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APOSTILA PSICOLOGIA INTEGRADA
EXERCÍCIO 11: Avaliação Psicológica
A avaliação psicológica é um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área do conhecimento, requer metodologias específicas. Ela é dinâmica e constitui-se fonte de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo, tais como, saúde, educação, trabalho e outros setores em que ela se fizer necessária. Trata-se de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e os fins aos quais a avaliação se destina. (CFP. Conselho Federal de Psicologia. Cartilha sobre Avaliação Psicológica. 2017. Disponível em http://satepsi.cfp.org.br/docs/cartilha.pdf. Acesso em 10 jan. 2019)
Com base na definição de avaliação psicológica proposta pelo Conselho Federal de Psicologia, avalie as afirmações a seguir.
I. A avaliação psicológica permite entender e considerar nuances do comportamento humano, além de subsidiar a elaboração de parecer cientificamente fundamentado.
II. A recomendação para o uso específico dos testes deve ser buscada nos estudos que foram feitos com esse instrumento, principalmente nos estudos de validade e nos de precisão e de padronização.
III. A avaliação psicológica deve considerar na sua condução e realização técnico- científica conhecimentos que venham exclusivamente dos saberes provenientes do campo da psicologia.
IV. O processo de avaliação psicológica é capaz de prover, aos psicólogos, informações importantes para o desenvolvimento de hipóteses que levem à compreensão das características psicológicas da pessoa ou de um grupo.
É correto o que se afirma em
A. I e III, apenas.
B. II e IV, apenas.
C. I, II e III apenas.
D. I, II e IV apenas.
E. II, III e IV, apenas
Reformulando o enunciado para melhor compreendê-lo
De acordo com a Resolução Nº 009, de 25 de abril de 2018, do CFP, Avaliação Psicológica é um “processo de investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE PSICOLOGIA SANTOS CAMPUS RANGEL PSICOLOGIA INTEGRADA
1Questão 31 – Enade 2015 (adaptada
decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas” (CFP, 2018).
Na Cartilha sobre Avaliação Psicológica (CFP, 2013) o Conselho Federal de Psicologia (CFP) afirma que o processo de avaliação psicológica realizado junto a pessoas ou grupos é simultaneamente técnico e científico, permitindo reunir informações sobre fenômenos psicológicos para explicá-los. Os resultados dessa avaliação podem dar suporte à ação do psicólogo, esteja ele atuando na área da saúde, da educação, do trabalho, ou outras. Seja qual for a demanda e a finalidade de determinada avaliação é preciso que o psicólogo a planeje cuidadosamente.
No exercício aqui proposto o aluno deve, tomando por base essa formulação do CFP, avaliar três afirmações para, posteriormente, escolher a alternativa que reúne as afirmações corretas. Na afirmação I é feita referência à utilidade da avaliação psicológica para o conhecimento de nuances do comportamento humano, bem como para o subsídio na elaboração de pareceres com fundamento científico. Na afirmação II é feita referência à necessidade de se buscar respaldo em estudos realizados com cada instrumento antes da escolha dos testes a serem utilizados em uma avaliação, considerando, principalmente, se os instrumentos atendem aos critérios de validade, precisão e padronização.
Introdução Teórica: avaliação psicológica - possibilidades e limitações
A Cartilha sobre Avaliação Psicológica, lançada pelo Conselho Federal de Psicologia em junho de 2007 e atualizada em novembro de 2013 tem por objetivo oferecer informações de natureza ética, teórica e metodológica, para aprimorar a qualidade dos serviços psicológicos oferecidos à sociedade brasileira.
Nessa Cartilha encontramos respostas a questões que possibilitam ao psicólogo compreender a avaliação psicológica em seus múltiplos aspectos: seus limites, passos mínimos a serem executados, instrumentos que podem ser utilizados e elaboração de laudos, entre outros. Destaca que reconhece a pessoa como um ser que se modifica no tempo, com condicionantes históricos e sociais atuando sobre o seu psiquismo. Além disso, privilegia o indivíduo e não a sua patologia.
A avaliação psicológica é um processo amplo que envolve a integração de informações provenientes de diversas fontes, entre as quais, os testes psicológicos. A testagem psicológica, que deve ser considerada uma etapa da avaliação psicológica e que implica na utilização de diferentes tipos de instrumentos, deve atender aos critérios de validade, precisão e padronização.
A Resolução CFP n° 009/2018 informa que “na realização da Avaliação Psicológica, a psicóloga e o psicólogo devem basear sua decisão, obrigatoriamente, em métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional da psicóloga e do psicólogo”. Isso significa que a escolha adequada de um instrumento ou estratégia deve levar em conta critério
científicos aprovados, inclusive pelas instituições que definem a especificidade das práticas psicológicas.
O uso de instrumentos corretos e adequados à demanda da pessoa ou de um grupo, maximiza a qualidade de uma avaliação e possibilita levantar hipóteses. O comportamento humano resulta de uma complexa teia de dimensões inter-relacionais que interagem para produzi-lo e se torna praticamente impossível entender e considerar todas as nuances e detalhes a ponto de prevê-lo por completo. Mas, quanto mais fidedignos forem os resultados obtidos, maior será a possibilidade de diagnosticar corretamente.
Realizado o processo de avaliação, o psicólogo emitirá um laudo/relatório, levando em consideração a sua finalidade. Esse documento reunirá dados sobre os procedimentos adotados e as conclusões resultantes. Deverá estar fundamentado cientificamente e mostrar-se útil à realização do devido encaminhamento, apresentando recomendações relativas a possíveis intervenções ou possível necessidade de acompanhamento psicológico.
CASO 1: Psicologia do Cotidiano
A sala de aula, o que acontece ali, entre alunas, entre alunas e professoras, na apresentação de comportamentos, falas e disposições, é um espaço especial para um exercício de observação. Alunas e alunos são convidados a realizar a observação do que se passa na própria sala de aula (preferencialmente, elas e eles devem estar sentados em roda ou se movendo na sala) e, então, construir um relatório desta observação, durante 15 minutos. Ao final deste tempo, 5 alunos são sorteados para compartilharem e discutirem seus relatórios com os outros colegas.
CASO 2: Entrevista
A entrevista é bastante utilizada na prática profissional da Psicologia, nas mais diferentes situações (trabalho, saúde, assistência social, pesquisa, etc.), individualmente e/ou em grupo. Alunas e alunos são convidados a participar da dramatização de diferentes entrevistas: a anamnese de uma criança de 10 anos, realizada com a presença de sua mãe; uma adolescente com dificuldades de aprendizagem, encaminhada pela escola, para acompanhamento; um grupo de candidatos a uma vaga de emprego em um equipamento de assistência social. A professora deverá convidar ou escolher grupos de alunos para produzirem as dramatizações. Cada dramatização deve durar 15 minutos.
CASO 32: Avaliação da Inteligência
A análise de prontuários de crianças e de adolescentes que apresentam dificuldades no processo de escolarização encaminhadas aos serviços indica que a psicanálise é o
2 Questão 16 – Enade 200
referencial hegemônico dos psicodiagnósticos e as questões escolares estão pouco presentes nos roteiros de entrevistas psicológicas.
PORQUE
Os testes são os instrumentos principais de avaliação psicológica, e os encaminhamentos desconsideram ações no campo educacional. Taisdados indicam a necessidade de se repensarem as práticas psicológicas frente aos encaminhamentos por problemas escolares. (SOUZA, 2005) (adaptado).
Com base na leitura dessas frases, é CORRETO afirmar que
A. A primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira.
B. A primeira afirmativa é verdadeira e a segunda é falsa.
C. As duas afirmativas são falsas.
D. As duas afirmativas são verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
E. As duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
Introdução teórica: queixa escolar
A queixa escolar – predominantemente caracterizada por descrições de comportamento agressivo, dificuldades de aprendizagem e apatia – inclui-se entre os principais motivos de encaminhamento de crianças e adolescentes para as clínicas- escola, os consultórios particulares e a rede pública de atendimento à saúde mental.
Os roteiros de entrevista psicológica e de anamnese utilizados para a realização do diagnóstico psicológico reúnem tópicos relativos à história de vida da criança, enfatizando aspectos referentes ao parto, às doenças, aos processos de desenvolvimento e aos acontecimentos traumáticos. A estrutura desses roteiros evidencia que os dados considerados relevantes para compreensão da queixa privilegiam características pessoais da criança e sua história individual, menosprezando fatores dos contextos sociais por ela integrados. As possíveis causas sociais e ambientais dos “distúrbios” são menosprezadas, ou mesmo ignoradas.
As medidas de inteligência e de desenvolvimento psicomotor têm sido instrumentos privilegiados de avaliação psicodiagnóstica de crianças e adolescentes com queixa escolar. Esses instrumentos, nem sempre validados para os segmentos populacionais brasileiros, desconsideram fatores ambientais, sociais e culturais ao avaliarem a performance do avaliado, conduzindo, pois, a resultados pouco confiáveis. Nesse contexto de avaliação, as causas das dificuldades escolares são atribuídas à própria criança e, quando muito, a seus pais e/ou professores, dado não serem consideradas as variáveis do sistema educacional e mesmo do sistema sócio-político- econômico aos quais essa criança pertence 
CASO 4: Investigação da Personalidad. Leia o caso clínico descrito a seguir:
RBS, masculino, 39 anos, solteiro, católico praticante. Paciente com história de sintomas de irritabilidade e heteroagressividade desde o início do quadro aos 20 anos com perda progressiva de contatos afetivos e sociais, ideias de perseguição, alucinações auditivas de conteúdo religioso (dizia ouvir a “voz de Deus”) e comportamento bizarro (trazia lixo e objetos velhos que encontrava na rua para casa). Apresentava uma evolução da doença bastante ruim, tendo mais de dez internações psiquiátricas devido à intensificação desses sintomas, principalmente do comportamento heteroagressivo. Foi trazido ao nosso serviço após automutilação ocular grave (tentou arrancar o olho direito com as mãos). No momento da avaliação psiquiátrica inicial apresentava-se francamente psicótico, dizia estar obedecendo “às ordens de Deus”, repetia palavras isoladas como “salvação” e “paraíso”, além de manifestar alterações sensoperceptivas compatíveis com alucinações auditivas. (Caso clínico extraído da Revista Brasileira de Psiquiatria. 2000; 22(2): 80-6. Automutilação ocular: relato de seis casos de enucleação ocular. Marcelo G Nucci e Paulo Dalgalarrondo)
Se você estivesse fazendo essa entrevista de triagem, qual seria a hipótese diagnóstica e o encaminhamento mais coerente, de acordo com os critérios propostos pela CID 10?
Assinale a alternativa correta:
A. Esquizofrenia. Acompanhamento psiquiátrico e psicológico com um projeto terapêutico singular que atenda às necessidades do paciente e da família.
B. Transtorno de Personalidade Borderline. Acompanhamento psiquiátrico. Psicoterapia focada nos sintomas psicóticos.
C. Transtorno de Humor. Episódio atual depressivo. Acompanhamento psiquiátrico e psicológico.
D. Transtorno Obsessivo Compulsivo. Acompanhamento psicológico. Construção de um projeto terapêutico singular que leve em conta as necessidades do paciente e dos familiares.
E. Transtorno de personalidade paranoide. Acompanhamento psiquiátrico e psicoterapia em grupo.
O processo de investigação da personalidade exige o uso de diferentes técnicas e estratégias, como, por exemplo, o Método de Rorschach, uma técnica de investigação da personalidade, especificamente um instrumental que permite um diagnóstico tanto estrutural quanto psicodinâmico da personalidade. O uso destes instrumentos deve considerar as condições técnicas e éticas desta utilização, o que exige a especialização da técnica para aplicação profissional. Os resultados da avaliação, no caso da questão, incluem também conhecimentos de psicopatologia e da cid 10
CASO 5: Técnicas Projetivas O teste HTP é uma técnica projetiva de fácil aplicação, uma vez que só exige o uso de um material simples, como folhas de papel e lápis. Dessa forma, pode ser utilizado como um instrumento muito útil, em vários contextos da avaliação psicológica. De acordo com a técnica de aplicação do HTP, é possível afirmar que:
I – Costumeiramente, a fase gráfica é seguida por uma fase verbal.
II – É recomendado ao avaliado que realize os desenhos da melhor maneira possível, independentemente de qualquer habilidade artística.
III – Deve-se anotar a sequência em que cada desenho foi realizado.
IV – O avaliador não deve considerar comentários e expressões não-verbais durante a aplicação, concentrando a avaliação nos desenhos
Assinale a alternativa CORRETA:
A. Apenas I e II
B. Apenas II e IV
C. Apenas I, II e III
D. Apenas I, III e IV
E. Apenas II, III e IV
CASO 6: Psicodiagnóstico Interventivo
Uma escola da rede pública encaminha para uma clínica-escola 30 crianças, todas elas cursando a primeira série do Ensino Fundamental. A queixa principal dos professores é que essas crianças não aprendem. A partir disto, considere as afirmações abaixo:
I. Um psicólogo escolar crítico poderia levantar como hipótese um problema de ordem sociocultural. A escola poderia não estar adequada na tarefa de alfabetizar estas crianças que seriam provenientes de realidades socioculturais diferentes daquela esperada pelo sistema.
II. Um psicólogo escolar crítico poderia encaminhar todas as crianças para um psicodiagnóstico interventivo, para que fossem submetidas a testes de inteligência, porque descartariam possíveis deficiências.
III. Um psicólogo escolar crítico poderia encaminhar todas as crianças para um diagnóstico psicopedagógico, uma vez que a queixa é de distúrbio de aprendizagem.
IV. Um psicólogo clínico levantaria como hipótese problema de ordem institucional. O fracasso escolar poderia ser decorrente de fatores intraescolares.
V. Um psicólogo clínico poderia visitar a escola para entender melhor o encaminhamento das crianças.
Assinale a alternativa correta
A. Apenas as afirmações I, II e V estão corretas.
B. Apenas as afirmações I, IV e V estão corretas.
C. Apenas a afirmação I está correta.
D. Apenas as afirmações I e V estão corretas.
E. Apenas as afirmações I, III e IV estão corretas.
EVANGELISTA, P. O psicodiagnóstico interventivo fenomenológico-existencial grupal como possibilidade de ação clínica do psicólogo. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, v. 22, n. 2, p. 219-224, dez.	2016.	Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 68672016000200014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 10 jan. 2020.
MILANI, R.G.; TOMAEL, M.M.; GREINERT, R.B.M. Psicodiagnóstico interventivo psicanalítico. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v. 5, n. 1, p. 80-95, jun. 2014. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v5n1/a06.pdf. Acesso em 10 jan. 2020.
CASO 73: Pesquisa em Psicologia
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos países ainda discriminam ou simplesmente não reconhecem a existência ou o efeito prejudicial das doenças mentais em sua população. A OMS afirmou, em 2001,que, até 2020, as condições clínicas associadas a alterações mentais e neurológicas incapacitarão quase 15% da população em algum momento. A depressão responderá pela maior parte deste percentual, acometendo quase o dobro de mulheres em relação ao número de homens. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Ministerial Round Tables 2001. 54th World Health Assembly. World Health Organization, Genebra, 2001) (adaptado).
A partir dos dados descritos pela OMS, um pesquisador conduziu um estudo para compreender o motivo pelo qual a incidência de quadros depressivos tem aumentado significativamente no Brasil nos últimos anos. Para a coleta de dados, ele usou escalas de autorrelato (inventários de depressão e de ansiedade) e entrevistas semiestruturadas, com o intuito de avaliar dois grupos de trabalhadores com diferentes perfis profissionais. O primeiro grupo foi avaliado em 2013, e o segundo em 2015. Cada grupo foi composto por uma amostra de 200 sujeitos. O investigador relacionou os escores brutos das escalas de autorrelato com categorias de respostas definidas a partir dos dados obtidos com as entrevistas. Ao interpretar os resultados, constatou que havia uma relação entre os escores de depressão e a quantidade de tempo que os profissionais ficavam distantes de seus familiares, o que ocorria em virtude do aumento da carga de trabalho. Tal relação foi observada em ambas as amostras.
Considerando-se a metodologia e as variáveis presentes nesse estudo hipotético, conclui-se que se trata de uma pesquisa
3 Questão 16 – Enade 2015.
A. experimental e quantitativa, sequencial, com diferentes coortes, cuja variável independente é a depressão.
B. descritiva e correlacional, transversal, com diferentes coortes, cuja variável independente é a distância dos familiares.
C. explicativa e quantitativa, longitudinal prospectiva, com mesmo coorte, cuja variável dependente é a distância dos familiares
D. descritiva e qualitativa, longitudinal, retrospectiva, com diferentes coortes, na qual a distância dos familiares é uma variável independente.
E. descritiva e explicativa, transversal, com duas coortes, na qual tanto a depressão quanto a distância dos familiares são variáveis dependentes.
Reformulando o enunciado para melhor compreendê-lo
Esta questão apresenta um problema relativo à metodologia de pesquisa em psicologia. Discorre sobre um estudo realizado para compreender porque os quadros depressivos têm aumentado significativamente no Brasil nos últimos anos. O pesquisador tomou por base dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que apontam para a possibilidade de quase 15% da população mundial apresentar alterações mentais e neurológicas incapacitantes, entre os anos 2001 e 2002. Nesse conjunto de alterações foi possível prever que o maior percentual será o da depressão e o número de mulheres comprometidas será quase o dobro do número de homens. Baseado nesses dados o pesquisador adotou o seguinte procedimento: (1) Sua amostra foi composta por dois grupos de trabalhadores de diferentes perfis, cada grupo com 200 profissionais. (2) Avaliou o primeiro grupo em 2013 e o segundo em 2015 utilizando escalas de autorrelato (inventários de depressão e de ansiedade) e entrevistas semiestruturadas. (3) Com base nos dados coletados nas entrevistas o investigador estabeleceu categorias de resposta para, em seguida, relacioná-las com os escores brutos das escalas de autorrelato. (4) Ao interpretar resultados obtidos nas duas amostras o pesquisador constatou uma relação entre escores de depressão e período durante o qual os profissionais permaneciam distantes de seus familiares devido à excessiva carga de trabalho.
Considerando o método utilizado e as variáveis presentes no estudo apresentado, o aluno é convidado a assinalar a alternativa correta entre cinco afirmações, devendo identificar: (1) o tipo de pesquisa (descritiva ou explicativa; quantitativa, qualitativa ou correlacional; sequencial, transversal, longitudinal prospectiva ou retrospectiva); (2) o tipo de coorte utilizado (mesma coorte, duas coortes ou diferentes coortes); (3) o tipo de variável (dependente ou independente) e (4) o fenômeno considerado (depressão e distância dos familiares). No quadro abaixo é possível visualizar melhor a combinação de elementos em cada uma das cinco afirmações, cabendo assinalar que a escolha da alternativa correta demanda conhecimento da definição precisa de cada um desses elementos.
	
	
Tipo de pesquisa
	
Desenvolvime nto	da
pesquisa
	
Tipo de coorte
	
Tipo	de variável
	Fenômen o
considera do
	
A
	
Experimen tal
	
Quantitativ a
	
Sequencial
	Diferent
es coortes
	
Independe nte
	
Depressão
	
B
	
Descritiva
	
Correlacio nal
	
Transversal
	Diferent es coortes
	
Independe nte
	Distância dos familiares
	
C
	
Explicativa
	
Quantitativ a
	
Longitudinal prospectiva
	
Mesmo coorte
	
Dependent e
	Distância dos
familiares
	
D
	
Descritiva
	
Qualitativa
	
Retrospectiva
	Diferent
es coortes
	
Independe nte
	Distância
dos familiares
	
E
	
Descritiva
	
Explicativa
	
Transversal
	
Duas coortes
	
Dependent es
	Depressão e distância dos
familiares
Metodologia de Pesquisa em Psicologia
As pesquisas em Psicologia podem ser classificadas em distintas categorias, algumas das quais acham-se enunciadas a seguir.
Nas pesquisas experimentais as variáveis são manipuladas em condições pré- estabelecidas para identificar possíveis relações de causalidade entre elas. As pesquisas descritivas têm por objetivo identificar as variáveis e suas relações ou descrever as características do fenômeno estudado. As pesquisas explicativas têm por objetivo identificar as causas de determinados fenômenos.
As pesquisas quantitativas têm por objetivo enumerar ou medir eventos e testar hipóteses, submetendo os dados à análise estatística. Seus principais instrumentos de coleta são os questionários, escalas e testes. Utilizam linguagem matemática para descrever, representar e interpretar seus objetos de estudo: o método busca regularidades com vistas a estabelecer relações causais que possibilitem realizar previsões.
As pesquisas qualitativas têm por objetivo descrever, analisar e compreender distintos fenômenos. Nessa modalidade de pesquisa as informações são coletadas por meio de entrevista, observação e investigação participativa, entre outros. Busca-se compreender os fenômenos a partir da ótica dos participantes
Enquanto as ciências naturais utilizam prioritariamente recursos próprios das pesquisas quantitativas, nas ciências humanas e sociais tais recursos associam-se a outros, próprios das pesquisas qualitativas. As pesquisas correlacionais são utilizadas para estudar fenômenos por meio do reconhecimento de relações estabelecidas entre eles.
As pesquisas são desenvolvidas de modo transversal (seccional) ou longitudinal (horizontal). Nas pesquisas transversais causas e efeitos são observados num mesmo momento histórico e nas longitudinais a sequência de eventos pode ser considerada de modo retrospectivo ou prospectivo: em pesquisas retrospectivas são estudados fenômenos ou fatos passados que possam ser considerados causais e nas prospectivas, também conhecidas como “estudos de coortes”, acompanha-se a evolução de dado fenômeno ou fato ao longo do tempo. Denomina-se coorte determinado grupo de pessoas que compartilham os mesmos eventos durante determinado período, acompanhado prospectivamente. Uma coorte pode ser formada, por exemplo, de todas as pessoas nascidas em determinada cidade na década de 2000. Nas pesquisas pode ser utilizada uma única coorte ou mais de uma. Resumidamente, em estudos longitudinais retrospectivos parte-se do conhecimento de efeitos em busca de causas, e no prospectivo parte-se do conhecimento de fatos ou fenômenos, hipoteticamente causas de efeitos observados no presente.
As variáveis podem ser classificadas de muitos modos. Uma das classificações possíveis, realizada em função da relação estabelecida entre variáveis de determinado estudo, considera variável independente a que é fator determinante para a ocorrência de um resultado, ouseja, aquela que é condição (ou causa) para a ocorrência de um efeito (consequência) e variável dependente a que é fator (ou propriedade) resultante, efeito, consequência de determinada(s) variável(eis) independentes.
CASO 84: Investigação da Personalidade
Situação: casal recém-divorciado não consegue entrar em acordo com relação à guarda dos filhos, um menino de 5 anos e uma menina de 3 anos. A mãe quer permanecer com os dois filhos com visitas e fins de semana alternados com o pai, mas este quer a guarda das crianças, com o mesmo sistema de visitas e fins de semana alternados, pois julga a mãe negligente com relação às crianças. Esta acredita que isto se deva ao ressentimento dele por ela ter solicitado a separação. Várias conversas foram tentadas e não foi possível chegar a um acordo. O juiz solicita a intervenção de um psicólogo.
O psicodiagnóstico que incluísse entrevistas e métodos projetivos poderia ser mais útil, neste caso, para
A. traçar um perfil de personalidade da mãe das crianças que permitisse confirmar ou descartar sua negligência.
B. avaliar a capacidade dos pais de lidar com fatores de sobrecarga emocional.
C. traçar um perfil de personalidade do pai mostrando a possibilidade ou o impedimento para cuidar de crianças.
D. definir presença de transtornos depressivos, associados aos comportamentos descritos.
E. relacionar a influência de distúrbios do pensamento sobre a percepção da realidade.
Introdução teórica: Psicologia Jurídica
De acordo com Lago e Bandeira (2009):
Nos processos de separação ou divórcio é preciso definir qual dos ex-cônjuges deterá a guarda dos filhos. Conforme o artigo nº 1.584, do Novo Código Civil, vigente desde janeiro de 2002, nos casos de separação consensual, será observado o que os cônjuges acordarem sobre a guarda dos filhos. Em não havendo acordo, a guarda será atribuída àquele que reunir melhores condições para exercê-la, o que não implica melhores condições econômicas ou materiais (p. 1).
Altoé (2001, p.1) questiona: “E como saber quem tem melhores condições? Quais os critérios para a avaliação realizada pelos psicólogos?”. A autora afirma que o trabalho do psicólogo na área jurídica não deve se restringir à elaboração de pareceres para que o juiz possa aplicar a lei. Deve, sim, visar à resolução dos conflitos que conduziram a família ao poder judiciário. Conflitos não resolvidos produzirão a reincidência dos problemas que conduziram o caso à Justiça, e o processo tende a prolongar-se por anos, sem redução da dor dos envolvidos.
Ainda de acordo com a autora, antes da década de 1990 a função do psicólogo judiciário se restringia à realização de perícias e pareceres. Hoje seu trabalho inclui informação, apoio, acompanhamento e orientação pertinentes aos atendimentos realizados, dado haver preocupação com a saúde mental das pessoas envolvidas.
Para Suannes (2008):
Refletir sobre o modelo pericial e articulá-lo à ideia de um trabalho interventivo significa considerar também que o encontro com a(s) pessoa(s) que faz(em) parte de um processo de Vara de Família não é mera condição de aplicação de instrumentos de avaliação que é demandada por um terceiro. Supõe considerar que essas pessoas procuram o Judiciário para resolver conflitos de família porque não encontraram outra forma de lidar com o sofrimento que advém deles. (p. 29).
Segundo Suannes (2008) a perícia, entendida como uma forma de avaliação psicológica, deve assumir também um caráter interventivo: “Embora não seja uma instituição de saúde mental, é o Judiciário o lugar que essas pessoas escolheram para tratar, viver e falar da dor da separação, dos rompimentos de vínculos, da desidealização da família e de si mesmas”. (p.36)
Indicações bibliográficas
ALTOÉ, S. E. Atualidade da Psicologia Jurídica. PsiBrasil: Revista de Pesquisadores da Psicologia	no	Brasil,	Juiz	de	Fora,	v.	1,	n.	2,	2001.	Disponível	em:
<http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/psicologia_juridica.pdf>. Acesso em: 1 jan. 2020.
LAGO, V. de M.; BANDEIRA, D. R. A Psicologia e as demandas atuais do direito de família.	Psicologia:	ciência	e	profissão,	Brasília,	v.	29,	n.2,	jun.	2009. Disponível em: <http://pepsic.bvspsi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 98932009000200007&lng=pt&nrm>. Acesso em: 1 jan. 2020.
SUANNES, C. A. M. A sombra da mãe: um estudo psicanalítico sobre identificação feminina a partir de casos de Vara de Família. 2008. 125 f. Dissertação (Mestrado). Departamento de Psicologia Clínica, PUC, São Paulo, 2008. Disponível em:<http://www.caf.org.br/paginas/biblioteca/disserta_claudia_suann
es.pdf>. Acesso em: 1 jan. 2020.
CASO 9: Técnicas Projetivas
Existe uma variedade expressiva de instrumentos de avaliação psicológica gerados para a exploração de diversas variáveis e processos psicológicos. Cada tipo de instrumento oferece atributos positivos e limitações que o psicólogo deve considerar quando o inclui ou exclui de um processo avaliativo. Portanto:
I – As técnicas projetivas, como instrumentos que geram hipóteses interpretativas, são importantes ferramentas para a identificação de características e traços de inteligência.
II – As técnicas projetivas identificam sinais e sintomas relacionados a quadros psicopatológicos.
III – Qualquer avaliação psicológica tem como objetivo fornecer informações, para que, a partir destas, sejam tomadas decisões sobre o indivíduo avaliado.
IV - Qualquer técnica projetiva pode ser utilizada para investigação da personalidade e da inteligência do sujeito.
Portanto, é CORRETO apenas o que se afirma em:
A. I, II, IV
B. II, III e IV
C. I, II e III
D. III e IV
E. II, III
CASO 10: Psicodiagnóstico Interventivo
Carolina tem 11 anos e mora com a avó paterna, desde que seus pais se separaram, há 6 anos. O pai e a mãe, depois da separação tumultuada, mudaram-se para outros estados e pouco contato tiveram com a menina. O pai telefona 4/5 vezes no ano e sempre aparece no Natal com muitos presentes para Carolina. Quando está com ela mantém um relacionamento amigável, como se fosse um parente muito distante. A mãe nunca mais viu a menina; apenas conversa por telefone. Passa muito tempo sem ligar, mas às vezes telefona várias semanas seguidas. Manda, pelo correio, presentes para Carolina na data de seus aniversários e no Natal. D. Vanda, a avó, cuida de toda a educação da criança. Recentemente, a mãe voltou e quer ficar com a criança. O pai quando soube se contrapôs e quer levar Carolina para morar com ele. A avó não admite que retirem Carolina de sua casa, afinal foi ela quem praticamente a criou. Neste cenário de brigas, discussões e ameaças, Carolina não quer mais ir à escola, pois tem medo de ser raptada pelos pais e está apresentando enurese noturna. A disputa pela guarda da criança vai ser resolvida na justiça. D. Vanda procura uma psicóloga, sem o conhecimento dos pais da menina, requisitando um laudo psicológico que a favoreça na disputa, uma vez que Carolina não quer morar nem com a mãe nem com o pai. Pretende apresentar o laudo ao juiz, quando for aberto o processo.
Baseados no relato podemos afirmar que:
A. Para que o laudo psicológico seja completo, a psicóloga deve convocar pessoas que tivessem convivido com o casal e a criança e pudessem emitir opiniões mais neutras sobre essas relações.
B. A psicóloga deveria realizar um psicodiagnóstico da criança, garantindo a presença dos pais.
C. A psicóloga deve elaborar um laudo com todas as informações colhidas, não só das entrevistas, mas também dos testes aplicados, porque só assim o juiz pode tomar uma decisão adequada ao caso.
D. Não convocar o pai e a mãe, neste caso, não se constitui em falta ética, porque o que importa são as imagens parentais internalizadas e não reais.
E. A psicóloga deve ouvir a menina e seu laudo deve estar baseado nos desejos desta. JUSTIFICATIVA:
De acordo com Milani, Tomael e Greinert (2014), o psicodiagnóstico interventivo é um processo de investigação que inclui intervenções que podem trazer mudanças para o paciente desde as consultas iniciais. Aaplicação do psicodiagnóstico interventivo vem
sendo utilizada desde a década de 1990. Marília Ancona-Lopez e Mary Santiago são precursoras do psicodiagnóstico interventivo no Brasil na abordagem fenomenológico- existencial, ao perceberem melhoras dos pacientes já durante o processo psicodiagnóstico. Para Evangelista (2016) o psicodiagnóstico interventivo é muito adequado para atender à clientela dos serviços-escola de Psicologia, dado seu caráter investigativo voltado para responder às demandas e necessidades da clientela. Numa perspectiva fenomenológica-existencial, o psicodiagnóstico interventivo vai ser compreendido como mais do que uma coleta de dados para que o psicólogo formule uma compreensão sobre o cliente, já que permite que os clientes formulem uma compreensão sobre si mesmos, contribuindo para a superação do sofrimento que motivou a busca por ajuda.
Neste sentido, outra dimensão muito importante presente no psicodiagnóstico interventivo é a presença da família em todo o processo, assim como o acesso a outros cenários que contribuam para a construção de hipóteses sobre o que se passa com os clientes, com, por exemplo, visitas à casa e à escola.
EVANGELISTA, P. O psicodiagnóstico interventivo fenomenológico-existencial grupal como possibilidade de ação clínica do psicólogo. Rev. abordagem gestalt., Goiânia, v. 22, n. 2, p. 219-224, dez.	2016.	Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 68672016000200014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 10 jan. 2020.
MILANI, R.G.; TOMAEL, M.M.; GREINERT, R.B.M. Psicodiagnóstico interventivo psicanalítico. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v. 5, n. 1, p. 80-95, jun. 2014. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/eip/v5n1/a06.pdf. Acesso em 10 jan. 2020.
CASO 115: Pesquisa em Psicologia
Pesquisa 1: A pesquisa objetivou investigar representações sociais do espaço prisional entre detentas de uma penitenciária estadual feminina. Optou-se pela entrevista semiestruturada como instrumento de coleta de dados. Foram entrevistadas dez detentas, utilizando um roteiro focalizando: dados sociodemográficos; momento do crime; funções da pena; relação familiar antes e depois do encarceramento; vida antes do encarceramento; dia a dia na penitenciária; visão do tratamento recebido; maiores dificuldades da prisão e projetos futuros. (FRINHANI, F.M.D.; SOUZA, L. Mulheres encarceradas e espaço prisional: uma análise de representações sociais. Psicol. teor. prat. [online], v. 7, n.1, 2005) (adaptado)
Pesquisa 2: Os relacionamentos íntimos, dentre eles o namoro, pressupõem a existência de identidades e representações sociais, que são compartilhadas através de comportamentos, normas e valores sociais. Objetivou-se identificar a representação
5 Questão 14 – Enade 2015.
social e a particularização em função da identidade sexual e experiência com o namoro. Para tal, a amostra foi composta por 183 estudantes universitários, com média de idade de 22 anos. Foi utilizado um questionário auto aplicado em situação coletiva. (BERTOLDO, R. B.; BARBARA, A. Representação social do namoro: a intimidade na visão dos jovens. PsicoUSF [online], v. 11, n.2, 2006 (adaptado).
Estão resumidas, acima, duas pesquisas no campo das representações sociais. A respeito dos instrumentos usados para a coleta de dados nessas pesquisas, avalie as afirmações as seguir.
I. A entrevista semiestruturada, utilizada na Pesquisa 1, diferentemente da entrevista aberta, tem como grande vantagem a possiblidade de se obterem dados já categorizados, o que facilita o processo de análise dos resultados.
II. Dado que há uma relação entre o número de participantes da pesquisa e o tipo de instrumento usado, é correto afirmar que pequenas amostras permitem, como na Pesquisa 1, o uso de instrumentos abertos que captam o fenômeno em maior profundidade.
III. Os questionários autoaplicáveis, como o usado na Pesquisa 2, são comuns nas pesquisas online e permitem a coleta de dados qualitativos e quantitativos.
É correto o que se afirma em:
A. I, apenas.
B. III, apenas.
C. I e II, apenas.
D. II e III, apenas.
E. I, II e III.
PORQUE 
I. A entrevista semiestruturada, utilizada na Pesquisa 1, diferentemente da entrevista aberta, tem como grande vantagem a possibilidade de se obterem dados já categorizados, o que facilita o processo de análise dos resultados.
Falso. Uma entrevista semiestruturada não necessariamente possibilita a obtenção de dados já categorizados.
II. Dado que há uma relação entre o número de participantes da pesquisa e o tipo de instrumento usado,é correto afirmar que pequenas amostras permitem, como na Pesquisa 1, o uso de instrumentos abertos que captam o fenômeno em maior profundidade.
Correto. Em pesquisas como a primeira, é possível, por meio de questionários abertos, garantir uma ampliação da investigação, de modo a abordar conhecimentos mais detalhados sobre a situação analisada.
III. Os questionários autoaplicáveis, como o usado na Pesquisa 2, são comuns nas pesquisas online e permitem a coleta de dados qualitativos e quantitativos.
Correto. É possível, por meio de questionários autoaplicáveis, obter fontes para pesquisas qualitativas e quantitativas, a depender, é claro, da base fornecida pelos pesquisadores.
Reformulando o enunciado para melhor compreendê-lo
Esta questão tem por objetivo principal verificar conhecimentos do aluno sobre instrumentos de coleta de dados utilizados em pesquisas. A Pesquisa 1 teve por objetivo investigar representações sociais do espaço prisional entre detentas de uma penitenciária estadual feminina. Nessa pesquisa a coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com 10 detentas. O roteiro de entrevista focalizou diversos tópicos. Da Pesquisa 2, que teve por objetivo investigar representações sociais compartilhadas em relacionamentos íntimos, particularmente no namoro, participaram
183 estudantes universitários, com média de idade de 22 anos. Foi utilizado um questionário autoaplicado em situação coletiva.
Uma vez descritos esses experimentos, é solicitado ao aluno que avalie três afirmações e assinale a(s) correta(s). Em 1 é afirmado que a entrevista semiestruturada possibilita obter dados já estruturados, o que facilita a análise; em 2 é afirmado que pequenas amostras (como as utilizadas na Pesquisa 1) possibilitam utilizar instrumentos abertos, que captam em maior profundidade o fenômeno estudado e, em 3, é afirmado que os questionários autoaplicáveis (como os utilizados na Pesquisa 2) são comuns em pesquisas realizadas online e possibilitam a obtenção de dados quantitativos e qualitativos. Depois de avaliar as três afirmações, o aluno deverá assinalar a alternativa que contempla a(s) afirmação(ões) correta(s).
Introdução teórica: coleta de dados em pesquisas sobre representações sociais
Pesquisas acadêmicas são pautadas por diferentes epistemologias, ontologias, concepções de ciência e, consequentemente, por diferentes teorias. Nesta questão são apresentados exemplos do uso de instrumentos de coleta de dados utilizados para investigar representações sociais uma, desenvolvida em espaço prisional e a outra desenvolvida junto a estudantes universitários: a coleta de dados sobre as representações sociais que dez detentas de uma penitenciária estadual feminina têm do espaço prisional foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas e a coleta de dados sobre representações sociais de universitários sobre o namoro foi realizada por meio de um questionário auto aplicado em situação coletiva, da qual participaram 183 estudantes universitários.
A Teoria das Representações Sociais (TRS), elaborada por Serge Moscovici, dedica-se à produção de saberes sociais no âmbito do cotidiano. Sob essa perspectiva, a ‘Representação Social’ é necessariamente uma representação partilhada socialmente sobre algum(uns) objeto(s) e alguma(s) pessoa(s). A TRS permite a utilização de variada gama de métodos investigativos, desde os questionários fechados até os mais diferentes formatos de entrevistasque possibilitam captar as ideias de determinado grupo de pessoas acerca de seu cotidiano.
Para realizar pesquisas sobre representações sociais o primeiro passo a ser dado é formular a questão norteadora e o objetivo da investigação para, a partir disso, escolher o instrumento a ser utilizado. As particularidades de uma pesquisa são definidas, também, em função dos conceitos a serem explorados, da população-alvo, do tamanho da amostra (participantes da pesquisa) e dos recursos disponíveis. Também é preciso considerar, de um lado, o instrumento de coleta de dados e, de outro lado, o contexto social onde será utilizado.
Entre os instrumentos de pesquisa utilizados em ciências humanas incluem-se as entrevistas - estruturadas, semiestruturadas e não estruturadas - e os questionários
- auto aplicados em situação coletiva ou em pesquisas realizadas online.
Nas entrevistas estruturadas, ou fechadas, utiliza-se um roteiro a ser rigorosamente obedecido durante o processo de coleta de informações para garantir homogeneidade no processo de obtenção de dados. É preciso que as perguntas preservem a redação original, sejam formuladas sempre do mesmo modo e obedeçam sempre a mesma sequência.
As entrevistas semiestruturadas também são realizadas com base em roteiros. Embora o roteiro de entrevista ofereça maior margem de liberdade ao pesquisador para dialogar com o participante, permitindo, inclusive, que ele auxilie no processo de aprofundamento das ideias que surgem no transcorrer da entrevista. O pesquisador deverá permanecer atento ao foco de interesse da pesquisa para evitar desvios do tema proposto.
Quanto aos questionários auto aplicados em situação coletiva, comumente utilizados em pesquisas online, cabe lembrar que o questionário é o principal instrumento de levantamento de dados por amostragem porque favorece a coleta de todo tipo de informações e reduz a variabilidade das respostas, dada a padronização das perguntas. Sendo assim, os questionários favorecem a coleta de informações objetivas, mas reduzem o acesso a variabilidade e reduzem a complexidade das respostas dos participantes.
Embora o foco desta questão recaia sobre a coleta de dados, é útil fazer referência a um procedimento de análise de dados coletados. Como os dados não falam por si, para analisá-los é preciso categorizá-los, ou seja, agrupá-los em função de significados comuns. A categorização, classificação dos elementos das mensagens realizada com base em determinados critérios, possibilita sintetizar as comunicações coletadas dando destaque a seus aspectos mais importantes. Dessa forma, embora a entrevista semiestruturada focalize diversos tópicos, estes não constituem categorias de análise. As categorias são extraídas da análise do conteúdo das entrevistas.
Assim, é somente após a realização do trabalho de campo, em que o pesquisador tem acesso ao material advindo dos participantes - por meio de questionários ou entrevistas - torna-se possível realizar a etapa de categorização do conteúdo. A categorização, classificação dos elementos das mensagens, realizada com base em determinados critérios, possibilita sintetizar as comunicações coletadas, dando destaque a seus aspectos mais importante
CASO 12. PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO / PSICOPATOLOGIA
Uma professora da escola procura o psicólogo a fim de que ele escute uma criança que tem um padrão de agitação psicomotora na sala, não para quieta, não consegue copiar a lição passada e na opinião dessa professora possui algum tipo de déficit de leitura para a idade dele e experiência escolar. Considerando as discussões feitas na disciplina que tipos de medidas deveriam estar presentes na métrica de uma possível avaliação psicodiagnóstica nesse contexto.
a. ( ) medidas de desempenho escolar uma vez que devemos investigar se a criança está aprendendo no ano adequado. Essa medida é suficiente.
b. ( ) medidas de personalidade porque claramente a criança não possui qualquer tipo de distúrbio cognitivo.
c. ( ) medidas de desempenho intelectual, testes expressivos e de personalidade, podendo incluir algum teste específico após um contato maior com a criança.
d. ( ) medidas de inteligência e testes neuropsicológicos visto que claramente acriança tem uma questão neuropsicológica a ser esclarecida
e. (	) testes neuropsicológicos, visto que se a criança tiver algum problema neuropsicológico a medida cognitiva não vai ter qualquer utilidade.
CASO 13. ENTREVISTA PSICOLÓGICA / AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Após a finalização do processo psicodiagnóstico tem-se uma etapa em que se comunica os resultados do processo à pessoa que o requereu e que foi avaliada. Essa etapa é apontada como uma condição ética importante no desfecho do processo de avaliação psicodiagnóstica. Essa etapa se refere a:
a. (	) Devolutiva
b. (	) Plano de avaliação – técnicas, instrumentos e estratégias.
c. (	) Diagnóstico e Prognóstico
d. (	) Contrato de trabalho
e. (	) Formulação da primeira pergunta a ser investigada EXERCÍCIO 02. ENTREVISTA PSICOLÓGICA / AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Sobre os objetivos da entrevista inicial OCampo e Arzeno (2009) destacam alguns itens que o compõem. Assinale o item que está relacionado com esse processo.
a. (	) Considerar o que, quando e como o paciente verbaliza sua queixa e com que ritmo. Comparar isso com a imagem que transmitiu no primeiro contato. (https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0935.pdf) 
b. ( ) Fazer proposições sobre o tratamento que ele fará após a sua avaliação.
c. ( ) Estabelecer um bom rapport com o paciente para reduzir a possibilidade do paciente dar respostas inadequadas
d. ( ) Detectar com os pais do paciente qual a sua real história.
e. ( ) Dirigir a capacidade dos pais de aceitar a situação diagnostica atual e potencial.
.
CASO 14. PSICODIAGNÓSTICO/ AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Se um psicólogo, afastado cerca de 12 anos da profissão, retorna para a clínica, realizando avaliação psicológica de crianças e adolescentes e utiliza os testes que aprendeu na universidade com seu professor de Técnicas de Avaliação da Inteligência sem verificar quais testes atualmente são utilizados, sua atitude pode ser analisada como:
I - Correta, pois a aplicação de testes psicológicos é uma atribuição privativa do Psicólogo e ele ainda se lembrava dos testes que aprendera.
II - Inadequada, pois os dados empíricos das propriedades de um teste psicológico devem ser revisados periodicamente, razão pelas quais os testes que o psicólogo aprendeu podem estar desatualizados quanto ao manual, tabelas de normas, entre outros
III - Incorreta e este psicólogo está correndo o risco de ser penalizado por falta ética, uma vez que não busca saber quais testes constam da relação do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos do CFP (Conselho Federal de Psicologia) com parecer favorável para uso.
É correto APENAS o que se afirma em:
a. ( ) I
b. ( ) I e II
c. ( ) I e III
d. ( ) II
e. ( ) II e III
EXERCÍCIO 03. PSICOMETRIA/ AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Verifique se as frases abaixo são verdadeiras ou falsas e escolha entre as alternativas apresentadas a(s) que est(ão) correta(s).
I) Os resultados de uma avaliação psicométrica são conclusivos e dispensam outros indícios do comportamento.
II) Mesclar estratégias de avaliação de diferentes abordagens teóricas pode ser considerado positivo, como um recurso científico de nos aproximarmos de nosso objetivo de estudo.
III) Após realizar uma avaliação prospectiva o psicólogo terá como definir a trajetória de desenvolvimento.
a. ( ) Somente a alternativa I é verdadeira
b. ( ) Somente a alternativa II é verdadeira
c. ( ) Somente a alternativa III é verdadeira
d. ( ) As alternativas I e II são verdadeiras
e. ( ) As alternativas II e III são verdadeiras
EXERCÍCIO 04. AVALIAÇAO PSICOLÓGICA
Para que os testes psicológicos aplicados tenham validade, são necessárias algumas precauções por parte do aplicador. Analise as frases, verifique qual(is) a(s) que não corresponde(m) a tais procedimentos e assinale a alternativa correta:
I – Preparo próprio do examinador.
II – Ambiente físico: espaço físico, iluminação,temperatura, ventilação, isolamento acústico.
III – Ensaio de procedimento com um ou mais sujeitos experimentais.
a. ( ) Somente a alternativa (I) não corresponde ao procedimento de validade
b. ( ) Somente a alternativa (II) não corresponde ao procedimento de validade
c. ( ) Somente a alternativa (III) não corresponde ao procedimento de validade
d. (	) Somente as alternativas (I) e (II) não correspondem ao procedimento de validade.
e. ( ) Somente as alternativas (II) e (III) não correspondem ao procedimento de validade.
EXERCÍCIO 05. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
O sigilo é um dos pontos fundamentais de um processo psicológico. Leia as frases a seguir e assinale a alternativa correta que se refere a essa característica.
a. ( ) Se o conteúdo de um teste psicológico for divulgado, sua capacidade de medida torna-se inválida, pois os resultados do teste realizado por uma pessoa que conhece antecipadamente seu conteúdo, provavelmente, não serão condizentes com a realidade.
b. ( ) Os resultados quantificados na avaliação de uma criança deverão ser apresentados a seus pais e familiares, os únicos que poderão obter os escores a fim de garantir o sigilo.
c. ( ) Ao enviar o laudo a um colega, também psicólogo, que solicitou a avaliação, o psicólogo, para manter o sigilo profissional, não deve revelar os escores obtidos pela criança.
d. ( ) Ao final de uma resposta errada dada pelo sujeito, o psicólogo deverá orientá-lo a conversar com seu professor sobre o erro a fim de que esse possa auxiliá-lo em seu aprendizado.
e. ( ) O laudo psicológico deve conter todos os escores e percentis para que as informações sejam úteis para os demais profissionais.
CASO 15. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA (CASO FORNECIDO NA INTEGRA PARA A TURMA

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