Buscar

APOSTILA PEDIATRIA 1

Prévia do material em texto

9 
o 
 
 
RAYSSA MENDONÇA – 10º SEMESTRE 
 
 
1 
o As crianças, quando conduzidas de forma adequada durante o atendimento, comportam-
se de modo satisfatório e favorável para a realização dos procedimentos odontológicos. 
o Critério adotado pelo profissional para uso das técnicas: 
- Fatores observados: 
 Anamnese 
 Idade da criança 
 Comportamento da criança 
 Aceitabilidade dos pais 
o Fatores determinantes da conduta infantil: 
- Relativo à equipe e ambiente 
- Relativo ao núcleo familiar 
- Relativo à criança 
o Se houver um vínculo na relação profissional e paciente, a criança coopera com o 
atendimento odontológico. 
o Os objetivos de realizar uma adaptação do comportamento da criança é: 
- Estabelecer comunicação adequada 
- Realizar atenção odontológica de qualidade 
o Comportamento da equipe odontológica: 
- Comportamento comunicativo da equipe é maior fator de satisfação do paciente. 
- CD deve desempenhar papel de educador e avaliar risco-benefício de realizar 
determinado procedimento. 
- Comportamento positivo: 
 Ouvir a criança e a família 
 Investir tempo para explicar os procedimentos 
 Ser paciente 
 Não impedir os pais de entrarem no consultório 
 Não ameaçar a criança 
- O controle do comportamento infantil é um componente integral na prática da 
odontopediatria. 
- Segurança do CD + Habilidades de manejo da conduta = Sucesso no tratamento 
infantil. 
o Tratamento da criança dependerá: 
- Do preparo prévio efetuado pelos pais 
- Habilidade do CD e sua equipe em manejá-la (Experiência) 
o Devido a inúmeros fatores, as crianças podem apresentar comportamentos e reações 
que precisam de especial atenção. Exemplo: 
- MEDO: 
 É um estado emocional diante do perigo e que provoca apenas a sensação 
psicológica 
 Ele pode ser classificado em: 
 Medo objetivo – Proveniente de uma experiência odontológica 
desagradável sofrida pela própria criança. 
 Medo objetivo direto – Quando a experiência odontológica 
desagradável foi sofrida durante o tratamento. 
 
2 
 Medo objetivo indireto – Quando a experiência odontológica 
desagradável foi sofrida em outros ambientes semelhantes, 
como em médicos, por exemplo. 
 Medo subjetivo – Ocorre a partir de informações sobre más 
experiências, passadas por outras pessoas. 
 Medo das crianças está relacionado a: 
 Falta de confiança no profissional ou medo de se traída 
 Medo de perder o controle 
 Medo do desconhecido 
 Medo de invasão 
 Para dessensibilizar a criança medrosa, é necessário descobrir a fonte do 
medo. 
- ANSIEDADE: 
 É um estado psíquico em que predominam sentimentos de caráter 
ameaçador, desencadeados por estímulos reais ou imaginários. 
 Tende a desaparecer com as experiências, ou seja, quanto mais 
experiências odontológicas, menor a ansiedade da criança e maior 
possibilidade de sucesso. 
 Exemplos de casos de ansiedade: 
 Temor de ser abandonada 
 Culpa ou negação de autonomia e posição 
 Atritos entre os pais 
 Interferência com atividade física 
 Nascimento de um irmão 
 Morte de parentes 
 Tratamentos odontológicos prévios 
 
- AGRESSIVIDADE: 
 Como lidar com a agressividade infantil? 
 Manter o autocontrole 
 Não gritar, porém manter firmeza com a criança, sem usar da 
violência e nem agressão, mesmo que verbalmente. 
 Preferir a recompensa para reforçar o comportamento positivo 
 Explicar os motivos por estar ali 
 Controle de voz 
 Utilizar formas de carinho 
- BIRRA: 
 É provocada pela frustração na obtenção de algo. 
 Geralmente é uma resposta à frustração que a criança não consegue 
suportar, e aí ocorre a explosão, ocasionada pelos empecilhos que p adulto 
opõe à realização dos desejos da criança. 
 Como lidar com a birra? 
 Não ceder 
 Demonstrar amor, atenção e segurança. 
 
3 
 Não castigar 
- CHORO: 
 Tem a função de demonstrar uma necessidade 
 Diferenciar o choro de raiva, de dor e de fome. 
 O choro de raiva é mais alto e mais intenso. O choro de dor tem um início 
muito abrupto, diferentemente dos choros mais básicos de fome ou 
sofrimento, que muitas vezes começam com choramingos ou gemidos. 
o Técnicas para adaptação do comportamento infantil: 
- Depende da idade da criança, do comportamento, da aceitação dos pais e da 
filosofia do profissional. 
- Existem técnicas farmacológicas e não-farmacológicas 
- Técnicas não-farmacológicas: 
 Comunicação não-verbal: 
 Guia o comportamento através do contato, da postura e expressão 
facial. 
 Melhora a efetividade de outras técnicas, além de obter e manter a 
atenção do paciente e do acompanhante. 
 É estabelecida por meio do sorriso, simpatia e amor irradiado pelo 
olhar e toque. Utiliza-se do contato visual, timbre vocal, gestos e 
respiração. O contato da pele, as carícias e o abraço são 
fundamentais para que a criança sinta-se aceita e amada. 
 Toque: 
 A criança é delicadamente tocada e amada, aprende a reproduzir o 
amor em outras pessoas. 
 O toque pode ser um caminho simples e efetivo para controlar os 
medos odontológicos. 
 O ato de apoiar as mãos na cabeça da criança e tocar o rosto delas 
durante a contenção deve ser feito com carinho, para que a criança 
sinta-se confortável, não devendo ter sensação de aprisionamento 
físico, pois gera reações negativas. 
 Falar-mostrar-fazer (FMF): 
 Consiste em explicar os procedimentos ao paciente (Falar), 
demonstrar como os objetos funcionam e que reações provocam 
(Mostrar) e finalmente realiza-los (Fazer). 
 Usar vocabulário apropriado à idade com eufemismos e associações 
divertidas é muito eficaz associada à técnica FMF. 
 Associar à comunicação não-verbal. 
 Não usar chantagens e mentiras para obter o comportamento que 
espera de determinada criança. Filtrar o indispensável a ser dito de 
acordo com a idade. 
 Apresentação dos instrumentos de forma gradativa, do menos 
ansiogênico para o mais ansiogênico, sendo repetido isso nas 
consultas. 
 Eliminar medos de experiências prévias negativas. 
 
4 
 Uso do espelho é de grande utilidade, pois a criança acompanha o 
que está sendo feito, estabelecendo uma relação de confiança com o 
profissional. 
 Demonstração visual, auditiva, tátil e olfatória dos procedimentos. 
 Conhecimento do ambiente e equipe. 
 Dessensibilização: 
 Essa técnica tem três componentes conceituais: 
 Relaxamento muscular associado à respiração 
 Elaborar lista hierárquica dos estímulos do medo 
 Exposição aos estímulos geradores do medo inicialmente num 
exercício imaginário 
 Tirar o medo e aumentar o contato. 
 Sempre começar pelo menos traumático. 
 Modelagem: 
 É um aprendizado por observação, pois expõe o paciente a um ou 
mais indivíduos que demonstrem comportamento adequado. 
 A criança é capaz de aprender novos e adequados padrões de 
comportamento. 
 Ampla faixa etária (3 a 13 anos) 
 Modelo ao vivo é de ampla eficácia. 
 Modelo simbólico 
 Modelos não-positivos 
 Uso de bonecos como modelo. 
 Distração: 
 É uma técnica usada para desviar a atenção da criança dos 
procedimentos desagradáveis por meio da diversão. 
 Contar estórias, cantar, dialogar, uso de vídeos e brinquedos podem 
ser usados a fim de desviar a atenção do paciente. 
 Sem contra-indicação 
 Reforço positivo: 
 É uma técnica efetiva ao recompensar o paciente por 
comportamentos desejáveis e reforçar a recorrência desse 
comportamento. 
 Ajudar a criança a superar desafios 
 Recompensar por comportamento desejável 
 Pode ser classificado em: 
 Social – Expressão facial alegre, demonstraçõesde afeto, 
elogios, etc. 
 Não-social – Prêmios, brinquedos, etc. 
 Saber premiar a criança no momento certo 
 As reações das crianças são variáveis 
 Elogiar após obter colaboração 
 Uso de frases positivas 
 Reforço negativo: 
 
5 
 NÃO DEVE SER EMPREGADO NO ATENDIMENTO 
ODONTOLÓGICO. 
 Controle de voz: 
 É uma alteração controlada do volume e tom da voz 
 Indicada a partir dos 3 anos de idade 
 Rejeitar comportamento desfavorável 
 Demonstrar firmeza 
 É uma comunicação verbal e não-verbal, pois a informação não é 
transmitida apenas com palavras, mas por contato visual, expressão 
facial e postura. 
 Ganhar a atenção da criança 
 É mais efetivo em crianças indisciplinadas 
 Desencorajar comportamento de fuga e estabelecer autoridade 
 Esclarecer aos pais 
 Voz firme e elevada / Voz monótona e suave 
 Profissional deve ter autocontrole 
 Imobilização física: 
 Indicações: 
 Pacientes imaturos 
 Problemas físicos e mentais 
 Fracasso de outras técnicas 
 Risco de acidentes 
 A posição deve permitir boa visibilidade e apoio ao dentista 
 Importante!!! Deve ser obtido o consentimento livre e esclarecido dos 
pais. 
 Oferece mais segurança e proteção ao paciente e equipe 
 Exemplos de imobilização física ativa: 
 Imobilização da cabeça da criança pela auxiliar – Criança 
deitada, tendo sua cabeça apoiada pela auxiliar, com a mãe 
sem interferir durante a imobilização. 
 Imobilização das mãos e joelhos (Mãe em pé) – Criança 
deitada, tendo sua cabeça apoiada pela auxiliar, com a mãe 
podendo ou não segurar as mãos e sentar apoiada nos 
joelhos a fim de conter o movimento das pernas. 
 Corpo a corpo (Mãe deitada) – Criança deitada, tendo sua 
cabeça apoiada pela auxiliar, com a mãe deitada em cima 
dela a fim de conter os movimentos. 
 Posição de colo (Mãe deitada) – Criança deitada sobre o tórax 
da mãe, tendo sua cabeça apoiada pela auxiliar, com a mãe 
atenta aos movimentos das pernas e braços. 
 Posição de sela (Mãe deitada) – Mãe sentada na cadeira 
odontológica de frente para a criança, observando qualquer 
movimento inadequado da criança. 
 
6 
 Cadeira de escritório (Mãe sentada) – Mãe sentada em uma 
cadeira, com a criança no colo e apoiando a cabeça dela no 
seu braço. 
 Knee to knee (Joelho com joelho) – Mãe e profissional 
sentam-se em uma cadeira de frente para o outro, com os 
seus joelhos encostados. Cabeça da criança no colo do 
dentista e a mãe segurando braços e pernas. 
 Exemplos de imobilização física passiva – Utilização de 
instrumentais e dispositivos, viabilizando a atuação eficaz do 
profissional e conforto ao paciente. 
 Abridores de boca – Indicado para todas as idades; Assegura 
a abertura da boca e oferece segurança ao paciente e 
profissional principalmente nas profilaxias, aplicação de flúor, 
anestesia; Utilizado principalmente na 1º infância; Deve 
oferecer conforto; Evita possíveis acidentes; Fácil 
esterilização; Devem estar em posição para auxiliar; 
Esclarecido aos pais e à criança; Podem ocorrer machucados 
na mucosa. 
 Cadeira bebê conforto – Adaptada à cadeira odontológica. 
 Maca para bebê 
 Pediwrap – Tecido leve com tirar coloridas que são utilizadas 
para fechá-lo; Ele é perfurado permitindo ventilação; É menos 
restritivo. 
 Papoose Board – Tecido conectado a um suporte de corpo e 
cabeça semiflexível colocado sobre a cadeira; Pode causar 
hipertermia. 
 Técnica da mão sobre a boca – Imobilização polêmica; Os 
aspectos legais, éticos e direitos da criança contribuem para 
que a técnica não seja incentivada; Indicações de 3 a 6 anos, 
crianças normais e saudáveis com dificuldade de 
comportamento, crianças com maturidade para entender 
comandos verbais e colaborar, rebeldes, agressivos, 
histéricos e desafiadores; Contra-indicações crianças com 
pouca idade, imaturas mental ou emocionalmente, sob uso de 
medicações, incapazes de comunicar verbalmente, obstrução 
das vias aéreas, retraídas e passivas. 
 
 OBJETIVOS INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES 
FMF Diminuir o medo e 
criar mais 
expectativa positiva 
Todos Sem contraindicações 
CONTROLE DA 
VOZ 
Obter atenção e 
mostram autoridade 
Pacientes 
desatentos 
Crianças que não 
 
7 
colaboram 
DISTRAÇÃO Diminuir percepção Todos Sem contraindicações 
COMUNICAÇÃO 
NÃO-VERBAL 
Aumentar a 
efetividade das 
outras técnicas 
Pacientes 
desatentos, mas 
com compreensão 
Crianças que não 
colaboram 
 
- Técnicas farmacológicas: 
 Analgesia / Sedação consciente: 
 Controle da ansiedade 
 Ocorre a diminuição ou eliminação da dor 
 Paciente consciente 
 Mantem os reflexos laríngeos 
 Funções de congnição e coordenação podem estar alteradas 
 Funções respiratórias e cardiovasculares inalteradas 
 Exemplo – Óxido nitroso: 
 Risco mínimo 
 Possibilita tranquilidade ao paciente, ou seja, ele é para 
controle da ansiedade e não efeito anestésico. 
 Pico dos efeitos clínicos em 5 min 
 Rápida eliminação (2 a 5 min) 
 O controle da titulação dos gases é rápida, segura e flexível 
 Devem sempre iniciar e terminar com paciente recebendo 
100% de oxigênio 
 Desvantagens: Necessidade de cooperação e aceitação da 
máscara; Efeito individual variável; Risco ocupacional (Só 
pode ser usado por profissionais capacitados). 
 Exemplo – Sedação oral: 
 Indicado para pacientes especiais 
 Administração entre 30 e 60 min antes do procedimento 
 O paciente deixa o consultório sob efeito do ansiolítico 
 Atentar para interações medicamentosas 
 Midazolam ou Diazepam 
 Anestesia geral: 
 Realizada em ambiente hospitalar com médico anestesista. 
o Conselhos ao núcleo familiar: 
- Preparar para não se aquietarem ao ver a criança chorando ou se a criança tiver 
uma reação mais negativa. 
- Não interferir na conversa entre o profissional e paciente. 
- Deixar que a criança manifeste a sua curiosidade 
- Preparo domiciliar da criança 
o Passos para o manejo da criança: 
- Anamnese 
 
8 
- Avaliar o comportamento da criança e acompanhante 
- Realizar a adaptação do comportamento progressivamente 
- Posicionar a criança na cadeira 
- Utilizar outras técnicas de adaptação do comportamento 
- Prosseguir com procedimentos que envolvam pouca colaboração 
- Se o comportamento for desfavorável, deve-se repetir todo o condicionamento 
inicial 
- Caso persista o comportamento não-colaborativo nas consultas subsequentes, 
após certificar-se de que a criança não sente dor, pode-se utilizar técnicas 
incisivas. 
- Caso o comportamento desfavorável ainda persista e tendo sido esgotado o 
arsenal de técnicas de adaptação, pode-se optar pela restrição física ou sedação 
consciente. 
o Escala do grau de dificuldade da criança: 
- Entrar no consultório 
- Aceitação da demonstração fora da boca 
- Sentar na cadeira e colocar o avental 
- Aceitação da demonstração dentro da boca 
- Afastar a língua 
- Tomada radiográfica 
- Aplicação do selante 
- Anestesiar 
- Restauração e exodontia 
 
9 
o É caracterizada pelo desequilíbrio entre as constantes trocas minerais que ocorrem entre 
os tecidos dentários e o meio fluido bucal. As lesões de cárie são sinais desse 
desequilíbrio, quando há predominância da perda de minerais do esmalte e da dentina. 
o A cárie é uma doença infecto-contagiosa, de caráter crônico, causada pelo processo de 
desmineralização da superfície dental por ácidos orgânicos provenientes da fermentação 
dos carboidratos da dieta, pelas bactérias, em que um fator muito importante a ser 
considerado é o tempo. 
o A cárie tem como características:- É uma doença infecciosa, pois a cárie se desenvolve na presença de 
microrganismos. 
- Tem caráter multifatorial: Interação de vários fatores, sendo eles o hospedeiro, a 
dieta cariogênica, o tempo, presença de biofilme, a composição salivar, etc. 
- Crônica, devido sua manifestação clínica aparecer algum tempo após o 
estabelecimento da doença na cavidade bucal. 
o O processo de des-re: 
- Des-Re = Desmineralização-Remineralização. 
- Deve ser considerada as etapas ou estágios: 
 1 – Estágio do equilíbrio dinâmico 
 Se caracteriza por um equilíbrio nas trocas iônicas que se verificam 
entre o esmalte e o meio ambiente. Em outras palavras, a 
quantidade de íons "perdidos" pelo esmalte (DES) é igual ou 
semelhante aquela que o meio ambiente (Placa ou saliva) lhe 
fornece (RE). 
 2 – Estágio da desmineralização 
 3 – Estágio da remineralização 
o Etiologia da cárie dentária: 
- Baixo nível de informação sobre saúde 
- Contexto socioeconômico 
- Identidade cultural e religiosa 
- Higiene oral deficiente 
- Dieta inadequada 
- Fumo 
- Álcool 
- Ausência de flúor 
- Fluxo salivar reduzido 
o A microbiota residente: 
- Os microrganismos que habitam os diversos sítios anatômicos do corpo humano 
são classificados em dois grupos: 
 Microbiota residente 
 Microbiota transitória 
- Microbiota residente, indígena, normal ou autóctone: 
 Microrganismos que estabelecem uma residência mais ou menos 
permanente (Colonizam), mas que não produzem doença em condições 
normais. 
 
10 
 Altamente dependente das condições às quais um indivíduo é exposto. 
 Altamente diversa entre indivíduos. 
- A microbiota residente tem papel importante na manutenção da integridade do 
hospedeiro, quando em equilíbrio em um sítio específico, pois: 
 Oferecem barreiras contra colonização por patógenos 
 Produzem substâncias utilizáveis pelo hospedeiro 
 Degradam produtos tóxicos 
 Participam da modulação do sistema imune dos hospedeiros 
- Uma mudança no consumo frequente de açúcar pode gerar desequilíbrio entre 
as espécies de microbiota residente, tendo como consequência, uma maior 
predisposição à doença. 
- Transmissão ocorre especialmente pela mãe. 
- A aquisição da microbiota residente ocorre ao nascimento. 
o Janelas da infectividade: 
- Primeira janela da infectividade: É quando erupcionam os primeiros dentes, onde 
há um local para os Streptococos mutans se instalarem, por volta dos 06 meses. 
Ou seja, ela só é contaminada quando tiver estrutura dentária presente. 
- A segunda janela de infectividade é por volta dos 3 anos, quando erupcionam os 
molares decíduos, devido a sua maior retenção. Já a terceira janela, é quando 
erupcionam os molares permanentes. 
- Se for reduzido o número de bactérias nas mães, pode dificultar a transmissão 
dessas bactérias aos seus filhos e, consequentemente retardar a ocorrência da 
cárie. 
- Diversidade da microbiota oral: 
 S. salivarius, S. mitis e S. oralis são espécies pioneiras antes da erupção 
dentária. 
 Após a erupção dentária, ocorre a criação de novos habitats. 
 Dentes que não sofrem descamação, ocorre acúmulo de grandes 
comunidades de bactérias. 
o Fatores ecológicos que afetam o crescimento e metabolismo das bactérias bucais: 
- Ambiente bucal pode ser hostil ou amigável ao crescimento bacteriano: 
 Hostil: Presença de oxigênio, saliva e deglutição. 
 Amigável: Nutrientes derivados do hospedeiro (Glicoproteínas da saliva e 
carboidratos da dieta). 
 Saliva: 
 Manter o pH na cavidade bucal em torno de 6,7 a 7,2 
 Manter a temperatura em torno de 35º a 36º C 
 Contém proteínas e glicoproteínas 
 Defesa imunológica 
 Fonte suficiente de nutrientes para sustentar o crescimento da 
microbiota bucal natural 
 Dieta rica em carboidratos: 
 Aumenta a produção de ácido 
 
11 
 Aumenta a taxa de crescimento de bactérias cariogênicas 
 pH baixo inibe a presença de bactérias cavidade oral. 
o Cariologia: 
- Aquisição de novos conhecimentos, fez com que ocorresse redução na 
prevalência, incidência e no nível de progressão das lesões a partir da década de 
80. 
- Segundo estudos, os mais pobres são os mais doentes (Desigualdade social em 
saúde bucal) 
o Diagnóstico da cárie dentária: 
- Levar em consideração os determinantes biológicos e sociais 
- Identificação da atividade cariogênica 
- Plano de tratamento 
- Métodos de controle da doença 
- Seleção de materiais 
- Periodicidade de retorno 
o Processo saúde-doença: 
- Atividade de cárie – Indivíduos cárie ativos 
- Desmineralização > Remineralização 
- Alta frequência no consumo de sacarose e insuficiente controle de placa 
(População de bactérias acidogênicas e acidúricas garantida) 
- Insuficiente exposição ao flúor 
- Remineralização 
o Controle e redução da atividade de cárie: 
- Presença de mancha branca em esmalte: 
 Evolução do processo pode ser controlado através do monitoramento do 
processo Des x Re 
 Estímulo ao auto-cuidado e intervenção profissional mínima 
 Diagnóstico: 
 Anamnese (Grau de exposição ao flúor, hábitos de dieta, higiene, 
saúde geral, uso de medicamentos, perfil social, cultural e 
psicológico) 
 Exame intra-oral (Índice de placa visível, índice de sangramento 
gengival, etc) 
 Qualidade de placa (Placa espessa e pegajosa – Consumo frequente 
de açúcar) 
 Características clínicas da lesão de mancha branca: 
 Opaca e rugosa – Ativa (Flúor) 
 Brilhante e lisa – Inativa (Proserva) 
 Registrar cavidade ativa ou inativa; Superfícies hígidas, restauradas 
e perdidas 
 Indivíduo cárie ativo: Desequilíbrio do processo Des x Re 
 Controle da atividade de cárie: Discussão da etiopatogenia da doença de 
forma individualizada, aplicação tópica de flúor, escovação supervisionada 
e orientação alimentar. 
 
12 
 Consultas semanais – Lesões ativas se transformam em lesões inativas (4 
a 8 sessões) 
 Monitoramento do processo saúde-doença 
o Aconselhamento dietético: 
 
 
 
o Orientar quanto à higienização e retirada da mamada noturna. 
o Quanto maior número de dentes, maior área para instalação dos Estreptococos mutans. 
o Cárie na infância está associada à: 
- Amamentação prolongada 
- Mamadeira noturna 
- Dieta rica em açúcar 
o Chupeta deve ser esterilizada. 
o Toda cárie de mamadeira é uma cárie rampante, mas nem toda cárie rampante é uma 
cárie de mamadeira. 
- Cárie rampante é quando acomete múltiplos dentes. 
 Tratamento: Fluorterapia, exodontias, restaurações, endo, etc. 
- Cárie de mamadeira está intimamente ligada à mamadeira noturna associada à 
má higienização. 
 
 
 
 
 
 
13 
o ICDAS-II: 
ICDAS DIAGNÓSTICO CLÍNICO TRATAMENTO 
0 Hígido - - - 
1 - - - - - - 
2 Lesão de cárie não cavitada em 
esmalte (Seca e úmida) 
Fluorterapia ou proservação 
3 Cavitada localizada no esmalte Fluorterapia + tratamento 
restaurador ou ART 
4 Sombra cinzenta de dentina Tratamento restaurador ou 
ART 
5 Lesão de cárie cavitada com dentina 
visível envolvendo menos de 50% do 
dente 
Tratamento restaurador 
6 Lesão de cárie cavitada com dentina 
visível envolvendo mais de 50% do 
dente 
Se houver comprometimento 
pulpar, realiza-se pulpotomia 
ou pulpectomia + tratamento 
restaurador ou cirurgia 
 * Exodontia de decíduo apenas a partir do estágio nolla estiver igual ou maior 
que 7 (Com a raiz do permanente com 2/3). 
 
o Atividade de cárie: 
- Podendo ser: 
 Cárie inativa – 0 
 Cárie ativa – 1 
 
o Severidade da cárie dentária: 
- Analisado de acordo com o número de dentes cavitados na dentição decídua. 
- Podendo ser: 
 Livre de cárie – Sem cavitação Baixa severidade – Até 5 cavitações 
 Alta severidade – Maior ou igual a 6 cavitações 
 
o Restaurações dentárias: 
1 Selante parcial 
2 Selante completo 
3 Restauração da cor do dente 
4 Amálgama 
5 Coroa de aço 
6 Coroa de ouro 
7 Restauração perdida 
8 Restauração temporária 
9 Outra 
 
 
 
 
14 
o Índice PUFA: 
- Letras maiúsculas para permanentes e letras minúsculas para decíduos. 
- Consequências clínicas da cárie dentária não tratada. 
P / p Envolvimento pulpar 
U / u Ulceração traumática em tecidos 
moles (Língua, gengiva e mucosa) 
causada por dentes ou fragmentos 
de dentes 
F / f Fístula 
A / a Abcesso 
 
 
o Flúor: 
- Usado para prevenção da cárie. 
- Quando presente na cavidade oral, forma fluorapatite de cálcio. 
- É de uso tópico e contínuo, agindo e alterando o des-re. 
- Ele combate às lesões ativas não-cavitadas de cárie. 
- Pode ou não intervir prevenindo ou tratamento a perda mineral. 
- Mecanismo de ação: O flúor liga-se ao esmalte sob a forma de apatita fluoretada, 
reduzindo a solubilidade do esmalte e promovendo a remineralização. 
- A lesão cariosa deve ser considerada efeito cumulativo de várias dissoluções e 
precipitação parcial. 
- Tem ação mais curativa do que preventiva. 
- Ação antimicrobiana. 
- Verniz fluoretados são mais usados em bebês e é indicado com atividade de 
cárie. 
- Toxicidade. 
- Bochecho é contraindicado para crianças menores de 6 anos, pois podem engolir 
o líquido, tendo risco de adquirir fluorose. Nesse caso, é preferível o uso de gel e 
verniz. 
- O uso de suplementos fluoretados em forma de vitaminas ou comprimidos em 
pré ou pós-natal é contraindicado. 
o Selante: 
- Usado para prevenção da cárie. 
- Ele evita o acúmulo de biofilme em região de cicatrículas e fissuras. 
o Higiene bucal: 
- Dentifrício não fluoretado até o irrompimento dos molares decíduos, para então a 
partir daí, utilizar os dentifrícios fluoretados. 
- Sinais clínicos de lesão cariosa – Dentifrício com baixa concentração de flúor 
(500ppm). 
- A criança tem condições de realizar os procedimentos de higiene bucal sozinha 
quando ela apresenta reflexo de deglutição (Aprende a cuspir). E isso é muito 
importante, devido aos casos de fluorose. 
 
15 
o No Brasil os índices de casos de lesão de cárie vem decaindo tanto de CPO-D quanto de 
CEO-D: 
- CPO-D: Dentes permanentes acometidos por cárie, com extração indicada e 
restaurados. 
- CEO-D: Dentes decíduos acometidos por cárie, com extração indicada e 
restaurados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
o Cisto de erupção (Hematoma de erupção): 
- Lesão de tecido mole: 
 Destacamento do epitélio reduzido do órgão dentário da superfície do 
esmalte. 
 Crescimento em mucosa (Com ou sem hemorragia) 
 Acomete mais crianças com menos de 10 anos de idade 
 Molares inferiores e incisivos superiores 
- Tratamento com remoção da superfície da mucosa: 
 Erupção facilitada 
- É um processo fisiológico normal e pode existir uma variação muito grande de 
sintomas gerais associados a ele. É caracterizado como hematoma da mucosa 
alveolar, resultante do acúmulo de fluidos no espaço do dente que irá se 
erupcionar (Folículo do dente em erupção). 
- Sua característica clínica é uma tumefação/dilatação do tecido mole que recobre 
o dente que irá erupçionar. O fluido presente pode ter um aspecto claro ou 
sanguinolento, quando apresentar esse aspecto sanguinolento pode-se ser 
chamado de hematoma de erupção. 
- É uma alteração que ocorre nos tecidos moles (gengiva) e pode retardar o 
irrompimento dentário (nascimentos dos dentes). O cisto de erupção pode 
ocorrer tanto em dentes de leite (dentes decíduos) quanto nos dentes 
permanentes e até em supranumerários. 
- Não existe uma etiologia específica para esse desenvolvimento desse cisto de 
erupção. Este processo pode desaparecer espontaneamente após a erupção do 
dente. Em alguns casos específicos é indicado uma cirurgia para liberar a coroa 
do dente. Com a erupção do dente, ocorre o esvaziamento desse fluido e o 
sintoma e a característica clínica de tumefação desaparecem. 
 
o Cisto gengival da infância: 
- Também chamado de pérolas de Epstein 
- Encontrados ao longo da rafe palatina mediana 
- Pérolas de Epstein foi também definida como um acúmulo de células epiteliais no 
palato duro, ao lado da rafe palatina, e que também podem ser encontrados na 
gengiva. 
- A tendência da grande maioria desses nódulos é involuir e desaparecer, ou 
ainda, romper o epitélio de superfície e esfoliar, sendo difícil por esses motivos 
submetê-los a exames microscópicos, não havendo necessidade de qualquer 
 
17 
tipo de tratamento, apenas a sua proservação Pérolas apresentam características 
semelhantes aos Nódulos de Bohn, como coloração esbranquiçada ou amarelada, 
tamanho variando de dois a três milímetros e resistentes à palpação. 
o Nódulos de Bohn: 
- Nódulos de Bohn, localizados ao longo dos lados bucal e lingual das cristas 
dentárias e palato duro, longe da rafe palatina. 
- Eles aparecem tipicamente como nódulos múltiplos ao longo do rebordo alveolar 
do recém-nascido, localizando-se, em especial, na face vestibular ou palatina, 
mas longe da rafe palatina como remanescentes de glândulas mucosas. 
 
o Anomalia dentária: 
- Alteração do desenvolvimento da formação do dente. 
- Exemplos: 
 Geminação: 
 2 coroas e 1 raiz com 1 canal 
 Pode atingir as duas dentições 
 Germe único com tentativa de divisão 
 
18 
 A geminação é uma anomalia com tendência hereditária, que ocorre 
devido à tentativa de dois dentes desenvolverem-se a partir de um 
único germe dental sem, contudo, separarem-se totalmente, como 
consequência disto, temos um dente com tamanho maior que o 
normal, sem alterar o numero de dentes na dentição afetada. Na 
maioria dos casos ocorre na dentição decídua, sendo os incisivos os 
mais atingidos. Os dentes geminados geralmente apresentam 
divisão incompleta aonde se observa uma coroa grande, dupla ou 
bífida, com um sulco do bordo incisal à região cervical, uma única 
raiz e um único canal, ou seja, apresentam condutos radiculares em 
número normal porém alargados pela tentativa de divisão . 
 Fusão: 
 2 germes unidos completa ou incompletamente 
 Mais frequente nos decíduos 
 Acomete mais a mandíbula 
 
 A Fusão, ao contrário da geminação, se dá pela união de dois 
germes dentários, podendo ser completa ou incompleta dependendo 
do estágio do desenvolvimento dental no momento em que ela 
ocorre. 
 O dente fusionado apresenta-se como uma única estrutura dental 
grande e parece ter tendência hereditária. Algumas vezes, pode-se 
observar duas câmaras pulpares e condutos radiculares 
independentes sendo a dentina compartilhada não existindo esmalte 
e cemento entre as dentinas no local da união. Quando a união se 
dá por dois germes da série normal, o paciente aparenta ter perdido 
um dente, ou seja, apresenta número menor de dentes que o normal 
para a dentição atingida que também, geralmente, é a decídua 
sendo os dentes anteriores os preferidos. Porém, nos casos em que 
a união se dá com um germe de um dente supranumerário, o 
número de dentes não é afetado e a diferenciação da geminação 
pode se tornar impossível. 
 Irrupção precoce: 
 Dente natal: São aqueles presentes ao nascimento. 
 
19 
 Dente neonatal: São aqueles que irrompem durante o primeiro mês 
de vida. 
 Odontoma: 
 Alteração do desenvolvimento. 
 É um tumor odontogênico composto de tecidos de origem epiteliale 
mesenquimal, os quais sofreram diferenciação funcional a ponto de 
formar esmalte, dentina, cemento, polpa, tecido ósseo e fibroso. 
 Etiopatogênese: 
 Tecidos dentários hamartomatosos 
 Separação do folículo da coroa inclusa 
 Ele pode ser classificado em: 
 Composto: Estruturas similares a dentes; É uma lesão na qual 
estão representados todos os tecidos dentários de maneira 
ordenada, de modo que há pelo menos uma semelhança 
anatômica superficial com os dentes normais, exceto pelo fato 
de, muitas vezes, apresentarem-se sob a forma de dentículos. 
 Complexo: Já no complexo, os tecidos dentários formam uma 
massa calcificada amorfa, de radiopacidade uniforme, com 
bordos irregulares e circundadas por espaço radioluscente. 
Ele geralmente está associado com dentes impactados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
CLASSE MEDICAMENTO DOSE 
(mg/ml) 
ADMINISTRAÇÃO CÁLCULO OBSERVAÇÕES 
 
 
 
 
Analgésicos 
Paracetamol 200mg/ml 4/4h ou 6/6h 1 ou 1,5 gota 
por kg 
É o analgésico de 
escolha; 
Não causa irritação 
gástrica e nem 
inibição plaquetária; 
Criança com dengue 
ou doença hepática 
pode usá-lo. 
Dipirona sódica 500mg/ml 6/6h 1 gota por kg Seu uso é proibido 
nos EUA; Sempre 
arredondar o cálculo 
da gota para baixo 
 
 
 
 
AINES 
Nimesulida 50mg/ml 12/12h 1 gota por kg Não deve usar em 
paciente com menos 
de 1 ano de idade 
Ibuprofeno 50 a 
100mg/ml 
6/6h 1 gota por kg Ação analgésica, 
anti-inflamatória e 
antitérmica 
Naproxeno Sol 
25mg/ml 
8/8h ou 12/12h 1ml para 
cada 5kg 
--- 
Diclofenaco 15mg/ml 8/8h 1 gota por kg Ação analgésica, 
anti-inflamatória e 
antitérmica mais 
fraca 
 
Antibióticos 
Amoxicilina Sol 
250mg/5ml 
8/8h 1mL a cada 
8h 
Possui desvantagem 
de não agir contra 
microrganismos 
resistente; Amoxic + 
Clavulonato de 
Potássio exerce 
ação sobre as 
betalactamases 
(Enzimas resistentes 
a penicilina) 
Cefalexina Sol 
250mg/5ml 
6/6h 1mL a cada 
6h 
Tem espectro pouco 
mais amplo e atua 
nas enzimas 
penicilinase 
resistente 
Azitromicina Susp 
200mg/5ml 
1x ao dia 10mg/kg/dia 
a cada 24h 
Largo espectro; 
Habilidade de 
atuação em tecidos 
moles 
Clindamicina Susp 
250mg/ml 
8/8h 10 a 
20mg/kg/dia 
a cada 8h 
Largo espectro; 
Habilidade de 
atuação em tecido 
ósseo 
 
 
 
 
 
 
Cálculo = Peso 
 3 
Cálculo = Peso 
 4 
 
 
21 
o Indicações para exodontia de dentes decíduos: 
- Dentes com lesão de cárie comprometendo a região de furca; 
- Dentes com lesão óssea periapical persistente após tratamento endodôntico; 
- Dentes com lesão óssea periapical ou interradicular muito próximas ao germe do 
sucessor permanente; 
- Dentes com alveólise; 
- Dentes com raízes fraturadas no terço cervical abaixo da crista alveolar; 
- Dentes com anquilose que não responderam ao aumento de coroa e/ou estão 
impedindo crescimento alveolar na área; 
- Dentes com destruição coronária extensa impossibilitando tratamento 
restaurador; 
- Dentes com reabsorções radiculares patológicas, restando apenas um terço de 
raiz (sem possibilidade de endodontia); 
- Raízes residuais; 
- Retenção prolongada (sucessor permanente com dois terços de raiz formada); 
- Dentes natais ou neonatais com mobilidade excessiva; 
- Indicação ortodôntica. 
Observações: 
 Extração precoce de dentes decíduos – Verificar a necessidade de mantenedor de 
espaço. 
 A sutura se faz necessária sempre que ainda houver alvéolo (Mais de dois terços de raiz). 
 
o Exodontia de dentes permanentes: 
- Indicações: 
 Dentes com lesão na região de furca; 
 Impossibilidade de tratamento restaurador da coroa. 
Observações: 
 Obter o consentimento livre e esclarecido antes do procedimento. 
 Quando houver possibilidade de tratamento endodôntico e posterior reabilitação 
coronária, deve encaminhar para endodontia. 
 
o Ulectomia: 
- É a cirurgia para remoção do capuz mucoso (Fibrosado) que recobre dentes não 
erupcionados. 
- Indicações: 
 Ausência de supranumerário, odontoma ou dilaceração; 
 Dente permanente palpável e em rizogênese avançada, com pelo menos 
2/3 de raiz de formada; 
 Presença de fibrose da mucosa gengival. 
Observações: 
 Sempre realizar exame radiográfico antes do procedimento; 
 Durante a técnica cirúrgica, expor toda superfície oclusal ou incisal do dente. 
 
22 
o Frenectomia: 
- Indicações: 
 Restrição dos movimentos do lábio; 
 Dificuldade de escovação dentária; 
 Isquemia da papila incisiva quando o freio é tracionado; 
 Diastema mediano interincisivos, produzindo efeitos estéticos 
desfavoráveis; 
 Indicação ortodôntica, antes de reduzir o diastema interincisivos 
Observações: 
 Observar o princípio da oportunidade cirúrgica: Geralmente realizar após erupção de 
incisivos permanentes e antes da erupção de caninos. 
 
o Cirurgia de supranumerários ou odontomas: 
- Supranumerários: Sua remoção é indicada, pois podem retardar ou impedir a 
erupção dos permanentes, provocar desvios de erupção ou posicionamento 
incorreto na arcada, causar diastemas ou até induzir a formação de um cisto 
dentígero. 
- Odontomas: Podem impedir a erupção ou causar impactação dos dentes além de 
aumento do volume no local, tumefação óssea ou deslocamentos de dentes. 
 
 
23 
o Características gerais diferenciais entre dentes decíduos e permanentes: 
- São menores em todas as dimensões 
- As coroas são mais claras e opacas 
- O esmalte é mais permeável e mais facilmente desgastado 
- A espessura do esmalte e da dentina é mais fina 
- A polpa é mais volumosa 
- O esmalte termina em aresta definida 
- O diâmetro mésio-distal é maior que o cérvico-incisal, o qual confere um aspecto 
aplanado. 
- Os molares estão dispostos em série crescente. 
o A importância dos dentes decíduos: 
- Atuar no desenvolvimento maxilar 
- Mastigação, fonação e oclusão 
- Guia para os dentes permanentes erupcionarem na posição correta. 
o A raiz dos dentes decíduos é mais fácil de fraturar durante as extrações. 
o Desenvolvimento dos dentes: 
- É um processo contínuo. 
- É o mesmo em ambas as dentições, diferenciando somente na época em que 
ocorrem. 
- Nem todos os dentes da dentição iniciam o seu desenvolvimento ao mesmo 
tempo. 
o Sequência do desenvolvimento dos dentes: 
- Anteriores mandibulares 
- Anteriores maxilares 
- Posteriores (Mandibular e maxilar) 
o Odontogênese: 
- Estágio inicial 
- Estágio de broto 
- Estágio de capuz 
- Estágio de campânula 
- Estágio de coroa 
- Estágio de raiz 
o Dentição decídua: 
- Fase pré-natal: 
 Formação dentária: Odontogênese. 
 Desenvolvimento intra-ósseo dos germes dos dentes decíduos. 
 Incisivos e caninos com o esmalte quase totalmente formado. 
 Primeiro molar com a superfície oclusal e metade da coroa formados. 
 Segundo molar com as cúspides formadas. 
- Fase pós-natal: 
 Do nascimento até os 3 anos de idade, em que ocorre a irrupção dentária. 
 Presença de roletes gengivais: 
 Inclinados em plano 
 Separados anteriormente 
 
24 
o Irrupção dentária: 
- Salivação abundante 
- Diarréia e febre 
- Prurido gengival 
CRONOLOGIA DE IRRUPÇÃO SEQUÊNCIA FAVORÁVEL DE IRRUPÇÃO 
I C I – 6 meses I C I 
I L I – 7 meses I C S 
I C S – 7 meses I L I 
I L S – 9 meses I L S 
1 M I – 12 meses 1 M I 
1 M S – 14 meses 1 M S 
C I – 16 meses C I 
C S – 18 meses C S 
2 M I – 20 meses 2 M I 
2 M S – 24 meses 2 M S 
o Dentição decídua inicia a irrupção emtorno de 6 meses e finaliza em torno do 24º ao 36º 
mês. 
o Aos 6 anos começa a erupção dos permanentes, começando a dentição mista. 
o Entre os 12 a 13 anos há formação completa dos permanentes, exceto os terceiros 
molares. 
o O tubérculo de Zuckerkandel é exclusivo da dentição decídua, enquanto na dentição 
permanente encontramos o tubérculo de Carabelli. 
o Na irrupção dos primeiros molares, a volumosa cúspide palatina do molar superior deve 
encontrar a fossa distal inferior. 
o Diastemas na região anterior: 
Arco de Baume 
 Diastemas Posicionamento dentes 
permanentes 
Arco Tipo I Presente + favorável 
Arco Tipo II Ausente - favorável 
o Espaço primata: 
- No arco superior são espaços presentes entre incisivos laterais e os caninos. 
- No arco inferior são espaços presentes entre os caninos e os primeiros molares.

Continue navegando