocadas em máquinas semelhantes a betoneiras com areia 
grossa ou cascalho, que auxiliam na eliminação de parte do 
tegumento e facilita a entrada de água para desencadear o 
processo de germinação.
A escarificação deve ser feita no momento que se pretende 
obter a germinação do lote de sementes.
Método químico: Para Abuquerque et al (2007, p.1717), 
[...] um dos métodos comuns para se obter a quebra de 
dormência é o tratamento de imersão em ácido sulfúrico. Este 
tratamento resulta num aumento do índice de germinação para 
próximo de 100%. [...] “O uso do ácido sulfúrico é comum para 
a quebra da dormência tegumentar, no entanto a sua eficiência 
está relacionada com o tempo de exposição ao ácido e à espécie. 
Choque térmico: Para Scremin-Dias et al (2006, p.18), o choque 
térmico se constitui em: 
[...] embebição em água quente - este tratamento é recomendado 
para as espécies cujas sementes possuem o tegumento duro. 
Neste método, a água é aquecida até cerca de 90°C, e nela são 
mergulhadas as sementes, as quais deverão permanecer imersas 
por um tempo ideal, o qual varia, dependendo da espécie.
Embebição em água fria: este método consiste em colocar o 
lote de sementes em água à temperatura ambiente, mantendo-
as por cerca de 24 horas. O tempo de embebição varia conforme 
a permeabilidade da casca (tegumento). Após a embebição, 
as sementes, se necessário, podem ser estocadas a baixa 
temperatura (± 5°C), por algum tempo. 
Unidade 2 Produção de mudas 
Síntese: Nesta unidade será dada ênfase nos principais aspectos 
relacionados à estrutura básica das sementeiras e dos viveiros florestais, 
assim como fatores relacionados ao local de instalação dos mesmos. Além 
disso, serão abordados aspectos relativos ao preparo de substratos, tipos 
de mudas e tecnologia para produção dessas. Por fim, serão enfatizados os 
principais recipientes para a produção de mudas e os cuidados essenciais 
para que haja sucesso no transplantio das mudas.
Escolha uma 
espécie florestal 
de importância no 
seu município e, 
em grupo de cinco 
estudantes, faça um 
teste de germinação 
com a mesma. Poste 
no ambiente um 
relatório (2 páginas) 
descrevendo 
e justificando 
os resultados 
encontrados.
148
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
O processo produtivo de mudas das essências florestais nativas 
deve ser embasado em parâmetros técnicos consistentes e bem elaborado. 
As mudas destinadas tanto ao plantio quanto à comercialização devem 
possuir excelente qualidade, resultando em produtos valorizados no 
mercado, sem problemas fitossanitários e que se estabeleçam rapidamente 
após o plantio (SCREMIN-DIAS et al, 2006). No entanto, em decorrência 
do grande número de espécies de interesse florestal no Brasil e do 
pouco avanço tecnológico do setor, os parâmetros técnicos ideais para a 
produção e comercialização das sementes e mudas florestais brasileiras 
são desconhecidos para a grande maioria das espécies. 
De modo geral, o principal destino das mudas produzidas visa 
atender aos processos de restauração ambiental ou o setor produtivo de 
madeira ou subproduto madeireiro. No entanto, há diferenças básicas 
nas características das mudas destinadas tanto a um processo quanto 
ao outro. Aspectos como as características das matrizes produtoras das 
sementes ou propágulos (por exemplo, estacas) devem ser considerados 
(aspectos abordados na unidade 1). Além disso, é importante considerar 
que toda pessoa física ou jurídica que exerça atividade de produção, 
beneficiamento, reembalagem, armazenamento, análise, comércio, 
importação ou exportação de semente ou muda, é obrigada a se inscrever 
no Registro Nacional de Sementes e Mudas – RENASEM, processo que 
pode ser feito junto à unidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento – MAPA do seu Estado.
Viveiros florestais
 Viveiros florestais são locais apropriados ao preparo das mudas 
antes de serem levadas ao campo, onde serão plantadas definitivamente.
Os viveiros florestais podem ser classificados em temporários e 
permanentes, sendo os temporários caracterizados por serem geralmente 
instalados na própria área dos florestamentos ou nas proximidades. 
Apresentam-se como vantagens: a instalaçãoe o manejo são relativamente 
pouco onerosos, por eles serem utilizados somente por curtos períodos, 
dispensarem a adubação e não ficarem expostos aos riscos de pragas. Por 
outro lado, apresentam menores possibilidades de vigilância e controle, 
além do caráter provisório das instalações. Já os viveiros permanentes, 
são consideravelmente mais onerosos, tanto na instalação como na 
manutenção. No entanto, “[...] somente viveiros permanentes e bem 
equipados permitem assistência e controle ideais das mudas” (LAMPRECHT, 
1990, p.173).
Independente do tipo de viveiro a utilizar na atividade 
de produção de mudas, a estrutura e organização dos viveiros são 
149
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
extremamente importante para obtenção de mudas de qualidade, 
produzindo plantas de espécies adequadas e em quantidade necessária à 
demanda, respeitando-se a época e o destino do plantio. Para isso, “[...] 
é extremamente importante planejar corretamente as instalações do 
viveiro, ter conhecimento suficiente das técnicas para operacionalizá-lo e 
administrá-lo, além de obter excelente qualidade em sua produção e com 
menor custo possível” (SCREMIN-DIAS et al, 2006, p.12).
Definição do local de instalação do viveiro
Ao planejar a instalação de um viveiro é extremamente 
importante observar os aspectos econômicos, climáticos, topográficos e 
logísticos do local escolhido. Dessa forma, torna-se bastante importante 
para o produtor de mudas ter em mente qual o objetivo e destino da sua 
produção. Caso o destino seja o mercado, é primordial o conhecimento 
da demanda e da oferta de mudas da região, bem como localizar o centro 
consumidor das espécies produzidas no viveiro.
Com esse planejamento é possível otimizar os gastos com 
transporte da produção, minimizando as distâncias entre o centro 
produtor e consumidor das mudas, sendo importante considerar, também, 
a facilidade de obtenção de mão-de-obra na região de produção, pois isto 
determina o sucesso do empreendimento e o custo com pessoal.
 Em relação aos aspectos físicos da área, é importante 
considerar a declividade do terreno, que de preferência deve ser plano, 
para facilitar a implementação das técnicas. Além disso, considerar a 
disponibilidade de iluminação em grande parte do dia, apesar de que, 
a exigência da luminosidade está evidentemente em função da espécie 
manipulada, já que, para determinados tipos, a luz intensa dos ambientes 
abertos é benéfica tanto para a germinação da semente quanto para o 
crescimento da plântula. Ainda do ponto de vista da escolha da área para 
instalação de um viveiro, um fator que deve ser extremamente considerado 
é o suprimento de água de qualidade para a produção das mudas. 
 Finalmente, o correto dimensionamento dos diferentes 
espaços do viveiro e a previsão de espaço para ampliação da produção 
são aspectos importantes a serem considerados antes da implantação do 
viveiro, vislumbrando-se investimentos futuros. Segundo Scremin-Dias 
et al (2006, p.13), “[...] do espaço disponível para implantação de um 
viveiro, na prática, somente 70% é de fato utilizado para a produção, 
sendo o restante, 30%, ocupado por corredores de circulação”. 
Uma instalação tradicional para produção das mudas de espécies 
arbóreas consiste basicamente de um ou mais canteiros para abrigar os 
recipientes de germinação com 80 - 90 cm de largura, moldados com 
Faça Uma Pesquisa 
Bibliografia 
(Livros, Textos 
E Internet) 
Sobre Normas 
Pra Produção De 
Mudas De Espécies 
Florestais. Ao 
Final, Escreva 
Relatório Com
150
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
tijolos, placas de cimento ou tábuas. O comprimento está em função do 
espaço físico disponível e quantidade de mudas que se pretende produzir. 
De maneira geral, ao planejar a construção de um viveiro, é importante 
considerar: o local de instalação que deve ser o mais próximo possível do 
local de plantio; este deve estar o mais próximo de uma fonte de água, 
deve evitar a construção do mesmo em lugares baixos, pois esses são 
propensos à formação de lama, sendo, por isso, inadequados. Lugares com 
fortes correntes de vento são inadequados, salvo se houver a construção 
de quebra vento artificial ou natural. Quanto à ambiência, deve haver 
espaço mínimo de 1 metro entre canteiros dispostos lado a lado, a fim de 
permitir o livre trânsito de pessoas. Além disso, “[...] na construção do 
viveiro devem ser reservados espaços, a fim de permitir acesso livre de 
máquinas às suas adjacências” (CARVALHO, 2006, p.60).
 
Tipos de mudas
A mais avançada tecnologia em termos de produção de 
mudas é a “micropropagação in vitro”, na qual a partir de fragmentos 
de um indivíduo de boa qualidade genética é possível obter milhares de 
mudas, sendo resguardadas aos descendentes todas as características da 
árvore original, o que lhes confere a condição de plantas geneticamente 
idênticas. Dessa forma se consegue otimizar tanto a produção de mudas 
quanto a de madeira, e lograr robustez frente aos organismos agressores 
quando se usam propagá-los geneticamente resistentes. Embora essa 
tecnologia venha sendo usada com sucesso há algum tempo na produção 
de Eucalyptus, pode-se dizer que ainda se encontra em fase embrionária 
no que concerne às árvores nativas e exóticas mais requisitadas para 
produção de matéria-prima, de maneira que, para serrados e laminados, 
a tradicional propagação por semente é até agora a forma mais utilizada 
na implantação dos povoamentos florestais.
Sementeira: um dos componentes de um viveiro florestal é a 
sementeira; esta é essencialmente um canteiro para semeio direto, não 
havendo, portanto, recipientes para acomodação de sementes. Esta 
deve ser construída preferencialmente suspensa do chão, como forma de 
facilitar o manejo das plântulas e proporcionar controle sobre pragas de 
solos. Sendo que a altura média indicada é de 1,2 metros, enquanto a 
profundidade varia de 20 - 30 cm. No entanto, caso haja necessidade 
de maior profundidade para produção de raiz nua, essa deverá ser feita 
diretamente no chão. 
O uso da sementeira é cabível para testes de germinação, 
produção de mudas de raiz nua, quando do uso de sementes muito 
151
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
pequenas ou do tipo que possui germinação irregular e para lotes de 
sementes com baixo poder germinativo (< 40%). A elevada resistência da 
planta ao transplante é a condição básica para o uso da sementeira, visto 
que em dado momento o material em curso de seu desenvolvimento é 
desenraizado e movido para o campo na condição de muda de raiz nua, ou 
assentado nas embalagens encanteiradas, no propósito de maturar para o 
plantio definitivo.
Produção de mudas em sementeira
Este método de produção é mais econômico que o processo 
tradicional das mudas embaladas, justamente por dispensar as embalagens 
e envolver menos mão-de-obra, mas poucas espécies possuem a resistência 
necessária para se obter êxito. Quanto ao aspecto econômico, 
[...] a produção em sementeira é mais vantajosa somente 
quando o material nela produzido segue direto para o campo na 
condição de muda de raiz nua, dispensando consequentemente 
os insumos inerentes às mudas embaladas e à mão de obra 
requerida no transplante das plântulas para as embalagens 
(CARVALHO, 2006, p.67). 
Isto nos leva a considerar o processo de semeadura. Sobre esta 
questão Schorn (2003, p.2) coloca:
[...] O processo de semeadura em sementeiras já foi a prática 
mais utilizada para a produção de mudas florestais, devido a 
grande oferta de mão-de-obra, e dos projetos de reflorestamento 
que na sua maioria não apresentavam grandes dimensões. Hoje 
este processo ainda é utilizado para espécies que levam muito 
tempo para germinar, espécies que apresentam germinação 
desuniforme ou que possuem sementes muito pequenas. 
 
 A cultura de mudas de semeadura realiza-se geralmente em 
canteiros, preparados da forma habitual, sendo utilizada semeadura em 
sulcos para espécies como Pinus,Cedrela, Bombacopsis, entre outras; 
para sementes muito pequenas, a semeadura a lanço (Eucalyptus spp.), 
e, para sementes maiores, a semeadura por introdução individual dessas 
no substrato (ex. Juglans, Tectona, Araucaria). Em relação aos sulcos, a 
distância entre esses deve se situar entre 10 e 20 cm e a largura dos sulcos 
pode variar de 5 a 10 cm, já a profundidade deve ser igual à espessura 
152
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
da semente ou equivalente ao dobro da espessura (LAMPRECHT, 1990). No 
caso de construção de sementeiras diretamente no chão, as dimensões 
variam em média de 1,0 a 1,2 m de largura, 10,0 a 15,0 cm de altura e 
comprimento variável, dependendo da produção estimada. 
Quanto à quantidade de sementes necessária por metro corrido, 
esta varia fortemente de acordo com o tamanho ou peso da semente e com 
o porcentual de germinação. No entanto, a quantidade total de sementes 
necessárias, para produção de um determinado número de muda, pode ser 
obtida utilizando a seguinte fórmula: Q = [N/(nxp)] x 100, onde:
Q = quantidade necessária de sementes em kg.
N = Numero de plantas pretendidas.
n = Número de sementes por kg.
p = porcentagem de mudas germinadas.
No entanto, considerando as perdas que ocorrem entre a 
semeadura e o plantio, é aconselhável uma elevação de 20 a 40% na 
quantidade de 
Produção de mudas repicadas
O processo de transplante das mudas das sementeiras para as 
embalagens (tubetes ou sacos plásticos) denomina-se repicagem. Esta 
atividade tem o propósito de tornar o lote homogêneo e complementar à 
semeadura indireta. 
Quanto à época para a realização da repicagem, isto difere de 
espécie para espécie e depende da época da semeadura, da rapidez do 
crescimento da planta e das condições meteorológicas. Em geral, quando 
as plântulas atingem o estádio de dois pares de folhas (SCREMIN-DIAS et al, 
2006) ou quando alcançarem uma altura de 4 a 5 cm (LAMPRECHT, 1990; 
SCHORN, 2003) recomenda-se a repicagem de acordo com a espécie: 
Eucalyptus spp - 3 a 4 cm de altura ou 2 a 3 pares de folhas, e no máximo 
35 dias após a semeadura; Pinus spp - deve ser realizada após a queda do 
tegumento das sementes e o aparecimento das primeiras acículas. Demais 
espécies: 2 a 3 pares de folhas, uma vez que a altura é muito variável 
entre as espécies. 
No entanto, na realização dessa operação deve-se atentar 
para molhar bem o canteiro antes de iniciar a operação; molhar bem as 
embalagens que irão receber as mudas; evitar dias de sol e com muito 
vento, ou se necessário, fazê-lo no início da manhã ou no fim da tarde; 
cobrir as mudas com um sombrite ou um ripado pelo período mínimo 
(dependendo da espécie) de dois dias.
153
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
Produção de mudas em recipientes
Neste procedimento, as sementes são depositadas diretamente 
nos recipientes plásticos (tubetes ou saquinhos). Esses recipientes são 
colocados em canteiros, os quais podem estar no mesmo nível do chão 
ou suspenso. No caso dos canteiros suspensos, estes são confeccionados a 
uma altura média de 0,90 m de altura. As embalagens são encanteiradas 
em bandejas (saquinhos) ou em telas (tubetes), onde os recipientes são 
encaixados. Normalmente, os canteiros possuem comprimentos menores e 
passeios mais largos do que os viveiros de raiz nua. Geralmente os passeios 
apresentam 0,6 a 0,8 m de largura. 
 A produção de mudas em recipientes se inicia com a preparação 
e enchimento dos recipientes, feitos manualmente e diretamente na 
embalagem plástica, com auxílio de pás ou, em caso de grande produção, 
com auxílio de máquina que auxilia a compactação do substrato no 
recipiente. A correta compactação do substrato no recipiente se faz 
necessária para evitar a presença de espaços com ar no substrato. Neste 
caso, “[...] a semeadura direta deve ser efetuada em substrato irrigado 
previamente, sendo feita a perfuração ou coveamento do substrato no 
recipiente” (SCREMIN-DIAS et al, 2006, p.26). Sobre este processo, Schorn 
(2003, p. 6) faz considerações afirmando:
Este método vem a cada dia ocupando maior espaço nas empresas 
florestais, especialmente na produção de mudas em grande 
escala. Isso em função das seguintes vantagens: redução do 
período para a produção de mudas; produz muda mais vigorosa; 
o substrato utilizado para encher os recipientes não é o do local 
do viveiro; menor perda de mudas por doenças; conseguem-se 
mudas com o sistema radicular de melhor conformação; menor 
custo em relação às mudas produzidas por repicagem. 
A melhor época para proceder a semeadura é na primavera, no 
entanto, em regiões em que o inverno não é muito rigoroso, a semeadura 
pode ser realizada no final do verão, com espécies resistentes a baixas 
temperaturas. Normalmente se recomenda semear duas sementes por 
recipiente e, caso as duas germinem, uma será repicada para a embalagem 
que não houve germinação.
Tipos de recipientes
O uso de recipientes na produção de mudas de inúmeras espécies 
vegetais vem crescendo a cada dia, e no caso das espécies florestais este 
aumento tem sido mais frequentes nas espécies Pinus e Eucalyptus. Isto 
154
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
vem ocorrendo em razão das vantagens apresentadas pelos recipientes, 
como bom controle da condição nutricional e obtenção de mudas com 
sistema radicular bem desenvolvido. Entre os vários tipos de recipientes 
utilizados, destacam-se o saco plástico e os tubetes.
 Sacos plásticos perfurados (15 cm x 6 cm, 18 cm x 8 cm, 20 
cm x 10 cm e similares) são também, ainda hoje, largamente utilizados 
na produção de mudas embaladas, muito embora esta não seja a forma 
mais vantajosa, tanto pelo aspecto técnico quanto pelo ponto de vista 
econômico. A produção em tubetes plásticos é sem dúvida a mais 
vantajosa, porque permite apurar a qualidade das plantas e obter agilidade 
e economia de recurso. Esses benefícios resultam de uma série de fatores 
como: permitir um melhor controle da zona de crescimento apical das 
raízes pelo orifício existente na base do frasco; maior resistência ao 
destorroamento do substrato quando no momento da retirada da muda 
do frasco; permite menor incidência de pragas de viveiro, em virtude 
dos frascos não ficarem em contato com o solo e sim acomodados sobre 
bandejas; facilidade de manuseio e possibilidade de reutilização dos 
frascos; e a rigidez dos frascos permite otimizar o transporte de mudas 
(CARVALHO, 2006). Porém, “[...] há vários outros tipos de recipientes onde 
a escolha do ideal a ser utilizado vai depender da espécie, das condições 
disponíveis do produtor e da produção esperada” (SCHORN, 2003, p.8). 
Produção de mudas florestais via assexuada
A reprodução assexuada das plantas consiste no desenvolvimento 
de uma nova planta envolvendo gema e formação de raízes adventícias. 
Para Floriano (2004, p. 1), 
[...] a capacidade de se regenerar integralmente, formando 
indivíduos completos, a partir de uma única célula ou de 
qualquer parte de tecido do próprio corpo com células vivas, 
chamada de totipotência, é a característica dos vegetais que 
permite a sua reprodução somática (reprodução assexuada ou 
vegetativa), baseada exclusivamente na mitose.
 
E, segundo Hartmann e Kerter (1975) apud Giacomett (1979, p. 1), 
[...] a reprodução vegetativa permite que toda a informação 
genética da planta-mãe seja transmitida à nova planta, graças à 
replicação do DNA. A reprodução vegetativa também é conhecida 
como clonagem, sendo utilizada para produzir indivíduos de 
alta produtividade e ciclo mais curto, mais resistentes às pragas 
e doenças e aos extremos ambientais (secas, geadas, ventos, 
etc.).
155
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
Macropropagação assexuada monoclonal 
Em que consiste a macropropagação assexuada monoclonal? Ela 
se constitui em um método de reprodução utilizando ramos, brotos, folhas 
ou raízes. Estes elementos são colocados em meio adequado para que 
uma nova planta completase forme. O método de propagação pode ser 
realizado de duas formas: estaquia e a mergulhia. Na estaquia o órgão é 
destacado antes de se formar a nova planta, enquanto que na mergulhia o 
órgão é destacado após a formação da nova planta. Para Floriano, 
Na estaquia, destaca-se uma secção de uma planta, seja parte de 
um ramo, folha ou raiz e, então, é induzido o desenvolvimento 
das raízes. Na mergulhia, a parte que irá constituir a nova planta 
é destacada após o enraizamento ter sido forçado (2004, p.2).
Além dessas duas formas de propagação, ainda existe uma 
terceira, que ocorre em embriões, provenientes de mitose, denominado 
de clonagem nucelar (FLORIANO, 2004).
Estaquia
É a técnica de reprodução vegetativa que apresenta maior 
simplicidade, rapidez e baixo custo, sendo muito importante na propagação 
vegetativa no meio florestal para produção de mudas. Para Rocha et al 
(2004, p. 74), esta técnica é importante pela produção de “[...] grande 
número de mudas [...] através do [...], uso de pequeno número de plantas 
matrizes, numa área reduzida, além da multiplicação de genótipos de 
interesse com grande uniformidade”. 
Na reprodução por estaquia distinguem-se quatro importantes 
fases: brotação, seguida da preparação da estaca e do meio de crescimento, 
enraizamento e finalmente aclimatação das mudas. Segundo Floriano 
(2004, p.2), “[...] as fases mais importantes são o enraizamento e a 
produção de brotos, porque limitam a possibilidade ou não e a quantidade 
de mudas a produzir”. Diante disso, plantas que apresentam dificuldade de 
enraizamento e rebrota devem ficar fora desse processo de propagação, 
pois, limitaria a quantidade de mudas a produzir, o que dificulta o uso em 
escala comercial.
Mergulhia
Ao processo descrito acima denominamos de processo de 
propagação vegetativa monoclonal. Como este processo se realiza? Mergulha-
se um ramo de uma planta no solo até que ele esteja completamente 
enraizado; depois, separamo-lo da planta mãe, transformando-o em uma 
Vamos Discutir 
No Fórum 
Os Principais 
Entraves Para 
A Produção 
De Mudas De 
Qualidade Em 
Nossa Região.
156
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
muda. Segundo Simão (1998) apud Floriano (2004, p. 9), esse processo se 
constitui em “[...] método de propagação vegetativa que apresenta a mais 
alta porcentagem de enraizamento, embora seja de baixo rendimento”. 
Sobre esta questão, Floriano (2004, p. 9) coloca que: “[...] A mergulhia 
tanto pode ser realizada curvando-se o ramo até o solo como pelo 
envolvimento de um ramo com solo, sendo neste caso denominada de 
alporquia ou mergulhia aérea”.
Substratos utilizados em viveiros florestais
A principal função do substrato é sustentar a planta e fornecer-
lhe nutrientes, água e oxigênio. Este é composto passa por três fases: 
sólida - constituída de partículas minerais e orgânicas; líquida - formada 
pela água, na qual se encontram os nutrientes, sendo chamada de solução 
do solo; gasosa - constituída pelo ar, a atmosfera do substrato. Assim, 
o substrato pode ser constituído de qualquer material, ou mistura de 
materiais, que reúnam várias características desejáveis e necessárias para 
o desenvolvimento eficiente das mudas. Entre essas características está a 
retenção equilibrada de água, boa drenagem, aeração e leveza. Um bom 
substrato deve ter boa capacidade de arejamento para o crescimento e 
desenvolvimento do sistema radicular das plantas, sendo que a textura 
deste deve facilitar a livre passagem de água, de modo a permitir a entrada 
de oxigênio pela superfície da raiz e a saída de água e gás carbônico. Além 
disso,
[...] o substrato deve ter um nível médio de fertilidade, 
apresentar homogeneidade, capacidade de absorção de água 
e nutrientes, facilidade de manuseio, ser de fácil aquisição e 
não deve conter patógenos e substâncias tóxicas às plântulas 
(SCREMIN-DIAS et al, 2006, p.21).
Diversos materiais orgânicos e inorgânicos têm sido utilizados 
para a formulação de substratos, para a produção de mudas; no entanto, 
há necessidade de padronização dos mais apropriados para cada espécie, 
devendo o produtor optar por aquele que seja mais viável tanto do ponto 
de vista agronômico quanto econômico.
Como opções de materiais para serem utilizados como substratos 
são citados: casca de arroz, serragem, areia, compostagem, terra de 
subsolo, vermiculita, entre outras. De modo geral, o ideal é que tenha um 
substrato leve para um bom crescimento do sistema radicular, capaz de 
reter água, com boa estabilidade e agregação das partículas, além de boas 
características quanto à porosidade e granulometria. 
 Como sugestão há os substratos constituídos à base de húmus 
157
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
de minhoca, aditivado com os componentes nas seguintes proporções: 
casca de arroz carbonizada 30%; húmus de minhoca 60 %; terra 03 % e 
areia 07%. Segundo Scremin-Dias et al,
Após o preparo dos componentes do substrato nas proporções 
descritas acima adicionar os fertilizantes conforme se 
segue: calcário 250g/m3; superfosfato simples 1,5 kg/m3; 
sulfato de amônia 300 g/m3 e cloreto de potássio 120 g/m3; 
micronutrientes (FTE BR 9 ou FTE BR 12) 150 g/m3. (2006, p. 
22).
Outra formulação de substrato utilizada consiste de uma 
mistura contendo aproximadamente 65% de terra preta peneirada, 15% 
de esterco curtido, 15% de serragem curtida e 5% de fosfato natural, 
podendo ser este último substituído por N-P-K numa proporção menor 
(2-3% da mistura) (CARVALHO, 2006). A turfa, material encontrado em 
solos gleizados, formada de restos orgânicos parcialmente decompostos 
e associados a formas inorgânicas, é muito boa para componentes de 
substrato por apresentar elevados teores de nutrientes, podendo ocupar 
até 40% da mistura. Segundo Macedo (1993) apud Schorn e Formento, 
(2003, p.22), no que se refere aos substratos, coloca que “[...] o mais 
usado é terra de subsolo (70%) mais composto orgânico ou esterco curtido 
(30%), no caso de se usar sacos plásticos”. No caso de se usar tubetes, 
os tipos de substratos mais recomendáveis são os seguintes: vermiculita 
(30%), mais terra de subsolo (10%), mais matéria orgânica (60%); terra de 
subsolo (40%), mais areia (40%), mais esterco curtido (20%); vermiculita 
(40%), mais terra de subsolo (20%), mais casca de arroz calcinado (40%). 
Como pode ser observada, a formulação do substrato utilizado 
em viveiros florestais é variável conforme critério do silvicultor. No 
geral, quanto às características químicas de um substrato, o mesmo deve 
apresentar pH em H2O = 6,0 a 6,5; fósforo = 300 a 600 g/cm3; potássio 
(níveis de K/T x 100) = 5 a 8%; cálcio + magnésio (níveis de Ca+Mg/T x 
Adubações em viveiros florestais
As recomendações de adubações são dependentes das espécies 
e do tipo de recipiente utilizado conforme Valeri e Corrandini (2000) apud 
Schorn e Formento (2003).
Pinus e Eucalyptus (em sacos plásticos)
Fertilização de base: (para cada m3 de terra de subsolo): 500 g 
de calcário dolomítico; 150 g de N; 700 g de P2O5; 100 g de K2O; 200 g de 
fritas. Rendimento: 4800 sacos de 250 g de capacidade. 
 Fertilização de cobertura: (para cada m3 de subsolo) 100 g de 
N; 100 g de K2O em 3 a 4 vezes. 
158
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
Recomendações: as aplicações devem ser feitas no final da tarde 
ou ao amanhecer, seguidas de irrigações leves, para diluir ou remover 
os resíduos de adubo que ficam depositados sobre as folhas. A primeira 
adubação é feita 30 dias após a emergência das plântulas, sendo que as 
demais são realizadas em intervalos de 7 a 10 dias. Na fase de rustificação, 
de 15 a 30 dias antes da expedição, suspendem-se as fertilizações 
nitrogenadas. Apenas o K deve ser aplicado no início da fase de rustificação; 
isto porque este nutriente regula a abertura estomática, evitando perdas 
excessivas de umidade, além de promover o engrossamento do caule. 
Pinus e Eucalyptus (tubetes de polipropileno)
Fertilização de base: (porcada m3 de substrato): 150 g de N; 
300 g de P2O5; 100 g de K2O; 150 g de fritas. Rendimento: 20000 tubetes 
com capacidade de 50 cm3
Fertilização de cobertura: Dissolver 1 kg de sulfato de amônio 
e/ou 300 g de cloreto de potássio em 100 l de água. Regar 10000 tubetes a 
cada 7 a 10 dias de intervalo. As irrigações devem ser intercaladas ora com 
N e K ora apenas com N. Shorn e Formento (2003, p. 25), para fertilização 
de cobertura, apresentam algumas recomendações
[...] na fertilização de base, não aplicar calcário, pois, como os 
níveis de pH, Ca e Mg nestes substratos são altos, estes acabam 
acarretando deficiência de micronutrientes pela elevação do 
pH. A aplicação da fertilização de cobertura deve ser efetuada 
até que a muda atinja um tamanho desejado (25 – 30 cm). Na 
fase de rustificação, 15 a 30 dias antes da expedição, devem 
ser suspensas as fertilizações nitrogenadas. Aplicar de forma 
semelhante à utilizada para sacos plásticos.
Espécies nativas (mudas em sacos plásticos)
Devido aos níveis de Ca e Mg nas terras de subsolo (utilizados na 
produção do substrato) serem baixos, recomenda-se a calagem, conforme 
análise química do solo.
 Fertilização de base: (por m3 de substrato): 150 g de N (sulfato 
de amônio); 700 g de P2O5 (superfosfato simples); 100 g de K2O (cloreto 
de potássio); 200 g de fritas.
 Fertilização de cobertura: 200 g de N (sulfato de amônio); 150 
g de K2O (cloreto de potássio). Shorn e Formento (2003, p. 26), para 
fertilização de cobertura, colocam as seguintes recomendações:
[...] a fertilização de cobertura deve ser iniciada aos 30 dias 
após a emergência das plântulas, e repetida a intervalos 7 a 
10 dias para espécies de rápido crescimento e, de 30 a 45 dias 
para espécies de crescimento lento; as aplicações deverão 
159
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
ser feitas no início da manhã ou ao final da tarde, seguidas 
de leves irrigações, com a função de remover os resíduos de 
fertilizantes que ficam depositados sobre as folhas; intercalar a 
aplicação de N e K, sendo uma com N e K, e outra apenas com 
N; na fase de rustificação, que dura de 15 a 30 dias, reduzir as 
regas e suspender a aplicação de fertilizantes com N, devendo-
se aplicar apenas K no início da fase. Este procedimento vai 
promover o balanço interno dos tecidos, principalmente 
nas folhas, regulando a perda de água, além de promover o 
engrossamento do caule.
Espécies nativas (mudas em tubetes de polipropileno)
Em relação à calagem, as recomendações são as mesmas 
para a produção de mudas de Pinus e Eucalyptus no recipiente tubo de 
polipropileno.
Fertilização de base: (por m3 de substrato): 150 g de N (sulfato 
de amônio); 300 g de P2O5 (superfosfato simples); 100 g de K2O (cloreto 
de potássio); 150 g de fritas. Fertilização de cobertura: 200 g de N (sulfato 
de amônio); 150 g de K2O (cloreto de potássio). 
Recomendações: são as mesmas para a produção de mudas em 
sacos 
Irrigação em viveiros florestais
O processo de irrigação acompanha toda a linha de produção, 
desde as atividades desenvolvidas com sementes (em sementeiras ou 
tubetes), até o ponto de expedição das mudas. Esta atividade é essencial 
a toda dinâmica do viveiro, pois estabelece importantes e decisivas 
correlações que determinam os principais critérios para se avaliar as 
condições de desenvolvimento a que devem ser submetidas as mudas. 
Antes da definição do sistema de irrigação a ser adotado, a 
análise criteriosa dos recursos hídricos que atenderão a irrigação deve 
ser realizada. Entre os aspectos analisados, a incidência de material 
particulado, a presença de substâncias químicas que podem provocar 
danos às mudas, as condições de pH e condutividade elétrica devem ser 
considerados como fatores importantes no processo de irrigação. Além 
disso, deve-se considerar que os diferentes estágios de desenvolvimento 
das plântulas exigem condições de manejo distintas quanto à irrigação. 
No caso de sementeiras, devem-se evitar regas excessivas, dado 
que a umidade favorece enfermidades provocadas por fungos, como, evitar, 
também, a irrigação com sol a pino, sendo a melhor hora para a rega o final 
da tarde. No caso da produção de mudas em tubetes, esta é uma das etapas 
que requer maior atenção. As mudas devem ser irrigadas quantas vezes 
forem necessárias no dia, preferencialmente através de microaspersores, 
160
Sivicultura tropical
Unidade 2
 Produção de mudas
procurando manter o substrato sempre úmido, sem encharcar. Irrigações 
ou chuvas excessivas podem provocar o aparecimento de doenças e a 
lixiviação dos fertilizantes contidos no substrato, requerendo frequentes 
reposições de nutrientes por adubações em cobertura. Por outro lado, 
para Davide e Silva (2008, p.114), as 
[...] mudas produzidas em tubetes sofrem constantes perdas 
de água por causa da maior ventilação, tanto em cima, quanto 
embaixo do recipiente, proporcionadas pela maneira como os 
tubetes ficam dispostos em bandejas suspensas, fazendo com 
que se aumente a frequência de irrigação nos dias quentes e 
com maior incidência de ventos.
No entanto, a irrigação excessiva poderá provocar o aparecimento 
de mudas tenras e suculentas, embora possa ocorrer a lixiviação dos 
nutrientes do substrato, tornando-as mais propensas ao aparecimento de 
fungos e doenças.
Outro cuidado que deve ser tomado quanto à irrigação das 
mudas diz respeito ao momento em que as mudas vão para o canteiro de 
rustificação, período no qual se deve reduzir a irrigação, adaptando assim 
as condições ambientais que as mesmas venham a encontrar em campo. 
No que concerne ao sistema de irrigação, os três tipos a seguir 
são os mais comuns: 
Nebulizador - há vários modelos, o mais comum consiste de 
uma mangueira plástica própria para irrigação suspensa a 100 - 120 cm de 
altura no sentido longitudinal de cada canteiro de forma a abranger toda 
sua extensão. Quando em funcionamento, o sistema produz vapor d’água 
em abundância reduzindo os danos causados pelo gotejamento excessivo. 
É um sistema que apresenta bom equilíbrio na relação custo x eficiência.
Aspersão: contempla o uso de aspersores fixados numa altura 
próxima de 1 metro do chão. Apesar de muito eficiente, o aspersor tem 
o custo aquisitivo elevado, tornando-o mais dispendioso dos três métodos 
de irrigação.
Regador: Irrigação manual com uma ponteira de regador 
conectada a uma mangueira de água. O baixo custo de implantação é 
o maior atrativo; no entanto, o fato de necessitar de mão-de-obra para 
mover o sistema por entre os canteiros torna a prática custosa nos grandes 
viveiros florestais (CARVALHO, 2006). No geral, a escolha do método é 
influenciada pela disponibilidade de água, tamanho do viveiro e poder 
Em grupos de cinco 
alunos, façam 
uma pesquisa com 
proprietários de 
serrarias, sobre as 
principais espécies 
de importância 
econômica 
exploradas no seu 
município. Em 
seguida, redija 
(individualmente) 
relatório com os 
principais cuidados 
para produção 
de mudas dessas 
espécies e poste 
no ambiente (2 
páginas).
161
Sivicultura tropical
Unidade 3 
Implantação e 
condução de 
povoamentos 
florestais
Aclimatação de mudas 
Esse processo é conhecido também por rustificação, ou 
endurecimento, e consiste na diminuição do número de irrigações e/ou da 
quantidade de água aplicada em cada irrigação, tendo como consequência 
um aumento na capacidade de estabelecimento das mudas no campo. De 
modo geral, “[...] as mudas devem passar pelo processo de aclimatação 
cerca de 15 dias antes de serem plantadas” (DAVIDE; SILVA, 2008, p.116). 
Mudas submetidas ao estresse podem apresentar vantagens ou 
desvantagens do ponto de vista de estabelecimento em campo: aspectos 
positivos ocorrem quando a rustificação é realizada dentro de padrões 
adequados, ocorrendo o acúmulo de carbono nas raízes em relação à parte 
aérea e a regulação osmótica, o que irá resultar em melhor “pegamento” 
das mudas de forma mais rápida. Por outro lado, esse processo pode ser

Outros materiais