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cap. 1 elaboracao de projeto

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CAPÍTULO 1
NATUREZA DOS PROJETOS
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Descrever como ocorreu a evolução dos projetos e suas características. 
 Explicar quais são os fatores críticos e de sucesso em gestão de projetos.
 Analisar a importância da gestão de projetos.
 Demonstrar as características de um projeto de sucesso.
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 Elaboração de Projetos Empresariais
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NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
CONTEXTUALIZAÇÃO
Quando falamos de projetos, rapidamente somos remetidos a projetos de 
vida, projetos de construção de casa, ou seja, somos remetidos a propostas de 
realização de objetivos.
Assim, a gestão de projetos vem ao encontro exato do que fomos remetidos, 
afi nal, cada uma destas possibilidades tratadas são pequenos ou grandes 
projetos, assim, a possibilidade de erros diminui muito, a resolução de problemas 
fi ca estruturada, a qualidade fi ca favorecida e os processos de entrega dos 
serviços fi cam alinhados, já que o planejamento e organização serão fatores 
principais. Além disso, os projetos são utilizados como uma ferramenta aplicada 
à gestão das organizações. Na era do conhecimento na qual nos encontramos, 
gerir as capacidades e competências dos colaboradores e gerir de forma efi caz os 
recursos disponibilizados requer organização e efi ciência, situações em que esta 
ferramenta é aplicada.
Assim, neste capítulo você poderá acompanhar o início das principais 
utilizações do gerenciamento de projetos, que servem como referência para as 
evoluções hoje utilizadas.
A EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS DOS 
PROJETOS
O gerenciamento de projetos teve um dos seus primeiros feitos no fi m da 
década de 1950 e início da década de 1960 nos EUA, utilizado então na análise 
de sistema de computação e empreendimentos físicos (GADDYS, 1970). Este 
conceito pode ser mais antigo do que parece. Valle et al. (2010) exemplifi cam que 
no antigo Egito já eram empregadas técnicas de engenharia e gerenciamento bem 
sofi sticadas para a construção de sistemas de esgoto e irrigação, embarcações e 
canais.
Na sequência desta evolução, ainda na década de 1960, a aplicação 
da gestão de projetos foi comparada ao funcionamento de uma máquina em 
condições ideais, sem atrito, ou seja, funcionando sem interferência, pois 
a gestão da máquina é feita sem interferência e com um sequenciamento 
exato (WOODWARD, 1984). Em 1967, segundo Valle et al. (2010, p. 36), “o 
Departamento de Defesa americano publica o chamado Cost/Schedule Control 
Systems Criteria (C/SCSC), constituído de mais de 35 padrões de gestão e 
controle de projetos [...]”. Valle et al. (2010, p. 36) afi rmam ainda que “esse padrão 
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 Elaboração de Projetos Empresariais
infl uenciou bastante a formulação de boas práticas de gerenciamento de projetos 
em publicações que se seguiriam”. Foi nesta mesma década que também nos 
Estados Unidos e na Europa surgiam as primeiras associações, como a “Project 
Management Institute (PMI) e a International Project Management Association 
(IPMA)” (CARVALHO; RABECHINI JR., 2009, p. 8).
Em 1970, com interferências como a infl ação, petróleo, a escassez de 
recursos naturais e o aprimoramento dos projetos, surgiram os softwares para 
planejar e controlar as atividades, facilitando assim o gerenciamento do projeto, 
claro que contendo ainda limitações, como o processamento em centros externos 
do acontecimento do projeto e a lentidão na atualização das informações. Este 
mercado de software foi consolidado somente nas décadas seguintes.
Na década de 1980, com ambientes de múltiplas funções e divisões e a forma 
matricial de organização, foi possível realizar o fracionamento das atividades em 
unidades específi cas, o que, dentro da gestão de projetos, viria a ser a divisão das 
atividades (CODAS, 1987). Foi nesta mesma época que os microcomputadores 
apareceram para facilitar as operações do gerenciamento de projetos.
E foi em 1990, segundo Carvalho e Rabechini Jr. (2011), que se pode 
considerar que a gestão de projetos criou uma identidade própria. Essa evolução 
você pode acompanhar na fi gura a seguir.
Figura 1 – Evolução da gestão de projetos
Fonte: Carvalho e Rabechini Jr. (2007, p. 33).
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NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
Os autores Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 8) dizem que a década de 
1980 foi considerada embrionária, já que a gestão de projetos estava espalhada 
por diversas áreas da organização, ela não possuía uma identidade. E citam 
como principal marco a criação do “método do caminho crítico – COM (Critical 
Path Method) e sua variante probabilística, PERT (Program Evaluation and 
ReviewTechnique)”. 
As duas décadas seguintes foram chamadas de onda de gestão de projetos, 
mas apenas na segunda metade da década de 1990, segundo Carvalho e 
Rabechini Jr. (2011, p. 8), “o crescimento foi vertiginoso, pautado no crescimento 
de associações e instituições de gerenciamento de projetos, foi também nesta 
época que saíram as primeiras publicações de guias certifi cados por profi ssionais 
formados na Bodies of Knowledge (BoK) e PMBOK”.
 PMBOK (Project Management Body of Knowledge, ou guia para 
o conjunto de conhecimentos de gerenciamento de projetos). É de 
autoria do Project Management Institute (PMI) ou, mais precisamente, 
do PMI Standards Committee, o comitê de padronização do PMI. 
FONTE: Disponível em: <http://www.projectbuilder.com.br/blog-
pb/entry/conhecimentos/o-que-e-pmbok>. Acesso em: 17 maio 2016.
A medida desta evolução pode ser confi rmada com o número de associados 
do PMI® Project Management Institute, conforme pode ser visualizado na fi gura 
a seguir.
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 Elaboração de Projetos Empresariais
Figura 2 – evolução dos associados ao PMI ®
Fonte: Sotille (2015, p. 49).
Essa evolução mundial na gestão de projetos não tem o mesmo crescimento 
no Brasil, está aí uma grande oportunidade para você estudar e se tornar um 
especialista nesta área.
Continuando com nossa discussão sobre a evolução, Carvalho e Rabechini 
Jr. (2009) afi rmam que na virada do milênio as questões ligadas à gestão de 
projetos confi guraram uma tendência, que os autores chamam de segunda onda, 
com foco nos modelos organizacionais de gestão de projetos, onde as empresas 
investem na implementação de modelos de maturidade em projetos, focando na 
mudança organizacional e estruturando os planos a fi m de alcançar a excelência 
na gestão de projetos.
ONDAS DA GESTÃO DE PROJETOS
Chegamos até aqui acompanhando a evolução na gestão de projetos, e 
os autores Carvalho e Rabechini Jr. (2009) subdividem essa evolução em duas 
ondas, uma com foco no projeto e outra com foco na organização, que são 
representadas da fi gura a seguir.
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NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
Figura 3 – Ondas da gestão de projetos
Fonte: Carvalho e Rabechini Jr. (2007, p. 37).
Como você pode perceber na fi gura das ondas da gestão de projetos, a 
primeira teve ênfase nas questões vinculadas às necessidades dos projetos, 
principalmente nas ligadas ao atendimento do resultado de seu escopo, também 
aos prazos, custos e qualidade.
Escopo se refere àquilo que se pretende atingir. É um 
substantivo masculino, com origem na palavra grega skopos, que 
signifi ca “aquele que vigia, que protege”. Escopo é a fi nalidade, 
o alvo, ou o intento que foi estabelecido como meta fi nal”. 
Fonte: Disponível em: <http://www.signifi cados.com.
br/escopo/>. Acesso em: 17 maio 2016.
Ancorados a isso, Carvalho e Rabechini Jr. (2009, p. 10) afi rmam que houve 
um “uso mais intenso da tecnologia da informação, no intuito de disponibilizar as 
informações dos projetos em tempo hábil para a tomada de decisão”. Tornando 
assim, nesta onda, as empresas mais efi cientes nas práticas de gestão de 
projetos.Faltando ainda a organização dos processos e pessoas qualifi cadas 
para a gestão deste processo, surgindo assim a segunda onda, onde “a palavra-
chave é a efi cácia, ou seja, fazer a coisa certa”. 
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 Elaboração de Projetos Empresariais
Esta onda formalizou a integração das áreas de conhecimento, além de 
formar gerentes de projetos. Já que a partir daí mais empresas passaram a utilizar 
o gerenciamento de projetos, fazendo com que nascesse esse novo profi ssional, 
que, segundo Carvalho e Rabechini (2009, p. 10), “além das competências 
técnicas, tem de desenvolver competências mais gerenciais, incluindo aí 
capacidades de negociação, política, articulação, entre outras”.
Outra característica importante nesta segunda onda foi o investimento 
das empresas na implementação de modelos de maturidade em projetos, 
infl uenciando na reestruturação das mudanças organizacionais e planos de ação 
para excelência na gestão de projetos.
Agora que você conheceu as duas ondas nesta evolução da gestão de 
projetos, pare e analise: em que onda a empresa da qual você faz parte está? 
Os autores afi rmam que muitas empresas perderam a primeira onda na evolução 
da gestão de projetos e hoje estão correndo atrás para se adequar à segunda. 
Assim, veja onde você está: correndo atrás ou surfando na onda da efi cácia?
Conhecida a evolução e seu posicionamento nas ondas, vamos passar a 
discutir o que são os projetos. Continue sua leitura e vamos praticando.
AMBIENTES DOS PROJETOS
Vale iniciarmos esta discussão nos questionando: por que as empresas 
passaram a adotar a gestão de projetos, ou por que as empresas buscam 
constantemente metodologias de trabalho que lhes tragam maior rentabilidade, 
menor custo e melhor aproveitamento dos recursos disponíveis?
Podemos enumerar muitos fatores, como: o acesso às informações, 
as mudanças na política, a distribuição de renda, a competitividade, a 
globalização, entre outros. Para Menezes (2009), um dos principais movimentos 
é a globalização, que já há algum tempo nos trouxe miscigenação de culturas, 
tecnologias, trocas de informações, o que exigiu um desdobramento intenso para 
que empresas e colaboradores nas atividades diárias assimilassem esses novos, 
variados e volumosos conhecimentos, além de administrarem tudo isso.
Neste cenário de globalização torna-se imprescindível destacar o 
planejamento estratégico. Valle et al. (2010, p. 38) descrevem que o planejamento 
estratégico:
[...] é uma técnica corporativa que proporciona a análise 
ambiental de uma empresa, identifi cando suas oportunidades, 
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NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
ameaças, pontos fortes e fracos para que saia de seu estado 
atual (missão) e chegue ao estado esperado (visão). As 
ações necessárias para essa transição normalmente são 
implementadas por meio de projetos. 
Quando nossas empresas passaram a assumir essa responsabilidade e 
reconhecer a necessidade desta transformação, Menezes (2009, p. 3) diz que 
“isso exige, por si só, a condução de vários conjuntos de atividades que podem 
e devem ser tratados como projetos, por suas características inovadoras e 
necessidades de integração”. Desta forma, trouxe para nossa realidade a gestão 
destes projetos. Exemplos de projetos advindos do movimento da globalização 
são “a transferência de tecnologia, montagem e expansão industrial, entrada 
e posicionamento de empresas em mercados não explorados anteriormente” 
(MENEZES, 2009, p. 3).
Há ainda alguns desafi os, principalmente no Brasil, a serem transpostos e 
que a gestão de projetos auxilia na administração, desafi os como os citados por 
Menezes (2009):
a) O crescimento da desintermediação: que é a tendência de maior 
proximidade entre o fabricante e consumidor fi nal. Retirando os intermediários, 
a margem de lucro é maior e repassada tanto para o fabricante quanto para 
o consumidor. Lembrando que as empresas que optam por esta operação 
precisam de apoio logístico adequado. Exemplo delas são as empresas que 
vendem pela internet.
b) A desverticalização: neste caso, as empresas procuram identifi car o seu 
core business (seu negócio principal) e concentrar o desenvolvimento deste, 
terceirizando as demais atividades. O controle e visualização das atividades 
realizadas fora do seu core business podem ser feitos com maior qualidade 
por meio de projetos.
c) Megafusões: estas podem ser bem estruturadas por projetos, pois são 
operações complexas e com grande número de interfaces.
d) Preservação do meio ambiente: um dos resultados da globalização 
é o intenso movimento da preservação do meio ambiente, que ganhou 
relevância nas organizações, e para que elas se adequem a esta realidade 
e aos regulamentos necessários, tratar essas adequações como projetos 
específi cos também é uma acertada atitude.
e) Competitividade: alguns fatores, como transformação de inúmeros produtos 
em commodities, maior grau de automação nas unidades produtivas, 
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 Elaboração de Projetos Empresariais
empurraram as empresas a buscar a competitividade em pequenos 
diferenciais, assim, novamente os projetos auxiliam nessa busca.
Muito bem! Agora que você já viu o contexto da utilização dos projetos, 
vamos ao conceito.
O QUE SÃO PROJETOS?
Vamos conhecer, no quadro a seguir, alguns dos conceitos apresentados na 
literatura sobre projetos.
Quadro 1 – Defi nições de projeto
AUTOR CONCEITO
Tuman (1983, p. 12) “Um projeto é uma organização de pessoas dedicadas que visam atin-
gir um propósito e objetivo específi co. Projetos geralmente envolvem 
gastos, ações ou empreendimentos únicos de altos riscos e devem ser 
completados numa certa data por um montante de dinheiro, dentro de 
alguma expectativa de desempenho. No mínimo, todos os projetos ne-
cessitam ter seus objetivos bem defi nidos e recursos sufi cientes para 
poderem desenvolver as tarefas requeridas”. 
ISO 10006 (1997, p. 5) “Um processo único, que consiste em um grupo de atividades coor-
denadas e controladas com datas para início e término, empreendido 
para alcance de um objetivo conforme requisitos específi cos, incluindo 
limitações de tempo, custo e recursos”.
Heldman (2005, p. 7) “Os projetos destinam-se a dar origem a um serviço ou produto úni-
co, que não foi produzido antes. Têm prazo limitado e sua natureza é 
temporária. Isto quer dizer que os projetos têm início e fi m defi nidos. 
É possível decidir se o projeto está concluído ao compará-lo com os 
objetivos e as entregas defi nidas no plano do projeto”.
PMI (2008) “Um empreendimento temporário feito para criar um produto, serviço 
ou resultado único”.
Gärtner (2010, p. 5) “O projeto é um produto ou serviço desenvolvido de forma especial e 
específi ca de acordo com a necessidade do cliente”.
Fonte: Os autores.
Você deve ter observado que dentre estes conceitos há detalhes que se 
repetem, como os ligados ao tempo e ao ineditismo, ou seja, os projetos possuem 
um começo e um fi m determinados e são feitos para produção de produto ou 
serviço não realizado anteriormente. Corroborando, Carvalho e Rabechini Jr. 
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NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
(2009, p. 22) explicam que é possível perceber “dois conceitos intrínsecos nessas 
defi nições: um referente à temporalidade [...] e outro referente à unicidade ou 
singularidade, ou seja, que o produto ou serviço do projeto é, de algum modo, 
diferente de todos os similares feitos anteriormente”.
Assim, você pode estar se perguntando: então isso signifi ca que os projetos 
têm curta duração? A resposta é: Não! Um exemplo citado por Carvalho e 
Rabechini Jr. (2009) é a usina de Itaipu que foi iniciada na década de 1980, e o 
produto, que era a geração de energia, ainda está sendo gerado.
Devemos levar em consideração também que o termo temporário não se 
aplica ao produto, serviço ou resultado criado peloprojeto. Afi nal, assim como a 
usina de Itaipu, a grande maioria dos projetos é realizada para oferecer resultados 
duradouros, como: um projeto para erguer um monumento nacional, usamos como 
exemplo os estádios que foram construídos para a Copa do Mundo de 2014. Além 
desses, os impactos dos projetos podem ser sociais, econômicos ou ambientais, 
com duração longa, como no caso do Bolsa Família (PMI, 2004).
Além dos aspectos já citados com relação à temporariedade dos projetos, 
eles podem ser aplicados a outros esforços, como cita o PMI (2004):
• Uma oportunidade gerada pelo mercado, por exemplo, a necessidade de 
confeccionar casacos para o inverno, é uma janela de tempo oferecida, afi nal, 
no verão eles não serão necessários, além de ser necessário considerar que 
em algumas regiões essa janela nem se abre, pois não há registros de baixas 
temperaturas.
• A composição da equipe do projeto raramente é contínua, já que quando o 
projeto é entregue, ela se desfaz e é realocada para outra atividade.
Como já falamos anteriormente, a singularidade é uma característica 
importante das entregas do projeto. Por exemplo, milhares de casas foram 
construídas nos últimos anos, muitas delas com o mesmo padrão e até o mesmo 
valor, mas cada uma delas é única, tem uma única cor, um único dono, único 
endereço e até mesmo construtoras diferentes. Mesmo que alguns aspectos são 
repetidos, ou iguais, não signifi ca que os projetos são iguais, portanto, são únicos.
Outra característica que nós devemos levar em conta, que diz respeito 
ao aspecto de temporariedade e exclusividade dos projetos, é a elaboração 
progressiva, que signifi ca que eles são desenvolvidos por etapas e continuamente 
são incrementados. Exemplo disso é o projeto de uma casa. Em conversa com 
o arquiteto ou engenheiro, você apresenta a ele a ideia e o mesmo vai fazer o 
desenho principal, que ganhará mais detalhes e incrementos no decorrer do 
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 Elaboração de Projetos Empresariais
desenvolvimento, tanto da planta como na construção. O PMI (2004) nos faz 
lembrar que a elaboração progressiva não deve ser confundida com o aumento, 
no caso do nosso exemplo da casa, para um projeto de um prédio, ele sempre 
será a casa, com progressões respeitando sempre o contrato que foi elaborado 
no acerto do projeto.
Ficou em dúvida como isso funciona? Vamos a alguns exemplos citados 
também pelo PMI (2004, p. 7):
• O desenvolvimento de uma fábrica para processamento 
de produtos químicos começa com a engenharia de 
processos que defi ne as características do processo. Essas 
características são usadas para projetar as principais unidades 
de processamento. Essas informações tornam-se a base do 
projeto de engenharia, que defi ne tanto o layout detalhado da 
fábrica quanto as características mecânicas das unidades do 
processo e das instalações auxiliares.
Tudo isso resulta em desenhos de projeto elaborados para 
produzir desenhos de fabricação e construção. Durante a 
construção, são feitas interpretações e adaptações conforme 
necessário, que estão sujeitas à devida aprovação.
Essa elaboração adicional das entregas é capturada na forma 
de desenhos “as built” (conforme construído) e são feitos 
ajustes operacionais fi nais durante os testes e a entrega.
• O produto de um projeto de desenvolvimento econômico pode 
inicialmente ser defi nido como: “Melhorar a qualidade de vida 
dos residentes de menor renda da comunidade X.” Conforme 
o projeto continua, os produtos podem ser descritos de forma 
mais específi ca, por exemplo: “Oferecer acesso à alimentação 
e água a 500 residentes de baixa renda da comunidade 
X.” A próxima etapa da elaboração progressiva poderia 
enfocar exclusivamente o aumento da produção agrícola e 
da comercialização. O fornecimento de água é considerado 
prioridade secundária, a ser iniciado quando o componente 
agrícola estivesse em estágio avançado.
Agora fi cou claro, não fi cou? Muito bem, então lembre-se de que “projetos 
não são esforços contínuos”. Gärtner (2010, p. 7) apresenta mais algumas 
características de um projeto, acompanhe:
• são temporárias, quando possuem um início, um processo e 
um fi m defi nido;
• são planejadas, executadas e controladas;
• englobam produtos, serviços ou resultados exclusivos;
• são desenvolvidas em etapas tendo a sua evolução 
progressiva;
• são desenvolvidas e realizadas por pessoas;
• têm seus recursos limitados.
Entendemos até aqui o que são os projetos e suas características, o próximo 
passo é entender para que os projetos são utilizados.
21
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
Assim como todos os produtos e serviços, o projeto é desenvolvido para 
atender à necessidade do cliente, e esse cliente poderá ser interno ou externo. 
Gärtner (2010, p. 8) explica que “projeto é o processo conceitual através do qual 
algumas exigências funcionais de pessoas, individualmente ou em massa, são 
satisfeitas através do uso de um produto ou de um sistema que representa a 
tradução física do conceito”, assim, os projetos são desenvolvidos especialmente 
para atender estas demandas.
Já Menezes (2009, p. 16) nos leva a refl etir por que os projetos são tão 
importantes para as empresas. Já vimos que uma das razões é atender as 
necessidades, outras razões são:
• Melhoria em produtos.
• Novo produto.
• Melhoria interna.
• Mudança organizacional.
• Produto único.
• Gestão estratégica da empresa.
• Trabalhando com prazos e recursos limitados.
• Compartilhando recursos escassos.
Nossas empresas estão cada vez mais voltadas ao melhoramento contínuo, 
que, por vezes, gera pequenas alterações, mas, em contrapartida, podem gerar 
enormes alterações e que são melhor e mais facilmente administradas como 
projetos.
PROJETOS X ATIVIDADES ROTINEIRAS/EM 
CURSO
Importante aqui fazermos uma pausa para diferenciar os projetos e as 
atividades rotineiras ou atividades em curso. Assim, conforme Kelling (2002, p. 4), 
a diferença é que: 
[...] a perspectiva do projeto é rigidamente defi nida, limitada 
por tempo e recursos, e os objetivos são mais específi cos. 
Por outro lado, a maioria das operações em curso é atrelada 
a objetivos em função do retorno sobre o investimento e a 
sobrevivência de longo prazo. 
Vamos comparar isso com dois quadros que seguem:
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 Elaboração de Projetos Empresariais
Quadro 2 – Identifi cação de processos e projetos nas rotinas
Característica dos processos/
atividades Solução – Padrão Solução Inovadora
Atendimento Planejamento e programação Pronto atendimento
Estoques Altos investimentos Flexibilidade
Tarefas Padronizadas Não rotineiras
Recursos Humanos Pequenas capacitações Capacitados
Reserva/Capacidade Materiais e produtos Capacidade estocada
Processos Padronizados Variados
Interferência dos clientes Pouca ou nenhuma Grande
Fonte: Menezes (2009, p. 19).
Neste primeiro quadro as características são das atividades da rotina das 
empresas, as soluções padrão são as atividades rotineiras ou sem curso e a 
solução inovadora é a baseada em projetos.
Quadro 3 – Comparação de projetos com operações em curso
Projeto Atividades Contínuas
Estabelecer um novo negócio. Administrar um negócio consolidado.
Instalar um sistema de plataformas de 
micro-ondas.
Fornecer instalações de controle de tráfego 
aéreo.
Construir um novo porto marítimo. Operar um terminal oceânico. 
Introdução de controle de estoque compu-
tadorizado.
Administração rotineira de estoque.
Desenvolver uma concessão para explora-
ção de minério.
Produção lucrativa de minério.
Construir uma usina nuclear. Fornecer suprimento constante de energia 
elétrica.
Fonte: Kelling (2002, p. 5).
O que você pode perceber em ambos os quadros é o que se refere aos 
objetivos, que nas atividades rotineiras ou contínuas, quando elas atingem um 
determinado objetivo, assumem outro e continuamseu trabalho; já um projeto 
termina quando seu objetivo é alcançado. Essa é a principal diferença entre elas.
23
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
Atividade de Estudos:
 1) Agora que você aprendeu a diferença entre projeto e atividade 
contínua, faça uma lista das atividades e dos projetos que estão 
acontecendo na empresa da qual você faz parte, e verifi que 
também se estão classifi cados de forma correta.
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GERENCIAMENTO DE PROJETOS,
O QUE É?
Antes de qualquer coisa, vamos relembrar um conceito muito básico para 
você que já está nesta etapa de especialização: o que é gestão?
Gestão é, segundo Luccatto (2011, p. 1), “ter controle sobre os processos 
da empresa”. E nosso Dicionário Michaelis (2009) apresenta o signifi cado 
de gestão como “Ato de gerir. Administração, direção. Gestão de negócio: 
administração ofi ciosa de negócio alheio, feita sem procuração”. Isso nos remete 
à responsabilidade de gerir o negócio alheio com responsabilidade e de forma 
efi caz, afi nal o gestor é chamado para, junto com os demais colaboradores, 
alcançar os objetivos traçados. 
Esta gestão só será efi ciente se atender a alguns requisitos traçados pela 
Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ), que publicou os critérios 
da excelência da gestão associados às possíveis ações do gestor efi caz. Vamos 
acompanhar esses critérios citados por Gassenferth, Machado e Krause (2012, p. 
11):
a) Pensamento sistêmico: é o entendimento das relações de interdependência 
entre todos os componentes da organização, e também entre a organização 
e o ambiente externo, ou seja, o gestor terá que atentar no que ocorre dentro 
e fora da organização e tudo que possa afetá-la.
b) Aprendizado organizacional: é a busca por um novo patamar de 
conhecimento da organização, adquirido através de refl exões, percepções, 
24
 Elaboração de Projetos Empresariais
compartilhamento de experiências. Assim, o gestor efi caz deve trocar 
experiências com outras áreas e promover essa troca de experiências com 
os colaboradores.
c) Cultura de inovação: aqui o gestor deve procurar criar e promover um 
ambiente de criatividade, que proporcione a implementação de novas ideias 
para gerar diferenciais competitivos para a organização. 
d) Liderança e constância de propósito: neste sentido o gestor deve atuar de 
forma democrática, inspiradora, motivar as pessoas para que se desenvolva 
uma cultura de promoção de relações de qualidade e proteção de interesses, 
ele deverá mostrar o caminho e inspirar as pessoas a segui-lo.
e) Orientação por processos e informações: o gestor deverá compreender o 
fl uxo das atividades e processos a fi m de agregar valor às partes envolvidas, 
para que suas ações e decisões tenham como base a mediação, a análise de 
desempenho, sempre considerando as informações disponíveis e os riscos 
identifi cados.
f) Visão de futuro: é necessário compreender os fatores que, a longo prazo, 
podem afetar a organização, o ambiente externo e o sistema do qual ela faz 
parte. Para estar preparado para os fatos que poderão ocorrer.
g) Geração de valor: é o momento de alcançar o valor tanto tangível quanto 
intangível de forma consistente para todos os envolvidos. O gestor 
deve ter preocupação com o resultado sem esquecer dos princípios da 
sustentabilidade “1- uma abordagem científi ca e sistêmica ao planejamento 
organizacional para a sustentabilidade, 2- Agenda 21, 3- Pacto global, 4- 
Projeto Sigma, 5- princípios globais de Sullivan”.
Para você saber mais sobre a Agenda 21, consulte o site:
<http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/
agenda-21/agenda-21-global>.
E para conhecer sobre Pacto global acesse:
<http://www.pactoglobal.org.br/>.
Para saber mais sobre o Projeto Sigma acesse:
<http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/98>.
25
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
Para saber mais sobre todas estas abordagens de 
sustentabilidade, leia o artigo “Princípios de sustentabilidade: uma 
abordagem histórica”, disponível em: <http://www.abepro.org.br/
biblioteca/enegep2005_enegep1005_0803.pdf>.
h) Valorização das pessoas: é importante que sejam criadas condições para 
o crescimento das pessoas, tanto profi ssional como humano, assim, o seu 
desempenho, seu comprometimento e o desenvolvimento de competências 
são maximizados. O gestor deve estar atento à transformação das pessoas 
envolvidas no processo.
i) Conhecimento sobre o cliente e o mercado: sem conhecer o mercado 
e o cliente não há sucesso na gestão, portanto, o gestor precisa focar 
nesse conhecimento para gerar maior competitividade nos mercados. 
Boas ferramentas para essa análise e mensuração da atuação da empresa 
no mercado são as do “CRM = Acquire, Enhance, Retain – conquistar, 
desenvolver e reter clientes”.
j) Desenvolvimento de parcerias: buscar desenvolver atividades conjuntas, 
praticar o benchmarking com empresas de fora e dentro do sistema de valor, 
agregando assim valor e explorando ao máximo as competências.
k) Responsabilidade social: uma questão de ética da empresa para com 
os seus públicos. Incluindo o desenvolvimento sustentável da sociedade, 
preservando todos os recursos ambientais e culturais da sua geração e das 
futuras.
Agora que relembramos e defi nimos o que é uma gestão efi ciente, vamos 
ver como ela se aplica no gerenciamento do projeto. Segundo o Guia PMBOK®, 
o gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, 
ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fi m de atender aos seus 
requisitos. (PMI, 2004).
Algumas características são destaque na gestão de projetos, como:
- Simplicidade de propósito. O projeto possui metas e objetivos 
facilmente entendidos.
- Clareza de propósito e escopo. O projeto pode ser descrito 
claramente em poucos termos: seus objetivos, escopo, 
26
 Elaboração de Projetos Empresariais
limitações, recursos, administração, qualidade de resultados e 
assim por diante.
- Controle independente. O projeto pode ser protegido do 
mercado ou de outras fl utuações que afetam operações 
rotineiras.
- Facilidade de medição. O andamento do projeto pode ser 
medido por meio de sua comparação com metas e padrões 
defi nidos de desempenho.
- Flexibilidade de emprego. A administração do projeto pode 
empregar ou cooptar especialistas e peritos de alto padrão por 
períodos limitados, sem prejudicar os arranjos de longo prazo 
na lotação de cargos.
- Conduz a motivação e moral da equipe. A novidade e o 
interesse específi co do trabalho do projeto são atraentes 
às pessoas e levam à formação de equipes entusiásticas 
automotivadas.
- Sensibilidade ao estilo de administração e liderança. Embora 
às vezes capazes de autogestão, as equipes de especialistas 
automotivados reagem criticamente a certos estilos de 
liderança.
- Útil ao desenvolvimento individual. Trabalhar com uma equipe 
de projeto efi ciente favorece o desenvolvimento acelerado e a 
capacitação pessoal.
- Favorece a discrição e a segurança. Os projetos podem ser 
protegidos de ação hostil ou atividade de informação para 
defesa, pesquisa, desenvolvimento de produto ou segurança 
de produtos sensíveis ao mercado ou de alto valor.
- Mobilidade. Como entidades independentes, os projetos 
podem ser executados em locais remotos, países estrangeiros 
e assim por diante.
- Facilidade de distribuição. A administração ou a condução 
de um projeto inteiro pode fi car livre de contrato, por exemplo, 
em um acordo BOT de construção, operação e transferência 
(KELLING, 2002, p. 5).
Lendo as características e benefíciosda gestão de projetos, você pode 
perceber como elas vão ao encontro da gestão efi caz? Perceba como tanto 
quanto a gestão efi caz, a gestão dos projetos é ilimitada, e favorece o crescimento 
da organização e das pessoas envolvidas, almejando o êxito no trabalho que está 
sendo desenvolvido.
Desta forma, Phillips (2003) afi rma que a gerência de projetos se caracteriza 
como a capacidade de administrar diversas tarefas de forma cronológica e que 
resultem na meta desejada. Uma tarefa depende da outra ao passo que uma não 
poderá ser concluída antes de outras, algumas destas tarefas vão depender da 
habilidade de uma pessoa em especial, assim como outras podem ser realizadas 
em paralelo e em equipe.
Este gerenciamento inclui: identifi cação das necessidades, estabelecimento 
de objetivos claros e alcançáveis, balanceamento das demandas confl itantes de 
27
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
qualidade, escopo, tempo e custo, adaptação das especifi cações, dos planos e 
da abordagem às diferentes preocupações e expectativas das diversas partes 
interessadas.
Gärtner (2010, p. 39), corroborando, afi rma que para gerenciar os projetos é 
necessário balancear as demandas confl itantes:
• “escopo, tempo, custo, risco e qualidade do projeto;
• satisfação de diferentes interessados, com diferentes necessidades e 
expectativas;
• requisitos identifi cados (necessidades) e requisitos não identifi cados 
(expectativas)”.
E afi rma que o principal enfoque do conceito é o controle, afi nal, não será 
possível atender as necessidades do cliente se não houver controle.
Onde o gestor do projeto tenta adquirir controle sobre essas quatro variáveis, 
mas três delas podem ser dadas por clientes externos ou internos. Já o valor ou 
valores das variáveis remanescentes está a cargo do gerente do projeto, baseado 
em técnicas de estimativas.
Os resultados fi nais devem ser acordados em um processo de negociação 
entre a gerência do projeto e o cliente. Por sua vez, os valores em termos de 
tempo, custo, qualidade e escopo são defi nidos por contrato (GÄRTNER, 2010).
E o gestor destes projetos que não possuem tempo ilimitado e que exigem 
que ele se desenvolva no cargo, acaba assumindo características como citado 
por Kelling (2002, p. 10):
- o centro em torno do qual gira toda a atividade;
- o elo entre stakeholders internos e externos e as organizações;
- regulador do progresso, velocidade, qualidade e custo;
- líder e motivador do pessoal do projeto;
- comunicador e negociador em todas as coisas relacionadas 
ao projeto; e
- controlador de fi nanças e outros recursos.
Desta forma, a Gerência de Projetos ou Gestão de Projetos é administrar, 
coordenar ou gerir um projeto. Neste processo é necessário aplicar técnicas, 
experiências e conhecimentos, objetivando a garantia de que o que foi proposto 
seja alcançado dentro das expectativas, especifi cações e tempo.
28
 Elaboração de Projetos Empresariais
Para você ter uma melhor compreensão desse conceito, vamos acompanhar 
o que Gärtner (2010) classifi ca como grupos de processos que compõem a 
gerência de projetos:
• Processos de iniciação: é o momento de reconhecer formalmente e autorizar 
o começo de um projeto. Aqui é quando se necessita do comprometimento 
de todos da organização para que o projeto seja realizado.
• Processos de planejamento: é a defi nição e melhora dos objetivos, é a 
escolha das melhores opções para garantir o atingimento do objetivo 
proposto pelo projeto.
• Processos de execução: é a coordenação dos recursos das pessoas para o 
andamento do projeto.
• Processos de controle: é a hora do controle, de verifi car se o que foi proposto 
está ocorrendo dentro do que foi previsto, é a monitoração frequente, 
momento no qual deve-se verifi car se houve ou não alterações, ou se elas 
serão necessárias; e, claro que o gestor deverá fazer esses ajustes de forma 
a não atrapalhar a normalidade do cronograma e a qualidade fi nal do projeto.
• Processos de encerramento: nesta fase é a hora de encerrar, concluir o 
projeto formalmente.
Vistas essas diferenças e a importância do gestor de projetos, vamos ler um 
estudo de caso e verifi car essas características na prática?
A SOUTHERN MEAT WORKS
A divisão de carnes de importante conglomerado do setor 
alimentício decidiu projetar, construir e operar “a última palavra” em 
matéria de abatedouro nos municípios sulistas.
O gerente geral do setor de carnes era um executivo esclarecido 
cuja experiência era respaldada por um bacharelado em agricultura 
e um mestrado em administração. Em sua concepção, a Southern 
Meat Works deveria tornar-se um projeto modelo e exemplo para a 
empresa. Qualidade e higiene deveriam seguir os mais altos padrões 
nacionais e internacionais e uma característica essencial de sua 
capacidade de exportação era a inclusão de instalações separadas 
29
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
para processar carne e satisfazer as exigências dos mercados 
islâmico e judeu.
O gerente geral determinou que a fábrica fosse administrada 
por um executivo altamente conceituado de classe internacional e 
desejava-se que, como diretor executivo dessa importante fi lial, o 
gerente assumisse um papel no projeto, construção e credenciamento 
da fábrica.
Com a ajuda do gerente de pessoal do grupo, desenvolveu-
se uma especifi cação para recrutamento, estipularam-se salário e 
condições de trabalho e os procedimentos de recrutamento foram 
iniciados em uma base mundial.
Isso resultou na elaboração de uma pequena lista dos seis 
melhores candidatos entrevistados por uma equipe de altos 
executivos da matriz.
Todos os candidatos pareciam bem qualifi cados e a equipe 
esperava encontrar alguma difi culdade em selecioná-los. Entretanto, 
os resultados das entrevistas foram decepcionantes.
A equipe foi unânime em sua avaliação da alta qualidade de 
todos os candidatos, mas não conseguiu concordar em relação à 
escolha satisfatória para preencher as necessidades do cargo, e 
tentativas adicionais de recrutamento mostraram-se igualmente 
improdutivas.
À medida que a questão ia se tornando urgente, foi solicitado 
o parecer de um consultor de renome que havia concluído outras 
tarefas para a matriz, na esperança de que ele pudesse ajudar na 
escolha da pessoa para o cargo.
Antes de entrevistar novamente os candidatos selecionados, o 
consultor examinou as especifi cações de recrutamento e em seguida 
deu seu parecer com certa dose de diplomacia.
Ele expressava a opinião de que a especifi cação de recrutamento 
continha características pessoais basicamente confl itantes. Na 
prática, essa especifi cação não poderia ser cumprida. O problema 
simplesmente consistia em serem necessários dois gerentes com 
perfi s diferentes, podendo cada um deles ser recrutado dentre os 
candidatos selecionados.
30
 Elaboração de Projetos Empresariais
O melhor gerente para a fase de construção e equipamentos 
da instalação era um candidato sul-africano com qualifi cações em 
engenharia, construção e experiência em refrigeração, aplicadas 
à indústria de carne, conjugadas com uma personalidade forte e 
atitude um pouco autocrática. A razão de seu fracasso em atender 
aos critérios iniciais de seleção foi a preocupação da equipe de 
executivos quanto ao seu estilo gerencial, que parecia confl itar com o 
da empresa e com as expectativas da força de trabalho.
Com base em seu currículo em marketing de carnes, 
administração comercial, liderança e relações industriais, um 
candidato com experiência em abatedouros, mas com experiência 
limitada em projetos e engenharia, foi selecionado para gerenciar 
produção e operações correntes.
Fonte: Kelling (2002, p. 10).
Atividade de Estudos:
 1) Agora a pergunta que faço a você é: por que tanta qualifi cação 
não atendeu às expectativasdeste projeto? Por que apenas um 
gestor não pode assumir? De que forma você faria essa seleção?
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____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________
Devemos lembrar que, conforme Kelling (2002), ante a incompatibilidade 
entre os gerentes capazes para situações de projetos e operações a longo prazo, 
cabem a boa seleção e o bom delineamento das necessidades para que as 
características sejam aproveitadas ao máximo.
31
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
PRÁTICAS DA GESTÃO DE PROJETOS
A gerência de projetos, segundo Possi, Castelo e Borges (2005), se dá 
pela realização de um projeto por meio de três elementos: habilidades técnicas, 
habilidades interpessoais e habilidades administrativas. Assim, para garantir o 
sucesso do projeto é necessário dominar essas três habilidades.
E este gerenciamento proporciona inúmeras vantagens sobre as demais 
formas de gerência. Os estudos apontam bons resultados dentro do prazo e do 
orçamento defi nido pelas organizações.
Antes de tudo, vamos ver então quais são as vantagens desta gestão, 
destacadas por Vargas (2003):
• evita surpresas durante a execução dos trabalhos;
• permite desenvolver diferenciais competitivos e novas técnicas, uma vez que 
toda a metodologia está sendo estruturada;
• antecipa as situações desfavoráveis que poderão ser encontradas, para 
que ações preventivas e corretivas possam ser tomadas antes que essas 
situações se consolidem como problemas;
• adapta os trabalhos ao mercado consumidor e ao cliente;
• disponibiliza os orçamentos antes do início dos gastos;
• agiliza as decisões, já que as informações estão estruturadas e 
disponibilizadas;
• aumenta o controle gerencial de todas as fases a serem implementadas 
devido ao detalhamento ter sido realizado;
• facilita e orienta as revisões da estrutura do projeto que forem decorrentes 
de modifi cações no mercado ou no ambiente competitivo, melhorando a 
capacidade de adaptação do projeto;
• otimiza a alocação de pessoas, equipamentos e materiais necessários;
• documenta e facilita as estimativas para futuros projetos.
Além de conhecer as vantagens, o objetivo deste material é apresentar a você 
os principais guias de gestão de projetos e os fatores que podem se tornar críticos 
de sucesso em projetos. Afi nal gerenciar projetos, mesmo que inconscientemente, 
fi zemos constantemente em nossas vidas. Você certamente já traçou projetos 
prioritários, como concluir o curso de especialização, comprar uma casa, fazer 
dieta, entre outros. Você sabe também que muitos destes projetos você não 
conseguiu concluir, pelo menos não no prazo que havia estipulado.
Então, nós tivemos que conviver com esse problema, abandonar alguns 
projetos, adiá-los, e nas organizações isso não é diferente, a grande diferença é 
que as organizações trabalham menos intuitivamente e mais estruturadamente.
32
 Elaboração de Projetos Empresariais
a) Fatores críticos de sucesso
O autor Rockart (1979, p. 85) defi ne fatores críticos de sucesso como “um 
limitado número de áreas nas quais os resultados, se satisfatórios, irão assegurar 
um desempenho competitivo de sucesso para a organização. São as poucas 
áreas-chaves em que as coisas devem dar certo para que o negócio fl oresça”.
Estes fatores são pesquisados desde a década de 60 e vários autores 
publicam listas de fatores que infl uenciam no sucesso do projeto, muitas são 
específi cas, outras são aplicáveis a todos os tipos de projetos. Fortune e White 
(2006) realizaram uma compilação e análise de 63 publicações sobre os Fatores 
Críticos de Sucesso e pontuaram os principais, por número de ocorrência, 
conforme citado em Carvalho e Rabechini Jr. (2009, p. 50):
- apoio da gerência sênior;
- objetivos claros e realistas;
- planejamento fi rme e detalhado mantido atualizado;
- boa comunicação e feedback;
- envolvimento do cliente/usuário;
- equipe qualifi cada/sufi ciente staff;
- gestão da mudança efi caz;
- gerente de projetos competente;
- boa base de projetos;
- recursos sufi cientes e bem alocados;
- boa liderança;
- tecnologia comprovada e familiar;
- cronograma realista;
- riscos identifi cados e gerenciados;
- patrocinador de projetos;
- controle/monitoramento efi caz;
- orçamento adequado;
- cultura organizacional;
- bom desempenho de consultores externos;
- planejamento para encerramento/revisão;
- provisão para treinamento;
- estabilidade política;
- seleção adequada e experiência com metodologia e 
ferramentas de Gestão de Projetos; e
- infl uência do ambiente.
Mas lembre-se, essas listas são um guia, podem ou não fazer parte da sua 
realidade de gestor de projetos.
33
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
Atividade de Estudos:
 1) Na outra atividade que você fez, pedimos para que identifi casse 
se havia ou não a execução de projetos na organização da qual 
você faz parte. Vamos dar sequência a esta atividade. Relate 
agora quais são os fatores críticos que podem acontecer nos 
projetos que você descreveu na atividade anterior.
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____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________
b) Gestão contingencial de projetos – Modelo I4
Como você viu, cada projeto demanda tratamento diferenciado em seu 
gerenciamento, incluindo as habilidades técnicas, ferramentas e seus processos 
gerenciais. Assim, cada projeto terá sua variável a ser controlada, os famosos 
fatores críticos de sucesso (você acompanhou a lista anteriormente), e são eles 
que contribuem na determinação do sucesso ou fracasso do projeto.
Carvalho e Rabechini Jr. (2011) apresentam o modelo contingencial de 
gestão de projetos I4, como pode ser visto na fi gura a seguir.
Figura 4 – Modelo I4
Fonte: Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 52).
34
 Elaboração de Projetos Empresariais
Este modelo tem como princípio que a proposta de ação de um Road map 
(guia, mapa) não é efi ciente, não se encaixa em todos os contextos, sendo 
necessário assim um road map para cada uma das situações. A fundamentação 
deste modelo se dá na avaliação dos grupos de variáveis dados como: integração, 
impactos, inovação e imediatas entregas (CARVALHO; RABECHINI JR., 2011).
Uma forma elaborada para gerenciar os quatro I’s, ou seja, as contingências 
dos projetos baseadas nos I’s, foi a incorporação de áreas e necessidades 
específi cas de cada projeto, como pode ser visto na fi gura a seguir.
Figura 5 – Relacionamento das áreas gerenciais e o modelo I4
Área de Gerenciamento
Cluster
Inovação Integração Imediatas Entregas Impactos
1 Escopo
2 Recursos Humanos
3 Prazos
4 Custos
5 Aquisições
6 Riscos
7 Comunicação
8 Qualidade
9 Jurídica
10 Ética
11 Marketing
12 Responsabilidade Social
13 Meio Ambiente
14 Saúde
15 Segurança
16 Criatividade
17 Conectividade & Redes
18 Gestão do Conhecimento
Legenda:
Baixa Intensidade
Média Intensidade
Alta Intensidade
Fonte: Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 53).
35
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
No quadro anterior você pôde perceber que cada área possui uma cor 
que representa a intensidade da situação, podendo ser necessário utilizar mais 
inovação e integração para realização do projeto. Este quadro vai possibilitar 
ao gestor a intensifi cação dos esforços nas áreas identifi cadas, podendo ser no 
escopo, comunicação, recursos humanos, entre outras.Outra ferramenta de gestão de projetos que vamos tratar são os guias de 
conhecimento, acompanhe.
c) Guias de conhecimento (BoKs – Body of Knowledge) em gestão de 
projetos
É importante deixar claro que existem diversos guias e modelos utilizados na 
gestão de projetos, desenvolvidos desde a década de 80. Para exemplifi car, aqui 
vamos utilizar dois modelos citados por Carvalho e Rabechini Jr. (2011), que é o 
PRINCE 2 e o PMBoK®, e apresentar o que consta em cada um deles, para que 
no momento em que você for utilizar possa escolher o que se enquadra melhor 
nas suas necessidades ou, claro, de seus clientes.
Então, o PRINCE 2 é uma derivação do modelo corporativo criado em 1975 
pela Simpact Systems, conhecida como PROMPT, ainda Carvalho e Rabechini Jr. 
(2011) afi rmam que em 1996 o modelo PRINCE 2 foi publicado, conforme a fi gura 
a seguir.
36
 Elaboração de Projetos Empresariais
Figura 6 – Prince 2
Fonte: Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 58).
Você pode perceber de forma nítida, na fi gura anterior, que a orientação 
é por processos no modelo PRINCE. Mesmo que há uma similaridade com os 
grupos dos processos do PMBoK, aqui temos uma distinção entre o planejamento 
focando o produto do projeto e também os controles a partir da direção do projeto. 
Uma boa dica é você aprofundar o estudo nessas metodologias para verifi car a 
utilização e adequação para sua necessidade.
Vamos ver agora que ferramentas o PMBoK® pode nos apresentar, ele é 
estruturado em área de conhecimento e grupos de processos gerenciais, como 
você pode verifi car na fi gura a seguir.
37
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
Figura 7 – Processos e áreas de conhecimento no PMBoK®
AREAS
PROCESSOS
Fonte: Adaptado de Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 59).
As áreas de conhecimento são nove: gestão do escopo, gestão do tempo, 
gestão de custos, gestão da qualidade, gestão de recursos humanos, gestão 
da comunicação, gestão de risco, gestão de aquisição e gestão de integração. 
Que são analisadas de forma matricial por cinco grupos de processos: iniciação, 
planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento (PMI, 2008).
Carvalho e Rabechini Jr. (2011, p. 59) ressaltam que a matriz de 
relacionamento de áreas e grupos de processos apresenta algumas intersecções 
vazias, “dado que apenas a gestão da integração tem todos os grupos de 
38
 Elaboração de Projetos Empresariais
processos”, além das áreas de conhecimento, que podem ter mais de um processo 
por grupo de processo; “desta forma, totalizando-se 42 processos gerenciais, com 
entradas, ferramentas e saídas detalhadas ao longo do guia”. Vamos ver isso no 
quadro que os autores utilizam para exemplifi car.
Quadro 3 – Grupos de processo e áreas de conhecimento do PMBoK®
Áreas de
Conhecimento
Grupos de processos de gerenciamento de projetos
Grupos de 
processos 
de iniciação
Grupos de 
processos de 
planejamento
Grupos de 
processos de 
execução
Grupos de 
processos 
de monito-
ramento e 
controle
Grupos de 
processos 
de encerra-
mento
Gerenciamento 
da integração 
do projeto
Desenvolver 
o termo de 
abertura do 
projeto
Desenvolver 
plano de ge-
renciamento 
do projeto
Orientar e 
gerenciar a 
execução do 
projeto
Monitorar e 
controlar o 
trabalho do 
projeto
Realizar 
o controle 
integrado de 
mudanças
Encerrar o 
projeto ou 
fase
Gerenciamento 
do escopo do 
projeto
Coletar requi-
sitos
Defi nir o 
escopo
Criar a estru-
tura analítica 
do projeto 
(EAP)
Verifi car o 
escopo
Controlar o 
escopo
Gerenciamento 
do tempo do 
projeto
Defi nir as 
atividades
Sequenciar as 
atividades
Estimar os 
recursos das 
atividades
Estimar as 
durações das 
atividades
Desenvolver o 
cronograma
Controlar o 
cronograma
39
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
Gerenciamento 
dos custos do 
projeto
Estimar os 
custos
Determinar o 
orçamento
Controlar os 
custos
Gerenciamento 
da qualidade 
do projeto
Planejar a 
qualidade
Realizar a 
garantia da 
qualidade
Realizar o 
controle da 
qualidade
Gerenciamento 
dos recursos 
humanos do 
projeto
Desenvolver 
o plano de 
recursos 
humanos
Mobilizar a 
equipe do 
projeto
Desenvolver 
a equipe do 
projeto
Gerenciar a 
equipe do 
projeto
Gerenciamento 
nas comunica-
ções do projeto
Identifi car 
as partes 
interessadas
Planejar as 
comunicações
Distribuir 
informações
Gerenciar as 
expectativas 
das partes 
interessadas
Reportar o 
desempenho
Gerenciamento 
dos riscos do 
projeto
Planejar o 
gerenciamen-
to dos riscos
Identifi car os 
riscos
Realizar 
a análise 
qualitativa de 
riscos
Realizar 
a análise 
quantitativa de 
riscos
Planejar 
respostas aos 
riscos
Monitorar e 
controlar os 
riscos
Gerenciamento 
das aquisições 
do projeto
Planejar 
aquisições
Realizar 
aquisições
Administrar 
aquisições
Encerrar as 
aquisições
Fonte: PMI (2008 apud CARVALHO; RABECHINI JR., 2011, 59).
40
 Elaboração de Projetos Empresariais
Assim como você pôde ver no quadro, as áreas de conhecimento e os 
processos servem de guia/norte para o gestor do projeto visualizar a etapa que 
está sendo trabalhada, assim como as que devem ser trabalhadas, obtendo um 
controle visual efi ciente.
Outro item importante a ser observado no quadro, como já dito anteriormente, 
está relacionado ao tempo, portanto, os grupos de processos de início e fi m dos 
projetos devem ser considerados.
Assim, Carvalho e Rabechini Jr. (2011) caracterizam os projetos de início, 
fundamentalmente pela aprovação e nomeação do gerente. Sendo que esses 
procedimentos se referem à área do conhecimento denominada integração. 
Na sequência é realizado o planejamento que conterá o passo a passo, todo o 
detalhamento do escopo, explicando todas as entregas de cada parte do projeto. 
Nesta etapa também se calculam os custos de forma organizada para saber em 
qual etapa serão desembolsadas as quantias.
Após a integração das áreas de escopo, prazos, recursos humanos e 
suprimentos, será possível planejar a qualidade, bem como a comunicação do 
projeto, e para encerrar esta parte do processo deve-se calcular os riscos que 
poderão ser enfrentados no projeto. Esta parte estando concluída, será necessário 
desenvolver os processos de execução e controle, que segundo Carvalho e 
Rabechini Jr. (2011, p. 62), se caracterizam por:
- desenvolver as equipes de projetos;
- realizar as licitações ou fazer chegar o material necessário 
ao projeto;
- assegurar a qualidade; e
- distribuir informações necessárias aos diversos interessados 
identifi cados no processo de planejamento.
Após o desenvolvimento destas atividades, torna-se possível realizar o 
processo de controle dos projetos, oferecendo subsídios e informações do que foi 
ou não foi feito, de desvios, entre outros fatores que contribuirão para tomada de 
decisão.
E, por fi m, ao encerrar as atividades do projeto, é o momento do fechamento, 
onde Carvalho e Rabechini Jr. (2011) recomendam designar um responsável para 
receber as informações, avaliação e aceite do cliente, utilizando as mesmas para 
análises e avalições internas e externas ao fi nal do projeto.
Para que fi que bem claro para você, essa metodologia, em linhas gerais, 
adota elementos do gerenciamento de projetos proposto pelo PMI. Claro que 
você irá se deparar com projetos que extrapolam essas linhas de conhecimento 
41
NATUREZA DOS PROJETOS Capítulo 1 
e outros que não utilizarão todas as áreas de conhecimento e processos. Isso 
também pode ocorrer com o ciclo de vida dos projetos, que podem extrapolar os 
prazos e outros podem ser realizados em um menor tempo que o previsto. Nos 
próximoscapítulos vamos explicar cada uma destas áreas de conhecimento.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capitulo buscamos apresentar a evolução da gestão de projetos, 
apresentando a importância do uso dela como ferramenta de gestão e melhoria 
de planejamento, execução e controle das atividades organizacionais, bem como 
a conceituação dos projetos.
Procuramos enfatizar a importância do papel do gestor na administração dos 
projetos, suas características e habilidades envolvidas, bem como a sazonalidade 
deste papel, já que gerir um projeto não é uma atividade contínua, pois ao fi ndar 
determinado projeto esse gestor poderá ser realocado em outra atividade que não 
seja a gestão de um projeto, ou até mesmo um novo projeto, portanto, ele precisa 
ter fl exibilidade nestas ações.
Apresentamos também algumas das práticas da gestão de projetos, como a 
baseada no guia PMBoK® e a PRINCE 2, sem esquecer dos fatores críticos de 
um projeto, lembrando sempre que estas práticas ou mesmo os fatores críticos 
não representam uma fórmula rígida e certa de utilização, cada realidade poderá 
utilizar-se de todas essas práticas ou, quiçá, de nenhuma delas. Caberá a você, 
nosso futuro gestor de projetos, a análise da realidade em que a situação está 
inserida e a utilização da melhor prática.
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