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CONTABILIDADE GERENCIAL - GST0086 Semana Aula: 4 Sistema de Custeio por Absorção Tema Sistema de Custeio por Absorção Palavras-chave Custeio, absorção e rateio Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: Compreender os tipos de sistemas de custeio; Compreender o sistema de custeio por absorção Identificar o critério de rateio Estrutura de Conteúdo SISTEMAS DE CUSTEIO Os métodos de custeio das organizações são ferramentas importantíssimas, uma vez que, um método de custeio é fundamental para a sobrevivência de qualquer organização no atual mundo globalizado. Nesse sentido, pode-se enfatizar que, os métodos de custeio têm o intuito de informar o custo preciso dos produtos, para assim poder se estabelecer o preço, a produção de novos produtos ou o abandono de produtos que não dão retorno financeiro à organização. Atualmente, o mercado encontra-se competitivo e, por isso, faz-se necessário a flexibilização por parte das organizações. Assim, uma organização precisa conhecer profundamente seus processos internos e entender como e onde originam-se seus gastos e, com isso, eliminar perdas e atividades as quais não agreguem valor ao cliente. Nesse contexto, os métodos de custeio aparecem como boas alternativas para mensuração dos custos. Para tomar decisão os investidores precisam conhecer o risco associado ás decisões que tomarão. Para Atkinson et al (2015) é fator relevante ter uma bom entendimento do comportamento do custo e da receita para obter um lucro de um projeto. Na análise do custo-volume-lucro são utilizados os conceitos de custos fixos e variáveis em diversos níveis diferenciados de atividade. De acordo com o CPC 16: O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para os estoques. A questão fundamental na contabilização dos estoques é quanto ao valor do custo a ser reconhecido como ativo e mantido nos registros até que as respectivas receitas sejam reconhecidas. Este Pronunciamento proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. Também proporciona orientação sobre o método e os critérios usados para atribuir custos aos estoques. Custeio por Absorção Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e fiscal. Para Crepaldi (2012) no custeio por absorção ou pleno os gastos não fabris são excluídos e por essas características seus custos vão para o ativo na forma de produtos e serão considerados como despesas no futuro no momento em que a venda ocorrer pois deve-se observar o princípio da realização da receita. Não é um princípio contábil em si, mas uma metodologia decorrente da aplicação desses princípios. Dessa forma, o método é válido para a apresentação de demonstrações financeiras e para o pagamento do imposto de renda. Neste método, todos os custos são alocados aos produtos fabricados. Assim, tanto os custos diretos como os indiretos incorporam-se aos produtos. Os primeiros, por meio da apropriação direta e os indiretos por meio da atribuição de critérios de rateio. O custeio por absorção segue os seguintes passos: Separar gastos do período em custos e despesas. Classificar os custos em diretos e indiretos. Existe uma gama de informações que surgem a partir do método do custeio por absorção podendo citar: - para o usuário externo, que observa a demonstração de resultado ( relatório que evidencia a performance da entidade) sugere a divisão da empresa em duas partes: a fábrica e a atividade comercial. - os custos totais independem de oscilações de volume fabricados, entre outros. Apropriar os custos diretos aos produtos. Apropriar, por meio de rateio, os custos indiretos de fabricação Ver imagem do rateio de custos no anexo 1 DEPARTAMENTALIZAÇÃO: Consiste em dividir a fábrica em segmentos chamados departamentos a que são debitados todos os custos de produção que são neles incorridos ( CREPALDI, 2012). Ainda segundo o autor os departamentos são divididos em departamentos de produção e de serviços. Faz-se necessário lembrar que os departamentos de produção estão relacionados aos produtos e tem custos apropriados diretamente a estes como: Corte; Aplainamento; Montagem; Tapeçaria; Acabamento; Usinagem; Moagem Galvanização; Mistura; Refinaria; Engarrafamento e outros Já os departamentos de serviços não atuam diretamente nos produtos pois sua finalidade na fábrica é prestar serviços para os departamentos de produção e são exemplos: Manutenção Almoxarifado Administração da fábrica Limpeza Expedição Controle de qualidade e outros Neste contexto deve-se destacar que os departamentos se tornam centros de custos no controle gerencial e neles são alocados os custos dos produtos. Como objetivo da departamentalização pode-se mencionar uma melhoria no controle dos custos e a determinação um pouco mais precisa do custo de cada produto da fábrica. A departamentalização contribui para a diminuição da arbitrariedade dos critérios de rateio usados no custeio por absorção. A seguir, a figura 1 mostra um esquema de custeio por absorção, sem departamentalização. Figura 1 ? Esquema de Custeio por Absorção, sem Departamentalização Fonte: Martins (2008). A seguir, a figura 2 mostra um esquema de custeio por absorção, com departamentalização. Figura 2 ? Esquema de Custeio por Absorção, com Departamentalização Fonte: Martins (2008). É importante destacar que, tanto no custeio por absorção com departamentalização, quanto no sem departamentalização, se faz necessário o uso de critérios de rateios para distribuir os custos indiretos aos produtos finais. Nesse sentido, Dubois, Kulpa e Souza (2006, p. 73) definem os critérios de rateio como ?[...] a distribuição de valores de cada CIF aos diversos produtos, tanto semielaborados quanto acabados? para o custeio por absorção com departamentalização. Atkinson et al. (2000) complementa afirmando que, o método de custeio por absorção pode ser dividido em dois estágios. No primeiro, o sistema identifica os custos indiretos aos vários departamentos; e, no segundo, atribui os custos acumulados nos departamentos para os produtos, baseando-se em taxas de rateio previamente definidas. De acordo com Borgert (2009) o custeio por absorção pressupõe que, os produtos e seus correspondentes volumes de produção sejam os causadores dos custos nas empresas. Com isso, os custos de produção tornam-se, individualmente, o centro das decisões. De modo geral, o custeio por absorção apresenta formas alternativas para memorar o: [...] processo de mensuração do desempenho dos produtos, em base econômico- financeira, através da identificação de critérios de rateio que melhor demonstrem a relação entre a ocorrência dos custos e o consumo destes no processo produtivo das empresas. Para isso, criam-se vários esquemas matemáticos para a identificação dos custos, alguns mais simples, outros mais complexos [...] (BORGERT, 2009). Diante dessas colocações, percebe-se que, o custeio por absorção é uma metodologia em que são apropriados todos os custos de fabricação, sejam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis. Vantagens e Desvantagens do Custeio por Absorção Uma das vantagens do custeio por absorção, segundo Andrade, Batista e Sousa (2010) é que, o mesmo, reconhece todos os custos de produção como despesas somente no momento da venda, demonstrando de forma mais apropriada a confrontação da receita com a despesa, na apuração do resultado. Outra vantagem está no fato de que: A metodologiade custeamento pelo método da absorção é considerada como básica para a avaliação de estoques pela contabilidade financeira; para levantamento do balanço patrimonial e demonstração de resultados para atender as exigências da contabilidade fiscal e societária (SLOMSKI; BATISTA; CARVALHO, 2003, p. 13). Crepaldi (2008, p. 133) destaca as seguintes vantagens do custeio por absorção: Fixação de preços de venda mais reais, pois engloba todos os custos da empresa nos custos unitários dos produtos; Baseia-se nos Princípios Fundamentais da Contabilidade; Demonstra índices de liquidez mais reais; No Brasil, aceito pelo Fisco. No entanto, esse mesmo sistema, conforme Ferreira (2007, p. 160) possui desvantagens. Tais como: A grande falha do método de custeio por absorção é com relação aos custos indiretos fixos. Esses custos são alocados aos produtos por critério de rateio baseados em volume de consumo de matéria-prima ou mão-de-obra direta. Como esses critérios não expressam uma relação de proporcionalidade, ou relação de causa e efeito, que expliquem o porquê da alocação daquela proporção de custos indiretos àqueles produtos, tem-se como resultado uma alocação arbitrária. Sobre as desvantagens do custeio por absorção Andrade, Batista e Sousa (2010) destacam dois fatores que se apresentam como desvantagem do sistema de custeio por absorção. Primeiro, o fato do mesmo apresentar pouca quantidade de informações para fins gerenciais, pois serve basicamente à valoração dos estoques e das despesas com produtos ou serviços vendidos. Em segundo lugar, como este sistema considera a alocação de todos os custos aos bens, mercadorias ou serviços, há a necessidade de rateio dos custos indiretos, o que torna as informações de custos frágeis, visto que os rateios estão sujeitos ao subjetivismo da ação do homem. Em seu pronunciamento de número 16 o comitê informa que A entidade deve usar o mesmo critério de custeio para todos os estoques que tenham natureza e uso semelhantes para a entidade. Para os estoques que tenham outra natureza ou uso, podem justificar-se diferentes critérios de valoração (CPC16). Para Eyerkaufer, Costa e Faria (2007, p. 204) o maior problema, na metodologia do custeio por absorção: [...] é a atribuição de todos os custos aos produtos ou serviços, por meio de critérios, muitas vezes arbitrários, tais como as chamadas rateios que consistem na apropriação de determinado custo a um produto, baseado em referências como hora máquina, hora mão-de-obra, entre outros. Na visão de Slomski, Batista e Carvalho (2003) o custeio por absorção não é considerado muito apropriado para a utilização como instrumento para a tomada de decisão, em razão da utilização dos rateios dos custos fixos que, apesar de se aparentarem lógicos, poderão levar a alocações arbitrárias e até mesmo consideradas enganosas. Crepaldi (2008, p. 133) destaca também algumas desvantagens do custeio por absorção. São elas: Os custos dos produtos não poderão ser comparados em bases unitárias quando houver alterações no volume de produção; A forma de atribuição de custos indiretos é feito por meio de rateios, o que complica e aumenta o trabalho administrativo, além de conferir um grau de subjetividade a essa atribuição; Não oferece informações suficientes para a tomada de decisão, já que muitas das decisões se baseiam em análise separada dos custos fixos e variáveis: não permite análise do tipo relação Custo/Volume/Lucro; Dificulta o controle orçamentário e a determinação de padrões. Vale destacar que, em contraposição ao método de custeio por absorção surge o método de custeio variável, que falaremos na próxima aula!!! Estratégias de Aprendizagem As estratégias de aprendizagem a serem aplicadas em cada aula devem ser adotadas de acordo com o conteúdo a ser trabalhado, desta forma visando obter com que a aprendizagem possa ser mais assimilada de forma otimizada pelos alunos. Caberá ao professor ter além do domínio das técnicas pedagógicas a sensibilidade de saber qual utiliza-la. Conforme Massetto (1997), as estratégias para a aprendizagem são definidas por um conjunto de disposições, de modo a favorecer o alcance dos objetivos educacionais pelo acadêmico. As estratégias de aprendizagem que buscam trabalhar o conhecimento estão pautadas no: Estudo de texto; Estudo dirigido; Mapa conceitual; Aulas expositivas dialogadas; Visitas técnicas; Estudo de caso. Quando se busca o desenvolvimento de habilidades as estratégias de aprendizagem a serem aplicadas são: Grupo de Observação e verbalização; Cenários simulados; Painel progressivo e Painel integrado; Grupos de oposição; Grupos de questionamentos; Seminários e Aulas práticas. Para trabalhar as atitudes dos acadêmicos em sala de aula o Professor pode estar utilizando como estratégia de aprendizagem o: Debate com posição diferentes; Projetos de pesquisa; Relatórios fundamentados e Estágios. A melhor estratégia de aprendizagem é aquela que melhor se adeque ao perfil da disciplina, do conteúdo da aula, da turma e da didática do Docente. Indicação de Leitura Específica Sugere-se neste momento a leitura do artigo: A Utilização do custeio por Absorção para fins gerenciais, no link: http://repositorio.unb.br/handle/10482/5941 Aplicação: articulação teoria e prática Questão 01: Existe alguma desvantagem de se utilizar o sistema de custeio por absorção? Sim. Pois seu maior objetivo é de avaliar estoques e fornecer informações para fins de legislação, não se importando com a relevância das informações para administração da empresa, com isso é um método que muitas vezes falha, se utilizado como instrumento gerencial. Questão 02: A Nossa Fábrica de Produtos conseguiu produzir 8 mil unidades do objeto Mono e, no mesmo período, vendeu 6 mil unidades dele, a vista, pelo preço total de R$ 60.000,00. As outras informações relativas às operações do período são as seguintes: - materiais diretos R$ 2,00 por unidade; - mão-de-obra direta R$ 1,00 por unidade; - custos indiretos de fabricação R$ 40.000,00 total; - custos indiretos de fabricação fixos, correspondentes a 60% dos CIFs; - despesas fixas de venda e de administração R$ 10.000,00; - a empresa não possuía estoque inicial de produtos; - tanto a fabricação como a venda estão isentas de tributação. Com os dados acima alinhados, se a empresa utilizar o Custeio por Absorção, o valor do Lucro Bruto apurado no período será de a) R$ 12.000,00 b) R$ 18.000,00 c) R$ 30.000,00 d) R$ 42.000,00 e) R$ 48.000,00 Considerações Adicionais Em todas as aulas recomenda-se que sejam feitos links entre o conteúdo ministrado e a aplicação, pois a aprendizagem significativa se dá principalmente quando faz sentido par o ouvinte e é possível verificar os efeitos que tais conteúdos provocam e para tanto é recomendável utilização de artigos de revistas, jornais, e blogs de assuntos relevantes como situação econômica, controle de gastos entre outros. Realizar em sala de aula dinâmica de apresentação da turma, com o objetivo de identificar o perfil dos alunos.
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