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Resenha do texto “Contribuições do Método Clínico para pesquisas em Psicopedagogia”.
Nadiégi Esteici Ziemer
Geiva Carolina Calsa possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1989) e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual de Maringá. A autora teve participação na obra “Pesquisas em Educação: Múltiplos olhares” de MACIEL, L. S. B. e MORI, N. N. R., com o capítulo “Contribuições do Método Clínico para pesquisas em Psicopedagogia”, no qual relata uma experiência do Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicopedagogia – Gpesp – da UEM na aplicação do Método Clínico Piagetiano.
A autora explica que o grupo realiza pesquisas de caráter quati-qualitavo, ou seja, de caráter qualitativo não deixando de lado as contribuições do quantitativo durante a coleta e análise de dados. Ainda sobre o caráter da pesquisa, a autora cita Bogdan e Biklen (1999) que dizem que a investigação qualitativa possui cinco características importantes: 1) a fonte direta dos dados é o ambiente natural – os pesquisadores permanecem no ambiente pesquisado, a fim de observar com mais detalhes o comportamento dos sujeitos. 2) a investigação qualitativa é descritiva – os dados incluem entrevistas, fotos, vídeos, notas, ou seja, documentos que podem ser analisados. 3) interessa-se mais pelo processo que pelos resultados – uma das técnicas utilizadas é a aplicação de pré e pós-testes por meio dos quais as mudanças que podem ter ocorrido por meio das influências do pesquisador ficam mais evidentes. 4) os dados são analisados de forma indutiva . 5) o significado é de fundamental importância. (CALSA, G. C. apud BODGAN, BIKLEN, 1999)
De acordo com o texto, Visca (1995) afirma que o método clínico deriva da medicina e sempre se mostrou muito eficaz. Começou a ser usado pela medicina psiquiátrica em pacientes com doenças mentais, e foi adaptado por Piaget, passando a ter como principal objetivo “compreender a lógica interna do pensar do indivíduo”.
Segundo Piaget (1987), um pesquisador, ao utilizar o método clínico, não deve estimular as respostas do indivíduo, e sim, favorecer a fala espontânea do mesmo, analisando o que está sendo expresso. (CALSA, G. C. apud PIAGET, J., 1987)
O Método Clínico piagetiano constitui de uma entrevista na qual as respostas do entrevistado devem ser dadas de forma clara e objetiva, para que não haja ambiguidade ou má interpretação por parte do pesquisador. Para isso, é preciso que as perguntas sejam elaboradas em uma linguagem adequada, de acordo com a faixa etária, grau de escolarização e condição sociocultural do sujeito, para que o mesmo compreenda as perguntas sem maiores dificuldades. Também, de acordo com a autora, a relativização dos acertos e erros das respostas faz parte do Método Clínico.
Na sequência, a autora apresenta uma pesquisa educacional realizada por Cezar (2008) em uma escola de Ensino Fundamental em duas turmas de 4ª e 5ª séries. A pesquisa se deu na disciplina de Língua portuguesa com o conteúdo de acentuação gráfica. As turmas foram separadas em grupos de acordo com o desempenho escolar dos alunos (alunos com dificuldades e alunos sem dificuldades no conteúdo). Para a aplicação dos testes, o pesquisador iniciou fazendo um prévio reconhecimento do conteúdo, ou seja, perguntando aos alunos o que eles sabiam sobre o mesmo. Depois disso, aplicou um teste escrito e um ditado para que os alunos acentuassem as palavras. Após a aplicação dos testes, o pesquisador questionou os alunos sobre os motivos das respostas que eles haviam dado, com o intuito de fazer com que eles pensassem no que haviam feito, para que, possivelmente, tomassem consciência de onde estavam errando. Em seguida, o entrevistador usou da argumentação e notou que alguns alunos se contradiziam nas respostas dadas. 
	A autora separa os passos do pesquisador em cinco estratégias: Observação dos conceitos prévios; Indagações de explicações e justificativas; Contra-sugestão e contra-argumentação; Verificação de contradição e Verificação da influência de variáveis. 
	Segundo a autora, “a atuação do pesquisador tem uma influência considerável sobre o funcionamento do pensamento e das ações do sujeito, ou seja, a evolução de suas respostas durante a entrevista” (CALSA, G. C., 2009, p. 62). Além disso, ela diz que é papel fundamental do pesquisador gerar perguntas desafiadoras e solicitar justificativas dos atos do sujeito, para que o mesmo atinja a tomada de consciência de suas ações.
REFERÊNCIA
CALSA, G. C., Contribuições do Método Clínico para pesquisas em Psicopedagogia. In: MACIEL, L. S. B.; MORI, N. N. R.. Pesquisas em educação: múltiplos olhares. p. 49 – 53. EDUEM: Maringá, PR. 2009.

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