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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGICAS CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL ENG 120 – TOPOGRAFIA • Medida Direta das Distâncias • Goniologia ( medições de ângulos) -ângulos horizontais -ângulos verticais Profª. MSc Kilcy Costa Ferraz Medida Direta de Distâncias A medida de distâncias de forma direta ocorre quando a mesma é determinada a partir da comparação com uma grandeza padrão, previamente estabelecida, através de trenas ou diastímetros. • Trena de Fibra de Vidro. - A trena de fibra de vidro é feita de material resistente (produto inorgânico obtido do próprio vidro por processos especiais). - Encontrados com ou sem invólucro, os quais podem ter formato de uma cruzeta, ou forma circular. - Seu comprimento varia de 20 a 50 m( com invólucro) e de 20 a 100m( sem invólucro). Modelos de Trenas • Acessórios: São instrumentos que irão auxiliar na medida direta das distâncias. • Durante a medição de uma distância utilizando uma trena, é comum o uso de alguns acessórios como: piquetes, estacas testemunhas, balizas, níveis de cantoneira e caderneta de campo. Principais acessórios Materialização dos Pontos Piquetes: - fabricados de madeira roliça ou de seção quadrada com a superfície no topo plana; - assinalados (marcados) na sua parte superior com tachinhas de cobre, pregos ou outras formas de marcações que sejam permanentes; - comprimento variável de 15 a 30 cm (depende do tipo de terreno em que será realizada a medição); - diâmetro variando de 3 a 5 cm; - é cravado no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5 cm) deve permanecer visível, sendo que sua principal função é a materialização de um ponto topográfico no terreno. • Estacas Testemunhas São utilizadas para facilitar a localização dos piquetes, indicando a sua posição aproximada. Estas normalmente obedecem as seguintes características: - cravadas próximas ao piquete, cerca de 30 a 50 cm; - comprimento variável de 15 a 40 cm; - diâmetro variável de 3 a 5 cm; - chanfradas na parte superior para permitir uma inscrição, indicando o nome ou número do piquete. Balizas São utilizadas para manter o alinhamento, na medição entre pontos, quando há necessidade de se executar vários lances. Características: - construídas em madeira ou ferro, arredondado, sextavado ou oitavado; - terminadas em ponta guarnecida de ferro; - comprimento de 2 m; - diâmetro variável de 16 a 20 mm; - pintadas em cores contrastantes (branco e vermelho ou branco e preto) para permitir que sejam facilmente visualizadas à distância; Devem ser mantidas na posição vertical, sobre o ponto marcado no piquete, com auxílio de um nível de cantoneira. Descrição dos acessórios Níveis de Cantoneira • Equipamento em forma de cantoneira e dotado de bolha circular que permite ao auxiliar segurar a baliza na posição vertical sobre o piquete ou sobre o alinhamento a medir. Cadernetas de Campo • Documentos onde são registrados todos os elementos levantados em campo. Cuidados na Medida Direta de Distâncias • A qualidade com que as distâncias são obtidas depende, principalmente de: - acessórios; - cuidados tomados durante a operação, tais como: - manutenção do alinhamento a medir; - horizontalidade da trena; - tensão uniforme nas extremidades. Medição Direta com Distâncias • Medidas Lineares: Direta (trena): As medidas são feitas duplamente ( ida e volta) e servem para detectar enganos frequentemente cometidos. Métodos de Medidas com trena • Lance único: Na medição da distância Horizontal entre os pontos A e B, procura-se na realidade, medir a projeção de AB no plano horizontal, resultando na medição A’B’: • Na figura a seguir é possível identificar a medição de uma distância horizontal utilizando uma trena, bem como a distância inclinada e o desnível entre os mesmos pontos. Vários Lances – Pontos Visíveis Quando não é possível medir a distância entre dois pontos utilizando somente uma medição com a trena (quando a distância entre os dois pontos é maior que o comprimento da trena). • Divide a distância a ser medida em partes, chamadas de lances. • A distância final será a somatória das distâncias de cada lance. • o balizeiro de ré (posicionado em A) orienta o balizeiro intermediário, cuja posição coincide com o final da trena, para que este se mantenha no alinhamento AB. • Depois de executado o lance, o balizeiro intermediário marca o final da trena com uma ficha . • O balizeiro de ré, então, ocupa a posição do balizeiro intermediário, e este, por sua vez, ocupará nova posição ao final do diastímetro. Repete-se o processo de deslocamento das balizas (ré e intermediária) e de marcação dos lances até que se chegue ao ponto B. Fontes de erros na medida Direta das Distâncias • Catenária; • Tensão; • Temperatura; • Diastímetro não na horizontal ou desvio vertical; • Verticalidade da baliza; • Alinhamento incorreto ou desvio lateral; • Comprimento incorreto do diastímetro. Catenária • É a curvatura do diastímetro que aparece devido ao seu peso e ao comprimento medido. Para evitá-la, é necessário utilizar diastímetros leves, não muito longos e aplicar tensão apropriada (segundo normas do fabricante) às suas extremidades. Tensão • As tensões aplicadas nas extremidades dos diastímetros dificilmente se mantêm uniformes, o que ocasiona variação na flecha da catenária. Temperatura • A temperatura influi ocasionando a dilatação dos diastímetros metálicos. É um erro desprezível. É um erro cometido quando o diastímetro não é colocado em nível; ocorre principalmente, devido à inclinação do terreno. Diastímetro não na horizontal ou desvio vertical Verticalidade da Baliza • Ocasionado por uma inclinação da baliza. Este tipo de erro só poderá ser evitado se for feito uso do nível de cantoneira. Alinhamento Incorreto ou Desvio Lateral • É um erro cometido quando o balizeiro não é observado com precisão. A extremidade do diastímetro fica fora do alinhamento. Goniologia Goniologia Goniologia Ângulo Vertical Ângulo Vertical Ângulo Vertical Ângulo Vertical • As relações entre o ângulo de inclinação ou vertical (î) e o ângulo Zenital são as seguintes: Ângulo Zenital Inclinação Direção 0°< Z ≤ 90° Î = 90° - Z Ascendente 90°< Z ≤ 180° Î = Z – 90° Descendente 180°< Z ≤ 270° Î = 270° - Z Descendente 270°< Z ≤ 360° Î = Z – 270° Ascendente Ângulo Horizontal Ângulo Horizontal Ângulo Horizontal ✔ Aparelho não orientado; ✔ Aparelho orientado ao Norte; ✔ Aparelho orientado na Ré; ✔ Aparelho orientado na Vante. Em Topografia, normalmente deseja-se determinar o ângulo horizontal compreendido entre duas direções, conforme exemplo abaixo. A B C α Ângulo α MÉTODOS DE MEDIDAS DE ÂNGULOS (HORIZONTAIS) Aparelho não orientado • Neste caso, faz-se a leitura da direção AB(L1) e AC(L2), sendo que o ângulo será obtido pela diferença entre L1 e L2. O teodolito não precisa estar orientado segundo uma direção específica. α = L2 – L1 MÉTODOS DE MEDIDAS DE ÂNGULOS (HORIZONTAIS) Aparelho orientado ao Norte • Neste caso, o teodolito está orientado segundo o norte (magnético ou verdadeiro). Logo sua leitura no limbo do aparelho é 0° 0' 0"; em topografia se fala que o instrumento está zerado no norte. Neste exemplo, as leituras L1 e L2 passam a ser azimutes verdadeiros de A para B e de A para C. α = L2 – L1 2. MÉTODOS DE MEDIDAS DE ÂNGULOS (HORIZONTAIS) Aparelho orientado na Ré • Neste caso, zera-se o instrumento na estação ré e faz-se a pontaria na estação de vante. Aparelhoorientado na Vante • Semelhante ao caso anterior, somente que agora o equipamento será zerado na estação de vante. 2. MÉTODOS DE MEDIDAS DE ÂNGULOS (HORIZONTAIS) Azimute ✔ Azimute de uma direção é o ângulo horizontal, em sentido horário, formado entre a meridiana de origem que contém os Pólos, magnéticos ou geográficos, e a direção considerada. ✔ É medido a partir do Norte, no sentido horário e varia de 0º a 360º. ✔ Empregado para orientar plantas topográficas em relação ao eixo de rotação da Terra. ORIENTAÇÃO Rumo ✔ Rumo é o menor ângulo horizontal formado pela meridiana que materializa o alinhamento Norte Sul e a direção considerada. ✔ Varia de 0º a 90º, sendo contado do Norte ou do Sul para leste e oeste. ✔ Este sistema expressa o ângulo em função do quadrante em que se encontra. ✔ Além do valor numérico do ângulo acrescenta-se uma sigla (NE, SE, SW, NW) cuja primeira letra indica a origem a partir do qual se realiza a contagem. ORIENTAÇÃO ORIENTAÇÃO 1) Transforme os seguintes rumos em azimutes e vice-versa: Rumo = 30° 25’ SE Azimute = 33° 43’ Rumo = 38° 15’ NW EXERCÍCIOS 2- Determine o rumo e a direção correspondente ao Azimute 156°10’37”. 3- Converter os rumos em azimutes: A) 60°05’30” NE B) 30°40’ SE 4) Represente nas figuras abaixo o rumo e azimute solicitado. A) Rumo =45°15' SW B ) Az=145°59'