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tentativa concurso de pessoas e concurso de crimes

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Exercícios – Direito Penal II
(Tentativa, concurso de pessoas e concurso de crimes)
Questão 1 
Resposta: Não, nosso código adotou a teoria monística do concurso de pessoas. Isto é, o fenômeno da codelinquência deve ser valorado como um único crime. Assim, não é possível que Tião Medonho e Zé pequeno, que concorreram na mesma prática delitiva, sejam indiciados por crimes diversos. O delito do art. 312, do CP, no entanto, é um delito próprio, e apenas funcionários públicos podem realizá-lo. Isso significa que Zé pequeno, como profissional liberal, não poderia em tese praticar esse crime. No entanto, o art. 30, do CP, estabelece que as circunstâncias pessoas se comunicam quando elementares do tipo. Zé pequeno seria, então, cúmplice necessário, respondendo também pelo crime de peculato.
Questão 2
Resposta: não. O latrocínio é um crime complexo, que envolve a violação de dois bens jurídicos, a vida e o patrimônio. A súmula 610 do STF estabelece que “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”. Assim, especificamente em relação à esse crime temos quatro possibilidades:
Homicídio e subtração consumados (responde por latrocínio consumado);
Homicídio tentado e subtração consumada (responde por tentativa de latrocínio);
Homicídio consumado e subtração tentada (reponde por latrocínio consumado); 
Homicídio tentado e subtração tentada (responde por tentativa de latrocínio). 
No caso em questão, as vítimas, Lili e Eduardo, morreram. Assim, apesar de Dedé e Cleitinho não terem conseguido completar a subtração, eles respondem pela prática do crime de latrocínio consumado. 
Outro ponto importante da questão é saber se o crime cometido contra o casal trata-se de crime único ou de concurso formal impróprio. A atual jurisprudência do STJ é no sentido de que, nesse caso, quando há duas mortes e uma única subtração, não há um único crime, mas dois crimes mediante uma única ação ( concurso formal impróprio). 
QUESTÃO 3 
Resposta: Caio e Tião são penalmente responsáveis pela morte de Tício. No entanto, ambos respondem por tentativa de homicídio e não pelo homicídio consumado. 
O caso em questão trata da autoria colateral. Isto é, quando dois agentes praticam condutas convergentes para a realização de um crime sem conhecimento das ações uns dos outros. Nesse caso, não trata de um concurso de pessoas propriamente dito, uma vez que não há o elemento essencial do vínculo subjetivo. Nesses casos, é essencial saber exatamente o resultado produzido por cada um. Se for impossível determinar quem produziu o resultado (autoria incerta), ambos respondem por tentativa 
QUESTÃO 4 
Resposta: Não. No caso em questão, Zé pequeno é penalmente responsável apenas pelo crime de roubo, enquanto Tião medonho responderá por latrocínio. Isso porque trata-se de um caso de cooperação dolosamente distinta. Isto é, se no decorrer da prática delitiva ocorrer o desvio subjetivo da conduta, aquele que quis participar de um crime menos grave será incurso nas penas deste. A pena, ainda, será aumentada até metade se o resultado era previsível (art. 29, 2º, do CP). 
QUESTÃO 5 
Resposta: No caso em questão há duas formas diferentes de concurso. Em relação ao crime de furto, há um único crime, uma vez que, com uma única ação, realizou apenas um delito. 
Em relação ao crime de roubo, com uma única ação, Zé pequeno executou dois crimes contra vítimas diferentes, com desígnios autônomos. Assim, há o concurso formal impróprio. Em relação ao crime de roubo e ao crime de furto, por sua vez, há o concurso material de crimes. 
QUESTÃO 6
Resposta: Sim, há responsabilidade penal por parte de Tião. Há, no ordenamento brasileiro, três institutos relacionados à temática: Desistência Voluntária: O agente desiste, por vontade própria, de continuar a realização dos atos executórios. Arrependimento eficaz: a agente termina os atos executórios, mas se arrepende e, por vontade própria, impede a consumação do crime. Nesses dois casos, os agentes não são punidos, apenas respondendo pelos crimes já praticados. O terceiro instituto é o arrependimento posterior. No caso, em crimes realizados sem violência e grave ameaça, se, após a consumação do crime, o agente reparar o dano ou restituir a coisa, há uma diminuição da pena (art. 16, do CP). No caso em questão, trata-se exatamente deste último instituto, uma vez que Tião se arrependeu depois de consumado o delito. Então, ele responde pelo crime, mas a ele é aplicada a causa de diminuição do art. 16 do CP. 
QUESTÃO 7
Resposta: Tício responde penalmente pelo crime como partícipe. Para que se configure o concurso de pessoas é necessário o vínculo subjetivo entre os agentes, não sendo preciso o acordo prévio. Tício seria partícipe uma vez que sua participação foi apenas acessória. 
QUESTÃO 8
Resposta: O Código Penal brasileiro adota a teoria da acessoriedade limitada. Isto é, exige que a ação principal seja típica e antijurídica, não sendo necessário que o autor seja culpável. Assim, Lúcio responde como partícipe, mesmo Ricardo sendo menor inimputável. 
QUESTÃO 9 
Resposta: No caso, há incidência do crime continuado. Assim, Cida responde penalmente pelo crime de furto c/c o art. 71, caput, do CP. 
O crime continuado é uma ficção jurídica, na qual o agente pratica dois ou mais crimes que, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras circunstâncias semelhantes, são considerados continuação do primeiro. Isto é, são diversas ações criminosas, que por motivos de política criminal, a lei considera como um único crime. 
QUESTÃO 10
Resposta: Trata-se de flagrante preparado, que é válido no ordenamento jurídico brasileiro. Assim, Luiz responde por crime de tráfico de drogas (não admite tentativa). 
Flagrante preparado: o agente infrator, por sua iniciativa, decide cometer o crime, realiza os atos preparatórios e começa a executá-los e o policial intervém para impedir a consumação do delito.
Flagrante provocado: chamado de crime de ensaio. Há a figura do agente provocador, que pode ser o policial ou alguém a seu serviço, que induzem o indivíduo a praticar o crime. Isso é vedado pela Súmula 145 do STF (atenção. Na súmula, usam o termo “preparado” para se referir a este tipo de flagrante). 
Flagrante forjado: os policiais criam prova de um crime inexistente.

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