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1º parecer juridico

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1º PARECER JURÍDICO 
 
 
Foi solicitado um parecer pelo Sr. Teófilo, o qual locou um imóvel de Lúcia e 
Joaquim pagando o valor de R$ 1.000,00. 
 
Ocorre que o Sr. Teófilo firmou com os Srs. Lúcia e Joaquim contrato de 
locação tendo como objeto o aluguel de um apartamento de um edifício 
residencial, localizado na região central da Capital. O contrato de locação 
estava em pleno vigor e sendo cumprido em todos os seus termos pelo 
locatário e locadores. Às vésperas da data de vencimento do aluguel do mês 
de dezembro, o Sr. Teófilo foi notificado pelo Sr. Antônio para que efetuasse os 
pagamentos dos aluguéis, a partir de então, à sua pessoa, já que havia 
adquirido dos Srs. Lúcia e Joaquim, mediante contrato de compra e venda, o 
imóvel locado. 
No entanto, antes que efetuasse o pagamento ao suposto novo proprietário do 
imóvel, o Sr. Teófilo recebeu outra notificação, desta vez subscrita pela Sra. 
Lúcia, informando que ela não tinha concordado com a venda, que nem sequer 
poderia ter sido feita, insistindo que os aluguéis continuassem sendo pagos a 
ela e ao Sr. Joaquim, até que fosse decidida a ação proposta por ambos para 
anular o contrato particular de compra e venda. 
 
 
 
De acordo com o caso em análise, verifica-se que a 
situação se enquadra no tema de AÇÃO E CONSIGNAÇÃO 
DE ALUGUÉIS E ACESSÓRIOS DA LOCAÇÃO a qual é 
regida pela Lei nº 8.245/91 com base nesses dispositivos: 
Art. 58 (Lei do Inquilinato); Art. 334 CC, Art. 335 I e V, CC; 
Art. 344 CC. Por sinal a doutrina é pacífica quanto a 
esse tipo de caso. A exemplo do que esclarece o 
doutrinador Carlos Roberto Gonçalves: “Pagamento, 
como já foi dito, significa cumprimento ou adimplemento 
da obrigação e pode ser direto ou indireto. Trata-se do 
principal modo de extinção das obrigações. Ao lado do 
pagamento há, porém, outras formas, que podem ser 
chamadas de pagamentos especiais. Alguns deles são 
tachados de pagamento indireto, como o pagamento de 
consignação, por ser efetuado mediante depósito judicial 
ou bancário, e não diretamente ao credor. Podemos 
chamar de pagamentos especiais, além do pagamento 
em consignação, que é modo indireto de pagamento, o 
pagamento com sub-rogação, a imputação do pagamento 
e a dação em pagamento’’. (Resumo de pagamento por 
consignação, site: direito.legal/direito-privado/resumo-de-
pagamento-por-consignação/) 
 
 
 
Corroborando com o entendimento, a jurisprudência a seguir: 
 colaciono o julgado da APELAÇÃO CÍVEL- AÇÃO DE 
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO FUNDADA EM DÚVIDA 
QUANTO AO LEGÍTIMO TITULAR DO CRÉDITO – 
CABIMENTO DA VIA CONSIGNATÓRIA – DÚVIDA 
FUNDAMENTA- EXISTÊNCIA DE INTENSO LITIGIO EM 
TORNO DA TITULARIDADE DO OBJETO DO PAGAMENTO – 
DISPUTA ENTRE OS RÉUS QUANTO À LEGITIMIDADE 
PARA PROCEDER AO LEVANTAMENTO DA QUANTIA 
DEPOSITADA NOS AUTOS – RITO BIFÁSICO- CPC, art. 
548,III – AUSÊNCIA DE INSTAURAÇÃO DA FASE 
INSTUTÓRIA – VIOLAÇÕ AO PRINCÍPIO DO 
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA – VÍCIO CONHECIDO 
DE OFÍCIO – SENTENÇA CASSADA EM PARTE – 
MANUTENÇÃO APENAS DA EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO EM 
RELAÇÃO A CONSIGNANTE EXCLUSÃO DA AUTORA DO 
PROCESSO – NECESSIDADE DE PROSSEGUIMENTO DA 
DEMANDA ENTRE OS CREDORES – RECURSO 
PREJUDICADO. Na ação de consignação em pagamento 
fundada em dúvida sobre quem deva legitimamente 
receber o pagamento, a sentença declarará efetuado o 
depósito e extinta a obrigação do consignante, 
prosseguindo o processo entre os réus, pretensos 
credores, caso em que se observará o procedimento 
ordinário, para se decidir sobre a legitimidade para 
proceder ao levantamento dos valores depositados, sendo 
que a decisão declaratória deve ser precedida do 
reconhecimento da extinção da obrigação por 
consignação em pagamento, encerrando-se a lide em 
relação ao consignante, e da concessão de oportunidade 
para os pretendentes, em dilação probatória, 
demonstrarem seus direitos, sob pena de nulidade 
absoluta por cerceamento de defesa. 
 
(TJ-MT 10038770720188110037 MT, Relator: JOÃO FERREIRA FILHO, Data 
de Julgamento: 01/12/2020, Primeira Câmara de Direito Privado, Data de 
Publicação: 22/01/2021) 
 
 
 
 
 
É o Parecer. 
 
 
 
Recife, 01 de Março de 2021. 
 
 
 
Carolaine, Advogada, OAB: 123456

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