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Crontrole do Ciclo Celular Capítulo 23 do Livro-texto: Genética do Câncer Ciclo celular Interfase Crescimento e desenvolvimento Fases: G1, S e G2 G0: estado de quiescência/senescência Pontos de verificação (pontos de controle) G1/S, G2/M, mitótico (ponto de verificação da montagem do fuso) Ciclo celular G1: intervalo 1 S: síntese de DNA G2: intervalo 2 M: mitose e citocinese Citocinese Ciclo celular e seu controle A progressão no ciclo celular possui vários pontos de controle Isso evita a proliferação de células mutantes Ciclo celular e seu controle Células de câncer de próstata Células HeLa, uma linhagem de células imortais Henrietta Lacks (1 Agosto 1920 – 4 Outubro 1951) A origem das células HeLa George Otto Gey (1899 – 1970) Controle da proliferação celular Controle positivo: proto-oncogenes; por exemplo, os genes Ras e myc Proto-oncogene gene normal que pode se tornar um oncogene As proteínas codificadas pelos proto-oncogenes estão envolvidas na regulação do crescimento e diferenciação celular Mutações ou expressão aumentada De que forma um proto- oncogene pode ser ativado, tornando-se um oncogene? Mutação (ou mutações) no própio proto-oncogene, causando alguma mudança na estrutura da proteína codificada, levando a: Aumento na atividade enzimática Perda de regulação Uma mutação pontual que causa a troca de um único aminoácido é, às vezes, suficiente para transformar um proto-oncogene em um oncogene Um aumento na concentração da proteína (produto gênico) Aumento na expressão gênica Aumento na estabilidade do mRNA e/ou da proteína prolongamento de sua existência e, consequentemente, da sua atividade na célula Duplicação gênica maior quantidade de proteína na célula Uma translocação cromossômica Maior expressão gênica na célula errada ou no momento errado Expressão constitutiva de uma proteína híbrida ativa Exemplo: linfoma de Burkitt (câncer das células B, linfócitos que produzem anticorpos): translocação recíproca entre um segmento do cromossomo 8 (contendo Myc) e um segmento do cromossomo 2, 14 ou 22 Produção de proteína anormal hiperativa Mutação pontual no própio proto-oncogene Translocação cromossômica Rearranjos locais (inserção, deleção, inversão) Excesso de proteína normal Amplificação gênica Mutação pontual em sequências regulatórias Translocação cromossômica Translocação t(8; 14) envolvendo Myc A translocação t(8; 14) pode ser visualizada por FISH Hecht & Aster, 2000 Gene da cadeia pesada de Ig (imunoglobulina) Sequência enhancer (acentuadora) do gene IGH Gene da cadeia pesada de Ig (imunoglobulina) Sequência enhancer (acentuadora) do gene IGH Oncogene tem o potencial de causar câncer Mutações em outros genes; Fatores ambientais, tais como infecção viral (por exemplo, HPV e câncer de colo do útero) Estrutura de Myc (vermelho) e Max (azul) complexadas com DNA (PDB: 1nkp) Myc é um fator de transcrição que contem um domínio bHLH (basic Helix-Loop-Helix) e que regula (ativa ou reprime) a expressão de muitos genes (15% de todos os genes humanos) Efeitos da ação da proteína myc Proliferação celular ( ciclinas, p21) Regula crescimento celular ( rRNAs e proteínas) Apoptose ( Bcl-2, uma proteína anti-apoptótica) Diferenciação e auto-renovação de células-tronco Uma versão mutada de Myc é encontrada em muitos cânceres Myc é um proto-oncogene Essa versão mutada apresenta expressão constitutiva que leva a uma desregulação da expressão de muitos genes, alguns envolvidos na proliferação celular Controle negativo: supressores de tumor; p.e., os genes p53 e pRB Efeito repressivo sobre a regulação do ciclo celular Promovem apoptose (morte celular programada) As mutações nos oncogenes e proto- oncogenes, que produzem proteínas hiperativas, geralmente são dominantes, enquanto que as mutações que inativam os supressores de tumor são recessivas A proteína Ras (de Rat sarcoma) participa da regulação da proliferação celular A função da proteína Ras GTPase envolvida na transdução de sinal celular Ras comunica sinais de fora da célula (por meio de um receptor na membrana plasmática) para o núcleo A ativação da via de sinalização por Ras induz: Crescimento celular Diferenciação Proliferação Sobrevivência GEF fator de troca do nucleotídeo guanina GAP proteína de ativação de GTPases GDP + Pi GTPase GTP Genes Ras no genoma humano HRas (11p15.5): base 532.242 a 535.550, fita complementar KRas (12p12.1): base 25.358.180 a 25.403.854, fita complementar NRas (1p13.2): base 115.247.085 a 115.259.515, fita complementar A proteína Ras possui um domínio G (165 aa) conservado, que se liga a GDP/GTP e um domínio C-terminal variável, que ajuda a ancorar a proteína no lado interno da membrana plasmática O domínio C-terminal possui um motivo CAAX (C cisteína; A alifático; X qualquer aa) Estrutura da H-Ras humana Estrutura de H-Ras (PDB: 121p) complexada com GTP A via de transdução de sinal Ras Algumas mutações no gene Ras produzem proteínas constitutivamente ativas Hyperactive Ras in developmental disorders and cancer. S. Schubbert, K. Shannon & G. Bollag. Nature Reviews Cancer 7, 295-308 (April 2007) 9 10 11 12 13 14 Ras mutante constitutivamente ativa (RasD) Indução de crescimento e divisão celular mesmo na ausência do sinal extracelular Mutações desse tipo são encontradas em cerca de 20-25% de todos os tumores humanos e em até 90% de alguns tipos específicos de tumor Tipo de tumor Freqüência (%) de Pâncreas 90 (K) Coloretal 35 (K) Melanoma 15 (N) de Bexiga 10 (H) de Fígado 30 (N) de Rim 10 (H) de Tireóide 55 (H, K, N) Freqüências de mutações em Ras em diferentes tipos de tumor Nature Mutações em um único oncogene geralmente não são suficientes em transformar células normais em células cancerosas A transformação das células normais em células malígnas requer mutações em alguns poucos genes Luo & Elledge, 2008 Genes mais mutados KRAS (94/99) e TP53 (33/99) As principais proteínas do sistema de controle do ciclo celular Controle do ciclo celular Ciclinas Cdks (Cyclin-dependent kinases, i.e., quinases dependentes de ciclina) CKIs (Inibidores de CDKs) Cdks São quinases (fosfotransferases) Fosforilam outras proteínas (em resíduos de serina ou treonina), ativando-as ou inativando-as As Cdks só são ativas quando complexadas com ciclinas Os grupos fosfato podem ser removidos das moléculas alvo por fosfatases Ciclinas Família de proteínas regulatórias Controlam a progressão do ciclo celular por meio da ativação das Cdks Diferentes ciclinas são ativas em diferentes momentos do ciclo celular Ciclinas Ciclina D/Cdk4, Ciclina D/Cdk6, Ciclina E/Cdk2 Regulam a transição de G1 para a fase S Ciclina A/Cdk2 Ativa na fase S Ciclina B/Cdk1 Regula a progressão de G2 para a fase M Alberts et al., 1994 Ciclinas Cdk’s: quinases dependentes de ciclina Proteína alvo fosforilada Proteína alvo não fosforilada Pontos de verificação(checagem) do ciclo celular G1/S G2/M Ponto de verificação da metáfase ou da montagem do fuso O ciclo celular e seus pontos de controle Fonte: Alberts et al., 1994 Controle do ciclo celular Ponto de verificação G1/M Ponto de verificação G1/S Ciclinas G1 (D e E) + Cdki → Complexo Ciclina G1-Cdka Ativação das proteínas necessárias à replicação do DNA Ativação do fator de transcrição E2F Cdki = cdk inativa Cdka = cdk ativa De que forma o fator de transcrição E2F é ativado? Proteína do Retinoblastoma (RB) Ponto de verificação G2/M Ponto de verificação G2/M Ciclina B (ciclina mitótica) + Cdki → Complexo Ciclina B-Cdka (MPF: mitosis promoting factor) MPF induz Desintegração da membrana nuclear Formação do fuso mitótico Condensação dos cromossomos Ciclina mitótica = Ciclina B Ponto de verificação da montagem do fuso Retarda o início da anáfse até que: Todos os cromossomos estejam alinhados na placa metafásica Os cinetócoros-irmãos estejam ligados às fibras do fuso de polos opostos Quando isso ocorre, o complexo promotor da anáfase (APC) sinaliza a degradação da ciclina B e da securina Coesina: proteína que mantém as cromátides unidas ao longo do ciclo celular Securina: proteína que inibe a atividade catalítica da separase; quando a célula não está em divisão, a securina previne que a separase degrade a coesina Separase: protease cisteínica que degrada a coesina, permitindo a separação das cromátides irmãs; esse evento desencadeia o início da anáfase Controle do ciclo celular na levedura Saccharomyces Fonte: Alberts et al, 1994 Gene cdc (cell-division-cycle) Controle do ciclo celular nos vertebrados: várias ciclinas, várias cdk’s Fonte: Alberts et al, 1994 Por quê o gene p53 é um supressor de tumor? A proteína p53, produto do gene p53 (TP53), é um fator de transcrição O gene está localizado no braço curto do cromossomo 17 (locus 17p13.1) Estrutura 3D da p53 humana complexada com um segmento de DNA (1TUP) De que maneira atua a proteína p53? Material genético danificado Indução da expressão do gene p53 Proteína p53 ativa a transcrição de p21 Proteína p21 se liga a várias cdk’s, inibindo-as O ciclo celular sofre uma pausa, para conserto dos danos no material genético Se os danos não forem consertados, p53 induz o suicídio da célula (apoptose) E se a proteína p53 estiver funcionalmente comprometida? Adkinson & Brown, 2008 Adkinson & Brown, 2008 Célula normal Célula anormal (mutações em p53) Mutações que inativam p53 são encontradas em cerca de 50% dos cânceres humanos A maioria das mutações em p53 associadas a câncer ocorrem em resíduos do domínio de ligação a DNA Essas mutações destroem a capacidade da proteína de se ligar às sequências-alvo de DNA nas regiões regulatórias dos genes ativados por p53 Mutações no gene p53 constituem a alteração genética mais freqüente (50%) em cânceres humanos A maioria das mutações (de sentido errado) ocorrem no domínio de ligação a DNA Mutações no gene p53 constituem a alteração genética mais freqüente (50%) em cânceres humanos Resíduos que fazem contato direto com o DNA: Lys- 120, Ser-241, Arg-248, Arg-273, Ala-276, Cys-277, and Arg-280 ● ● www.cgl.ucsf.edu/chimera/ImageGallery/entries/p53/p53.html A proteína p53 é, por esse motivo, chamada de o guardião do genoma
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