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Análise de conjuntura de mercado

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO
BRUNO DA SILVA AMORAS - 200904240007
GIOVANI GUIMARÃES LISBOA – 201204240001
LEANDRO LIMA DOS SANTOS - 201204240007
REINALDO GOMES DA SILVA JÚNIOR - 201204240003
PETROBRAS
Análise da conjuntura econômica do mercado de petróleo
BELÉM
2014
BRUNO DA SILVA AMORAS - 200904240007
GIOVANI GUIMARÃES LISBOA – 201204240001
LEANDRO LIMA DOS SANTOS - 201204240007
REINALDO GOMES DA SILVA JÚNIOR - 201204240003
PETROBRAS
Análise da conjuntura econômica do mercado de petróleo
Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina Mercado de Capital, do curso de Bacharelado em Administração, da Universidade Federal do Pará, ministrada pela professora Sheila Bemerguy. 
Belém
2014
Conjuntura Econômica
Mercado do Petróleo
Interno
A produção de petróleo no país tem crescido nos últimos meses e a demanda por derivados no Brasil é crescente. A Petrobras apresenta nove meses consecutivos de crescimento na sua produção, sendo que no mês de outubro de 2014 cresceu 0,4% em relação ao mês de setembro do mesmo ano.
Esse crescimento da produção interna é um reflexo das operações em novos poços, como os instalados nas bacias de Campos e Santos, que representa um avanço na produção do pré-sal, um dos maiores símbolos do potencial energético do país. A produção de petróleo no pré-sal apresentou crescimento de 14% no mês de outubro em relação ao mês anterior.
Todavia, as ações da principal empresa do setor no país têm apresentado significativa queda e sua imagem tem perdido a credibilidade inabalável que apresentou nos últimos anos. Esses problemas refletem os efeitos dos atuais escândalos em que a empresa tem se envolvido e de uma incerteza de dois elementos manejados pelo governo: o planejamento estratégico da política energética e a gestão da política econômica de curto prazo.
Já no âmbito econômico, observamos uma insignificante taxa de crescimento (não passará de 0,3% em 2014) aliada a um cenário inflacionário.
Externo
Segundo David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), não é esperado que ocorra alta nos preços do petróleo no mercado internacional, apesar das tensões geopolíticas que envolvem países produtores, já que há uma grande oferta do produto.
No último mês, o mercado do petróleo sofreu influência das lutas armadas na Líbia, dos ataques aéreos promovidos pelos EUA contra militantes do grupo Estado Islâmico no Iraque, pelos conflitos na Faixa de Gaza, além da tensão entre países do Ocidente e Rússia agravada pela a crise na Ucrânia. Mesmo com estes problemas, o preço do barril do petróleo se manteve abaixo de U$ 100.
Para Zylbersztajn, nenhum dos conflitos atuais oferece risco ao abastecimento de petróleo, a não ser que as lutas no Oriente Médio se tornem generalizadas. Segundo ele, a perspectiva para o petróleo a curto e médio prazo, é baixista, devido ao aumento da produção em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil.
Principais países produtores
A maior concentração de países produtores de petróleo encontra-se na região do Oriente Médio (65% das reservas mundiais), sendo a Arábia Saudita o maior produtor mundial. Outras regiões de destaque são: golfo do México, sul dos Estados Unidos, lago de Maracaibo (Venezuela), Sibéria (Rússia), golfo de Bohai (China), Ásia central (região do Cáucaso) e na costa ocidental da África. 
O Brasil tem aumentado sistematicamente sua produção e atualmente ocupa a 13ª posição no ranking mundial. Com a descoberta do pré-sal a expectativa é de um crescimento ainda maior para os próximos anos.
Principais países exportadores
Até a primeira metade de 2014, os principais países exportadores de petróleo eram: Arábia Saudita; Rússia; Emirados Árabes Unidos; Kuwait; e Nigéria, respectivamente. Estas potências petrolíferas exportam em média 4,65 milhões de barris de petróleo por dia.
Segundo a AIE (Agência Internacional de Energia), dentro de duas décadas o Brasil deverá se tornar o sexto maior exportador de petróleo do mundo e esse feito deve acontecer graças à exploração das reservas do pré-sal.
Já de acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 2022, as exportações brasileiras chegarão ao patamar de 1,5 milhão de barris de petróleo por dia.
Principais empresas petrolíferas
Segundo a revista Forbes, no ano de 2013 as principais empresas petrolíferas foram: Saudi Aramco (Arábia Saudita), Gazprom (Rússia), National Iranian Oil Company (Irã), ExxonMobil (Estados Unidos) e Rosneft (Rússia). A Petrobras ocupa a 13ª posição neste ranking.
Preço do barril
O preço atual o barril está em torno de US$ 80 e permanecerá assim até 2015 se não houver reajustes de combustíveis.
Segundo a revista Exame, o pré-sal só seria inviabilizado se o preço do barril do petróleo caísse até US$ 45 dólares/barril. Este valor é o necessário para cobrir o custo médio do capital.
De acordo com especialistas, enquanto estiver acima de US$ 60, não haverá necessidade de rever projetos e reduzir recursos para áreas menos estratégicas que a exploração e produção de óleo e gás. 
Petrobras
Caracterização da empresa
A Petrobras consiste numa Sociedade Anônima – S/A de capital aberto, cujo acionista majoritário é a União Federal, representada pela Secretaria do Tesouro Nacional, e que atua como uma empresa integrada de energia nos seguintes setores: exploração e produção de petróleo e gás; refino; comercialização; transporte; petroquímica; distribuição de derivados; gás natural; geração de energia elétrica; gás-química e produção de biocombustíveis.
Vinculada ao Ministério de Minas e Energia e classificando-se entre as entidades de administração indireta do Governo Federal, a Petrobras tem por objetivo, além da distribuição, do comércio e da industrialização de produtos de petróleo e derivados, atividades de importação e exportação.
Segmento de mercado
A Petrobras é uma empresa que possui uma ampla atuação de atividades que engloba vários segmentos de mercado, como gasolina, querosenes, lubrificantes e serviços para aviação comercial e executiva. Além do mais, é reconhecida mundialmente por sua tecnologia de exploração de petróleo em águas ultraprofundas.
A empresa oferece produtos e serviços asfálticos para indústrias, governos estaduais e municipais, concessionárias e construtoras de rodovias, e também possui uma rede de postos de combustível presente em todo o território nacional.
No segmento industrial, a Petrobras é responsável pela comercialização de combustíveis e lubrificantes para grandes empresas. Dentre os setores em que atua no segmento industrial, destacam-se: Metalurgia, Siderurgia, Mineração, Sucroalcooleiro, Têxtil, Papel e Celulose, Alimentos e Bebidas, Cimento e Cerâmica, Química e Petroquímica.
No segmento de transportes, possui produtos que atendem aos segmentos rodoviário, marítimo e ferroviário.
No segmento de produtos químicos ela é responsável pela comercialização e distribuição de produtos químicos em grande parte do mercado brasileiro, tais como: indústria de petróleo, química fina e agronegócios, e tintas, adesivos e borrachas.
Produção total de petróleo e gás
Segundo dados da própria Petrobras, a produção de petróleo e gás no Brasil durante o mês de outubro foi de 2 milhões e 579 mil barris de óleo equivalentes por dia, sendo que a produção de petróleo no país durante o mesmo período foi de 2 milhões e 126 mil barris/dia.
Riscos
Sistêmico
O risco relacionado com o contexto econômico como um todo, chamado risco sistêmico (beta), é aquele que pode comprometer a taxa de retorno que o aplicador de recursos espera ter sobre determinado ativo. Segundo Rodrigues e Ramos Filho, no caso da Petrobras, os motivos que levaram à elevação do risco sistêmico a partir de 2002 poderiam ser: as altas sucessivas no preço internacional do petróleo, o que aumentaria os custos com a importaçãodo insumo; a queda na produção nacional decorrente do atraso da entrada em operação de novas plataformas; além da instabilidade política no Oriente Médio.
Empresa
Segundo o site Revolta Brasil, atualmente a empresa é a mais endividada do mundo, segundo dados do Bank of America Merril Lynch. Os dados mais recentes do endividamento da estatal foi divulgado pela própria Petrobras em agosto de 2013 e relata uma dívida líquida de 176,280 bilhões de reais. A consultoria norte-americana Macroaxis afirma que a possibilidade da empresa decretar falência nos próximos dois anos é de 32,4%.
Com a explosão de escândalos de corrupção, a imagem da Petrobras só tem piorado para investidores em geral. Seu valor de mercado caiu 50% desde 2010 e a empresa enfrenta a pior crise de sua história. O valor atual da estatal é de R$ 179 bilhões, enquanto em 2010 era de R$ 380 bilhões. O comentarista Arnaldo Jabor disse que um dos problemas da estatal é o uso dela pelo governo para “tampar buracos” de outros setores. Segundo o jornalista o PT está destruindo a si mesmo, ao Brasil e a Petrobras.
Ações da Petrobras
As ações da Petrobras têm sofrido sucessivas quedas nos últimos períodos devido a desconfiança de investidores na capacidade gestora dos responsáveis pela condução da empresa.
A perda de confiabilidade da empresa é decorrente dos escândalos nos quais a empresa tem se destacado negativamente, mais precisamente pelos escândalos de corrupção envolvendo ex-diretores ligados ao atual governo brasileiro, que detêm a maior parte do capital da Petrobras, e recentemente, pelo suposto envolvimento em um caso de pagamento de propinas que está sendo investigado pela justiça dos Estados Unidos.
Eleições no Brasil
As eleições presidenciais ocorridas no Brasil em outubro deste ano criaram enorme expectativa que influenciou os investimentos nas indústrias no país e não deixou de fora a Petrobras. Durante a campanha presidencial a empresa era um dos assuntos mais discutidos. Após sucessivos escândalos de corrupção, a credibilidade da empresa foi amplamente contestada e a imagem perante o mercado internacional se mostrava extremamente preocupante.
Sabemos que Economia e Política possuem uma relação direta, quando se trata da cotação de ações nas bolsas de valores pelo mundo. E a atual situação da Petrobras demonstra exatamente isso. Desde que começaram as denúncias contra ex-diretores da empresa, as ações na Bovespa acumulam uma queda considerável. Em 2 de Setembro estavam cotadas à R$ 24,56 e já em 1º de Outubro foram negociadas por R$ 17,09.
Há de se levar em consideração que houve uma boa recuperação durante a primeira semana de Outubro, o que coincidiu com o resultado das primeiras pesquisas de intenção de voto para Presidente da República, e que apontou o candidato da oposição em primeiro lugar. Já nas pesquisas que se seguiram, a candidata à reeleição aparecia sempre em primeiro, e na bolsa as ações da Petrobras voltaram a cair, e de forma vertiginosa.
No dia seguinte à reeleição da candidata Dilma Rousseff, as ações da Petrobras já haviam despencado 12%, levando junto o Ibovespa. E, no dia 29 de Outubro, as ações da empresa chegaram a R$ 14,02, refletindo o receio político dos investidores da empresa e de outros setores.
No início de Novembro, com nova fase da operação “Lava a Jato”, outros ex-diretores da empresa foram presos, assim como diretores das empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras, e em 14 de Novembro as ações da empresa fecharam com a cotação de R$ 13,20. A situação da empresa é preocupante e o mercado dá sinais de que ainda pode piorar.
Envolvimento no escândalo de propinas
No dia 10 de novembro de 2014, após a divulgação da investigação do suposto envolvimento com o pagamento de propinas, as ações da Petrobras caíram 2% e com isso influenciaram também na queda em quase 1% do Ibovespa.
Reflexos na BOVESPA
A Bolsa de Valores de São Paulo e seu principal índice, o IBOVESPA, têm refletido os impactos das quedas nas ações da Petrobras. Isso decorre da incerteza do investidor para com o futuro de uma das empresas mais importantes do país.
A imagem abalada e a perda de valor das ações da Petrobras, diminuíram o fluxo dos investimentos e, consequentemente, o índice da bolsa acompanhou o ritmo. E pelo cenário que se estabeleceu no último mês, é muito provável que a BOVESPA continue acompanhado as idas e vindas da empresa.
Mais um exemplo da dependência que a Bolsa de São Paulo tem para com a Petrobras foi evidenciado após o atraso na divulgação dos resultados do terceiro trimestre, o que ocasionou uma nova queda no dia 14 de novembro.
Para os investidores, apostar na Petrobras deve ser analisado cuidadosamente, já que a exploração do pré-sal já apresenta um crescimento considerável na produção da empresa, mas, por outro lado, a má gestão administrativa pode frustrar todas as boas expectativas.
Referências
<http//exame.abril.com.br/>. Acesso em 15 nov 2014.
<http://www.br.com.br>. Acesso em 12 nov 2014.
<http://www.ead.fea.usp.br/Semead/8semead/resultado/trabalhosPDF/71.pdf>. Acesso em 12 nov 2014.
<http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/tendencia-e-de-baixa-no-preco-do-petroleo-no-mercado-internacional-diz-analista-1.260661>. Acesso em 16 nov 2014.
<http://www.indexmundi.com/pt/pre%E7os-de-mercado/?mercadoria=petr%C3%B3leo-bruto>. Acesso em 15 nov 2014.
<http://www.novacana.com/estudos/perspectivas-para-mercados-petroleo-etanol-ate-2020-130913/>. Acesso em 15 nov 2014.
<http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/perfil/>. Acesso em 16 nov 2014.
<http://www.petrobras.com.br>. Acesso em 16 nov 2014.
<http://www.revoltabrasil.com.br/uncategorized/3224-petrobras-e-a-empresa-mais-endividada-do-mundo-e-corre-risco-de-falencia-nos-proximos-2-anos.html>. Acesso em 16 nov 2014.

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