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C) SILVICULTURA TROPICAL AUTOR JOSÉ ZILTON LOPES SANTOS 129 Sivicultura tropical IntroduçãoIntrodução Silvicultura é uma disciplina profissionalizante que tem por objetivo capacitar o estudante quanto aos domínios de métodos e de um conjunto de técnicas para manipular um sistema dominado por árvores e seus produtos, com intuito de atender às necessidades da sociedade, e de forma economicamente rentável. Dessa forma, será mostrado como criar e manejar povoamentos florestais de máxima produtividade, para satisfazer as necessidades do mercado, levando em conta a harmonia que se deve ter em relação às condições ecológicas; portanto, faremos considerações sobre todas as fases da produção florestal e o uso dos recursos naturais com base nos conceitos de sustentabilidade econômica, social e ecológica. Como apresentaremos o conteúdo descrito? Na primeira unidade, iremos estudar alguns aspectos relacionados ao manejo de sementes florestais, tais como: procedimentos de coleta de sementes; beneficiamento de sementes; tipos de análises de sementes; métodos de armazenamento de sementes; germinação e tipos de dormência de sementes; e métodos para superação da dormência de sementes. Na segunda unidade, iremos estudar aspectos relacionados à produção de mudas de espécies florestais: tipos e locais de instalação dos viveiros florestais, tipos de mudas e tipos de recipientes; produção de muda via assexuada; principais substratos utilizados na produção de mudas, adubações de substratos; tipos de irrigação utilizada em viveiros e aclimatação das mudas. Na terceira unidade, iremos estudar os processos ligados à implantação e condução de povoamentos florestais: planejamento para implantação de povoamentos florestais; tipos de plantios e replantio; fertilização do solo; tipos de tratos culturais e técnicas de regeneração florestal. Na quarta unidade, iremos estudar aspectos relacionados aos tipos de povoamentos florestais: povoamentos puros e mistos; sistemas agroflorestais; princípios dos sistemas agroflorestais; caracterização dos sistemas agroflorestais; vantagens e desvantagens dos sistemas agroflorestais; caracterização dos sistemas agroflorestais; tipos de sistemas silviagrícolas; sistemas silvipastoris; sistemas agrosilvipastoris; uso dos sistemas agroflorestal na recuperação florestal. Diante disso, este caderno, embora apresente um conteúdo resumido relacionado à Silvicultura, foi elaborado com o intuito de auxiliar os acadêmicos do curso de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas em assuntos relacionados à instalação de viveiros e produção 130 Sivicultura tropical de mudas e do plantio e cultivo de diferentes espécies florestais. Com isto, esperamos que o aluno possa realizar explorações florestais de forma econômica e ambientalmente correta. Palavras do professor autor Prezados estudantes, Silvicultura é uma ciência que se ocupa com a obtenção de conhecimentos relativos ao estudo de métodos naturais e artificiais para regenerar e melhorar os povoamentos florestais. Esses métodos visam não só satisfazer as necessidades do mercado, mas mostrar da necessidade que o homem tem que ter para com as questões ecológicas e sociais, e, com isto, espera-se que a partir desse curso as florestas sejam encaradas não só pelos seus benefícios diretos, como sítio de produtos úteis ao homem, onde poderão ser encontrados elementos, como madeira, óleos essenciais, resinas, plantas medicinais, frutos e mel, mas por apresentarem oportunidades para a sobrevivência do homem, tais como serviços (proteção, lazer, bem estar). Com isto, não se esqueçam que as florestas são de vital importância para a conservação dos recursos naturais, e, por conseguinte, para a sustentabilidade do meio ambiente, pois conseguem fazer com que as mudanças climáticas sejam mais regulares, melhoram os ambientes urbanos, promovem a produtividade do terreno e protegem recursos marítimos e litorâneos. Dessa forma, aquilo que antes era visto apenas como floresta passará a ser encarado como um farto recurso natural. No entanto, vocês verão também que para fazer uso deste recurso natural é necessária a obtenção de conhecimentos relativos ao clima, à espécie ou material genético explorado, à produção de mudas, ao preparo do solo, aos tratos culturais e silviculturais como à colheita planejada. Diante disso, é necessário que se dediquem ao estudo dos conteúdos que serão apresentados neste caderno nos demais conteúdos que serão fornecidos, de forma complementar (no ambiente virtual), a partir dos quais será possível enxergar as florestas como objeto que pode/ poderá ser tratado como elemento importante para desenvolvimento ecológico, científico, econômico e social. Portanto, sejam bem vindos. José Zilton Lopes Santos Palavra do professor autor 131 Sivicultura tropical Orientações para estudo Como sugestões para o estudo, colocamos o fato de que é necessário investir um tempo considerável para fazer uma boa leitura deste material impresso, uma vez que tempo + leitura = compreensão. No entanto, é necessário ter em mente que este material não contempla todo o assunto relacionado à Silvicultura, sendo necessária a leitura de textos complementares que serão deixados no Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem (AVEA). Além disso, busque outros materiais como livros e textos em sites da internet, desde que os mesmos sejam de autores confiáveis, como os profissionais ligados a instituições de pesquisas, por exemplo: Embrapa e Universidades. Não acumulem dúvidas, procurem sempre os tutores e professores, para que os mesmos possam ajudá-los na compreensão dos conteúdos que serão apresentados. Após o domínio dos conteúdos de cada unidade vá ao ambiente e procure as atividades que deverão ser realizadas. Bom estudo! Ementa Método e coleta de sementes, beneficiamento, regras para ensaios de sementes, germinação, dormência, vigor e armazenamento, produção de mudas, sementeira, repicagem, embalagem, sombreamento, tratos culturais, substrato e época de transplante para o campo, formação de condução de plantios, estrutura de floresta tropical, introdução aos sistemas silviculturais, sistema de regeneração natural e sistemas agroflorestais. Objetivos de ensino-aprendizagem 1. Realizar pesquisas relacionadas à Silvicultura com o objetivo de obter conhecimentos pertinentes a sementes, produção de mudas, plantio, condução, além de conhecer aspectos relacionados a sistemas florestais 2. Discutir em fóruns assuntos relacionados à Silvicultura; 3. Usar de forma sistematizada os princípios e conceitos dos mecanismos de regulação de controle do crescimento e de desenvolvimento de espécies florestais. 4. Desenvolver projetos silviculturais. Orientações para estudo Ementa Objetivos de ensino 132 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes Unidade 1 Silvicultura e sementes Síntese: Nesta unidade, serão enfatizados aspectos relacionados ao conceito e importância da Silvicultura, além de aspectos relativos à coleta de sementes como: análises das árvores matrizes; ponto de maturação fisiológica; e beneficiamento dos diferentes tipos de sementes. Além disso, serão enfocados, também, a avaliação da qualidade das sementes através da análise das mesmas e aspectos relativos à dormência das sementes. Conceitos e Importância na silvicultura O termo silvicultura provém do Latim: silva (floresta) e cultura (cultivo de árvores) (RIBEIRO et al, 2002, p. 4), e tem sido concebido como: [...] a arte ou a ciência de manipular um sistema dominado por árvores e seus produtos, com base no conhecimento das características ecológicas do sítio, com vista a alcançar o estado desejado, e de forma economicamente rentável (LOUMAN et al, 2001, p.10). Desde a época do Brasil Colônia, os ciclos econômicos foram todos baseados na destruição da cobertura florestal e na ausência de preocupação com o esgotamento desses recursos; pois,as densas florestas tropicais eram tidas aos olhos dos colonizadores e, mais tarde, dos proprietários de terras, como inesgotáveis. No entanto, é sabido que as florestas abrigam no seu seio os mais extraordinários recursos naturais como minérios e servem de abrigo à incontáveis espécies animais e vegetais, além de servirem como regulação do ciclo hidrológico e muitas vezes como ambiente de recreação, fato que tem contribuído para controvérsias sobre o melhor uso das áreas com florestas. Num extremo, existem os preservacionistas que defendem a intocabilidade da floresta, como um reservatório de biodiversidade e de pureza ambiental. Outros recomendam o manejo sustentável, como a melhor solução para a exploração racional de madeira e outras riquezas não-madeireiras da floresta. E, no outro extremo, estão os empreendedores que têm a floresta como elemento problemático para o desenvolvimento econômico. Diante disso, há que pensar muito nessas posições uma vez que a floresta se constitui em um patrimônio para nosso desenvolvimento, podendo o mesmo ser manejado de forma racional. Uma ponderação quanto ao uso dos recursos naturais pode ser alcançada com o novo conceito de desenvolvimento sustentável. Este 133 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes implica em se conseguir o maior benefício dos recursos físicos, biológicos e culturais de uma localidade, dentro de uma estratégia para aumentar a auto-suficiência local e nacional. Dentro desse novo conceito de uso da terra e dos recursos naturais, a agrossilvicultura surge como um novo paradigma do desenvolvimento sustentável. Ainda: a agrossilvicultura ou sistemas florestais surgem como alternativa concreta à degradação de recursos naturais e a sistemas agroflorestais (SAFs). Por meio de conhecimentos adquiridos em relação a eles, é possível proporcionar um manejo dos recursos naturais dinâmicos e ecológicos que, através da integração de árvores em pequenas propriedades, grandes fazendas e outros cenários podem diversificar e aumentar a produção, promovendo benefícios econômicos e sociais para os usuários dos recursos naturais. O principal objetivo dos sistemas agroflorestais (SAFs) é aperfeiçoar a produção por unidade de superfície, respeitando sempre o princípio de rendimento contínuo, principalmente através da conservação/ manutenção do potencial produtivo dos recursos naturais renováveis, como a conservação dos solos, dos recursos hídricos, da fauna e das florestas nativas. De um modo geral, os sistemas agroflorestais têm sido apontados como de grande relevância por contribuir para o desenvolvimento de comunidades rurais. No entanto, para que esse objetivo seja alcançado tanto em sistemas agroflorestais quanto em sistemas puros há necessidade de se obter conhecimentos, entre os quais aqueles sobre a produção de mudas. A produção de mudas florestais entre as atividades da silvicultura é uma das mais importantes, pois representa o início de uma cadeia de operações que visam o estabelecimento de florestas e povoamentos. Desta forma, “[...] o êxito na implantação e condução de povoamentos florestais está diretamente relacionados à qualidade das operações de viveiro e na produção de mudas” (SHORN E FORMENTO, 2003, p.4). Por outro lado, a busca por produção de mudas com melhor qualidade a um custo acessível é um desafio constante, exigindo profissionais como Engenheiros Florestais e outros profissionais das Ciências Agrárias, com boa capacitação. Diante dessa realidade, é possível praticar com os estudantes, professores e pesquisadores da área de Ciências Agrárias princípios relacionados à obtenção de sementes, produção de mudas, cultivo e exploração das florestas de maneira que haja equilíbrio tanto econômico quanto social, o que permitirá um bem estar social. O setor de sementes florestais nativas deve atender à crescente demanda que vem ocorrendo, principalmente nos últimos anos. Esta preocupação se dá em função do uso das sementes para a propagação em sistemas agroflorestais, reposição florestal, recuperação das reservas 134 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes legais, áreas de preservação permanente, e, principalmente, para formação de plantios florestais com a finalidade de produção comercial de madeira ou outros produtos. Tudo isto constituem em fatores que reforçam a necessidade da busca de um manejo adequado de sementes, desde a sua coleta até o seu uso, uma vez que as sementes sempre desempenharam um papel importante para a humanidade por garantir a sobrevivência das espécies e pelo uso em aspectos fundamentais para a qualidade de vida do homem e do ambiente. Coleta de sementes florestais Em relação à coleta de frutos e sementes, os processos desses podem ser realizados pelos próprios produtores de mudas, mas para tanto [...] bons resultados na colheita de sementes florestais se obtêm quando são observados fatores considerados indispensáveis ao bom desempenho da atividade, como: conhecimento da época de maturação; tipo de dispersão das sementes; condições climáticas; condições físicas do terreno; análise das características das árvores matrizes (SCHUMACHER et al, 2002, p.7). Além disso, há que se observar o conhecimento dos métodos e equipamentos. Árvores matrizes A princípio, pode-se colher sementes em qualquer árvore que esteja produzindo frutos; no entanto, é de grande importância o conhecimento da origem das sementes, uma vez que para cada população pode existir variações entre as árvores, com apresentação de diferentes características. De modo geral, “[...] as sementes devem ser coletadas de árvores chamadas matrizes, as quais devem apresentar características fenotípicas superiores às demais que estão ao seu redor” (HOPPE, 2004, p. 21). A identificação da espécie deve ser rigorosamente feita por um identificador experiente, para que não haja erros de indicação de espécies para determinada finalidade. No processo de coleta, as matrizes das diferentes espécies devem estar marcadas e georreferenciadas, de maneira que a equipe de coleta possa planejar seu trabalho diário sem ter que caminhar ao acaso à procura das matrizes (DAVIDE; SILVA, 2008). Entre as principais características fenotípicas que devem ser buscadas nas árvores matrizes estão: ter crescimento uniforme e boa produtividade; apresentar grande porte e pertencer à classe das maiores 135 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes árvores da floresta; possuir um tronco reto, cilíndrico e sem bifurcação; estar bem distribuída e com boa exposição ao sol para favorecer a produção de sementes; apresentar resistência natural a pragas e doenças e também aos agentes naturais como vento, geadas, e alta umidade, quando ocorrer excesso de chuvas; apresentar boa produção de sementes e estar com boa sanidade, livres de doenças, como fungos, e de parasitas, como a erva- de-passarinho (SCHUMACHER et al, 2002). Portanto, é importante que as matrizes agreguem o maior conjunto de propriedades desejáveis possíveis. As sementes provenientes de árvores defeituosas têm maior chance de originar mudas de pior qualidade, portanto, é bom evitar, sempre que possível, a coleta de sementes nessas árvores. Ao coletar sementes é importante atentar para o seu grau de maturação; para tanto, observar se há o desprendimento espontâneo das sementes ou se isso acontece ao leve toque no cacho. Um dos dois itens indica o ponto ótimo de colheita. Métodos de coleta de sementes A maneira de coletar as sementes depende da forma e altura das árvores e das características dos frutos. “[...] É importante, também, considerar a disponibilidade e habilidade do pessoal de coleta, além de conhecer as características dos frutos, o tipo de dispersão e as características da árvore matriz” (SCHUMACHER et al, 2002, p.9). Quanto ao aspecto de quando coletar, este está relacionado com a época correta de colheita que varia de espécie para espécie.Mas, algumas observações práticas proporcionam informações seguras quanto à época correta de executar a colheita, tais como: mudança de cor dos frutos; rigidez das sementes; atração pelos pássaros; peso específico dos cones. Não se recomenda o uso de material procedente das primeiras safras de plantas de frutificação precoce, quando se desconhece a origem da matriz, devido manifestar características hereditárias indesejáveis, como: baixa resistência a determinado organismo agressor; pouca produtividade; forte tendência à dicotomia; propensão à formação de caules tortuosos; entre outros. Em relação aos procedimentos de colheitas: podem-se colher os frutos nas árvores ou coletar no chão os frutos recém-caídos. Normalmente, o tipo de fruto e o tamanho das sementes são os elementos que vão determinar o método de colheita, mas é “[...] Importante lembrar que o material de diferentes tipos de coleta e frutos em diversos estágios de maturação deverá ser colhido separado e devidamente identificado” (LIMA JÚNIOR et al, 2010, p.25). Frutos que não se abrem naturalmente, como frutos carnosos grandes, podem ser colhidos na árvore ou coletar os que 136 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes já caíram, colocando-os em sacos separados. No entanto, se os frutos carnosos são pequenos, a colheita deve ser feita nas árvores, pois os frutos ao caírem se misturam com a vegetação, tornando difícil sua localização e coleta, bem como a contaminação e predação por outros organismos. Por outro lado, os frutos secos que se abrem naturalmente (deiscentes), se forem de sementes grandes, podem ser colhidos na árvore ou então colete as sementes dos frutos recém-caídos. Porém, no caso de frutos secos com sementes pequenas e/ou dispersas pelo vento, a obtenção das sementes só é possível através da colheita dos frutos nas árvores, ainda fechados, quando se observar que alguns frutos já começaram a abrir. De modo geral, [...] os frutos secos podem ser colhidos nas árvores ou coletados do chão, enquanto os alados são recomendáveis a colheita na árvore, com o auxílio de uma lona estendida no chão, sob a copa, em dias sem vento, já que o vento leva esses frutos para longe da árvore (SCHUMACHER et al, 2002, p.11; LIMA JÚNIOR et al, 2010, p.26). Sementes leves, facilmente dispersadas pelas forças da natureza, precisam ser colhidas na árvore com recursos de técnicas de escalagem e equipamentos apropriados (ganchos, cabos, cintos e podões), enquanto que as de características opostas podem ser apanhadas tanto na árvore como no solo sem demora. Quanto à coleta de sementes, para que a eficiência seja alcançada, é importante que o coletor carregue consigo equipamentos como cordas para escalar as árvores, podões, facão, tesoura e recipientes, para recolher os frutos ou as sementes coletadas. Também [...] é indispensável dispor de material de anotações para identificar a árvore matriz, o local, o proprietário da área, a quantidade de frutos ou sementes colhida e a data da coleta. Deve-se ainda lembrar que, ao escalar uma árvore (subir na árvore), é necessário ter o máximo de cuidado para evitar quedas, o que é muito frequente e perigoso. Assim, recomenda- se ao coletor que, antes de iniciar a atividade de colheita, amarre-se com segurança na copa (HOPPE, 2004, p. 29-30). Além disso, deve ser levada em conta a época ideal de coleta. Ela acontece quando as sementes atingem o ponto de maturidade fisiológica e apresentam o máximo acúmulo de matéria seca e máxima germinação onde normalmente as sementes são “desligadas” da planta mãe (DAVIDE E SILVA, 2008). Pesquisar na internet informações complementares sobre os principais métodos de coleta de sementes, apresentando os pós e os contras de cada método. Ao final da pesquisa, elabore um relatório de duas páginas e poste-o no ambiente. 137 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes Beneficiamento de sementes Qual o significado que se dá ao beneficiamento de sementes? Segundo Schumacher et al (2002, p. 12), “Beneficiamento é um conjunto de operações que se estendem desde a colheita até o armazenamento as quais visam retirar as impurezas das sementes, deixando-as puras para a semeadura e/ou comercialização”. Esse processo se torna necessário em função dos frutos/sementes os quais foram coletados no campo e por apresentarem diversos materiais indesejáveis, como restos de folhas, terra e fragmentos vegetais, sementes quebradas e chochas. Estes materiais devem ser eliminados antes que as sementes sejam semeadas ou comercializadas, sendo que, para a retirada desses materiais indesejáveis, é comum utilizar peneiras ou catação de forma manual, tanto das sementes quanto dos materiais estranhos. No caso específico das sementes de espécies florestais, o beneficiamento é essencialmente manual, devido ao grande número de espécies florestais e a diversidade das mesmas acarretar dificuldade para padronizar técnicas adequadas de beneficiamento para cada espécie. De modo geral, Após serem colhidos, os frutos e/ou as sementes deverão ser transportados em sacos ou em outros recipientes até o local de tratamento, onde serão submetidos a um processo de secagem para facilitar a abertura dos frutos e a liberação das sementes e também para reduzir o conteúdo de umidade até o teor adequado para seu armazenamento (SCHUMACHER et al, 2002, p.12). O processo mais utilizado é a secagem natural, utilizando, como fonte de calor, o sol, e, como ventilação, a movimentação natural do ar. Para isso, os frutos deverão ser colocados sobre lonas, terreiros cimentados, bandejas ou tablados em camadas de 5 a 20 cm, conforme a espécie. Durante a secagem, “[...] os frutos e as sementes devem ser periodicamente revolvidos para homogeneizar o calor em toda a expansão do lote”, de acordo com Lima Júnior et al (2010, p.34). Segundo este autor, “[...] quando os frutos se abrirem naturalmente e ocorrer mudança na coloração, eles devem ser retirados e colocados em pátio de secagem ou lonas para que completem a sua abertura, liberando as sementes”. O tempo de permanência, no processo de secagem ao sol, varia de acordo com as condições climáticas e com o conteúdo de umidade dos frutos e ou sementes. Segundo Schumacher et al (2002, p. 12) “Normalmente, em períodos ensolarados, esse tempo varia entre 3 a 5 dias, ou de 8 a 10 dias em períodos chuvosos”. 138 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes É importante salientar que, para espécies como canafístula, timbaúva, pau-ferro ornamental, açoita-cavalo e outras que são de difícil liberação das sementes, mesmo quando colocadas no sol, elas necessitam de instrumentos como a utilização de tesouras, alicates, martelos ou das próprias mãos, além de equipamentos mecânicos, como trilhadeiras, para separar as sementes dos frutos. Já os frutos secos, após serem colhidos, devem ser colocados à sombra para completar secagem por 2 a 5 dias. No caso de frutos carnosos, de vagens ou de bagas, a extração de sementes é necessária. De modo geral, o tipo de fruto influencia bastante na tomada de decisão sobre qual método de beneficiamento a utilizar. Dessa forma, os frutos carnosos podem ficar dentro d’água por um período de 12 a 24 horas. Depois, com o auxílio de uma peneira, os frutos são amassados, lavando-se as sementes que são retiradas, separadas dos restos do fruto e secadas, evitando assim o ataque de insetos e o desenvolvimento de fungos. Após a separação, as sementes deverão ser expostas ao sol ou à sombra, conforme já descrito, para que ocorra a perda da umidade até o ponto de armazenamento. Conforme Schumacher et al (2002, p.13), [...] em épocas de sol muito quente, que pode ocasionar um superaquecimento, a secagem deve ser realizada à sombra, aumentando em alguns dias o tempo de exposição dos frutos até a completa liberação das sementes e a adequada perda de umidade. Na prática, uma semente é consideradaseca quando externamente não apresentar sinal de umidade; contudo, o teor de umidade para o armazenamento deverá ser determinado em laboratório. Eliminação de impurezas A impureza é constituída por materiais inertes, além de sementes de espécies não desejadas que acompanhem as sementes que estão sendo tratadas. Portanto, há um processo o qual tem como principal finalidade separar as sementes das impurezas. Esta é uma etapa muito importante no beneficiamento das sementes, pois quanto menor for a quantidade de elementos chamados de impurezas, maior será a quantidade de sementes puras por quilograma. Segundo Schumacher et al (2002, p. 14), “Para aquelas espécies que produzem sementes aladas, como o cedro, é importante retirar as asas das mesmas para facilitar o trabalho de laboratório, e também o processo de armazenamento e semeadura”. Faça uma pesquisa sobre a importância de se estudar as sementes de espécies florestais. Depois, realize um relatório de duas páginas e poste-o no ambiente. 139 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes Análises de sementes florestais As sementes, uma vez colhidas e beneficiadas, necessitam da avaliação de suas qualidades, o que é realizado normalmente em laboratórios. Assim, quando as sementes estiverem limpas, retira-se uma amostra de cada lote e envia-se para análise. As sementes são submetidas a uma série de análises com a finalidade de conhecer suas qualidades físicas e fisiológicas, as quais são avaliadas através de vários testes que vão caracterizar os diferentes atributos das sementes. Segundo Hoppe (2004, p. 62), “A análise de sementes fornece dados que expressam a qualidade física e fisiológica do lote de sementes, para fins de semeadura e armazenamento”, tendo como principal finalidade oferecer aos interessados informações sobre a qualidade e as características dos lotes de sementes recebidas pelo laboratório, através da emissão de laudos que retratam a qualidade das sementes. Análise de pureza As amostras podem conter impurezas, como as sementes de outras espécies, partes de vegetais, pedaços de folhas e outros materiais. O objetivo da análise de pureza é determinar a composição por peso de amostra, no momento em que é analisada. Mapa (2009, p.92), quando faz considerações sobre a análise de pureza, coloca: São consideradas sementes puras todas as sementes e/ou unidades de dispersão pertencentes à espécie em exame, declarada pelo requerente, ou como sendo a predominante na amostra e deve incluir todas as variedades botânicas e cultivares da espécie. Além das sementes inteiras, maduras e não danificadas das espécies devem ser incluídas como puras as sementes as seguintes estruturas (mesmo que imaturas, de tamanho menor, enrugadas, infectadas ou germinadas, desde que elas possam ser identificadas definitivamente como sendo da espécie em análise). Por outro lado, unidades de dispersão de qualquer outra espécie de planta que não aquela da semente pura são classificadas como outras sementes. Enquanto que unidades de dispersão e todos os outros materiais e estruturas não definidas como semente pura ou outras sementes devem ser classificadas como material inerte. Pureza % = Peso das sementes puras x 100% /Peso total da amostra original, portanto, a análise de pureza mede a percentagem de cada componente (semente pura ou impurezas) em relação ao peso inicial da amostra. 140 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes Análise do conteúdo de umidade Tem a finalidade de determinar o teor de água das sementes, o que vai auxiliar na definição de seu armazenamento. Determina ainda se a semente deve sofrer uma maior perda de umidade através de exposição ao sol ou à sombra. Conhecendo essas informações será possível manejar corretamente as sementes utilizando (se for o caso) processos adequados para sua conservação por um maior período, uma vez que sementes com alto teor de umidade tendem a perder a viabilidade mais rapidamente se não forem condicionadas corretamente (SCHUMACHER et al, 2002), sendo que o conhecimento do teor de umidade inicial é fundamental para a escolha da temperatura e tempo de secagem das sementes. Assim, o teor de umidade de uma semente é fator de extrema importância para a manutenção de sua qualidade fisiológica. De modo geral, o armazenamento prolongado da maioria das sementes requer baixas umidades, propiciando a manutenção da sua viabilidade e vigor. Os métodos existentes para determinação da umidade podem ser classificados em: métodos diretos ou básicos e métodos indiretos ou práticos. Nos métodos diretos ou básicos, a água é retirada por aquecimento da amostra e medida por perda de peso, diretamente pelo volume de água condensada ou por processos químicos. O método mais utilizado no Brasil é o método da estufa a 105ºC por 24 horas; no entanto, pode-se usar 17 horas a 103ºC, ou estufa em 70ºC até o peso das sementes estabilizarem. Para determinar o percentual de umidade devem-se pesar as sementes para obter o peso inicial (Pi); após, devem-se mantê-las em estufa de acordo com o método escolhido. Após o tempo de secagem, devem ser pesadas novamente as sementes, obtendo-se então o peso da matéria seca da semente (PS). %U = Pi – PS. 100/Pi Onde: %U = umidade em percentual. Pi = Peso inicial. PS = Peso após secagem em estufa. Nos métodos indiretos, os resultados são obtidos com base em dois princípios: “[...] resistência à passagem da corrente elétrica oferecida pela semente em função de sua umidade e as propriedades dielétricas da matéria orgânica. Estes métodos são utilizados normalmente no campo, devido à rapidez de determinação” (HOPPE, 2004, p.81). 141 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes Análise de germinação A capacidade de germinar e produzir plântulas depende da qualidade das sementes e ela é avaliada pelos testes de germinação, o que vai conferir valores para a utilização da semente tanto em semeadura como em armazenamento ou em comercialização. Segundo Schumacher et al (2002, p. 19), As análises de germinação são realizadas com a finalidade de obter informações sobre a capacidade das sementes de produzir plantas normais sob as condições favoráveis de campo, e os resultados são expressos em percentagem que representa a sua capacidade de germinação. %G = (SG). 100/TS onde: %G = percentual de germinação. SG = número total de sementes germinadas. TS = número total de sementes. Análise de vigor com base na análise de germinação Vigor é a soma total das propriedades da semente que determinam o nível potencial de atividade e desempenho da semente ou lote de semente durante a germinação e emergência da plântula, favorecendo o estabelecimento rápido e uniforme de uma população inicial sob condições de campo desfavorável. Portanto, [...] o vigor é reconhecido como um parâmetro para a caracterização do potencial fisiológico das sementes, indicando os lotes com maior ou menor probabilidade de sucesso após a semeadura em campo ou durante o armazenamento, sob diferentes condições do ambiente (MARCOS FILHO, 2005, p.436). Vários procedimentos podem ser utilizados para detectar diferenças de vigor entre amostras de sementes em laboratório; no entanto, o uso desses testes sobre o desempenho das plantas em condição de campo (procedimentos) tem sido uma tarefa mais complexa. Os testes mais simples para determinação de vigor são os testes de análise de germinação. Segundo Vieira et al (2003) apud Marcos Filho (2009, p.103), os testes mais utilizados são: “[...] envelhecimento acelerado, tetrazólio, condutividade elétrica, crescimento de plântulas, classificação do vigor de plântulas, velocidade de germinação”. Estes 142 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes [...] testes baseiam-se no princípio de que sementes mais vigorosas germinarão mais rapidamente do que outras em condições inferiores. Com isso, mesmo sementes com igualgerminabilidade poderiam apresentar velocidades distintas de germinação em função do seu vigor (OLIVEIRA et al, 2009, p.479). Armazenamento de sementes O semeio, quando realizado imediatamente após a coleta da semente, permite o máximo aproveitamento evitando qualquer alteração de ordem degenerativa que possa comprometer o vigor do lote; isto porque o material apresenta no momento de sua colheita o mais alto grau de vitalidade devido ao estado de maturação fisiológica. Segundo Carvalho (2006, p.71), “[...] Após esse período, o que se verifica é uma redução constante na qualidade (fenômeno esse, denominado deterioração); esse processo ocorre mais rapidamente nas sementes que não possuem dormência”. No entanto, na maioria das vezes, não é possível utilizar as sementes imediatamente após a coleta. O armazenamento assume desta forma papel indispensável, pois preserva a qualidade do material, dando suporte para usá-lo no período mais adequado. Além da perda de vigor, a falta de cuidados na guarda das sementes resulta em desuniformidade no grau de emergência das mudas e crescimento inicial abaixo do padrão. O sucesso para se armazenar sementes, objetivando manter a qualidade fisiológica, depende da longevidade das sementes das espécies as quais estão sendo armazenadas. Além disso, a umidade das sementes e a temperatura do local onde elas estão sendo armazenadas interferem no processo (DAVIDE E SILVA, 2008). De modo geral, sementes de espécies que têm os embriões protegidos pela sua própria morfologia, pela sua casca dura, lisa, impermeável, ou com endosperma mais duro, permanecerão viáveis por um período maior. Levando-se em conta que as diferentes condições de armazenamento têm a finalidade de conservar a viabilidade inicial das sementes pelo maior período de tempo possível, as condições fundamentais para o armazenamento de sementes florestais são a umidade relativa e a temperatura do ambiente. Diante disso, o conhecimento do comportamento das sementes com relação aos limites tolerados de perda de água auxilia no correto armazenamento das diferentes espécies, mantendo a qualidade fisiológica das mesmas. Existem três categorias com relação ao comportamento das sementes no armazenamento e a tolerância das mesmas à dessecação: 143 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes - Semente de comportamento ortodoxo: as sementes toleram a secagem (3-5% de umidade), armazenamento a baixas temperaturas (- 20o C) e umidade relativa em torno de 45%, sem perder a viabilidade. Exemplos: baru, ipê e eucaliptos spp, entre outros. Na prática, o que se recomenda para o armazenamento de sementes ortodoxas é a secagem delas até 5 – 8% de umidade e armazenamento em câmara fria, com temperatura variando entre 5 a 8o C. - Semente de comportamento intermediário: elas toleram a secagem até certo ponto (10 – 12% de umidade) e perdem a viabilidade quando armazenadas a baixas temperaturas (- 20o C). Exemplo: genipapo. No caso dessas espécies têm-se obtido elevada porcentagem de germinação quando as sementes são secas até 10 – 12% de umidade e armazenadas em câmara fria, à temperatura de 5 – 10o C. - Semente de comportamento recalcitrante: são sementes que não toleram a secagem e armazenamento a baixas temperaturas. Quando submetidas a essas condições, perdem a viabilidade rapidamente. Exemplo: Ingá (Inga vera). Segundo Davide e Silva (2008, p.40), “Quanto ao armazenamento dessas espécies, o que se recomenda é coleta das sementes e beneficiamento imediato, seguido de semeadura em sementeira ou em sacos plásticos ou tubetes”. De modo geral, a grande maioria das sementes das espécies florestais se conserva em ambientes secos e a baixas temperaturas. Em relação às embalagens destinadas ao condicionamento das sementes, durante o período de armazenamento, as mesmas são classificadas de acordo com a sua permeabilidade ao vapor de água, em três categorias: 1) Embalagens porosas ou permeáveis: são as que permitem a troca de umidade entre as sementes e o ambiente. Essas embalagens são utilizadas para armazenamento em câmaras secas, em função das sementes apresentarem baixo teor de umidade. Exemplo: sacos de pano. 2) Embalagens semiporosas: também denominadas semipermeáveis ou resistentes à penetração de umidade, não impedem completamente a passagem de umidade, mas permitem menor troca de umidade do que as embalagens porosas. Como exemplo, pode-se citar os sacos plásticos transparentes comuns. 3) Embalagens impermeáveis: são as embalagens que não permitem a troca de umidade entre as sementes e o meio ambiente. São normalmente latas, plásticos de alta densidade e espessura, vidros e recipientes de alumínio. Segundo Schumacher et al (2002, p. 18), “[...] Com essas embalagens, podem-se armazenar sementes que exigem ambientes secos e baixa temperatura em câmaras frigoríficas ou geladeiras domiciliares”. 144 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes Germinação e dormência de sementes florestais Continuemos a fazer considerações sobre a germinação. Segundo Scremin-Dias et al (2006, p. 16), “A germinação ocorre quando o embrião, contido dentro de uma semente, começa a se desenvolver, rompendo a casca da mesma, dando origem a uma plântula”. Sobre o assunto, o mesmo autor acrescenta: Os eventos importantes da germinação iniciam-se com a embebição de água, processo físico que ocorre mesmo em sementes mortas. A ativação enzimática acontece logo em seguida, em parte devido à reativação de enzimas estocadas, formadas durante o processo de desenvolvimento do embrião, e em parte devido à síntese de novas enzimas, assim que a germinação se inicia. A primeira evidência da germinação é a emergência da radícula. Quando a plântula inicia a absorção de água e a fotossíntese, tornando-se independente dos tecidos de reserva, considera-se que o processo de germinação está terminado. Normalmente, para que o processo de germinação ocorra são necessárias algumas condições, como por exemplo, temperatura, luz, oxigênio e umidade ideal. A maioria das sementes de espécies florestais apresenta germinação bastante variável. No entanto, para sementes que não apresentam dificuldade de germinação, essas devem ser semeadas diretamente em sacos plásticos ou tubetes. Quando as sementes apresentam dormência (dificuldade de germinação, mesmo com em condições ambientais adequadas) de difícil superação, recomenda-se fazer a semeadura em sementeira, com posterior transplantio para tubetes e/ ou sacos plásticos logo que ocorra a emergência da plântula (germinação). Para as sementes que apresentam dormência, mas foram submetidas a tratamento para quebra dessa dormência (escarificação, tratamento com giberelinas etc), recomenda-se o plantio direto em sacos plásticos ou tubetes (DAVIDE E SILVA, 2008). Em geral, a maioria das sementes germina pouco tempo depois de atingir o solo, mas a quantidade de sementes que germina é inferior a aquela que atinge o solo. De acordo com Campbell (1996) apud Ribeiro et al (2002, p. 47) “[...] A germinação é mais intensa quanto maior for a quantidade de água disponível no solo, p.ex., depois de uma chuva intensa”. 145 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes Dormência de sementes A dormência de sementes pode ser definida como sendo um fenômeno pelos quais sementes de uma determinada espécie, mesmo estando viáveis e tendo condições ambientais favoráveis para germinarem, não germinam. Para Figlioli; Pinã-rodrigues (1995) apud Scremin-Dias et al (2006, p.16): A dormência é uma estratégia reprodutiva importante; está associada às plantas que se regeneram naturalmente a partir do banco de sementes do solo ou àquelas que precisam conservar seu potencial de germinação, até que condições favoráveis ocorram, sendo, portanto, um mecanismo natural que impede a germinação. Do ponto de vista da planta, a dormência é benéfica, pois, diminui a velocidade de germinação ea distribui no tempo (DAVIDE E SILVA, 2008). A dormência impede a germinação da semente em condições adversas; isto se da quando a plântula, após a emergência, tem dificuldades de se estabelecer e se tornar uma planta adulta. A dormência das sementes pode ser dividida em: - Dormência primária: característica da espécie, fenômeno geneticamente controlado. É induzida durante a maturação da semente (portanto, ocorre antes da dispersão da semente). - Dormência secundária: ocorre sob condições ambientais especiais. Normalmente é causada por altas e baixas temperaturas (portanto, ocorre após Tipos de dormência Dormência endógena 1) Dormência endógena fisiológica: é a dormência que ocorre em sementes de angiosperma, sendo o mais abundante tipo de dormência em condições de clima temperado. Geralmente esse tipo de dormência desaparece durante o beneficiamento e armazenamento em condições de baixa umidade. 2) Dormência endógena morfológica: é o tipo de dormência que ocorre em sementes com embrião pequeno (em termos de tamanho). Nessas sementes o embrião não está fisiologicamente dormente, ele apenas precisa de tempo para crescer e germinar. O uso de temperaturas abaixo de 15ºC, temperaturas alternadas e nitrato de potássio ou giberelina favorecem a germinação. 3) Dormência endógena morfofisiológica: é a combinação de dormência fisiológica e dormência morfológica. 146 Sivicultura tropical Unidade 1 Silvicultura e Sementes Dormência exógena 1) Dormência física: é causada pela impermeabilidade do tegumento à entrada de água. É encontrada principalmente nas espécies da família Fabaceae, Malvaceae, Convolvulaceae, Chenopodiaceae, Leguminosae, Cannaceae e Solanaceae. Esse tipo de dormência é potencializado por secagem em altas temperaturas as quais geralmente aumentam a dureza do tegumento. A quebra desta dormência pode ocorrer por várias maneiras, incluindo abrasão mecânico, alternância de temperatura, ataque por microorganismos, fogo e passagem pelo trato digestivo de animais. E segundo Albuquerque et al (2007, p.1716-17), Entre os métodos utilizados com sucesso para a superação da dormência de espécies florestais destacam-se a escarificação química, mecânica e a imersão em água quente. No entanto, a aplicação e a eficiência desses tratamentos dependem da intensidade da dormência, que é bastante variável entre espécies, procedências e anos de coleta. 2) Dormência química: deve-se à ocorrência de químicos no tegumento e/ou endosperma que podem inibir o crescimento do embrião ou o enfraquecimento das paredes celulares do endosperma. Nesse caso, dependendo da natureza do inibidor, a dormência pode ser superada pela lavagem das sementes em água corrente por períodos prolongados ou trocas repetidas da água durante a embebição das sementes. 3) Dormência mecânica: ocorre por causa de uma barreira à expansão do embrião e protusão da radícula provocada pelo endosperma da semente, mas este tipo de dormência pode ser superado utilizando-se dos processos indicados para a dormência física (DAVIDE E SILVA, 2008). Métodos de superação de dormência Existem vários métodos de superação ou quebra de dormência, cujos objetivos são: acelerar o processo; aumentar e uniformizar a germinação. Dentre os métodos mais utilizados para quebra de dormência estão: • escarificação mecânica; • método químico (tratamento por ácidos); • choque térmico. Escarificação mecânica: Para Scremin-Dias et al (2006, p.17), o [...] método é utilizado para amolecer ou romper parte do tegumento da semente. Pode ser feito por meio da raspagem 147 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas manual, utilizando lixas de várias texturas, ou com auxílio de um escarificador especializado. Também as sementes podem ser colocadas em máquinas semelhantes a betoneiras com areia grossa ou cascalho, que auxiliam na eliminação de parte do tegumento e facilita a entrada de água para desencadear o processo de germinação. A escarificação deve ser feita no momento que se pretende obter a germinação do lote de sementes. Método químico: Para Abuquerque et al (2007, p.1717), [...] um dos métodos comuns para se obter a quebra de dormência é o tratamento de imersão em ácido sulfúrico. Este tratamento resulta num aumento do índice de germinação para próximo de 100%. [...] “O uso do ácido sulfúrico é comum para a quebra da dormência tegumentar, no entanto a sua eficiência está relacionada com o tempo de exposição ao ácido e à espécie. Choque térmico: Para Scremin-Dias et al (2006, p.18), o choque térmico se constitui em: [...] embebição em água quente - este tratamento é recomendado para as espécies cujas sementes possuem o tegumento duro. Neste método, a água é aquecida até cerca de 90°C, e nela são mergulhadas as sementes, as quais deverão permanecer imersas por um tempo ideal, o qual varia, dependendo da espécie. Embebição em água fria: este método consiste em colocar o lote de sementes em água à temperatura ambiente, mantendo- as por cerca de 24 horas. O tempo de embebição varia conforme a permeabilidade da casca (tegumento). Após a embebição, as sementes, se necessário, podem ser estocadas a baixa temperatura (± 5°C), por algum tempo. Unidade 2 Produção de mudas Síntese: Nesta unidade será dada ênfase nos principais aspectos relacionados à estrutura básica das sementeiras e dos viveiros florestais, assim como fatores relacionados ao local de instalação dos mesmos. Além disso, serão abordados aspectos relativos ao preparo de substratos, tipos de mudas e tecnologia para produção dessas. Por fim, serão enfatizados os principais recipientes para a produção de mudas e os cuidados essenciais para que haja sucesso no transplantio das mudas. Escolha uma espécie florestal de importância no seu município e, em grupo de cinco estudantes, faça um teste de germinação com a mesma. Poste no ambiente um relatório (2 páginas) descrevendo e justificando os resultados encontrados. 148 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas O processo produtivo de mudas das essências florestais nativas deve ser embasado em parâmetros técnicos consistentes e bem elaborado. As mudas destinadas tanto ao plantio quanto à comercialização devem possuir excelente qualidade, resultando em produtos valorizados no mercado, sem problemas fitossanitários e que se estabeleçam rapidamente após o plantio (SCREMIN-DIAS et al, 2006). No entanto, em decorrência do grande número de espécies de interesse florestal no Brasil e do pouco avanço tecnológico do setor, os parâmetros técnicos ideais para a produção e comercialização das sementes e mudas florestais brasileiras são desconhecidos para a grande maioria das espécies. De modo geral, o principal destino das mudas produzidas visa atender aos processos de restauração ambiental ou o setor produtivo de madeira ou subproduto madeireiro. No entanto, há diferenças básicas nas características das mudas destinadas tanto a um processo quanto ao outro. Aspectos como as características das matrizes produtoras das sementes ou propágulos (por exemplo, estacas) devem ser considerados (aspectos abordados na unidade 1). Além disso, é importante considerar que toda pessoa física ou jurídica que exerça atividade de produção, beneficiamento, reembalagem, armazenamento, análise, comércio, importação ou exportação de semente ou muda, é obrigada a se inscrever no Registro Nacional de Sementes e Mudas – RENASEM, processo que pode ser feito junto à unidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA do seu Estado. Viveiros florestais Viveiros florestais são locais apropriados ao preparo das mudas antes de serem levadas ao campo, onde serão plantadas definitivamente. Os viveiros florestais podem ser classificados em temporários e permanentes, sendo os temporários caracterizados por serem geralmente instalados na própria área dos florestamentos ou nas proximidades. Apresentam-se como vantagens: a instalaçãoe o manejo são relativamente pouco onerosos, por eles serem utilizados somente por curtos períodos, dispensarem a adubação e não ficarem expostos aos riscos de pragas. Por outro lado, apresentam menores possibilidades de vigilância e controle, além do caráter provisório das instalações. Já os viveiros permanentes, são consideravelmente mais onerosos, tanto na instalação como na manutenção. No entanto, “[...] somente viveiros permanentes e bem equipados permitem assistência e controle ideais das mudas” (LAMPRECHT, 1990, p.173). Independente do tipo de viveiro a utilizar na atividade de produção de mudas, a estrutura e organização dos viveiros são 149 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas extremamente importante para obtenção de mudas de qualidade, produzindo plantas de espécies adequadas e em quantidade necessária à demanda, respeitando-se a época e o destino do plantio. Para isso, “[...] é extremamente importante planejar corretamente as instalações do viveiro, ter conhecimento suficiente das técnicas para operacionalizá-lo e administrá-lo, além de obter excelente qualidade em sua produção e com menor custo possível” (SCREMIN-DIAS et al, 2006, p.12). Definição do local de instalação do viveiro Ao planejar a instalação de um viveiro é extremamente importante observar os aspectos econômicos, climáticos, topográficos e logísticos do local escolhido. Dessa forma, torna-se bastante importante para o produtor de mudas ter em mente qual o objetivo e destino da sua produção. Caso o destino seja o mercado, é primordial o conhecimento da demanda e da oferta de mudas da região, bem como localizar o centro consumidor das espécies produzidas no viveiro. Com esse planejamento é possível otimizar os gastos com transporte da produção, minimizando as distâncias entre o centro produtor e consumidor das mudas, sendo importante considerar, também, a facilidade de obtenção de mão-de-obra na região de produção, pois isto determina o sucesso do empreendimento e o custo com pessoal. Em relação aos aspectos físicos da área, é importante considerar a declividade do terreno, que de preferência deve ser plano, para facilitar a implementação das técnicas. Além disso, considerar a disponibilidade de iluminação em grande parte do dia, apesar de que, a exigência da luminosidade está evidentemente em função da espécie manipulada, já que, para determinados tipos, a luz intensa dos ambientes abertos é benéfica tanto para a germinação da semente quanto para o crescimento da plântula. Ainda do ponto de vista da escolha da área para instalação de um viveiro, um fator que deve ser extremamente considerado é o suprimento de água de qualidade para a produção das mudas. Finalmente, o correto dimensionamento dos diferentes espaços do viveiro e a previsão de espaço para ampliação da produção são aspectos importantes a serem considerados antes da implantação do viveiro, vislumbrando-se investimentos futuros. Segundo Scremin-Dias et al (2006, p.13), “[...] do espaço disponível para implantação de um viveiro, na prática, somente 70% é de fato utilizado para a produção, sendo o restante, 30%, ocupado por corredores de circulação”. Uma instalação tradicional para produção das mudas de espécies arbóreas consiste basicamente de um ou mais canteiros para abrigar os recipientes de germinação com 80 - 90 cm de largura, moldados com Faça Uma Pesquisa Bibliografia (Livros, Textos E Internet) Sobre Normas Pra Produção De Mudas De Espécies Florestais. Ao Final, Escreva Relatório Com 150 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas tijolos, placas de cimento ou tábuas. O comprimento está em função do espaço físico disponível e quantidade de mudas que se pretende produzir. De maneira geral, ao planejar a construção de um viveiro, é importante considerar: o local de instalação que deve ser o mais próximo possível do local de plantio; este deve estar o mais próximo de uma fonte de água, deve evitar a construção do mesmo em lugares baixos, pois esses são propensos à formação de lama, sendo, por isso, inadequados. Lugares com fortes correntes de vento são inadequados, salvo se houver a construção de quebra vento artificial ou natural. Quanto à ambiência, deve haver espaço mínimo de 1 metro entre canteiros dispostos lado a lado, a fim de permitir o livre trânsito de pessoas. Além disso, “[...] na construção do viveiro devem ser reservados espaços, a fim de permitir acesso livre de máquinas às suas adjacências” (CARVALHO, 2006, p.60). Tipos de mudas A mais avançada tecnologia em termos de produção de mudas é a “micropropagação in vitro”, na qual a partir de fragmentos de um indivíduo de boa qualidade genética é possível obter milhares de mudas, sendo resguardadas aos descendentes todas as características da árvore original, o que lhes confere a condição de plantas geneticamente idênticas. Dessa forma se consegue otimizar tanto a produção de mudas quanto a de madeira, e lograr robustez frente aos organismos agressores quando se usam propagá-los geneticamente resistentes. Embora essa tecnologia venha sendo usada com sucesso há algum tempo na produção de Eucalyptus, pode-se dizer que ainda se encontra em fase embrionária no que concerne às árvores nativas e exóticas mais requisitadas para produção de matéria-prima, de maneira que, para serrados e laminados, a tradicional propagação por semente é até agora a forma mais utilizada na implantação dos povoamentos florestais. Sementeira: um dos componentes de um viveiro florestal é a sementeira; esta é essencialmente um canteiro para semeio direto, não havendo, portanto, recipientes para acomodação de sementes. Esta deve ser construída preferencialmente suspensa do chão, como forma de facilitar o manejo das plântulas e proporcionar controle sobre pragas de solos. Sendo que a altura média indicada é de 1,2 metros, enquanto a profundidade varia de 20 - 30 cm. No entanto, caso haja necessidade de maior profundidade para produção de raiz nua, essa deverá ser feita diretamente no chão. O uso da sementeira é cabível para testes de germinação, produção de mudas de raiz nua, quando do uso de sementes muito 151 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas pequenas ou do tipo que possui germinação irregular e para lotes de sementes com baixo poder germinativo (< 40%). A elevada resistência da planta ao transplante é a condição básica para o uso da sementeira, visto que em dado momento o material em curso de seu desenvolvimento é desenraizado e movido para o campo na condição de muda de raiz nua, ou assentado nas embalagens encanteiradas, no propósito de maturar para o plantio definitivo. Produção de mudas em sementeira Este método de produção é mais econômico que o processo tradicional das mudas embaladas, justamente por dispensar as embalagens e envolver menos mão-de-obra, mas poucas espécies possuem a resistência necessária para se obter êxito. Quanto ao aspecto econômico, [...] a produção em sementeira é mais vantajosa somente quando o material nela produzido segue direto para o campo na condição de muda de raiz nua, dispensando consequentemente os insumos inerentes às mudas embaladas e à mão de obra requerida no transplante das plântulas para as embalagens (CARVALHO, 2006, p.67). Isto nos leva a considerar o processo de semeadura. Sobre esta questão Schorn (2003, p.2) coloca: [...] O processo de semeadura em sementeiras já foi a prática mais utilizada para a produção de mudas florestais, devido a grande oferta de mão-de-obra, e dos projetos de reflorestamento que na sua maioria não apresentavam grandes dimensões. Hoje este processo ainda é utilizado para espécies que levam muito tempo para germinar, espécies que apresentam germinação desuniforme ou que possuem sementes muito pequenas. A cultura de mudas de semeadura realiza-se geralmente em canteiros, preparados da forma habitual, sendo utilizada semeadura em sulcos para espécies como Pinus,Cedrela, Bombacopsis, entre outras; para sementes muito pequenas, a semeadura a lanço (Eucalyptus spp.), e, para sementes maiores, a semeadura por introdução individual dessas no substrato (ex. Juglans, Tectona, Araucaria). Em relação aos sulcos, a distância entre esses deve se situar entre 10 e 20 cm e a largura dos sulcos pode variar de 5 a 10 cm, já a profundidade deve ser igual à espessura 152 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas da semente ou equivalente ao dobro da espessura (LAMPRECHT, 1990). No caso de construção de sementeiras diretamente no chão, as dimensões variam em média de 1,0 a 1,2 m de largura, 10,0 a 15,0 cm de altura e comprimento variável, dependendo da produção estimada. Quanto à quantidade de sementes necessária por metro corrido, esta varia fortemente de acordo com o tamanho ou peso da semente e com o porcentual de germinação. No entanto, a quantidade total de sementes necessárias, para produção de um determinado número de muda, pode ser obtida utilizando a seguinte fórmula: Q = [N/(nxp)] x 100, onde: Q = quantidade necessária de sementes em kg. N = Numero de plantas pretendidas. n = Número de sementes por kg. p = porcentagem de mudas germinadas. No entanto, considerando as perdas que ocorrem entre a semeadura e o plantio, é aconselhável uma elevação de 20 a 40% na quantidade de Produção de mudas repicadas O processo de transplante das mudas das sementeiras para as embalagens (tubetes ou sacos plásticos) denomina-se repicagem. Esta atividade tem o propósito de tornar o lote homogêneo e complementar à semeadura indireta. Quanto à época para a realização da repicagem, isto difere de espécie para espécie e depende da época da semeadura, da rapidez do crescimento da planta e das condições meteorológicas. Em geral, quando as plântulas atingem o estádio de dois pares de folhas (SCREMIN-DIAS et al, 2006) ou quando alcançarem uma altura de 4 a 5 cm (LAMPRECHT, 1990; SCHORN, 2003) recomenda-se a repicagem de acordo com a espécie: Eucalyptus spp - 3 a 4 cm de altura ou 2 a 3 pares de folhas, e no máximo 35 dias após a semeadura; Pinus spp - deve ser realizada após a queda do tegumento das sementes e o aparecimento das primeiras acículas. Demais espécies: 2 a 3 pares de folhas, uma vez que a altura é muito variável entre as espécies. No entanto, na realização dessa operação deve-se atentar para molhar bem o canteiro antes de iniciar a operação; molhar bem as embalagens que irão receber as mudas; evitar dias de sol e com muito vento, ou se necessário, fazê-lo no início da manhã ou no fim da tarde; cobrir as mudas com um sombrite ou um ripado pelo período mínimo (dependendo da espécie) de dois dias. 153 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas Produção de mudas em recipientes Neste procedimento, as sementes são depositadas diretamente nos recipientes plásticos (tubetes ou saquinhos). Esses recipientes são colocados em canteiros, os quais podem estar no mesmo nível do chão ou suspenso. No caso dos canteiros suspensos, estes são confeccionados a uma altura média de 0,90 m de altura. As embalagens são encanteiradas em bandejas (saquinhos) ou em telas (tubetes), onde os recipientes são encaixados. Normalmente, os canteiros possuem comprimentos menores e passeios mais largos do que os viveiros de raiz nua. Geralmente os passeios apresentam 0,6 a 0,8 m de largura. A produção de mudas em recipientes se inicia com a preparação e enchimento dos recipientes, feitos manualmente e diretamente na embalagem plástica, com auxílio de pás ou, em caso de grande produção, com auxílio de máquina que auxilia a compactação do substrato no recipiente. A correta compactação do substrato no recipiente se faz necessária para evitar a presença de espaços com ar no substrato. Neste caso, “[...] a semeadura direta deve ser efetuada em substrato irrigado previamente, sendo feita a perfuração ou coveamento do substrato no recipiente” (SCREMIN-DIAS et al, 2006, p.26). Sobre este processo, Schorn (2003, p. 6) faz considerações afirmando: Este método vem a cada dia ocupando maior espaço nas empresas florestais, especialmente na produção de mudas em grande escala. Isso em função das seguintes vantagens: redução do período para a produção de mudas; produz muda mais vigorosa; o substrato utilizado para encher os recipientes não é o do local do viveiro; menor perda de mudas por doenças; conseguem-se mudas com o sistema radicular de melhor conformação; menor custo em relação às mudas produzidas por repicagem. A melhor época para proceder a semeadura é na primavera, no entanto, em regiões em que o inverno não é muito rigoroso, a semeadura pode ser realizada no final do verão, com espécies resistentes a baixas temperaturas. Normalmente se recomenda semear duas sementes por recipiente e, caso as duas germinem, uma será repicada para a embalagem que não houve germinação. Tipos de recipientes O uso de recipientes na produção de mudas de inúmeras espécies vegetais vem crescendo a cada dia, e no caso das espécies florestais este aumento tem sido mais frequentes nas espécies Pinus e Eucalyptus. Isto 154 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas vem ocorrendo em razão das vantagens apresentadas pelos recipientes, como bom controle da condição nutricional e obtenção de mudas com sistema radicular bem desenvolvido. Entre os vários tipos de recipientes utilizados, destacam-se o saco plástico e os tubetes. Sacos plásticos perfurados (15 cm x 6 cm, 18 cm x 8 cm, 20 cm x 10 cm e similares) são também, ainda hoje, largamente utilizados na produção de mudas embaladas, muito embora esta não seja a forma mais vantajosa, tanto pelo aspecto técnico quanto pelo ponto de vista econômico. A produção em tubetes plásticos é sem dúvida a mais vantajosa, porque permite apurar a qualidade das plantas e obter agilidade e economia de recurso. Esses benefícios resultam de uma série de fatores como: permitir um melhor controle da zona de crescimento apical das raízes pelo orifício existente na base do frasco; maior resistência ao destorroamento do substrato quando no momento da retirada da muda do frasco; permite menor incidência de pragas de viveiro, em virtude dos frascos não ficarem em contato com o solo e sim acomodados sobre bandejas; facilidade de manuseio e possibilidade de reutilização dos frascos; e a rigidez dos frascos permite otimizar o transporte de mudas (CARVALHO, 2006). Porém, “[...] há vários outros tipos de recipientes onde a escolha do ideal a ser utilizado vai depender da espécie, das condições disponíveis do produtor e da produção esperada” (SCHORN, 2003, p.8). Produção de mudas florestais via assexuada A reprodução assexuada das plantas consiste no desenvolvimento de uma nova planta envolvendo gema e formação de raízes adventícias. Para Floriano (2004, p. 1), [...] a capacidade de se regenerar integralmente, formando indivíduos completos, a partir de uma única célula ou de qualquer parte de tecido do próprio corpo com células vivas, chamada de totipotência, é a característica dos vegetais que permite a sua reprodução somática (reprodução assexuada ou vegetativa), baseada exclusivamente na mitose. E, segundo Hartmann e Kerter (1975) apud Giacomett (1979, p. 1), [...] a reprodução vegetativa permite que toda a informação genética da planta-mãe seja transmitida à nova planta, graças à replicação do DNA. A reprodução vegetativa também é conhecida como clonagem, sendo utilizada para produzir indivíduos de alta produtividade e ciclo mais curto, mais resistentes às pragas e doenças e aos extremos ambientais (secas, geadas, ventos, etc.). 155 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas Macropropagação assexuada monoclonal Em que consiste a macropropagação assexuada monoclonal? Ela se constitui em um método de reprodução utilizando ramos, brotos, folhas ou raízes. Estes elementos são colocados em meio adequado para que uma nova planta completase forme. O método de propagação pode ser realizado de duas formas: estaquia e a mergulhia. Na estaquia o órgão é destacado antes de se formar a nova planta, enquanto que na mergulhia o órgão é destacado após a formação da nova planta. Para Floriano, Na estaquia, destaca-se uma secção de uma planta, seja parte de um ramo, folha ou raiz e, então, é induzido o desenvolvimento das raízes. Na mergulhia, a parte que irá constituir a nova planta é destacada após o enraizamento ter sido forçado (2004, p.2). Além dessas duas formas de propagação, ainda existe uma terceira, que ocorre em embriões, provenientes de mitose, denominado de clonagem nucelar (FLORIANO, 2004). Estaquia É a técnica de reprodução vegetativa que apresenta maior simplicidade, rapidez e baixo custo, sendo muito importante na propagação vegetativa no meio florestal para produção de mudas. Para Rocha et al (2004, p. 74), esta técnica é importante pela produção de “[...] grande número de mudas [...] através do [...], uso de pequeno número de plantas matrizes, numa área reduzida, além da multiplicação de genótipos de interesse com grande uniformidade”. Na reprodução por estaquia distinguem-se quatro importantes fases: brotação, seguida da preparação da estaca e do meio de crescimento, enraizamento e finalmente aclimatação das mudas. Segundo Floriano (2004, p.2), “[...] as fases mais importantes são o enraizamento e a produção de brotos, porque limitam a possibilidade ou não e a quantidade de mudas a produzir”. Diante disso, plantas que apresentam dificuldade de enraizamento e rebrota devem ficar fora desse processo de propagação, pois, limitaria a quantidade de mudas a produzir, o que dificulta o uso em escala comercial. Mergulhia Ao processo descrito acima denominamos de processo de propagação vegetativa monoclonal. Como este processo se realiza? Mergulha- se um ramo de uma planta no solo até que ele esteja completamente enraizado; depois, separamo-lo da planta mãe, transformando-o em uma Vamos Discutir No Fórum Os Principais Entraves Para A Produção De Mudas De Qualidade Em Nossa Região. 156 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas muda. Segundo Simão (1998) apud Floriano (2004, p. 9), esse processo se constitui em “[...] método de propagação vegetativa que apresenta a mais alta porcentagem de enraizamento, embora seja de baixo rendimento”. Sobre esta questão, Floriano (2004, p. 9) coloca que: “[...] A mergulhia tanto pode ser realizada curvando-se o ramo até o solo como pelo envolvimento de um ramo com solo, sendo neste caso denominada de alporquia ou mergulhia aérea”. Substratos utilizados em viveiros florestais A principal função do substrato é sustentar a planta e fornecer- lhe nutrientes, água e oxigênio. Este é composto passa por três fases: sólida - constituída de partículas minerais e orgânicas; líquida - formada pela água, na qual se encontram os nutrientes, sendo chamada de solução do solo; gasosa - constituída pelo ar, a atmosfera do substrato. Assim, o substrato pode ser constituído de qualquer material, ou mistura de materiais, que reúnam várias características desejáveis e necessárias para o desenvolvimento eficiente das mudas. Entre essas características está a retenção equilibrada de água, boa drenagem, aeração e leveza. Um bom substrato deve ter boa capacidade de arejamento para o crescimento e desenvolvimento do sistema radicular das plantas, sendo que a textura deste deve facilitar a livre passagem de água, de modo a permitir a entrada de oxigênio pela superfície da raiz e a saída de água e gás carbônico. Além disso, [...] o substrato deve ter um nível médio de fertilidade, apresentar homogeneidade, capacidade de absorção de água e nutrientes, facilidade de manuseio, ser de fácil aquisição e não deve conter patógenos e substâncias tóxicas às plântulas (SCREMIN-DIAS et al, 2006, p.21). Diversos materiais orgânicos e inorgânicos têm sido utilizados para a formulação de substratos, para a produção de mudas; no entanto, há necessidade de padronização dos mais apropriados para cada espécie, devendo o produtor optar por aquele que seja mais viável tanto do ponto de vista agronômico quanto econômico. Como opções de materiais para serem utilizados como substratos são citados: casca de arroz, serragem, areia, compostagem, terra de subsolo, vermiculita, entre outras. De modo geral, o ideal é que tenha um substrato leve para um bom crescimento do sistema radicular, capaz de reter água, com boa estabilidade e agregação das partículas, além de boas características quanto à porosidade e granulometria. Como sugestão há os substratos constituídos à base de húmus 157 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas de minhoca, aditivado com os componentes nas seguintes proporções: casca de arroz carbonizada 30%; húmus de minhoca 60 %; terra 03 % e areia 07%. Segundo Scremin-Dias et al, Após o preparo dos componentes do substrato nas proporções descritas acima adicionar os fertilizantes conforme se segue: calcário 250g/m3; superfosfato simples 1,5 kg/m3; sulfato de amônia 300 g/m3 e cloreto de potássio 120 g/m3; micronutrientes (FTE BR 9 ou FTE BR 12) 150 g/m3. (2006, p. 22). Outra formulação de substrato utilizada consiste de uma mistura contendo aproximadamente 65% de terra preta peneirada, 15% de esterco curtido, 15% de serragem curtida e 5% de fosfato natural, podendo ser este último substituído por N-P-K numa proporção menor (2-3% da mistura) (CARVALHO, 2006). A turfa, material encontrado em solos gleizados, formada de restos orgânicos parcialmente decompostos e associados a formas inorgânicas, é muito boa para componentes de substrato por apresentar elevados teores de nutrientes, podendo ocupar até 40% da mistura. Segundo Macedo (1993) apud Schorn e Formento, (2003, p.22), no que se refere aos substratos, coloca que “[...] o mais usado é terra de subsolo (70%) mais composto orgânico ou esterco curtido (30%), no caso de se usar sacos plásticos”. No caso de se usar tubetes, os tipos de substratos mais recomendáveis são os seguintes: vermiculita (30%), mais terra de subsolo (10%), mais matéria orgânica (60%); terra de subsolo (40%), mais areia (40%), mais esterco curtido (20%); vermiculita (40%), mais terra de subsolo (20%), mais casca de arroz calcinado (40%). Como pode ser observada, a formulação do substrato utilizado em viveiros florestais é variável conforme critério do silvicultor. No geral, quanto às características químicas de um substrato, o mesmo deve apresentar pH em H2O = 6,0 a 6,5; fósforo = 300 a 600 g/cm3; potássio (níveis de K/T x 100) = 5 a 8%; cálcio + magnésio (níveis de Ca+Mg/T x Adubações em viveiros florestais As recomendações de adubações são dependentes das espécies e do tipo de recipiente utilizado conforme Valeri e Corrandini (2000) apud Schorn e Formento (2003). Pinus e Eucalyptus (em sacos plásticos) Fertilização de base: (para cada m3 de terra de subsolo): 500 g de calcário dolomítico; 150 g de N; 700 g de P2O5; 100 g de K2O; 200 g de fritas. Rendimento: 4800 sacos de 250 g de capacidade. Fertilização de cobertura: (para cada m3 de subsolo) 100 g de N; 100 g de K2O em 3 a 4 vezes. 158 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas Recomendações: as aplicações devem ser feitas no final da tarde ou ao amanhecer, seguidas de irrigações leves, para diluir ou remover os resíduos de adubo que ficam depositados sobre as folhas. A primeira adubação é feita 30 dias após a emergência das plântulas, sendo que as demais são realizadas em intervalos de 7 a 10 dias. Na fase de rustificação, de 15 a 30 dias antes da expedição, suspendem-se as fertilizações nitrogenadas. Apenas o K deve ser aplicado no início da fase de rustificação; isto porque este nutriente regula a abertura estomática, evitando perdas excessivas de umidade, além de promover o engrossamento do caule. Pinus e Eucalyptus (tubetes de polipropileno) Fertilização de base: (porcada m3 de substrato): 150 g de N; 300 g de P2O5; 100 g de K2O; 150 g de fritas. Rendimento: 20000 tubetes com capacidade de 50 cm3 Fertilização de cobertura: Dissolver 1 kg de sulfato de amônio e/ou 300 g de cloreto de potássio em 100 l de água. Regar 10000 tubetes a cada 7 a 10 dias de intervalo. As irrigações devem ser intercaladas ora com N e K ora apenas com N. Shorn e Formento (2003, p. 25), para fertilização de cobertura, apresentam algumas recomendações [...] na fertilização de base, não aplicar calcário, pois, como os níveis de pH, Ca e Mg nestes substratos são altos, estes acabam acarretando deficiência de micronutrientes pela elevação do pH. A aplicação da fertilização de cobertura deve ser efetuada até que a muda atinja um tamanho desejado (25 – 30 cm). Na fase de rustificação, 15 a 30 dias antes da expedição, devem ser suspensas as fertilizações nitrogenadas. Aplicar de forma semelhante à utilizada para sacos plásticos. Espécies nativas (mudas em sacos plásticos) Devido aos níveis de Ca e Mg nas terras de subsolo (utilizados na produção do substrato) serem baixos, recomenda-se a calagem, conforme análise química do solo. Fertilização de base: (por m3 de substrato): 150 g de N (sulfato de amônio); 700 g de P2O5 (superfosfato simples); 100 g de K2O (cloreto de potássio); 200 g de fritas. Fertilização de cobertura: 200 g de N (sulfato de amônio); 150 g de K2O (cloreto de potássio). Shorn e Formento (2003, p. 26), para fertilização de cobertura, colocam as seguintes recomendações: [...] a fertilização de cobertura deve ser iniciada aos 30 dias após a emergência das plântulas, e repetida a intervalos 7 a 10 dias para espécies de rápido crescimento e, de 30 a 45 dias para espécies de crescimento lento; as aplicações deverão 159 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas ser feitas no início da manhã ou ao final da tarde, seguidas de leves irrigações, com a função de remover os resíduos de fertilizantes que ficam depositados sobre as folhas; intercalar a aplicação de N e K, sendo uma com N e K, e outra apenas com N; na fase de rustificação, que dura de 15 a 30 dias, reduzir as regas e suspender a aplicação de fertilizantes com N, devendo- se aplicar apenas K no início da fase. Este procedimento vai promover o balanço interno dos tecidos, principalmente nas folhas, regulando a perda de água, além de promover o engrossamento do caule. Espécies nativas (mudas em tubetes de polipropileno) Em relação à calagem, as recomendações são as mesmas para a produção de mudas de Pinus e Eucalyptus no recipiente tubo de polipropileno. Fertilização de base: (por m3 de substrato): 150 g de N (sulfato de amônio); 300 g de P2O5 (superfosfato simples); 100 g de K2O (cloreto de potássio); 150 g de fritas. Fertilização de cobertura: 200 g de N (sulfato de amônio); 150 g de K2O (cloreto de potássio). Recomendações: são as mesmas para a produção de mudas em sacos Irrigação em viveiros florestais O processo de irrigação acompanha toda a linha de produção, desde as atividades desenvolvidas com sementes (em sementeiras ou tubetes), até o ponto de expedição das mudas. Esta atividade é essencial a toda dinâmica do viveiro, pois estabelece importantes e decisivas correlações que determinam os principais critérios para se avaliar as condições de desenvolvimento a que devem ser submetidas as mudas. Antes da definição do sistema de irrigação a ser adotado, a análise criteriosa dos recursos hídricos que atenderão a irrigação deve ser realizada. Entre os aspectos analisados, a incidência de material particulado, a presença de substâncias químicas que podem provocar danos às mudas, as condições de pH e condutividade elétrica devem ser considerados como fatores importantes no processo de irrigação. Além disso, deve-se considerar que os diferentes estágios de desenvolvimento das plântulas exigem condições de manejo distintas quanto à irrigação. No caso de sementeiras, devem-se evitar regas excessivas, dado que a umidade favorece enfermidades provocadas por fungos, como, evitar, também, a irrigação com sol a pino, sendo a melhor hora para a rega o final da tarde. No caso da produção de mudas em tubetes, esta é uma das etapas que requer maior atenção. As mudas devem ser irrigadas quantas vezes forem necessárias no dia, preferencialmente através de microaspersores, 160 Sivicultura tropical Unidade 2 Produção de mudas procurando manter o substrato sempre úmido, sem encharcar. Irrigações ou chuvas excessivas podem provocar o aparecimento de doenças e a lixiviação dos fertilizantes contidos no substrato, requerendo frequentes reposições de nutrientes por adubações em cobertura. Por outro lado, para Davide e Silva (2008, p.114), as [...] mudas produzidas em tubetes sofrem constantes perdas de água por causa da maior ventilação, tanto em cima, quanto embaixo do recipiente, proporcionadas pela maneira como os tubetes ficam dispostos em bandejas suspensas, fazendo com que se aumente a frequência de irrigação nos dias quentes e com maior incidência de ventos. No entanto, a irrigação excessiva poderá provocar o aparecimento de mudas tenras e suculentas, embora possa ocorrer a lixiviação dos nutrientes do substrato, tornando-as mais propensas ao aparecimento de fungos e doenças. Outro cuidado que deve ser tomado quanto à irrigação das mudas diz respeito ao momento em que as mudas vão para o canteiro de rustificação, período no qual se deve reduzir a irrigação, adaptando assim as condições ambientais que as mesmas venham a encontrar em campo. No que concerne ao sistema de irrigação, os três tipos a seguir são os mais comuns: Nebulizador - há vários modelos, o mais comum consiste de uma mangueira plástica própria para irrigação suspensa a 100 - 120 cm de altura no sentido longitudinal de cada canteiro de forma a abranger toda sua extensão. Quando em funcionamento, o sistema produz vapor d’água em abundância reduzindo os danos causados pelo gotejamento excessivo. É um sistema que apresenta bom equilíbrio na relação custo x eficiência. Aspersão: contempla o uso de aspersores fixados numa altura próxima de 1 metro do chão. Apesar de muito eficiente, o aspersor tem o custo aquisitivo elevado, tornando-o mais dispendioso dos três métodos de irrigação. Regador: Irrigação manual com uma ponteira de regador conectada a uma mangueira de água. O baixo custo de implantação é o maior atrativo; no entanto, o fato de necessitar de mão-de-obra para mover o sistema por entre os canteiros torna a prática custosa nos grandes viveiros florestais (CARVALHO, 2006). No geral, a escolha do método é influenciada pela disponibilidade de água, tamanho do viveiro e poder Em grupos de cinco alunos, façam uma pesquisa com proprietários de serrarias, sobre as principais espécies de importância econômica exploradas no seu município. Em seguida, redija (individualmente) relatório com os principais cuidados para produção de mudas dessas espécies e poste no ambiente (2 páginas). 161 Sivicultura tropical Unidade 3 Implantação e condução de povoamentos florestais Aclimatação de mudas Esse processo é conhecido também por rustificação, ou endurecimento, e consiste na diminuição do número de irrigações e/ou da quantidade de água aplicada em cada irrigação, tendo como consequência um aumento na capacidade de estabelecimento das mudas no campo. De modo geral, “[...] as mudas devem passar pelo processo de aclimatação cerca de 15 dias antes de serem plantadas” (DAVIDE; SILVA, 2008, p.116). Mudas submetidas ao estresse podem apresentar vantagens ou desvantagens do ponto de vista de estabelecimento em campo: aspectos positivos ocorrem quando a rustificação é realizada dentro de padrões adequados, ocorrendo o acúmulo de carbono nas raízes em relação à parte aérea e a regulação osmótica, o que irá resultar em melhor “pegamento” das mudas de forma mais rápida. Por outro lado, esse processo pode ser
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