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Resenha referente ao Capítulo 1 - A revolução da prensa gráfica em seu contexto do livro Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet / Asa Briggs e 2.ed. Peter Burke

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de 
Minas - IFSULDEMINAS. 
 
Marcela Vieira Scatolin e 
Valéria Maria Cardoso Alves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA DETALHADA 
Capítulo 1 - A revolução da prensa gráfica em seu contexto 
 
Resenha referente ao Capítulo 1 - A revolução da prensa 
 gráfica em seu contexto do livro ​Briggs, Asa, 1921- 
B864h Uma história social da mídia: de Gutenberg à 
Internet / Asa Briggs e 2.ed. Peter Burke; tradução 
Maria Carmelita Pádua Dias; revisão técnica Paulo 
Vaz. — 2.ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Jorge Zahar 
Ed., 2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Passos 
Março – 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais- Campus Passos 
Estudante: Valéria Maria Cardoso Alves 
Curso: Tecnologia em Produção Publicitária - 1º período 2019/ Disciplina: Teorias da Comunicação/ Docente: Tiago 
Severino 
Referência bibliográfica: ​Briggs, Asa, 1921- B864h Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet / Asa 
Briggs e 2.ed. Peter Burke; tradução Maria Carmelita Pádua Dias; revisão técnica Paulo Vaz. — 2.ed. rev. e ampl. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006 
Resenha referente ao Capítulo 1 - A revolução da prensa gráfica em seu contexto ​ Março/2019 
 
● A revolução da prensa gráfica em seu contexto: 
Contexto: “era moderna europeia” (1450 até 1789) / da “revolução da prensa gráfica” até as 
Revoluções Francesa e Industrial. 
 Em 1450 é a data mais aproximada para a invenção, provavelmente por Johann Gutenberg de 
Mainz, de uma prensa gráfica, possivelmente inspirada pelas prensas de vinhos muito utilizadas na 
época na região de Johann. 
 Enquanto isso a impressão já era praticada há muito tempo na China e o no Japão, conhecida 
como “impressão em bloco” que era mais apropriada devida a cultura da região. 
A prática da impressão gráfica se espalhou pela Europa, por volta de 1500 já haviam mais de 
250 máquinas espalhadas no continente Europeu. Isso acentuou a circulação de impressos na época 
e a intensa produção de livros. 
Já na Rússia e nas regiões vigentes pelo cristianismo ortodoxo a técnica demorou mais a ser 
implementada, mais uma vez pela cultura da região, por exemplo, a educação formal estava 
destinada ao clero, o que não foi atrativo para os governantes. Durante alguns anos, e algumas 
tentativas frustradas de inserir a técnica, o czar Pedro, o Grande fundou a 1º gráfica local e expandiu 
então o uso da impressão gráfica. 
Esse fato mostra que a revolução gráfica não era um fator independente e não se ligava 
somente à tecnologia, ou seja, dependia de condições sociais e culturais favoráveis a sua 
disseminação. 
No mundo muçulmano a resistência à impressão gráfica foi forte, as questões culturais e 
religiosas consideravam pecado imprimir livros religiosos e por um tempo chegou a decretar 
punição com morte para quem realizava a prática da impressão. Somente no fim de 1570, o sultão 
Murad III permitiu a venda de alguns livros não-religiosos, mas importados da Itália. 
Os europeus se orgulhavam tanto da superioridade da técnica que em 1659 Henry Oldenburg 
escreveu em uma carta que “"o Grande Turco é um inimigo da aprendizagem para seus súditos, 
porque ele acha vantajoso conservar as pessoas na ignorância para poder impor-se. Por isso não 
tolerará qualquer impresso, sendo da opinião de que a impressão gráfica e o aprendizado, 
especialmente aquele encontrado nas universidades, são o combustível principal da divisão entre 
cristãos". 
A história irregular da impressão gráfica no império otomano revela a força dos obstáculos a 
essa forma de comunicação como jornais, livros e revistas e também às representações visuais que 
viriam posteriormente. 
A ideia de que a invenção e utilização da impressão gráfica marcou a época é 
inquestionável, o avanço do conhecimento e a disseminação são frutos desse marco. Em 1641, 
Samuel Hartlib afirmou que "a arte da impressão disseminará tanto conhecimento que as pessoas 
comuns, sabedoras de seus direitos e liberdades, não serão governadas de forma opressora". E em 
1795 Condorcet identificou a técnica como um “progresso da mente humana”. 
Mas, alguns opositores desejaram que a impressão gráfica nunca tivesse chegado. Os 
escribas, e homens da Igreja colocavam à tona alguns problemas, como as narrativas catastróficas, o 
fato de leitores de baixa posição na hierarquia social ter acesso a esses textos e não confiar nas 
autoridades, entre outros pontos que eles consideravam negativos. Com o surgimento dos jornais no 
século XVII a preocupação sobre os efeitos das inovações aumentou, como expresso por ANdrew 
Marvell em 1672 ao escrever “ó Tipografia! Como distorcestes a paz da Humanidade!”. 
Os acadêmicos ou qualquer pessoa em geral à procura de conhecimento notavam outros 
aspectos, como as de recuperação de informação, a seleção e crítica de livros e autores, dentre 
outros pontos que poderiam se tornar problemas. Por exemplo, hoje em dia, nos primeiros tempos 
da Internet, ainda há necessidade de mudanças. 
No início da Idade Média, o problema havia sido a escassez de livros, já no século XVI, foi o 
oposto, um “oceano no qual os leitores tinham de navegar, ou uma enchente de material impresso 
em que era difícil não se afogar.”. 
Essa “multiplicação de livros” também trouxe pontos de discussões a respeito de onde 
seriam armazenados, como seriam organizados ou listados, por ordem alfabética ou por assunto, 
como atualizaram os catálogos até chegaram a produzir bibliografia selecionadas e resenhas das 
novas impressões. 
Debates sobre efeitos momentos e futuros sobre os avanços das técnicas também eram 
abordados, em perspectivas concordantes ou não, como os trabalhadores que eram empregados, as 
mudanças nas classes sociais da época, etc. O acesso a informação intelectual para as futuras 
gerações era discutido, o que abordava também desde a veracidade dos fatos e distorção de 
informações até o disposição dos textos, encadernação e relações entre o “auditivo e o visual”. 
Em 1979, Elizabeth Eisenstein assegurava a ideia de que a impressão gráfica era “a revolução 
não reconhecida” porque foi um marco de inúmeros mudanças e modificações que são desfrutadas 
até hoje em todas as sociedades. Apesar de cautelosa ela também enfatizou duas consequências a 
longo prazo sobre a invenção dos impressos: 1º “ as publicações padronizaram e preservaram o 
conhecimento, fenômeno que havia sido muito mais fluido na era em que a circulação de 
informações se dava oralmente ou por manuscritos” e 2º “ as impressões deram margem a uma 
crítica à autoridade, facilitando a divulgação de visões incompatíveis sobre o mesmo assunto”; 
 
● Reconsiderando a revolução da impressão gráfica: 
A publicação de Elizabeth Eisenstein permanece valiosa, mas 20 anos após, os argumentos 
sobre as mudanças revolucionárias parecem exagerados. Primeiro porque essas “mudanças” por ela 
destacasaconteceram um período de três séculos, e depois que a adaptação ao novo meio foi desde 
estilos de apresentações até aos hábitos de leitura. Segundo, que apontar para a impressão gráfica 
como origem de uma “revolução” e deixar ao lado os diversos fatores que a influenciaram pode ser 
radical, uma vez que esse fatores foram essenciais, devemos então considerar que a técnica ajudou 
nas mudanças sociais. Em terceiro, Elizabeth analisa a impressão gráfica isoladamente, mas para 
analisar as consequências sociais e culturais dessa nova técnica, é necessário abranger essa mídia 
como um todo, e considerar desde suas influências anteriores que levaram ao seu surgimento, o 
contexto em si, e todos os outros fatores. 
Concluindo, pensar a mídia como um sistema significa enfatizar as várias ligações entre os 
meios de comunicação existentes em certos período sem esquecer da relação entre eles e que 
coexistem e se complementam. As mudanças presentes nesse sistema também devem ser 
relacionadas com as mudanças do meio em si, ou seja, o sistema mídia está também dentro de um 
sistema de comunicação física. 
 
● Comunicação física: 
​Existe uma relação entre o fluxo de informações e o fluxo do comércio. Em vários países e 
regiões, mesmo com culturas e costumes diferente, esses fluxos eram interligados. Da mesma 
forma que as informações precisavam do comércio, o comércio precisava das informações, e se 
fundia muito a comunicação oral e a escrita. 
Por exemplo, a relação entre as estradas e as informações, a preocupação dos governantes 
pelas estradas, para melhorar o sistema europeu, e transmitir comandos mais rapidamente das 
capitais para as províncias, resultou num maior interesse desses pelas comunicações. Esse último 
fato foi uma das principais razões da expansão do sistema postal no início do período moderno, que 
também foi vantajoso para os mercadores e outros indivíduos. 
No início do período moderno na Europa, o transporte aquático era normalmente muito mais 
barato do que o terrestre. Normalmente as cartas eram entregues por terra; porém, no século XVII 
desenvolveu-se um sistema de transporte de correspondência, jornais e pessoas por meio de 
barcaças em canais. A velocidade média das barcaças era lenta, se comparada a um correio a cavalo 
mas o serviço era regular, freqüente, barato e permitia a ampliação da rede de comunicação. 
Somente em 1837, com a invenção do telégrafo elétrico, foi quebrada a tradicional ligação entre 
transporte e comunicação das mensagens. 
 
● Império e comunicação: 
A comunicação, segundo Karl Deutsch, são "os nervos do governo". Isso era observado 
facilmente nos grandes impérios, que muitas vezes tentavam resolver problemas viajando até alguns 
lugares, porém, esse estilo não foi suficiente para satisfazer as necessidades dos governantes, que 
inseriram os poucos o sistema postal, que tempos depois deu origem ao correio. 
No século XVI, a família Tassis ou Taxis dominava o sistema postal europeu. Foi essa 
família, dona dos correios dos imperadores Habsburgo a partir de 1490, que desenvolveu o sistema 
usual. Bruxelas era o ponto central do sistema e existiam rotas estratégicas para que o mesmo 
funcionasse. 
Mensageiros especiais trocavam os cavalos a intervalos regulares e traziam as notícias de 
importantes eventos com relativa rapidez. Viajar à "velocidade do correio" era uma expressão 
comum no período. 
O império espanhol na época de Felipe II, embora menor em extensão, foi descrito como "um 
empreendimento colossal de transporte por mar e terra" que necessitava da "expedição diária de 
centenas de ordens e relatórios". A estratégia de Felipe era oposta à de seu pai. Ele preferia, na 
medida do possível, permanecer em um lugar e sentar a sua mesa de trabalho durante várias horas 
por dia, lendo e anotando os documentos que chegavam de todos os seus domínios, por isso os 
súditos o apelidaram de "el rey papelero" ("rei do papel"). 
O grande problema era a lentidão que os documentos levavam para alcançar Felipe, ou que 
suas ordens levavam para alcançar seus destinatários. Essas demoras mostravam as falhas no 
sistema de comunicação usado na época, o que faz a comunicação por mar ser mais rápida do que 
por terra em longas distâncias, que consequentemente faziam dos impérios mais “marítimos”. 
 
● Comunicações transatlânticas: 
As comunicações transatlânticas eram de maior lentidão e dificuldade, além de chegaram em 
alguns casos com atrasos absurdos,, também eram despachadas cartas com as mesmas mensagens 
em diferentes embarcações em caso de perdas. Somente no século XVIII, com as melhorias das 
comunicações, os intervalos de tempo via Atlântico encurtaram. Em 1702 foi implantado um 
sistema de navios (conhecido como "navios de pacotes"), que levavam cartas com partidas mensais, 
horários para cem dias e carregamentos de cerca de 8.500 cartas em cada navio. 
Os navios que atravessavam o Atlântico carregavam, além de cartas, livros e jornais. 
Também há evidências de distribuição a longa distância. E já no começo do século XVIII a chegada 
frequente de notícias estimulou a criação de jornais locais, como o Boston Newsletter (1704). 
Assim, pouco a pouco foi diminuindo a "tirania da distância". 
 
● Comunicação oral: 
A comunicação oral era muito utilizada na idade média. Nas igreja por exemplo, os sermões 
e as pregações assumiram formatos diferentes de acordo com a situação, mas era uma forma de 
transmissão da mensagem que os superiores estavam a passar. A difusão das mensagens pela 
comunicação oral era tão intensa que os púlpitos da Igreja Católica por exemplo, foram descritos 
como “meio de comunicação de massa”. Após a Reforma Protestante notou-se maior inclusão da 
técnica de impressão, o que era considerado como “a maior graça de Deus” por Lutero. Observando 
o poder do púlpito para difundir a informações os governantes passaram a reconhecer o mesmo e 
considerar seu valor. 
Nos centros de ensino universitários, também se utilizavam muito da comunicação oral, 
forma de transmissão de conhecidas por debates formais, palestras, discursos, declarações, que 
serviam também para avaliar o aluno. A fala, o gesto e a retórica eram considerados tão importante 
quanto a escrita. Outro âmbito em que a comunicação oral também tinha domínio era o canto, 
especialmente nas baladas que contavam uma história escolhida pelo autor. 
Os boatos foram descritos como "um serviço postal oral", funcionando com velocidade 
admirável e com poder de causar grandes tensões sociais. Esse tipo de comunicação por um período 
teve forte relação com o comércio em si, da troca de informações até as especulações e influências 
sobre os preços dos produtos. 
Os centros de comunicação oral incluíam tabernas, banhos públicos e cafés, uma inovação no 
período. Neles, contadores de histórias faziam suas performances e ampla variedade de 
estabelecimentos atendia a diversos tipos de clientes e diferentes tópicos de conversação. Esses 
pontos em várias cidadesdeixavam as autoridades preocupadas com a possibilidade de os cafés 
estimularem comentários subversivos sobre o governo e por isso os mantinham sob vigilância. Aos 
poucos foram criando mais importância para os que participaram e quem assistia, debatendo até 
pontos essenciais para uma comunidade. 
 
● ​Comunicação escrita: 
A comunicação escrita também foi muito importante em vários contextos que mudam de 
acordo com as necessidades das épocas, mas sempre obteve em algum âmbito papel indispensável, 
seja no comércio, na administração, na harmonia social, na igreja e nas universidades. 
O contexto religioso do letramento é visível principalmente na Europa protestante, nos séculos 
XVII e XVIII. Um exemplo clássico é o da Suécia luterana, onde a igreja fazia exames anuais em 
toda casa para avaliar a leitura de cada membro da família, seu conhecimento do catecismo etc., 
registravam e esses registros eram conservados com cuidado e tornaram-se uma rica fonte para o 
estudo do início do letramento moderno. Eles revelaram também “quem” tinha acesso a escrita e a 
leitura... 
A escrita também “criou” profissões para atender as demandas de certas comunidades que 
tinham pessoas que ainda não sabia utilizar a técnica para atingir seus objetivos, como se comunicar 
com alguém ou com governo em si, ocupações como empregados de escritório, contadores, 
escrivães, notários, escritores públicos e carteiros, por exemplo. Isso possibilitou casos como o que 
se apresentou ao tribunal do governador de Roma em 1602, envolvendo uma carta de amor escrita 
por um certo Giovannantonio para sua vizinha de 16 anos, Margarita. Infelizmente a moça não 
sabia ler e precisou pedir isso a outra vizinha, o que aumentou a chance de o romance ser 
descoberto pelos pais: eles realmente descobriram e levaram o caso ao tribunal. 
Na esfera da política a informação vai se referindo a números, dados e fatos que passam a 
ser usados cada vez mais por governos e inseridos nos modelos de administração. Essas 
informações possibilitam uma relação mais impessoal e geral, para pode ser estendida para 
funcionar como leis, domínios da religião e do comércio ou como base para se protestar contra algo 
dessas esferas. 
 “Meio de comunicação escrito não é sinônimo de manuscrito, menos ainda de pena e tinta.” 
 
● Linguagens de comunicação: 
O crescimento de uma sociedade que utiliza da impressão é associado ao desenvolvimento 
das línguas vernáculas da Europa, que contrastava com a sociedade da Idade Média, na qual a 
comunicação escrita era predominantemente em latim e a oral era utilizada apenas em dialetos 
locais. 
O emprego de vernáculos, impulsionado pela técnica de impressão, foi acompanhado de 
padronização e codificação, como exemplo da tradução da Bíblia para o alemão por Martinho 
Lutero, que tira do latim para o “vernáculo” alemão. 
No política uma data marcante é 1539 quando o rei da França ordenou que os documentos 
legais utilizassem o francês, em vez do latim tradicional. Isso posteriormente influenciou no setor 
acadêmico, quebrando a tradição das aulas em latim. E nessa mesma época o francês ascende como 
língua principal da diplomacia internacional. 
Entretanto, não se deve datar essa época para o declínio do latim, utilizam muitas traduções 
do italiano e do francês para o latim, dedicadas ao público do norte Europeu. Tanto como literaturas 
estrangeiras, de maioria inglesas. 
 
● Comunicação visual: 
A linguagem gestual era levada muito a sério no início da Europa moderna, além de 
ensinadas na escola como disciplina de retórica, era profundamente estudada e dada como “retórica 
manual” e ‘linguagem natural das mãos’. 
No que se refere à comunicação visual, Barthes a definia como “a retórica da imagem”, e ele 
própria viria a analisar a propaganda moderna com a ajuda da Retórica de Aristóteles. 
Sobre as inovações de estilo, as peças normal e anacronicamente chamadas "obras de arte" da 
Renascença deveriam ser vistas como imagens, ou como "eventos comunicativos". A esse respeito, 
as famosas pinturas religiosas do Renascimento e os afrescos não eram tão inovadoras, embora a 
tridimensionalidade tenha os tornado mais eficazes relacionados aos objetivos da comunicação 
religiosa, porque já se utilizavam dos empregos das imagens para despertar emoções. 
As imagens seculares que hoje são muito conhecidas, antigamente em muitas das vezes não 
eram conhecidas porque ficavam penduradas em uma residência particular. Era comum que 
indivíduos encomendarem pinturas de seus interesses, o que fazia uma produção sob encomenda. 
Foi somente no início do período moderno que os artistas e escritores começaram a produzir para 
depois vender. 
 
● Imagens impressas: 
O crescimento do mercado foi simultâneo a produção da imagem reproduzida 
mecanicamente, como a “estampa”. Utilizavam um bloco de madeira ou placa de cobre ou aço, com 
a imagem gravada na placa ou feita por corrosão com ácido. 
No final do século XIV surge a primeira xilogravura e em 1796 a litografia (desenho com 
lápis de cera sobre uma pedra) foi inventada por Aloys Senefelder. 
Essa inovação tecnológica de figuras impressas foi uma grande mudança na esfera da 
comunicação visual, porque facilitava a difusão dessas imagens, permitindo que o trabalho dos 
artistas alcançasse mais pessoas, o que logo abrangeu grandes artistas do Renascimento. Além disso 
eram baratas de se fazer e de transportar. O que também chamou a atenção da igreja, que usou das 
imagens para difundir questões religiosas como santidades e pensamentos. 
A consciência política popular também foi influenciada por impressos, em específico os 
satíricos. No mundo acadêmico discutiam sobre a importância da imagem impressa como meio de 
comunicação e questões relacionadas como por exemplo, as mudanças de após a Revolução 
Industrial, a reprodução mecânica da obra, a aura da obra de arte, a pluralidade e a existência única, 
o deslocamento do “valor culto” em direção ao “valor de exibição”, etc. 
Em 1472 os mapas começaram a ser impressos e serviam para “(...) controlar partes da Terra, 
independentemente de seu controle ser basicamente militar, político, econômico ou ideológico.”. A 
mudança do mapa bidimensional para o globo tridimensional tornou mais fácil pensar a Terra como 
um todo, que estimularam a consciência global. 
Outra novidade do período foi a narrativa em tiras ou história em imagens, a ancestral da 
história em quadrinho do século XX. “Essas tiras, equivalentes aos rolos medievais, davam aos 
leitores a impressão de ver a procissão passar. No entanto, as verdadeiras "imagens em movimento" 
do início do período moderno eram as próprias procissões. “ 
 
● Comunicação multimídia: 
As formas de comunicação mais atrativas e efetivas daquele período eram as multimídias, 
que combinavam mensagens verbais, não-verbais, musicais e visuais. No início da modernidade na 
Europa, incluíam rituais, espetáculos, montagens de teatro amador, peças, balés, óperas, etc. 
Os rituais eram mensagens, ora mais e ora menos eficazes.Chegou a assumir um caráter de 
meio de promover mudanças no mundo e também podem ser descritos como uma expressão de 
identidade coletiva de sociedades ou grupos que praticam. A forma principal de espetáculo público 
era a procissão (geralmente religiosa), mas batalhas, lutas e torneios também podem ser 
considerados espetáculos públicos. 
Nos séculos XVI e XVII o estilo do ritual europeu sofreu algumas mudanças, como a 
reestruturação do ritual e o aparecimento do teatro. A compreensão desses espetáculos pelo 
espectadores poderia ser facilitada por um intérprete, ou se associavam ao primeiro a impressão de 
textos disponíveis no próprio dia ou sem seguidos sobre a peça apresentada. 
A partir do fim do século XVI surgiu o teatro público, peças com atores profissionais 
apresentadas em hospedarias ou prédios próprios, eram aberto a todos com um ingresso bem barato. 
A ópera comercial começou um pouco mais tarde. Esse desenvolvimento está relacionado ao 
crescimento da população das cidades, que gerou um público potencial novo. 
 
● Interação entre meios de comunicação: 
A interação entre diferentes meio de comunicação levaram a existência de outros, como os 
iconotextos (imagens cuja interpretação depende de textos a elas incorporados). 
Em análise, se pode afirmar que quando aparece um novo gênero ou meio de comunicação, 
os anteriores ainda existem e muitas das vezes fazem interação com os novos. “O velho e o novo — 
por exemplo, o cinema e a televisão — coexistem e competem entre si até que finalmente se 
estabeleça alguma divisão de trabalho ou função. “ 
Como exemplo os manuscritos, que ainda são usados em comunicações específicas, como no 
período moderno para circulação de mensagens públicas ou semi-públicas. Ou seja, mesmo com as 
prensas, os manuscritos ainda eram úteis para certas funções. Na época das publicações de livros, os 
autores por medo da exposição geral de suas pessoas, faziam cópias manuscritas para que essas 
circulassem entre seus amigos e conhecidos. 
Os manuscritos e os impressos circulavam de maneiras diferentes, para alcançar objetivos 
também diferentes. Um ponto importante é que os manuscritos escapavam da censura religiosa, 
moral e política da época. Algumas vezes eram impressos em grande volumes para distribuição 
clandestina em lugares que eram proibidos, seja cópias de cartas, livros, entre outros. 
“Outro exemplo de interação entre manuscritos e impressos nos leva de volta à carta. Os 
editores de jornais impressos de tipos diferentes, desde o Transactions of the Royal Society até The 
Spectator, freqüentemente solicitavam e recebiam correspondência de seus leitores. Algumas dessas 
cartas eram impressas, enquanto outras influenciavam os tópicos escolhidos para discussão e as 
opiniões expressas pelo jornal.” 
Nesses item também se aborda, a interação entre a divulgação oral e a impressa, entre a fala e 
o texto impresso, as canções e as “letras”... “Realmente, a linguagem é um dos domínios que 
melhor ilustra a afirmação de Elizabeth Eisenstein sobre as conexões entre o material impresso e a 
padronização.“ 
Em resumo, as mídias oral e impressa continuam coexistindo e interagindo, ainda que alguns 
nomes chegassem a citar a “morte” da tradição oral, elas sobreviveram e com o passar dos anos 
aumentaram sua conexão, que possibilitou na atualidade novos meios de se comunicar. 
 
● Censura: 
No início da modernidade a censura da mídia era uma grande preocupação das autoridades 
dos estados e das igrejas européias. 
A repressão se estendia desde os livros á peças de teatro, que ficavam sujeitas a censura. Os 
textos eram cuidadosamente analisados procurando comentários considerados inadequados. O 
problema é que isso não impedia os atores de improvisos em cima do palco, por isso algumas peças 
foram abruptamente tiradas de cartaz por ordem de superiores. 
Frequentemente imagens eram criticadas, destruídas ou expurgadas e repintadas. O sistema 
de censura mais famoso e difundido do período foi o da Igreja Católica, com seu "Índex dos Livros 
Proibidos" que proibia três tipos principais de livros: os heréticos, os imorais e os mágicos. 
Os limites da censura ainda não eram estabelecidos. Em vários lugares do texto foram 
removidos nomes de santos e clérigos, chegando-se a deixar incompreensíveis algumas histórias. A 
campanha de repressão teve seu lado absurdo, porém obteve razoável sucesso em seus propósitos. 
Do ponto de vista ortodoxo, os livros eram perigosos. 
 
● Comunicação clandestina: 
A eficácia do sistema de censura não deve ser questionada, mas pode ser analisada, uma vez 
que trouxe consequências que “não estavam previstas”. A censura despertou o interesse nos leitores 
em obras que provavelmente eles não teriam acessos, também originou a reorganização da 
comunicação clandestina, essa última que criou um novo mundo “secreto”. Nesse novo mundo 
veiculava desde ideias religiosas não-ortodoxas até a pornografia."Pornografia" é usada para se 
referir a textos que têm por intenção despertar luxúria e vender, e por essa mesma razão; o termo 
também foi aplicado a várias das primeiras obras modernas. 
Não era fácil estabelecer a divisão entre comunicação pública e privada devido a 
vulnerabilidade das informações “desviarem o percurso”. Alguns segredos eram guardados com 
linguagem própria, como códigos, cifras de diversos tipos e símbolos para garantir que mesmo se 
outras pessoas tivessem acesso não iriam decifrar e interpretar a informação, outro exemplo era os 
anagramas em latim. 
Havia também as publicações clandestinas, “as batidas em gráficas suspeitas de comercializar 
livros proibidos eram comuns, mas algumas delas ficavam instaladas em residências e mudavam de 
endereço por todo o país para evitar apreensões”. Os autores dessas publicações se escondiam 
através do anonimato, utilizavam muito de pseudônimos. Durante o período de Guerra Fria, 
chegavam a publicar em países estrangeiros para dificultar a identificação dos autores. Nas 
fronteiras também havia contrabando de livros e publicações censuradas. Também escreviam como 
fábulas ou retratavam assuntos antigos para disfarçar as histórias mas de forma que seria possível e 
fácil a associação ao tema real abordado. O método alegórico também era muito utilizado. 
 
● O crescimento do mercado: 
A impressão gráfica foi um técnica que criou e modificou um certo mercado de produtores, 
vendedores e consumidores. As mudanças incluíram desde modificações na divulgação até a 
inserção de propagandas de outros livros nas páginas iniciais e finais. A notícias assumiram um 
cunho de mercadoria, o que acarretava mais valor. Esses últimos pontos levaram ao “nascimento da 
sociedade de consumo”. A partir disso, outros conceitos que se relacionam são discutidos, como 
propriedade intelectual, plágio,, imitação criativa, autoria individual, a regulamentação legal, 
propriedade literária, direitos autorais e internacionais, etc. 
Se consolidou também o mercado de mídia, na qual as indústrias relacionadas a produção de 
impressospassa a sofrer outras influências, como por exemplo das ideologias políticas presentes em 
tais regiões, além de ideologia mercadológicas e fatores financeiros. Os principais centros ficavam 
localizados em Veneza no século XVI, Amsterdã no XVII e Londres no XVIII. Associados a esse 
mercado surgem então outros conceitos como: escritores de aluguel, poligrafi, impressos 
multiculturais e poliglotas, novas proibições, editores acadêmicos, gêneros literários, repertório dos 
impressores, produção de atlas, falsificação, pirataria, patrocinadores, editoras, remuneração 
diferenciada, especialistas em tradução de livros (tradutores), homens de letras do século XVIII, 
entre outros. 
 
● A história da leitura: 
O novo conceito de mercado consumidor e a comercialização do lazer incluía a leitura, o que 
leva uma “passagem da oferta para a procura”. Houve mudanças também na forma de leitura entre 
1500 e 1800, essas argumentações foram baseadas “na evidência física do formato de livros, nas 
notas escritas nas margens e nas descrições ou imagens de leitores”. Cinco tipos de leitura serão 
abordadas de forma especial neste item: crítica, perigosa, criativa, extensiva e privada. 
1. Relatos tradicionais enfatizaram o surgimento da leitura crítica devido a oportunidade de se 
comparar opiniões diversas sobre o mesmo assunto. 
2. A leitura privada passa a ser discutida quando começa a considerar seus “perigos”, pois 
possibilitou debates e reflexões profundas sobre temas específicos. Quando falamos sobre leitura 
privada devemos considerar outras perspectivas pelas quais ela era dada como “perigosa”, como a 
censura para determinados grupos e classes sociais e os motivos subjetivos dentro dessa discussão. 
3. A leitura criativa “requer um tipo distinto de exame”, o termo existe quando é considerado a 
possibilidade dos textos serem “lidos de modo oposto às intenções do autor”. 
4. Leitura extensiva foi marcada pela proliferação e dessacralização dos livros. 
5. À tendência de privacidade da leitura, que foi facilitada devido às alterações nos livros, 
como mais capítulos, mais parágrafos, notas nas margens e índices organizados. Essa leitura é vista 
como parte do crescimento do individualismo e da empatia, que também levou a mudanças como o 
tamanho e formato dos livros, que foram aos poucos adaptados para serem lidos com mais 
facilidade em lugares quaisquer, sem depender de uma estante ou de um apoio. 
“Encarar a história da leitura em termos de transição entre atividade pública e privada é uma 
simplificação grosseira, e também pensá-la como simples mudança de intensiva para extensiva.” 
 
● Instrução e divertimento: 
Os usos da prática da leitura eram tão variados na era moderna européia quanto hoje. A 
leitura era realizada inicialmente para informação e instrução moral, depois passa adquirir também 
um aspecto de entretenimento e divertimento. “A longo prazo, e especialmente no século XVIII, a 
literatura de entretenimento dispensou seu lado moral para se tornar parte da comercialização do 
lazer, junto com concertos, corridas de cavalos e circos.”. 
 
● A revolução da prensa gráfica revisitada: 
Depois de uma análise do início da mídia moderna pode ser mais fácil discutir sobre “a 
revolução da impressão gráfica”. Há controvérsias sobre a lógica da escrita, à da impressão gráfica, 
as consequências de algumas técnicas e até que ponto se pode confiar em alguns meios de 
comunicações. 
Os críticos da tese da revolução argumentam que a impressão gráfica não foi o agente 
causador de uma revolução, mas uma tecnologia que deve ser estudada em contextos sociais e 
culturais distintos. Já os defensores “vêem tanto a impressão gráfica quanto a escrita como uma 
ajuda à descontextualização”. 
Ao longo do tópico é discutido sobre a forma correta para nos referirmos a culta da 
impressão, e outros fatores que se relacionam com esse tema. Importante é ponderar as 
considerações e rejeitar as opiniões extremistas. Do ponto de vista geográfico, é preferível pensar 
em efeitos similares da impressão gráfica em lugares diferentes e do ponto de vista cronológico, é 
útil separar as consequências imediatas e a longo prazo da impressão gráfica. “Os contextualistas 
trabalham melhor com o curto prazo, com as intenções, as táticas e as estratégias individuais. Por 
outro lado, os revolucionários agarram-se mais intimamente ao longo prazo e às conseqüências 
inesperadas da mudança.“ 
Por todo texto fica claro que as velhas mídias de comunicação se interagem e relacionam com 
as novas. Cada uma possui seus pontos de fragilidade e de suas vantagens, uma sobre as outras. 
Os impressos podem ser considerados frágeis quando dispostos em certos caminhos, mais 
devemos analisar à questão da estabilidade do conhecimento e que facilitou acumulação e difusão 
deste, além de tornar mais segura. A cultura oral é considerada fluída, e a criação oral mais 
colaborativa. A manuscrita pode ser mais tendenciosa à fixação, porém é imprecisa. Ou seja, há 
opiniões e opiniões sobre uma mesma via de comunicação. 
Outros pontos também devem ser considerados, como o envolvimento de empreendedores no 
processo de transmitir conhecimento, a inserção da publicidade (tanto econômica quanto política), a 
propaganda, os desenvolvimentos ao longo dos anos e a influência na circulação de informações, a 
reprodução mecânica, a distribuição, as medalhas,e os objetivos que foram modificados aos longos 
das décadas e das necessidades sociais. 
Sendo definidos como confiáveis ou não, esses materiais impressos, por exemplo, já faziam 
parte do cotidiano.”Notícias oficiais se multiplicavam nas esquinas e nas portas das igrejas”. Em 
1558, o novo Índex de Livros Proibidos foi fixado nas portas das igrejas da cidade de Florença, o 
que mostrada presença da censura. “Para os habitantes das principais cidades européias, o 
analfabetismo estava se tornando cada vez mais desvantajoso”. 
Os impressos passaram a ser usados como documentos, em caso de aluguéis, recibos, censo e 
declaração de renda. Os padres preenchiam formulários, e os cardeais usaram cédulas para eleição 
de um novo papa. 
Não podemos esquecer do papel do jornal diário do século XVIII, que circulavam nos meios 
sociais, econômicos, políticos e acadêmicos. Ele que, ainda, é extremamente valioso para os 
historiadores sociais, “graças a técnica de impressão”. Além disso participava de várias esferas da 
vida dos cidadãos, desde notícias sobre mortes e acontecimentos até tendências de modas, como no 
caso dos jornais franceses. Posteriormente, os jornais também assumiram um cunho interativo que 
fazia contato com seus leitores, que enviam versos, resolviam quebra-cabeças, competiam com 
poesias, etc. 
“Ao contrário, o periódico inglês The Spectator, que começou a ser publicado em 1711, dois 
anos depois do The Tatler, tinha orgulho de sua liberdade. A característica principal do título do 
jornal era enfatizar sua liberdade em relação a partidos políticos e mostrar que os editores 
pretendiam observar os debates, em vez de se juntar a eles.”. O jornal é um meio de comunicaçãopresente em discussões atuais, com críticos e favoráveis, que acusam e defendem diversos pontos. 
Mas sua identificação com um marco na sociedade é inquestionável devido a sobrevivência e 
crescimento. 
Aos poucos, com os avanços dos impressos, a sociedade também foi criando necessidade de 
dicionários e glossários que ajudassem as pessoas a obter conhecimento sobre o que ainda era 
estranho. Uma vez que a comunicação é uma meio de levar informações de um lugar para outros 
que podem ser muito diferentes, devido a cultura da sociedade que o habita. Isso, posteriormente, 
também possibilitou a desconfiança sobre a imprensa, ou seja, o conhecimento estendeu o poder dos 
indivíduos sobre o que era passado a eles, o que pode ser chamado de “opinião pública”. 
Por último, o estudo de Habermas é importante pela visão da mídia como um sistema no qual 
os elementos diferentes trabalhavam em conjunto. O livro enfatiza a transformação estrutural dessa 
esfera, sua liberdade quanto a manipulações e sua contribuição para o surgimento de atitudes 
racionais e críticas do que seria conhecido — depois da Revolução Francesa — como o "Velho 
Regime". Essa visão sobre o debate público levou a uma outra discussão pública sobre fatores que 
envolviam os debates, e quem pertenciam ou não. Essas outras discussões estarão expostas no 
próximo capítulo, que começa com as novas técnicas do século XX, como o rádio.

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