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Caprinoc Ovinoc nutricao II Manejo alimentar´

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2 – Alimentos concentrados:
	Os alimentos concentrados mais usados são os grãos como milho, cevada, soja, trigo, aveia, sorgo, milheto, babaçu.
2.1 – Energéticos:
- milho: rico em energia e pobre em proteínas => complementar com proteínas e minerais, o preço flutua muito dependendo de fatores como variações climáticas e políticas econômicas dentro e fora do Brasil (commoditie, preços praticados no exterior) 
- cevada : tem mais proteína que o milho, resíduo de cervejaria, custo depende da localização da propriedade.
- sorgo e milheto: como o milho, ricos em energia e pobres em proteína
- polpa cítrica: pode substituir totalmente o milho na ração, rica em cálcio e pobre em fósforo, cuidados na armazenagem para não proliferar fungos
2.2 – Protéicos:
- farelo de trigo: 16% de PB, alto conteúdo em fibras, rico em fósforo (não dar em excesso para machos por risco de obstrução urinária)
- farelo de soja: 45-47% de PB, alta digestibilidade
- torta de babaçu: 24% de PB
- farelo de algodão: 28-38% de PB
*** Uréia – composto orgânico rico em nitrogênio, fonte de nitrogênio não-protéico. As bactérias do rúmen conseguem transformar esse nitrogênio não-protéico em aminoácidos e proteínas de alto valor biológico, que serão digeridas no abomaso e intestino do animal.
*** Cama de frango – risco de BSE e botulismo
*** Cálculos urinários: excesso de fósforo na dieta, predisposição genética, baixo consumo de água, maior incidência em machos castrados ainda jovens. Prevenir no balanceamento da relação cálcio/fósforo (2:1), adicionando cloreto de amônio na ração (8 g/animal/dia).
3 – Mistura Mineral:
	Função é suprir as carências encontradas nos alimentos (gramíneas são pobres em fósforo, concentrados são ricos em fósforo e pobres em cálcio). 
Macro e microminerais participam na composição dos tecidos do corpo e nos processos bioquímicos das células, são indispensáveis para a vida.
	A mistura mineral deve estar sempre disponível para todas as categorias animais, quando o sal é fornecido esporadicamente, os animais o comem avidamente, irritando o sistema digestivo e induzindo a um consumo exagerado de água, o que pode causar diarréias.
***ATENÇÃO: Sal mineral para bovinos pode intoxicar e matar ovinos. Ovinos são sensíveis ao cobre, as formulações de sal mineral encontradas no mercado, específicas para ovinos, contêm geralmente apenas 100ppm deste mineral.
4 – Normas de alimentação:
	Quantidade, qualidade, higiene, constância, adequação à categoria animal. 
4.1 – Preparo: corte em pedaços pequenos de feno de menor qualidade ou da silagem diminui o percentual não-consumido, no caso de feno de boa qualidade isso não seria necessário. Ração peletizada é melhor consumida e gera menos desperdício e problemas respiratórios.
4.2 – Manutenção: animal que não esteja em período de crescimento, trabalho, reprodução intensa ou produção. Pelo menos metade do alimento consumido é usado na manutenção, necessidades variam com o clima, a idade, o tamanho e a condição corporal do animal.
4.3 – Alimentação na reprodução: deficiência causa atraso na puberdade, falhas nos cios, menor taxa ovulatória, menor produção de espermatozóides, baixa libido, reabsorção embrionária e abortos, demora no retorno ao cio após o parto, menor produção de leite.
	* Alimentação do carneiro: 
-Na estação de monta necessita de alimento extra, ração com 14% de PB, máximo de 500-800 g por dia, dependendo do peso do carneiro. 
-Fora deste período, alimento só para manutenção. 
Cuidado para não deixar o animal gordo, o que diminui a libido e a produção espermática.
	* Alimentação da ovelha: ovelhas de cria podem ficar só a pasto desde o desmame até a cobertura. 
Pode-se fazer o flushing alimentar 3 semanas antes da estação de monta, estimula maior taxa de ovulação. A forma mais barata de fazer o Flushing é colocar as fêmeas em pastos melhores ou, pode-se ministrar 300 g de concentrados/cabeça/dia => balanço energético positivo. Continuar por no máximo 2 semanas após a cobertura, voltar aos níveis nutricionais de manutenção. 
Atenção: o Flushing tem pouco efeito se aplicado a ovelhas que já estão gordas, o ideal é que estas estejam em uma condição corporal em torno de 2-2,5 para que ganhem algum peso nas 3 semanas de concentrado extra. 
Alimento extra por mais de 4 semanas não resulta em mais ovulação, é desperdício de dinheiro.
	* Alimentação na gestação: ovelhas vazias e até os 3 primeiros meses de gestação podem ser mantidas só a pasto, são categoria de manutenção. Observar que também não devem emagrecer. As últimas 4 a 6 semanas são decisivas para o peso da cria ao nascer (e por conseqüência sua taxa de sobrevivência) e para a produção de leite da mãe, 70% do crescimento fetal ocorre nos últimos 50 dias. 
As ovelhas não devem chegar gordas a esta fase, condição corporal 2,5-3 no máximo, e então ganhar peso no último mês. Aumentar a densidade energética do alimento, mais digestível e palatável para evitar a toxemia da prenhez. Cuidado para não engordar demais a ovelha e provocar dificuldades no parto.
	* Alimentação na lactação: as exigências nutricionais são ainda maiores que durante a prenhez, é a fase em que o cordeiro ganha peso mais rapidamente e de forma mais barata, aproveitar esse aspecto da fisiologia para economizar na produção de carne de cordeiro. 
Dar para ovelhas ração 14-16% de PB. Quando a curva de lactação começa a cair, diminuir a quantidade de concentrado para a ovelha (para facilitar a secagem do leite) e desviar a atenção e o alimento para os cordeiros.
Os gastos com ração para as ovelhas nesta fase dependem do sistema de manejo utilizado, se desmama precoce ou tardia. 
Atenção: se for oferecido concentrado aos borregos desde os primeiros dias de vida (Creep-feeding), estes não serão tão dependentes do leite da mãe, neste caso, as ovelhas podem ser nutridas apenas com volumoso de boa qualidade. Assim, evita-se o caminho tortuoso de ração para a ovelha, transformada em leite e este leite transformado em carne de cordeiro.
	* Alimentação dos cordeiros: consomem praticamente só leite nas 2 primeiras semanas de vida, o crescimento mais acelerado é até os 4-5 meses, aproveitar esta fase para impulsionar a nutrição e terminar o cordeiro para abate mais cedo. 
Se não há pastos suculentos suficientes para mãe e filhos, separar área de pasto para os cordeiros (deixar uma abertura na cerca pela qual só os filhotes possam passar), fazer cochinho separado (creep feeding) com ração de 20-22% de PB à vontade. 
Após o desmame, ração de 18-20% de PB, 2-3% do peso vivo (PV), que deve ser consumida em até 30 minutos. Atenção para a proteína e o sal mineral (animais em crescimento têm maior demanda).
	* Cordeiras de reposição: ração com 14-16% de PB constituindo 1,5-2 % do PV da fêmea até atingir 70% do peso da matriz adulta da raça para entrar em reprodução (entre 8 e 12 meses de idade).
* Engorda: se os cordeiros estiverem prontos para abate na época do desmame será mais vantajoso, se isso não foi possível, o uso de concentrados irá permitir o acabamento da carcaça.
	
* Produção de lã: os animais lanados estão sempre empregando parte do alimento no crescimento da lã, é um processo contínuo. A alimentação influi tanto na quantidade quanto na qualidade do velo, a diferença na produção de lã entre um nível alimentar mais baixo e um mais alto pode chegar ao dobro do peso do velo de um animal.
Alimentação de Caprinos
Ingestão de matéria seca em caprinos varia de 1,5 a 2,0% do peso vivo em animais de baixa exigência até 8,0% em animais de alta produção.
Figura 2: Evolução da produção de leite (PL), da ingestão de matéria seca (IMS) e do peso vivo (PV) de cabras leiteiras de alta produção considerando um intervalo entre partos de 12 meses.
Fatores que afetam o consumo de matéria seca:
3.1 Fatores ligados ao alimento
a) teor de proteína da dieta: 8% deproteína bruta é o mínimo necessário para a multiplicação das bactérias ruminais.
b) percentual de umidade na dieta: dietas muito úmidas e fermentadas podem provocar diminuição no consumo. Dietas muito fareladas e muito secas podem tornar-se pouco palatáveis e ocasionar redução no consumo. Normalmente as dietas devem conter um teor de matéria seca entre 55 e 70%.
c) estrutura física do alimento: se o alimento é picado em pedaços maiores (5 a 10 cm), tanto a seleção como a qualidade do alimento ingerido e as sobras são maiores. A medida em que diminui o tamanho dos pedaços, tende a haver uma diminuição na eficiência de seleção e no nível de sobras e, conseqüentemente, no valor nutritivo do alimento ingerido, o que é compensado, todavia, por um aumento de consumo. No entanto, se o alimento for reduzido a pedaços menores (2 a 3 cm), o nível de ingestão tende a diminuir em conseqüência da maior
dificuldade do animal em selecionar, resultando em alimentação menos eficiente. Paralelamente observa-se uma diminuição no tempo de permanência do alimento no rúmen (maior velocidade de passagem), ocasionando uma diminuição no aproveitamento da fibra vegetal.
d) quantidade de concentrado na dieta: a relação volumoso:concentrado afeta positiva ou negativamente o consumo de matéria seca. O fornecimento de níveis não muito altos de concentrado, se por um lado resulta em pequena queda na ingestão de MS de volumoso, por
outro resulta em aumento na ingestão total de MS (volumoso + concentrado), quando comparado ao fornecimento exclusivo de volumoso. Altos níveis de fornecimento de concentrado tendem a reduzir o nível de ingestão total de MS, comprometendo o desempenho em função da queda acentuada na ingestão de forragem. Essa queda varia de 0,050 a 0,50 kg para cada 0,10 kg de aumento na ingestão de MS de concentrado.
3.2 Fatores ligados ao manejo
a) tempo de acesso ao alimento (disponibilidade): animais não devem ter restrição de acesso ao alimento por mais de 6 horas 
b) manejo dos cochos: não deve ser adicionado alimento novo sobre sobras de alimento. Espaço de cocho suficiente para todas as cabras (0,40 m linear) ou cochos separados por canzil.
c) freqüência de refeições: maior o nível de ingestão quanto maior a freqüência de fornecimento. O aumento do número de refeições resulta em um ambiente ruminal mais
estável, diminuindo as variações bruscas de pH e criando um ambiente mais favorável para os microrganismos celulolíticos, aumentando a digestibilidade da fibra da dieta e o consumo.
d) disponibilidade de água: água limpa e fresca deve estar disponível o tempo todo. Dependendo da temperatura ambiental, da matéria seca da dieta e do nível de produção, uma cabra leiteira pode consumir até 20 litros de água por dia.
e) seqüência alimentar: uso de volumoso de qualidade antes do fornecimento do concentrado eleva o consumo e auxilia na manutenção do teor de gordura do leite.
f) variações na dieta: devem ser evitadas variações bruscas na dieta 
3.3 Fatores ligados ao ambiente
a) interações sociais:
b) temperatura e umidade:

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