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Introdução 
 
A Revolução Industrial no século XVIII propiciou a mecanização dos 
sistemas de produção. Este marco impulsionou a burguesia industrial a buscar 
alternativas, a fim de que melhorasse a produção de mercadorias por meio de 
uma aceleração rápida da economia emergente vinculada ao escoamento dos 
transportes. 
Assim, podemos destacar que esses avanços, junto ao crescimento 
populacional, trouxeram maior demanda de produtos e consumo para as 
cidades. Se por um lado tivemos este movimento econômico ascendente, por 
outro lado observa-se consequentemente o êxodo rural. 
Desta maneira, a população migrou para as cidades em busca de 
serviços, que por sua vez propiciaram um crescimento desordenado das 
cidades. Considerando este aspecto, ressalta-se a cidade de Alfenas, 
localizada no sul do estado de Minas Gerais, a qual conservou alguns traçados 
antigos que passaram pela rugosidade de antigas estradas principais e que nos 
dias atuais incorpora o processo de modernização do capitalismo. 
Esta realidade do município vem atrelada às dificuldades de mobilidade 
urbana e do espaço viário principalmente no centro por vias tradicionais, como 
consequência do crescimento populacional, mencionado anteriormente. 
Como objetivos gerais do trabalho, nos propomos identificar os 
problemas relacionados à mobilidade, à acessibilidade e à sustentabilidade 
urbana no município de Alfenas-MG e, a partir deste diagnóstico, apontar 
algumas proposições para a melhoria do trânsito. 
 Como objetivos específicos procuramos: analisar as percepções da 
população residente do município de Alfenas-MG com relação ao trânsito 
urbano; refletir a temática do trânsito urbano do município de Alfenas-MG 
visando discutir estratégias para os problemas levantados, particularmente, no 
trânsito no centro da cidade. 
A cidade de Alfenas, está localizada no sudoeste do estado de Minas 
Gerais (Brasil) com população de 73.774 habitantes, distribuídos em uma área 
de 850 Km², e densidade de 89,6 habitantes/km2, com latitude de 21°25'9.21"S 
e longitude :45°56'55.66". 
2 
 
Segundo o (IBGE, 2010), existe ainda uma dinâmica populacional 
flutuante devido às universidades, indústrias, comércios e um pólo regional de 
saúde, dados estes que implicam no aumento de mais 20% no total da 
população. 
A população universitária possui grande importância para a economia do 
município no período letivo. Além dessa geração econômica, existe a 
população rural nos períodos temporários das principais safras agrícolas: café 
e cana-de-açúcar. 
 Alfenas pode ser considerada uma cidade de médio porte pelo número 
de serviços e comércios, além de um pólo regional de saúde atraindo com 
essas características muitas cidades em seu entorno. 
Assim, neste estudo especifico sobre a cidade de Alfenas, há 
considerações a serem feitas. 
Com este propósito, foi pensado o presente trabalho de pesquisa, 
objetivando analisar especificamente a dinâmica de mobilidade urbana 
associado ao aumento do trânsito nas principais vias no centro de Alfenas-MG, 
fato este justificado pelo crescente aumento dos veículos que nos últimos cinco 
anos intensificaram-se pela acessibilidade ao financiamento pelos moradores 
da cidade de Alfenas e região do entorno. Além disso, o presente estudo 
também tem como objetivo apresentar algumas propostas de melhorias, a 
partir dos problemas apontados pelos moradores entrevistados. 
 
 
 
Metodologia 
 
 
O presente trabalho foi realizado com a elaboração de uma revisão 
bibliográfica, artigos científicos, livros, teses, mapeamento de ruas de maiores 
fluxos, seguidos de visitas de campo, realizados no período de 17 à 20 de 
outubro de 2011, para observar a percepção dos moradores de Alfenas-MG em 
relação ao trânsito. Para isto, foi utilizada a identificação de ruas que compõem 
a área central: as ruas e avenidas Lincon Westin, conhecida como antiga 
estrada Córrego da Pedra Branca, pela qual deu início ao processo de 
urbanização da cidade com o primeiro nome de Vila Formosa, João Paulino da 
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Costa, Artur Bernardes, João Luíz Alves, Afonso Pena, Coronel Laurindo 
Ribeiro, Emílio da Silveira, Francisco Mariano, Dr. Marcial Júnior, Governador 
Valadares, São José, João Paulino Damasceno, Coronel Pedro Corrêa , 
Juscelino Barbosa, Gabriel Monteiro da Silva (localização da Unifal), João 
Pinheiro (localização do Colégio Sagrado Coração de Jesus) . 
Os materiais cartográficos disponíveis sobre a área de estudo foram 
carta topográfica na escala 1:50.000 e mapas temáticos adquiridos junto à 
Secretaria Municipal de Planejamento em Alfenas-MG, associados ao uso de 
ferramentas como Google earth e fotografias aéreas. Foram realizados 
levantamentos quantitativos para estipular uma média sobre o número de 
carros financiados e vendidos de 2005 a 2011, estacionamentos no centro, 
ponto de táxi e linhas de ônibus, prédios, praças e canteiros de acesso ao 
centro e frotas de veículos total comparados com número de habitantes para 
análise de dados qualitativos. 
Além disso, foi elaborado 42 questionários fechados para analisar a 
percepção dos moradores sobre o trânsito pelo método de amostragem 
estratificada aleatória simples aplicados na praça Getúlio Vargas, como 
requisito a entrevista somente poderia ser com moradores de Alfenas-MG. 
Para a ocorrência de análise de dados foi elaborado numa planilha de Excel a 
transcrição dos questionários e após, gerado em inserção de gráficos para 
analisar os resultados. Além dos questionários a parte, foi entrevistada uma 
arquiteta urbanista e uma engenheira do tráfego através de um diálogo informal 
sobre o plano diretor da cidade e perspectivas de um planejamento futuro. 
O presente estudo seguiu como referencial metodológico a pesquisa 
quanti-qualitativa (GUTIERREZ, 1986), sendo o cenário de estudo, a cidade de 
Alfenas-MG. 
A partir do cenário selecionado, iniciou-se a primeira etapa do estudo 
através de levantamento bibliográfico, discussão teórica e análise documental, 
a qual conduziu ao conhecimento da história do município e de suas 
características geográficas e de urbanização. No segundo momento 
metodológico, procedeu-se a coleta de dados utilizando a aplicação de 
questionários estruturados junto à população residente do município e 
profissionais que atuam na prefeitura da cidade em estudo. 
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Os dados foram analisados após a tabulação destes em planilha de 
Excel onde foram concluídas as informações para reflexão do tema, a fim de 
atender os objetivos da pesquisa. 
 
 
Acessibilidade, Mobilidade e Sustentabilidade 
 
A mobilidade é o nome que se dá ao deslocamento de pessoas, bens e 
serviços. Os primeiros tipos de mobilidade foram a pé, cavalos, carroças e 
barcos, após a Revolução Industrial, surgem os veículos, trens, navios e 
aviões, alterando o conceito de mobilidade dentro do espaço urbano. A 
liberdade proporcionada pelos veículos, como proposto no trabalho, é de 
tamanha importância que não se podem mais realizar vários serviços sem a 
presença deles, assim como atividades humanas dentro da cidade, sendo isto 
essencial para o desenvolvimento urbano essa mobilidade encontrada, mas de 
forma sustentável. Assim como diz (SANTOS, 2009, p.7 ): 
No que tange a melhoria de qualidade de vida, ela corresponde à 
crescente satisfação das necessidades tanto básicas quanto não-
básicas, tanto materiais quanto imateriais de uma parcela cada vez 
maior da população. 
 
Significa que a qualidade de vida depende de uma justiça social em 
equilíbrio de diferentes classes sociais. 
Quando da intensificação da urbanização, algumas áreas eram de 
antigo povoamento, servidas por infraestruturas antigas, 
representadas de necessidades do passado, e não respondendo, 
assim às vocações do presente(ibidem, p.7 ) 
 
Esta citação explica a realidade da cidade de Alfenas, pelo processo de 
urbanização e as rugosidades de vias antigas, que sofreram com o processo 
de modernização, como a adoção de pavimentação de ruas mais centrais, por 
motivo de custos de implantação, inicialmente paralelepípedos; hoje, 
superados pelo asfaltamento, mas por outro lado, é benéfico nos aspectos 
ambiental e histórico, este uso de pavimentação permite maior permeabilização 
da água no solo e a conservação da história da cidade. Portanto, o centro é 
mais valorizado por ser produzido e consumido, pois a estruturação interna se 
processa sob domínio de forças que representam interesses de consumo e 
5 
 
condições de vida das camadas de alta renda como diz Villaça, (2001, p. ): 
“Dominar o centro e o acesso a ele representa não só uma vantagem material 
concreta, mas também o domínio de toda simbologia”. 
Outro fator importante é considerar o meio ambiente, pois a qualidade de 
vida da população está ligada ao desenvolvimento econômico e à 
transformação da natureza, pois a aglomeração nos centros urbanos devido 
aos meios de transportes gera poluentes, levando os agentes públicos na 
gestão de cidades a implantarem áreas verdes, como praças e canteiros, 
uniformizando a cidade para um trânsito sustentável. “Trânsito sustentável são 
métodos de promover melhorias para a circulação e para a qualidade de vida 
da população.”( MELO, 2005 p.19) 
A sustentabilidade das cidades vai depender, segundo Buarque (1994), 
da nossa capacidade de reorganizar os nossos espaços, gerir novas formas de 
desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida e superar as desigualdades 
socioeconômicas, como condição para o crescimento econômico. A cidade 
sustentável é uma construção coletiva. 
O trânsito envolve muito mais que o deslocamento sobre vias, também 
envolve pessoas, comportamentos, instituições e, como tal, exige novas 
posturas comportamentais individuais, coletivas e institucionais. 
Neste sentido, a mobilidade urbana exige uma organização por parte do 
agente público, sendo o principal instrumento no âmbito municipal o Plano 
Diretor. Segundo (CASSILHA, 2009 p.52): 
 
O Plano Diretor é instrumento do Estatuto da Cidade, pode ser 
definido como conjunto de preceitos e regras orientadas da ação dos 
diversos agentes que além de construírem também utilizam o espaço 
com finalidade de não apenas resolver os problemas da cidade, mas 
ser instrumento com definições de estratégias para futuras 
intervenções. 
 
O Estatuto da Cidade de 2001 exige a regulação do uso da propriedade 
urbana em prol do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental, 
com base na utilização de mecanismos que procurem corrigir distorções do 
crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente, 
procurando o ordenamento e controle do uso do solo, de forma a se evitar, por 
exemplo, a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes, a poluição e 
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a degradação ambiental. Além disso, a Lei exige uma preocupação com a 
proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído. 
 Portanto, é de uso obrigatório o uso do plano diretor, com população 
total de 73.774 mil habitantes (IBGE, 2010), pois como ressalta Marcelo Lopes 
de Souza (2001), sobre a importância deste na hierarquia urbana viária, 
considerando o espaço como base para essa dinâmica de mobilidade e 
pensando nas futuras intervenções. 
Com a política do rodoviarismo no governo de Juscelino Kubistcheck no 
final da década de 50, foram desativados trechos e linhas férreas 
considerados pouco lucrativos. Posteriormente, com o advento do neo-
liberalismo, as estradas de ferro foram privatizadas a partir de 1990. 
Para um país com uma extensão territorial imensa como o Brasil, 
privilegiar a construção de rodovias associado à demanda automobilística era 
ganhar mais dinheiro com asfalto do que com trilho, é que carga era mais 
rentável do que passageiro, desta maneira o transporte rodoviário de cargas é 
o modal predominante para fazer o produto chegar na ponta do consumo. 
O automóvel e, um pouco mais tarde, os caminhões para carga pesada, 
introduziram exigências totalmente novas para a construção de estradas e 
rodovias, e o crescimento da produção da indústria automobilística obrigou 
quase todos os países a investirem uma parcela considerável do orçamento de 
obras públicas na melhoria e expansão dos sistemas rodoviários. A alta 
velocidade alcançada pelos automóveis obrigou os projetistas a aperfeiçoarem 
a qualidade dos materiais usados na pavimentação e a estabelecerem 
sinalização adequada e traçado mais seguro para as rodovias. 
 Assim, as vias públicas devem estar dimensionadas de acordo 
com sua importância, função e utilização dentro da malha viária urbana, como 
afirma Villaça (2001, p. 237): “A partir do centro irradia-se o sistema viário 
principal da cidade. 
O crescimento da população nas cidades e a descentralização 
econômico-espacial desviaram atividades de comércio e serviços para outras 
partes das cidades em um processo de ocupação das áreas periféricas 
e, consequentemente, aumentando a necessidade e complexidade dos 
deslocamentos da população, tornando os meios de transportes em uma 
importante variável necessária para a qualidade de vida nas cidades. 
7 
 
O aumento da frota veicular, principalmente do automóvel, promove 
alterações na operação e gestão do sistema viário, que tem sido adequado ao 
uso mais eficiente do automóvel, em detrimento dos demais modos. Esse 
processo acentua ainda mais as desigualdades nas cidades, já que o 
automóvel, em geral, passa a ser o modo mais eficiente e ágil nos 
deslocamentos da população, assim como contribui para a intensificação dos 
impactos ambientais nas áreas urbanas, pois, o uso do transporte individual, 
principalmente de automóveis ou motocicletas, intensifica os níveis de poluição 
sonora e do ar. 
 A dispersão das atividades nas cidades, os deslocamentos da população 
mais frequentes e longos, as políticas e ações públicas que privilegiam o 
uso do automóvel, fazem com que ocorra um processo de deterioração das 
condições de operação do transporte público, assim como tem-se reduzida a 
segurança nos deslocamentos a pé ou por bicicletas, que são os modos mais 
utilizados pela população de baixa renda residente nas periferias urbanas e 
também, os mais sustentáveis. 
Portanto as cidades, de maneira geral, constituem-se o cenário das 
contradições econômicas, sociais e políticas. Seu sistema viário é um espaço 
em constante disputa entre distintos atores, tais como: pedestres, condutores e 
usuários de automóveis, caminhões, ônibus, motos, entre outros. 
Logo, os principais problemas nas cidades, relacionados à mobilidade 
urbana são: congestionamentos, conflitos entre diferentes modos de 
transportes, redução na segurança para pedestres, eliminação de parte de 
áreas verdes visando ampliar espaços para circulação e estacionamentos de 
veículos, aumento no número de acidentes de trânsito e nos níveis de poluição 
sonora e do ar. Tais impactos comprometem de alguma forma a 
sustentabilidade urbana, a mobilidade, a acessibilidade, e o conforto espacial e 
ambiental, causando queda na qualidade de vida citadina. 
Os gestores dos sistemas de transportes devem sempre promover 
ações conjuntas com os gestores responsáveis pelo uso e ocupação do solo, 
uma vez que essa adequação cria condições mais adequadas para a expansão 
ordenada da cidade, além de facilitar o deslocamento da população na área 
urbana e favorecer a descentralização das atividades econômicas, visando 
assim uma redução nos níveis de poluição no meio ambiente urbano, essas 
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ações devem estar sempre associadas nos princípios de sustentabilidade dascidades. 
Neste sentido, a finalidade do planejamento e da gestão urbanos é 
contribuir para a mudança social positiva, e o planejamento é uma estratégia 
de desenvolvimento sócio-espacial, que consta uma melhoria da qualidade de 
vida e aumento da justiça social. Segundo Souza (2001, p. 47), “A mudança 
social positiva precisa contemplar não apenas as relações sociais, mas 
igualmente a espacialidade.” 
Os planos diretores das cidades médias, centrados no uso e ocupação 
do solo não reconhecem as questões da mobilidade urbana e do 
abastecimento urbano. A sociedade percebe, de forma cada vez mais clara, 
que as causas básicas do caos urbano estão na ausência de políticas públicas 
de planejamento urbano, particularmente no tocante a logística da mobilidade e 
abastecimento urbano. 
Contudo, o espaço urbano modificado pelo crescimento acelerado da 
migração do rural para o urbano propiciou novas configurações da paisagem 
urbana. Logo surgiu a necessidade de áreas verdes como obrigatoriedade de 
uma hierarquia urbana viária, que valorizasse a qualidade de vida da 
população. 
Entre essas reais necessidades, há a emergente busca pela 
arborização, a fim de reduzir os poluentes gerados pelos meios de transporte, 
bem como a redução da poluição sonora que contribuem para piorar o trânsito 
como no centro de Alfenas-MG. 
A cidade que quiser resolver o problema da locomoção de seus 
habitantes com automóveis ampliará cada vez mais as áreas centrais de 
circulação e estacionamento, até o extremo em que não existirão mais 
edifícios; aí deixará também a cidade. (MARQUES, 2003, p. 12 apud 
CASSILHA , 2009, p. 102) 
As transformações pelas quais as cidades passaram devem ser 
enfrentadas com ações que minimizem seus efeitos negativos. Contudo, as 
proposições devem ser absorvidas por toda a comunidade na procura de 
uma melhor qualidade de vida urbana. 
9 
 
A acessibilidade e a mobilidade urbana também influenciam na apropriação do 
solo urbano, determinando a valorização ou a decadência de algumas áreas 
das cidades. 
Em algumas cidades têm surgido alternativas para driblar os 
congestionamentos. A mais utilizada atualmente é o transporte em duas rodas, 
mais precisamente o feito por motocicletas. Pela ausência de um maior 
disciplinamento, isso vem ocasionando grandes transtornos e acidentes nas 
vias públicas. 
As cidades cada vez mais necessitam buscar alternativas para locomoção da 
população, aliando o planejamento dos transportes ao planejamento urbano e 
às alternativas de uso e ocupação do solo, assim como a acessibilidade às 
áreas rurais e aos outros centros. 
 
 Planejar é sinônimo de conduzir conscientemente, não existirá então 
alternativa ao planejamento. Ou planejamos ou somos escravos da 
circunstância. Negar o planejamento, é aceitá-lo seja ele qual for 
 (MATUS,1996, tomo I, p.14 apud SOUZA, 2001 p.47) 
 Um desafio que se coloca de imediato, é um esforço de imaginação do 
futuro, pois a construção de cenários não de vê ser entendida como um mero 
aperfeiçoamento de técnicas tradicionais de previsão, mas sim como uma 
ruptura qualitativa, epistemológica, em relação a tentativa de prever o futuro. 
 [...] se o trânsito estiver bom, vou chegar no trabalho e fazer primeiro 
isso, depois aquilo, depois aquilo outro, antes de entrar em sala para 
dar minha aula; se o trânsito estiver ruim e eu perder tempo, irei 
direto para a aula, e farei, depois, isso e aquilo, deixando aquilo outro, 
provavelmente para amanhã [...]” (SOUZA, 2001, p. 48) 
 
 Como aborda Souza 2001: trata-se, portanto, de uma abordagem 
realista do desafio de realização de prognósticos. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 História 
 
Figura 1: Mapa de localização da cidade de Alfenas- MG, 2011. 
 
 Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, 2011 
 
 
A região onde se localiza o município de Alfenas, no sul do estado de 
Minas Gerais, encontra-se nos vales dos Rios Sapucaí, Machado e Verde, 
sendo historicamente povoada por tribos indígenas, das tradições Tupi-guarani 
e Sapucaí. A princípio, foi no século XIX que surgiram os primeiros 
colonizadores, assim devido a decadência da mineração, foi preciso novos 
projetos como a ocupação da área em busca de terrenos propícios ao 
desenvolvimento de atividades agropastoris. 
Em 15 de outubro de 1869, o povoado de Villa Formosa, passou a 
chamar-se Alfenas. (SENNA, 1909 p. 179, apud PREFEITURA MUNICIPAL DE 
ALFENAS-MG: acesso, 2011) 
O café, introduzido nas lavouras do sul de Minas em 1833, fizeram de Alfenas, 
até 1887, um local de destaque quantidade e qualidade que produzia. Além do 
café cultivavam outros cereais, e também a cana. Criava-se gado e porcos, em 
grande parte para exportação. 
A produção do município, à época, era escoada por um sistema de 
transporte que integrava as hidrovias às ferrovias. 
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Historicamente, o século XIX foi o marco para o surgimento do município 
de Alfenas, o seu povoamento iniciou com a construção de uma Capela em 
homenagem a São José e Nossa Senhora das Dores conhecida na época atual 
como igreja Matriz, como menciona (MATNER, 1950, p. 90, apud 
PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFENAS-MG): 
 
 Em termos de pavimentação, inicialmente as principais 
 ruas da cidade eram delineadas com passeios de 
 cimento de um metro e vinte de largura, houve a 
 transformação deste espaço urbano apoiado na 
 construção veloz da infraestrutura e no impulso 
 modernizante do regime republicano 
 
 
 A história de Alfenas revela um constante diálogo entre a tradição e a 
busca pela modernidade: o antigo e o novo conviveram juntos durante vários 
anos, apontando para uma necessidade sempre presente na região de se 
apropriar das raízes culturais, sem, entretanto, afetar o crescimento e 
desenvolvimento da cidade Alfenas. (LEITURA TÉCNICA DE ALFENAS, 2006) 
Nos últimos anos do século XVIII, imigrantes europeus e negros 
africanos de diversas nações povoaram esta paisagem, pouco ou quase nada 
modificada pela ação dos índios, com os quais disputaram a posse e o direito 
de uso fruto do território. 
A partir do contato, os índios foram paulatinamente eliminados da 
paisagem local, por aculturação, extermínio ou fuga. As terras passaram a ser 
divididas em grandes glebas, doadas em sesmarias onde se fixavam as 
famílias colonizadoras, que, com seus escravos e animais domésticos, 
iniciaram a construção da infraestrutura para a efetiva ocupação do território. 
Neste processo, abriam caminhos, formavam arraiais e criavam vilas, 
inserindo-se no sistema da administração colonial. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Figura 2 : Capela São José e Dores, 1917 
 
 Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, 2011 
 
 
O estudo da história do município de Alfenas, apresentado a seguir, 
pretende ser uma contribuição para um melhor entendimento da dinâmica da 
ocupação, e como sua arquitetura foi se estruturando ao longo do tempo. 
Os conquistadores, logo que chegaram, puseram mãos à obra, 
cultivando a terra, construindo suas moradas, seus engenhos, seus templos e 
empreendendo comércio: traziam consigo uma nova mentalidade, que 
transpunha para terras do Brasil o processo de colonização idealizado no 
continente europeu. 
Na primeira metade do séculoXVIII, já haviam penetrado e iniciado a 
ocupação do sul da região de Minas Gerais, gerando núcleos com 
características proto-urbanas, dotados de arruamentos, casas de morada, 
igrejas, praças, vendas prédios da administração pública. 
Assim, nas últimas décadas do século XVIII e primeiras do século XIX, 
muitas famílias migraram, buscando nos vales férteis, banhados pelas 
volumosas águas dos rios da região, uma alternativa econômica, e as 
atividades agropastoris acenavam naquele momento, como ramo promissor, 
fato ocorrido após a queda da mineração. 
O início do povoamento da localidade foi com a construção de uma 
Capela em homenagem a São José e Nossa Senhora das Dores, conforme 
cita Pinto (1887) “ Sua capela foi edificada com os esforços de João Martins 
Alfenas e José Martins Alfenas." 
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Ao seu redor surgiu o arraial. E, por ato da Regência, de 14 de julho de 
1832, foi criada a freguesia, com o título de São José de Alfenas. 
A cidade tem duas grandes praças principais - a Municipal, toda 
arborizada e circundada de largos passeios de cimento república, e a da 
República que lhe fica fronteira, em uma distância aproximada de 300 metros 
ou pouco mais. 
Ligam-se estas duas praças por duas ruas - a do Cônego José Carlos, 
um benemérito de Alfenas, e a do Comércio. 
As principais ruas da cidade têm passeios de cimento de um metro e 
vinte de largura, mais ou menos. Nos dois largos e nos quatro arrabaldes se 
distribuem as 642 casas, que formam a cidade. 
Em todos eles há uma intensiva plantação de cafeeiro, que fornecem um 
dos melhores, ou talvez, o melhor café de Minas. Alfenas tem um cafeeiro 
celebre, que em tempos deu oito alqueires de café, o que foi consignado no 
arquivo da municipalidade. 
 
 Figura 3 : Praça Getúlio Vargas, 1950 
 
 Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, 2011 
 
Para Alfenas, o século XX trouxe consigo grandes avanços em relação 
aos transportes e às comunicações: ainda na primeira década houve a 
integração do município à Rede Ferroviária Sul Mineira, através da construção 
de um ramal e de uma Estação Ferroviária; na mesma década, inauguram-se 
os serviços de telefonia. 
O município era servido pela E. F. Rede Sul Mineira, com as seguintes 
estações: Alfenas (na sede), Fama, Gaspar Lopes, Harmonia e Areado. 
(FRADE, 1917, p. 86 apud PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFENAS, 2011) 
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 A Estação Ferroviária, que contava com um barracão e com um prédio 
projetado por Paulo Frontin, localizava-se na atual Praça Amália Engel. 
A partir de 1914, duas linhas de navegação fluvial estavam integradas à 
rede ferroviária: a Navegação Fluvial do Rio Sapucaí e a Viação Fluvial do Rio 
Sapucaí. Ambas serviam os municípios de Alfenas, Dores da Boa Esperança, 
Campos Gerais, Carmo do Rio Claro e parte de Guapé, ligando o porto de 
Fama (que então era distrito de Paraguaçu) ao Porto Carrito e Porto Belo, em 
Carmo do Rio Claro. Elas estavam "encravadas" entre o Sul e o Oeste de 
Minas. Elas faziam em dias diferentes a ligação dos portos indicados (LIMA, 
1934, p. 213). 
Quanto à urbanização, em 1950, o aspecto da cidade, com sua 
topografia plana, é o de uma cidade moderna, com avenidas e ruas 
largas, grande parte calçada com paralelepípedos. 
(MATZNER,1950 p.90) 
. 
Novas edificações compõem o moderno cenário: o prédio da Prefeitura, 
o moderníssimo Cine Teatro Alfenas, a Escola de Odontologia e Farmácia, o 
Grupo Escolar Coronel José Bento, o Prédio do Clube XV de Novembro, as 
praças mudaram de nome e os habitantes se renovavam. Assim, o sempre 
crescente número de estudantes de ambos os sexos que, preferindo o clima de 
Alfenas a outros centros, aqui afluem constantemente, fazendo de Alfenas uma 
cidade quase universitária: cabendo ao Dr. João Leão de Faria, fundando o 
então Ginásio S. José de Alfenas, a Escola de Farmácia e Odontologia de 
Alfenas e a Escola de Comércio (MATZNER, 1950 p. 91). 
Em termos econômicos, atualmente a cidade é sustentada pela atividade 
industrial e comercial, com significativa participação agropastoril e grande 
centro produtor de café, além de outras monoculturas. Com relação à pecuária, 
esta é bastante desenvolvida, sendo apoiada por iniciativas da agroindústria, 
principalmente do setor de gêneros alimentícios e laticínios. 
Ainda complementando as atividades agrícolas e pecuárias, o 
desenvolvimento econômico da cidade tem encontrado, por meio da criação e 
ampliação de seu Parque Industrial, suporte na atividade industrial 
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ALFENAS, 2006). 
Já o setor de serviços, especialmente em razão da implantação de 
novos cursos superiores, por parte da UNIFAL (Universidade Federal de 
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Alfenas) e da UNIFENAS (Universidade José do Rosário Velano), e de uma 
unidade regional de saúde, apresenta-se em desenvolvimento, precisando 
adequar-se para o futuro planejamento urbano da cidade. 
 
 Figura 4 : Centro de Alfenas-MG, 2011 
 
 
 Fonte: Prefeitura Municipal de Alfenas, 2011 
 
 Neste contexto, é válido destacar a questão das relações humanas, 
como é possível planejar uma cidade considerada média conservando traços 
antigos, mas ao mesmo tempo atender a demanda da aglomeração e 
conservando o meio ambiente? 
É importante destacar que há um desafio de planejamento urbano para o 
futuro, necessitando reflexões da realidade atual para buscar soluções frente 
aos problemas apresentados e que se colocam no dizer de Souza (2001, p. 
27): “[...] reflexão prévia sobre a realidade do quadro atual e seu prognóstico” 
 
 
 
Organização urbana dos usos e ocupação do solo 
 
O município de Alfenas não possui legislação de Uso e Ocupação do 
solo urbano e o Código de Obras e edificações está desatualizado. Esta lacuna 
de legislação nesta área afeta a qualidade ambiental do espaço construído, 
pois as pessoas constroem suas edificações de forma a ocuparem grande área 
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do terreno, sem controle dos requisitos mínimos quanto ao aproveitamento do 
solo. Nesse sentido, ocorre a impermeabilização do solo, o aumento do 
escoamento superficial de águas pluviais, o aumento ou diminuição drástica da 
temperatura de determinados locais da cidade, alterando o micro clima e o 
comprometimento da iluminação e insolação desses edifícios. Na área central, 
onde estão localizados os prédios mais altos, existem corredores de ventilação 
e barreiras de iluminação natural. O centro possui o maior número de 
edificações usadas para o comércio e prestação de serviço ao compararmos 
com toda cidade. Essa concentração faz com que a região do cento fique 
caracterizada como predominantemente comercial. Assim como o centro da 
cidade, as principais vias de ligação entre bairros com o centro, enfim, as vias 
mais movimentadas da cidade são também são predominantemente 
comerciais. A predominância se dá á partir do momento que essas regiões 
provem de usos residenciais juntos com usos comerciais. 
Existe uma região da cidade estritamente industrial localizada na periferia, 
onde tem normas internas de edificação de caráter industrial. Outra região da 
cidade que possui uma norma particular de restrição quanto ao tipo de uso e a 
quantidade de ocupação é o bairro residencial que funciona como condomínio 
fechado que é o Jardim da Colina. 
A concentração de equipamentos e serviços na área central causa 
aglomeração dos mesmos. Alguns usos que são pólos geradores de tráfego 
são implementados sem controle, o que é agravado pela falta de exigência de 
estacionamento para determinados usos impactantes (residencial, comércio, 
serviço e institucional). 
O uso e a ocupação do solo urbanoem Alfenas, sem restrições, afeta a 
qualidade de vida da população e também pode desvalorizar propriedades 
vizinhas a usos incômodos. 
 
 
 
Transporte e Acessibilidade 
 
 No transporte coletivo as principais indicações são a falta de horários 
mais adequados, que nos finais de semana e feriados o transporte é muito 
17 
 
demorado, falta horários após a meia noite, que todas as linhas passem na 
antiga rodoviária, que todos os bairros sejam atendidos, que os ônibus sejam 
adequados a idosos e portadores de necessidades especiais, que possa haver 
integração entre as linhas, que o valor seja cobrado de acordo distância de 
percurso da linha e também o custo do transporte coletivo foi considerado alto 
por todos os grupos. Alguns pontos foram identificados com problemas de fluxo 
muito rápido de veículos, principalmente no Pôr do Sol, Morada do Sol, 
Pinheirinho e Santos Reis, sugestão de redutores de velocidade e semáforos; a 
pavimentação também foi criticada mostrando muitas deficiências; problemas 
com trafego de caminhões devido à localização de fábricas e da balança; as 
calçadas foram 
diagnosticadas como um problema pela sua irregularidade. 
Para o rural foi diagnosticado que as estradas precisam ser melhoradas 
e se possível asfaltar dentro das comunidades, também na saída para a cidade 
de Fama foi sugerido o asfalto para diminuir a poeira no bairro Santos Reis, 
ainda no rural a comunidade de São Tomé diz sentir a falta de transporte 
(LEITURA COMUNITÁRIA Alfenas, 2011) 
 
 
 
 
 Desenho Urbano 
 
A produção de uma cidade não deve ser entendida apenas pela 
distribuição de edifícios ao longo de um território, criando funcionalidade e 
condições de desenvolvimento econômico. O desenho urbano deve ser 
também o resultado da produção voluntária do espaço, pelo qual todos os 
indivíduos relacionados com ele, deixam sua marca e contribuição com os 
métodos e regras impostas pelos governantes (CASSILLA, 2009, p.107). 
Segundo a classificação de modelos de cidades propostas por Lynch 
(1981 apud VILLAÇA,2001 p., Alfenas é classificada como modelo de um 
centro definido, onde ocorrem as principais atividades da cidade, e a partir 
dele, irradiam as linhas para onde se desenvolve a cidade. Ao longo desses 
eixos podem ocorrer alguns subcentros, agrupando então outras atividades 
18 
 
como exemplo as universidades encontradas atualmente em Alfenas-MG, 
criando uma forma nucleada de ocupação pela especulação imobiliária para a 
acessibilidade local, sendo um modelo racional de cidade, bastante ocorrido 
espontaneamente, quando as cidades cresciam com certo ordenamento no 
sentido exterior. À medida que vai crescendo, esse modelo de cidade 
desenvolve vias concêntricas, formando cruzamentos. É um modelo que 
funciona bem para cidades de médio porte, pois com o tempo pode 
sobrecarregar o centro devido aos grandes fluxos nesse sentido, fato este 
evidente no centro de Alfenas-MG. 
 
Figura. 5 MAPA TEMÁTICO 
 
 
Fonte: Leitura Técnica de Alfenas, 2011 
 
A Figura 1 demonstra onde estão localizadas as vias principais de 
acesso ao centro com segmento retilíneo de norte ao sul, onde em cor lilás 
19 
 
está a via principal de acesso ao centro, a Av. João Paulino da Costa, e 
destacado em azul a Av. Governador Valadares e, ao entorno, os bairros em 
destaque, como Jd. Aeroporto, representando a classe média-alta da cidade 
afastada do centro pela valorização especulativa, em busca de maior 
privacidade e silêncio, pois como o centro é voltado ao comércio e serviços 
tem-se uma aglomeração urbana maior. Do outro lado da cidade, encontra-se o 
Distrito Industrial (gerador econômico) e a nova expansão urbana, como 
também a expansão da Universidade Federal de Alfenas. 
A cidade tende ao modelo axial, como referido, sentido norte ao sul, 
alongado e com pontos distribuídos ao longo do território, típicos em cidades 
médias, cuja forma de ocupação se sucedeu espontaneamente e não 
planejada. Conforme o modelo abaixo: 
 Figura 6. Configuração atual da cidade de Alfenas,MG 
 
 Dados: Google Maps, 2011 
 
 
 Custos da urbanização 
 
A forma do desenho urbano está intimamente ligada ao suporte natural 
do município, ou seja, seu relevo e meio natural. Esse é um dos fatores que 
irão determinar as formas de ocupação do território. 
20 
 
Pode-se dizer então que as decisões passam por pensamentos 
funcionais, econômicos, estéticos e salubres. O espaço urbano contempla 
também as redes de infraestrutura, associando a forma, a função e a estrutura 
urbana e como parte dela temos o sistema viário composto pela rede de 
circulação, devendo incluir todos os meios de locomoção: veículos, bicicletas e 
pedestres. 
A composição urbana tem como função organizar a cidade e para isso 
divide-se em setores menores chamados de bairros. Essa divisão tem dois 
princípios fundamentais: prover identidade aos locais e facilitar a realização e 
implantação de projetos municipais. A estrutura de um bairro é definida pela 
rede viária que a permeia, ligando todos os pontos deste com as demais partes 
da cidade, com hierarquia definida. O desenho dessa rede favorece os 
deslocamentos tanto de pedestres quanto veículos. Para que sejam atendidas 
as funções dessas vias, a custo razoável, é importante que se escolha os 
melhores locais de implantação. Numa cidade como Alfenas-MG, como sua 
ocupação se deu de forma não planejada, a primeira medida de planejamento 
utilizado é caracterizar o espaço fazendo um levantamento de estudo prévio 
antes de decisões, a fim de prevenir impactos ambientais por qualquer motivo 
de estruturação central sem afetar moradores e comércios locais. 
 
 
3.5 Vias de maiores fluxos 
 
As vias de maiores fluxos estão em vermelho no mapa e caracterizam as 
principais vias de acesso ao centro, onde se encontram os maiores 
congestionamentos; são classificadas como vias arteriais. 
 Para isto, foi utilizada a identificação de ruas que compõem a área 
central: as ruas e avenidas Lincon Westin, conhecida como antiga estrada 
Córrego da Pedra Branca, pela qual deu início o processo de urbanização da 
cidade, com o primeiro nome de Vila Formosa, João Paulino da Costa, Artur 
Bernardes, João Luíz Alves, Afonso Pena, Coronel Laurindo Ribeiro, Emílio da 
Silveira, Francisco Mariano, Dr. Marcial Júnior, Governador Valadares, São 
José, João Paulino Damasceno, Coronel Pedro Corrêa, Juscelino Barbosa, 
21 
 
Gabriel Monteiro da Silva (localização da Unifal), João Pinheiro (localização do 
Colégio Sagrado Coração de Jesus). 
 
 
 
 
 Figura 7: Mapa Vário de Alfenas-MG 
 
 Fonte: Leitura Técnica de Alfenas, 2011 
22 
 
Fatores que contribuíram no aumento do trânsito central, 2011 
Dados coletados em mapeamento realizado setembro/2011 
 
 
 
Média de carros financiados anual (2005-2011) 201 
 
 
Média de carros vendidos anual (2005-2011) 314 
 
 
Estacionamentos no centro 4 
 
 
Ponto de táxi distribuídos 10 
 
 
Linhas de ônibus 18 
 
Prédios 14 
 
Praças 16 
 
Canteiros17 
 
Vias de acesso ao centro 10 
 
 
 
 
 
Frota Total : 32.777 
 
 
 
O número de carros tem aumentado anualmente em cinco anos, devido 
a esse número associado aos demais veículos considerados flutuantes, o 
número de estacionamentos no centro é insatisfatório, somado ao valor do 
número de prédios, consequentemente, isso tem um aumento e poucas vagas 
para estacionamento em edifícios, refletindo na ocupação de vagas no centro 
associados aos números citados anteriormente. Portanto, reflete numa 
aglomeração central maior, com 10 pontos de táxis e 18 linhas de ônibus, 
demonstra intensa mobilidade e fluxo maior acrescido dentro desses itens. 
Analisando o cenário, o número de vias não é compatível ao número do 
trânsito local, embora a cidade seja bem arborizada pelo número de praças e 
canteiros, apresenta-se uma atenção mais voltada à espacialidade de vias, 
como ponto principal na estruturação da cidade. 
23 
 
Outro grande gerador de trânsito de grande porte que tem intensificado 
mais o trânsito são caminhões de cargas pesadas que acessam o Distrito 
Industrial, com valor estimado de 30 caminhões por dia circulando no centro, 
contribuindo ainda mais no aumento, considerando a circulação inadequada 
deste, geram transtornos à população pelo barulho e poluição no centro. 
 
 
 Figura 8: Distribuição por tipo de transporte da frota total atualizada 
de Alfenas-MG, 2011 
 
 Fonte: Organização: Gisele Rodrigues, 2011 
 
 Rodovias de acesso à cidade 
 
Alfenas possui uma malha viária com duas estradas federais (BR- 491 e 
BR-369) e algumas estradas estaduais, que fazem a ligação da cidade com 
grandes centros e demais cidades da região. No geral, todas as rodovias 
atendem relativamente as necessidades do município, não havendo 
necessidade de criação de novas rodovias, mas reparos visando melhorar a 
infra-estrutura. 
As principais rodovias de Alfenas são a MG-179, que liga a Pouso 
Alegre e, indiretamente a São Paulo, por meio da rodovia Fernão Dias, a BR-
341, que a liga a Belo Horizonte. 
24 
 
 
 
 Figura 9: Vias de Acesso, Alfenas-2011 
 
 Fonte: Leitura Técnica de Alfenas, 2011 
 
 
De acordo com a Leitura Técnica (2006), quanto ao sistema viário 
urbano, Alfenas conta hoje com um sistema deficiente, que precisa de 
intervenções e manutenções. O traçado ortogonal apresenta ruas estreitas, 
principalmente na área central, com larguras médias de 10 metros. Estas, no 
horário comercial, recebem grande fluxo de veículos leves, que ocupam boa 
parte com estacionamentos, dificultando assim o abastecimento de 
25 
 
mercadorias nas lojas e estabelecimentos, feito por veículos de grande porte, o 
que causa grande congestionamento no trânsito. 
 
A verticalização das áreas urbanas 
 
Normalmente, a ocupação urbana se dá muito mais por interesses 
econômicos e sociais do que por motivos físicos, fato confirmado pela 
ocupação de áreas de risco, como encostas de morros, áreas ribeirinhas 
sujeitas a enchentes entre outras. Independente dessa questão, os 
adensamentos populacionais e a intensificação do uso e ocupação do solo 
ocorrem em áreas onde há disponibilidade de infraestrutura. 
Nas zonas urbanas dos municípios, a terra já se apresenta quase que 
completamente edificada, a intensificação do uso e ocupação do solo só 
podem ocorrer com a construção de edifícios de vários andares, ou seja, com a 
verticalização o que causa uma série de impactos negativos na água, no solo e 
no ar. 
Ainda segundo Nucci (2001), o adensamento populacional leva à 
verticalização, dando origem a uma cidade sem valor artístico, monótona e 
insensível, além de levar à destruição do patrimônio histórico, artístico e 
cultural. Vale ressaltar, porém, que os impactos ambientais são tão sérios e até 
mais preocupantes do ponto de vista da qualidade de vida. 
O aumento do volume construído no sentido vertical diminui a circulação 
dos ventos podendo causar o aumento da temperatura local, ocorre a maior 
impermeabilização do solo, uma vez que os prédios ocupam com área 
construída a maior porcentagem do terreno, o que leva à diminuição da 
infiltração natural do terreno, aumentando a possibilidade de inundações, a 
cobertura vegetal diminui, reduzindo a fauna e aumentando o ruído e a poeira 
em suspensão. 
A qualidade ambiental, as necessidades dos moradores em relação ao 
espaço físico e o contato com a natureza são ignorados, em função da 
especulação imobiliária e dos interesses capitalistas. 
A crescente verticalização faz crescer também, a necessidade de 
espaços livres públicos para o lazer e o contato com a natureza. Esses 
espaços devem atender a todas as classes sociais e faixas etárias, com um 
26 
 
mínimo de áreas construídas possível com a intenção de minimizar os efeitos 
das chuvas e facilitar o escoamento das águas urbanas. 
A tendência da verticalização é ocasionar uma sobrecarga das infra-
estruturas urbanas, dentre estas, as vias públicas, como locais de 
estacionamento e do fluxo de veículos. 
 
Trânsito em Alfenas 
 
Figura 10: Frota Total do crescimento anual dos meios de transporte em 
Alfenas-MG 
 
Fonte: DENATRAN, Organização: Gisele Rodrigues, 2011 
 
 
Cobertura Vegetal do Município 
 
A cobertura vegetal da região de Alfenas encontra-se bastante 
modificada em função da atividade agro-pecuária. A vegetação original da 
região caracterizava-se por formação florestal tropical, semi-decídua e floresta 
estacional semi-decídua. 
No entanto, ainda é possível identificar em alguns locais a existência de 
espécies remanescentes da mata natural, como: Eritrina, Pereira, Canela, Óleo 
Bálsamo, Óleo Copaíba, Sinamono, Adro, Mamica de Porca, Canela de 
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Relação Anual (2005-2011)
Relação Anual (2005-2011)
27 
 
Sassafrás, Massaranduba, Jequitibá Rosa, Jacarandás, entre outras. Estas 
espécies podem ser encontradas no Parque Municipal, no Horto Florestal, em 
nascentes e matas ciliares de alguns córregos. 
De maneira geral, observa-se que em Alfenas, com o rápido processo de 
urbanização sofrido nas últimas décadas comprometeu a distribuição de áreas 
verdes, parques e praças no cenário urbano. 
Aliado a essas condicionantes, a ocorrência de espaços com pouca, às 
vezes inadequada ou mesmo nenhuma, proteção vegetal, compromete o 
conforto térmico nas vias para pedestres. 
São exemplos de vias com esse problema: os corredores de circulação da 
Avenida José Paulino da Costa, Avenida Presidente Kennedy, Avenida Lincoln 
Westin da Silveira e Avenida Jovino Fernandes Salles. 
A reversão desse quadro não está somente na arborização características de 
uso e ocupação do solo lindeiro e à presença dos equipamentos urbanos. 
Existem ainda, matas de eucaliptos localizadas na periferia, próximas aos 
bairros Santos Reis, Pinheirinho e Vista Grande, e próxima ao lixão. 
 
 
 
Resultados e Discussões 
 
A logística dos transportes e a circulação inadequada destes nas 
principais avenidas do centro, bem como a falta de lugares para estacionar 
veículos, têm causado incômodo em relação ao espaço adequado para 
mobilidade urbana, além do espaço ambiental, o qual deve ser preservado para 
recreação e lazer. Diante da realidade apresentada, o município ainda é 
considerado o núcleo urbano mais importante da região, beneficiado por uma 
malha rodoviária que favorece a concentração e a distribuição de bens e 
serviços para os municípios circunvizinhos (ALAGO, 2008). 
A cidade está expandindo com crescimento populacional anual de 3,6%,entre outros fatores a atração de contingentes, em função do número de 
serviços gerados, tais como a unidade de Saúde Alzira Vellano e tratamentos 
oferecidos na região. Por outro lado, encontra-se a expansão de universidades 
a exemplo da UNIFAL (Universidade Federal de Alfenas-MG) e UNIFENAS 
28 
 
(Universidade José do Rosário Velano) que, consequentemente, demanda um 
aumento populacional podendo ser fixa ou flutuante. Neste sentido, a tendência 
da cidade é a de verticalização pelo número de prédios o que aumenta maior 
demanda de transportes e estruturação do espaço público e viário 
principalmente no centro. Os resultados demonstram: 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Percepção dos moradores sobre o trânsito em (Alfenas-2011) 
 
 
 Fonte: Organização Gisele Rodrigues, 2011 
 
 
 
Percebe-se que o trânsito é bom ou ótimo para a maioria dos moradores 
do Centro pelo menor deslocamento do tempo x distância, mas com 
insatisfação relacionada ao número de carros estacionados nas ruas de suas 
casas com predomínio de barulho e poluição gerados, os demais encontram-
se insatisfeitos pela falta de espaço, principalmente para estacionar os carros e 
a falta de sinalização adequada pela distância de seus bairros ao longo do 
percurso, embora sejam favorecidos pelo silêncio e índice menor de poluição, 
no entanto, apresenta-se em maior proporção no geral o número de pessoas 
insatisfeitas com o trânsito. 
29 
 
 
 
Figura 12: Avaliação dos moradores sobre o espaço ideal das vias 
(Alfenas-2011)
 
 Fonte: Organização Gisele Rodrigues, 2011 
 
Segundo os moradores em geral, o mais importante para cidade é um 
espaço público ou privado como estacionamento no centro, pois como não há 
espaços ruas de residências são utilizadas como paradas, visto que a adoção 
por área azul foi proibida pela legalização do município que funcionava como 
estacionamento rotativo,cabendo este trabalho a contratação de agentes de 
trânsito o que reflete no aumento do custo para as prefeituras, em segundo 
consideram as áreas verdes como muito mais importante sem modificar este 
para ampliar espaços no centro mesmo que cause o congestionamento, a 
terceira proposta seria o número de ruas asfaltadas para facilitar a rapidez do 
veículo em menor tempo sem gerar stress por parte dos motoristas atendendo 
a modernização mesmo sabendo do risco de aumento de acidentes, em quarto 
e quinto apresentam semelhança na proposta de número de vias ou seu 
deslocamento, sabendo-se que neste caso depende de uma política voltada e 
verbas pra infraestrutura da cidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Figura 13: Propostas apresentadas sobre melhorias no trânsito 
(Alfenas-2011) 
 
 Fonte: Organização Gisele Rodrigues, 2011 
 
Primeiramente, está em maior proporção o incômodo gerado pelo 
número de cargas que transitam no centro, sendo que este projeto já se 
encontra em execução segundo a arquiteta da Secretaria de Planejamento do 
município, todo o desvio de caminhões e sua logística deverá ser desviada pela 
Av. Lincon Westin, porém ainda desviam pela Av. Artur Bernardes e apontado 
como incômodo pelos moradores, em segundo os moradores apontam por 
maior disciplina de motos como a criação de radares de fiscalização de motos 
que ultrapassam carros, sendo uma das causas de colisão e violência do 
trânsito encontrados, porém não tem controle sobre isto devido a divisões de 
funções e maior remanejamento de agentes de trânsito o que traz mais custos 
à cidade pela legislação. 
Segundo a Guarda Municipal, terceiro uma solução para novas vias 
como viadutos ou uma rotatória principalmente no trevo, visto que o projeto 
está parado de acordo com a secretaria de planejamento da cidade, o projeto 
passa por um processo de reurbanização, que necessita de verbas do governo 
federal para sua construção e uma demanda do mercado imobiliário, mesmo 
tendo perda do traçado antigo tem que dinamizar a área por questões de 
necessidades e não estética ou conservação histórica, em quarta colocação 
apresenta a prioridade ao transporte público podendo ou não ter espaço 
exclusivo para a circulação, mas que acabam circulando com outros veículos, 
31 
 
pois o custo de implantação de um sistema especial torna-se caro para 
algumas cidades como Alfenas-MG, sabendo-se que a vantagem é o menor 
custo e acessível à população de baixa renda, além disso, diminui a 
necessidade de ampliação viária, como elimina grandes áreas para 
estacionamento, diminuindo acidentes de trânsito, por último, as ciclovias são 
menos indicadas, porém não tendo nenhum projeto referente ao uso destas, 
portanto, atende a uma legislação de proibição do trânsito de bicicletas em 
calçadas. 
 
Segundo a Guarda Municipal (2011), a falta de mobilidade vivida pelos 
motoristas no centro, em parte é provocada por veículos de grande porte 
pela falta de um desvio para se chegar a BR-369, que dá acesso a Belo 
Horizonte, por isso os motoristas são obrigados a passar pelo centro da 
cidade. 
Conforme relatos da pedagoga do trânsito, é seguido uma legislação 
vigente de profissionais especializados com sede em Belo Horizonte, atribuindo 
normas técnicas e diretrizes a serem seguidas pelo executor do projeto o 
engenheiro, após analisado pelo arquiteto. 
Pela lei municipal da cidade todo transporte de carga pesada que atenda 
a logística da cidade deve ser desviada pela avenida Lincon Westin, fato este, 
não seguido corretamente numa conversa informal realizada com alguns 
motoristas de cargas, poucos utilizam a via, por causa do estreitamento de 
vias.Outra parte, não utiliza a via porque aumentaria o tempo de percurso, foi 
percebido também o desconhecimento da via própria, neste caso, reforça ainda 
mais uma legislação de placas na cidade e consciência destes condutores em 
seguir. 
Todos esses problemas são característicos de cidades médias em 
crescimento, como Alfenas, que vêm adquirindo os problemas das grandes 
cidades. São cidades, onde as vias de circulação regionais são as principais 
responsáveis pela estruturação urbana, nota-se no mapa de estruturação 
urbana de Alfenas. Nos quais as indústrias direcionam o fluxo de trânsito, que 
por sua vez estrutura o crescimento da cidade, no sentido norte-sul, ou seja, 
longitudinalmente. Portanto, um crescimento orientado pelas principais 
rodovias, ruas e avenidas. 
32 
 
 Ainda analisando a tabela e o mapa, podemos definir a direção do fluxo 
de trânsito, local: noroeste, em direção à BR-369 e sudeste em direção à BR-
491; regional: sudeste, em direção a Varginha , norte em direção a grande Belo 
Horizonte; nacional: São Paulo, Belo Horizonte; aeroportos, como o de 
Cumbica/SP, e também portos como o de Santos/SP, para fins de exportação 
de produtos produzidos em Alfenas/MG. 
 As cargas urbanas é fundamental para a economia de uma cidade, até 
mesmo uma escala global. No momento atual, quando mudanças radicais vêm 
ocorrendo no ambiente industrial, com aumento significativo da competitividade 
e crescimento dos mercados, todos os diferenciais logísticos passam a ser 
importantes. 
Por isso, o desenvolvimento de um planejamento urbano que contemple 
esta variável e de uma legislação que organize suas atividades é o principal 
papel do poder público para minimizar estes problemas. São desafios do poder 
público o desenvolvimento de políticas voltadas para esta questão, 
determinando quais intervenções devem ser feitas, monitorando o desempenho 
dos sistemas de movimentação de veículos e de cargas e prevendo demandas 
futuras destes fluxos. 
O estudo feito sobre a qualidade de vida e a qualidade ambiental urbana 
na cidade de Alfenas com base nas características de trânsito e no processo 
de verticalização no centro na área urbana, deixa clara a necessidade damudança na forma de organização e planejamento (ou desorganização e falta 
de planejamento) dessa área por parte do poder público 
É urgente uma tomada de posição do poder público no sentido de 
cumprir o seu papel de gestor urbano e conclamar os atores sociais envolvidos 
a participar do processo de planejamento urbano 
A deterioração da qualidade de vida e da qualidade ambiental urbana é 
visível e profunda: a maioria dos moradores das áreas que sofrem 
verticalização os quais foram entrevistados informalmente, mostrou-se 
incomodada com o aumento do número de vizinhos, do barulho constante, da 
falta de liberdade para estacionar seus carros em suas portas e garagens e do 
congestionamento, além da desvalorização de seus imóveis devido a perda de 
privacidade de seu interior construído e de suas áreas de lazer. 
33 
 
A principal reclamação dos moradores das principais avenidas, eixos de 
ligação do centro, como as avenidas João Paulino da Costa, Artur Bernardes e 
São José, João Paulino Damasceno e Juscelino Barbosa também foi com 
relação ao congestionamento e a dificuldade de entrar e sair de suas casas. 
bem como outros pontos são visíveis o congestionamento de carros, a exemplo 
de alguns colégios como o Sagrado Coração de Jesus, Colégio Estadual Dr. 
Emílio da Silveira e E.M Antônio Vieira (Polivalente) Os próprios moradores 
apresentaram sugestões para resolver ou amenizar o problema como 
construção de vias expressas ligando o centro aos bairros distantes do centro e 
melhoria da qualidade de transportes públicos como alternativa ao uso do 
automóvel particular. 
 
Figura 14 : Qualidade da mobilidade urbana Alfenas-2011 (segundo os 
entrevistados) 
 
Fonte: Organização Gisele Rodrigues, 2011 
 
A figura 14 demonstra que os entrevistados apontam uma maior atenção 
voltada a campanhas educativas, como a prevenção de acidentes e violência 
no trânsito, em segundo, discutem a falta de respeito entre o pedestre e 
condutor partindo-se do princípio de consciência e educação pessoal ; terceiro 
ressaltam a busca por alternativas para diminuir o trânsito central; quarto a 
exigência de qualidade calçadas e ruas, e por último, em menor proporção está 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Qualidade
das calçadas
e ruas
Soluções para
diminuir o
trânsito
Respeito
entre
pedestre e
condutor
Campanhas
educativas:
trânsito
Respeito aos
assentos
reservados
Mobilidade Urbana
Mobilidade Urbana
34 
 
o respeito ao uso preferencial, ou seja a maioria acredita que pela campanhas 
educativas e conscientização do cidadão resultará em melhorias de todos 
problemas apontados neste, em relação a mobilidade urbana. 
 
 
 Considerações finais 
 
A mobilidade urbana resulta da interação dos deslocamentos de 
pessoas e bens, indo muito além do movimento de veículos ou do conjunto de 
serviços implantados para esses deslocamentos. 
Cidades mais compactas, com menores distâncias entre áreas 
residenciais, comerciais e a oferta de serviços básicos, podem ser uma solução 
a pequenas e médias cidades que enfrentam o já previsível problema do 
trânsito. O número de veículos no Brasil cresceu vertiginosamente nos últimos 
anos, em maior proporção do que o aumento populacional, e isso não se dá 
apenas nas grandes metrópoles. Mas como evitar o uso de carros se as 
cidades não são, em grande parte, organizadas para pequenos 
deslocamentos? 
As formas apresentadas pelas cidades refletem as organizações sociais, 
as estruturas políticas e econômicas e ainda o modo de vida dos seus 
habitantes. No mesmo sentido, a morfologia das cidades é desenhada e 
construída a partir de necessidades, de vontades e de decisões políticas e 
econômicas. 
Assim, a morfologia das cidades não é estática e sim, histórica, pois ela 
é constantemente transformada, visto que a cidade de Alfenas-MG não foi 
planejada, a cidade cresceu aceleradamente, o que dificulta ainda mais 
qualquer estruturação no centro, cabendo ao poder público medidas para 
atender uma demanda urbana que cresce proporcionalmente, e por 
conseqüência, os fluxos aumentam cada vez mais em horários de picos e 
mesmo em horários normais ainda tem-se controvérsias pela facilidade de 
acesso aos veículos, onde uma parte da população é flutuante que se desloca 
para tratamentos e serviços pelas regiões vizinhas e com a expansão das 
universidades aumenta mais essa concentração, bem como o número de 
prédios, e sucessivamente o transporte. 
35 
 
O que se vê na cidade é uma crescente verticalização sem necessidade 
e a falta de vagas para estacionamentos. Assim, prédios enormes são 
construídos ao lado de residências, promovendo a perda de privacidade dos 
moradores, causando o aumento do ruído pelo aumento do número de veículos 
e de pessoas no seu entorno. 
Neste caso, é importante refletir como a cidade estará daqui 30 ou 50 
anos com essa expansão demográfica, pois o centro de Alfenas-MG não tem 
estrutura para suportar um aumento da demanda populacional, o que poderá 
gerar consequências futuras sobre o trânsito, pois segundo a arquiteta da 
Secretaria de Planejamento Urbano, Alfenas não foi planejada e ainda não 
segue o plano diretor, mesmo sabendo de seu uso obrigatório, portanto não 
tem o prognóstico da cidade. 
Pode-se então concluir que são necessários maiores disciplinas no 
trânsito, mobilizando os princípios da cidadania e da participação de toda 
população. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Referências Bibliográficas 
BRASIL. Lei Municipal nº 3.941 de 12 de dezembro de 2006. Plano Diretor do 
Município de ALFENAS. 
 
 BRASIL. Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Estatuto da Cidade. 
Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm>. 
Acesso 
em: 18 jun. 2008. 
 
 Departamento Nacional de Trânsito – Denatran (1998), Informe estatístico, 
Brasília. 
 
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 VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: 
FAPESP: Lincoln Institute, 2001. 
 
 
37 
 
Anexo 
Questionário sobre a Percepção do Trânsito pela população de Alfenas-
MG- entrevistas por amostragem aleatória simples estratificada no centro 
de Alfenas com a participação de 42 voluntários. 
 
1) Alfenas é uma boa cidade para se viver em relação ao trânsito. 
( ) Ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) Ruim ( )Péssimo 
 
 
2) O que vocêconsidera mais importante numa rua para acessibilidade de 
veículos? 
( ) O nº de ruas asfaltadas, pois facilita o acesso rápido deste; 
( ) seria ideal para os deslocamento aumentar a largura das ruas no centro 
diminuindo a calçada; 
( ) considerar mais as áreas verdes como mais importante para o controle 
ambiental como redução da poluição sonoro e hidrocarbonetos do que a 
espacialização, visto só como algo secundário; 
( ) colocar mais estacionamentos nas cidades como alternativa de facilitar ruas 
principais de acesso ao centro, visto que isto, evita parada em frente a 
comércios, escolas e serviços melhorando a circulação de veículos; 
( ) aumentar o números de vias para deslocamento de transporte de cargas 
Grandes desviando do centro; 
 
 
3) O que é importante para o trânsito da cidade? 
( ) Ciclovias por toda a cidade 
( ) Prioridade ao transporte coletivo no sistema viário 
( ) Maior disciplina para motos 
( ) Desvio de grandes cargas do centro 
( ) Construção de novas vias para livre deslocamentos, como viadutos e 
rotatórias. 
 
38 
 
 
4) o que é melhor para a mobilidade urbana em geral? 
( ) Boa qualidade das calçadas e ruas 
( ) Soluções para diminuir o trânsito da cidade 
( ) Respeito ao pedestre e condutor 
( ) Campanhas educativas: prevenção de acidentes e 
violência no trânsito 
( ) Respeito aos assentos reservados a uso preferencial 
 
 
 
Dados: campo realizado entre 17 a 20 de Outubro de 2011

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