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Prof° André Luiz Thomaz de Souza 2018 Enfermeiro pela Universidade José do Rosário Vellano Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas Doutorando em Ciências da Saúde na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Docente nas Faculdades Integradas do Vale do Ribeira DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS PARTE 1 Faculdades Integradas do Vale do Ribeira Distúrbios circulatórios Os distúrbios circulatórios não são patologias específicas e sim fazem parte de um quadro geral de diferentes doenças, onde geralmente encontra-se mais de um distúrbio associado. Tipos: (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 2 Hiperemia Edema Hemorragia Trombose Embolia Isquemia Infarto Choque Hiperemias Hiperemia é o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 3 Hiperemias Em uma condição de normalidade, o leito capilar encontra-se ocupado por sangue, ocorrendo uma alternância destas porções, conforme o metabolismo do órgão. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 4 Essa alternância é dada pelo desvio de sangue devido ao funcionamento dos esfíncteres pré-capilares. Hiperemias A classificação das hiperemias é baseada: 1. No mecanismo (ativa ou passiva); 2. Na duração (aguda ou crônica); A hiperemia aguda é aquela instalada em um curto período de tempo, enquanto que a crônica em um período de tempo maior. 3. Na extensão (local ou generalizada). (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 5 Hiperemias Classificação: Hiperemia ativa: é provocada por dilatação arteriolar com aumento de fluxo sanguíneo arterial (coloração rósea ou vermelha intensa com aumento da temperatura). Hiperemia passiva: ou congestão decorre da redução da drenagem venosa e o que se tem no local é acúmulo de sangue venoso (coloração vermelho- escura). (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 6 Hiperemias Hiperemias Hiperemia Ativa Aguda Local É a que mais comumente ocorre tanto em processos fisiológicos quanto patológicos. p. ex. Fisiológicas: hiperemia em músculo esquelético durante a atividade física, mucosa gastrintestinal durante a digestão, na pele em ambientes quentes e na face frente a emoções. Patológica: inflamações agudas. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 8 Hiperemias Hiperemia Ativa Aguda Local (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 9 Fisiológicas Patológica Hiperemias Congestão Aguda Local Ocorre devido a um bloqueio do retorno venoso de uma determinada área de maneira súbita. p. ex. Obstrução de uma veia (garrote aplicado a uma determinada área). (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 10 Hiperemias Congestão Aguda Generalizada Ocorre normalmente devido a uma insuficiência cardíaca ou então por uma lesão pulmonar difusa crônica. p. ex.: Insuficiência cardíaca. Os efeitos vão depender de qual lado o coração está afetado: Quando ocorre lesão do lado direito ou a nível pulmonar os efeitos se refletirão principalmente no fígado e na circulação sistêmica. Quando ocorrer do lado esquerdo os efeitos se refletirão nos pulmões. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 11 Hiperemias (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 12 Obs: Pesquisar aspectos macro e microscópicos do pulmão, fígado e baço com congestão. Hemostasia Hemostasia é um processo fisiológico envolvido com a fluidez do sangue e com o controle de sangramento quando ocorre lesão vascular. A hemostasia depende da ação integrada de três componentes: 1. Parede vascular 2. Plaquetas 3. Sistema de coagulação (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 13 Hemostasia 1. Parede vascular (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 14 Componentes da parede vascular com função hemostática I. Endotélio II. Formação de tampão plaquetário III. Tromboplastina (fator tecidual) IV. Fator de Willebrand (estimulador da adesão plaquetária) V. Colágeno, fibronectina, trombospondina e laminina (ativam a via intrínseca da coagulação) Lesão na parede vascular Hemostasia 2. Plaquetas As plaquetas são essenciais para a hemostasia. O fluxo sanguíneo laminar impede o contato das plaquetas com o endotélio. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 15 Fluxo Laminar Hemostasia 2. Plaquetas Para cumprirem seu papel na hemostasia, as plaquetas sofrem as seguintes modificações: Adesão Secreção Agregação (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 16 Hemostasia (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 17 Hemostasia 3. Sistema de coagulação A reação fundamental no processo de coagulação do sangue é a transformação do fibrinogênio em fibrina. Esse processo depende de inúmeras reações moleculares que ocorrem sequencialmente (em cascata) e pode ser iniciado por dois caminhos. 1. Via intrínseca 2. Via extrínseca (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 18 Hemostasia 3. Sistema de coagulação Via intrínseca (plasmática): inicia-se pelo contato do sangue com uma superfície diferente do endotélio normal e das células sanguíneas. Via extrínseca (tecidual): meio pelo qual a substância ativadora da protrombina é gerada em resposta ao contato do sangue com os tecidos extravasculares. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 19 20 FIGURA 4-8. Cascata da coagulação. O fator IX pode ser ativado tanto pelo fator XIa quanto pelo fator VIIa; em testes laboratoriais, a ativação é predominantemente dependente do fator IXa da via intrínseca. Os fatores nos quadros vermelhos representam as moléculas inativas; os fatores ativados são indicados com letras minúsculas “a” nos quadros verdes. Note também os vários pontos onde a trombina (fator IIa; quadros azulclaros), contribui para a coagulação através de alças de retroalimentação positiva. O “X” em vermelho identifica os pontos de ação do inibidor da via do fator tecidual (TFPI), que inibe a ativação dos fatores X e IX pelo fator VIIa. PL, fosfolipídios; HMWK, cininogênio de alto peso molecular. Hemostasia A hemostasia engloba um conjunto de fenômenos fisiológicos cuja finalidade é estancar um sangramento. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 21 Espasmo vascular Formação do tampão plaquetário, aderência e agregação das plaquetas Formação do coágulo de fibrina insolúvel Ativação das vias intrínseca ou extrínseca da coagulação Retração do coágulo e Dissolução do coágulo Hemostasia 3. Sistema de coagulação Para se evitar coagulação exagerada e catastrófica para organismo, existem sistemas anticoagulantes muito eficientes (Sistema Fibrinolítico). Responsável por desfazer o trombo; Provoca a lise / quebra da rede de fibrinas, causando a liberação das plaquetas ali agregadas; Principal enzima envolvida no processo: PLASMINA (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 22 Hemorragia Hemorragia ou sangramento é a saída do sangue do espaço (vasos ou coração) para o compartimento extravascular (cavidades ou interstício) ou para fora do organismo. As hemorragiaspodem ser internas ou externas e recebem o nomes particulares segundo a sua localização. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 23 Hemorragia Epistaxe: sangramento nasal. Equimose: sangramento em pequenos focos, maiores que as petéquias. Hemartrose: sangue nas articulações. Hematoma: sangramento circunscrito formando coleção volumosa. Hematúria: sangue na urina. Hemopericárdio: sangue na cavidade pericárdica. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 24 Hemorragia Hemoperitônio: sangue na cavidade peritoneal. Hemoptise: expectoração de sangue. Hemotórax: sangue na cavidade pleural. Melena: sangue eliminado nas fezes. Menorragia: menstruação prolongada ou profusa, em intervalos regulares. Menstruação: sangramento uterino cíclico e fisiológico da mulher. Metrorragia: sangramento uterino irregular entre os ciclos. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 25 Hemorragia Tipos: Externa: sangue se exterioriza; sai do corpo diretamente através de uma ferida incisiva ou através tratos digestório (úlcera gástrica / gastrite pode causar gastralgia e hematêmese) ou geniturinário (hematúria). Interna: sangue não se exterioriza e fica retido no corpo (rompimento do baço; hemorragias cutâneas – petéquias, púrpuras, equimoses e hematomas). Consequências: – Choque hipovolêmico (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 26 Trombose É o processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos ou do coração, no indivíduo vivo. A massa sólida é chamada de trombo. Coágulo, por outro lado,, significa massa não- estruturada de sangue fora dos vasos ou do coração. p. ex. sangramento dentro da cavidade peritoneal. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 27 Em 1856 Virchow propôs a tríade de causas relacionadas a trombose venosa. (ESMON, 2009) TROMBOSE Alteração no fluxo sanguíneo Lesão endotelial Hipercoagulabilidade Fluxo sanguíneo laminar Trombose Trombose Evolução dos Trombos Logo depois da formação de um trombo, ocorre ativação do sistema de fibrinólise e iniciam-se reações locais relacionadas com a organização do mesmo. A interação desses três elementos (formação, lise e organização) determina a evolução e consequências da trombose. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 29 Trombose Evolução dos Trombos Crescimento Se o processo de coagulação predomina sobre a trombólise, ocorre aumento do trombo com oclusão da luz vascular. Obstrução vascular é a principal consequência dos trombos. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 30 Trombose Evolução dos Trombos Lise Quando o sistema fibrinolítico é muito ativo, pode ocorrer dissolução parcial ou total do trombo, inclusive com restabelecimento da integridade vascular. Obs: A lise de trombos é estimulada por substâncias trombolíticas (ex. estreptoquinase). (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 31 Trombose Evolução dos Trombos Organização No caso de equilíbrio entre coagulação e fibrinólise, o volume permanece constante. Ocorre então, invasão de vasos com crescimento de uma camada endotelial sobre o trombo (tecido conjuntivo bem vascularizado), incorporando-o a parede do vaso. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 32 Trombose Evolução dos Trombos Calcificação O trombo pode se calcificar, formando um flebólito. Pode ser facilmente reconhecido em uma radiografia. Infecção Quando há septicemia ou vasculite infecciosa, os trombos podem ser colonizados por bactérias ou fungos. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 33 Trombose Evolução dos Trombos Embolização Como são estruturas friáveis, os trombos podem se destacar ou se fragmentar, formando êmbolos. O risco para formação de êmbolos diminui com a organização do trombo. (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 34 Trombose (BRASILEIRO-FILHO, 2004; ROBINS; CONTRAN, 2010) 35 Referências BRASILEIRO-FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 3. ed., Rio de Janeiro, Guanabara- Koogan, 2004. ESMON, C. T. Basic mechanisms and pathogenesisi of venous thrombosis. Blood Rev., v. 23, n. 4, p. 225-229, 2009. ROBBINS e COTRAN, Bases patológicas das doenças / Vinay Kumar... [et al.] Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 36
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