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TCC DO JOAO, KELLY E FRAN correção professora

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PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOJURIDICA 
Manaus, AM, Brasil, outubro/2018. 
 
“TINHA QUE SER MULHER MESMO”: A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO 
ÂMBITO FAMILIAR NA CIDADE DE MANAUS. 
 
Janilce Trindade do Nascimento1 
Francinete Macena Costa2 
Joao Lucio Santos da Silva3 
Tônia Kelly Pereira da Silva 4 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho traz para reflexão um dos temas mais polêmicos que é a violência contra a mulher. É 
considerada violência contra a mulher qualquer ato de dominação do homem sobre a mulher 
(SOUTO; BRAGA, 2011). Tendo como objetivo realizar um resgate na literatura sobre violência contra 
a mulher, como ela revelar-se, sua perpetuação ao longo dos tempos, igualmente fazer uma análise 
da história de lutas vivenciadas pelas mulheres em busca de seus direitos e espaços na sociedade de 
Manaus. Trata-se de uma revisão da literatura acerca do tema já referido realizada em bases de 
dados eletrônicos como Ministério da saúde, Scientific Eletronic Library online (SCIELO), Biblioteca 
Virtual de Saúde (BVS), Periódicos capes, Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em 
Ciências da Saúde (LILACS) no período de 2011 a 2018. A partir desta fundamentação, observou-se 
que a violência contra mulher estar enraizada por uma sociedade que impôs poderes ao sexo de 
forma desigual no qual o homem desempenha sua hegemonia através da violência física, sexual, 
matrimonial, financeira, moral, psicológica gerando danos irreversíveis a saúde da mulher. Chegamos 
à conclusão que a mulher ainda perpassa os frutos de uma sociedade marcada pela desigualdade 
entre os sexos influenciando seu processo saúde-doença, ocasionando danos para toda a vida. 
 
Palavras-chave: Empoderamento feminino; Violência contra a mulher; Políticas Públicas. 
 
 
ABSTRACT 
 
This work brings to reflection one of the most controversial issues that is violence against women. Violence 
against women is considered to be any act of male domination over women (SOUTO; BRAGA, 2011). Aimed at 
carrying out a rescue in the literature on violence against women, as it reveals itself, its perpetuation over time, 
also make an analysis of the history of struggles experienced by women in search of their rights and spaces in the 
society of Manaus. This is a review of the literature on the subject already mentioned in electronic databases 
such as the Ministry of Health, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Virtual Health Library (VHL), 
Periodicals capes, Latin American and Caribbean System of Health Information Sciences (LILACS) in the 
period from 2011 to 2018. Based on this foundation, it was observed that violence against women is rooted by a 
society that imposed unequal powers to sex in which man plays his hegemony through of physical, sexual, 
marital, financial, moral, psychological violence causing irreversible damage to women's health. We come to the 
conclusion that the woman still traverses the fruits of a society marked by the inequality between the sexes 
influencing its health-disease process, causing damages for the whole life. 
 
Key words: Feminist empowerment; Violence against women; public policy. 
 
___________________________________________ 
 
 
1 Mestre e Professora em Serviço Social na Área Sociojurídica da UNINORTE. 
2 Pós Graduanda em Serviço Social na Área Sociojurídica 
3 Pós Graduando em Serviço Social na Área Sociojurídica 
4 Pós Graduanda em Serviço Social na Área Sociojurídica 
 2 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho traz a discussão da violência doméstica versada no âmbito 
conjugal dando destaque aos aspectos físico, psicológico, moral, patrimonial e 
simbólico da agressão sofrida por mulheres por parte de seus companheiros e ex-
companheiros. Para que isso aconteça faz-se necessário um resgate histórico a 
cerca deste assunto para que assim possamos entender como se dá todo este 
processo. 
Tendo como objetivo geral objetivo realizar um resgate na literatura sobre 
violência contra a mulher, como ela revelar-se, sua perpetuação ao longo dos 
tempos, igualmente fazer uma análise da história de lutas vivenciadas pelas 
mulheres em busca de seus direitos e espaços na sociedade de Manaus. A 
pesquisa possui como problema entender a trajetória da mulher na sociedade e na 
família problematizando a construção social da violência contra a mulher. Trazendo 
politicas públicas de enfrentamento a violência doméstica no âmbito nacional e 
municipal referindo-se à cidade de Manaus 
A justificativa para construção deste artigo ocorre a partir de uma inquietação 
com a situação de desigualdade de gênero. Mediante pesquisas averiguou-se que a 
violência doméstica aparece como um dos fatores de interferência na saúde da 
mulher violentada, dando especial relevo às mulheres atendidas pelo Serviço de 
Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM). Verificamos nesse estudo que há um 
crescimento da violência doméstica em nossa sociedade, de forma assustadora, 
constituindo-se num problema social de largo alcance que interfere fortemente no 
estado psicossocial das mulheres violentadas. 
A sociedade brasileira compete com vários desafios no seu caminho rumo à 
democracia e à concretização das ideias republicanas nesta segunda década do 
século XXI. Um deles é a conquista da tolerância para com as mulheres e outras 
minorias sociais. Apesar das mulheres terem conquistado importantes espaços na 
esfera pública em mais de um século de luta, as barreiras da intolerância são ainda 
enormes a ponto de esbarrar no limite da barbárie. 
 
 
 
 3 
2 TRAJETÓRIA DA MULHER NA SOCIEDADE E NA FAMÍLIA 
 
Em supra podemos dizer que a história das mulheres é essencial para se 
compreender a história geral, uma vez que ela é relacional, e abrange tudo o que 
envolve o ser humano, suas aspirações e realizações, seus parceiros e 
contemporâneos, suas construções e derrotas. 
 Segundo Santana(2012) são vários os fatores que colocam a mulher em 
condição de submissão aos homens ,desde o princípio o destino da mulher era o lar 
e os afazeres domésticos, no papel de mãe, esposa e mulher que deve satisfazer 
sexualmente o homem, querendo ou não, em nenhuma hipótese poderiam ter o 
mesmo acesso que os homens e isso se inclui principalmente à educação; ficavam 
então a mercê do casamento, do marido e dos filhos, com trabalhos domésticos, 
cantos e orações, sob o controle de pais e maridos. 
Assim a mulher era vista como um ser destinado à procriação, ao lar, para 
agradar o outro. Durante o desenvolvimento das sociedades, a história prescreve a 
discriminação homem-mulher, principalmente em relação à educação. Ao conferir 
aos homens a condição de donos do saber e às mulheres o papel feminino, 
subordinado ideologicamente ao poder masculino, a história vem salientar as 
desigualdades. 
Do ponto de vista exposto no século XVII reforçaram a imagem da mulher 
como um ser sem vontade própria. Segundo (Rousseau apud GASPARI, 2010, p. 
29), “detinha um discurso de que a educação feminina deveria ser restrita ao 
doméstico, pois, segundo ele, elas não deveriam ir em busca do saber, considerado 
contrário à sua natureza”. Desta forma essa sociedade que lutava tanto por 
liberdade, passou a exigir que as mulheres fizessem parte dela, mas como mães, 
guardiãs dos costumes, e como seres dispostos a servir o homem. 
Essa mesma visão não igualitária entre os sexos, que pregava o masculino 
com base em preconceitos e esteriótipos, possivelmente foi a responsável pela 
concretização de uma sociedade machista nos séculos XIX e XX. Ao ponderarmos 
as idéias dos filósofos mencionados anteriormente, permanece evidente que no 
“período das luzes”, uma característica marcante foi a de pensar a diferença 
feminina, acentuada pela inferioridade, baseada no direito natural. Dessa maneiraa 
partir da visão dos filósofos, não havia necessidade alguma de conferir à mulher um 
 4 
estatuto político, porque para a ideologia do século XVIII, o homem era a causa final 
da mulher. 
Conforme (PENA, 2009), todavia no século XIX, ainda no Império, o 
patriarcalismo sofre seus primeiros enfrentamentos, foi o momento e que as 
mulheres começaram a lutar por direitos e espaços na sociedade, sendo estes 
relacionados ao trabalho, a educação, e a política, que até o presente momento só 
era possível aos homens. Mas somente no século XX, que as mulheres passaram a 
reclamar publicamente, e começaram a buscar um reconhecimento como cidadãs, 
reivindicando a liberdade, e a igualdade em relação aos homens. 
Dessa forma concorda-se que é visível a luta por direitos igualitários, mas, no 
entanto, essa mulher na procura de seus direitos são vitima de violência e de 
ameaças frequentes no cotidiano feminino e que ocorre independentemente de cor, 
classe, raça/etnia, geração e orientação sexual. Entretanto, muitas das mulheres que 
sofrem de violência, mesmo àquelas que possuem uma classe privilegiada na 
sociedade, tem dificuldades para romper os laços afetivos por sentirem-se presas a 
uma rede de convenções sociais. Aspectos estes que serão decorrentes no próximo 
tópico onde falaremos sobre a desigualdade de gênero imposta de certa forma pela 
sociedade. 
 
2.1 Desigualdade de gênero 
 
Desde o princípio da humanidade alguns homens revelaram-se sempre 
superiores as mulheres, seja em razão da força física ou da diferença de gênero que 
existe. 
Para Saffioti (2004), essa ideologia teria sido utilizada para dar uma abertura 
para a estrutura de poder que colocariam as mulheres em uma condição muito 
inferior à dos homens em todas as áreas de convivência humana. 
A identidade social da mulher, assim como a do homem, é construída através 
da atribuição de diferentes papeis que a sociedade espera a ser cumpridas pelos 
distintos sexos. Os papeis de gênero é limitado severamente o campo em que as 
mulheres devem atuar da mesma forma procede com os homens escolhendo suas 
áreas para atuar, sempre determinando o papel do feminino, e do masculino, no 
mercado de trabalho, essa desigualdade é visível, sendo a mesma função e carga 
 5 
horária igual, mas o diferencial está no salário, o homem sempre tem o salário 
elevado. 
Uma das maneiras de se explicar o sentido da desigualdade neste contexto é 
segundo Fernandes (2009) que o corpo da mulher por muito tempo foi considerado 
inferior ao do homem, a ciência tentou por diversos momentos fundamentar a 
inferioridade da mulher, construindo que a mesma só teria a função de biológica 
procriar, sendo mais frágil do ponto de vista físico, intelectual e emocional, tendo 
uma cognição inferior à do homem, não possuindo uma postura ativa diante as 
diversidades da vida. 
No mesmo raciocínio do autor acima o homem era visto como o patriarca, 
com funções superiores a mulher, sendo concedido a ele o papel intelectual, e o 
trabalho externo de casa, evidenciando assim o Olhar dicotômico: que ora enxerga 
a mulher como frágil, ora como forte; vítima ou culpada, santa ou pecadora. 
Assim mediante os discursos acima e outros nas sociedades antigas, a 
mulher tinha pouca expressão, não tinha autonomia dependia totalmente do poder 
masculino, eram totalmente controladas em seus desejos e opiniões, perdiam sua 
liberdade de ir de vir, era vista como uma sombra do homem, e tida como objeto, a 
sua disposição sexual para o seu senhor. Também na ótica, como instrumento de 
procriação. Enfim, era a mulher a fêmea, sendo por muitas das vezes, comparada 
mais a um animal do que a um ser humano. Colocando esse período como ponto de 
partida a autora destaca que a: 
mulher foi obrigada a restringir sua vida às necessidades exclusiva da 
família. Ressalta que Rousseau, um dos ideólogos da Revolução Francesa 
(1789), considera a família a mais antiga forma de organização social, onde 
a ordem é dada pela própria natureza: “idosos naturalmente têm 
procedência sobre os jovens e homens têm naturalmente autoridade sobre 
as mulheres” Teles e Melo (2012, p.34 
 
Dessa maneira observamos que persuadir anteriormente sobre o arcabouço 
dos papéis de gênero e suas implicações na construção das identidades masculina 
e feminina que determinam uma dinâmica de relação e de poder, sempre favoráveis 
ao homem. 
Observa-se ainda que isso tem sérias implicações no exercício dos direitos 
sexuais e reprodutivos e da própria sexualidade por parte das mulheres com graves 
consequências para o exercício pleno da cidadania, onde esses direitos sexuais 
incluem o direito a ter controle e decidir livre e responsavelmente nos assuntos 
 6 
relacionados com a sua sexualidade, incluindo a saúde sexual reprodutiva, livre de 
coerção, discriminação e violência. 
Embora os avanços femininos na conquista dos espaços públicos e de uma 
divisão de papéis mais igualitária no espaço doméstico, a mulher ainda é a principal 
responsável pelos cuidados com o lar e com a educação dos filhos. Como destaca 
(Saffioti, 2004) apesar dos progressos femininos na busca por emancipação, a base 
material do patriarcado não foi destruída: 
O que fica evidente no discurso de Santana (2012) a desigualdade salarial 
vem desde a colonização do Brasil, quando uma lei estabelece igualdade de salários 
entre professores e professoras, e os homens acabam recendo mais. No Brasil, a 
chamada “feminização” da profissão ocorre no momento em que o Estado conseguiu 
tomar a si a organização e o controle do ensino, através de uma legislação a 
princípio provincial e posteriormente estadual, e através da organização da rede 
escolar pública em estabelecimentos próprios em forma dos grupos escolares. 
Entretanto, apesar de todo um contexto que demonstra desde os primórdios a 
mulher como sendo uma figura inferior ao sexo masculino, o sexo feminino passa 
por transformações que contribuem para a modificação das relações entre homens e 
mulheres que as colocam atualmente num patamar diferenciado da condição 
masculina na sociedade. Por conta do advento do neoliberalismo e o processo de 
produção e reprodução que invadem o mundo do trabalho e impulsionam o 
crescimento da miséria e da pobreza, o acaba exigindo a inserção dos membros da 
família nesse mercado. 
Portanto, a lógica do capital obrigando a busca por uma colocação 
profissional em tempos de modernidade contribui para uma competição de todos 
contra todos na família modificando a visão do homem como sendo esse provedor 
do lar e colocando a mulher nessa condição, o que acaba despertando muita das 
vezes a competição e a angústia do homem em não ocupar mais um lugar de chefe 
na família. 
Nesta direção (JUNQUEIRA, 2009, 2013), problematiza a temática gênero é 
discutir sobre direitos humanos, observando o sujeito como autônomo, na sua 
singularidade e identidade, uma postura oposta a essa é um descaso em relação ao 
direito do outro. Assim entende-se que não oportunizar a livre expressão de gênero, 
e a igualdade social, mostra que o outro deve ter acesso aos mesmo direitos, 
buscando a equidade social nessa construção. Entretanto propõem-se pensar nos 
 7 
aspectos subjetivos de como esta mulher se sente diante as situações de violência e 
desrespeito ao ser humano. Todavia, vários fatores estão interligados diante deste 
olhar que vem gerar toda uma problematização deste gênero mulher, ao qual será 
citado no próximo tópico. 
 
2.2 A subjetividade feminina diante a uma situação de violência 
 
São vários os fatores que colocam as mulheres em posições de submissão 
aos homens, especialmente no que diz respeito aos principais desencadeadoresda 
violência. De acordo com Silveira (2012), a estrutura familiar patriarcal proporcionou 
que meninos e meninas tivessem uma educação diferenciada. As meninas eram 
atribuídas, a afetividade, a delicadeza, a intuição, os comportamentos dóceis, as 
emoções, dentre outros. Aos homens restavam ter a racionalidade, a 
competitividade, a arrogância, a agressividade, a superioridade, o pensamento 
lógico, a razão e etc. 
Como revela Saffioti, a mulher geralmente é tida como símbolo de fragilidade 
e por isso que: 
A naturalização do feminino como pertencente a uma suposta fragilidade do 
corpo da mulher e a naturalização da masculinidade como estando inscrita 
no corpo forte do homem fazem parte da tecnologia de gênero que 
normatizam condutas de homens e mulheres. (SAFFIOTI, 2004, p.77). 
 
 
Nesta ótica, diferentemente das mulheres, os homens, desde cedo, por meio 
desse tipo de ideologia, os faz supostamente “fortes”, sendo educados para 
responder às expectativas sociais para serem competitivos, agressivos, assumindo 
posturas superiores em relação à mulher, são socializados para reprimir suas 
emoções, sendo a raiva, e inclusive a violência física. 
Dessa forma é importante compreender o conceito de pessoa que para a 
fenomenologia é visto dentro de um enfoque diverso, inserido no mundo dotado de 
sentido particular, aberto a possibilidades, consciente de sua finitude e de suas 
responsabilidades diante as escolhas, capaz de inventar e cuidar de suas próprias 
escolhas e ações, logo a mulher violentada dar um sentido e significado único para a 
situação de violência vivenciada, dando um significado único para o autor deste ato 
também, é a relação construída nesta convivência, podendo ser de dependência, 
vinculo, medo ou repulsa (HOLANDA, 1997 apud TENÓRIO, 2008). 
 8 
A partir dessas colocações dos autores acima,o entendimento da 
complexidade da vida humana ocorre-se de forma mais junta, reconheceríamos que 
em algum momento, será altamente improvável que possamos reorganizar a 
estrutura da vida de um indivíduo. 
Se pudermos reconhecer este limite e nos abstivermos de desempenhar o 
papel de Deus, poderíamos oferecer um tipo muito precioso de ajuda, de 
esclarecimento, mesmo num curto espaço de tempo. Permitindo que o sujeito 
exprima seus problemas e sentimentos de forma livre, deixando-o com o 
reconhecimento das questões que enfrenta (ROGERS, 1987 p. 207-208 apud 
MORAES, LIMA, GOMES, FRANCA e OLIVEIRA, 2013). 
Fica claro que as mulheres em situação de violência materializam, em suas 
relações e em suas condições de vida, um modo de construção subjetiva marcada 
por uma passividade, na qual as condições psíquicas que permitem o domínio de 
suas forças, ficam em alto acontecimentos traumáticos que não lhes possibilitaram a 
construção de seu nome próprio. 
Heidegger citado por Feijoo (2011), fala sobre o caráter do poder ser do ser-
aí: o ser-para-a-morte onde a morte é o fenômeno do qual temos que nos desviar, 
esquecer, afastar. Quando o indivíduo observa sua finitude o evento morrer revela-
se o caráter próprio do ser-aí enquanto cuidado, ou seja, com a experiência da morte 
se recobra o cuidado individual do sujeito consigo mesmo. 
Para o autor acime observa -se três tonalidades afetivas existentes no sujeito 
o tédio que ocorre quando o homem se torna totalmente desinteressante para si 
mesmo, a angustia que antecede qualquer escolha, apontando para o caráter da 
indeterminação da existência e o temor é sempre algo que se anuncia, sendo 
ameaçador, faz com que se perca compostura o prumo e ocorre a busca pela 
crença, quando o autor fala do ser-aí (dasein) a experiência com uma estrutura 
oncológica existencial da angustia e indeterminação. 
Desta forma, a cada vivência com seu companheiro em que um ato de 
violência ganha destaque, colocando-se diante da repetição, de uma forma de 
relação, marcada pelo não reconhecimento de sua condição de sujeito. 
A experiência de violência depois que a mulher conquista a emancipação, faz 
com que a mulher retome o cuidado, pois visualizou a possibilidade de cuidado, que 
antes lhe trouxe angustia, ou sentimento de finitude. Desta forma observa-se a 
importância de dialogar-se sobre a violência referente ao município de Manaus. 
 9 
Assim, será abordado no próximo tópico como se dá esta violência ao qual as 
mulheres passam. 
 
3. Conceito de violencia domestica. 
 
Para o autor (PAULINO-PEREIRA; SANTOS e MENDES, 2017), a violência 
contra a mulher é observada como qualquer conduta baseada no gênero que cause 
danos, sofrimento físico, sexual ou psicológico tanto no ambiente público como 
privado, podendo ou não levar à morte. Compreende-se como um fenômeno 
complexo e diversos, sendo fruto de uma construção cultural, política e religiosa, que 
se baseou nas diferenças entre os sexos, ou seja, esta construção patriarcal 
naturalizou o poder do homem sobre a mulher, evidenciando ainda a desigualdade 
existente entre o papel masculino e feminino. 
Nos termos (ALMEIDA 2007, p. 27 apud CARMO e MOURA, 2010), 
ocorrendo principalmente no contexto intrafamiliar, entretanto, observa-se um fato 
curioso pois é nesse local, onde a relação deve ser de cumplicidade, porém é o 
mesmo onde cresce expressivamente a violência doméstica, e a opressão. Dessa 
forma a violência de gênero refere-se a um contexto de desigualdades sociais e 
econômicas que se estabelece por meio da demonstração de força e de poder, que 
efetiva a supremacia corporal do homem, Manifestando-se no corpo (devido a tapas 
a aranhões) e no psicológico da mulher (dominar, humilhar e controlar seus atos), 
tendo graves resultados para sua saúde física e psicológica. 
Para Saffioti (2004), o conceito sobre violência vem de muito tempo, e ainda 
hoje é tido como verídico e único, ou seja, manifesta a realidade de muitas mulheres. 
Ainda segundo a autora a violência é: “[...] como ruptura de qualquer forma de 
integridade da vítima: integridade física, psíquica, sexual, moral”. (SAFFIOTI, 2004, 
p. 60). 
Nesta mesma direção, Chauí (1998) explica que violência significa toda força 
contra a natureza de algum ser; contra a espontaneidade; a vontade e a liberdade 
de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade, são 
transgressão contra aquelas coisas e ações que determinada sociedade define 
como justa e como um direito. Assim, a violência é entendida como uma forma de 
maltratar, machucar, inferiorizar e até mesmo levar a morte de um indivíduo. 
 10 
Acrescentando o conceito de violência para o autor Heise (1994) citado por 
Leocádio, (2009) a violência é um fenômeno extremamente complexo, com raízes 
profundas nas relações de poder baseadas no gênero, na sexualidade, na auto 
identidade e nas instituições sociais e que em muitas sociedades, o “direito” 
(masculino) a dominar a mulher é considerado a essência da masculinidade. 
Assim, esses conceitos levam a entender a violência praticada contra a 
mulher como um fenômeno social de desigualdades de gênero, e não como uma 
consequência de pobreza ou de alcoolismo, como algumas pessoas julgam até hoje, 
a violência acontece em qualquer nível, seja rica ou seja pobre. Independente de 
posição social, as mulheres sempre sofreram esse processo de desigualdade, sendo 
determinados os papéis sociais, que foram construídos historicamente, tanto pela 
sociedade quanto pela sua própria cultura, criando um paradigma de dominação e 
submissão. 
Estas mulheres muitas vezes sentem uma dependência afetiva, ou financeira 
destes opressores, precisa-se problematizar o papel da mulher hoje na sociedade, 
as novas construções, mostrando um posicionamento ativo das mesmas na luta nas 
políticaspúblicas, e nas construções de rede de apoio a vítimas de violência. No 
tópico a seguir será demonstrado como ocorre este tipo de violência. 
 
3.1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER NO AMBITO NACIONAL 
 
De acordo com uma pesquisa feita pelo Banco Mundial, divulgada pela 
Organização das Nações Unidas do Brasil revela, que cresceu cerca de 75% o 
número de violência contra a mulher entre os anos de 2003-2013 na região Norte e 
Nordeste do país, alertando para a marginalização da mulher indígena e 
afrodescendente do Brasil. Especificadamente na região Norte, o índice passou de 
3,5 para 6,1 assassinatos a cada 100 mil mulheres (ONU, 2017). 
De acordo com os dados do IBGE (2013), mostram que o Brasil tem no total, 
67.131 domicílios particulares, a região Norte possui 4.953 domicílios particulares e 
especificamente o Estado do Amazonas possui 1.041. Assim como nos referimos à 
renda per capita até ¼ do salário mínimo, temos 10,7 percentuais; mais de 1 a 2 
temos 20,5 percentuais; mais de 3 a 4 temos 4,2 percentuais; mais de 5 salários 
mínimos temos 3,5 percentuais; e sem rendimentos tem-se 0,2 percentuais. Todavia, 
independente do domicílio, sendo este particular ou não, independente da renda per 
 11 
capita, seja esta nos mais altos ou baixos níveis percentuais, a violência doméstica 
perpassa todas essas condições. Percebe-se que “a violência de gênero não 
aparece num determinado país ou famílias pobres como às vezes podemos 
imaginar” (STREY, 2013, p.16). Vale percebermos nesta discussão o fato de que “a 
violência de gênero também tem sido avaliada quanto aos impactos econômicos e 
sociais para os países” (NEGRÃO, 2004, p. 222). Para esta autora, 
 
Na medida em que o desenvolvimento de um país deve pressupor a criação 
de meios para a superação dos entraves sociais e que o sofrimento das 
pessoas que vivem em situação de extrema violência não podem ser 
medidos em custos sociais, mas na previsão de investimentos a serem 
feitos para que saiam desta condição e se tornem pessoas na sua 
integridade (NEGRÃO, 2004, p.223). 
 
De acordo com os dados referentes ao Amazonas, a pesquisa realizada pelo 
IBGE (2013) constatou, a partir dos domicílios particulares, que o total de pessoas 
por domicílio é de 3.874. Quanto a renda per capita nos deteremos na de 5 ou mais 
salários mínimos, que possui aproximadamente 2,3 percentuais. Logo, “a violência 
contra a mulher integra, assim, de forma íntima, a organização social de gênero 
vigente na sociedade brasileira” (SAFFIOTI, 1994, p.153). 
Conforme O Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (SAPEM), que 
proporciona acolhida, acompanhamento psicológico, social e orientação jurídica às 
mulheres em situação de violência, incluindo os vários tipos de violência: sexual, 
patrimonial, moral, física, psicológica; tráfico de mulheres, assédio sexual; assédio 
moral. O SAPEM integra a Rede de Atenção em Defesa dos Direitos da Mulher, em 
conjunto com a Casa Abrigo “Antônia Nascimento Priante”, o Centro Estadual de 
Referência de Apoio à Mulher (CREAM), a Delegacia Especializada em Crimes 
contra a Mulher, o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), e a Vara da 
Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, mas também conta a presença de 
organizações da sociedade civil que reforçam o atendimento por meio do Disk 
Denúncia 181. 
A Rede de Atenção em Defesa dos Direitos da Mulher constitui-se numa 
conquista atual, agindo no processo de luta das mulheres pela ocupação de espaços 
públicos, tendo como suporte o desenvolvimento de uma consciência crítica no que 
diz respeito as relações de gênero. “Ao nível estadual, a partir das eleições de 1982 
[...], vários órgãos públicos foram criados voltados para a configuração de uma 
 12 
política social relativa às mulheres” (BARTSTED, 2004, p.245), mas, além disso, a 
autora chama a atenção para um importante fato histórico que diz respeito “a 
contemplação do processo de redemocratização, em 1985 [...]. O Governo Federal 
se comprometeu com as políticas voltadas para as mulheres” (BARTSTED, 2004, 
p.245). Conforme esta autora, 
Durante o processo Constituinte, o movimento de mulheres, com o apoio do 
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), por todo o Brasil, se 
mobilizou para definir uma pauta de demandas a serem incluídas como 
direitos na nova Constituição, abrangendo diversas áreas temáticas e tendo 
como objetivo a plena cidadania formal das mulheres (BARTSTED, 1994, 
p.245-246). 
 
Isto é, “a violência contra as mulheres que antes era circunspecta unicamente 
no seio familiar patriarcal, tão somente pelo poder masculino, no final do século, 
passa a ser regulamentada e controlada pelo poder de Polícia na Delegacia da 
Mulher” (SANTOS, 2008, p. 99) e demais órgãos de assistência à mulher. O trabalho 
em rede realizado junto ao SAPEM foi criado em 2010 com o propósito de contribuir 
com a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher. Onde as 
demandas das instituições encontram-se registradas no banco de dados Sistema de 
Atendimento à Mulher (SAM), desenvolvido pela empresa Processamento de Dados 
Amazonas S.A (PRODAM). Adota o propósito de registrar o atendimento à vítima de 
violência de forma detalhada, de modo a viabilizar a execução de um conjunto de 
ações e serviços públicos especializados de diferentes setores, principalmente, da 
assistência social, da justiça, da segurança pública e da saúde. De acordo com 
Negrão (2004, p.239), 
 
As experiências desenvolvidas em vários estados e municípios brasileiros 
desde a segunda metade dos anos 80, quando as primeiras políticas 
públicas em resposta à violência nas relações de gênero foram dadas 
empiricamente. [...]. Tornou-se necessária a articulação de todos os 
esforços, públicos, privados e comunitários para enfrentar um fenômeno 
social e cultural. 
 
Entretanto a respeito ao gênero e grau de escolaridade de pessoas que 
sofreram alguma violência ou agressão de pessoas desconhecidas. Ao totalizar os 
dados de todas as regiões do país obtemos a proporção de pessoas de 18 anos ou 
mais que sofreram alguma violência ou agressão, nos últimos 12 meses anteriores à 
data da entrevista da Pesquisa Nacional de saúde 20135, foi de 3,1 no Brasil e 2,5 
sofreram violência ou agressão de pessoas conhecidas. A seguir veremos como a 
 13 
violência na cidade de Manaus ocorre, bem como quais instituições amparam este 
gênero. 
 
3.2 No ambito de Manaus. 
 
Em Manaus, com base nos dados do SAM, constatamos que no ano de 2016 
foram registrados 3.349 atendimentos às vítimas, número bastante expressivo se 
comparado ao ano de 2017 em que o número de casos decaiu para 2.528. Estes 
dados revelam resultados positivos, visto que os casos de violência doméstica têm 
diminuído. Conforme a Pesquisa de Opinião Pública sobre Mulheres Brasileiras e 
Gênero nos Espaços Públicos e Privados, realizada pela Fundação Perseu Abramo 
e SESC, 43% das mulheres entrevistadas em 2001, sofreram algum tipo de violência 
doméstica, já em 2012 a pesquisa mostra que este índice caiu para 34%. Este último 
dado revela que, de alguma forma, a Lei Maria da Penha criada em 2006, vem 
contribuindo para a diminuição da violência doméstica, cujo dispositivo legal 
conforme Torres (2014), serviu para dar amparo mínimo às mulheres no âmbito 
legal. É preciso ter claro, contudo, que não se pode ignorar a gravidade dos danos 
perversos causados as mulheres vítimas de violência doméstica. Segundo Saffioti 
(1994), com base nos dados da FIBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística), sobre práticas violentas: Participação Político-Social 1988-Justiça e 
Vitimização, 
Conforme (Barroso, 2012, p. 63) aborda na sua pesquisaas percepções das 
mulheres indígenas da etnia satere-mawé sobre a violência contra as mulheres, os 
Sateré-Mawé habitam hoje uma área de 788.528 hectares, na terra indígena Andirá-
Marau. São conhecidos regionalmente como Maués, localizado no Amazonas, as 
mulheres são as responsais pela renda familiar, com a venda de farinha, ao longo da 
história a violência contra a mulher nesta tribo era dada como natural, é claro no 
relato das moradoras da aldeia a violência física, psicológica e moral, desenvolvida 
por seus companheiros, a falta de voz e autonomia das mulheres é evidente nos 
relatos, deixando claro a necessidade de políticas públicas especificas para este 
contexto social. 
A violência contra a mulher no período gestacional é um grande agravante, 
sendo um período que pode propiciar a fragilidade da mulher, que muitas vezes se 
vê tanto fragilizada quanto dependente financeira e afetivamente do parceiro, o que 
 14 
permite uma maior vulnerabilidade e as expõe a possíveis situações extremas, como 
a violência, que nos extremos, podem levar a homicídios e suicídios (ALVES, 
ALVES, ANTUNES E SANTOS, 2013 apud BARDASSI, 2015). 
Segundo o autor Bardassi, (2015) essa violência durante a gestação 
configurou-se como risco aumentado ao aborto induzido, pois possui uma menor 
adesão ao cuidado pré e pós-natal, podendo trazer riscos de morbimortalidade 
materna, do feto e do recém-nascido. Existindo ainda uma subnotificação dos 
registros de óbito, e se existisse uma nova forma de classificação auxiliaria a visão 
sobre morte materna decorrente de violência, evidenciando que os dados hoje sobre 
o tema podem estar fora da realidade. 
Observando o cenário nacional com o histórico de 4,5 homicídios para cada 
100 mil mulheres, em um ano, e nos últimos 30 anos, foram assassinadas cerca de 
92 mil mulheres, tendo sido 43,7 mil apenas na última década, o que mostra um 
aumento considerável deste tipo de violência a partir dos anos 90. Quando se 
observa o percentual de vítimas de agressão física na própria residência em relação 
ao total de pessoas que sofreram violência por sexo 44% são mulheres, enquanto 
11% são homens. Mulheres essas que são agredidas e violentadas no âmbito de 
suas relações domésticas, afetivas ou familiares, que o sujeito ativo da agressão foi 
o cônjuge, o ex-cônjuge ou parente, representam em todo o Brasil 41,61%, e no 
Amazonas 33, 26 %. No ano 2012 o Amazonas, só apresentou uma Vara 
responsável, sendo que está possuía 1.730.806, de população feminina, 
apresentou-se na escola dos estados com o menor número de servidores para 
atender a população, sendo que a cada 100 mil mulheres, 755 possuem 
procedimentos, totalizando no estado 3.796 inquéritos (CNJ, 2013). 
De acordo com Cavalcanti et al. (2017) as bases de dados do Sistema de 
atendimento à Mulher-SAM da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e 
Cidadania-SEJUSC, em Manaus-AM no ano de 2015 foram registrados 3.349 
atendimentos às vítimas, número expressivo se comparado ao ano de 2016 em que 
o número de casos decaiu para 2.528. Revelando resultado positivos, em relação a 
violência na cidade. De acordo com a Pesquisa de Opinião Pública sobre Mulheres 
Brasileiras e Gênero nos Espaços Públicos e Privados, realizada pela Fundação 
Perseu Abramo e SESC, 43% das mulheres entrevistadas em 2001, sofreram algum 
tipo de violência doméstica, já em 2010 a pesquisa mostra que este índice caiu para 
34%. Revelando que a Lei Maria da Penha criada em 2006, tem sido eficaz no 
 15 
combate e na responsabilização a violência contra a mulher. Todavia observa-se a 
possibilidade de discutir políticas públicas de enfrentamento ou proteção a mulher. 
 
4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO 
ÂMBITO NACIONAL E MUNICIPAL 
 
O Plano Nacional de Políticas para as Mulheres-PNPM, tem como objetivo 
contribuir para a consolidação da cidadania, da igualdade e da equidade de gênero. 
Partindo da afirmação de igualdade e o enfrentamento das desigualdades de gênero 
pode transformar as relações desiguais de poder. O discurso das políticas públicas 
apresenta as mulheres como "sujeitos políticos e de direitos" e recomenda a 
articulação entre Estado e movimentos sociais como forma de consolidar essa 
condição por meio da participação popular e do controle social. O PNPM instituiu o 
princípio da equidade: que propõe tratar desigualmente os desiguais como forma de 
garantir a justiça social e a autonomia das mulheres para poder decidir sobre suas 
vidas e seus corpos (FERREIRA, 2013). 
A luta feminina é uma luta política e social, a respeito do binarismo existente 
na cultura brasileira, a violência doméstica é o reflexo das desigualdades entre os 
gêneros, trata-se de uma ideologia política alojada no patriarcado que estruturou 
essa desigualdade em sua construção histórica. Portanto é, uma visão cultural 
hierárquica, machista, preconceituosa de que a mulher deve ser submissa ao 
homem, e como tal, deve ser oprimida e violentada. Para Saffioti (1994) apud 
Cavalcanti, et al. (2017) o patriarcado se imbrica com o capitalismo e com o racismo, 
constituindo um único sistema de dominação-exploração. 
Todavia a revolução sexual e a emancipação feminina tiveram um papel 
fundamental nas mudanças que vêm ocorrendo no casamento, no amor e na 
sexualidade ao longo da modernidade, resultando em transformações radicais na 
vida e intimidade das pessoas (SILVA et al. 2005). 
Com o propósito de defender os direitos da mulher as delegacias da mulher 
no Brasil foram criadas na década de 80 como fruto do movimento feminista e se 
constituíram numa importante forma de reconhecimento e enfrentamento da 
problemática da violência contra a mulher pela sociedade. Quando não existia as 
delegacias a mulher vítima de violência não podia contar com nenhum espaço social 
em que pudesse efetivamente ser ouvida e protegida, entretanto no Brasil, a 
 16 
violência contra a mulher é vista como um crime, tendo uma lei especifica, a Lei 
Maria da Penha que tem como finalidade de proteção da vítima e punição do 
agressor (GUTIERREZ; DEWET, 2010 apud GOMES, et al. 2014). 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada na Assembleia 
Geral das Nações Unidas em 1948, foi importante documento contra a discriminação 
e violência contra as mulheres, no processo contra ao preconceito, e opressão 
(ALMEIDA 2007, p. 27 apud CARMO e MOURA, 2010), a partir disso pensa-se a 
violência no âmbito nacional, e após no âmbito municipal referindo-se a cidade de 
Manaus. 
 
4.1 Âmbito Nacional 
 
O enfrentamento começou ao longo da história, com a demanda de violência 
que a mulher vinha sofrendo, foi elaborando-se uma política social de enfrentamento 
da violência com a criação e a consolidação de movimentos sociais como o 
feminismo, na luta da efetivação dos direitos femininos. 
De acordo com o autor Moraes (2007) as inovações culturais e tecnológicas, 
ao longo da história fizeram a mulher entrar em outros espaços, dentre essas 
inovações está a construção da estrada de ferro, a chegada do barco a vapor e do 
telégrafo estimularam o crescimento das cidades, este crescimento estimou no 
sudeste do Brasil um grande desenvolvimento, com números crescentes de 
trabalhadores assalariados, e com o aumento da imigração europeia, fortalecendo 
desta forma as lavouras de café. Já no Rio de Janeiro e São Paulo levantaram o 
cenário nacional com a produção cafeeira, e exportação do produto. Sendo o Rio de 
Janeiro a sede do poder econômico, político, intelectual e cultural. 
A mesma autora (2007) esclarece que este cenário econômico serviu como 
centro das primeiras manifestações feministas entre algumas mulheres cultasdas 
classes médias e superiores, que tinham como propósito romper com as tradições 
sociais que desvalorizavam e impediam sua autonomia, estes movimentos foram 
emancipatórios, na luta por ideias revolucionárias que demonstravam a sua 
insatisfação quanto ao conservadorismo em relação à mulher, a situação de 
invisibilidade existente, esses foram os primeiro passo para o feminismo, 
incentivadas pelo movimento das Sufragistas, sendo o feminismo a forma como se 
percebe a mulher. Em 1852 ocorreu a publicação do jornal denominado “O Jornal 
 17 
das Senhoras”, foi editado pela argentina Joana Paula Manso de Noronha, teve 
como proposta colaborar com a emancipação moral da mulher que por meio da 
comunicação a mulher teria conhecimento aos seus direitos e deveres. Anos depois 
foram surgindo outros jornais com a mesma proposta, dando mais voz as mulheres, 
incentivando a educação que ainda era negada a mulheres, neste período histórico. 
Após esse momento histórico, o país vivencia uma ditadura, onde em 1988 
após a consolidação de um Estado de direito Democrático, cria-se a Constituição 
Federal, vindo a redemocratização do Estado, dando lugar à criação de novas 
instituições e leis, para o acesso a cidadania plena para todos, significando a criação 
de oportunidades políticas para a participação de alguns setores dos movimentos 
feministas e de mulheres nas novas instituições do Estado. Por volta do ano 1970, o 
tema da violência doméstica contra mulheres, tornou-se uma das principais 
bandeiras de luta do movimento de mulheres e feministas, que solicitavam a criação 
de políticas públicas para suprir as necessidades básicas das mulheres (SANTOS, 
2016). 
Para Santos (2016) os movimentos feministas tinham uma boa relação com o 
governo Montoro, que apoiou a criação, em 1983, do Conselho Estadual da 
Condição Feminina do Estado de São Paulo (CECF), o primeiro conselho do gênero 
no país. E em 1985, criou-se o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), o 
primeiro órgão nacional do país, foi uma grande revolução para época embora não 
tivessem uma política nacional de enfrentamento a violência, com o governo de 
Fernando H. Collor de Mello, foi desfeito, após reconstruído, mas não com a mesma 
força. Em 1985, cria-se a primeira delegacia da mulher do Brasil, pelo Decreto 
23.769. A partir de então, as delegacias especializadas passaram a registrar e 
apurar denúncias de crimes contra a mulher, representando, assim, o início da 
desnaturalização e do controle dessa ação violenta, que passou, então, a ser 
considerada como um problema de interesse público, mas os policiais não tratavam 
as mulheres com respeito, então em 1990 ocorreu a desvalorização das feministas 
pelas delegacias. 
 Em 2001, foi publicado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos 
(CIDH) o relatório de mérito que responsabilizou o governo brasileiro no caso da 
senhora Maria da Penha, que denunciava seu marido por violência, mas não tinha 
auxilio das delegacias e do Estado, então o Brasil foi condenado e obrigado a 
adequar seu sistema a elaboração de uma legislação especial e adequada para o 
 18 
enfrentamento de situações como aquela vivida por Penha e outras milhares de 
mulheres. Em 2003, inaugura-se uma nova fase na proteção da mulher, criando-se 
no Governo Lula a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) e 
recebendo nome de ministério podendo atuar em políticas públicas, pois agora tinha 
verba para esta ação, lançando a Política Nacional de Prevenção, Enfrentamento e 
Erradicação da Violência contra a Mulher, onde faz parte as delegacias 
especializadas, e posteriormente a criação da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), 
prevê ações de medidas protetivas às mulheres vítimas de violência (SANTOS, 
2016). 
As redes sociais permitem o exercício da solidariedade em situações 
diversas, principalmente em casos específicos de violência doméstica. Cada usuária 
é o centro de sua própria rede, que, além dela, passa a ser constituída pelos 
familiares, vizinhos, pessoas amigas, conhecidas, colegas de trabalho, entre outras, 
esta rede primaria encontra-se fragilizada, mas é de extrema importância 
principalmente por causa do contexto nuclear em que esta mulher está inserida. As 
redes sociais intermediárias, que seriam constituídas por pessoas que receberam 
capacitação especializada - denominadas promotoras - que podem vir do setor 
saúde, da educação, igreja, ou da própria comunidade. Suas funções são a 
prevenção e apoio. Já as redes sociais secundárias seriam aquelas formadas por 
profissionais e funcionários de instituições públicas ou privadas; organizações 
sociais, organizações não governamentais, grupos organizados de mulheres, 
associações comunitárias e comunidade (GROSSI, TAVARES e OLIVEIRA, 2008). 
Um estudo da OMS sobre saúde da mulher publicado em 2005, considera 
que a violência contra as mulheres é tanto causa como consequência da 
desigualdade de gêneros, o que produz um círculo vicioso que afeta tanto elas 
quanto os parentes que estão sob os cuidados delas. Por isso é essencial que sejam 
feitos tantos programas de prevenção primária que levem em conta a desigualdade 
de gênero e abordem as múltiplas causas dessa violência quanto mudanças na 
legislação e nos serviços que deem assistência a mulheres que sofrem violência 
(MONTEIRO, 2012). 
O Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher-CAISM de São Paulo é um 
hospital terciário que visa o atendimento às mulheres nas áreas de Ginecologia, 
Obstetrícia, Neonatologia e Oncologia (ginecológica e mamária), atendendo 
mulheres vítimas de violência sexual desde a sua criação. No início do projeto o 
 19 
atendimento ocorria de forma não sistematizada. Um número pequeno de mulheres 
procurava assistência quando havia necessidade de internação em virtude de lesões 
ginecológicas graves, ou em busca de informações para interrupção da gestação, 
por causa de estrupo. Outra causa de não comunicação destes crimes é a 
desinformação. Faltam informações às mulheres sobre medidas preventivas que 
podem ser feitas, como a anticoncepção de emergência e a prevenção contra 
DST/AIDS e hepatite B. Muitas mulheres também desconhecem a lei e os demais 
aspectos que envolvem esta questão, inclusive o aborto legal, evidenciando mais 
uma vez a importância de discussões (BEDONE, FAÚNDES, 2006). 
 
4.2 No Âmbito Municipal 
 
Segundo Santos, (2016) a criação da Delegacia Especializada de Crimes 
Contra a Mulher, na cidade de Manaus, ocorreu em 1987, sendo oficializada pelo 
Decreto Estadual 10.347. A Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, o 
atendimento é exclusivo às mulheres que sofrem violência doméstica, com idade 
acima de 18 anos. Em Manaus existem 29 (vinte e nove) Distrito Policiais em todas 
as zonas da cidade, além da Delegacia Especializada, sendo que esta não é mais 
plantonista desde o ano de 2012. 
As pesquisadoras Costa e Gomes, (2015) relatam que na cidade de Manaus 
a Vara Especializada em Violência contra a mulher registrou, no ano de 2007, um 
número crescente de homens agressores que relataram em juízo problemas com 
uso de drogas licitas e ilícitas e problemas de desemprego. Quando se referia ao 
consumo de bebida alcoólica, 46% dos entrevistados alegaram não ingerir, e 28% 
deles alegaram ingerir somente nos fins de semana, 13% deles disseram ingerir 
diariamente, 6% deles disseram que estão em tratamento, 4% bebe 
esporadicamente e 3% alegam ter parado de beber. 
A gritante desigualdade e discriminação sofrida pelas mulheres fizeram 
emergir a organização de grupos mulheres com uma identidade feminista. No 
Amazonas, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus – FPMM, teve seu início 
comoum espaço de reflexão, organização e articulação de um coletivo baseado nos 
princípios feministas, cujo objetivo geral é fortalecer a auto-organização das 
mulheres e seus movimentos e grupos como promotoras da transformação social. 
Tendo como objetivo geral articular, fortalecer e fomentar a luta pela efetivação dos 
 20 
direitos das mulheres e a implementação de políticas públicas específica para 
mulheres, onde seus objetivos específicos são: fomentar a luta pela efetivação dos 
direitos das mulheres e a implementação de políticas públicas para mulheres; 
contribuir para formação informação sobre gênero, direitos sexuais e reprodutivos; 
apoiar o Conselho Municipal e Estadual dos Direitos da Mulher, fortalecendo a luta 
por direitos; potencializar ações para o enfrentamento a violência de gênero e racial, 
contribuindo para o empoderamento das mulheres, grupos e movimentos 
(PINHEIRO, 2013). 
Em Manaus havia uma pressão do movimento municipal de mulheres e uma 
determinação do Ministério da Saúde para que o então prefeito municipal, Serafim 
Correia, implantasse um serviço especializado para o atendimento de vítimas de 
violência sexual na Maternidade Moura Tapajóz, em dezembro de 2005. Mas só foi 
efetivado em 03 janeiro de 2006, o Serviço de Atendimento a Vítimas de Violência 
Sexual-SAVVIS inicializando seus atendimentos, realizando atendimento de 
crianças, adolescente e adultos, atuando em outras maternidades em Manaus 
(MACIEL, ROSA, 2015). 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Com a presente pesquisa foi possível dialogar e problematizar a construção 
social e histórica da submissão da mulher, e a inferioridade em relação ao homem, 
em toda a sua construção histórica, evidenciando que a mulher vem lutando desde o 
período da colonização por mais direitos, igualdade ou melhor na luta por equidade 
social. A história mostra o quanto direitos básicos da mulher foram negados, e que a 
mesma teve que buscar, voz, voto, posicionando-se, ou até mesmo morrendo para 
ser ouvida. Mostra-se a importância do feminismo nesta luta social, e o quanto as 
políticas públicas devem ser melhor pensadas e dialogadas, para garantir a 
efetivação de direitos sociais. 
Em Manaus a Vara Especializada em atendimento da mulher que sofreu 
violência encontra-se sobrecarregada de processos. As delegacias hoje possuem 
uma melhor estrutura, e um espaço de escuta, porém, nem sempre foi assim outrora 
as delegacias eram um ambiente de opressão onde a mulher relatava um abuso e 
não era ouvida e seus direitos eram negligenciados, após o caso da senhora Maria 
da Penha, houve uma obrigação de efetivar um atendimento integral a vítimas de 
 21 
violência doméstica, de forma que realmente efetivasse a rede de proteção. Pensa-
se que precisa colocar em Manaus mais profissionais concursados para atender na 
Vara especializada, para que os processos sejam melhor acompanhados, de forma 
que os profissionais que trabalham na proteção não se sintam sobrecarregados e 
consigam efetivar o processo de forma eficaz. 
Entre as dificuldades ressaltou-se ausência ou mínimas as pesquisas 
relacionadas a temática na cidade de Manaus, mostrando desta forma a importância 
de mais investigações de campo na busca da compreensão da realidade social atual 
da população feminina, na região norte do país e no município destacado. 
O cenário político, ainda é muito precário, mesmo com a Lei Maria da Penha, 
que ajudou, porém, não resolveu, precisa-se repensar a visibilidade da mulher, a 
rede de proteção e o enfrentamento a violência contra a mulher. Sendo mais eficaz 
empoderando meninas desde de a infância, na busca de nenhum direito a menos, e 
na valorização da mulher, onde todos tenham condições favoráveis para o seu 
desenvolvimento biológico, social e psicológico do sujeito. 
 
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ASSINATURAS DOS RESPONSÁVEIS 
 
 
 
 
__________________________________ 
Acadêmico: Francinete Macena Costa 
 
 
__________________________________ 
Acadêmico: Joao Lucio Santos da Silva 
 
 
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Acadêmico: Tônia kelly Pereira da Silva 
 
 
 
 
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Orientador: Janilce Trindade do Nascimento 
 
 
Manaus-AM/2018

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