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Caso Concreto 2 - Direito Civil 2 (2019)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL 2
ALUNO: RUDOLF MATEUS DE JESUS SPECHT
CASO CONCRETO 2
Questão discursiva:
Leandro é proprietário de um imóvel na Barra da Tijuca embora resida em outro, também de sua propriedade em Vargem Grande. Para não deixar o imóvel desocupado e passível de sofrer ocupação por sem tetos, decide alugar o bem. 
O advogado que elabora a seu rogo o contrato de locação do imóvel, estabelece ao locatário a obrigação de pagar pelos 36 meses do contrato o IPTU relativo ao bem. 
Felipe, locatário anui com o contrato na íntegra. 
a) Qual a obrigação contida na cláusula do pagamento do IPTU pelo locatário? 
 A obrigação contida na cláusula do pagamento do IPTU pelo locatário é conhecida como Obrigação Propter Rem (em razão da coisa ou que acompanha a coisa). Segundo o jurista Silvio de Salvo Venosa, na obrigação propter rem o proprietário é por vezes sujeito de obrigações apenas porque é proprietário (ou possuidor) e qualquer pessoa que o suceda na posição de proprietário ou possuidor assumirá tal obrigação.
b) Após assinatura do contrato, Felipe se arrepende e se recusa a apagar o IPTU. Procede a alegação do locatário?
 Não.
 A Lei 8.245/1991, também conhecida como Lei do Inquilinato dispõe em seu artigo 22, inciso VIII que o locador é obrigado a: "pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no contrato;" (Grifo nosso)
 No caso em tela, Felipe anuiu com o contrato na íntegra, ou seja, se responsabilizou pelo pagamento do IPTU, conforme o artigo 22, inciso VIII, salvo em disposição expressa em contrário no contrato, o locatário (Felipe) poderá pagar pelo IPTU.
 Conforme a jurisprudência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, havendo previsão expressa no contrato de aluguel de que o locatário é obrigado a pagar o IPTU do imóvel alugado e, mesmo assim, não paga, o locador, para não sofrer com as sanções fiscais, deverá pagar o imposto e, por consequência, terá o direito de ingressar com ação judicial para rever o valor pago pelo imposto. Vejamos abaixo:
PROCESSO CIVIL E CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL. CONTRATO VERBAL POR TEMPO INDETERMINADO. OBRIGATORIEDADE DE PAGAR ALUGUÉIS INCONTROVERSA. CONFISSÃO DO REPRESENTANTE LEGAL DA RÉ (CPC, ART. 334, II). PAGAMENTO DO IPTU PELO LOCATÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVISÃO CONTRATUAL (LEI N. 8.245/1991, ART. 22, VIII). RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. [...] O inciso VIII do artigo 22 da Lei n. 8.245/1991 possibilita a responsabilização do locatário pelo pagamento de impostos, taxas e prêmios de seguro, inclusive do imposto predial e territorial urbano, desde que haja expressa previsão contratual acerca disso. 
(TJ-SC. Processo: AC 43630 SC 2007.004363-0 Relator (a): Luiz Carlos Freyesleben Julgamento: 19/05/2011 Órgão Julgador: Segunda Câmara de Direito Civil Publicação: Apelação Cível n., de Brusque Parte (s): Apelante: Academia Biorena Apelado: Gracher Empreendimentos Turísticos Ltda Interessado: Roberto Stedile)
Questão objetiva:
A obrigação propter rem:. 
a) Acompanha a coisa. 
b) Acompanha a pessoa. 
c) É hibrida 
d) Acompanha pessoa ou bem, dependendo da circunstância

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