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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS ALEX WILLIAM SPRADA ERICSON DOUGLAS KIRACZ GUSTAVO BAHENA BENCK LEONARDO MALAQUIAS IDENTIFICAÇÃO DE POLÍMEROS: TESTE DE QUEIMA PONTA GROSSA MARÇO/2019 ALEX WILLIAM SPRADA ERICSON DOUGLAS KIRACZ GUSTAVO BAHENA BENCK LEONARDO MALAQUIAS IDENTIFICAÇÃO DE POLÍMEROS: TESTE DE QUEIMA Relatório apresentado com como aprovação parcial na disciplina de ensaios e caracterização Relatório apresentado como aprovação parcial na disciplina de ensaios e caracterização na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Profº Dr Adriane PONTA GROSSA MARÇO/2019 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Identificação de materiais plásticos segundo a norma NBR 1 3230............. 5 Figura 2: Monômero polipropileno e seu mero ............................................................ 9 Figura 3: Monômero etileno e seu mero .................................................................... 10 Figura 4: Formação do mero de nylon66 .................................................................. 11 Figura 5: Monômero poliestireno e seu mero ........................................................... 11 Figura 6: Monômero cloreto de vinila e seu mero ..................................................... 12 Figura 7: mero de policarbonato ................................................................................ 13 Figura 8: Monômero metacrilato de metila e seu mero ............................................. 13 LISTA DE TABELAS Tabela 1:Dados coletados durante o ensaio ............................................................. 14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 7 3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 8 3.1 MATERIAIS UTILIZADOS .................................................................................. 8 3.2 MÉTODOS ......................................................................................................... 8 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................. 9 4.1 POLIPROPILENO (PP) ...................................................................................... 9 4.2 POLIETILENO (PE) ........................................................................................... 9 4.3 NYLON 66 ........................................................................................................ 10 4.4 POLIESTIRENO (PS) ...................................................................................... 11 4.5 POLICLORETO DE VINILA (PVC) ................................................................... 11 4.6 POLITEREFTALATO DE ETILENO (PET) ....................................................... 12 4.7. POLICARBONATO (PC) ................................................................................. 12 4.8. POLIMETILMETACRILATO (PMMA) .............................................................. 13 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 15 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 16 5 1 INTRODUÇÃO Os materiais poliméricos são compostos químicos formados de cadeias carbônicas. Estas, compostas por uma unidade básica de repetição denominadas de monômero. A junção dessa unidade forma os meros, resultando em um material de alto peso molecular. Com a utilização deste entendimento foi possível a criação dos plásticos e dos sintéticos. O uso abusivo e a dependência destes materiais têm provocados graves problemas ambientais devido a sua degradação na natureza ocorrer de forma lenta, já que por diversas vezes ocorre a adição de aditivos com a finalidade de aumentar o tempo de vida. Esses aditivos introduzem diversas características no material como: estabilidade térmica, resistência mecânica, resistência à ação química Na sociedade moderna, a reciclagem desses materiais é de extrema importância, sendo realizada a caracterização e separação. Estas duas etapas são fundamentais para o reaproveitamento, entretanto, o que observa-se é que os processos de reciclagem não dispõem de muitos recursos, sendo necessário que os métodos sejam de fácil execução e baixo custo. No verso das embalagens e na base dos recipientes são encontrados símbolos que facilitam a identificação. Há uma notificação específica para tipo de polímero,de acordo com a norma NBR 13230, que consiste em triângulos enumerados no seu interior com números variando de 1 a 7, assim como o uso de abreviatura condizente com a sua classificação, como está representado na tabela 1.[1][5] Figura 1: Identificação de materiais plásticos segundo a norma NBR 1 3230. Fonte: [6] 6 A queima, considerada um dos testes de caracterização de fácil execução e baixo custo, possui como objetivo identificar alguns tipos de polímeros, principalmente os termofixos e os termoplásticos. Essa identificação é realizada conforme a cor da fumaça, inflamabilidade, presença de fuligem, PH da fumaça, odor e o gotejamento. [1] Os termofixos apresentam característica de se tornarem rígidos após seu processo de cura, assim formando as ligações cruzadas. Após um processo de aquecimento esse tipo de material mantém suas propriedades físicas, pode-se analisar como exemplo o baquelite. [1] O material termoplástico tem propriedades que após o aquecimento tornam- se um fluido. Porém, quando ocorre a fusão da fase cristalina, no momento em que o polímero é cristalino, ocorre o amolecimento. Como exemplo desses materiais, pode- se citar: o policloreto de venila (PVC), o policarbonato (PC), o poliestireno (PS) e o polietileno de tereftalato (PET). [1] 7 2 OBJETIVOS O ensaio realizado teve como objetivo principal caracterizar e identificar as amostras poliméricas através do teste de chama, observando diversos fatores como: a cor da chama; o PH, a coloração e o odor da fumaça liberada; os desprendimentos de fuligem e a formação de fios. 8 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS UTILIZADOS Bico de bunsen;10 amostras poliméricas; superfície cerâmica para proteção; luvas; fósforo; papel indicador de PH. 3.2 MÉTODOS Preparou-se a amostra e acendeu-se o bico de Bunsen sobre a superfície cerâmica de proteção, em seguida realizou-se a queima das amostras e observados os seguintes fatores como: a cor da chama: a coloração e o odor da fumaça liberada; os desprendimentos de fuligem e a formação de fios. A amostra foi colocada no fogo sobre a região mais quente, sendo observado a cor da chama no início da queima, em seguida afastou-se a amostra da chama, verificando o tipo de propagação da chama e caso persistisse logo apagava-se a mesma, para determinara liberação de fuligem, nesta etapa também foram analisados a coloração, PH da fumaça, o odor e a formação de fios. 9 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante o processo de incineração dos polímeros, e na eventual combustão, foi possível observar algumas características intrínsecas ao material. Dentre elas, podemos observar principalmente a propagação da chama, o odor liberado, as deformações e mudanças de estado físico causadas geometricamente no material e o pH da fumaça liberada. Nos próximos tópicos discutimos de forma isolada o comportamento de cada polímero analisado. 4.1 POLIPROPILENO (PP) A amostra identificada como polipropileno, ao ser incinerada, reagiu rapidamente apresentando deformações em sua estrutura, formando gotas e fios. Após interromper a incineração, o material persistiu em chamas. Quando dissipada, a fumaça liberada teve como aspectos a cor branca, a ausência de formação de fuligem, pH neutro e odor semelhante ao de vela queimada (parafina). A rápida diminuição da viscosidade do material está relacionada às temperaturas de transição vítrea (Tg) e temperatura de fusão cristalina (Tm), que nos permite estipular que as cadeias poliméricas de fase amorfa possuem uma interação molecular baixa, as quais exigem pouca energia para adquirir mobilidade. A fumaça branca se deve a uma queima de pirólise, produto carbonoso de baixa molar, é uma queima praticamente completa. Figura 2: Monômero polipropileno e seu mero Fonte: [ 9] 4.2 POLIETILENO (PE) A amostra identificada como polietileno, por sua vez, apresentou uma mudança quanto a sua cor. Inicialmente opaca e de cor branca, quando submetida a incineração, reagiu passando a se tornar translúcida e formado gotas. Quando interrompida, o material permaneceu conduzindo chamas, apresentou a formação de fios, odor de parafina queimada e fumaça de coloração branca e pH neutro. 10 A explicação para a mudança do tipo de dispersão da luz, de opaca para transparente, pode ser explicada em termos da cristalinidade do material e o tipo de ligações predominante na cadeia polimérica. Quando o material está abaixo da sua temperatura de fusão (Tf), o material permanece cristalino de forma que a luz seja dispersada pelos contornos de grão. Quando submetida a temperatura maiores que a Tf, o material se torna amorfo em virtude das ligações simples as quais demandam pouca energia para executar o seu rompimento. O que mantém o material em chamas é formação de radicais livres e eles ajudam a decompor o material, processo auto catalítico, auto alimentação. Figura 3: Monômero etileno e seu mero Fonte: [10] 4.3 NYLON 66 No que tange às reações durante a queima do nylon, inicialmente apresenta a formação de bolhas para então adquirir aspecto viscoso suficiente para a formação de gotas. Além disso, o material apresenta uma coloração marrom claro, e quando interrompido o fornecimento de energia calorífica, permaneceu conduzindo chamas, que por sua vez teve coloração amarela. Ao dissipar as chamas, o material apresentou fumaça incolor, sem fuligem, de odor semelhante a metais sob esmerilhamento e de pH básico. O material apresentou a formação de fios, porém de pequeno comprimento. Para análise de alguns dos comportamentos apresentados, devemos levar em consideração alguns aspectos estruturais do nylon. Dessa forma, o nylon é classificado como uma poliamida, em virtude das ligações amida -NH-CO. Podemos explicar a formação de bolhas devido às ligações do tipo ponte de hidrogênio, formadas entre as carbonilas de uma cadeia e o hidrogênio da ligação amida da outra cadeia [1], esse tipo de ligação favorece a permeação de moléculas de água tornando o material higroscópico. Logo, quando o material sobre é submetido a queima, as moléculas de dentro do material evaporam e conduzem a formação de bolhas. 11 Quanto ao pH básico apresentado, este está diretamente ligado a reação de pirólise que ocorre por um mecanismo de radicais livres, iniciado por traços de oxigênio ou outras impurezas oxidantes, que são incorporadas pelos polímeros durante seu processamento. O processo envolve a formação de grupamentos hidroperóxidos, (ROOH), cuja decomposição produz as espécies altamente reativas H. e HO. [2] Figura 4: Formação do mero de nylon66 Fonte: [11] 4.4 POLIESTIRENO (PS) A amostra identificada como poliestireno propagou chamas rapidamente quando foi submetida ao fogo, acompanhada de uma deformação e decomposição muito rápida. Foi possível observar a formação de fios, e liberação de fuligem e fumaça preta, além de um odor azedo igual ao de estireno líquido, entretanto, o pH aferido foi neutro. Figura 5: Monômero poliestireno e seu mero Fonte: [12] 4.5 POLICLORETO DE VINILA (PVC) O material previamente identificado como policloreto de vinila, quando submetido a incineração apresentou reações muito distintas dos demais polímeros ensaiados. Em especial, foi possível observar uma coloração verde claro da chama, a qual foi auto extinguida após interromper o fornecimento de energia. Além disso, a fumaça exalada apresentou coloração branca e com formação de fuligem, odor acre e pH ácido. 12 A maioria dos aspectos apresentados pelo PVC quando submetido ao fogo, tem relação direta com a presença de cloro em sua estrutura. A chama de cor verde está diretamente relacionada com o comprimento de onda emitido pelos elétrons dos átomos de cloro, quando transitam de um estado mais energético, em virtude do fornecimento de calor, para um estado menos energético (natural). O odor exalado tem relação com formação de HCl após a combustão do material, que também explica a acidez da fumaça, segundo a reação: [CH2 CHCl]n → [CH=CH]n (s) + HCl(g). Figura 6: Monômero cloreto de vinila e seu mero Fonte: [12] 4.6 POLITEREFTALATO DE ETILENO (PET) A amostra identificada como politereftalato de etileno, quando submetida ao fogo, apresentou características diferenciadas quanto ao tipo de deformação. Inicialmente, apresentou formação de bolhas para em seguida deformar e degradar o material, de forma que ao interromper o fornecimento de calor, o material permaneceu em chamas. Além disso, houve o gotejamento do material por conta da baixa viscosidade adquirida, formação de fuligem. Quando dissipada as chamas, o material exalou um odor levemente doce e fumaça de pH neutro e formação de fios. 4.7. POLICARBONATO (PC) O material já identificado como policarbonato ao ser exposto à chama não propagou a mesma, porém apresentou deformação plástica assim como a carbonização e degradação do mesmo, houve desprendimento de fuligem e liberação de fumaça na cor branca que ao ser analisada apresentou pH neutro e odor ocre leve. Mesmo com a deformação plástica o material continuou com uma viscosidade considerável, contudo houve formação de fios com uma certa dificuldade. 13 Figura 7: mero de policarbonato Fonte: [8] 4.8. POLIMETILMETACRILATO (PMMA) O polimetilmetacrilato, comercialmente conhecido como acrílico ao ser submetido ao teste da chama se mostrou inflamável, propagando a chama, não formou fio, mas diminuiu a viscosidade por se tratar de um termoplástico, teve chama amarela juntamente à fumaça branca com pH neutro e odor semelhante à esmalte. Uma característica interessante do material é que ao ser colocado na chama e iniciar a combustão, o material borbulha na região que está sendo utilizada como combustível além de emitir um ruído abafado, semelhante à madeira queimando. Figura 8: Monômero metacrilato de metila e seu mero Fonte: [7] Os dados do teste de queimas dos polímeros realizados estão todos expressos na tabela 1.14 Tabela 1:Dados coletados durante o ensaio Amostra Cor da chama Tipo da chama Fumaça Odor PH Formação de fios PP Amarela Chama persistente Branca e sem fuligem Vela queimada neutro Sim PE Amarela Chama persistente Branca e sem fuligem Vela queimada neutro sim Nylon Pontas amarelas Chama persistente Incolor e sem fuligem Cabelo queimado básico sim PS amarela Chama persistente Preta com fuligem azedo neutro sim PVC Verde claro Chama auto extinguível Branca sem fuligem acre ácido não PET Amarela Chama persistente Preta com fuligem doce neutro sim MMA laranja Chama persistente Branca sem fuligem Resina de dentista ácido sim PC laranja Chama persistente Preta com fuligem neutro sim Fonte: os autores. 15 5 CONCLUSÃO O experimento, apesar da complexidade, mostrou-se eficaz para a classificação das amostras poliméricas, sendo uma ótima forma de caracterização em casos que se necessita baixo custo e se aceita baixo rigor, como por exemplo para a separação de polímeros para a indústria de reciclagem. Porém, não pode ser empregado em situações que exigem maior rigor, pois sua caracterização deve-se ao mero, sendo assim em algumas ocasiões as características podem ser semelhantes para diferentes polímeros. 16 REFERÊNCIAS 1 CANEVAROLO, S. V. Técnicas de Caracterização de Polímeros. 1ª. ed. São Paulo: Artiliber, 2004. 2 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-14281998000100005 3 Decomposição térmica do PVC e detecção do HCl utilizando um indicador ácido- base natural - José Carlos Marconato, Sandra Mara M. Franchetti 4 http://www.minhajaneladepvc.com.br/uploads/RenatoWang.pdf acessado em: 10 de março de 2019. 5 COLTRO, L.; GASPARINO, B. F.; QUEIROZ, G. C. Reciclagem de materiais plásticos: A importância de identificação correta. Polímeros: Ciência e Tecnologia, v.18, n.2, p. 119-125, 2008. 6 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-14282013000100022 7 https://alunosonline.uol.com.br/quimica/polimetilmetacrilato-acrilico.html acessado em: 10 de março de 2019. 8 VIEIRA, N. I. M. Contribuição ao Estudo de Reciclagem de Policarbonato advindo de apreensão de Óculos pela Polícia Federal. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/109674/000950886.pdf?sequenc e=1> Acessado em: 10 de março de 2019. 9 https://quimicaparaconcursos.com/polimeros-de-adicao/ acessado em 13/03/2019 10 https://alunosonline.uol.com.br/quimica/polietileno.html Acessado em 13/03/2019 11 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/nylon-um-polimero-resistente.htm Acessado em: 12/03/2019 12 https://alunosonline.uol.com.br/quimica/polimeros-adicao.html Acessado em 12/03/2019 Acessado em: 11/03/2019